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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

FÁBIO ROGERIO GONÇALVES FILHO


KELWIN WILLIAN LIMA ROCHA
SOPHIA LOPES TECH

SISTEMA DE BAIXO CUSTO PARA MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO


SOLO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CORNÉLIO PROCÓPIO
2022
RESUMO

A fertilidade do solo é um fator de grande importância para pequenos e grandes


produtores rurais, pois por meio dele, garante-se a alimentação da população e
manutenção da economia. Por outro lado, a infertilidade do solo traz a insuficiência
de alimentos para suprir a demanda de crescimento populacional. Nesse sentido,
algumas regiões do país, como as que possuem clima semiárido, sofrem com a
infertilidade do solo e com suas consequências. Pensando nisso, o objetivo deste
trabalho é avaliar por meio de análise estatística a eficiência de um sistema de
controle automatizado de baixo custo e com precisão próxima dos sensores
analisados, capaz de captar a temperatura e umidade do solo, como ferramenta de
aumento e monitoramento de sua fertilidade em tempo real. Dessa forma, este
trabalho pretende seguir cinco etapas, sendo elas, analisar a classificação do solo e
sua qualidade, implementar a leitura de dados do solo com sensores, implementar a
leitura de dados dos sensores com sistemas microcontrolados e por fim, extrair os
dados do solo, como umidade e temperatura. Para a confecção do sistema de
monitoramento automatizado, pretende-se utilizar um microcontrolador ESP 32 -
WROOM-32 D - WiFi / Bluetooth, dois Higrômetros - sensor de umidade do solo FC-
28 e dois sensores de temperatura LM-35.

Palavras-chave: infertilidade do solo, qualidade do solo, sensores, Agroindústria 4.0,


SmartFarm.
ABSTRACT

Soil fertility is a factor of great importance for small and large rural producers,
as it guarantees the population's nutrition and the maintenance of the economy. On
the other hand, the infertility of the soil brings the insufficiency of food to meet the
demand of population growth. In this sense, some regions of the country, such as
those with a semi-arid climate, suffer from soil infertility and its consequences. With
that in mind, the objective of this work is to evaluate, through statistical analysis, the
efficiency of a low-cost automated control system with accuracy close to the analyzed
sensors, capable of capturing soil temperature and moisture, as a tool for increasing
and monitoring soil your fertility in real time. Thus, this work intends to follow five steps,
namely, analyze the classification of the soil and its quality, implement the reading of
soil data with sensors, implement the reading of data from sensors with
microcontrolled systems and finally, extract data from the soil, such as humidity and
temperature. To make the automated monitoring system, it is intended to use an ESP
32 microcontroller - WROOM-32 D - WiFi / Bluetooth, two Hygrometers - FC-28 soil
moisture sensor and two LM-35 temperature sensors.

Keywords: soil infertility, soil quality, sensors, Agribusiness 4.0, SmartFarm.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 5

1.1. Objetivo .............................................................................................. 7

1.1.1. Objetivo Geral: ............................................................................... 7

1.1.2. Objetivos Específicos:.................................................................... 7

1.2. Organização do Texto ........................................................................ 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 8

2.1. Solo .................................................................................................... 8

2.2. Características ................................................................................... 9

2.2.1. Físicas ........................................................................................... 9

2.2.2. Químicas ...................................................................................... 10

2.2.3. Biológicas .................................................................................... 10

2.3. Parâmetros do solo .......................................................................... 11

2.3.1. Umidade do solo .......................................................................... 11

2.3.2. Temperatura do solo .................................................................... 12

2.4. Mapeamento do solo ........................................................................ 14

2.5. Sistemas de monitoramento do solo ................................................ 18

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 22

3.2. Materiais .......................................................................................... 22

3.2.1. Microcontrolador ESP 32 – WROOM-32 D – WIFI / Bluetooth: ... 23

3.2.2. Higrômetro - Sensor de Umidade do Solo Higrômetro:................ 24

3.2.3. Sensor de Temperatura: .............................................................. 25

3.3. Ambiente da pesquisa ...................................................................... 26

3.4. Método ............................................................................................. 26

3.5. Montagem dos sensores .................................................................. 27

3.6. Aplicativo .......................................................................................... 27

4. REFERÊNCIAS: .................................................................................. 29
5

1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2020), no
Brasil a baixa fertilidade nos solos é um desafio para os agricultores. Segundo os
técnicos brasileiros da EMBRAPA (2020), alguns dos maiores problemas são
ocasionados pela dificuldade de manejo, elevada redução da produtividade na seca
e baixos níveis de fósforo no solo. Além disso, a grande maioria dos solos no Brasil é
ácida e pobre em nutrientes para o crescimento das principais culturas.
A partir desse cenário, nota-se que a agricultura moderna sugere a aplicação
de insumos, como fertilizantes e corretivos, para eliminar as limitações químicas dos
solos e atender às exigências nutricionais das culturas (BERNARDI et al., 2002). Visto
isso, tem-se também que os tipos de manejos com o solo, quando realizados de forma
incorreta, propiciam sua degradação, interferindo em seus níveis de fertilidade.
O uso inadequado de fertilizantes e pesticidas químicos se enquadra nas más
práticas agrícolas. Juntamente com esse fator, a falta de rotação nas plantações e
solos desprotegidos, resultam em um dos grandes exemplos de infertilidade, sendo
ela, a desertificação. Diversas áreas em regiões semiáridas do Brasil estão inseridas
nesse cenário, segundo o Instituto Nacional do Semiárido (2017), mais de 59
municípios são afetados. Sendo assim, os agricultores principalmente da região
nordeste, acabam sofrendo consequências, como por exemplo, a diminuição dos
fatores econômicos.
Outro fator representativo é o desmatamento. Segundo os índices de pesquisa
e monitoramento, no ano de 2021, no período de dois meses, foram desmatados
10.781 km2. Com o aumento dessa prática, há uma redução nos serviços hidrológicos
providenciados pelas árvores. A falta de chuva compromete a qualidade dos solos e
reduz sua produtividade. Por outro lado, chuvas intensas em conjunto com a ausência
de árvores gera o problema da lixiviação. Com as chuvas intensas e diminuição da
proteção, antes garantida por árvores, ocorre a lavagem de nutrientes do solo,
levando ao esgotamento das áreas de plantio.
Compreende-se a partir disso que as práticas inapropriadas do homem, geram
um esgotamento do solo, como perda de nutrientes e os degradam nas áreas de
plantação por meio das más práticas agrícolas, resultando na diminuição da
fertilidade.
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Para sanar estes problemas alguns projetos foram criados, todos com o
mesmo intuito, aumentar a produtividade dos solos. Segundo Mera (2010, p. 2)
“irrigação é uma técnica utilizada na agricultura que tem como objetivo o fornecimento
controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo,
assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação.”. Visando estes
resultados, todos os projetos partiram da mesma ideia principal, a irrigação
automatizada. Quando acontece o processo de irrigação de uma plantação sem uma
forma eletrônica de controle, muita água é desperdiçada, apenas uma certa quantia
é absorvida pela planta, pois as vezes acontece de ter perdas por evaporação e
escoamento da mesma, isso dependendo da forma como está o solo e o quanto a
planta adquire (SILVA; SILVA, 2005).
Eduardo Engelhardt Bone criou um projeto que se baseava em todos esses
conceitos. Seu projeto conta com o microcontrolador Arduino Uno, responsável por
receber os dados do monitoramento e a partir destes dados realizar alguma ação,
neste caso ligar ou não a bomba de água para fazer a irrigação, para transmissão e
coleta dos dados este projeto conta com o sensor BMP180, este sensor é responsável
por realizar o monitoramento da pressão atmosférica, conta com o sensor DHT-11,
responsável por monitorar a temperatura e a umidade do solo, realizando a medição
da temperatura na faixa de 0 - 50°C e umidade entre 20-90%, estes sensores são
responsáveis por coletar e enviar os sinais para o microcontrolador. Ao
microcontrolador será ligado um relé, que será responsável por fazer a ligação da
bomba de água quando necessário. O objetivo deste trabalho é solucionar os
problemas relacionados à irrigação, de forma que ela seja autônoma e tecnológica,
trazendo economia e praticidade para o produtor, tudo isso com componentes
baratos, mas eficientes. O projeto de Bone conseguiu atingir seus objetivos, com isso
ele demonstrou alta eficiência, além de apresentar maior economia de água e de
energia, pois a irrigação é controlada e funcionará somente em algumas horas do dia
e conseguiu trazer mais comodidade e praticidade para o agricultor.
Assim como Bone, Gabriel Oliveira, Danielle Silva, Claúdia Fernandes,
Roosevelt Silva, Leandro de Jesus e Ivan Bergier criaram um protótipo com o mesmo
propósito, neste projeto eles utilizaram o microcontrolador Arduino Uno, sensores
SEN0114, responsáveis por monitorar a umidade do solo e para comunicação foi
utilizado um sistema sem fio, o Xbee, responsável por realizar a comunicação entre
os módulos dos Arduinos, diferentemente do projeto de Bone. O sistema ainda é um
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protótipo, mas conseguiu cumprir seus objetivos, monitorar a umidade do solo e


quando necessário ativar a bomba de água para realizar a irrigação. Outro projeto
com a mesma temática é o projeto realizado por Frederico, este mais recente,
realizado em 2022, este é um projeto de baixo custo pois utiliza da comunicação
LoRa, além dessa comunicação este este projeto também conta com sensores
capacitivos para monitorar a umidade do solo, também utiliza sensores de umidade
do ar e sensores de temperatura do ar. Neste projeto os dados são coletados e
enviados para uma nuvem através de um protocolo LoRaWAN. Este projeto também
se mostrou eficiente para o monitoramento dos dados coletados do solo. Analisando
estes trabalhos e averiguando suas falhas e acertos, apresentamos o projeto proposto
por este trabalho acadêmico.
Diante das constatações demonstradas, este trabalho vem propor as
aplicações das tecnologias de IoT no monitoramento de umidade e temperatura do
solo, baseado em sistemas já existentes no mercado, como mencionado, a fim de
propor melhorias na produção da agroindústria familiar. O alvo deste trabalho é
desenvolver um sistema de baixo custo e com precisão próxima ao de sistemas com
sensores de alto custo capazes de captar a temperatura e umidade do solo e mostrar
para os produtores rurais em tempo real, assim ajudando na melhora do solo e na
tomada de decisões do plantio.

1.1. Objetivo
Podemos descrever de forma organizada o objetivo, como objetivo geral e
objetivos específicos na próxima subseção.

1.1.1. Objetivo Geral:


Avaliar por meio de análise estatística a eficiência de um sistema de controle
automatizado como ferramenta de aumento da fertilidade do solo.
1.1.2. Objetivos Específicos:
a) Analisar a classificação do solo;
b) Analisar a qualidade do solo;
c) Implementar a leitura de dados do solo com sensores;
d) Implementar a leitura de dados dos sensores com sistemas microcontrolados;
e) Extrair os dados do solo: umidade, nutrientes e qualidade.
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1.2. Organização do Texto


O presente trabalho está dividido em 4 seções. Na primeira seção, o tema e os
conceitos abordados ao longo do trabalho, junto com os trabalhos motivadores e
objetivo são introduzidos. A fundamentação teórica do solo, com seus parâmetros e
sistemas utilizados para monitoramento estão presentes na segunda seção. Na
terceira seção é apresentado os materiais e métodos para realização do sistema
proposto.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo estão descritos as características, os parâmetros e o


mapeamento geográfico do solo. Posteriormente, uma explicação sobre sistemas de
monitoramento do solo, relacionando os sensores e equipamentos utilizados no
processo.

2.1. Solo
O solo é formado por meio de processos físicos, químicos e biológicos
recebendo o nome de pedogênese. Ocorre em razão do intemperismo, onde uma
rocha matriz é desgastada, dando origem a sedimentos que compõem o solo.
Segundo Douglas e Bockheim (2006) a matéria orgânica advinda da parte superior
da superfície do solo pela decomposição de materiais bióticos e abióticos também
está presente no processo de formação.
O solo desde sempre foi muito utilizado para plantação e pastoreio de animais.
Na antiguidade, o arado contava com a força humana e animal, porém com o passar
do tempo, em consequência das revoluções industriais, o uso de maquinários
substituiu o trabalho manual, trazendo alguns malefícios para o terreno com
capacidade de cultivo.
O uso contínuo de maquinários pesados, destinados ao preparo do solo,
podem ocasionar modificações em sua estrutura, o que resulta em uma maior
desagregação de partículas na camada mobilizada e compactação abaixo dessa
camada, interferindo na infiltração de água e no desenvolvimento radicular das
culturas (BARRETO et al., 2008).
Outro problema muito recorrente é o desmatamento. Tendo como base as
consequências da diminuição da cobertura vegetal, podemos citar o aumento do
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aquecimento, perda da umidade (MARTORANO et al., 2009) e maior exposição ao


impacto das gotas de chuva, favorecendo a erosão laminar do solo e reduzindo sua
fertilidade. Além disso, uma produção agrícola baseada em monocultivos, uso
incorreto de fertilizantes orgânicos, químicos e agrotóxicos, quando em contato com
solo descoberto, podem afetar sua qualidade e propriedades, nos âmbitos químicos,
físicos e biológicos (VALARINI et al., 2007).
Dentre os fatores que indicam a qualidade do solo e boa fertilidade estão
presentes a boa retenção de água, bom arejamento e bom suprimento do calor. Já os
que indicam a boa conservação do solo estão, a boa infiltração de água e a boa
estabilidade dos agregados. Porém algumas práticas o danificam, diminuindo os
índices de fertilidade. Segundo Brito e sua equipe (2020), a pecuária intensiva,
interfere na compactação do solo, diminui a permeabilidade, reduz a quantidade de
água disponível, além de retirar a cobertura vegetal. Processos que contribuem com
a infertilidade do solo, propiciando a desertificação.
A partir dos aspectos citados, pode-se compreender que os tipos de manejo
do solo, quando realizados de forma incorreta, propiciam sua degradação interferindo
em suas características físicas, químicas e biológicas.

2.2. Características
As características do solo englobam as físicas, químicas e biológicas. Dito isto,
é necessário compreender que o solo é composto de minerais, matéria orgânica, água
e ar, além disso sua classificação engloba quatro tipos, sendo eles, arenoso, siltoso,
argiloso e orgânico.

2.2.1. Físicas
Dentre as características físicas gerais do solo tem-se o sistema trifásico,
composto pela fase sólida (matriz), a fase líquida (presença de água), nomeada
também de solução de solo e por fim, fase gasosa, chamada de atmosfera do solo. A
matriz do solo, designada como rocha, é o local onde são armazenados os materiais
para formação do solo e porosidade, espaços de ar no solo, importante para auxiliar
na retenção de água, ar e solutos.
Não são todas as práticas de manejos com o solo que acabam influenciando
nas características físicas. Os sistemas conservacionistas de manejo de terrenos com
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capacidade de cultivo, são mais eficazes do que o preparo convencional na redução


das perdas de solo e águas (GUADAGNIN et al., 2005).
Uma boa estrutura do solo, contribui efetivamente para a fertilidade. Os poros
adequados permitem a entrada de ar e água no solo com facilidade, possibilitando
a drenagem e a exploração das raízes em busca de nutrientes, além da criação de
resistência à erosão pela alta agregação. A ausência de poros é responsável por
perdas de água e perdas do solo, por escoamento superficial. Alguns dos fatores de
grande influência incluem a incidência de precipitação no local, topografia, cobertura
vegetal e práticas conservacionistas nos sistemas de produção (BRITO et al., 2020).

2.2.2. Químicas
Dentre as características químicas estão, pH responsável por deixar ácido,
neutro ou básico, o teor de nutrientes um dos índices mais importantes para classificar
um solo fértil ou não fértil. De acordo com Souza e sua equipe (2016) os baixos teores
de determinado nutriente, que poderiam limitar a produtividade naquele local e,
consequentemente, contribuir para a redução da produtividade. Ligada ao teor de
nutrientes, tem-se a capacidade de troca iônica, que favorece a manutenção da
fertilidade por um longo período, reduzindo os efeitos tóxicos da aplicação de
fertilizantes.
A matéria orgânica também faz parte do processo, ela pode desencadear
alterações nas propriedades físicas e químicas do solo e consequentemente afetar
sua composição biológica (POWLSON & BROOKS, 1987). A matéria orgânica
aumenta a disponibilidade do fósforo, principalmente em solos ricos em óxidos de
ferro, além de ajudar a reter os nutrientes no solo.

2.2.3. Biológicas
A atividade biológica é um importante componente do solo, uma vez que
estimula os processos biológicos responsáveis pela formação e manutenção da
estrutura física e da fertilidade do solo (TOKESHI et al., 1997).
Suas propriedades podem ser divididas em comunidades de organismos,
sendo eles, as bactérias, fungos e algas, muito eficientes nos estágios iniciais de
formação do solo, carbono e nitrogênio e microfauna representada por protozoários,
rotíferos e nematóides.
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O carbono é um dos fatores mais importantes para a fertilidade do solo, em


lugares que apresentam um alto teor, como o Cerrado, a quantidade de carbono está
contida na biomassa viva, morta e na parte decomposta, em sua capacidade de
acúmulo (REZENDE et al., 2006). Dentre alguns manejos conservacionistas (plantio
direto), favorecem a decomposição mais lenta da matéria orgânica do solo e
contribuem para o acúmulo de uma maior quantidade de carbono no solo (FERREIRA
et al., 2010).
Os microrganismos do solo são responsáveis pela decomposição da
biomassa, circulação de elementos empregados na síntese das estruturas biológicas,
disponibilização de nutrientes para as plantas, biodegradação de impurezas e
manutenção da estrutura do solo. Algumas incorporações de culturas de cobertura ou
outras correções orgânicas do solo melhoram significativamente as propriedades
microbianas do solo (AMARAL et al., 2011).
A microfauna atua na alteração da quantidade de nutrientes e regula as
populações de bactérias e fungos, podendo alterar o solo, intensificando a
humidificação.
O solo é formado por micro habitats com diferentes características físicas,
químicas e biológicas altamente independentes. O fenômeno que reduz a qualidade
do ambiente biofísico é promovido por uma combinação de processo induzido pelo
homem ao explorar a terra de forma inadequada, implicando na alteração do solo.
(BRITO et al., 2020). Segundo Moreira e Silva (2006), as variáveis físicas e químicas
do solo podem ser utilizadas para mensurar a sua qualidade.

2.3. Parâmetros do solo


Os parâmetros selecionados para serem trabalhados foram temperatura e
umidade. A temperatura é de extrema importância, porque o calor adequado a uma
profundidade adequada garante o crescimento eficiente da planta e indica qual o
melhor momento para semeadura. Já a umidade como um subconjunto das
características físicas do solo, contribui para a distribuição de nutrientes e construção
de uma boa estrutura para um solo fértil.

2.3.1. Umidade do solo


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O conhecimento da umidade do solo é de suma importância para definir em


que condições hídricas o mesmo se encontra. A umidade serve como parâmetro para
determinar a quantidade de água que deve ser irrigada no sistema (KAWA, 2014).
Através da NBR 6457/2016, conseguimos entender a umidade do solo por
meio de análise, onde ela descreve um método simples que pode ser feito através de
uma amostra do solo. Podendo ser descrita pela Equação 01:

𝑚𝑎
ℎ(%) = ∗ 100 (01)
𝑚𝑠

Sendo que: ℎ(%): a umidade percentual da amostra; 𝑚𝑎: a massa da água

contida em no volume de solo; 𝑚𝑠: a massa do solo seca pertencida ao mesmo


volume.
Que seria um método muito simples e eficaz, pois basta determinar a massa
da amostra no seu estado natural e a massa após completa secagem em estufa a
105ºC até 110ºC. Porém, essa forma de determinação é realizada em laboratório com
a retirada de amostra, e no caso do projeto em desenvolvimento, será um
monitoramento em tempo real na qual não necessitaria a análise em laboratório, mas
sim em campo.
Sendo assim, o sistema irá captar a umidade de determinada localização e
mostrará ao operador que verificará se a mesma está na gama ideal para cultivos que
depende das espécies vegetais específicas, porém na maior parte está entre 20% e
70% (CHERLINKA, 2022).

2.3.2. Temperatura do solo


A temperatura do solo é um fator importante para a agricultura, porque a
temperatura do solo determina as taxas de evaporação e aeração do solo, assim
como interfere no tipo e na intensidade das reações químicas. Devido a isso, o
conhecimento da dinâmica da temperatura do solo é fundamental para a agricultura,
pois sua variação interfere na germinação, no crescimento radicular, na absorção de
água e nutrientes pelas plantas e na atividade microbiana do solo (HILLEL, 1998).
Assim como Streck (1994) a temperatura do solo depende da radiação solar e das
propriedades do solo (calor específico, condutividade térmica e difusividade térmica).
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Além destes fatores existem outros aspectos que interferem na temperatura do solo,
sendo eles divididos em fatores externos e intrínsecos, os externos são relacionados
aos elementos meteorológicos: temperatura do ar, chuva, nebulosidade, radiação e
vento, os intrínsecos são relacionados ao tipo de solo, ao relevo e a cobertura vegetal
do solo. A Figura 1 representa a influência existente entre a temperatura do ar e a
temperatura do solo, percebe-se que quando ocorre a elevação da temperatura do ar
também ocorre a elevação da temperatura do solo, sendo variável a temperatura ao
decorrer do dia, observando que ao anoitecer a temperatura do solo diminui. Nesta
imagem há também a comparação entre a influência da temperatura do ar em solos
úmidos e em solos secos, evidenciando que em solos úmidos a elevação da
temperatura do solo é mais controlada do que em solos secos no decorrer do dia.

Figura 1: Esquema com as superfícies do solo

Fonte: http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula6_2012.pdf

A técnica de irrigação suplementar é uma ferramenta que atua no controle da


temperatura do solo, Figueiredo (2008) destaca que a técnica de irrigação além de
fornecer água às plantas e aumentar sua produtividade, ela reduz o aquecimento
diurno da superfície do solo desnudo pelo aumento do fluxo de calor latente na
interface solo-atmosfera (LIAKATAS et al., 1986; PIRES et al., 2004). A temperatura
ideal do solo para cultivo está compreendida entre: 50-75F (temperatura em
Fahrenheit), 10-25°C (temperatura em Celsius) e 283,15-297,04K (temperatura em
Kelvin).
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2.4. Mapeamento do solo

No Brasil tem-se uma enorme variedade de tipos de solo, cada solo em uma
região e com sua especificidade. A figura 2, mostra quais são as regiões do Brasil e
serve de apoio para a figura 3, na qual mostra quais são os tipos de solo presentes
nas regiões do Brasil, auxiliando na visualização e entendimento da figura 3.

Figura 2: Regiões do Brasil

Fonte: https://www.todamateria.com.br/regioes-brasileiras/
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Figura 3: Mapa geográfico dos solos brasileiros

Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2062813/solo-brasileiro-agora-tem-
mapeamento-digital

O intuito deste trabalho é aumentar a fertilidade dos solos por meio da irrigação
automatizada, para assim manter o nível de umidade constante durante o decorrer do
dia, portanto o foco deste trabalho são os solos que não possuem altas taxas de
produção, consequentemente solos com baixa fertilidade.
No Brasil os solos mais férteis estão presentes nas regiões Sudeste e Centro-
Oeste, também existe a incidência de solos férteis no Sul do Brasil. Estes solos são
mais férteis devido a existência de muita matéria orgânica, calcário, entre outros
minerais presentes em sua composição, o que os caracteriza pela sua coloração mais
escura, a cor do solo tende a ficar mais escura à medida que a concentração de
matéria orgânica aumenta gerando uma proporcionalidade possível de ser calculada,
onde esses solos escuros podem conter uma grande atividade microbiana e
fertilidade (KETTERINGS; BIGHAM, 2000). Assim como o cerrado, um importante
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bioma para o Brasil, o qual possui alta fertilidade e muitas espécies de vida, por ser
um dos maiores biomas brasileiros é esperado que o Cerrado tenha uma grande
biomassa aérea e um representativo estoque de carbono, ou seja, a quantidade de
carbono contido em toda biomassa viva e morta e na parte decomposta, e sua
capacidade de acúmulo (REZENDE et al., 2006). A figura 4 serve para visualização
do solo terra roxa, o solo mais fértil do Brasil, para que assim possa ser visualizado
suas características.

Figura 4: Solo latossolo roxo (Terra Roxa)

Fonte: https://falauniversidades.com.br/conheca-as-caracteristicas-dos-tipos-de-solos-brasileiros/
Solos com ao menos um pouco de vegetação rasteira já se torna mais propício
para utilização da irrigação como ferramenta de aumento da fertilidade do solo, devido
ao fato de que solos sem vegetação ficam expostos às radiações solares, causando
assim sua perda de umidade e nutrientes, com menor cobertura vegetal sobre a
superfície do solo há maior aquecimento, maior perda de umidade (MARTORANO et
al., 2009) e maior exposição ao impacto direto das gotas de chuvas facilitando a
erosão da camada laminar do solo, que, por sua vez, em geral, é a mais fértil (MOLINE
et al., 2009) e, em consequência, há redução da fertilidade desses solos.
Áreas em que há muita incidência da utilização de máquinas pesadas também
são afetadas pela perda de sua fertilidade, devido ao fato de que o uso excessivo
de máquinas pesadas para o preparo do solo pode causar modificações na sua
estrutura, resultando em maior desagregação de partículas na camada mobilizada e
compactação abaixo dessa camada, interferindo na infiltração de água e no
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desenvolvimento radicular das culturas, afetando diretamente a facilidade de


absorção de água, o que pode ser sanado pela irrigação automatizada e constante.
A figura 5 tem como finalidade facilitar a visualização das características do solo
compactado, para que se torne mais fácil o entendimento de suas especificidades.

Figura 5: Solo compactado

Fonte: https://digital.agrishow.com.br/sustentabilidade/compactacao-conceito-correto-acoes-corretas

É importante ressaltar que a monocultura também se torna um fator que auxilia


na degradação da fertilidade do solo, Indiferente ao sistema de produção utilizado, as
tecnologias agrícolas baseadas em monocultivos, a utilização inadequada de
agrotóxicos e de fertilizantes químicos e orgânicos, o uso intensivo de máquinas
pesadas e a manutenção do solo descoberto, podem afetar, em geral negativamente,
a qualidade do solo por mudanças nas propriedades físicas, químicas e biológicas
(Valarini et al., 2007).
Assim como ocorre na região do Vale do São Francisco os solos mais
cultivados são os solos que possuem irrigação constante, estes solos apresentam
textura arenosa, com acidez moderada e pobres em fósforo, estes são os Latossolos
e os Argissolos, a técnica da irrigação utilizada nos Luvissolos, de textura média e pH
moderadamente ácidos e os Vertissolos, de textura argilosa e pH alcalino também
auxiliam e muito no aumento de sua produtividade, estes solos são típico da Caatinga,
comprovando a ideia da utilização da irrigação automatizada como ferramenta de
aumento da produtividade e da fertilidade do solo. A figura 6 traz a visualização do
solo predominante da Caatinga, facilitando a visualização de suas características.
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Figura 6: Solo da Caatinga

Fonte: https://agenciaeconordeste.com.br/entenda-o-que-pode-ser-feito-para-impedir-a-
desertificacao-em-areas-de-caatinga/

2.5. Sistemas de monitoramento do solo

Monitorar a umidade e a temperatura do solo, como já dito é de larga


importância. Diversos produtores rurais utilizam técnicas manuais para obtenção
destes dados, isso por meio de tensiômetros, medidores digitais de umidade e
temperatura e etc. E com o grande avanço da tecnologia, hoje em dia é incomum
encontrarmos estes tipos de instrumentos sendo utilizados, já que os equipamentos
modernos se tornaram mais acessíveis com a implementação de sistemas de
monitoramento do solo.
Atualmente, existem diversos sistemas de monitoramento do solo que auxiliam
no controle de umidade e temperatura das terras. Segue alguns exemplos de
sistemas.
Frederico (2022), desenvolveu um protótipo de baixo custo, que monitora a
umidade do solo e utiliza a comunicação LoRa. A Figura 7 ilustra o esquema de
circuito desenvolvido, sendo que o equipamento conta com um conjunto de sensores
capacitivos de umidade da terra, além de sensores de umidade do ar e temperatura
atmosférica responsáveis pelas coletas de dados. Após a coleta, são enviados
através do protocolo LoRaWAN para um servidor de rede e ficam disponíveis para a
leitura na nuvem, assim podendo auxiliar os produtores em tomadas de decisões.
.
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Figura 7: Esquema de circuito do sistema.

Fonte: file:///C:/Users/kelwi/Desktop/TCC_Catia_do_Amaral_Frederico_Assinado.pdf
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Bone et al (2020) desenvolveram um sistema capaz de identificar quando há a


necessidade de irrigar, ou não a terra, com monitoramento do clima, temperatura e
umidade relativa. A Figura 8 apresenta o sistema que é controlado por um Arduíno
Uno com o auxílio de sensores de umidade do solo, sensor de pressão barométrica,
sensor de temperatura, sensor de luminosidade e um transmissor e receptor de
dados. E a Figura 9 apresenta o sistema de alimentado, que é composto por 6 placas
solares que se movem conforme a orientação do sol através de um servo motor, que
carregam as baterias. A distância entre os dois módulos (um responsável pela coleta
e o outro pela análise de dados) foi satisfatória podendo acompanhar a lavoura de
longe sem problemas com interferências ou resultados instáveis, já a altitude medida
pelo módulo foi de 190,6 a 192,9 metros, junto com a gravidade em torno de 9,88.

Figura 8: Sistema controlado por Arduíno.

Fonte 1: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-eletrica/sistema-autonomo
21

Figura 9: Sistema de captação e armazenamento de energia.

Fonte: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-eletrica/sistema-autonomo
Oliveira et al (2013), desenvolveram um protótipo de um sistema autônomo de
monitoramento de umidade do solo. O sistema consiste de três sensores de umidade
de solo conectados a um microcontrolador Arduino, alimentado por uma bateria
carregada por uma célula fotovoltaica, formando um módulo de coleta de dados (teor
de umidade do solo) que serão enviados por meio de transmissão por módulo Xbee®
de sinal analógico. Será captado por um módulo Xbee® ligado a um programa
servidor capaz de armazenar continuamente as informações captadas. Abaixo, segue
a Figura 10, com o circuito do sistema.
22

Figura 10: Protótipo desenvolvido.

Fonte: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/93890/1/RE35.pdf

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo são apresentados os materiais e a metodologia utilizada no


desenvolvimento deste trabalho, onde é explicitado detalhes sobre a implementação
e validação dos sistemas.

3.1. Classificação da pesquisa

Pesquisa experimental por realizar procedimentos racionais e sistemáticos que


consistem em determinar um objeto de estudo, selecionar variáveis, definir as formas
de controle e analisar os efeitos produzidos, e explicativa, por meio de um
levantamento de dados sobre um ambiente e sobre as características de um
determinado fenômeno. Possui uma abordagem quantitativa e procedimentos
técnicos voltados ao experimental, bibliografia e levantamentos.

3.2. Materiais
Para definição dos materiais utilizados na montagem do protótipo, foi
necessário realizar pesquisas para definição dos principais parâmetros e sensores
capazes de captar com alta eficiência os dados que servirão de base para o
monitoramento. Os materiais estão relacionados quadro 1.
23

Quadro 1: Materiais utilizados para criação do Protótipo.


Quantidade Materiais
1 Microcontrolador ESP 32- WROOM-32 D - WiFi / Bluetooth
2 Higrômetro - sensor de umidade do solo FC-28
2 Sensor de Temperatura LM-35
Fonte: Autores (2022)

3.2.1. Microcontrolador ESP 32 – WROOM-32 D – WIFI / Bluetooth:

Como componente principal, um microcontrolador responsável por fazer a


interface dos dados coletados com o usuário, e um sistema de monitoramento desses
dados.

• Com as seguintes especificações:


• Dois ou um núcleo(s) de CPU com frequência de clock ajustável, variando de
80 MHz a 240 MHz
• A potência de saída de +19,5 dBm garante um bom alcance físico
• Bluetooth clássico para conexões legadas, também suportando L2CAP, SDP,
GAP, SMP, AVDTP, AVCTP, A2DP (SNK) e AVRCP (CT)
• Suporte para perfis Bluetooth Low Energy (Bluetooth LE), incluindo L2CAP,
GAP, GATT, SMP e perfis baseados em GATT, como BluFi, SPP-like etc.
• Bluetooth Low Energy (Bluetooth LE) conecta-se a smartphones, transmitindo
beacons de baixa energia para fácil detecção
• A corrente do sono é inferior a 5 μA, tornando-o adequado para aplicações
alimentadas por bateria e eletrônicos vestíveis
• Os periféricos incluem sensores de toque capacitivos, sensor Hall, interface de
cartão SD, Ethernet, SPI de alta velocidade, UART, I2S e I2C
24

Figura 11: Microcontrolador ESP32

Fonte: https://www.saravati.com.br/placa-esp32-wifi-/-bluetooth-devkit-v1-30-pinos

3.2.2. Higrômetro - Sensor de Umidade do Solo Higrômetro:

O Sensor de Umidade do Solo - Higrômetro é um sensor que tem a capacidade


de detectar as variações de umidade presentes no solo com base na passagem de
corrente por suas hastes. O sistema funciona através de um circuito presente na
placa, esse circuito compara as variações de umidade do solo, podendo ser calibrado
através de um potenciômetro. A relação da resistência com a umidade do solo é
inversa, quanto menor a umidade do solo, maior é a resistência, e quanto maior for a
umidade do solo, menor será a resistência.
Com as seguintes especificações:

• Tensão de alimentação: 3,3 a 5,0 VDC;


• Sensibilidade: Ajuste via potenciômetro;
• Saída: Digital e analógica;
• Led indicador para tensão: Vermelho;
• Led indicador para saída digital: Verde;
• Dimensões sonda: 60 x 20 x 5 mm;
• Dimensões do módulo: 31,4 x 14 x 0,7 mm;
• Peso: 10g;
• Comparador: LM393;
• Datasheet: Sensor de Umidade do Solo - Higrômetro.
25

Figura 12: Higrômetro

Fonte: https://curtocircuito.com.br/sensor-de-umidade-do-solo.html

3.2.3. Sensor de Temperatura:

O sensor de temperatura LM-35 emite uma proporção linear com a temperatura


Celsius. O fator de saída, para obter a escala, é de 10mV/°C. Medindo a tensão de
sáida, no pino OUT, pode-se calcular a temperatura identificada pelo sensor.
Com as seguintes especificações:
• Descrição do fabricante: LM35
• Tensão de Alimentação: 4 - 30VDC
• Escala de medição: ºC - (Centígrados)
• Fator de escala: 10mV / ºC
• Range de resposta: -55ºC à 150ºC
• Precisão: 0,5ºC
• Consumo de corrente máximo: 60uA
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Figura 13: Sensor de Temperatura

Fonte: https://www.baudaeletronica.com.br/sensor-de-temperatura-lm35.html

3.3. Ambiente da pesquisa

A pesquisa será realizada em laboratório, para um monitoramento mais


preciso. Serão utilizados dois pares de amostras de solo de 1 m 2 contendo 20 cm de
profundidade ,que apresentem diferentes características no parâmetro estudado,
sendo ele,umidade (alta e baixa). Serão enviadas duas amostras diferentes para o
grupo controle e experimental, cada grupo receberá uma amostragem de solo com
alta e baixa umidade. Os dados serão coletados durante 7 dias, sendo 24h diárias.

3.4. Método

A proposta deste trabalho se baseia na comparação de dois sistemas que


verificam a acurácia de uma amostragem de solo, realizando assim, um
monitoramento e verificação de fertilidade.
Para efeito de comparação entre grupo controle e grupo experimental será
implementado um sistema contendo o sensor TEROS 11, para monitoramento da
umidade e temperatura da amostra e um sistema contendo dois sensores utilizados
para monitoramento de temperatura e umidade do solo, sendo eles, sensor
higrômetro (FC-28) responsável pela umidade e um sensor de temperatura (LM-35),
respectivamente.
27

No grupo controle, para criar a interface de leitura de dados com o usuário,


será conectado ao sensor TEROS-11, um registrador de dados datalogger ZL6, sendo
responsável por ler os dados enviados pelo sensor e anexá-los em um site específico
do fabricante (ZENTRA CLOUD), no qual o usuário terá acesso e poderá realizar seu
monitoramento.

No grupo experimental, tendo como parâmetro o sistema montado com os


componentes vendidos no mercado e operacionalizando as variáveis monitoradas,
iremos desenvolver um novo sistema com melhor custo benefício. Para isso,será
implementado aos sensores higrômetro e de temperatura, um microcontrolador
ESP32, responsável por fazer a interface dos dados coletados com o usuário, e um
sistema de monitoramento desses dados.

3.5. Montagem dos sensores

Para a montagem dos sensores nas amostras de terra primeiramente foi


necessário efetuar sua calibração. Após isso foi necessário programar o
micorcontrolador ESP32 para que o microcontrolador consiga se comunicar com os
sensores, além disso é necessário conectar o microcontrolador a rede de internet
local, patra que assim ele consiga realizar a coimunicação de dados com a plataforma
do aplicativo.
A partir disso os sensores serão dispostos na amostra de maneira que eles
executar suas funções. O sensor de temperatura foi colocado totalmente enterrado
na amostra, para que assim não ocorra interferências externas na medição. O sensor
de umidade precisa estar em contato com a água, então para isso ele foi colocado o
mais próximo possível do substrato da amostra para assim garantir a eficácia de suas
medições.
O aplicativo será baixado em um dispositivo móvel e conectado a nuvem na
qual estarão os dados coletados, a partir disso o monitoramento começará a ser feito
a distância.

3.6. Aplicativo
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A criação de um aplicativo é indispensável para conseguir acompanhar o


sistema de monitoramento e garantir sua eficácia, além de introduzir a Agricultura 4.0
na produção e trazer mais praticidade para o produtor para visualizar os dados das
condições de seu solo. Para seu desenvolvimento foi utilizado o blynk.io, uma
plataforma de desenolvimento de aplicativos “no code”, ou seja aplicativos que não
necessitam de programação, a própria plataforma gera o código do aplicativo e é
compatível com IOS e Android. Todos os dados coletados pelos sensores estarão
presentes neste aplicativo, o criador só terá o trabalho de organizar todos estes dados
da melhor forma possível, criando gráficos de temperatura, umidade e muitas outras
funcionalidades.
A vantagem desta plataforma é que não é necessário ter um vasto
conhecimento em programação, pois a própria plataforma já fornece o código pronto.
A figura abaixo exemplifica melhor o funcionamento do aplicativo, que consiste em
transmitir os dados coletados pelos sensores atráves de um servidor nas nuvens do
Blynk e estas informações são repassadas para o aplicativo, o qual pode ser
acessado por qualquer dispositivo Android ou IOS, caso não tenha nenhum dispostivo
Android ou IOS a nuvem pode ser acessada também por qualquer computador. A
imagem abaixo demonstra o fucionamento do aplicativo.

Figura 14: Funcionamento do aplicativo

Fonte: https://embarcados.com.br/introducao-ao-blynk-app/
29

4. REFERÊNCIAS:

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solos cultivados com videiras sob manejo orgânico e convencional no sul do Brasil.
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