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Não é a primeira vez que Vinícius Júnior sofre racismo em um campo de futebol. Em 2018, no
Brasil, uma senhora branca proferiu ofensas racistas contra ele após uma partida, sendo
acompanhada por um mar de outros torcedores. As reações a esses acontecimentos são
sempre semelhantes: desculpas, tentativas de minimizar o ocorrido e alegações de que não há
correlação com a cor da pele, mas sim com a postura. Na Espanha, jogadores brancos do outro
time aconselharam Vinícius a esquecer e relevar o incidente. Essas atitudes se repetem de
forma cíclica, levantando questões sobre como lidamos com o problema do racismo.
O racismo não diz respeito apenas aos negros. Na verdade, é primeiramente um problema do
branco, segundo Grada Kilomba. É um problema de quem não reconhece o sistema de
violência em que está inserido e o reproduz, mesmo que de forma inconsciente. É importante
lembrar que “sem querer” também mata e é crime. Para alcançar uma verdadeira vitória sobre
o racismo, toda a população precisa entender que o racismo permeia todas as nossas
estruturas mais básicas, como um vício que se recusa a ir embora.
O combate precisa ser estrutural. É preciso que haja a punição dos racistas, a reformulação dos
sistemas de educação, a redistribuição de renda e de terras, a reforma do sistema político, a
democratização de uma saúde pública entre outros fatores. No fim, é necessário um mundo
novo e transformado, e isso demanda muita luta, Nós, do COMPIR, apoiamos Vinícius Júnior
em sua luta contra os racistas e pelo fim do racismo.