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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

CAMPUS PAULO FREIRE


INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS

GIOVANNA FRANÇA BISPO DA GAMA

ALTERAÇÕES NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DOS MUNICÍPIOS DO


EXTREMO SUL DA BAHIA ENTRE 1990 E 2013

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
ABRIL – 2019
GIOVANNA FRANÇA BISPO DA GAMA

ALTERAÇÕES NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DOS MUNICÍPIOS DO


EXTREMO SUL DA BAHIA ENTRE 1990 E 2013

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado


Interdisciplinar em Ciências da Universidade
Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire,
como parte dos requisitos do Componente
Curricular Projeto Integrador III.

Orientador: João Batista Lopes da Silva

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
ABRIL – 2019
GIOVANNA FRANÇA BISPO DA GAMA

ALTERAÇÕES NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DOS MUNICÍPIOS DO


EXTREMO SUL DA BAHIA ENTRE 1990 E 2013

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências da


Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire como parte dos requisitos
do Componente Curricular Projeto Integrador III.

Aprovado: 24 de abril de 2019

__________________________________________

Prof. João Batista Lopes da Silva


Universidade Federal do Sul da Bahia
Orientador

______________________

Prof. Frederico Monteiro Neves


Universidade Federal do Sul da Bahia
Membro Convidado

_____________________________________

Prof. Wanderley de Jesus Souza


Universidade Federal do Sul da Bahia
Membro Convidado
Ao amado Pai Eterno
Aos meus pais, Alberto e Yonara
Ao meu irmão, Sávio

Dedico
AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus, toda honra e glória, pelo sustento diário, pelo vigor para
encarar os desafios, por todo alívio em cada sobrecarga e pela alegria de concluir esta
etapa, mais uma de muitas que ainda virão, por tudo o que foi conquistado até aqui,
“por que dele, por Ele e para Ele, são todas as coisas” (Rm 11:36).
À família Gama, sr. Gama, sra. Nara e Sávio, sou grata pelas palavras de
incentivo e compreensão nos momentos de aperto, privilégio mesmo é ter vocês.
Ao meu orientador, professor João Batista Lopes da Silva, pela oportunidade,
pelo empenho, zelo e paciência que teve a todo instante comigo. Por acreditar em
mim, confiar, encorajar e desafiar a conquistar o novo.
Ao grupo entusiasta que se dedica em desenvolver estudos agrícolas e
ambientais envolvendo a nossa região, Extremo Sul baiano. Leia-se aqui, a equipe
docente e colegas, amigos do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências do
Campus Paulo Freire.
Ao Fórum Florestal de Extremo Sul da Bahia pela disposição de dados concisos
e confiáveis.
À Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire e ao agente-
chave, fomentador da bolsa de auxílio à pesquisa, o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
A todos que estiveram ao meu lado no decorrer dessa trajetória, acreditando e
me incentivando a alçar voos maiores ainda.
ALTERAÇÕES NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DOS MUNICÍPIOS DO
EXTREMO SUL DA BAHIA ENTRE 1990 E 2013

RESUMO

A dinâmica da vegetação inclui as mudanças naturais e as antrópicas. As mudanças


antrópicas são geralmente muito mais impactantes e modificadoras da paisagem,
sendo a retirada da cobertura vegetal, a prática mais comum. A dinâmica e manejo da
vegetação afetam o regime hídrico local, podendo interferir tanto na sua manutenção
quanto na sua distribuição no planeta. Diante das alterações na apropriação de terras,
objetivou-se neste trabalho identificar como se deu as modificações no uso e
ocupação da terra no território de abrangência do Extremo Sul da Bahia, em treze
municípios entre 1990 e 2013. Os treze municípios foram: Alcobaça, Caravelas,
Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa,
Prado, Teixeira de Freitas e Vereda. Os dados de uso e ocupação do solo foram
cedidos pelo Fórum Florestal Regional no formato shapefile, para os anos de 1990;
1994; 2002; 2006; 2013. As classes de uso do solo foram: agricultura; área
úmida/várzea; área urbana; comunidade aluvial arbórea; eucalipto; floresta estágio
inicial; floresta estágio médio/avançado; instalações rurais; lagos, lagoas, represas;
manguezal; mussununga; pasto limpo; pasto sujo; restinga arbustiva; sistema viário;
e solo exposto. A análise dos dados foi realizada com ajuda do programa QGIS 2.18.
Paralelo ao desenvolvimento da monocultura (11,14% de sua área em 2013) na
região, se nota a redução das áreas de vegetação, tais como as florestas em estágio
inicial, médio e avançado, que juntas reduziram 6,76% de suas áreas no período
estudado. Os municípios: Itamaraju, Jucuruçu e Prado foram aqueles de maior grau
de degradação, visto que no ano inicial do estudo apresentavam as áreas de florestas
em estágio médio/avançado como predominantes, no entanto, em 2013 nota-se que
a ocupação é tomada por pastagem. Os índices de ocupação dos quatro municípios
(Alcobaça, Caravelas, Mucuri e Nova Viçosa) são alarmantes, uma vez que a cultura
do eucalipto expressa porcentagens superiores a 35% em cada um destes. A
dinâmica do solo, de maneira geral, demonstrou gradativo aumento da monocultura
na região em detrimento sobretudo, das pastagens, das florestas em diferentes
estágios e em menor escala, da agricultura.

Palavras-chave: Geoprocessamento, SIG, Landsat 5, RapidEye, Bahia.


ANALYSIS OF LAND USE OF THE EXTREME SOUTH BAHIA MUNICIPALITIES,
BRAZIL, BETWEEN 1990 AND 2013

ABSTRACT

The vegetal dynamics of a region over the years may include natural and anthropic
changes. In general, the anthropic changes causes larger impacts, because it
provoques modifications to the landscape, such as withdrawal of the vegetal cover.
The dynamics and management of vegetation affect the local water regime, which can
interfere in maintenance and distribution of its waters on the planet. Analysing of the
changes in land appropriation, the aim of this study was to identify how the changes in
land use and occupation occurred in the territory of the extreme south of Bahia in
thirteen municipalities between 1990 and 2013. The thirteen municipalities were:
Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto,
Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Teixeira de Freitas and Vereda. The data about the use
and occupation of soil were provided by the Regional Forestry Forum in the shapefile
format for the 1990s; 1994; 2002; 2006; 2013. The classes of land use were:
agriculture; wetland / floodplain; urban area; tree alluvial community; eucalyptus; early
stage forest; medium / advanced stage forest; rural facilities; lakes, ponds, dams;
mangrove; mussununga; clean pasture; dirty pasture; shrub restinga; road system; and
exposed soil. Data analysis was performed using the program named QGIS 2.18.
Parallel to the development of monoculture (up to 11.14% of its area in 2013) in the
region, there is a reduction of vegetation areas, such as early, middle and advanced
forests, which together reduced 6.76% in the period studied. The municipalities:
Itamaraju, Jucuruçu and Prado are considered to be those with the highest
degradation, since in the initial year of the study they presented the areas of medium /
advanced forest as predominant, however, in 2013 it is noticed that the occupation is
pasture. In 2013 the occupation rates of the four municipalities (Alcobaça, Caravelas,
Mucuri and Nova Viçosa) are alarming, since eucalyptus plantations express more
than 35% percentages in each one. The dynamics of the soil, in general, showed a
gradual increase of monoculture in the region to the detriment of pastures, forests in
different stages and, to a lesser extent, agriculture. In this paper, also are made
observations about the migration process of the pasturage between twenty-three years
(1990 to 2013).

Keywords: Geoprocessing, SIG, Landsat 5, RapidEye, Bahia.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Quadro resumo municípios da região Extremo Sul da Bahia ............................... 21

Tabela 2. Definição das classes de uso e ocupação do solo mapeadas na extensão territorial
do Extremo Sul baiano......................................................................................................... 22

Tabela 3. Classificação do uso e ocupação em Alcobaça, Bahia (1990 a 2013) .................. 25

Tabela 4. Balanço de ganho ou perda de área em Alcobaça, Bahia (1990 a 2013) ............. 25

Tabela 5. Classificação do uso e ocupação em Caravelas, Bahia (1990 a 2013) ................ 27

Tabela 6. Balanço de ganho ou perda de área em Caravelas, Bahia (1990 a 2013) ............ 28

Tabela 7. Classificação do uso e ocupação em Ibirapuã, Bahia (1990 a 2013).................... 30

Tabela 8. Balanço de ganho ou perda de área em Ibirapuã, Bahia (1990 a 2013) ............... 31

Tabela 9. Classificação do uso e ocupação em Itamaraju, Bahia (1990 a 2013) .................. 34

Tabela 10. Balanço de ganho ou perda de área em Itamaraju, Bahia (1990 a 2013) ........... 34

Tabela 11. Classificação do uso e ocupação em Itanhém, Bahia (1990 a 2013).................. 36

Tabela 12. Balanço de ganho ou perda de área em Itanhém, Bahia (1990 a 2013) ............. 37

Tabela 13. Classificação do uso e ocupação em Jucuruçu, Bahia (1990 a 2013) ................ 39

Tabela 14. Balanço de ganho ou perda de área em Jucuruçu, Bahia (1990 a 2013) ........... 40

Tabela 15. Classificação do uso e ocupação em Lajedão, Bahia (1990 a 2013) .................. 42

Tabela 16. Balanço de ganho ou perda de área em Lajedão, Bahia (1990 a 2013) ............. 42

Tabela 17. Classificação do uso e ocupação em Medeiros Neto, Bahia (1990 a 2013) ....... 45

Tabela 18. Balanço de ganho ou perda de área em Medeiros Neto, Bahia (1990 a 2013) ... 46

Tabela 19. Classificação do uso e ocupação em Mucuri, Bahia (1990 a 2013) .................... 48

Tabela 20. Balanço de ganho ou perda de área em Mucuri, Bahia (1990 a 2013) ............... 49
Tabela 21. Classificação do uso e ocupação em Nova Viçosa, Bahia (1990 a 2013) .......... 51

Tabela 22. Balanço de ganho ou perda de área em Nova Viçosa, Bahia (1990 a 2013) ...... 52

Tabela 23. Classificação do uso e ocupação em Prado, Bahia (1990 a 2013) ..................... 54

Tabela 24. Balanço de ganho ou perda de área em Prado, Bahia (1990 a 2013) ................ 55

Tabela 25. Classificação do uso e ocupação em Teixeira de Freitas, Bahia (1990 a 2013) . 58

Tabela 26. Balanço de ganho ou perda de área em Teixeira de Freitas, Bahia (1990 a
2013) ................................................................................................................................... 59

Tabela 27. Classificação do uso e ocupação em Vereda, Bahia (1990 a 2013) ................... 61

Tabela 28. Balanço de ganho ou perda de área em Vereda, Bahia (1990 a 2013) .............. 62

Tabela 29. Uso e ocupação solo no Extremo Sul baiano entre 1990 e 2013 ....................... 66

Tabela 30. Alterações municipais entre as principais classes (1990 a 2013) ....................... 67

Tabela 31. Uso e ocupação entre as principais classes na região (1990 a 2013) ................ 68
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa de localização dos municípios da região Extremo Sul da Bahia. ................. 19

Figura 2. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Alcobaça,
Bahia. .................................................................................................................................. 26

Figura 3. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Caravelas,
Bahia. .................................................................................................................................. 29

Figura 4. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Ibirapuã,
Bahia. .................................................................................................................................. 32

Figura 5. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Itamaraju,
Bahia. .................................................................................................................................. 35

Figura 6. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Itanhém,
Bahia. .................................................................................................................................. 38

Figura 7. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Jucuruçu,
Bahia. .................................................................................................................................. 41

Figura 8. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Lajedão,
Bahia. .................................................................................................................................. 44

Figura 9. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Medeiros
Neto, Bahia. ......................................................................................................................... 47

Figura 10. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Mucuri,
Bahia. .................................................................................................................................. 50

Figura 11. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Nova Viçosa,
Bahia. .................................................................................................................................. 53

Figura 12. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Prado, Bahia.
............................................................................................................................................ 57

Figura 13. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Teixeira de
Freitas, Bahia....................................................................................................................... 60

Figura 14. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Vereda,
Bahia. .................................................................................................................................. 63

Figura 15. Mapas de uso do solo no território do Extremo Sul da Bahia entre 1990 e 2013. 65

Figura 16. Evolução das principais classes na região (1990 a 2013) ................................... 67
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14


1.1.1 Objetivos específicos ................................................................................ 14

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO............................................................................................... 15

2.1 A região do Extremo Sul baiano ...................................................................... 15


2.2 Uso e ocupação do solo .................................................................................. 16
2.3 Geoprocessamento e sensoriamento remoto .................................................. 17

3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................. 19

3.1 Caracterização da área de estudo ................................................................... 19


3.2 Procedimentos metodológicos ......................................................................... 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 24

4.1 Município de Alcobaça ..................................................................................... 24


4.2 Município de Caravelas ................................................................................... 27
4.3 Município de Ibirapuã....................................................................................... 30
4.4 Município de Itamaraju..................................................................................... 33
4.5 Município de Itanhém....................................................................................... 36
4.6 Município de Jucuruçu ..................................................................................... 39
4.7 Município de Lajedão ....................................................................................... 42
4.8 Município de Medeiros Neto ............................................................................ 45
4.9 Município de Mucuri ......................................................................................... 48
4.10 Município de Nova Viçosa ............................................................................. 51
4.11 Município de Prado ........................................................................................ 54
4.12 Município de Teixeira de Freitas .................................................................... 58
4.13 Município de Vereda ...................................................................................... 61
4.14 Território Extremo Sul da Bahia ..................................................................... 64

5. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 69

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 70


12

1. INTRODUÇÃO

O solo é um componente essencial para a manutenção da vida terrestre, pois,


sendo a camada superficial mais próxima dos seres viventes, os sustenta em todos
os sentidos (Muggler, et al., 2006). Toda sua extensão é composta de materiais tanto
de origem orgânica, como os restos de animais e vegetais, quanto de origem
inorgânica, como substratos minerais. O nordeste brasileiro destaca-se pela
diversidade de solos que apresentam forte potencial fértil para plantios diversos.
A dinâmica da vegetação inclui as mudanças naturais e as antrópicas. As
mudanças antrópicas são geralmente muito mais impactantes e modificadoras da
paisagem, sendo a retirada da cobertura vegetal, a prática mais comum (Linhares,
2005). A dinâmica e manejo da vegetação afetam o regime hídrico local, podendo
interferir tanto na sua manutenção quanto na sua distribuição no planeta, haja vista
que o desenvolvimento radicular contribui para a penetração de água no solo (Vieira,
2000).
É notório que cada vez mais espaços de floresta são derrubados no Brasil, seja
devido ao crescimento das cidades, implantação de atividades agrossilvopastoris, ou
retirada dos recursos florestais para utilização dos mesmos. No Extremo Sul da Bahia
tal perspectiva não é diferente, além da expansão territorial de cidades devido ao
crescimento populacional, é comum o desenvolvimento das culturas agrícolas,
principalmente da melancia, café, mamão e cultivos de eucalipto (eucalyptos sp.),
sendo estes os fatores que modificaram o território regional nos últimos vinte anos.
De acordo com Amorim (2007), a partir da segunda metade do século XX, a região
Extremo Sul é inserida na dinâmica econômica do estado da Bahia, desta forma,
sofrendo grandes transformações na produção econômica e na divisão territorial
municipal, tendo como consequência um crescimento demográfico acelerado,
proveniente principalmente de fluxos migratórios.
O crescente aumento da população urbana neste período exige do meio, uma
maior demanda dos recursos naturais, o que contribui para uma mudança significativa
no cenário da “paisagem natural”, já que o processo de urbanização tende a ocupar
espaços do campo, demandando mais monitoramento destas alterações.
Desta forma, o uso inadequado do solo têm sido um dos principais fatores
agravantes da aceleração de processos erosivos, assim como a perda de fertilidade
dos solos agricultáveis, poluição de corpos hídricos, assoreamento de barragens e
13

aumento das frequências de vazões de enchentes, ou máximas (Latuf, 2007). Com o


acelerado crescimento populacional a demanda por novas áreas aumenta, seja para
suprir a necessidade de moradias ou para a execução de certas atividades. Isto
provoca, em muitas situações, a ocupação desordenada de áreas e o uso
descontrolado de recursos naturais (Nascimento & Fernandes, 2017).
Como se nota, a interferência humana, no que diz respeito a forma de uso do
solo abarca em grande parte, as alterações mais significativas no meio natural
ocorridas ao longo do tempo. Por essa razão, a determinação do uso e cobertura da
terra é fundamental na avaliação ambiental de uma região, permitindo um diagnóstico
bem circunstanciado e confiável, o qual pode ser útil no futuro para tomada de
decisões (Espinoza e Abraham, 2005).
A prática do sensoriamento remoto, juntamente com o geoprocessamento de
imagens de satélites, tem se tornado ferramentas versáteis e úteis na caracterização
do espaço geográfico, uma vez que suas técnicas permitem uma representação
precisa do território, possibilitando identificar, mapear, delimitar e ainda analisar
imagens entre períodos, para diversos fins. Leão (2007) afirma que “as imagens
derivadas de produtos do sensoriamento remoto são excelentes fontes de dados para
produzir mapas de uso e cobertura da terra”. No que tange as aplicabilidades, Souza
(2010, p.24) destaca que,

Dados de sensoriamento remoto são altamente críticos para a modelagem


de processos naturais (mudanças climáticas, eutrofização, desertificação,
desastres naturais etc.) ou causados pelo homem (desflorestamento,
poluição, expansão urbana, deslizamentos etc.).

Diante da importância da temática, o presente trabalho se preocupa em


desenvolver por meio da tecnologia de sensoriamento remoto, um levantamento que
busca conhecer as alterações no uso e ocupação do solo em treze municípios do
Extremo Sul da Bahia no período entre 1990 a 2013.
14

1.1 Objetivo Geral

Objetivou-se com este trabalho verificar a dinâmica decorrente das alterações


no uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 em treze municípios do Extremo Sul da
Bahia.

1.1.1 Objetivos específicos


 Identificar principais ocupações de solo na região; e
 Evidenciar o percentual da vegetação nativa preservada na região como
também o percentual relativo a redução desta (degradação).
15

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 A região do Extremo Sul baiano

Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica (2012), o bioma Mata Atlântica –


predominante na região Extremo Sul baiano - comporta em seu seio uma diversidade
grandiosa tanto de fauna quanto de flora, caracterizada por um mosaico de vegetação
definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista, florestas estacionais
deciduais e semideciduais; campos de altitude, mangues e restingas. Na região
Extremo Sul, percebe-se ainda que a paisagem é subdivida entre áreas de
concentração urbana e o campo, destinado em maior parte, à produção da pecuária
bovina e agricultura, com o cultivo do mamão, cacau, café, coco-da-baía, abacaxi,
melancia, mandioca e eucalipto.
O processo de ocupação e povoamento efetivado pelos portugueses dessa
parte do território baiano se iniciou a partir do litoral, com a criação de povoados, vilas
e cidades com fins de defesa, comércio e administração colonial. Os primeiros núcleos
de ocupação, ainda de caráter provisório, surgiram em Porto Seguro e Caravelas
quando o governo português apenas realizava expedições para extrair os recursos
naturais da área, principalmente o pau-brasil (Amorim, 2007).
A partir da segunda metade do século XX, a lógica do modo de produção
capitalista espalha-se por todo o Extremo Sul baiano, transformando rapidamente a
paisagem, as relações sociais e econômicas da região. Corresponde basicamente ao
período da expansão do capital madeireiro que inicia intensamente a devastação dos
recursos naturais, a partir dos anos de 1950, mas, sobretudo nos anos de 1970, até a
implantação dos projetos industriais de reflorestamento de eucalipto nas décadas de
1980 e 1990. Isto insere a região na lógica da acumulação nacional e internacional
como espaço produtor de papel e celulose para os mercados interno e externo
(Oliveira, et al., 2007).
Com a chegada da BR 101, em 1973, houve significativo avanço nos processos
econômicos locais, tendo como efeito o fim do isolamento econômico e físico,
impulsionando a formação de uma nova configuração do espaço regional e uma série
de transformações ambientais, sociais e demográficas (Oliveira, et al., 2007).
Car (1994) apud. Amorim (2007), a implantação do transporte rodoviário e baixo
valor das terras, associadas os incentivos dos governos estaduais e as altas
16

potencialidades naturais da região, atraíram diversos agentes econômicos tais como:


madeireiros, pecuaristas, agricultores e industriais do setor de celulose e papel.
A mesoforma caracterizada na região diz respeito a floresta ombrófila densa e
a floresta estacional semidecidual, apresentando, de acordo com Amorim (2007), o
estrato superior composto de grandes árvores, com altura em torno de 30 metros,
emergindo sobre um estrato relativamente mais baixo (cerca de 20 m). A submata,
formada em grande parte por indivíduos de regeneração arbórea dominante, distribui-
se espaçadamente, permitindo até certo ponto uma fácil locomoção no interior da
floresta.
O litoral da região abarca o ecossistema costeiro, restinga e manguezal. A
restinga apresenta duas fisionomias: a arbórea e a herbácea, sua formação florística
é relativamente simples, as árvores e arvoretas com altura em torno de 7 metros
apresentam copas bastante regulares, submata densa e certa abundância de epífitas.
Em segundo plano têm-se os cordões litorâneos propriamente ditos, raramente
atingidos pelas marés, onde se denominam caméfitas e microfanerófitas (arbustos),
caracterizando a restinga arbustiva. As áreas de mangue por sua vez, são
caracterizadas sob influências das oscilações das marés, normalmente com
gleissolos, que ocupam o estuário de certo rios, onde desenvolve-se uma comunidade
seral arbórea, cujas espécies mais frequentes são bastante homogêneas, repetindo-
se ao longo de todo o litoral brasileiro (Amorim, 2007).
A aceleração na ocupação nos últimos anos ocasionou na diminuição brusca
da área de Mata Atlântica no Extremo Sul baiano. Fazendo uma retrospectiva
observa-se que restam poucos remanescentes florestais. Nas áreas ocupadas pela
pecuária, poucos testemunhos da antiga floresta são visualizados, tendo-se extensas
superfícies totalmente desflorestadas e transformadas em pastagens, estas ora muito
bem manejadas, ora inteiramente abandonadas e invadidas pela sambambaia-açu
(Pteridium aquilinum). O desmatamento altera a dinâmica do uso da terra, mas
também interfere nos processos morfogenéticos do modelado, desta forma
acentuando a fragilidade ambiental da região (Amorim, 2007).

2.2 Uso e ocupação do solo

Tem se tornado cada vez mais notório que o desenvolvimento urbano


apresenta permanente conflito com o meio ambiente, decorrente de razões
econômicas e, muitas vezes, pela ausência de planejamento de ocupação. Com a
17

caracterização do meio, pretende-se coordenar as ações dos setores públicos e


privados que resultam em impactos para o meio ambiente nas formas de ocupação
territorial (Espinoza e Abraham, 2005).
Para salientar o impacto que ocorre quando se altera a cobertura do solo,
Bertoni e Lombardi Neto (1999) desenvolveram um estudo sobre o efeito do uso do
solo sobre as perdas por erosão, os resultados revelaram que um solo coberto por
mata, em condições normais, perde pela erosão uma camada de 15 cm em 440.000
anos, quando o mesmo solo está coberto por pastagem, o desgaste dessa mesma
camada é feito em 4.000 anos. Quando a cobertura é uma planta perene do tipo café,
o desgaste se faz em 2.000 anos. Por fim, quando a cobertura é de uma cultura anual,
do tipo algodão, tal desgaste leva apenas 70 anos.
Desta forma, a análise temporal do uso e ocupação do solo se torna um
elemento chave para a compreensão do potencial de desenvolvimento sustentável de
um território, sendo uma ferramenta importante para a definição de políticas públicas
orientadas para o paradigma da sustentabilidade (Sachs, 2000).

2.3 Geoprocessamento e sensoriamento remoto

Ao pensar que há três décadas a obtenção da uma posição geográfica em


qualquer lugar do mundo estava na mão de profissionais especializados que
precisavam de equipamentos sofisticados para realizarem medições que levavam dias
ou meses, sem contar o tempo dedicado ao cálculo das coordenadas finais, nos
surpreendemos ao constatar que qualquer um de nós com um simples smartphone
obtém hoje esta posição – ainda que não seja de alta precisão - em poucos segundos
(Augusto, et al., 2015).
O geoprocessamento disponibiliza ferramentas, recursos e dados, para que
através destes seja possível determinar a evolução temporal e espacial de um
determinado fenômeno geográfico e sua inter-relação com os demais cenários.
O sensoriamento remoto é a aquisição de informações sobre um objeto por um
sensor que está a certa distância desse objeto. O produto do sensoriamento remoto
são as imagens digitais orbitais e o uso destas para o mapeamento do uso do solo
tornou-se uma ferramenta de grande importância, uma vez que possibilita a análise
das mudanças ocorridas na superfície terrestre, além do monitoramento dos recursos
naturais (Silva et al., 2005).
18

As imagens derivadas de produtos do sensoriamento remoto são ótimas fontes


de dados para produzir mapas de uso e cobertura da terra. Estes mapas são gerados
a partir de técnicas de processamento de imagens, como a classificação digital (Leão,
2007).
19

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

O Extremo Sul da Bahia é considerado a região com as mais antigas áreas de


ocupação e povoamento do Brasil. De acordo com o levantamento feito pela
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia o argissolo vermelho-
amarelo é a classe de maior ocorrência na região e a floresta ombrófila densa, a qual
compõe a vegetação secundária e atividades agrícolas, representa a cobertura
vegetal predominante na região (Sei, 2008). O eixo econômico Extremo Sul baiano é
composto por vinte e um municípios, o presente trabalho subsidia treze que se incluem
na mesorregião Sul baiano e microrregião de Porto Seguro. As cidades contempladas
no presente estudo foram: Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém,
Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Teixeira de Freitas e
Vereda (Figura 1).

Fonte: arquivo pessoal.


Figura 1. Mapa de localização dos municípios da região Extremo Sul da Bahia.

A cidade de Alcobaça está localizada sob as coordenadas 17º 31' 10"S e 39º
11' 44”O, com área territorial equivalente a 1.480,7 km2, população de 21.271
20

habitantes (IBGE, 2010). A cidade de Caravelas está localizada sob as coordenadas


17º 43' 55"S e 39º 15' 57”O. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas – IBGE, em 2010 a população do município era de 21.414 habitantes, e
sua área territorial equivalente a 2.396 km2.
Ibirapuã possui 785 km2 de área territorial, em 2010 sua população era de 7.956
habitantes da localidade (IBGE, 2010), está localizada sob as coordenadas 17º 41'
16"S e 40º 06' 33”O. A cidade de Itamaraju, fica em 112 metros de altitude sob
coordenadas 17º 02’ 21’’S e 39º 31’ 52’’W, possui 63.069 habitantes e 2.368 km2 de
área territorial (IBGE, 2010). Itanhém corresponde a área de 1.444 km2 incluindo o
distrito de Ibirajá com população de 20.216 habitantes (IBGE, 2010), sob as
coordenadas 17º 09' 59"S e 40º 19' 48”O.
Jucuruçu, antes distrito de Itamaraju, em 1989 foi elevado à categoria de
município, seu território se estende por 1.437 km2 com 10.290 pessoas (IBGE, 2010),
sob as coordenadas 16º 50' 34"S e 40º 09' 32”O. Lajedão, localizado sob as
coordenadas 17º 36' 49" S e 40º 20' 41" O, na divisa dos estados Bahia e Minas, antes
distrito de Caravelas em 1963 foi elevado à categoria de município, com área territorial
de 613,64 km2, em 2010 sua população correspondia a 3.733 pessoas (IBGE, 2010).
A cidade de Medeiros Neto está localizada sob as coordenadas 17° 22' 26" S
e 40° 13' 15" O. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas –
IBGE, em 2010 a população do município era de 21.560 habitantes e sua área
territorial equivalente a 1.245 km2. O território de Mucuri, localizado sob as
coordenadas 18º 05’ 11’S e 39º 33’ 03’’O, foi fundado em 1769, emancipado em 1931,
possui 1.780 km2, responde por três distritos, sendo estes, Ibiranhém, Itabatã e
Taquarinha. Cercado pelo bioma Mata Atlântica no clima tropical, favorece a pesca, a
agricultura, o turismo (Zona Turística Costa das Baleias) e a multinacional Suzano na
produção do papel e celulose, representam assim, atividades centrais da localidade.
Mucuri é a última cidade da Bahia no sentido Sul, faz fronteira com o estado do Espírito
Santo, ao norte à Oeste com o estado de Minas Gerais e à Leste é banhada pelo
Oceano Atlântico.
O município de Nova Viçosa está localizado na zona turística Costa das
Baleias, sob coordenadas 17º 53’ 31’’S e 39º 22’ 19’’O, possui área territorial de 1.317
km2 com população de 38.556 (IBGE, 2010). Nova Viçosa administra três distritos,
são eles, Argolo, Helvécia e Posto da Mata. É uma cidade histórica com 298 anos de
ocupação, destes apenas 55 anos de emancipada, abrange parte do litoral leste
21

brasileiro, o turismo de observação é uma atividade forte na região, já que as baleias


jubarte em determinada época do ano, surgem para amamentar e se reproduzir em
mares locais.
A cidade litorânea de Prado encontra-se na zona turística da Costa das Baleias,
privilegiada pelas belas praias, está localizada sob as coordenadas 17º 20' 28”S e 39º
13' 15"O, estando a uma altitude de quatro metros. Responde pelo distrito de
Cumuruxatiba. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE,
possui área territorial equivalente a 1.687,342 km2 (em 2010). Com 132 anos de
emancipação, sua população registrada em 2010 foi de 27.627 pessoas.
A cidade de Teixeira de Freitas, conhecida popularmente como ‘capital do
Extremo Sul’, está localizada sob as coordenadas: 17º 32’ 0’’S e 39º 44’ 31’’W,
registrou, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE
(2010), população 138.341 habitantes e área territorial equivalente a 1.165 km2.
Apesar de ter apenas 32 anos de emancipada é considerada referência devido seu
desenvolvimento vertiginoso, possui relevância regional, com destaque para a melhor
colocação – entre os treze municípios estudados – no ranking estadual de IDH (Tabela
1). O município de Vereda, que a priori administrada por Prado, foi em 1989 instituída
como município, localizada sob as coordenadas 17º 13' 21"S e 40º 05' 06”O, possui
extensão territorial de 828 km2 com população de 6.800 pessoas (IBGE, 2010).

Tabela 1. Quadro resumo municípios da região Extremo Sul da Bahia


Área Ranking
Município Emancipação
Territorial
População IDH estadual
Latitude Longitude
Teixeira de Freitas 1985 1.153,0 138.341 0,685 14 17º32’0"S 39º44’31"O
Mucuri 1931 1.780,05 36.026 0,665 33 18º05’11"S 39º33’03"O
Nova Viçosa 1962 1.325,34 38.556 0,654 41 17º53’31"S 39º22’19"O
Itanhém 1958 1.444,66 20.216 0,637 53 17º09'59"S 40º19'48"O
Lajedão 1962 613,64 3.733 0,632 64 17º36'49"S 40º20'41"O
Itamaraju 1961 2.368,43 63.069 0,627 72 17º02’21"S 39º31’52"O
Medeiros Neto 1958 1.245,46 21.560 0,625 76 17°22'26"S 40°13'15"O
Prado 1896 1.663,28 27.627 0,621 87 17º20'28"S 39º13'15"O
Caravelas 1855 2.390,85 21.414 0,616 99 17º43'55"S 39º15'57"O
Ibirapuã 1962 785,62 7.956 0,614 108 17°41'16"S 40º06'33"O
Alcobaça 1772 1.473,79 21.271 0,608 125 17º31'10"S 39º11'44"O
Vereda 1989 828,21 6.800 0,577 268 17º13'21"S 40º05'06"O
Jucuruçu 1989 1.437,71 10.290 0,541 394 16º50'34"S 40º09'32"O
Região Extremo Sul 18.510,03
Fonte: IBGE, 2010.
22

3.2 Procedimentos metodológicos

Os dados referidos à tamanho da área, extensão e delimitação das classes de


uso e ocupação do solo foram cedidos pelo Fórum Florestal Regional - oriundos de
Diálogos Florestais do Extremo Sul da Bahia - para confecção de mapas como
também de dados tabulados. Para delimitação da área, foram usados arquivos
vetoriais (no formato shapefile). Na análise espaço-temporal, foram considerados
cinco anos: 1990; 1994; 2002; 2006; 2013.
A captação das imagens foi recolhida através de dois diferentes satélites:
Landsat 5, sensor TM (Thematic Mapper) com resolução espacial de 30 metros e
exclusivamente no ano de 2013 as imagens foram captadas pelo satélite RapidEye
que apresenta uma maior definição espacial (5 metros), por essa razão, nota-se a
diferença no nível de detalhamento na classificação do ano de 2013. O processo de
mapeamento foi desenvolvido por meio da classificação manual. Na montagem dos
mapas, utilizou-se o programa QGIS versão 2.18.9.
As seguintes classes de uso do solo delimitadas neste estudo foram: agricultura
(nesta inclui-se áreas de café, cana-de-açúcar e citrus); área úmida/várzea; área
urbana; comunidade aluvial arbórea; eucalipto; floresta estágio inicial; floresta estágio
médio/avançado; instalações rurais; lagos, lagoas, represas; manguezal;
mussununga; pasto limpo; pasto sujo; restinga arbustiva; sistema viário (principais); e
solo exposto (Tabela 2).

Tabela 2. Definição das classes de uso e ocupação do solo mapeadas na extensão territorial do
Extremo Sul baiano
Classe Geral Classe Detalhada Definição
Corpo de água Corpo de água Rios, córregos, lagoas, etc.
Vegetação secundária, em estágio inicial de sucessão, com
Floresta em estágio
árvores esparsas, presença de espécies exóticas e elevado grau
inicial
de degradação.
Vegetação florestal primária em estágio, ou seja, mais
Floresta em estágio preservada, sendo composta por indivíduos arbóreos com altura
médio/avançado média superior a 20 m, chegando o dossel a atingir 30 m em
Vegetação algumas regiões, sendo que as emergentes podem atingir 40 m.
Natural Comunidade aluvial Florestas naturalmente inundáveis por enchentes de rios ou pelo
Florestal arbórea encharcamento do solo.
Áreas de produção florestal onde predomina o plantio da
seringueira. Em algumas regiões foram registradas outras
Seringal
culturas agrícolas produzidas à sombra dos seringais, como por
exemplo, o cacau.
Eucalipto Silvicultura de Eucalipto.
Matriz Florestal Restinga arbustiva Vegetação sob cordão arenoso, em estágio herbáceo/arbustivo.
23

Ambiente de transição entre os ambientes terrestres e marinhos


Eucalipto Manguezal e é caracterizado por encontrar-se em áreas de água salobra,
desembocadura de rios.
Vegetação herbácea encontrada sobre solo arenoso pobres
Mussununga (oligotróficos) e encharcado, recoberto por uma laje impermeável
de coloração escura.
Em geral, são rochas graníticas, com pouca cobertura vegetal,
Afloramento Rochoso sendo esta, quando presente, composta por bromélias, cactos e
outras plantas adaptadas a regiões com pouco solo.
Vegetação Terras planas, próximas ao fundo do vale de um rio,
Natural Aberta
Área úmida/várzea inundadas quando o escoamento do curso de água
excede a capacidade normal do canal.
Áreas predominantemente cobertas por pastagens isentas de
Pasto limpo
estruturas herbáceo dedicadas a atividade pecuária.
Áreas predominantemente cobertas por pastagens, onde
estruturas herbáceo-arbustivas são frequentes, ocorrendo em
Pasto Sujo
algumas condições à presença de árvores isoladas ou mesmo
pequenas manchas arbóreas com porte inferior a 5 m de altura.
Produção agrícola de culturas de melancia, mandioca, café,
Agricultura
cana-de-açúcar e citrus.
Área Urbana Núcleos urbanos, cidades ou vilas rurais.
Construções em áreas rurais que se destinam a aplicação de
Matriz Aberta Instalações rurais
atividades agrossilvopastoris.
Sistema viário
Vias pavimentadas fora das áreas urbanas.
(principais)
Solo exposto Áreas sem nenhum tipo de vegetação.
Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (2012).
24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A vegetação nativa é compreendida neste estudo como a união das classes de


comunidade aluvial arbórea e florestas em diferentes estágios. Para a pastagem em
algumas análises, foi considerado a soma das classes de pasto sujo e pasto limpo. A
agricultura corresponde majoritariamente as culturas de melancia, mandioca, café,
cana-de-açúcar e citrus. O fato que justifica a oscilação da agricultura é entendido na
sazonalidade deste tipo de ocupação, também sendo levado em conta os índices
pluviométricos, que condicionam o desenvolvimento ou a regressão das áreas
agricultáveis.

4.1 Município de Alcobaça

No ano de 1990 a ocupação predominante era a classe de eucalipto,


representando 25,6% da área, seguido da comunidade aluvial arbórea com 23,95%
(Figura 2 e Tabela 3). De 1990 para 1994 ocorreram poucas alterações, porém foi
registrado um grande aumento das áreas de eucalipto, com maior destaque para o
intervalo de 2002 a 2006, tendo aumento de 12,2% de sua área, este aumento
representa o maior ganho de área de uma classe em todo o estudo na cidade de
Alcobaça (Tabela 4). Conforme colocam Almeida et al. (2008) quando se observa o
crescente avanço da silvicultura de eucalipto e a grande produção alcançada na
região, pode-se fazer uma correlação direta dessa produção com a disponibilidade de
terras no espaço rural.
Entre 1994 e 2002 o pasto sujo perdeu 5,53%, a agricultura 7,2%, a
comunidade aluvial arbórea 2,15% de área, o que coincidiu com o segundo maior
incremento da área de eucalipto, contabilizou mais 8% de área no ano de 2002. A
ocupação pela atividade agrícola – constituída principalmente por culturas de
subsistências, maracujá, melancia, mamão e coco-da-baía (Spanghero & Oliveira,
2017) – sofreu uma queda expressiva, quando em 1990 apresentava 10,54% de área,
passa a ter apenas 1,87% em 2013 (Tabela 3). Essas mudanças podem ser
justificadas pela modificação comercial no uso da terra.
Entre 2002 e 2006 a agricultura cresceu pouco, 1,21%, enquanto que a floresta
em estágio inicial apresentou decréscimo de -2,16% e as pastagens (suja e limpa)
reduziram juntas -12,93%.
25

No período de 2006 a 2013 a comunidade aluvial arbórea registra sua perda de


área de -4,56%, no mesmo intervalo observam-se os maiores aumentos de área do
pasto limpo, mais 6,26% e do pasto sujo mais 5,81%. Nesta tendência, Spanghero &
Oliveira (2017) ainda relatam que a forma de uso da terra predominante no município
em 2015 era a pastagem, com 37,68%, seguida do Eucalipto com 37,33%,
corroborando com os dados deste trabalho em 2013. Ao decorrer dos anos estudados
no presente trabalho, houve modificações na ocupação, no entanto não foram
relativamente altas a ponto de ultrapassar a predominância das áreas de eucalipto,
ainda com destaque para o ano de 2006 onde alcançou 47,17% da área do município.
É clara a relação entre a redução das classes naturais em detrimento do aumento de
área dos sistemas antropizados.

Tabela 3. Classificação do uso e ocupação em Alcobaça, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Agricultura 155,40 10,54 184,80 12,54 78,69 5,34 96,58 6,55 27,56 1,87
Área úmida/várzea 37,29 2,53 37,06 2,51 52,88 3,59 49,90 3,39 72,31 4,91
Área urbana 1,48 0,10 1,48 0,10 2,67 0,18 4,55 0,31 6,56 0,45
Campo rupestre 5,03 0,34 5,02 0,34 6,54 0,44 0,00 0,00 4,66 0,32
Comunidade aluvial arbórea 353,04 23,95 329,98 22,39 298,26 20,24 301,08 20,43 233,93 15,87
Eucalipto 377,25 25,60 385,61 26,16 515,31 34,96 695,18 47,17 563,44 38,23
Floresta estágio inicial 57,77 3,92 36,04 2,45 56,79 3,85 24,94 1,69 12,22 0,83
Floresta estágio médio/avançado 71,05 4,82 68,72 4,66 57,46 3,90 63,17 4,29 105,69 7,17
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,32 0,36
Lagos, lagoas, represas 6,70 0,45 6,70 0,45 7,47 0,51 7,77 0,53 6,72 0,46
Manguezal 0,00 0,00 0,00 0,00 10,98 0,75 25,25 1,71 9,50 0,64
Mussununga 1,06 0,07 1,06 0,07 1,68 0,11 2,76 0,19 24,70 1,68
Pasto limpo 48,09 3,26 58,17 3,95 109,85 7,45 38,97 2,64 131,26 8,91
Pasto sujo 302,48 20,52 308,74 20,95 227,22 15,42 107,54 7,30 193,12 13,10
Restinga arbustiva 52,52 3,56 45,76 3,10 44,78 3,04 49,18 3,34 76,03 5,16
Sistema viário (principais) 4,63 0,31 4,65 0,32 3,21 0,22 3,61 0,24 0,18 0,01
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,31 0,22 0,58 0,04
Total 1473,79 100,00 1473,79 100,00 1473,79 100,00 1473,79 100,00 1473,79 100,00

Tabela 4. Balanço de ganho ou perda de área em Alcobaça, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Agricultura 29,40 1,99 -106,11 -7,20 17,89 1,21 -69,02 -4,68
Área úmida/várzea -0,23 -0,02 15,82 1,07 -2,98 -0,20 22,41 1,52
Área urbana 0,00 0,00 1,19 0,08 1,88 0,13 2,01 0,14
Campo rupestre -0,01 0,00 1,52 0,10 -6,54 -0,44 4,66 0,32
Comunidade aluvial arbórea -23,06 -1,56 -31,72 -2,15 2,82 0,19 -67,15 -4,56
Eucalipto 8,36 0,57 129,70 8,80 179,87 12,20 -131,74 -8,94
Floresta estágio inicial -21,73 -1,47 20,75 1,41 -31,85 -2,16 -12,72 -0,86
Floresta estágio médio/avançado -2,33 -0,16 -11,26 -0,76 5,71 0,39 42,52 2,89
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,32 0,36
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,77 0,05 0,30 0,02 -1,05 -0,07
Manguezal 0,00 0,00 10,98 0,75 14,27 0,97 -15,75 -1,07
Mussununga 0,00 0,00 0,62 0,04 1,08 0,07 21,94 1,49
Pasto limpo 10,08 0,68 51,68 3,51 -70,88 -4,81 92,29 6,26
Pasto sujo 6,26 0,42 -81,52 -5,53 -119,68 -8,12 85,58 5,81
Restinga arbustiva -6,76 -0,46 -0,98 -0,07 4,40 0,30 26,85 1,82
Sistema viário (principais) 0,02 0,00 -1,44 -0,10 0,40 0,03 -3,43 -0,23
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 3,31 0,22 -2,73 -0,19
26

Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 2. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Alcobaça, Bahia.
27

4.2 Município de Caravelas

Entre os anos de 1990 e 1994 a redução mais drástica foi a do pasto sujo em
menos 6,57%, em contrapartida, houveram ganhos de 4,47% nas áreas de eucalipto
e ainda 3,09% em áreas agricultáveis (Figura 3). No período subsequente, de 1994 a
2002, a área de pastagem suja continuou caindo, desta vez em menos 11,78%,
registra-se ainda perda para a floresta em estágio inicial, menos 1,10%, enquanto que
os ganhos se mantiveram para as mesmas classes, desta vez mais 5,68% para a
agricultura e 5,35% para a monocultura do eucalipto (tabelas 5 e 6).
Entre 2002 e 2006 foi registrado o maior acréscimo de área de eucalipto em
Caravelas, 17,36%. Neste mesmo período também ocorreu a maior perda de área no
município de Caravelas, foram menos 14,46% da pastagem suja, diferentemente da
pastagem limpa, a qual foi registrada com ganho de 3,84%. Também com saldo
positivo destaca-se a classes de restinga arbustiva com acréscimo de 9,71% em sua
área. Por outro lado, áreas como a agricultura e a comunidade aluvial arbórea
mostraram-se com déficit, menos 6,52% e menos 1,98% respectivamente.
No último intervalo estudado, de 2006 a 2013, a pastagem limpa continua se
expandindo, desta vez com mais 6,21%, as florestas em estágio médio/avançado
também registraram ganho de 5,29%. As áreas de eucalipto caíram 3,43% percentual
menor em relação a perda da comunidade aluvial arbórea, que foi de menos 4,5%.
Ainda se observa uma substituição nas áreas de agricultura, a qual reduziu 2,9% para
áreas úmidas, que obtiveram ganho de 2,87%.
Em termos gerais, nota-se que o município de Caravelas tinha como classe
dominante em 1990 a pastagem suja, ao final do estudo, essa área reduziu
consideravelmente, sendo ocupada em maior parte no ano de 2013, pela cultura do
eucalipto.

Tabela 5. Classificação do uso e ocupação em Caravelas, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Agricultura 123,85 5,18 197,77 8,27 333,51 13,95 177,74 7,43 108,36 4,53
Área úmida/várzea 83,65 3,50 72,46 3,03 81,98 3,43 80,55 3,37 149,26 6,24
Área urbana 0,32 0,01 0,32 0,01 1,35 0,06 1,35 0,06 7,82 0,33
Campo rupestre 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,34 0,31 0,00 0,00
Comunidade aluvial arbórea 573,65 23,99 573,43 23,98 571,54 23,91 524,09 21,92 416,51 17,42
Eucalipto 351,67 14,71 458,48 19,18 586,46 24,53 1001,58 41,89 919,58 38,46
Floresta estágio inicial 53,18 2,22 31,81 1,33 5,52 0,23 3,67 0,15 3,72 0,16
Floresta estágio médio/avançado 17,07 0,71 12,63 0,53 20,03 0,84 9,80 0,41 136,17 5,70
Instalações rurais 0,92 0,04 0,92 0,04 0,92 0,04 0,00 0,00 7,52 0,31
Lagos, lagoas, represas 42,56 1,78 42,56 1,78 42,37 1,77 45,00 1,88 54,36 2,27
Manguezal 17,47 0,73 17,47 0,73 15,52 0,65 63,41 2,65 25,26 1,06
28

Mussununga 2,69 0,11 2,69 0,11 2,69 0,11 3,04 0,13 1,21 0,05
Pasto limpo 130,47 5,46 133,94 5,60 152,93 6,40 244,81 10,24 393,26 16,45
Pasto sujo 887,32 37,11 730,31 30,55 448,66 18,77 102,93 4,31 48,55 2,03
Restinga arbustiva 102,20 4,27 112,23 4,69 123,54 5,17 119,48 5,00 116,09 4,86
Seringal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,10 0,05
Sistema viário (principais) 3,83 0,16 3,83 0,16 3,83 0,16 3,93 0,16 2,08 0,09
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,13 0,09 0,00 0,00
Total 2390,85 100,00 2390,85 100,00 2390,85 100,00 2390,85 100,00 2390,85 100,00

Tabela 6. Balanço de ganho ou perda de área em Caravelas, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Agricultura 73,92 3,09 135,74 5,68 -155,77 -6,52 -69,38 -2,90
Área úmida/várzea -11,19 -0,47 9,52 0,40 -1,43 -0,06 68,71 2,87
Área urbana 0,00 0,00 1,03 0,04 0,00 0,00 6,47 0,27
Campo rupestre 0,00 0,00 0,00 0,00 7,34 0,31 -7,34 -0,31
Comunidade aluvial arbórea -0,22 -0,01 -1,89 -0,08 -47,45 -1,98 -107,58 -4,50
Eucalipto 106,81 4,47 127,98 5,35 415,12 17,36 -82,00 -3,43
Floresta estágio inicial -21,37 -0,89 -26,29 -1,10 -1,85 -0,08 0,05 0,00
Floresta estágio médio/avançado -4,44 -0,19 7,40 0,31 -10,23 -0,43 126,37 5,29
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,92 -0,04 7,52 0,31
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 -0,19 -0,01 2,63 0,11 9,36 0,39
Manguezal 0,00 0,00 -1,95 -0,08 47,89 2,00 -38,15 -1,60
Mussununga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,01 -1,83 -0,08
Pasto limpo 3,47 0,15 18,99 0,79 91,88 3,84 148,45 6,21
Pasto sujo -157,01 -6,57 -281,65 -11,78 -345,73 -14,46 -54,38 -2,27
Restinga arbustiva 10,03 0,42 11,31 0,47 232,32 9,71 0,25 0,01
Seringal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,10 0,05
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 -1,85 -0,08
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 2,13 0,09 -2,13 -0,09
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
29

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 3. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Caravelas, Bahia.
30

4.3 Município de Ibirapuã

Entre 1990 e 1994 a agricultura reduziu 4,17% enquanto que as áreas de


pastagem aumentaram 4,95%, além da agricultura outras áreas também sofreram
perda. Em 1990 os valores majoritários de uso e ocupação do solo em Ibirapuã eram
a pastagem suja (60%), comunidade aluvial arbórea (20%), as florestas
representavam 4,82% e ainda havia uma parcela de 9,69% da agricultura. Entre 1990
e 1994 a agricultura perdeu 4,17% de sua área, as áreas de florestas também
apresentaram perda de 1% sendo estas áreas substituídas por pastagens, que
expandiram mais 4,95%. No intervalo seguinte, de 1994 a 2002, a cultura do eucalipto
surge com ganho de 11,85%, a agricultura desenvolve mais 3,05% e a pastagem limpa
cresce mais 14,56%, estes espaços foram cedidos, em grande parte, pela pastagem
suja que reduziu 28,16% (Figura 4). Ainda nesse intervalo, as áreas de mata nativa,
novamente registraram perda, dessa vez de 1,35% equivalente a 10 km2 (Tabela 8).
De 2002 a 2006 observou-se que o eucalipto continuou a crescer com mais
6,56%, a pastagem limpa ganhou 4,38% e a comunidade aluvial arbórea também
registrou ganho de 2,24%, para esse ganho, a pastagem suja decresceu 12,48%
juntamente com a floresta em estágio médio/avançado que reduziu 1%. Entre 2006 e
2013 a pastagem limpa foi a ocupação que mais ganhou área, mais 11,75%, em
contrapartida a pastagem suja subtraiu 17,10%, outra área que também registrou
perda foi a comunidade aluvial arbórea, com menos 4,09%. Em 2013, a pastagem
continuou predominante na região, no entanto, não sendo mais a pastagem suja, a
qual reduziu 54,5% de sua área em todo estudo, a pastagem limpa ganhou
ascendência devido ao crescimento de 32,41% em todo o estudo. A cultura do
eucalipto também se torna importante no cenário local, visto que passou a representar
19,78% do território municipal. A comunidade aluvial arbórea representa 17,73%, e
em seguida a agricultura com 12,75% demonstra um outro percentual da atividade
desenvolvida no território.

Tabela 7. Classificação do uso e ocupação em Ibirapuã, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 5,06 0,64 5,06 0,64 5,28 0,67 1,34 0,17 0,39 0,05
Agricultura 76,14 9,69 43,36 5,52 67,35 8,57 70,64 8,99 100,32 12,75
Área úmida/várzea 2,00 0,25 2,00 0,25 2,12 0,27 3,43 0,44 42,59 5,41
Área urbana 0,59 0,08 0,59 0,08 0,59 0,08 1,42 0,18 1,44 0,18
Comunidade aluvial arbórea 157,35 20,03 154,56 19,67 153,85 19,58 171,46 21,82 139,51 17,73
Eucalipto 11,73 1,49 16,63 2,12 109,69 13,96 161,22 20,52 155,61 19,78
Floresta estágio inicial 12,56 1,60 8,80 1,12 0,00 0,00 1,54 0,20 9,13 1,16
31

25,28
Floresta estágio médio/avançado 3,22 20,81 2,65 19,75 2,51 11,85 1,51 15,88 2,02
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,02 0,76 0,10
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,01
Mussununga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,60 0,08
Pasto limpo 21,99 2,80 35,50 4,52 149,90 19,08 184,31 23,46 277,06 35,21
Pasto sujo 471,56 60,02 496,95 63,26 275,73 35,10 177,67 22,62 43,43 5,52
Sistema viário (principais) 1,36 0,17 1,36 0,17 1,36 0,17 0,48 0,06 0,00 0,00
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,02 0,00 0,00
Total 785,62 100,00 785,62 100,00 785,62 100,00 785,62 100,00 786,82* 100,00
**Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento.

Tabela 8. Balanço de ganho ou perda de área em Ibirapuã, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km² % km² % km² % km² %
Afloramento rochoso 0,00 0,00 0,22 0,03 -3,94 -0,50 -0,95 -0,12
Agricultura -32,78 -4,17 23,99 3,05 3,29 0,42 29,68 3,76
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,12 0,02 1,31 0,17 39,16 4,98
Área urbana 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,11 0,02 0,00
Comunidade aluvial arbórea -2,79 -0,36 -0,71 -0,09 17,61 2,24 -31,95 -4,09
Eucalipto 4,90 0,62 93,06 11,85 51,53 6,56 -5,61 -0,74
Floresta estágio inicial -3,76 -0,48 -8,80 -1,12 1,54 0,20 7,59 0,96
Floresta estágio médio/avançado -4,47 -0,57 -1,06 -0,13 -7,90 -1,01 4,03 0,51
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,02 0,62 0,08
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,01
Mussununga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,60 0,08
Pasto limpo 13,51 1,72 114,40 14,56 34,41 4,38 92,75 11,75
Pasto sujo 25,39 3,23 -221,22 -28,16 -98,06 -12,48 -134,24 -17,10
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,88 -0,11 -0,48 -0,06
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,02 -0,12 -0,02
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
32

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 4. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Ibirapuã, Bahia.
33

4.4 Município de Itamaraju

A floresta de estágio médio/avançado em 1990 representava a ocupação


predominante, possuindo 911,23 km2 no território, além desta, a pastagem suja
juntamente com a comunidade aluvial arbórea, também possuíam áreas expressivas,
com, 852,94 km2 e 324,51 km2, respectivamente. A agricultura por sua vez,
representava 3% da área territorial. Entre 1990 e 1994, houve uma alarmante
mudança neste cenário, o pasto sujo ganha 4,28% e a agricultura 1,80%, as perdas
foram registradas para as florestas estágio inicial/médio/avançado, que perderam 6%
de suas áreas (Tabela 10).
No intervalo seguinte, de 1994 a 2002, a agricultura expande mais 5,16%, a
floresta em estágio inicial 4,99% e o pasto limpo também elevou 3,67%, enquanto que
a pastagem suja sofre uma redução de 11,48%. A comunidade aluvial arbórea
também reduziu, com menos 2,75% de área permanente. De 2002 a 2006, a
agricultura reduz 2,84%, a floresta média/avançada e o pasto sujo também reduziram,
menos 8,96% e 5,25% respectivamente. As áreas que obtiveram ganho nesse
período, foram a comunidade aluvial com mais 13,19%, o pasto limpo 2,91% e ainda
a recuperação de 1,11% da floresta em estágio inicial. No último intervalo estudado,
de 2006 a 2013, a agricultura novamente reduz sua área, dessa vez menos 2,9%. O
menos 13,14% de área reduzida da floresta estágio inicial/médio/avançado e ainda a
redução de 12,25% da comunidade aluvial arbórea trazem grandes preocupações,
visto que uma vez desmatada a vegetação natural, demanda anos para sua
recomposição e ainda assim, muitas vezes não é recuperado o potencial bioecológico
que antes tivera.
A cultura do eucalipto, ao contrário da tendência da região, é minimamente
expressa no território, ainda que durante o estudo, observou-se um ganho mínimo
entre os anos, chegando em 2013 a expressar em torno de 14 km2 (Figura 5). As
classes de área úmida, instalações rurais e solo exposto foram contabilizadas em
2013, no entanto, suas alterações foram de baixa expressividade. Por fim, no ano final
do estudo, a pastagem se mostra ainda predominante, mais que metade da ocupação
do solo de Itamaraju (58,19%), representando 1.378,30 km2 de área. A agricultura por
sua vez, passou a expressar 4,25% de área ocupada. Uma área devastada foi a das
florestas, a qual observou-se redução de menos 21,67% de suas áreas, tal redução
representou a perda de área mais brusca do estudo no município.
34

Tabela 9. Classificação do uso e ocupação em Itamaraju, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 56,71 2,39 56,62 2,39 55,93 2,36 47,66 2,01 30,93 1,31
Agricultura 72,00 3,04 114,53 4,84 236,63 9,99 169,36 7,15 100,73 4,25
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,45 0,27 27,25 1,15
Área urbana 7,35 0,31 7,35 0,31 7,45 0,31 8,46 0,36 10,53 0,44
Comunidade aluvial arbórea 324,51 13,70 323,62 13,66 258,53 10,92 570,99 24,11 280,79 11,86
Eucalipto 3,52 0,15 3,51 0,15 6,08 0,26 5,87 0,25 14,33 0,60
Floresta estágio inicial 119,17 5,03 23,27 0,98 141,57 5,98 167,93 7,09 5,20 0,22
Floresta estágio médio/avançado 911,23 38,47 865,00 36,52 872,83 36,85 660,65 27,89 512,16 21,62
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,75 0,16
Lagos, lagoas, represas 5,16 0,22 5,15 0,22 5,15 0,22 1,24 0,05 3,39 0,14
Pasto limpo 13,53 0,57 12,74 0,54 99,72 4,21 168,65 7,12 800,09 33,78
Pasto sujo 852,94 36,01 954,34 40,29 682,38 28,81 557,95 23,56 578,21 24,41
Sistema viário (principais) 2,31 0,10 2,30 0,10 2,16 0,09 2,82 0,12 0,49 0,02
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40 0,02 0,58 0,02
Total 2368,43 100,00 2368,43 100,00 2368,43 100,00 2368,43 100,00 2368,43 100,00

Tabela 10. Balanço de ganho ou perda de área em Itamaraju, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso -0,09 0,00 -0,69 -0,03 -8,27 -0,35 -16,73 -0,71
Agricultura 42,53 1,80 122,10 5,16 -67,27 -2,84 -68,63 -2,90
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 6,45 0,27 20,80 0,88
Área urbana 0,00 0,00 0,10 0,00 1,01 0,04 2,07 0,09
Comunidade aluvial arbórea -0,89 -0,04 -65,09 -2,75 312,46 13,19 -290,20 -12,25
Eucalipto -0,01 0,00 2,57 0,11 -0,21 -0,01 8,46 0,36
Floresta estágio inicial -95,90 -4,05 118,30 4,99 26,36 1,11 -162,73 -6,87
Floresta estágio médio/avançado -46,23 -1,95 7,83 0,33 -212,18 -8,96 -148,49 -6,27
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,75 0,16
Lagos, lagoas, represas -0,01 0,00 0,00 0,00 -3,91 -0,17 2,15 0,09
Pasto limpo -0,79 -0,03 86,98 3,67 68,93 2,91 631,44 26,66
Pasto sujo 101,40 4,28 -271,96 -11,48 -124,43 -5,25 20,26 0,86
Sistema viário (principais) -0,01 0,00 -0,14 -0,01 0,66 0,03 -2,33 -0,10
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40 0,02 0,18 0,01
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
35

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 5. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Itamaraju, Bahia.
36

4.5 Município de Itanhém

No ano inicial do estudo, em 1990, a pastagem suja predominava a ocupação


local com exatos 50% de área, as áreas de florestas juntas somavam 25,53% e
18,37% de comunidade aluvial arbórea, ou seja, a ocupação na década de 90
mostrava-se pouco inalterada em relação a vegetação natural.
Após 4 anos, em 1994, a situação pouco se alterou, houve uma relativa
sobreposição da pastagem limpa para a pastagem suja e a agricultura expande em
mais 10 km2. Entre as áreas de florestas, a de estágio inicial perdeu 0,65%, enquanto
que a de estágio médio/avançado cresceu 0,53%. Já no intervalo de 1994 a 2002,
houve maior perda na pastagem suja, com menos 52,74%, valor este que se aproxima
do ganho da pastagem limpa, mais 57,79% de sua área. A agricultura mostrou um
salto com mais 2,28%. Nesse mesmo período, a comunidade aluvial teve perda, de
menos 4,37% e as florestas também denotaram perda de menos 3,23% (Tabela 12).
Analisado os anos 2002 a 2006, é possível notar que em relação ao intervalo
anterior, o inverso ocorreu entre as pastagens, desta vez, a pastagem limpa foi
suprimida pela pastagem suja (Figura 6). As florestas apresentam redução de 13,72%
de suas áreas, o que representa um valor considerável de desmatamento, em torno
de 198,41 km2. Por outro lado, a área de comunidade aluvial arbórea apresenta um
ganho de 15,88%. A agricultura perde 3% e o eucalipto surge nesse intervalo com
0,51% de área. De 2006 a 2013, a pastagem (sujo e limpo) cresce 21,21%, as áreas
e florestas reduzem ainda mais, menos 2,91%. Por fim, a comunidade aluvial arbórea
sofre alta perda de menos 21,02%, registrando assim, a maior perda da classe,
representando assim, uma prova concreta do desmatamento ocorrido no território de
Itanhém. Em 2013, a pastagem permaneceu a área de maior predominância,
passando a ter 81,75% de expressividade da classe.

Tabela 11. Classificação do uso e ocupação em Itanhém, Bahia (1990 a 2013)


Classes 1990 1994 2002 2006 2013
km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 9,82 0,68 9,81 0,68 12,42 0,86 3,09 0,21 21,42 1,48
Agricultura 0,00 0,00 10,50 0,73 43,53 3,01 0,15 0,01 15,27 1,06
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,48 0,45
Área urbana 1,63 0,11 1,63 0,11 1,97 0,14 2,39 0,17 3,05 0,21
Comunidade aluvial arbórea 265,37 18,37 261,71 18,12 198,70 13,74 428,20 29,62 124,25 8,60
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,35 0,51 6,29 0,44
Floresta estágio inicial 77,81 5,39 68,49 4,74 58,12 4,02 29,58 2,05 8,07 0,56
Floresta estágio médio/avançado 291,06 20,15 298,71 20,68 262,60 18,16 92,73 6,41 72,08 4,99
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,39 0,10
Pasto limpo 74,90 5,18 30,88 2,14 866,41 59,93 137,90 9,54 81,49 5,64
Pasto sujo 723,11 50,05 761,97 52,74 0,00 0,00 737,22 51,00 1099,47 76,11
37

Sistema viário (principais) 0,96 0,07 0,96 0,07 0,91 0,06 0,77 0,05 0,35 0,02
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,07 5,28 0,37 5,04 0,35
Total 1444,66 100,00 1444,66 100,00 1445,66 100,00 1444,66 100,00 1444,66 100,00

Tabela 12. Balanço de ganho ou perda de área em Itanhém, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km² % km² % km² % km² %
Afloramento rochoso -0,01 0,00 2,61 0,18 -9,33 -0,65 18,33 1,27
Agricultura 10,50 0,73 33,03 2,28 -43,38 -3,00 15,12 1,05
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,48 0,45
Área urbana 0,00 0,00 0,34 0,02 0,42 0,03 0,66 0,05
Comunidade aluvial arbórea -3,66 -0,25 -63,01 -4,37 229,50 15,88 -303,95 -21,02
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 7,35 0,51 -1,06 -0,07
Floresta estágio inicial -9,32 -0,65 -10,37 -0,72 -28,54 -1,97 -21,51 -1,49
Floresta estágio médio/avançado 7,65 0,53 -36,11 -2,51 -169,87 -11,75 -20,65 -1,43
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,39 0,10
Pasto limpo -44,02 -3,05 835,53 57,79 -728,51 -50,39 -56,41 -3,90
Pasto sujo 38,86 2,69 -761,97 -52,74 737,22 51,00 362,25 25,11
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 -0,05 0,00 -0,14 -0,01 -0,42 -0,03
Solo exposto 0,00 0,00 1,00 0,07 4,28 0,30 -0,24 -0,02
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
38

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 6. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Itanhém, Bahia.
39

4.6 Município de Jucuruçu

Em 1990 havia floresta em estágio inicial e pastagem suja como


predominantes, ambos constituindo 79,75% de ocupação territorial. Em 1994 as áreas
de floresta média/avançada foram reduzidas, menos 5,96%, enquanto que a
pastagem subiu 6,44% de área, dentro desse período, as demais alterações foram
pouco significativas. De 1994 a 2002, ocorreu o inverso, as áreas de pasto sujo caíram
em menos 12,89% no instante em que a floresta média/avançada ganhou 14,35% de
área, entretanto a comunidade aluvial arbórea, a qual é compreendida como
vegetação nativa, passou por perda de 1,44% (Tabela 14).
Para o intervalo seguinte, 2002 a 2006, os resultados obtidos mostraram que a
floresta média/avançada tornou a perder área, menos 22,39% e consequentemente
as áreas de pastagem suja cresceram 15,60% (Figura 7). Por outro lado, a favor da
biodiversidade, as áreas de florestas em estágio inicial e a comunidade aluvial arbórea
cresceram respectivamente 3,29% e 4,34%. A partir do ano de 2006, surgiram as
classes de agricultura, área úmida várzea, eucalipto, instalações rurais e solo exposto.
Entre 2006 e 2013, alterações significantes mostram-se no ganho de 30,14%
pastagem suja e limpa, sobrepondo – desmatando – as áreas de floresta
inicial/médio/avançado (-30,99%), esse valor reflete ao maior desmatamento ocorrido
em um curto intervalo de anos. Outra alteração negativa, foi vista na comunidade
aluvial arbórea, a qual reduziu 1,19%. No último ano de estudo, em 2013, foi possível
evidenciar que a pastagem passou ser a classe de predomínio local, antes 28,88%,
desta vez, representa até mais que a média da ocupação, sendo 68,19% de toda a
paisagem. Para esse aumento gritante, houve redução de menos 36,41% das áreas
de floresta em estágio médico/avançado. No período entre 1990 e 2013 a redução
das florestas de estágio inicial e médio/avançado foi num total de 619,32 km2, o maior
observado em todo o estudo, demonstrando o alto grau de degradação e perda
ambiental no município de Jucuruçu.

Tabela 13. Classificação do uso e ocupação em Jucuruçu, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 90,03 6,26 91,13 6,34 96,39 6,70 69,31 4,82 101,88 7,08
Agricultura 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,54 0,25 3,78 0,26
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,87 0,55 7,37 0,51
Área urbana 0,39 0,03 0,39 0,03 0,39 0,03 0,32 0,02 0,97 0,07
Comunidade aluvial arbórea 88,70 6,17 88,68 6,17 67,95 4,73 130,31 9,06 113,30 7,88
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,67 0,12 4,35 0,30
40

Floresta estágio inicial 99,45 6,92 87,36 6,08 79,41 5,52 126,77 8,82 3,57 0,25
742,97 51,68
Floresta estágio médio/avançado 657,26 45,72 863,60 60,07 541,75 37,68 219,53 15,26
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,17 0,01 0,20 0,01
Lagos, lagoas, represas 0,96 0,07 0,96 0,07 2,49 0,17 8,69 0,60 0,98 0,07
Pasto limpo 11,57 0,80 15,70 1,09 16,55 1,15 11,90 0,83 106,82 7,43
Pasto sujo 403,64 28,08 496,23 34,52 310,92 21,63 535,16 37,22 873,92 60,76
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,04 0,07
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,02 0,60 0,04
Total 1437,71 100,00 1437,71 100,00 1437,70 100,00 1437,70 100,00 1438,31* 100,00
**Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento.

Tabela 14. Balanço de ganho ou perda de área em Jucuruçu, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 1,10 0,08 5,26 0,37 -27,08 -1,88 32,57 2,26
Agricultura 0,00 0,00 0,00 0,00 3,54 0,25 0,24 0,02
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 7,87 0,55 -0,50 -0,03
Área urbana 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,07 0,00 0,65 0,05
Comunidade aluvial arbórea -0,02 0,00 -20,73 -1,44 62,36 4,34 -17,01 -1,19
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 1,67 0,12 2,68 0,19
Floresta estágio inicial -12,09 -0,84 -7,95 -0,55 47,36 3,29 -123,20 -8,57
Floresta estágio médio/avançado -85,71 -5,96 206,34 14,35 -321,85 -22,39 -322,22 -22,42
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,17 0,01 0,03 0,00
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 1,53 0,11 6,20 0,43 -7,71 -0,54
Pasto limpo 4,13 0,29 0,85 0,06 -4,65 -0,32 94,92 6,60
Pasto sujo 92,59 6,44 -185,31 -12,89 224,24 15,60 338,76 23,54
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,04 0,07
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,02 0,36 0,03
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
41

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 7. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Jucuruçu, Bahia.
42

4.7 Município de Lajedão

Em 1990 para 1994 as áreas de pastagem sofreram alterações, o pasto sujo


reduziu 3,27% enquanto que a pastagem limpa aumentou 3,13%, as áreas de
florestas (inicial/médio/avançado) também sofreram perda de 0,55%. No período entre
1994 a 2002, a pastagem suja obteve o maior ganho, sendo acrescido 16,27% em
sua área, seguida da agricultura que aumentou 3,59%, por outro lado, a pastagem
limpa reduziu consideravelmente 19,81%, sendo registradas ainda perdas na floresta
inicial (-0,32%) e na área úmida/várzea (-0,14).
Em contraste com o período anterior, o intervalo de anos de 2002 a 2006
mostrou um acréscimo na pastagem limpa de 40,48% contraponto a pastagem suja
que decresceu 55,05%, a comunidade aluvial arbórea aumentou 4,99% de suas áreas
(Figura 8 e Tabela 16). Diferente dos períodos anteriores, o cultivo de eucalipto foi
registrado pela primeira vez com 9,68% de sua área. De 2006 a 2013 observou-se
novamente a substituição das áreas de pastagem limpa (-26,85%) por pastagem suja
(28,69%). A agricultura e as áreas úmidas expandiram mais 6,5% e 6,81% de suas
áreas, respectivamente, ainda nesse mesmo período, a comunidade aluvial arbórea,
a qual compreende as matas ciliares, foram devastadas, sofrendo perda de menos
16,48% de área mapeada.

Tabela 15. Classificação do uso e ocupação em Lajedão, Bahia (1990 a 2013)


1990 1994 2002 2006 2013
Classes
km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 0,32 0,05 0,32 0,05 0,31 0,05 0,31 0,05 0,32 0,05
Agricultura 27,36 4,46 31,89 5,20 53,93 8,79 57,00 9,29 96,88 15,79
Área úmida/várzea 4,31 0,70 4,31 0,70 3,43 0,56 3,87 0,63 45,63 7,44
Área urbana 0,39 0,06 0,39 0,06 0,39 0,06 0,60 0,10 0,80 0,13
Comunidade aluvial arbórea 90,92 14,82 90,60 14,76 91,73 14,95 122,34 19,94 21,24 3,46
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 59,39 9,68 61,84 10,08
Floresta estágio inicial 6,30 1,03 4,37 0,71 2,43 0,40 0,82 0,13 1,44 0,23
Floresta estágio médio/avançado 5,40 0,88 3,96 0,65 5,33 0,87 2,83 0,46 4,61 0,75
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,44 0,56
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,04
Pasto limpo 209,68 34,17 228,91 37,30 107,37 17,50 355,78 57,98 191,00 31,13
Pasto sujo 267,15 43,54 247,08 40,26 346,91 56,53 9,13 1,49 185,16 30,17
Sistema viário (principais) 1,81 0,29 1,81 0,29 1,81 0,29 1,57 0,26 0,14 0,02
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,89 0,14
Total 613,64 100,00 613,64 100,00 613,64 100,00 613,64 100,00 613,63 100,00

Tabela 16. Balanço de ganho ou perda de área em Lajedão, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Agricultura 4,53 0,74 22,04 3,59 3,07 0,50 39,88 6,50
Área úmida/várzea 0,00 0,00 -0,88 -0,14 0,44 0,07 41,76 6,81
Área urbana 0,00 0,00 0,00 0,00 0,21 0,03 0,20 0,03
43

Comunidade aluvial arbórea -0,32 -0,05 1,13 0,18 30,61 4,99 -101,10 -16,48
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 59,39 9,68 2,45 0,40
Floresta estágio inicial -1,93 -0,31 -1,94 -0,32 -1,61 -0,26 0,62 0,10
Floresta estágio médio/avançado -1,44 -0,23 1,37 0,22 -2,50 -0,41 1,78 0,29
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,44 0,56
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,04
Pasto limpo 19,23 3,13 -121,54 -19,81 248,41 40,48 -164,78 -26,85
Pasto sujo -20,07 -3,27 99,83 16,27 -337,78 -55,05 176,03 28,69
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,24 -0,04 -1,43 -0,23
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,89 0,14
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
44

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 8. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Lajedão, Bahia.
45

4.8 Município de Medeiros Neto

Entre os anos de 1990 e 2002 não ocorreram grandes alterações no uso e


ocupação do solo no município de Medeiros Neto, sendo as modificações mais
relevantes foram as áreas agrícolas, que apresentaram variação entre 0,48 a 6,09%
da área do município. Estas áreas agrícolas apresentam uma variação intercalada
com as áreas de pastagem, que apresentaram variações entre, 60,11 a 66,84%,
demonstrando que as áreas de pastagem foram trocadas por cultivos agrícolas.
Porém, em 2006 inicia-se a implementação de áreas de monocultura de eucalipto,
ocupando no ano de 2006, 6,92% da área do município, reduzindo as áreas de cultivos
agrícolas. Em 2013 ocorreu aumento das áreas de pastagem, 76,75% da área do
município era pastagem. Porém, estas áreas de pastagem aumentaram em razão do
desmatamento, pois as áreas de vegetação nativa apresentaram redução, em 2006 a
comunidade aluvial arbórea correspondia 25,46% da área do município, enquanto em
2013 esta razão passou a 11,59%. Assim, 172,74 km2 de vegetação nativa foi
derrubada para o aumento das áreas de pastagem (Figura 9 e Tabela 18).
Entre os anos de 2006 e 2013 foi o período que ocorreram maiores
desmatamentos no município de Medeiros Neto – BA, correspondendo a uma área de
172,74 km2. No ano de 2013 as áreas de pastagem ocuparam 76,75% da área total
do município, o que corresponde a 955,98 km2.

Tabela 17. Classificação do uso e ocupação em Medeiros Neto, Bahia (1990 a 2013)
Classes 1990 1994 2002 2006 2013
km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 7,60 0,61 7,60 0,61 7,86 0,63 7,81 0,63 0,42 0,03
Agricultura 6,02 0,48 27,54 2,21 75,84 6,09 15,33 1,23 19,73 1,58
Área úmida/várzea 1,57 0,13 1,57 0,13 1,56 0,13 1,07 0,09 6,75 0,54
Área urbana 2,52 0,20 2,52 0,20 2,52 0,20 3,26 0,26 3,65 0,29
Comunidade aluvial arbórea 320,62 25,74 320,78 25,76 316,18 25,39 317,08 25,46 144,34 11,59
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 86,15 6,92 77,92 6,26
Floresta estágio inicial 48,09 3,86 21,19 1,70 65,91 5,29 4,48 0,36 1,55 0,12
Floresta estágio
médio/avançado
18,50 1,49 17,29 1,39 18,90 1,52 15,93 1,28 27,05 2,17
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,74 0,22
Lagos, lagoas, represas 6,63 0,53 6,63 0,53 6,63 0,53 8,56 0,69 4,13 0,33
Pasto limpo 375,26 30,13 233,27 18,73 230,85 18,54 260,36 20,90 746,10 59,90
Pasto sujo 457,22 36,71 605,64 48,63 517,78 41,57 523,03 41,99 209,88 16,85
Sistema viário (principais) 1,43 0,11 1,43 0,11 1,43 0,11 2,40 0,19 0,18 0,01
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 0,08
Total 1245,46 100,00 1245,46 100,00 1245,46 100,00 1245,46 100,00 1245,50* 100,00
**Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento.
46

Tabela 18. Balanço de ganho ou perda de área em Medeiros Neto, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 0,00 0,00 0,26 0,02 -0,05 0,00 -7,39 -0,59
Agricultura 21,52 1,73 48,30 3,88 -60,51 -4,86 4,40 0,35
Área úmida/várzea 0,00 0,00 -0,01 0,00 -0,49 -0,04 5,68 0,46
Área urbana 0,00 0,00 0,00 0,00 0,74 0,06 0,39 0,03
Comunidade aluvial arbórea 0,16 0,01 -4,60 -0,37 0,90 0,07 -172,74 -13,87
Eucalipto 0,00 0,00 0,00 0,00 86,15 6,92 -8,23 -0,66
Floresta estágio inicial -26,90 -2,16 44,72 3,59 -61,43 -4,93 -2,93 -0,24
Floresta estágio médio/avançado -1,21 -0,10 1,61 0,13 -2,97 -0,24 11,12 0,89
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,74 0,22
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 1,93 0,15 -4,43 -0,36
Pasto limpo -141,99 -11,40 -2,42 -0,19 29,51 2,37 485,74 39,00
Pasto sujo 148,42 11,92 -87,86 -7,05 5,25 0,42 -313,15 -25,14
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97 0,08 -2,22 -0,18
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 0,08
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
47

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 9. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Medeiros Neto, Bahia.
48

4.9 Município de Mucuri

As áreas agricultáveis foram as que mais se desenvolveram entre 1990 a 1994,


totalizando ganho de 4,1%, houve ganho ainda nas florestas 1,1%, enquanto que o
pasto reduziu ao todo -5,1%. De 1994 a 2002, o eucalipto cresceu mais 15,4%, o pasto
limpo cresceu mais 4,9% enquanto que a pastagem suja reduziu 13,5% de sua área,
as florestas sofreram uma perda de 3,9%, seguida da agricultura que reduziu 2,9% no
período.
No intervalo seguinte (2002 a 2006), a agricultura voltou a ganhar, desta vez
6,5%, o eucalipto desenvolveu em mais 5,9%, em contrapartida, a pastagem reduziu
ao todo, -12,3%, houve perda ainda da comunidade aluvial arbórea em -1,5%. De
2006 a 2013, a pastagem suja (-7%) foi substituída pela pastagem limpa (7%), o
eucalipto reduziu -4,1%, as florestas começaram a ser reconstituídas, ganharam 4%,
a área úmida/várzea também ganhou 1,7% de área nesse período (Figura 10).
Somente a partir de 2006, as classes de manguezal, mussununga e solo exposto
foram mapeadas, diferente do campo rupestre que foi identificado apenas em 2013.
As três classes identificadas no final do estudo (mussununga, solo exposto e campo
rupestre), denotaram baixa expressividade no território, com exceção do mangue, que
em 2013 passa a ocupar 20,26 km2 na costa litorânea (Tabela 19).

Tabela 19. Classificação do uso e ocupação em Mucuri, Bahia (1990 a 2013)


1990 1994 2002 2006 2013
Classes
. km2 % km2 % . km2 % . km2 % . km2 %
Afloramento rochoso 6,97 0,39 6,97 0,39 6,96 0,39 6,43 0,36 5,55 0,31
Agricultura 157,52 8,85 231,34 13,00 178,81 10,05 296,00 16,63 279,52 15,69
Área úmida/várzea 25,36 1,42 25,36 1,42 23,13 1,30 28,50 1,60 59,06 3,32
Área urbana 4,17 0,23 4,72 0,27 7,55 0,42 8,25 0,46 12,93 0,73
Campo rupestre 0 0,00 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,33 0,07
Comunidade aluvial arbórea 364,55 20,48 360,77 20,27 361,57 20,31 334,31 18,78 324,17 18,20
Eucalipto 394,33 22,15 398,38 22,38 673,21 37,82 779,72 43,80 706,89 39,69
Floresta estágio inicial 33,32 1,87 54,5 3,06 18,27 1,03 2,61 0,15 4,33 0,24
Floresta estágio médio/avançado 67,06 3,77 62,77 3,53 28,90 1,62 42,25 2,37 113,13 6,35
Instalações rurais 2,44 0,14 2,44 0,14 2,81 0,16 6,06 0,34 10,67 0,60
Lagos, lagoas, represas 14,7 0,83 14,71 0,83 13,81 0,78 16,71 0,94 14,75 0,83
Manguezal 0 0,00 0 0,00 0,00 0,00 11,18 0,63 20,26 1,14
Mussununga 0 0,00 0 0,00 0,00 0,00 1,89 0,11 2,64 0,15
Pasto limpo 113,22 6,36 58,52 3,29 145,81 8,19 61,53 3,46 187,15 10,51
Pasto sujo 569,35 31,99 532,53 29,92 292,18 16,41 157,03 8,82 31,78 1,78
Restinga arbustiva 23,27 1,31 23,26 1,31 23,26 1,31 22,11 1,24 5,11 0,29
Sistema viário (principais) 3,79 0,21 3,78 0,21 3,78 0,21 4,85 0,27 1,29 0,07
Solo exposto 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0,00 0,62 0,03 0,44 0,02
Total 1780,05 100,00 1780,05 100,00 1780,05 100,00 1780,05 100,00 1780,98* 100,00
49

Tabela 20. Balanço de ganho ou perda de área em Mucuri, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 0 0,00 -0,01 0,00 -0,53 -0,03 -0,88 -0,05
Agricultura 73,82 4,15 -52,53 -2,95 117,19 6,58 -16,48 -0,93
Área úmida/várzea 0 0,00 -2,23 -0,13 5,37 0,30 30,56 1,72
Área urbana 0,55 0,03 2,83 0,16 0,70 0,04 4,68 0,26
Campo rupestre 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,33 0,07
Comunidade aluvial arbórea -3,78 -0,21 0,80 0,04 -27,26 -1,53 -10,14 -0,58
Eucalipto 4,05 0,23 274,83 15,44 106,51 5,98 -72,83 -4,11
Floresta estágio inicial 21,18 1,19 -36,23 -2,04 -15,66 -0,88 1,72 0,10
Floresta estágio médio/avançado -4,29 -0,24 -33,87 -1,90 13,35 0,75 70,88 3,98
Instalações rurais 0 0,00 0,37 0,02 3,25 0,18 4,61 0,26
Lagos, lagoas, represas 0,01 0,00 -0,90 -0,05 2,90 0,16 -1,96 -0,11
Manguezal 0 0,00 0,00 0,00 11,18 0,63 9,08 0,51
Mussununga 0 0,00 0,00 0,00 1,89 0,11 0,75 0,04
Pasto limpo -54,7 -3,07 87,29 4,90 -84,28 -4,73 125,62 7,05
Pasto sujo -36,82 -2,07 -240,35 -13,50 -135,15 -7,59 -125,25 -7,04
Restinga arbustiva -0,01 0,00 0,00 0,00 -1,15 -0,06 -17,00 -0,96
Sistema viário (principais) -0,01 0,00 0,00 0,00 1,07 0,06 -3,56 -0,20
Solo exposto 0 0,00 0,00 0,00 0,62 0,03 -0,18 -0,01
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Durante o período estudado (1990 a 2013), a classe de uso e ocupação do solo


que mais se mostrou predominante foi a do eucalipto, representando 39,6% de toda
área em 2013. A agricultura surge como segunda classe que mais ganhou área,
satisfazendo 15,6% também em 2013. A área que sofreu maior redução foi a
pastagem suja, que em 1990 era de 31,9% e em 2013 passou para 1,7% do total do
território (Tabela 19). A vista disso, evidencia-se que as atividades antrópicas foram
alargadas em detrimento sobretudo de pastagem suja, e em menor escala, nas
classes de comunidade aluvial arbórea e em florestas no estágio inicial. A importância
de estudos dessa natureza, se dá pelo conhecimento trazido na mitigação de anos
anteriores e assim, evidencia a dinâmica ocorrida no solo até o momento atual. Para
além disso, permite ainda observar se o desenvolvimento local está respeitando o
ambiente natural e a partir de então, possibilita a adoção de práticas que busquem
atenuar impactos.
50

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 10. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Mucuri, Bahia.
51

4.10 Município de Nova Viçosa

No intervalo de anos entre 1990 a 1994 a cultura de eucalipto foi a área que
obteve ganho com maior expressividade (4,9%), seguido da agricultura (3,3%),
concomitantemente, as áreas de pastagem (-4,2%), a comunidade aluvial arbórea (-
2,9%) juntamente com a floresta média/avançada (-0,64%) foram suprimidas. No
intervalo seguinte, 1994 a 1994, os campos agricultáveis e a cultura do eucalipto
continuaram expandindo-se em mais 7% e 6,9% respectivamente, a pastagem por
sua vez, apesar da pastagem limpa ter crescido (6%), o pasto sujo decresceu (-21%)
e por isso, apresentou a maior perda da classe nesse estudo, sendo menos 14,9%
(Tabela 22).
O levantamento do período de 2002 a 2006 revelou que a classe de agricultura
reduziu -9,1%, a pastagem (–12,6%) e as áreas de floresta (–7%) também reduziram,
cedendo lugar para o aumento de 24% do eucalipto, houve ainda um ganho de 1,4%
e 1,3% das áreas úmidas/várzeas e comunidade aluvial arbórea, respectivamente
(Figura 11 – 2006). As áreas de manguezal e restinga arbustiva passaram a sofrer
alterações a partir desse de 2006, enquanto que as instalações rurais começaram a
ser computadas também em 2006. Em última análise de intervalos (2006 a 2013), foi
visto que o eucalipto perdeu 7,9% de sua área, também houve perda de 3,2% na
agricultura, em contrapartida, as florestas em estágio inicial e a comunidade aluvial
arbórea começaram a se reconstituírem, com ganhos de 1,6% e 1,1%
respectivamente.

Tabela 21. Classificação do uso e ocupação em Nova Viçosa, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


. km2 % . km2 % . km2 % . km2 % . km2 %
Agricultura 49,62 3,74 94,51 7,13 187,65 14,14 65,85 4,96 22,67 1,71
Área úmida/várzea 68,59 5,18 68,57 5,17 40,34 3,04 59,86 4,51 75,29 5,68
Área urbana 9,45 0,71 10,15 0,77 9,69 0,73 18,43 1,39 22,22 1,68
Comunidade aluvial arbórea 236,32 17,83 197,80 14,92 230,51 17,37 248,76 18,74 263,04 19,85
Eucalipto 280,81 21,19 346,08 26,11 438,80 33,06 764,69 57,61 658,66 49,70
Floresta estágio inicial 39,03 2,94 31,93 2,41 34,80 2,62 0,91 0,07 23,12 1,74
Floresta estágio médio/avançado 92,55 6,98 84,12 6,35 91,20 6,87 31,45 2,37 44,19 3,33
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,08 8,53 0,64
Lagos, lagoas, represas 14,96 1,13 14,96 1,13 15,08 1,14 14,92 1,12 22,69 1,71
Manguezal 2,09 0,16 2,09 0,16 2,09 0,16 6,78 0,51 4,93 0,37
Mussununga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,56 0,19
Pasto limpo 63,31 4,78 49,22 3,71 129,89 9,79 43,99 3,31 109,94 8,30
Pasto sujo 455,73 34,39 413,03 31,16 134,42 10,13 52,19 3,93 55,56 4,19
Restinga arbustiva 8,31 0,63 8,31 0,63 8,31 0,63 9,66 0,73 9,40 0,71
Seringal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,08 0,00 0,00
Sistema viário (principais) 4,57 0,34 4,57 0,34 4,57 0,34 6,40 0,48 2,37 0,18
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,46 0,11 0,00 0,00
Total 1325,34 100,00 1325,34 100,00 1327,35 100,00 1327,35 100,00 1325,18* 100,00
**Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento.
52

Tabela 22. Balanço de ganho ou perda de área em Nova Viçosa, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Agricultura 44,89 3,39 93,14 7,01 -121,80 -9,18 -43,18 -3,25
Área úmida/várzea -0,02 0,00 -28,23 -2,13 19,52 1,47 15,43 1,17
Área urbana 0,70 0,05 -0,46 -0,04 8,74 0,66 3,79 0,29
Comunidade aluvial arbórea -38,52 -2,91 32,71 2,44 18,25 1,37 14,28 1,11
Eucalipto 65,27 4,92 92,72 6,95 325,89 24,55 -106,03 -7,91
Floresta estágio inicial -7,10 -0,54 2,87 0,21 -33,89 -2,55 22,21 1,68
Floresta estágio médio/avançado -8,43 -0,64 7,08 0,52 -59,75 -4,50 12,74 0,96
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,08 7,53 0,57
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,12 0,01 -0,16 -0,01 7,77 0,59
Manguezal 0,00 0,00 0,00 0,00 4,69 0,35 -1,85 -0,14
Mussununga 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,56 0,19
Pasto limpo -14,09 -1,06 80,67 6,07 -85,90 -6,47 65,95 4,98
Pasto sujo -42,70 -3,22 -278,61 -21,04 -82,23 -6,20 3,37 0,26
Restinga arbustiva 0,00 0,00 0,00 0,00 1,35 0,10 -0,26 -0,02
Seringal 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,08 -1,00 -0,08
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 1,83 0,14 -4,03 -0,30
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 1,46 0,11 -1,46 -0,11
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Dentro do período estudado, as áreas de eucalipto foram as que obtiveram


ganho mais expressivo, com o acréscimo de 28,5%, sendo sobreposta as áreas de
pasto sujo, as quais reduziram 30%. As florestas em estágio médio/avançado e a
agricultura também revelaram saldo negativo -3,6% e - 2% respectivamente.
53

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 11. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Nova Viçosa, Bahia.
54

4.11 Município de Prado

No ano de 1990 a ocupação predominante diz respeito a classe de floresta


estágio médio/avançado, representando 38,89% de área, seguido de pasto sujo com
20,36% de seu território (Figura 12 e Tabela 23). Ao decorrer dos anos estudados,
houve modificações na ocupação, no entanto não foram relativamente altas a ponto
de ultrapassar a predominância da Floresta em estágio médio/avançado. Somente no
ano de 2013, a classe de Pasto Limpo se tornou predominante, por ter ultrapassado
em 2,21% a classe referida. De 1990 para 1994 a classe que representou maior perda
foi a da floresta em estágio médio/avançado enquanto a agricultura, o pasto sujo e a
comunidade aluvial arbórea cresceram em 3,24%, 0,65% e 0,33%, respectivamente,
no mesmo período. Essas mudanças podem ser justificadas pela modificação
comercial no uso da terra.
Ao analisar os anos de 1994 a 2002, observa-se que a agricultura continuou
crescendo (2,17%), todavia, a classe que mais cresceu nesse período foi a floresta de
estágio inicial (5,0%) seguido da comunidade aluvial arbórea (3,95%) e do pasto limpo
(2,58%). Ao mesmo tempo, o pasto sujo reduziu -3,45%, e a floresta de estágio
médio/avançado teve a maior perda registrada, aproximadamente -175 km2 (cerca de
-10% do território). Evidencia-se que esse foi o segundo registro de decréscimo
consecutivo nesta classe, sendo esta a segunda maior perda de todo o estudo num
período curto (Tabela 24).

Tabela 23. Classificação do uso e ocupação em Prado, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


. km2 % . km2 % . km2 % . km2 % . km2 %
Afloramento rochoso 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,01
Agricultura 172,45 10,37 226,26 13,60 262,36 15,77 215,54 12,96 215,43 12,97
Área úmida/várzea 26,44 1,59 26,44 1,59 25,73 1,55 17,30 1,04 80,31 4,84
Área urbana 9,30 0,56 9,30 0,56 9,30 0,56 12,04 0,72 11,08 0,67
Campo rupestre 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23 0,01
Campos de restinga 4,79 0,29 4,79 0,29 4,48 0,27 0,00 0,00 4,20 0,25
Comunidade aluvial arbórea 317,87 19,11 323,43 19,45 389,07 23,39 357,55 21,50 262,25 15,79
Eucalipto 13,30 0,80 9,34 0,56 15,39 0,93 107,03 6,44 106,83 6,43
Floresta estágio inicial 33,45 2,01 23,41 1,41 106,50 6,40 74,39 4,47 5,84 0,35
Floresta estágio médio/avançado 646,92 38,89 610,79 36,72 435,25 26,17 453,12 27,24 397,91 23,96
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,21 0,68
Lagos, lagoas, represas 7,11 0,43 7,11 0,43 7,11 0,43 7,11 0,43 11,51 0,69
Manguezal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,09 0,49
Mussununga 6,16 0,37 4,47 0,27 4,47 0,27 6,17 0,37 8,78 0,53
Pasto limpo 83,10 5,00 64,78 3,89 107,70 6,48 61,40 3,69 434,61 26,17
Pasto sujo 338,58 20,36 349,36 21,00 292,06 17,56 343,53 20,65 93,35 5,62
Restinga arbustiva 1,66 0,10 1,65 0,10 1,66 0,10 4,22 0,25 6,86 0,41
Sistema viário (principais) 2,15 0,13 2,15 0,13 2,15 0,13 1,93 0,12 1,65 0,10
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,90 0,11 0,42 0,03
Total 1663,28 100,00 1663,28 100,00 1663,23 100,00 1663,23 100,00 1660,67* 100,00
**Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento.
55

Entre 2002 e 2006 a agricultura obteve notoriedade pela perda de área em -


46,82 km2 paralelamente com a perda do pasto limpo em -46,36 km2, da mesma forma
a comunidade aluvial arbórea e a floresta em estágio inicial perderam em média -
31,81 km2 de suas respectivas áreas, enquanto os ganhos significativos foram para o
eucalipto e para o pasto sujo em 91,64 km2 e 51,47 km2 nas áreas, respectivamente.
De 2006 a 2013 nota-se que as classes comunidade aluvial arbórea e a floresta de
estágio inicial tornaram a sofrer redução (-95,30 km2 e -68,55 km2 respectivamente),
além da classe de pasto sujo, que representa a maior perda de todo o estudo (-250,18
km2 / cerca de -15%). Em contrapartida, a classe que obteve maior ganho no período
foi a do pasto limpo (373,21 km2 / cerca de 22%), sendo também a classe que obteve
maior ganho em todo o estudo. A classe área úmida/várzea teve seu maior destaque
em 2013 onde passou a representar 3,80% do território (Tabela 24).

Tabela 24. Balanço de ganho ou perda de área em Prado, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013


km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento Rochoso 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,01
Agricultura 53,81 3,24 36,10 2,17 - 46,82 - 2,81 - 0,11 0,01
Área Úmida/Várzea 0,00 0,00 -0,71 - 0,04 - 8,43 - 0,51 63,01 3,80
Área Urbana 0,00 0,00 0,00 0,00 2,74 0,16 - 0,96 - 0,06
Campo Rupestre 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23 0,01
Campos de Restinga 0,00 0,00 -0,31 - 0,02 - 4,48 -0,27 4,20 0,25
Comunidade Aluvial Arbórea 5,56 0,33 65,64 3,95 - 31,52 - 1,89 - 95,30 - 5,71
Eucalipto - 3,96 - 0,24 6,05 0,36 91,64 5,51 - 0,20 0,00
Floresta Estágio Inicial - 10,04 - 0,60 83,09 5,00 - 32,11 - 1,93 - 68,55 - 4,12
Floresta Estágio Médio/Avançado - 36,13 - 2,17 - 175,54 - 10,55 17,87 1,08 - 55,21 - 3,28
Instalações Rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,21 0,68
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,40 0,27
Manguezal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,09 0,49
Mussununga - 1,69 - 0,10 0,00 0,00 1,70 0,10 2,61 0,16
Pasto Limpo - 18,32 - 1,10 42,92 2,58 - 46,30 - 2,78 373,21 22,48
Pasto Sujo 10,78 0,65 - 57,30 - 3,45 51,47 3,10 - 250,18 - 15,03
Restinga Arbustiva - 0,01 0,00 0,01 0,00 2,56 0,15 2,64 0,16
Sistema Viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 - 0,22 - 0,01 - 0,28 - 0,02
Solo Exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 1,90 0,11 - 1,48 - 0,09
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Entre as dezenove classes mapeadas, quatro delas foram mapeadas somente


no ano de 2013 (vide Tabela 24), além disso, a área total especialmente em 2013
apresenta uma redução que pode ser explicada pela mudança da plataforma de
captação das imagens (satélite), tal mudança foi ocasionada pela desativação em
2011 do satélite Landsat 5 TM.
As principais classes de elementos naturais da paisagem (Florestas e
Comunidade Aluvial Arbórea) sofreram redução no período estudado, ao passo que
56

os sistemas antropizados aumentaram suas áreas no mesmo período (Agricultura,


Eucalipto e Pasto). A predominância na ocupação do solo nos anos estudados aplica-
se a classe ‘floresta de estágio médio/avançado’, houve perda de aproximadamente
249 km2 desta classe entre os anos computados, contudo, não foi suficiente para
alterar significativamente o cenário. No decorrer do estudo, entre 2006 e 2013, a
classe pasto sujo indicou a maior perda de área, enquanto o maior ganho refere-se
ao pasto limpo.
57

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 12. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Prado, Bahia.
58

4.12 Município de Teixeira de Freitas

Em 1990, 57% do território teixeirense era pastagem, outro percentual que


também é considerado significativo é o da vegetação natural, compreendida nas
classes de comunidade aluvial arbórea e nas florestas nos estágios
inicial/médio/avançado, esta representa 34,81% (Tabela 25). Decorridos 4 anos, em
1994 houve perda de 11,75% nas áreas de florestas, enquanto que a agricultura
apresentou ganho de 6,48% juntamente com a comunidade aluvial arbórea 6,23%. A
pastagem limpa reduziu 2,65% ao contrário da suja que acresceu 1,91% (Figura 13).
De 1994 a 2002, ocorreu o inverso entre as áreas de pastagem, a pastagem limpa
cresceu 7,30% enquanto que a pastagem suja reduziu 23,01%. O decréscimo na área
da pastagem suja foi ocupado pela agricultura que avançou 11,72% e o eucalipto, que
ganha 1,37% em extensão. Ainda nesse período, as áreas de florestas em estágio
médio/avançado expressaram ganho de 6,33%, o inverso ocorreu com a floresta em
estágio inicial, reduziu 3,42%.
No intervalo de anos seguinte, de 2002 a 2006, a pastagem suja começa a se
recompor com ganho de 12,37%, da mesma forma o eucalipto surge como o ganho
de 16,86% enquanto que as áreas de florestas foram suprimidas, em menos 8,65% e
a comunidade aluvial arbórea reduziu 1,13%. A maior perda do intervalo foi observada
na agricultura, com decréscimo de 19,65% (Tabela 26). Já no período de 2006 a 2013,
as pastagens alternaram entre si, a pastagem suja reduziu 22,82% e a pastagem limpa
ganhou 25%. As perdas de área foram tidas nas classes de eucalipto com menos
2,12% e a comunidade aluvial arbórea que reduziu 5,87%. A predominância da
pastagem suja observada em 1990, foi alterada ao longo dos anos e em 2013 a classe
de maior ocupação foi a pastagem limpa com 33,80% do território, seguida da
pastagem suja com 21,07%. Desta forma, observa-se que o território de Teixeira de
Freitas mantém mais que metade de sua área territorial em pastagens.

Tabela 25. Classificação do uso e ocupação em Teixeira de Freitas, Bahia (1990 a 2013)

Classes 1990 1994 2002 2006 2013


. km2 % . km2 % . km2 % . km2 % . km2 %
Afloramento rochoso 9,12 0,79 9,12 0,79 8,79 0,76 6,29 0,55 1,86 0,16
Agricultura 40,31 3,50 114,99 9,97 250,17 21,70 23,58 2,05 58,77 5,10
Área úmida/várzea 5,82 0,50 5,82 0,50 5,98 0,52 7,76 0,67 11,01 0,95
Área urbana 14,98 1,30 16,53 1,43 19,89 1,73 24,05 2,09 32,50 2,82
Comunidade aluvial arbórea 158,76 13,77 230,56 20,00 223,76 19,41 210,75 18,28 143,05 12,41
Eucalipto 16,85 1,46 12,83 1,11 28,57 2,48 222,97 19,34 198,48 17,21
Floresta estágio inicial 169,23 14,68 65,96 5,72 26,48 2,30 10,64 0,92 3,87 0,34
Floresta estágio 73,39 6,37 41,24 3,58 114,18 9,90 30,28 2,63 55,85 4,84
médio/avançado
59

Instalações rurais 0,28 0,02 0,28 0,02 0,62 0,05 1,33 0,12 11,15 0,97
Lagos, lagoas, represas 3,84 0,33 3,84 0,33 3,85 0,33 4,19 0,36 2,94 0,26
Pasto limpo 49,51 4,29 18,90 1,64 103,11 8,94 101,45 8,80 389,69 33,80
Pasto sujo 607,94 52,73 629,96 54,64 364,67 31,63 506,10 43,89 242,94 21,07
Sistema viário (principais) 2,96 0,26 2,96 0,26 2,93 0,25 3,17 0,27 0,00 0,00
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,04 0,90 0,08
Total 1152,99 100,00 1152,99 100,00 1153,00 100,00 1153,00* 100,00 1152,99 100,00

Tabela 26. Balanço de ganho ou perda de área em Teixeira de Freitas, Bahia (1990 a 2013)
Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013
km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento Rochoso 0,00 0,00 -0,33 -0,03 -2,50 -0,22 -4,43 -0,38
Agricultura 74,68 6,48 135,18 11,72 -226,59 -19,65 35,19 3,05
Área Úmida/Várzea 0,00 0,00 0,16 0,01 1,78 0,15 3,25 0,28
Área Urbana 1,55 0,13 3,36 0,29 4,16 0,36 8,45 0,73
Comunidade Aluvial Arbórea 71,80 6,23 -6,80 -0,59 -13,01 -1,13 -67,70 -5,87
Eucalipto -4,02 -0,35 15,74 1,37 194,40 16,86 -24,49 -2,12
Floresta Estágio Inicial -103,27 -8,96 -39,48 -3,42 -15,84 -1,37 -6,77 -0,59
Floresta Estágio Médio/Avançado -32,15 -2,79 72,94 6,33 -83,90 -7,28 25,57 2,22
Instalações Rurais 0,00 0,00 0,34 0,03 0,71 0,06 9,82 0,85
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 0,01 0,00 0,34 0,03 -1,25 -0,11
Pasto Limpo -30,61 -2,65 84,21 7,30 -1,66 -0,14 288,24 25,00
Pasto Sujo 22,02 1,91 -265,29 -23,01 141,43 12,27 -263,16 -22,82
Sistema Viário (principais) 0,00 0,00 -0,03 0,00 0,24 0,02 -3,17 -0,27
Solo Exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,04 0,46 0,04
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
60

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 13. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Teixeira de Freitas,
Bahia.
61

4.13 Município de Vereda

Em 1990 o quadro de ocupação do solo no município, em maior parte era tido


por 56,79% de pastagem suja e limpa, seguido por 29% de comunidade aluvial
arbórea e 11,66% de floresta inicial/média/avançada. Os quatro anos decorrentes
mostrou alterações, onde as áreas de menos 2% nas áreas de florestas e menos 1%
da pastagem suja foram cedidas para o ganho de 2,84% na agricultura. Entre 1994 a
2002 a agricultura teve baixa de menos 2,76%, a floresta em estágio médio reduziu
1% enquanto que a de estágio inicial cresceu 3,38%, outra alteração se deu na
pastagem, a suja reduziu 6,49% e a limpa cresceu 9,12%, ou seja, houve uma
sobreposição entre essas classes. Nesse mesmo período, o eucalipto cresce 4,73%
enquanto a comunidade aluvial arbórea reduz 6,93%, ao que tudo indica, a
monocultura tomou lugar da vegetação natural.
De 2002 a 2006 ocorrera o inverso nas pastagens, a suja cresceu 3,53% e a
limpa reduziu menos 5,93%, o eucalipto cresceu menos que no período anterior (1%)
ao mesmo tempo, a comunidade aluvial arbórea recuperou 1,18%. Entre 2006 e 2013
a pastagem suja permanece crescendo, desta vez em 9,07%, a pastagem limpa não
apresentou expressividade nesse período. Ainda, a comunidade aluvial arbórea
reduziu bruscamente o percentual de sua área, menos 13,22%, representa assim, a
maior perda de área em Vereda, essa redução foi ocupada por agricultura, com
crescente 3,12% e a pastagem suja supracitada (Figura 14). Ao traçar um panorama,
percebe-se que a comunidade aluvial foi a classe de maior decremento durante os
anos estudados, enquanto que a pastagem suja, o eucalipto, a pastagem limpa e a
agricultura foram as áreas que obtiveram saldo positivo – com acréscimo de área.

Tabela 27. Classificação do uso e ocupação em Vereda, Bahia (1990 a 2013)


Classes 1990 1994 2002 2006 2013
. km2 % . km2 % . km2 % . km2 % . km2 %
Afloramento rochoso 5,24 0,63 5,21 0,63 5,40 0,65 1,11 0,13 7,19 0,87
Agricultura 6,01 0,73 29,54 3,57 6,70 0,81 5,85 0,71 31,69 3,83
Área úmida/várzea 0,20 0,02 0,20 0,02 0,20 0,02 0,15 0,02 4,33 0,52
Área urbana 0,33 0,04 0,42 0,05 0,53 0,06 0,63 0,08 1,01 0,12
Comunidade aluvial arbórea 240,26 29,01 237,48 28,67 180,05 21,74 189,84 22,92 80,38 9,70
Eucalipto 5,82 0,70 6,44 0,78 45,58 5,50 54,14 6,54 43,34 5,23
Floresta estágio inicial 7,00 0,85 4,48 0,54 32,44 3,92 31,88 3,85 18,93 2,29
Floresta estágio médio/avançado 89,60 10,82 75,51 9,12 66,73 8,06 68,62 8,29 96,28 11,63
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,12
Lagos, lagoas, represas 3,43 0,41 3,43 0,41 3,29 0,40 6,16 0,74 1,76 0,21
Pasto limpo 34,01 4,11 37,52 4,53 113,05 13,65 63,95 7,72 63,40 7,66
Pasto sujo 436,31 52,68 427,98 51,68 374,20 45,18 403,46 48,72 478,60 57,79
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,36 0,04 0,07 0,01
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,02 0,24 0,21 0,03
Total 828,21 100,00 828,21 100,00 828,17 100,00 828,17* 100,00 828,21 100,00
62

Tabela 28. Balanço de ganho ou perda de área em Vereda, Bahia (1990 a 2013)
Classes 1990 - 1994 1994 - 2002 2002 - 2006 2006 - 2013
km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso -0,03 0,00 0,19 0,02 -4,29 -0,52 6,08 0,73
Agricultura 23,53 2,84 -22,84 -2,76 -0,85 -0,10 25,84 3,12
Área úmida/várzea 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,05 -0,01 4,18 0,50
Área urbana 0,09 0,01 0,11 0,01 0,10 0,01 0,38 0,05
Comunidade aluvial arbórea -2,78 -0,34 -57,43 -6,93 9,79 1,18 -109,46 -13,22
Eucalipto 0,62 0,07 39,14 4,73 8,56 1,03 -10,80 -1,30
Floresta estágio inicial -2,52 -0,30 27,96 3,38 -0,56 -0,07 -12,95 -1,56
Floresta estágio médio/avançado -14,09 -1,70 -8,78 -1,06 1,89 0,23 27,66 3,34
Instalações rurais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,12
Lagos, lagoas, represas 0,00 0,00 -0,14 -0,02 2,87 0,35 -4,40 -0,53
Pasto limpo 3,51 0,42 75,53 9,12 -49,10 -5,93 -0,55 -0,07
Pasto sujo -8,33 -1,01 -53,78 -6,49 29,26 3,53 75,14 9,07
Sistema viário (principais) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,36 0,04 -0,29 -0,03
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 2,02 0,24 -1,81 -0,22
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
63

1990 1994

2002 2006

2013

Região Extremo
Sul da Bahia

Figura 14. Mapas de uso e ocupação do solo entre 1990 e 2013 do município de Vereda, Bahia.
64

4.14 Território Extremo Sul da Bahia

De modo geral, a partir dos resultados obtidos, no ano de 1990 a predominância


do uso e ocupação do solo do território do Extremo Sul baiano era a pastagem suja,
equivalente a 36,59% de todo território regional (Tabela 29). A classe de pastagem
era predominante em nove dos treze municípios estudados, enquanto Itamaraju,
Jucuruçu e Prado tinham como classe predominante florestas em estágio
médio/avançado, 38,47%, 51,68% e 38,89% respectivamente. Alcobaça por sua vez,
já possuía a ocupação do eucalipto como majoritária, 25,60%.
Em 2013 numa perspectiva ampliada, a área de pastagem permaneceu sendo
a classe característica predominante regional, sendo dividida em 21,13% pastagem
limpa e 22,33% pastagem suja (Tabela 29). Os municípios que antes eram
predominantes as florestas em estágio médio/avançado passaram a ser pastagens,
sobretudo, pastagem limpa. Alcobaça em particular, manteve a cultura do eucalipto
como predominante. Outro fenômeno ocorrido que alterou a paisagem local foram nos
municípios de Caravelas, Mucuri e Nova Viçosa, onde a pastagem deu lugar a cultura
do eucalipto, esse fator pode ser justificado devido a intensificação nas atividades
florestais realizadas por industrias do ramo que se instalaram na região a partir da
década de 80, como Suzano, Veracel e Aracruz Celulose1.

1
A Aracruz Celulose se fundiu a VCP em 2009 para forma-se a Fibria, para depois ser comprada pela
Suzano em 2018.
65

Figura 15. Mapas de uso do solo no território do Extremo Sul da Bahia entre 1990 e 2013.
66

Tabela 29. Uso e ocupação solo no Extremo Sul baiano entre 1990 e 2013
1990 1994 2002 2006 2013
Classes
km2 % km2 % km2 % km2 % km2 %
Afloramento rochoso 190,87 1,03 191,84 1,04 199,34 1,08 143,35 0,77 170,07 0,92
Agricultura 886,68 4,79 1307,03 7,06 1775,17 9,59 1197,16 6,47 1080,70 5,84
Área úmida/várzea 255,23 1,38 243,79 1,32 237,35 1,28 266,71 1,44 587,65 3,17
Área urbana 52,90 0,29 55,79 0,30 64,29 0,35 85,75 0,46 114,57 0,62
Campo rupestre 5,03 0,03 5,02 0,03 6,54 0,04 7,34 0,04 6,22 0,03
Campos de restinga 155,98 0,84 159,25 0,86 165,81 0,90 1,82 0,01 62,56 0,34
Comunidade aluvial arbórea 3491,92 18,87 3493,40 18,87 3341,70 18,05 3906,76 21,10 2546,75 13,76
Eucalipto 1455,28 7,86 1637,30 8,85 2419,09 13,07 3946,96 21,32 3517,57 19,00
Floresta estágio inicial 756,36 4,09 461,61 2,49 628,24 3,39 480,16 2,59 100,99 0,55
Floresta estágio médio/avançado 3052,08 16,49 2818,81 15,23 2856,76 15,43 2024,43 10,94 1800,52 9,73
Instalações rurais 3,64 0,02 3,64 0,02 4,35 0,02 8,70 0,05 67,68 0,37
Lagos, lagoas, represas 106,05 0,57 106,05 0,57 107,25 0,58 120,35 0,65 123,59 0,67
Manguezal 19,56 0,11 19,56 0,11 28,59 0,15 106,62 0,58 68,04 0,37
Mussununga 9,91 0,05 8,22 0,04 8,84 0,05 13,86 0,07 40,48 0,22
Pasto limpo 1228,64 6,64 978,05 5,28 2333,14 12,60 1735,00 9,37 3911,87 21,13
Pasto sujo 6773,33 36,59 6954,12 37,57 4267,13 23,05 4212,94 22,76 4133,97 22,33
Restinga arbustiva 36,77 0,20 36,75 0,20 40,22 0,22 202,83 1,10 155,13 0,84
Seringal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,01 1,10 0,01
Sistema viário (principais) 29,80 0,16 29,80 0,16 28,14 0,15 32,29 0,17 9,85 0,05
Solo exposto 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,01 17,92 0,10 10,70 0,06
Total 18510,03 100,00 18510,03 100,00 18512,95* 100,00 18512,95* 100,00 18510,03 100,00
*Os valores podem variar na extração da imagem devido ao georreferenciamento e a qualidade da resolução
espacial das imagens.

Nove dos treze municípios apresentaram a pastagem como uso predominante


em 1990, sendo eles, Caravelas, Ibirapuã, Itanhém, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri,
Nova Viçosa, Teixeira de Freitas e Vereda. Dos nove, três municípios modificaram a
predominância no uso do solo para o eucalipto em 2013, sendo eles Caravelas, Mucuri
e Nova Viçosa.
Ao que se refere a classe de eucalipto, um outro município se sobressai, já que
estudos do território de Alcobaça revelam unanimidade nessa classe desde o primeiro
(1990) até o último (2013) ano analisado. Os índices de ocupação com eucalipto dos
quatro municípios supracitados, são significativos, uma vez que a cultura do eucalipto
expressa porcentagens superiores a 35% em cada um destes. A preocupação com a
monocultura, em especial o eucalipto, é alvo de discussões em vários âmbitos, desde
o social, o ambiental perpassando ainda em âmbito acadêmico.
Paralelo ao desenvolvimento da monocultura (11,14% de sua área) na região,
ainda se nota a redução das áreas de vegetação, tais como as florestas em estágio
inicial, médio e avançado, que juntas reduziram 6,76% de suas áreas no período
estudado. Vale ainda salientar que os municípios: Itamaraju, Jucuruçu e Prado são
tidos como aqueles de maior supressão da vegetação nativa, visto que no ano inicial
67

do estudo apresentavam as áreas de florestas em estágio médio/avançado como


predominantes, no entanto, em 2013 nota-se que a ocupação é tomada pela
pastagem.
A figura 16 apresenta a evolução regional das principais classes ao longo de
cada ano estudado. Nos três primeiros intervalos de anos estudados (1990-2006),
nota-se que as classes de maior representatividade na região, a pastagem e a
vegetação nativa, apresentam perdas de áreas consecutivas, a pastagem ainda mais
que a vegetação nativa, enquanto que no mesmo período, o eucalipto se desenvolve.
A situação muda no ultimo intervalo analisado (2006-2013), o eucalipto que vinha de
uma sequência de ganhos, decresce, a medida em que a pastagem se recupera, a
vegetação nativa por sua vez, sofre uma perda volumosa nesse período.

Agricultura Vegetação nativa Eucalipto Pastagem

50 43,23 42,85 43,46


36,87
40 34,63
39,45 36,59
Área (%)

35,65
30 32,13 24,04
21,32 19,00
20 13,07
7,86 8,85
10 9,59
7,06 6,47 5,84
4,79
0
1990 1994 2002 2006 2013
Figura 16. Evolução das principais classes na região (1990 a 2013)

De forma sintetizada, pode-se observar a tabela 30 que indica o percentual de


alteração das principais classes estudadas, são elas agricultura, eucalipto, pastagem
(união das classes pasto sujo e pasto limpo) e vegetação nativa (união das classes
de comunidade aluvial arbórea e florestas em diferentes estágios).

Tabela 30. Alterações municipais entre as principais classes (1990 a 2013)


Vegetação
Agricultura Eucalipto Pastagem
Municípios Ano ref. nativa
%
1990 10,54 25,6 23,79 32,7
Alcobaça
2013 1,87 ↓ 38,23 ↑ 22,01 ↓ 23,87 ↓
1990 5,18 14,71 42,57 26,93
Caravelas
2013 4,53 ↓ 38,46 ↑ 18,48 ↓ 23,27 ↓
Ibirapuã 1990 9,69 1,49 62,82 24,85
68

2013 12,75 ↑ 19,78 ↑ 40,73 ↓ 20,91 ↓


1990 3,04 0,15 36,58 57,21
Itamaraju
2013 4,25 ↑ 0,6 ↓ 58,19 ↑ 33,7 ↓
1990 0 0 55,24 43,9
Itanhém
2013 1,06 ↑ 0,44 ↑ 81,75 ↑ 14,15 ↓
1990 0 0 28,88 64,76
Jucuruçu
2013 0,26 ↑ 0,3 ↑ 68,19 ↑ 23,39 ↓
1990 4,46 0 77,71 16,72
Lajedão
2013 15,79
↑ 10,08
↑ 61,3
↓ 4,45

1990 0,48 0 66,84 31,09
Medeiros Neto
2013 1,58 ↑ 6,26 ↑ 76,75 ↑ 13,89 ↓
1990 8,85 22,15 38,35 26,12
Mucuri
2013 15,69 ↑ 39,69 ↑ 12,29 ↓ 24,8 ↓
1990 3,74 21,19 39,16 27,76
Nova Viçosa
2013 1,71 ↓ 49,7 ↑ 12,49 ↓ 24,93 ↓
1990 10,37 0,8 25,35 60,02
Prado
2013 12,97 ↑ 6,43 ↑ 31,79 ↑ 40,1 ↓
Teixeira de 1990 3,5 1,46 57,02 34,81
Freitas 2013 5,1 ↑ 17,21 ↑ 54,87 ↓ 17,59 ↓
1990 0,73 0,7 56,79 40,67
Vereda
2013 3,83
↑ 5,23
↑ 65,44
↑ 23,62

Obs.: Percentuais relativos às áreas de cada município. ↑ aumento de área. ↓ redução de área.

Como observado na tabela 30, no ano inicial do estudo (1990) os municípios


Itanhém e Jucuruçu não apresentam áreas agrícolas e silvícolas, contudo, em 2013,
a situação pouco se alterou, mantendo essas ocupações como pouco significantes no
território municipal. Outro fato a ser observado, está na redução contínua da
vegetação nativa, todas as setas apontam para baixo, o que significa dizer que no
período estudado (1990 a 2013) nenhum dos municípios apresentaram ganho da
vegetação nativa. De maneira geral, nota-se que a agricultura e o eucalipto cresceram,
sendo a agricultura menos expressiva na região.

Tabela 31. Uso e ocupação entre as principais classes na região (1990 a 2013)
Alteração
Classes
1990 1994 2002 2006 2013 entre
km2 % km2 % km2 % km2 % km2 % 1990 e 2013
Agricultura 886,68 4,79 1307,03 7,06 1775,17 9,59 1197,16 6,47 1080,7 5,84 1,05%
Eucalipto 1455,28 7,86 1637,3 8,85 2419,09 13,07 3946,96 21,32 3517,57 19 11,14%
Pastagem 8001,97 43,23 7932,17 42,85 6600,27 35,65 5947,94 32,13 8045,84 43,46 0,23%
Vegetação nativa 7300,36 39,45 6773,82 36,59 6826,7 36,87 6411,35 34,63 4448,26 24,04 -15,41%

Ao comparar os percentuais das principais classes de uso e ocupação do solo


na região Extremo Sul da Bahia, no ano inicial e no ano final do estudo, é possível
erroneamente concluir que a pastagem não teve alteração (Tabela 31), contudo, a
Figura 16 permite entender como se deu a evolução dessas ocupações. Através da
69

figura 15 é possível notar visualmente o fenômeno ocorrido nesses 23 anos, a


pastagem passa por migração, sendo que em 1990 estava localizada mais ao sul, em
2013 é vista em maior parte ao norte da região. A vegetação nativa foi a classe que
mais perdeu área, se trata de menos 2.852 km 2 (-15,41%) de áreas de floresta, ao
passo que o eucalipto demonstra o ganho de 2.062 km 2 (+11,14%).

5. CONCLUSÕES

Conhecer a dinâmica de uso e ocupação do solo se torna importante no estudo


da paisagem local e ainda pode subsidiar pesquisas relacionando aspectos sociais,
como por exemplo, alterações na qualidade de vida urbana e atividades de
subsistências em contraste com as mudanças de uso e ocupação da terra em
determinado período.
A dinâmica do solo, de maneira geral, demonstrou gradativo aumento da
monocultura na região em detrimento sobretudo, das pastagens, das florestas em
diferentes estágios e em menor escala, da agricultura.
Observa-se ainda o processo de migração sobretudo da pastagem no decorrer
dos vinte e três anos analisados (1990 a 2013) onde em 1990 a distribuição da
pastagem vista mais ao sul é suprimida pelo eucalipto e passa a ocupar em 2013
áreas mais ao norte, suprimindo por sua vez, a vegetação nativa (compreendida nas
classes deste estudo como: comunidade aluvial arbórea e as florestas em diferentes
estágios).
70

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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