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HISTÓRIA E NATUREZA NO VALE AMAZÔNICO: AS REPRESENTAÇÕES DAS

PLANTAS NOS “ADITAMENTOS” DO PADRE ECKART (1785)

Maurício José Quaresma Silva1


Graduando em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
E-mail: mauriciosilva1881@gmail.com
Orientador: Prof. Dr. Wesley Oliveira Kettle2
Resumo: Entre os séculos XV e XVIII, Espanha e Portugal iniciaram diversas discussões
diplomáticas acerca das suas fronteiras ultramarinas na América, realizando alguns acordos
diplomáticos, como o Tratado de Tordesilhas (1494), o Tratado de Utrecht (1713), o Tratado
de Madri (1750) e o Tratado de Santo Ildefonso (1777). No ano de 1750, as Coroas ibéricas
assinaram o Tratado de Madri, que estabeleceu as diretrizes para a política de demarcação e
ocupação das possessões espanhola e portuguesa na América ibérica. Por exemplo, Espanha e
Portugal selecionaram administradores coloniais, entre eles governadores, secretários,
ouvidores e demais oficiais da Coroa, homens de ciência, como astrônomos, cirurgiões,
desenhadores, engenheiros e médicos, e missionários religiosos, entre eles bispos e padres da
Igreja Católica, para o trabalho nas missões da Comissão Demarcadora de Limites. Além
disso, Espanha e Portugal utilizaram o princípio do uti possidetis e as “fronteiras naturais”
como referência para a definição dos limites territoriais na América. Por outro lado, esses
agentes demarcadores elaboraram descrições sobre os elementos naturais da Amazônia
colonial, como a fauna, a flora, o clima, a hidrografia e a paisagem, possibilitando o
desenvolvimento do conhecimento científico acerca da região amazônica. Nesse cenário, o
padre alemão Anselm Eckart (1721-1809) não apenas participou do trabalho religioso nas
aldeias missionárias do Estado do Grão-Pará e Maranhão entre os anos de 1753 e 1757, mas
também registrou as suas impressões sobre os animais, as plantas, o clima, os rios e as
paisagens do Vale Amazônico. Dessa forma, esta pesquisa analisa, sob a perspectiva da
História Ambiental, as representações das plantas amazônicas, entre elas o algodão, o cacau, o
cravo, a mandioca e o tabaco, nos relatos de viagem do padre alemão Anselm Eckart,
especificamente nos “Aditamentos à descrição das terras do Brasil” (1785), mobilizando
como referencial teórico-metodológico tanto os autores clássicos e contemporâneos dos
estudos históricos acerca do reformismo de fronteira, da Companhia de Jesus e da História
Ambiental quanto as fontes históricas sobre o período colonial na Amazônia.
Palavras-chave: Anselm Eckart; Flora Amazônica; História Ambiental; Relatos de viagem;
Vale Amazônico.

1 Graduando em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Membro do Grupo de Pesquisa História e
Natureza (GRHIN). E-mail: mauriciosilva1881@gmail.com. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/5623210266086964.
2 Graduado em História e Mestre em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Líder do Grupo de Pesquisa
História e Natureza (GRHIN) E-mail: wesleykettle@gmail.com. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9421187953739248.

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