Você está na página 1de 16

O filme Parque dos Dinossauros (Jurassic Park), há 20 anos, mostrou às pessoas que a ficção

científica poderia operar mágicas consideradas impossíveis, como a “ressurreição” de animais


extintos.
Passados 15 anos do primeiro filme da trilogia, entretanto, os cientistas já dispunham da
tecnologia necessária para fazer isso acontecer de fato, desde que se obtivesse uma amostra de
DNA totalmente preservada dos bichões!
Já vamos então tentando imaginar o que pode acontecer nos próximos anos, para não sermos
totalmente surpreendidos! Para isso, imagine que em maio de 2013 será inaugurada uma reserva
biológica chamada “Arquipélago dos Dinossauros” e teste seus conhecimentos resolvendo a
questão-problema, a seguir!
Questão-Problema

Dioriam possui apenas 13 anos, mas como prêmio por seus enormes conhecimentos científicos,
foi o único garoto sorteado para embarcar em uma excursão patrocinada pelos diretores de
Hollywood para um lugar chamado “Arquipélago dos Dinossauros”.
Antes de pegar a balsa para a primeira ilha, no entanto, o menino é avisado que terá de passar
por um último desafio. Se vencer, mostrará de vez que é capaz de adentrar em tão fantástico
domínio...
E, de forma inusitada, o desafio de Dioriam chega no almoço. Em um restaurante rústico e
sofisticado, uma comissão de especialistas lhe oferecem um pedaço de carne de mais de um metro
de comprimento, cujo nome é “ ”.
O desafio do jovem é desvendar, em alguns minutos, se essa carne pode mesmo ser de
tiranossauro, comparando seu sabor com as carnes dos galos selvagens, dos crocodilos ou dos javalis.
Qual deve ser a resposta para que Dioriam entre no arquipélago? Justifique—e rápido!

Hipótese

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
é o segmento das ciências que estuda a classificação dos seres vivos. Os sistematas
são os biólogos que tentam organizar a biodiversidade
procurando os em toda a diversidade de
formas de vida, mas não só isso. Além de organizar, os sistematas
Quando existem muitos tipos (por buscam explicar a biodiversidade, e até
exemplo, espécies) em um grande prevê-la—e embora essa tarefa não
conjunto (por exemplo, o conjunto de seja lá muito fácil, pode fazer toda a
todos os seres vivos), entender a relação diferença em questões ambientais e até
em investigações policiais!
entre eles não é tarefa simples!
Imagine-se na seguinte situação: você está
tentando comprar um aparelho celular e tem a opção de
ir a duas cidades: Bagunçática e Sistemática, ambas com 21 lojas de telefonia e 105
outras construções (ei... Não vá dizer que não sabe o que significa “10 5”! Se for o caso, vá já
estudar isso!).
Bagunçática (Figura 1) é muito desorganizada: as mais diversas lojas misturam-se com as casas.
Se você começasse a procurar de construção em construção, e demorasse trinta segundos em cada
uma, precisaria, em média, de quase 80 horas para achar pelo menos duas lojas, e isso sem contar
a grande possibilidade de se perder e ter que começar de novo!

Telefonia

Outros

Figura 1—Esquema representando uma parte das construções de Bagunçática. As lojas de telefonia são
azuis claras por dentro. Você consegue achar rapidamente quantas aparecem nesse esquema?
Já Sistemática (Figura 2) é muito bem organizada e planejada. Possui uma grande avenida
principal, com placas para cada um dos setores: Residencial e Comercial. No setor Comercial,
existem dois bairros: Vila Eletrônica e Vila do Artesanato. Na Vila Eletrônica, existem duas ruas: Rua
dos Eletrodomésticos, e Rua dos Portáteis. Finalmente, na Rua dos Portáteis, no lado esquerdo
temos as lojas de aparelhos celulares. Simples, não?! Em menos de meia hora de Sistemática você
teria encontrado todas as lojas de que precisa na cidade!

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Avenida Central

Figura 2—Esquema representando uma parte de Sistemática. As lojas de telefonia são claras por dentro.
Seguindo os caminhos corretos, você pode encontrá-las bem rápido e sem erro!
Assim como no caso das cidades e das lojas, o mesmo ocorre com os guarda-roupas,
com seu material de estudo... E com a classificação dos seres vivos.
Muito mais complexos do que as lojas de uma cidade qualquer, os seres vivos
precisam ser organizados para que possamos entendê-los e explorá-los de forma sábia
(ou seja, sustentável). Já foram descritas por volta de 1.700.000 espécies de seres
vivos, sendo que quase 25% delas são coleópteros (ou seja, besouros). Imagine como seria confuso
o estudo dos seres vivos se não houvesse uma maneira de organizá-los e classificá-los em
subconjuntos!
Para esta enorme tarefa, os sistematas estabelecem critérios de classificação e formam
e subconjuntos (que podem ser representados com círculos, como na matemática. Os
círculos são conhecidos como ) a partir da observação das características das
espécies e conjuntos de espécies.
As melhores classificações são as que organizam e explicam de forma mais completa seus
subconjuntos e elementos, e isso ocorre quando são respeitadas cinco regrinhas (Figura 3):
1. Os conjuntos são definidos por características (e não por nomes). Em outras palavras,
classificamos os elementos por aquilo que eles têm, não pelo o que eles são nem por
como estão momentaneamente (por exemplo, “sujo”, “cansado”, “machucado”);
2. Os conjuntos não podem ter intersecção parcial;
3. Cada conjunto deve ser formado por dois subconjuntos ou dois elementos ou um
elemento e um subconjunto que incluam todos os seus elementos;
4. Os conjuntos não podem ser redundantes (ou seja, desnecessários).
5. Uma característica que define um conjunto (incluindo o conjunto universo) não pode
definir um de seus subconjuntos.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
1 Têm pelos São gatos

4
Têm pelos Têm células

5 Têm células Têm células

Figura 3—Aplicação das cinco regras para uma boa classificação. Na área esquerda, exemplos corretos.
Na direita, exemplos errados.

Em qualquer sistema de classificação, precisamos primeiro ter uma boa ideia sobre o nosso
conjunto universo. O conjunto universo recebe esse nome não por incluir o universo inteiro, nem
tudo que existe, mas sim, por incluir nosso universo de trabalho, ou seja, todos os elementos que
analisaremos em algum estudo em particular.
Para a questão-problema desta aula, nosso conjunto universo é formado por quatro elementos:
tiranossauros, galos-banquiva (uma espécie de galos selvagens), “crocodilos”-imperadores e javalis.
Em nossa investigação devemos primeiro descobrir o que define esse conjunto universo: em outras
palavras, buscaremos o que esses quatro elementos têm em comum.

Material

 Observações e pesquisas sobre os animais estudados.

Procedimento
a. Investigue os padrões (semelhanças) entre os respectivos animais que tem à sua disposição;

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
b. Faça o exercício 2 (página 7).

Rótulo da Lata de Tiranossauro

Rótulo da Lata de Javali

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Rótulo da Lata de Galo Selvagem

Rótulo da Lata de “Crocodilo”

Resultados (dados obtidos)

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Represente o seu com um diagrama de Euler (conjunto), usando as regras da
Figura 3, página 4. Inclua dentro dele os elementos e, da borda, puxe uma legenda contendo
as características usadas para defini-lo.

Quais são as características que definem o seu conjunto universo?

Qual pode ser o nome desse conjunto universo?

Com o conjunto universo definido, podemos avançar para formar os conjuntos e subconjuntos
que dele fazem parte. Assim poderemos obter uma classificação completa, objetiva e informativa!

Material

 Observações e pesquisas sobre os animais estudados.

Procedimento
a. Investigue os padrões (semelhanças) entre os quatro vertebrados estudados. A Tabela 1
(exercício 5) servirá para organizar suas observações;
b. Represente sua classificação com (conjuntos como os que você
aprendeu a fazer em Matemática) no exercício 6 (ver exemplo da Figura 4).

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
São Paulo Barcelona

Times de futebol vice-campeões paulistas Times de futebol


(definição do conjunto laranja) (definição do conjunto universo)

Figura 4—Exemplo de diagrama de Euler já preparado, depois de se construir uma matriz como a Tabela 1.

Resultados (dados obtidos)


Na Tabela 1 abaixo deixe claro as evidências usadas para classificar os quatro animais.
Tabela 1—Matriz com os vertebrados. Em cada célula da tabela, complete com a característica observada.
Perceba que as duas primeiras colunas, destacadas, correspondem ao conjunto universo, definido no
exercício 2.

Animal Evidências
1 2 3 4 5 6
Estrutura Crânio em Forma do Nº de dedos
(código) Número de Revestiment
da coluna frente aos osso do no membro
 membros o corporal
olhos calcanhar anterior
Quatro Vértebras Fechado Levantado Quatro
Jav Pelos
Cro Quatro Vértebras Em gancho Placas

Gal Quatro Vértebras

Tir Quatro Vértebras

Desenhe abaixo os correspondentes à classificação baseada na matriz. Os


elementos são as quatro espécies de vertebrados. Anote, também, as
cada conjunto (reveja a Figura 4, na página 8, se necessário).

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
é o nome que damos aos diagramas que
representam a história evolutiva de algumas espécies. Para
responder à questão-problema da aula,
faremos uma : Imagine, por exemplo, que você tivesse que
basicamente, procuraremos a resposta adivinhar se uma planta desconhecida possui
mais apropriada para uma questão, folhas comestíveis. Se alguém soubesse a história
partindo de evidências bem conhecidas. evolutiva dessa planta, essa pessoa poderia dizer
É claro que ninguém jamais deve se as espécies aparentadas produzem folhas
ter saboreado um pedaço de comestíveis e, dessa forma, inferir se a planta
desconhecida tem folhas próprias para ingestão
tiranossauro, mas se ele fosse vivo,
humana. Perceba que não estamos falando de
deveríamos partir do princípio de certezas absolutas ou verdades irrevogáveis: a
que deve ter um sabor parecido com ciência não trabalha assim! A inferência é apenas
seus parentes mais próximos, assim uma conclusão obtida a partir das evidências, mas
como o sabor da carne de polvo também não é exclusividade dos cientistas. Na
lembra mais o da carne da lula que o verdade, até os detetives trabalham com
da carne de camarão. inferências!
A é uma
(árvore de família) “esticada” por
um número maior de gerações. É tão razoável
admitir que a carne dos tiranossauros seria parecida com
a dos animais mais aparentados a eles como é admitir que o seu rosto é mais parecido
com o rosto dos seus pais do que com o rosto dos seus vizinhos!
Ah, agora sim... O prato principal. Já que refletimos um pouco sobre os cladogramas, as
árvores genealógicas, as inferências e a história dos seres vivos, vamos responder ao desafio de
Dioriam!

Material

 Lápis, papel e borracha;


 Armação: linha, barbante ou arame.

Procedimento
a. Observe a estrutura do diagrama que você desenhou no exercício 6 (página 8);
b. Escolha a estrutura que melhor representa a classificação que você propôs com seu grupo:
“equilibrada” ou “em escada”;
c. Localize as definições colocadas nos diagramas de Euler (exercício 6, p. 8) na armação
correspondente aos conjuntos: esses são os ;
d. Desenhe o cladograma obtido (resultado) no exercício 7.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Resultados (dados obtidos)
Desenhe o correspondente ao modelo pronto com a armação. Plote nele, também,
os .

Olhando para o cladograma construído no exercício 7, qual das espécies selecionadas (javalis,
crocodilos e galos) é mais aparentada aos tiranossauros (Tyrannosaurus rex)?

Os fósseis de tiranossauro não deixaram indícios de como protegiam seus embriões, nem de
seu revestimento corporal. Após esta aula, entretanto, você já pode fazer inferências
evolutivas! Como os tiranossauros devem ter protegido seus embriões? No espaço abaixo,
justifique essa inferência com base em evidências obtidas durante a aula e registradas nesta
apostila.

Quantos ancestrais em comum o tiranossauro compartilha com cada uma das outras espécies
analisadas, segundo oa exercício (página 15)?
Figura 6 7?

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Considere o cladograma ao lado, que coloca os crocodilos (C) e os galos (G) mais próximos. Ele
é tão aceitável quanto o que você obteve? Justifique.
Tir Cro Gal Jav

A partir do cladograma desenhado no exercício 7 é possível apontar as


espécies “mais evoluídas”? Justifique.

Com a experiência desta aula e a leitura do texto complementar, reveja se sua hipótese para a
questão-problema foi rejeitada e redija sua conclusão.
Dado que o cladograma indicou que... os tiranossauros são mais aparentados aos

galos

eu concluo que o sabor da carne de tiranossauro deveria parecer...

já que espécies que compartilham mais ancestrais (normalmente) possuem...

mais características em comum.

Use apenas três palavras (conceitos) para resumir o conteúdo principal desta aula.

Construa uma frase que relacione as palavras-chave da questão 14, os textos introdutórios e os
textos complementares. Encare isso como a construção de um resumo fantástico, que possa
ser útil em seus estudos.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Antes de aprofundarmos um pouquinho mais nossos estudos, tenha certeza de que leu direitinho
os textos iniciais da apostila!
Os cientistas também usam a simplicidade e a precisão para decidir quais classificações são as
melhores. E para que serve tudo isso? A percepção da Ciência mudou muito e, atualmente, além de
servir para organizar toda a biodiversidade (lembra-se do número de espécies conhecidas? Esse
número tem aumentado a cada ano!), muitos cientistas também usam a sistemática para ter uma
ideia sobre como foi a da vida na Terra! Observe o exemplo abaixo para ver como você
mesmo já pode fazer isso. Após montar seus (reveja a Figura 3 e a Figura 4) basta
unir os elementos e conjuntos mais próximos com linhas verticais.
Passo 1: Escolha os elementos (espécies ou grupos de espécies).
 Exemplo: onça, suçuarana e graxaim.
Passo 2: Construa sua tabela (“matriz”) com base nas evidências que reunir.
 Exemplo:
Organismo Evidência 1 Evidência 2 Evidência 3
Revestimento Número de Cor da pelagem
dentes
Onças Pelos Menos de 40 Amarelada
Suçuaranas Pelos Menos de 40 Alaranjada
Graxains Pelos Mais de 40 Cinzenta
Passo 3: Monte os conjuntos com base em sua tabela, respeitando a quantia de evidências e
começando pelos conjuntos maiores!
 Exemplo:
 A evidência 1 forma o conjunto universo:
i. Onças, suçuaranas e graxains (os três possuem pelos);

pelos

A evidência 2 forma dois subconjuntos:


i. Onças e suçuaranas (possuem menos de 40 dentes);
ii. Graxains (possuem mais de 40 dentes).
Menos de 40 Mais de 40
dentes dentes

Pelos

A evidência 3 forma três subconjuntos:


i. Onças (possuem pelagem amarelada);
ii. Suçuaranas (possuem pelagem alaranjada) Pelagem
iii. Graxains (possuem pelagem cinzenta). cinzenta
Menos de 40 Mais de 40
dentes dentes
Pelagem
Pelos
amarelada
Pelagem
alaranjada

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Respeitando as regras da Figura 3 (p. 4), não precisamos
representar os conjuntos redundantes. Os elementos, nesse
caso, são as espécies, e entendemos que elas representam um
número de organismos que fazem parte do mesmo fluxo
gênico:
Menos de 40
dentes

Pelos

Passo 4: Comece unindo com ramos (“linhas verticais”) os elementos mais próximos! Se
houver “empate”, tanto faz por qual começar.
 Exemplo:
Os mais próximos são onças e suçuaranas.

Passo 5: Continue unindo com ramos os elementos mais próximos que restaram. Agora, pode
unir os nós (encontros de ramos) também!
 Exemplo:
O ancestral (hipotético) de onças e suçuaranas é próximo de
graxains (os únicos que restam).

Passo 6: Por fim, trace os passos evolutivos, que correspondem às definições dos diagramas
de Euler. Agora, já não precisamos mais dos diagramas!
 Exemplo:

Menos de 40
dentes
Pelos

Os pontos de divisão entre essas linhas representam (quando os ancestrais deixam


de existir por ter formado duas novas espécies—Figura 6). Essa forma de representação chama-se
cladograma, e você o verá muitas vezes até o fim do ano! Em um cladograma, as gerações
transcorrem corre “da raiz para as folhas”, ficando os ancestrais mais antigos mais próximos da raiz
e os mais recentes, no sentido oposto. O mais comum é que a raiz fique para baixo (isso tem origem
na Paleontologia: os fósseis mais antigos normalmente são encontrados nas camadas mais
inferiores da Terra), o que faz com que a imagem de um cladograma lembre vagamente a de uma
árvore. Por isso, um cladograma também pode ser chamado de “árvore evolutiva” (ou árvore
filogenética).

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Os conjuntos representam os , aqueles que possuem um
ancestral comum, exclusivo, e expressam a relação de parentesco entre seus membros. Por serem
tão importantes, esses conjuntos são organizados e recebem nomes (Figura 5).

Família
dos
Felídeos Família
dos
Canídeos
Ordem dos Carnívoros

Onça Suçuarana Graxaim Espécies


TEMPO

Felídeos Canídeos Famílias

Carnívoros Ordens

Figura 5—Esquema ilustrando a nomeação de um cladograma montado a partir de diagramas de Euler. Os


passos evolutivos foram omitidos.
Liste nas linhas abaixo os conjuntos existentes no cladograma da Figura 5.

Dos três animais citados na Figura 5, quais têm maior parentesco? Justifique.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Ramo: representa uma
A B C D espécie sofrendo
D C B A A B C D
seleção e evoluindo.
Nó: representa uma
especiação,
encerrando uma
espécie ancestral.
Raiz: espécie extinta e
hipotética, ancestral de
todas no cladograma.

A B C D A A

B B
C C

D D A B C D

Figura 6—Na parte superior (branca), vemos vários cladogramas, todos iguais, apenas mudando o formato
dos ramos. Na parte inferior (amarela) vemos vários outros cladogramas. Você consegue dizer se eles são
equivalentes aos que estão na parte superior?
Na Figura 6 há sete cladogramas. Entretanto, alguns deles podem ser equivalentes... Quantos
deles são de fato diferentes entre si? Justifique.

Figura 7—Nesta aula você acompanhou a confecção de um cladograma dos tetrápodes (do grego tetra =
quatro; pode, pés), animais vertebrados com quatro membros. Perceba que os répteis só formam um grupo
natural se considerarmos as aves dentro do conjunto dos répteis (na verdade, todas as aves são répteis... E
também dinossauros, se quer saber!). Na figura, esse conjunto está sombreado (Fonte:
http://biofecunda.wordpress.com/2008/10/22/filogenia-como-base-para-a-investigacao-da-diversidade-biologica/).

A partir da Figura 7 faz sentido dizer que cobras e tartarugas são répteis, mas as aves não?
Justifique.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.
Quando se fala em evolução biológica, sistemática e biodiversidade, normalmente se recorda de
nomes marcantes da história da ciência contemporânea, como Charles R. Darwin, Alfred R. Wallace,
Ernst Mayr, George G. Simpson, Julian S. Huxley, Niles Eldredge, Stephen
J. Gould, Clinton R. Dawkins e Edward O. Wilson, dentre muitos outros.
Entretanto, um dos mais geniais, talentosos e dedicados sistematas de
todos os tempos, que criou o mais impressionante método para aplicar as
ideias de Darwin e Wegener (autor da Teoria da Tectônica de Placas), nem
de perto é lembrado como deveria. O entomólogo1 alemão Emil Hans Willi
Hennig, morto com um ataque cardíaco em 1976, teria completado 100
anos de vida em 20 de abril de 2013.
Os talentos de Hennig já despontavam em seus estudos sobre os
dípteros (moscas e mosquitos) ainda quando jovem, mas com o ingresso
da Alemanha na II Grande Guerra, ele teve de prestar serviços militares durante os confrontos.
A vida de Hennig poderia ter se encerrado muito antes, em meio ao fogo cruzado no qual a
Alemanha se envolvia frequentemente pelos idos de 1940, mas o que poderia ser considerado uma
maldição para muitos acabou sendo a salvação para ele. Após passar um longo tempo em
recuperação por ter sido ferido por estilhaços de bomba na Rússia, a malária assolava os italianos
(aliados dos alemães na guerra), e Hennig foi enviado para a região para empregar seus vastos
conhecimentos sobre os mosquitos no combate à epidemia.
A grande reviravolta de sua vida se deu, no entanto, quando foi capturado pelos ingleses como
prisioneiro de guerra, período durante o qual dedicou seus esforços e seu conhecimento para criar
sua magnum opus, um dos livros mais importantes para a biologia do século XX: Grundzüge einer
Theorie der Phylogenetischen Systematik (Fundamentos de uma Teoria da Sistemática Filogenética),
publicado em 1950.
O método—sobre o qual você aprendeu um pouquinho na aula de hoje—que Hennig inventou
para colocar em prática a teoria de Darwin (que esperava por isso há 90 anos!) revolucionou a
maneira de se pensar na biologia, e seu legado, ainda atualíssimo, tem reformulado muitas das
teorias e práticas biológicas.
Uma curiosidade, entretanto: seus escritos fabulosos permaneceram praticamente
desconhecidos pela comunidade científica mundial até 1966, quando foi publicada uma tradução
do seu livro para o inglês (Phylogenetic Systematics), língua muito mais utilizada pela academia
científica. Nosso país, entretanto, sempre esteve na frente nas pesquisas em sistemática e evolução.
Isso porque muitos dos refugiados alemães vieram para o Brasil (especialmente para a Universidade
de São Paulo, USP), e bem antes da versão traduzida de seu livro ser publicada, Hennig já figurava
entre os discursos e era considerado nas pesquisas realizadas pelos professores alemães e seus
discípulos aqui no Brasil.
Você deve estar se perguntando o que foi que ele disse, afinal, de tão brilhante... Como quase
sempre na ciência, as soluções mais simples são as mais úteis, e Hennig simplesmente disse que
uma classificação, para ser considerada natural, deve se basear na inferência evolutiva mais
simples. Por isso, segundo sua óptica2, na busca pelos grupos deveriam ser usadas apenas as
, e não qualquer tipo de característica, como antes se pensava.

1Entomólogo: biólogo especializado no estudo dos insetos.


2Óptica: visão, pensamento, ideia, olhar.

Adaptado de: Tonidandel, SRM, Lopes, PL & Ferreira, LB. Investigação e Conhecimento (7º ano). Zapt.

Você também pode gostar