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CORNÉLIO PROCÓPIO
2022
RESUMO
Soil fertility is a factor of great importance for small and large rural producers,
as it guarantees the population's nutrition and the maintenance of the economy. On
the other hand, the infertility of the soil brings the insufficiency of food to meet the
demand of population growth. In this sense, some regions of the country, such as
those with a semi-arid climate, suffer from soil infertility and its consequences. With
that in mind, the objective of this work is to evaluate, through statistical analysis, the
efficiency of a low-cost automated control system with accuracy close to the analyzed
sensors, capable of capturing soil temperature and moisture, as a tool for increasing
and monitoring soil your fertility in real time. Thus, this work intends to follow five steps,
namely, analyze the classification of the soil and its quality, implement the reading of
soil data with sensors, implement the reading of data from sensors with
microcontrolled systems and finally, extract data from the soil, such as humidity and
temperature. To make the automated monitoring system, it is intended to use an ESP
32 microcontroller - WROOM-32 D - WiFi / Bluetooth, two Hygrometers - FC-28 soil
moisture sensor and two LM-35 temperature sensors.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 5
4. REFERÊNCIAS: .................................................................................. 29
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2020), no
Brasil a baixa fertilidade nos solos é um desafio para os agricultores. Segundo os
técnicos brasileiros da EMBRAPA (2020), alguns dos maiores problemas são
ocasionados pela dificuldade de manejo, elevada redução da produtividade na seca
e baixos níveis de fósforo no solo. Além disso, a grande maioria dos solos no Brasil é
ácida e pobre em nutrientes para o crescimento das principais culturas.
A partir desse cenário, nota-se que a agricultura moderna sugere a aplicação
de insumos, como fertilizantes e corretivos, para eliminar as limitações químicas dos
solos e atender às exigências nutricionais das culturas (BERNARDI et al., 2002). Visto
isso, tem-se também que os tipos de manejos com o solo, quando realizados de forma
incorreta, propiciam sua degradação, interferindo em seus níveis de fertilidade.
O uso inadequado de fertilizantes e pesticidas químicos se enquadra nas más
práticas agrícolas. Juntamente com esse fator, a falta de rotação nas plantações e
solos desprotegidos, resultam em um dos grandes exemplos de infertilidade, sendo
ela, a desertificação. Diversas áreas em regiões semiáridas do Brasil estão inseridas
nesse cenário, segundo o Instituto Nacional do Semiárido (2017), mais de 59
municípios são afetados. Sendo assim, os agricultores principalmente da região
nordeste, acabam sofrendo consequências, como por exemplo, a diminuição dos
fatores econômicos.
Outro fator representativo é o desmatamento. Segundo os índices de pesquisa
e monitoramento, no ano de 2021, no período de dois meses, foram desmatados
10.781 km2. Com o aumento dessa prática, há uma redução nos serviços hidrológicos
providenciados pelas árvores. A falta de chuva compromete a qualidade dos solos e
reduz sua produtividade. Por outro lado, chuvas intensas em conjunto com a ausência
de árvores gera o problema da lixiviação. Com as chuvas intensas e diminuição da
proteção, antes garantida por árvores, ocorre a lavagem de nutrientes do solo,
levando ao esgotamento das áreas de plantio.
Compreende-se a partir disso que as práticas inapropriadas do homem, geram
um esgotamento do solo, como perda de nutrientes e os degradam nas áreas de
plantação por meio das más práticas agrícolas, resultando na diminuição da
fertilidade.
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Para sanar estes problemas alguns projetos foram criados, todos com o
mesmo intuito, aumentar a produtividade dos solos. Segundo Mera (2010, p. 2)
“irrigação é uma técnica utilizada na agricultura que tem como objetivo o fornecimento
controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo,
assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação.”. Visando estes
resultados, todos os projetos partiram da mesma ideia principal, a irrigação
automatizada. Quando acontece o processo de irrigação de uma plantação sem uma
forma eletrônica de controle, muita água é desperdiçada, apenas uma certa quantia
é absorvida pela planta, pois as vezes acontece de ter perdas por evaporação e
escoamento da mesma, isso dependendo da forma como está o solo e o quanto a
planta adquire (SILVA; SILVA, 2005).
Eduardo Engelhardt Bone criou um projeto que se baseava em todos esses
conceitos. Seu projeto conta com o microcontrolador Arduino Uno, responsável por
receber os dados do monitoramento e a partir destes dados realizar alguma ação,
neste caso ligar ou não a bomba de água para fazer a irrigação, para transmissão e
coleta dos dados este projeto conta com o sensor BMP180, este sensor é responsável
por realizar o monitoramento da pressão atmosférica, conta com o sensor DHT-11,
responsável por monitorar a temperatura e a umidade do solo, realizando a medição
da temperatura na faixa de 0 - 50°C e umidade entre 20-90%, estes sensores são
responsáveis por coletar e enviar os sinais para o microcontrolador. Ao
microcontrolador será ligado um relé, que será responsável por fazer a ligação da
bomba de água quando necessário. O objetivo deste trabalho é solucionar os
problemas relacionados à irrigação, de forma que ela seja autônoma e tecnológica,
trazendo economia e praticidade para o produtor, tudo isso com componentes
baratos, mas eficientes. O projeto de Bone conseguiu atingir seus objetivos, com isso
ele demonstrou alta eficiência, além de apresentar maior economia de água e de
energia, pois a irrigação é controlada e funcionará somente em algumas horas do dia
e conseguiu trazer mais comodidade e praticidade para o agricultor.
Assim como Bone, Gabriel Oliveira, Danielle Silva, Claúdia Fernandes,
Roosevelt Silva, Leandro de Jesus e Ivan Bergier criaram um protótipo com o mesmo
propósito, neste projeto eles utilizaram o microcontrolador Arduino Uno, sensores
SEN0114, responsáveis por monitorar a umidade do solo e para comunicação foi
utilizado um sistema sem fio, o Xbee, responsável por realizar a comunicação entre
os módulos dos Arduinos, diferentemente do projeto de Bone. O sistema ainda é um
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1.1. Objetivo
Podemos descrever de forma organizada o objetivo, como objetivo geral e
objetivos específicos na próxima subseção.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Solo
O solo é formado por meio de processos físicos, químicos e biológicos
recebendo o nome de pedogênese. Ocorre em razão do intemperismo, onde uma
rocha matriz é desgastada, dando origem a sedimentos que compõem o solo.
Segundo Douglas e Bockheim (2006) a matéria orgânica advinda da parte superior
da superfície do solo pela decomposição de materiais bióticos e abióticos também
está presente no processo de formação.
O solo desde sempre foi muito utilizado para plantação e pastoreio de animais.
Na antiguidade, o arado contava com a força humana e animal, porém com o passar
do tempo, em consequência das revoluções industriais, o uso de maquinários
substituiu o trabalho manual, trazendo alguns malefícios para o terreno com
capacidade de cultivo.
O uso contínuo de maquinários pesados, destinados ao preparo do solo,
podem ocasionar modificações em sua estrutura, o que resulta em uma maior
desagregação de partículas na camada mobilizada e compactação abaixo dessa
camada, interferindo na infiltração de água e no desenvolvimento radicular das
culturas (BARRETO et al., 2008).
Outro problema muito recorrente é o desmatamento. Tendo como base as
consequências da diminuição da cobertura vegetal, podemos citar o aumento do
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2.2. Características
As características do solo englobam as físicas, químicas e biológicas. Dito isto,
é necessário compreender que o solo é composto de minerais, matéria orgânica, água
e ar, além disso sua classificação engloba quatro tipos, sendo eles, arenoso, siltoso,
argiloso e orgânico.
2.2.1. Físicas
Dentre as características físicas gerais do solo tem-se o sistema trifásico,
composto pela fase sólida (matriz), a fase líquida (presença de água), nomeada
também de solução de solo e por fim, fase gasosa, chamada de atmosfera do solo. A
matriz do solo, designada como rocha, é o local onde são armazenados os materiais
para formação do solo e porosidade, espaços de ar no solo, importante para auxiliar
na retenção de água, ar e solutos.
Não são todas as práticas de manejos com o solo que acabam influenciando
nas características físicas. Os sistemas conservacionistas de manejo de terrenos com
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2.2.2. Químicas
Dentre as características químicas estão, pH responsável por deixar ácido,
neutro ou básico, o teor de nutrientes um dos índices mais importantes para classificar
um solo fértil ou não fértil. De acordo com Souza e sua equipe (2016) os baixos teores
de determinado nutriente, que poderiam limitar a produtividade naquele local e,
consequentemente, contribuir para a redução da produtividade. Ligada ao teor de
nutrientes, tem-se a capacidade de troca iônica, que favorece a manutenção da
fertilidade por um longo período, reduzindo os efeitos tóxicos da aplicação de
fertilizantes.
A matéria orgânica também faz parte do processo, ela pode desencadear
alterações nas propriedades físicas e químicas do solo e consequentemente afetar
sua composição biológica (POWLSON & BROOKS, 1987). A matéria orgânica
aumenta a disponibilidade do fósforo, principalmente em solos ricos em óxidos de
ferro, além de ajudar a reter os nutrientes no solo.
2.2.3. Biológicas
A atividade biológica é um importante componente do solo, uma vez que
estimula os processos biológicos responsáveis pela formação e manutenção da
estrutura física e da fertilidade do solo (TOKESHI et al., 1997).
Suas propriedades podem ser divididas em comunidades de organismos,
sendo eles, as bactérias, fungos e algas, muito eficientes nos estágios iniciais de
formação do solo, carbono e nitrogênio e microfauna representada por protozoários,
rotíferos e nematóides.
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𝑚𝑎
ℎ(%) = ∗ 100 (01)
𝑚𝑠
Além destes fatores existem outros aspectos que interferem na temperatura do solo,
sendo eles divididos em fatores externos e intrínsecos, os externos são relacionados
aos elementos meteorológicos: temperatura do ar, chuva, nebulosidade, radiação e
vento, os intrínsecos são relacionados ao tipo de solo, ao relevo e a cobertura vegetal
do solo. A Figura 1 representa a influência existente entre a temperatura do ar e a
temperatura do solo, percebe-se que quando ocorre a elevação da temperatura do ar
também ocorre a elevação da temperatura do solo, sendo variável a temperatura ao
decorrer do dia, observando que ao anoitecer a temperatura do solo diminui. Nesta
imagem há também a comparação entre a influência da temperatura do ar em solos
úmidos e em solos secos, evidenciando que em solos úmidos a elevação da
temperatura do solo é mais controlada do que em solos secos no decorrer do dia.
Fonte: http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf
No Brasil tem-se uma enorme variedade de tipos de solo, cada solo em uma
região e com sua especificidade. A figura 2, mostra quais são as regiões do Brasil e
serve de apoio para a figura 3, na qual mostra quais são os tipos de solo presentes
nas regiões do Brasil, auxiliando na visualização e entendimento da figura 3.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/regioes-brasileiras/
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Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2062813/solo-brasileiro-agora-tem-
mapeamento-digital
O intuito deste trabalho é aumentar a fertilidade dos solos por meio da irrigação
automatizada, para assim manter o nível de umidade constante durante o decorrer do
dia, portanto o foco deste trabalho são os solos que não possuem altas taxas de
produção, consequentemente solos com baixa fertilidade.
No Brasil os solos mais férteis estão presentes nas regiões Sudeste e Centro-
Oeste, também existe a incidência de solos férteis no Sul do Brasil. Estes solos são
mais férteis devido a existência de muita matéria orgânica, calcário, entre outros
minerais presentes em sua composição, o que os caracteriza pela sua coloração mais
escura, a cor do solo tende a ficar mais escura à medida que a concentração de
matéria orgânica aumenta gerando uma proporcionalidade possível de ser calculada,
onde esses solos escuros podem conter uma grande atividade microbiana e
fertilidade (KETTERINGS; BIGHAM, 2000). Assim como o cerrado, um importante
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bioma para o Brasil, o qual possui alta fertilidade e muitas espécies de vida, por ser
um dos maiores biomas brasileiros é esperado que o Cerrado tenha uma grande
biomassa aérea e um representativo estoque de carbono, ou seja, a quantidade de
carbono contido em toda biomassa viva e morta e na parte decomposta, e sua
capacidade de acúmulo (REZENDE et al., 2006). A figura 4 serve para visualização
do solo terra roxa, o solo mais fértil do Brasil, para que assim possa ser visualizado
suas características.
Fonte: https://falauniversidades.com.br/conheca-as-caracteristicas-dos-tipos-de-solos-brasileiros/
Solos com ao menos um pouco de vegetação rasteira já se torna mais propício
para utilização da irrigação como ferramenta de aumento da fertilidade do solo, devido
ao fato de que solos sem vegetação ficam expostos às radiações solares, causando
assim sua perda de umidade e nutrientes, com menor cobertura vegetal sobre a
superfície do solo há maior aquecimento, maior perda de umidade (MARTORANO et
al., 2009) e maior exposição ao impacto direto das gotas de chuvas facilitando a
erosão da camada laminar do solo, que, por sua vez, em geral, é a mais fértil (MOLINE
et al., 2009) e, em consequência, há redução da fertilidade desses solos.
Áreas em que há muita incidência da utilização de máquinas pesadas também
são afetadas pela perda de sua fertilidade, devido ao fato de que o uso excessivo
de máquinas pesadas para o preparo do solo pode causar modificações na sua
estrutura, resultando em maior desagregação de partículas na camada mobilizada e
compactação abaixo dessa camada, interferindo na infiltração de água e no
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Fonte: https://digital.agrishow.com.br/sustentabilidade/compactacao-conceito-correto-acoes-corretas
Fonte: https://agenciaeconordeste.com.br/entenda-o-que-pode-ser-feito-para-impedir-a-
desertificacao-em-areas-de-caatinga/
Fonte: file:///C:/Users/kelwi/Desktop/TCC_Catia_do_Amaral_Frederico_Assinado.pdf
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Fonte 1: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-eletrica/sistema-autonomo
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Fonte: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-eletrica/sistema-autonomo
Oliveira et al (2013), desenvolveram um protótipo de um sistema autônomo de
monitoramento de umidade do solo. O sistema consiste de três sensores de umidade
de solo conectados a um microcontrolador Arduino, alimentado por uma bateria
carregada por uma célula fotovoltaica, formando um módulo de coleta de dados (teor
de umidade do solo) que serão enviados por meio de transmissão por módulo Xbee®
de sinal analógico. Será captado por um módulo Xbee® ligado a um programa
servidor capaz de armazenar continuamente as informações captadas. Abaixo, segue
a Figura 10, com o circuito do sistema.
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Fonte: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/93890/1/RE35.pdf
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.2. Materiais
Para definição dos materiais utilizados na montagem do protótipo, foi
necessário realizar pesquisas para definição dos principais parâmetros e sensores
capazes de captar com alta eficiência os dados que servirão de base para o
monitoramento. Os materiais estão relacionados quadro 1.
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Fonte: https://www.saravati.com.br/placa-esp32-wifi-/-bluetooth-devkit-v1-30-pinos
Fonte: https://curtocircuito.com.br/sensor-de-umidade-do-solo.html
Fonte: https://www.baudaeletronica.com.br/sensor-de-temperatura-lm35.html
3.4. Método
3.6. Aplicativo
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Fonte: https://embarcados.com.br/introducao-ao-blynk-app/
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4. REFERÊNCIAS:
Brito, D. R., Silva, C. M., Berbary, V. E. de C., Carvalho, C. C. N. de, Nunes, F. C., &
Gallo, C. M. (2020). Salinização e degradação de solo: uma consequência da
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<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/73399/1/Manejo-solo-1.pdf>.
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