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Tradução: Ulisses Teles Revisão da Tradução: Cesare Turazzi Capa e Diagramação: Haas Comunicação
(Tiago Dias) Versão Ebook: Livro em Pixel
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Enquanto preparava este pequeno livro, interagi com muitas pessoas carregando
sérias dúvidas e grandes preocupações quanto ao quinto mandamento. Descobri
que nos sentimos bem perante suas implicações para as crianças, mas ficamos
perplexos com suas implicações para aqueles na idade adulta. Como nós,
adultos, prestamos honra aos nossos pais? Quais são nossas contínuas
obrigações? E quanto aos pais que são difíceis, ausentes, abusivos ou até mesmo
estão mortos? Quais são as limitações deste mandamento?
Antes de chegarmos a respostas satisfatórias para todas essas perguntas,
precisamos entender a seriedade com que Deus transmite esse mandamento.
Neste capítulo, exploraremos os benefícios que Deus promete àqueles que lhe
obedecem. No entanto, isso significa que também precisamos dar uma boa
olhada nas tenebrosas consequências que Ele promete àqueles que desobedecem.
A respeito do relacionamento dos filhos com seus respectivos pais, a Bíblia
contém doces promessas de bênçãos, mas também terríveis ameaças de
julgamento.
Um Mandamento com Promessa
Os Dez Mandamentos têm um papel crucial em nosso mundo. Eles nos
ensinam a viver da forma como Deus quer que vivamos. O Deus que nos criou
revela como viver vidas plenas e satisfatórias. Esses mandamentos ensinam o
rebelde e o desordenado a como viver em submissão e ordem. O quinto
mandamento, então, fala a pessoas propensas à rebeldia contra autoridades —
isto é, todos nós — e conduz em direção a este bom plano: “Honra a teu pai e a
tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus
dias e para que te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Dt 5.16).
Você notou que Deus insere bênçãos neste mandamento? Escrevendo séculos
depois, o apóstolo Paulo é cuidadoso em salientar: “Filhos, obedecei a vossos
pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro
mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a
terra” (Ef 6.1–3). Junto dessas duas sentenças estão três motivos por que os
filhos devem honrar seus pais, assim como duas grandes promessas para aqueles
que o fazem.
Por que os filhos devem honrar seus pais?
• Primeiro, porque a natureza exige isso. Paulo diz que “isso é certo”. É
assim que Deus planejou a humanidade, para que filhos honrem seus pais.
Todos os seres humanos de todas as eras têm esse conhecimento e essa
expectativa.
• Segundo, porque a lei de Deus exige isso. Paulo cita o quinto mandamento
para mostrar que Deus exige honra como parte importante de sua vontade
revelada à humanidade.
• Terceiro, porque o Evangelho exige isso. Paulo diz aos filhos que
obedeçam seus pais “no Senhor”.
Aqueles que depositam fé no Senhor são chamados a segui-lo em tudo. O
Evangelho assegura ao filho que ele pode honrar seus pais com alegria, e o
Evangelho lhe dá a motivação para o fazer.
O que acontece com aquele que ouve a natureza, a lei e o Evangelho, tendo
por objetivo honrar seus pais? Deus o abençoa. “Honra a teu pai e a tua mãe. . .
para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra”. A bênção de Deus sobre
aqueles que obedecem ao quinto mandamento toma forma de duas maneiras:
uma vida longa e uma boa vida. Essas bênçãos são tanto um motivo para
obedecer quanto uma consequência natural da obediência.
Uma Vida Longa, Uma Boa Vida
Os Dez Mandamentos foram dados por Deus a um povo em particular, num
contexto único. Naqueles dias, vida longa dentro da Terra Prometida simbolizava
a bênção divina. Um sinal de que o povo estava sob o favor de Deus, e
experimentando a boa vida prometida que acompanharia a fidelidade ao dever
para com a aliança. Por outro lado, um vida breve ou uma vida vivida no exílio
simbolizavam o desfavor divino, dado que exemplificava as maldições que
acompanhariam a quebra das obrigações da aliança.
Precisamos entender, como os israelitas, que essas promessas não eram
garantias. Deus não estava dizendo “Honrem seus pais e lhes garanto que
viverão para ver pelo menos oitenta aniversários”. Também não queria dizer “Se
você teve uma vida curta, isso é prova de que você desonrou os seus pais”. Ao
invés disso, Deus diz que aqueles que honram seus pais geralmente
experimentam uma vida melhor do que aqueles que não o fazem. Por quê?
Porque aqueles que honram seus pais estão fazendo as coisas da maneira de
Deus, vivendo em seu bom plano.
O que, então, está implícito na promessa dessa boa e longa vida? Dennis
Rainey diz o seguinte: “Você quer viver sob o favor de Deus? Você gostaria de
sentir a bênção e a boa mão de Deus sobre sua vida? Então obedeça aos
mandamentos de Deus”.1 Ele também salienta um benefício escondido: honrar
nossos pais ajuda a completar nossa transição para a fase adulta. Buscando
deliberadamente por maneiras de honrar nossos pais, começamos a devolver o
amor que eles nos têm dado desde o nascimento. Nós aperfeiçoamos o
relacionamento alcançando-os com amor assim como eles nos alcançaram. O
amor, o cuidado, a honra são agora mútuos, simplesmente como Deus deseja.
Nós crescemos.
Uma Vida Curta, Uma Vida Miserável
Enquanto o quinto mandamento estabelece os termos da bênção dada pela
obediência, isso envolve também as consequências da desobediência. Tais
consequências são apresentadas com maior detalhe em outro lugar da Bíblia,
primeiro na lei civil e depois na literatura sapiencial do Antigo Testamento.
Revelando a lei que governaria a nação de Israel, Deus incluiu uma
penalidade para aqueles que, de maneira flagrante e sem arrependimento,
violassem o quinto mandamento. Pode ser chocante perceber que essa pena era a
mesma para o assassinato e outros crimes horríveis.
• Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto. Quem amaldiçoar seu pai ou
sua mãe será morto (Êx 21.15, 17).
• Se alguém amaldiçoar seu pai ou sua mãe será morto; ele amaldiçoou seu
pai ou sua mãe; seu sangue cairá sobre ele (Lv 20.9).
• Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de
seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, seu pai e
sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes
dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é
dissoluto e beberrão. Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão
até que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e
temerá (Dt 21.18–21).
E pensar que a rebelião das crianças e adolescentes de hoje é vista como algo
normal! E pensar que hoje em dia lidamos com isso de forma tão leviana! A lei
de Deus mostra quão seriamente Ele considera o quinto mandamento. Como é,
então, que o tratamos de forma tão superficial?
O livro de Provérbios mostra ainda mais as consequências horríveis de
desonrar os pais:
• O que maltrata a seu pai ou manda embora a sua mãe filho é que
envergonha e desonra (Pv 19.26).
• A quem amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a lâmpada nas
mais densas trevas (Pv 20.20).
• Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua
mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão
comidos (Pv 30.17).
Embora retratado em linguagem poética, o quadro é claro: há doces bênçãos
reservadas para aqueles que obedecem ao quinto mandamento e há os mais
terríveis julgamentos guardados para aqueles que assim não procedem. Deus
espera e exige que os filhos honrem seus pais.
O Dever de Honrar
Você e eu não vivemos na antiga Israel. Não estamos mais sob as leis civis
da nação de Deus. No entanto, as bênçãos divinas ainda se estendem até nós.
Afinal, Paulo livremente assegurou aos filhos que Deus os abençoaria se
honrassem seus pais. Eles reconheceriam, como nós reconhecemos, que a
promessa da terra não mais era válida. Mas a regra geral continua: se vivemos
nos caminhos de Deus, recebemos o favor de Deus, e se resistimos aos caminhos
de Deus, privamo-nos do favor de Deus. Honre a Deus ao honrar seus pais e
espere tudo correr bem com você. Desonre a Deus ao desonrar seus pais e espere
o contrário. Essa é a forma como Deus estruturou o mundo.
CAPÍTULO 2
Já olhamos para as doces bênçãos que Deus promete àqueles que ouvem o
quinto mandamento, e já observamos os terríveis juízos que Ele promete contra
aqueles que não o guardam. Vimos também que os filhos têm o dever de honrar
os pais por toda a vida. Mas, embora tenhamos aprendido por que devemos
honrar nossos pais, ainda não consideramos o como. Nossa pergunta para este
capítulo é a seguinte: como prestar honra aos nossos pais, especialmente quando
adultos?
Honre e Obedeça
Em ambas as narrativas dos Dez Mandamentos — encontrados nos livros de
Êxodo e Deuteronômio — Deus ordena aos filhos: “Honra a teu pai e a tua
mãe”. Não há uma palavra sobre obediência. No entanto, quando lemos as
aplicações do mandamento espalhadas pela Bíblia, vemos a obediência como um
componente-chave da honra que os filhos devem a seus pais. Isso levanta a
pergunta: a obediência aos pais é permanente ou temporária? Honrar sempre
exige obediência? Se desejo honrar meus pais, devo continuar obedecendo
mesmo na idade adulta? Para responder a essas perguntas, precisamos examinar
a honra e a obediência, procurando o que as torna parecidas e o que as distingue.
Obedeça
O que o quinto mandamento não exige é tão importante quanto o que ele
exige. O quinto mandamento não é “Obedeça a teu pai e a tua mãe”. Ao invés
disso, é “Honra a teu pai e a tua mãe”. Apesar disso, a Bíblia claramente dá
bastante ênfase sobre os filhos obedecendo aos pais.
Encontramos a linguagem de obediência em muitas outras interpretações e
aplicações do quinto mandamento. Entretanto, cavando mais fundo, encontramos
algo interessante: a linguagem da obediência tende a surgir apenas nas passagens
que falam a filhos jovens, filhos ainda dependentes de seus pais. Quando vamos
a passagens que falam de filhos adultos, encontramos uma mudança sutil da
linguagem de respeito e provisão. Dessa forma, a obediência é uma forma
particular de honra — uma forma de honra para filhos mais novos.
Todos os filhos devem honrar seus pais em todos os períodos da vida. Mas
enquanto mais jovens, a honra frequentemente toma a forma de obediência. É
por isso que Paulo faz referência ao quinto mandamento e diz aos filhos mais
jovens que “obedeçam aos pais” (Ef 6.1–3; Cl 3.20). Obedecer é submeter-se à
vontade de uma pessoa que, por direito, carrega consigo posição de autoridade, é
cumprir suas exigência ou seus pedidos. Como minha esposa e eu ensinamos aos
nossos filhos, a obediência significa “faça agora, faça certo e faça de coração
alegre”. A obediência é a manifestação de honra por parte do filho.
Os pais estão certos em esperar e exigir obediência de seus filhos, e os filhos
estão certos quando expressam honra aos pais por meio da obediência. A
obediência aos pais ensina o filho a ser submisso a todas as autoridades,
incluindo o próprio Deus. É sob a instrução e disciplina dos pais que os filhos
são preparados para viver vidas ordenadas neste mundo. John MacArthur diz
isso bem: “Filhos que demonstram respeito e obediência aos pais construirão
uma sociedade ordenada, harmoniosa e produtiva. Uma geração de filhos
indisciplinados e desobedientes produzirá uma sociedade caótica e destrutiva”.2
Os filhos devem obedecer aos pais enquanto sob a autoridade deles. Os pais
devem ensinar a seus filhos a obediência, para que assim possam aprender a
honrar — e passar o resto da vida honrando — seus pais, professores, chefes,
governos e, fundamentalmente, honrar a Deus.
Honra
Mas o que é a honra? Biblicamente, a palavra honra refere-se a peso ou
significância. Honrar pai e mãe significa tê-los em grande excelência e dar
grande valor ao relacionamento com eles. John Currid explica: “A questão é que
um filho não pode deixar de levar seus pais a sério ou ter pensamentos que os
rebaixe. Eles devem ser considerados com grande seriedade e valor”.3 E
podemos aprender sobre honra lendo passagens que descrevem o
comportamento de desonra. Essas são passagens da lei civil e da literatura
sapiencial, que também observamos no capítulo anterior: Levítico 20.9,
Provérbios 30.17, e outras passagens.
O que descobrimos? Filhos que desonram seus pais são rebeldes e
teimosamente resistentes à disciplina que os tiraria dessa mesma rebelião. Eles
podem ser verbalmente abusivos, zombadores, filhos que amaldiçoam os
próprios pais. Eles podem ser até mesmo violentos com seus próprios pais.
Voltando-nos ao Novo Testamento, descobrimos que a desonra deles pode tomar
a forma de recusar cuidado aos próprios pais ou falha em suprir suas
necessidades físicas e financeiras (Mc 7.8–13; 1Tm 5.8).
Dessa forma, para honrar nossos pais, devemos respeitá-los e reverenciá-los,
falar bem deles e tratá-los com gentileza, carinho e dignidade. Devemos
assegurá-los de que receberão cuidado e que suas necessidades serão supridas.
Dennis Rainey diz que “A honra é uma atitude acompanhada de ações que
transmitem aos pais: ‘Vocês são dignos. Vocês têm valor. Vocês são as pessoas
que Deus soberanamente colocou em minha vida’”4. Tudo isso e muito mais está
relacionado a essa pequena palavra.
Obedecer Hoje, Honrar Sempre
Precisamos considerar por que razão a exigência básica do quinto
mandamento não é obediência, mas honra. Estou convencido de que são pelo
menos dois os motivos: a partir de dado momento, não mais somos obrigados a
obedecer aos nossos pais, e, mesmo antes de chegar a esse ponto, havia
momentos em que não podíamos ou não deveríamos obedecer. Em outras
palavras, há vezes em que podemos desobedecer aos nossos pais enquanto ainda
os honramos.
O fim da obediência. Chega um momento quando obedecer aos pais não
mais é apropriado. A tarefa dos pais é educar os filhos para que estes se tornem
independentes e sejam funcionais fora da autoridade paterna e materna. Na
maioria dos casos, o relacionamento do pai e da mãe com o filho será
permanentemente alterado no momento do casamento, quando “deixa o homem
pai e mãe e se une à sua mulher” (Gn 2.24). Tornando-se independente dos pais,
o filho deixa a supervisão e autoridade deles. Ele não mais deve obediência da
mesma forma ou no mesmo grau.
O pecado da obediência. Pode haver também ocasiões em que a obediência
seria pecaminosa, tais como quando os pais ordenam seus filhos a pecar ou
quando ordenam o filho a desobedecer ao governo. Quando isso acontece, o
filho deve desobedecer à autoridade dos pais para obedecer à autoridade de
Deus. Outra ocasião para a desobediência aceitável é quando os pais exigem
obediência de seus filhos adultos ou quando suas exigências por obediência
tornam-se abusivas. Em tais casos, o filho não está sob a obrigação divina de
obedecer.
O comando fundamental de Deus à humanidade não é “Obedeçam pai e
mãe”, uma vez que a obediência se encerra e pode, às vezes, ser pecaminosa. Ao
invés disso, o mandamento de Deus é “Honra a teu pai e a tua mãe”, porque a
honra jamais acaba e nunca é errada.
Honra Perfeita, Obediência Perfeita
Não ficamos sem um modelo bíblico de honra e obediência. Nós o vemos
perfeitamente manifesto em Jesus. Embora Deus, Jesus nasceu de pais terrenos e
honrou e obedeceu a ambos desejosa, alegre e perfeitamente. Vemos sua
obediência enquanto ainda era criança, em Lucas 2.51: “E desceu com eles para
Nazaré; e era-lhes submisso”. Vemos Jesus os honrando quando, em momentos
antes de morrer, assegurou provisão para sua mãe: “Vendo Jesus sua mãe e junto
a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.Depois, disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa”
(Jo 19.26–27).
E assim como honrou e obedeceu mãe e pai terrenos, Ele também honrou e
obedeceu ao Pai celestial. Ele invariavelmente falou bem de seu Pai, direcionou
glória a Ele e o reverenciou. E é claro, Jesus obedecia-lhe em tudo: “Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele
que me enviou” (Jo 6.38).
Jesus honrou e obedeceu a Deus honrando seus pais terrenos e lhes
obedecendo. Se quisermos honrar e obedecer a nossos pais, devemos aprender
sobre Jesus. Se quisermos que nossos filhos nos honrem e obedeçam, devemos
ensinar-lhes sobre Jesus. Como sempre, Ele é o exemplo de como obedecer
perfeitamente à perfeita lei de Deus.
CAPÍTULO 3
Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando
assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E
muitas coisas fazeis semelhantes a estas” (Mc 7.9–13).
Esses líderes religiosos estavam declarando suas posses “Corbã”, jurando
dedicá-las a Deus para que depois da morte tudo o que possuíssem passasse a ser
propriedade do templo. No entanto, ao fazê-lo, cometiam dois graves erros.
Primeiro, eles estavam negligenciando uma responsabilidade primária em favor
de uma secundária. Doar as próprias riquezas ao templo poderia ter sido uma boa
coisa, mas menos importante do que o dever de suprir as necessidades dos
próprios pais. Segundo, eles estavam deliberadamente deixando de socorrer seus
pais por causa da ira ou do rancor. T. W. Manson explica o “Corbã” desta
maneira: “Um homem passa pela formalidade de votar algo a Deus, não para que
ele possa dar algo a Deus, mas para prevenir que outra pessoa o tenha”.13 Mark
Strauss conclui: “Jesus condena esse uso do qorbān, não apenas porque a honra
pelos pais supera o voto feito, mas porque os motivos egoístas por trás de tais
tradições são contrários ao coração de Deus e ao âmago do verdadeiro espírito
da lei”.14
Honra e Provisão
Vamos concluir com quatro pontos de aplicação.
Primeiro, os filhos têm a obrigação de honrar seus pais por toda a vida, e esta
honra inclui sustento financeiro quando necessário, algo que recebe bastante
apoio da erudição bíblica. Douglas Milne diz: “Quando os filhos são
dependentes dos pais, é certo que os pais devem sustentá-los, mas os papéis são
invertidos nos anos posteriores, quando os pais tornam-se dependentes de seus
filhos”. MacArthur diz bastante do mesmo: “[Os filhos] carregam uma dívida
àqueles que os trouxeram ao mundo, deram de vestir, de comer, forneceram-lhes
moradia, deram sustento, amor, cuidado”.15 A honra é mais do que sustento, mas
não menos que isso.
Segundo, talvez haja circunstâncias extenuantes que deverão ser abordadas
com sabedoria e discernimento, possivelmente sob a orientação de líderes das
igrejas locais. Algumas formas de sustento podem, na verdade, possibilitar o
vício e o comportamento repugnante.
Alguns pais podem exigir ajuda financeira mesmo sendo capazes de prover o
próprio sustento. Alguns pais podem ter prejudicado tanto seus filhos que o
apoio financeiro é especialmente difícil. Líderes que oram e são conhecedores da
Bíblia podem trazer clareza a tais complexidades.
Terceiro, um cristão que se recusa a cuidar de seus pais ou membros da
família próximos pecou de tal modo que ser disciplinado pela igreja não deve ser
algo a surpreendê-lo. A pessoa que não toma essa responsabilidade “tem negado
a fé”, tornando-se “pior do que o descrente”. Essas acusações são sérias e
indignas de alguém que reivindica seguir o Salvador que, com certeza,
sustentava a própria mãe (Jo 19.27).
CAPÍTULO 6
A motivação por trás deste livreto partiu do saber que poucos de nós considera
seriamente o quinto mandamento, e também do desejo de expor como podemos
ativamente cumpri-lo, mesmos quando já tivermos saído de debaixo da
autoridade de nossos pais. Nosso foco tem sido Deuteronômio 5.16: “Honra a
teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se
prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus, te
dá”. Já vimos que este mandamento não é só destinado às crianças. Em qualquer
idade, temos uma dívida de honra para com nossos pais, o que pode ser expresso
de várias maneiras: perdoando-lhes, falando bem deles, estimando-os tanto
publicamente quanto em particular, buscando pela sabedoria deles, apoiando-os
e sustentando-os.
Muito bem e muito bom. Isso tudo vai direto ao ponto suficientemente bem
quando temos um bom relacionamento com nossos pais, quando eles nos criaram
bem, quando eles nos amaram e nos respeitaram. Mas e quanto às pessoas que
foram adotadas e nunca conheceram seus verdadeiros pais? E quanto às pessoas
que tiveram pais difíceis, ausentes ou abusivos? E quanto às pessoas cujos pais
comportaram-se de maneiras totalmente indignas? Essa dívida de honra estende-
se até mesmo a eles? Sempre que dialogo sobre este tópico, a maior parte das
pessoas se atém a esse tipo de preocupação, mais do que a qualquer outro. “Você
realmente espera que eu honre meus pais? Vou falar um pouco sobre eles…”.
Minha abordagem deste capítulo se deu com cuidado, com oração e com a
Bíblia nas mãos. Enquanto eu o escrevia, pensava em pessoas que conheço e
amo, muitas delas da minha própria igreja, pessoas que têm passado por
situações dolorosas. E até onde eu posso entender, todos os filhos devem honrar
seus pais.
Não existem cláusulas de exceção. Reconheço que, em alguns casos, a honra
será extremamente difícil. Reconheço que, em alguns casos, o prejuízo é
profundo. Reconheço que alguns traumas passados não podem e não devem ser
desprezados. No entanto, apesar dos pesares, eu ainda acredito que sempre
haverá uma dívida de honra que todos nós devemos para com nossos pais.
Um Contexto Diferente de Honra
Quero começar mudando um pouco de contexto. Os pais não são as únicas
pessoas a quem Deus nos diz que devemos honrar. Eles não são a única fonte de
autoridade a quem devemos honra. Em Romanos 13, Paulo escreve sobre as
autoridades civis e diz isto: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra,
honra” (v. 7). É importante reconhecer que Paulo escreveu essas palavras
enquanto sob o reino de líderes romanos tiranos. No entanto, até mesmo neste
contexto, ele exortou o povo crente de seus dias a prestar honra e respeito ao
governo.
Douglas Moo salienta que a história da interpretação dessa passagem “é a
história das tentativas de evitar o que parece ser seu significado direto” e adverte
que “nós não devemos obscurecer [seu significado] sob um monte de
qualificações”. A passagem ensina que toda a autoridade é, no final das contas,
uma extensão da autoridade divina de Deus delegada aos seres humanos, porque
“não há autoridade que não proceda de Deus” (Rm 13.1a). Ela também nos
ensina que toda a autoridade é uma demonstração da soberania de Deus, porque
“as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Rm 13.1b). Há um tipo
de honra que nós devemos mesmo ainda que a outra parte não a mereça. Tal
honra lhes pertence por causa de uma posição dada por Deus. Moo conclui: “O
governo é mais do que um incômodo a ser tolerado; ele é uma instituição
estabelecida por Deus para realizar alguns de seus propósitos na terra”.16
Portanto, quando honramos nossos governantes, honramos a Deus; e quando
desonramos nossos governantes, de igual modo desonramos a Deus.
Do Governo à Família
Muito do que é verdadeiro acerca das autoridades civis deve ser verdadeiro
também a respeito dos pais. Assim como Deus é soberano para levantar
governantes para liderar uma nação, assim também Deus escolhe pai e mãe para
dar filhos à luz. Assim como Deus delega autoridade e responsabilidade ao
governo, Deus delega autoridade e responsabilidade aos pais. Assim como Deus
espera que honremos o governo como uma extensão da autoridade e soberania
divinas, Ele espera que honremos os pais como uma extensão de sua autoridade
e soberania. Assim como honrar os governantes é honrar a Deus, da mesma
forma honrar os pais é honrar a Deus. Devemos dar a nossos governantes e a
nossos pais tudo o que lhes é devido, incluindo a honra. Não há exceção para
governos ruins e pais ruins.
Honrando o Desonroso
Portanto, como honrar pais que se comportaram de maneira desonrosa e
abominável? Por vezes será algo muito difícil. Exigirá que exercitemos muita
sabedoria e que caminhemos por linhas bem tênues. Sem conhecer os casos
individuais, falar de forma ampla pode ser difícil e perigoso. Graças a Deus, Ele
nos coloca sob o cuidado de pastores e líderes que podem nos ajudar em
dificuldades como essas, e fazemos bem em buscar o cuidado e conselho deles.
Deixe-me oferecer algumas sugestões mais gerais, mas também pedirei que você
pense, ore e converse com outras pessoas, buscando por bons conselhos e
sabedoria. No caso específico do abuso, Dennis Rainey oferece sábias
orientações em seu livro sobre o quinto mandamento. Enquanto isso, aqui vão
algumas distinções a considerar.
Faça distinção entre honra e obediência. Em um capítulo anterior, nós
aprendemos que a honra nem sempre inclui obediência. Quando os pais exigem
aquilo que Deus proíbe, devemos nos submeter à autoridade maior de Deus ou
do governo. Quando os pais ultrapassam seus limites e exigem obediência de
filhos adultos, nós também podemos nos recusar a obedecer-lhes. Mas mesmo
quando nos recusamos a obedecer, nós ainda podemos honrá-los. Em vez de
explodir de raiva ou fazer um grande espetáculo de resistência, podemos
responder com dignidade, calma e respeito, mas ainda com firme resolução. Isso
pode não tornar a reação de nossos pais melhor, mas pelo menos teremos sido
inculpáveis aos olhos de Deus.
Faça distinção entre a pessoa e a posição. Mesmo que honrar nossos pais
por meio de um relacionamento fosse impossível ou insensato, ainda poderíamos
honrar a paternidade e a maternidade como posições. Podemos aprender como a
Bíblia descreve o propósito de Deus para os pais e determinar que falemos
apenas bem acerca deles. As Forças Armadas exigem que os soldados respeitem
a hierarquia, e não o homem em si, e em algum grau podemos fazer o mesmo
com os pais — honrar a posição quando nada encontrarmos digno de honra na
pessoa. O filho adotado pode nunca ter conhecido seus pais biológicos, mas ele
ainda pode evitar falar mal deles, podendo ainda falar bem da maternidade e da
paternidade em si.
Faça distinção entre honra e relacionamento. Em alguns casos, as ações
do passado foram tão deploráveis que o filho precisa afastar-se dos pais. Por
exemplo, Deus não exige que filhos mantenham na idade adulta um
relacionamento próximo com pais que abusaram sexualmente deles no passado e
permanecem impenitentes. O melhor que podem fazer para honrar a Deus nesta
situação talvez seja recusar-se a desonrá-los. Em tais casos, honrar a Deus pode
significar honestamente enfrentar o trauma deixando a vingança em suas mãos,
reconhecendo perante Deus que Ele não cometeu erros ao escolher aqueles pais.
Isso pode significar estender perdão aos pais (se por isso eles buscarem) ou pelos
menos expressar uma disposição a conceder-lhes perdão (caso eles ainda não o
tenham buscado). Isso significa abandonar a amargura, confiando em Deus
através da dor, agarrando-se firmemente na demonstração de sua compaixão na
cruz. Em última instância, é absolver Deus de toda a culpa pelo que aconteceu e
confiar que nada aconteceu à parte de sua soberania.
Faça distinção entre honra e concordância. Alguns filhos suspeitam que
honrar os pais significa concordar com posições odiosas da parte deles. Um filho
cujos pais são racistas pode supor que honrá-los indique tolerância para com
suas crenças racistas. No entanto, a honra pode ser estendida de uma maneira
genuína, mas ainda firme. Afinal, somos chamados a honrar governantes a favor
do aborto mesmo mantendo nossa posição firme a favor da vida e desafiando o
governo a mudar. Honrar nossos pais não significa necessariamente aprovar tudo
o que fizeram ou todas as crenças que eles sustentam.
Faça distinção entre honra e apoio. Honrar seus pais não significa apoiar
pecados e comportamentos pecaminosos. Não significa acobertar o que fizeram
ou continuam a fazer, nem significa esconder alguma coisa das autoridades civis.
Aqueles que sofreram abuso não desonrarão seus pais se tornarem esse abuso
conhecido e processarem seus pais no ponto máximo da lei.
Essas são cinco distinções que podem ser úteis enquanto consideramos os
casos difíceis. No entanto, devemos estar cientes de que podem ser perigosas.
Devemos cuidar para que não caiamos em uma definição de honra tão estreita
que chegue a não ter sentido algum. Como indivíduos convencidos da
necessidade de honrar nossos pais, devemos meditar em Deuteronômio 5.16,
Romanos 13.1–7 e em outras passagens-chave, para em seguida responder à
convicção de Deus. Ele nos ajudará, Ele nos guiará em toda verdade, em toda
obediência (Jo 16.13).
Honra a Quem Merece a Honra
Quanto mais leio e estudo as Escrituras, mais concluo que Deus pede coisas
impossíveis de seu povo. No mínimo, Ele pede coisas que seriam impossíveis
sem sua presença, sua sabedoria e seu poder. Nos casos difíceis, prestar honra
aos pais pode parecer impossível. Mas o chamado ainda existe: “Dê [...] honra a
quem a honra é devida”. Para muitos, esse é o tipo de desafio mais profundo.
Para todos nós, é um desafio que nos faz desesperadamente necessitados da
graça de Deus.
CAPÍTULO 7
Pais Dignos de Honra
Estamos perto de concluir nossa análise do quinto mandamento e, em particular,
de como filhos adultos devem obedecer-lhe. “Honra a teu pai e a tua mãe, como
o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que
te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. Ainda que se atentar a esse
mandamento seja algo relativamente mais direto para filhos jovens sob a
autoridade de seus pais, é muito mais difícil saber o que isso implica para filhos
adultos. Por meio desse pequeno livro, temos aprendido como expressar essa
honra.
Aprendemos que todos os filhos devem honra aos seus pais, uma dívida que
perdura mesmo depois da infância. Todos os filhos de todas as idades devem
honrar seus pais. Exploramos esse ponto de vários ângulos e, agora, para
concluir, desejo explorá-lo por apenas mais uma perspectiva.
Os filhos não carregam consigo a responsabilidade plena pelo quinto
mandamento. Tendo em vista que o filho deve honrar seus pais, os pais, por sua
vez, devem tornar-lhes fácil esse processo, vivendo vidas honrosas. Devemos
repetir o que já dissemos antes: um filho não deve esperar até que seus pais
provem ser dignos de honra, para que então consiga prestar-lhes honra, porque a
honra devida aos pais vem da posição, não do comportamento.No entanto, ainda
há um ônus sobre os pais para que estes vivam uma vida digna e respeitável. E
isso é o que eu quero considerar neste capítulo: como nós, que somos pais,
podemos viver vidas dignas de honra? Como podemos tornar a honra algo fácil
para nossos filhos, tanto agora quanto no futuro?
A Glória dos Filhos
Provérbios 17.6 declara: “Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a
glória dos filhos são os pais”. É a segunda parte deste provérbio que me interessa
em particular. O que significa “a glória dos filhos são os pais”? Mesmo devendo
reconhecer um contexto único do Antigo Testamento, ainda podemos concordar
com Eric Lane, que diz: “Para os próprios filhos, a maior bênção era ter pais dos
quais poderiam se orgulhar — respeitados na comunidade, prósperos nos
negócios e empenhados em instruí-los”.17
É uma bênção para os filhos ter pais honrosos, sendo correto que eles se
orgulhem do pai e, é claro, da mãe também.
No comentário de John Kitchen sobre o provérbio, ele enfatiza a importância
dos pais viverem com honra:
Os filhos encontram grande honra em ter um pai honroso. De fato, o
mandamento exige que os filhos honrem pai e mãe (Êx 20.12), mas
também cabe ao pai dar a seus filhos motivos para tal. Que incentivo
terreno maior poderia haver do que viver de maneira honrosa como um
homem, do que ter filhos que têm orgulho de você e desejam imitar o
seu caráter?18
Quando vivem de maneira honrosa, os pais são o orgulho dos filhos.
Vivendo de Maneira Honrosa
Como os pais vivem de maneira honrosa? Há centenas de possibilidades,
centenas de formas de responder a isso. Poderíamos criar uma lista de
características que devem marcar o pai cristão: amor, gentileza, paciência e
ternura. Poderíamos tecer uma lista de deveres que os pais devem cumprir:
passar tempo de qualidade com os filhos, orar por eles, ler a Palavra de Deus
para eles. Poderíamos também escrever uma lista de características e
comportamentos a evitar: não irritar nossos filhos, não tratá-los injustamente,
não fracassar em criá-los na disciplina e na instrução do Senhor. As
possibilidades são infinitas. Quanto a mim, desejo manter-me simples e propor
três áreas de ênfase.
Primeiro, faça da piedade sua principal preocupação. Como pais, há uma
tendência de esperarmos mais de nossos filhos do que esperamos de nós
mesmos. Temos grandes expectativas para eles, mas apenas expectativas
modestas para nós mesmos. Uma vida de honra perante os outros começa com
uma vida de honra perante Deus. Buscando a Deus, desejaremos ser quem Ele
quer que sejamos, teremos o desejo de nos revestirmos de todas as características
nobres associadas à piedade. Desejaremos nos comportar da forma como Deus
deseja que nos comportemos, colocando de lado qualquer atitude indigna de um
cristão e enfatizando aquelas atitudes dignas de um cristão.
Dessa forma, modelaremos caráter e comportamento maduros, expressando e
demonstrando amor a nossos filhos, mesmo quando eles nos irritarem ou nos
pressionarem à beira do desespero. Viveremos com uma consciência limpa
perante Deus, perante os homens e diante de nossos próprios filhos.
Segundo, identifique e imite modelos dignos. Especialmente dentro da
igreja local, procure pais cuja paternidade ou mães cuja maternidade provaram
ser bem-sucedidas. Deus nos colocou em meio a comunidades de uma igreja
local para que possamos receber ajuda nos desafios e nas dificuldades da vida.
Deus nos cerca de outros crentes para que possamos observar modelos honrosos
a serem imitados. Seja deliberado em identificar pais cujos filhos os amam e
honram, cujos filhos se deleitam em estar com os próprios pais.
Aprenda a imitá-los. Pergunte: “O que vocês fizeram para cultivar o respeito
de seus filhos? Como vocês os educaram? O que vocês lhes ensinaram?”.
Pergunte aos filhos: “O que os seus pais fizeram que os levaram a honrá-los? O
que vocês amam neles? Por que vocês amam passar tempo com eles?”. Há muito
que podemos aprender por meio da curiosidade e da imitação.
Terceiro, recomende seus filhos à graça de Deus. Aprenda a ser piedoso e
a imitar modelos dignos, depois recomende seus filhos à graça de Deus. É sua
responsabilidade viver uma vida digna de honra, e é sua responsabilidade ensinar
a seus filhos a importância da honra. Mas em última instância, a honra deve ser
oferecida pelos filhos, não forçada pelos pais. A responsabilidade recai sobre os
filhos. Eles podem ter o coração duro, indispostos a identificar o amor e graça
que você, pai ou mãe, manifesta, indispostos a perdoar seus fracassos,
indispostos a dar ouvidos ao mandamento de Deus. Mas pelo menos você terá
vivido uma vida de honra. Você terá cumprido o seu dever dado por Deus.
Em certos momentos, talvez você faça apelos a seus filhos, quando estes
agem de forma desonrosa, ou, sendo vocês cristãos, até mesmo apelos para a
igreja. Os líderes da igreja devem levar a sério a responsabilidade que cada
membro tem de obedecer ao quinto mandamento. No entanto, no fim, seus filhos
terão de seguir os próprios caminhos na vida. Eles escolherão honrar a Deus
honrando-o, ou desonrar a Deus desonrando-o. No entanto, ainda que escolham
mal, você poderá ter o conforto de saber que, mesmo que seus filhos o
abandonem, Deus jamais o abandonará.
Pais, tornem a honra algo fácil para seus filhos. Torne-a um deleite, que eles
se orgulhem de vocês. Viva de tal maneira que a glória dos filhos
verdadeiramente seja os pais (Pv 17.6).
Tim Challies éé cristão, marido de Aileen e pai de três filhos, que
têm entre 11 e 17 anos. É também co-fundador das publicações
Cruciform Press e autor de vários livros, incluindo O Caráter do
Cristão e Dê o Exemplo. Ele adora a Deus e serve como pastor na
igreja Grace Fellowship em Toronto, Ontário, e publica
diariamente em seu site: www.challies.com.
NOTAS
1 Dennis Rainey. The Forgotten Commandment.
2 John MacArthur. Ephesians: MacArthur New Testament Commentary.
3 John Currid. A Study Commentary on Deuteronomy.
4 Dennis Rainey. The Forgotten Commandment.
5 Para assistir, acesse: www.youtube.com/watch?v=26en95whUAk.
6 Timothy Keller. The Timothy Keller Sermon Archive.
7 Timothy Keller. The Timothy Keller Sermon Archive.
8 https://www.cru.org/communities/families/honor-parents-with-tribute.html.
9 Bryan C. & Kent Hughes. 1 and 2 Timothy and Titus: To Guard the Deposit.
10 John Stott. The Message of 1 Timothy & Titus.
11 https://www.youtube.com/watch?v=p7cOwQQDI7o.
12 William Barcley. A Study Commentary on 1 and 2 Timothy.
13 T.W. Manson. The Teaching of Jesus.
14 Mark Strauss. Mark.
15 Douglas Milne. 1 Timothy, 2 Timothy, Titus. John MacArthur. 1 Timothy: The MacArthur New Testament
Commentary.
16 Douglas Moo. The Epistle to the Romans.
17 Eric Lane. Proverbs: Everyday Wisdom for Everyone.
18 John Kitchen. Proverbs: A Mentor Commentary.
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DÊ O EXEMPLO
Deus quer que sua vida seja uma tela, a matéria-prima para a produção de uma linda obra de arte. E ele
também espera que essa obra de arte seja exposta, admirada e imitada. Quero falar com você, jovem, em
seus 16, 18 ou 20 anos. Com você que está no ensino médio ou na universidade, ou quem sabe iniciando
sua carreira ou até mesmo se casando. Quero falar com você e quero falar para você.
Há muitas maneiras de investir seu tempo nessa fase da vida, mas a Bíblia me convenceu de que nenhuma
delas é melhor que buscar a santidade. Na carta de Paulo ao jovem Timóteo, você (sim, você!) é chamado a
ser um exemplo para outros jovens e até mesmo para cristãos mais velhos. Ele o chama para dar um
exemplo de maturidade e santidade em sua fala, conduta, amor, fé e pureza.
Junte-se a mim conforme exploramos essas áreas e enxergamos como elas se aplicam ao que você pensa, ao
que você fala, ao que está escondido em seu coração e ao que a sua vida transmite ao mundo.
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O CARÁTER DO CRISTÃO
Seu caráter tem se tornado mais semelhante ao caráter de Cristo? Uma boa forma de iniciar a caminhada da
santidade é compreender e imitar as qualificações e qualidades de caráter que a Bíblia determina para os
presbíteros e diáconos. Enquanto esses são chamados a exemplificar essas características, todos os outros
cristãos são chamados a apresentá-las em suas próprias vidas.
Em “O Caráter do Cristão”, Tim Challies explora a Bíblia para considerar como podemos apresentar as
virtudes cristãs mais elevadas e, assim, nos encorajarmos mutuamente em amor e boas obras, à semelhança
de Cristo.
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