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Alencar Migliavacca

Gerson Witte

A Física na
Cozinha
Copyright © 2014 Editora Livraria da Física
Direção Editorial: José Roberto Marinho
Projeto grá co e diagramação: Gerson Witte
Capa: Gerson Witte

Texto em conformidade com as novas regras ortográficas do


Acordo da Língua Portuguesa.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Migliavacca, Alencar
A sica na cozinha / Alencar Migliavacca, Gerson Wi e. --
São Paulo: Editora Livraria da Física, 2014.

ISBN 978-85-7861-257-3

1. Aparelhos e disposi vos eletrônicos


2. Eletrônica 3. Física I. Wi e, Gerson II. Título.

14-12920 CDD-537.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Aparelhos e disposi vos eletrônico: Física 537.5
ISBN 978-85-7861-257-3

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de fevereiro de 1998.
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Agradecimentos

À Secretaria de Ação Social de Chapecó -


FASC, pela possibilidade de realização da
extensão junto as mulheres participantes
do projeto “Ação-mulher”.

Ao Instituto Federal de Santa Catarina -


IFSC, pelo aporte financeiro e possibilidade
de realização das pesquisas e extensão.

À Julio Renê Scapin Sobczak pela grande


contribuição no projeto de pesquisa e
extensão.

À amiga Morgana Cambrussi pela revisão


ortográfica.

Aos familiares pelo apoio e incentivo aos


estudos.
4 A Física na Cozinha
Apresentação

A Física na Cozinha, de autoria de Alencar


Migliavacca e Gerson Witte, propõe uma
aplicação de conceitos e fenômenos físi-
cos em situações presentes na vida das pessoas,
especialmente das que são mencionadas no título
da obra. O livro reúne as atividades desenvolvidas
em um curso de extensão vinculado ao Instituto
Federal de Santa Catarina, Campus Chapecó, na
modalidade de um projeto destinado a donas de
casa integrantes da “Ação-Mulher” e organizado
pela Fundação de Ação Social de Chapecó. De ma-
neira simples e concisa, a obra aborda os conceitos
físicos articulados ao cotidiano das donas de casa
e que podem ser percebidos por pessoas de passa-
gem por qualquer cozinha, o que, por si só, já re-
presenta um contexto atrativo e fácil de imaginar.
O modo como os textos são organizados tor-
na a leitura agradável e acessível a qualquer leitor,
de sujeitos sem formação acadêmica a estudantes
mais adiantados. Sua estrutura contempla um tex-
to principal com tópicos “Explorando conceitos”
nas laterais de cada página, além de dois capítulos
ao final, intitulados “Aprofundando conceitos” e
“Perguntas e respostas”, os quais trazem curiosi-
dades sobre os conceitos abordados, com vistas a
desmistificá-los. Tal formato permite que o livro
seja utilizado, no mínimo, de duas maneiras: tan-
6 A Física na Cozinha

to os professores podem adotá-lo em sala de aula, quanto os alunos e a


comunidade em geral podem utilizá-lo de forma independente e auto-
didata. Por esse motivo, cremos que esta publicação deve ultrapassar os
muros da escola.
Outro mérito da obra diz respeito à apresentação de fatos histó-
ricos sobre princípios e invenções, em uma narrativa leve e bem cons-
truída, complementada por ilustrações. Perspicazes, os autores utilizam
muito bem esse viés histórico para introduzir os conceitos físicos envol-
vidos, criando uma estreita conexão entre os cientistas e suas invenções.
Ao enriquecer os conceitos com tantos subsídios, o livro acaba aproxi-
mando o leitor do conhecimento científico, que passa a embasar o seu
cotidiano, eliminando barreiras entre os – aparentemente distantes –
mundos acadêmico e vivencial.
Muitas vezes, as pessoas deixam de usufruir de determinada tecno-
logia por receio ou desinformação, sem terem ideia de que compreender
melhor as maravilhas tecnológicas significa viver com mais qualidade e
menos esforço. Assim, na sociedade contemporânea, torna-se fundamen-
tal romper com a dicotomia que existe entre os conhecimentos da sala
de aula e o saber popular – este que é empírico e, não raro, equivocado,
correspondendo ao senso comum, quase onipresente. Também para que o
leitor torne-se um cidadão crítico e saiba posicionar-se diante das princi-
pais questões da humanidade, o conhecimento científico é fundamental.
As tecnologias modernas, assim como podem potencializar a bon-
dade, podem estar a serviço do mal, sendo a diferença entre uma situa-
ção e outra apenas uma questão de escolha, ou, então, de abstenção de
escolha, por falta de conhecimento apropriado. Portanto, para melhor
entendermos o mundo que nos cerca, fazendo as escolhas certas, basta
dominarmos alguns conceitos científicos simples e que são abordados
no presente livro de maneira envolvente, com uma linguagem clara, que
desperta e prende o leitor, além de contemplar várias informações, que,
pelas razões expostas, podem ser consideradas de utilidade pública.

Dra. Cleci Werner da Rosa


Doutorado em Educação Científica e Tecnológica
Curso de Física - UPF - Universidade de Passo Fundo/RS - Brasil
A Física na Cozinha

Introdução................................................................................. 7

O Ferro Elétrico......................................................................... 9

O Chuveiro Elétrico.................................................................. 17

A Panela de Pressão................................................................ 25

A Garrafa Térmica.................................................................... 35

O Liquidificador........................................................................ 43

O Forno de Micro-ondas.......................................................... 49

A Geladeira................................................................................ 57

Aprofundando Conceitos......................................................... 65

Perguntas e Respostas ............................................................ 77


8 A Física na Cozinha
Introdução

Q uando estamos em nossas casas, se-


guindo normalmente nossas vidas,
não fazemos ideia de quantos con-
ceitos científicos estão envolvidos em nossas
ações do dia a dia. A utilização de equipamen-
tos eletroeletrônicos como fogões, geladeiras,
ferros elétricos, garrafas térmicas, panelas,
liquidificadores e outros elementos de nossa
cozinha, por exemplo, é muito rica em con-
ceitos científicos e são produtos tecnológicos
resultantes de necessidades e adequações do
homem. Pensando nisso, esta obra pretende
difundir conhecimentos de física e áreas afins,
que explicam o funcionamento de elementos
de nossa casa, principalmente os utilizados na
cozinha.
Este trabalho é resultado de um projeto
de extensão realizado com as donas de casa
do município de Chapecó participantes do
projeto “Ação-Mulher”, organizado pela Fun-
dação de Ação Social de Chapecó – FASC. A
experiência objetivou externar conhecimen-
tos científicos aplicados a utensílios domés-
ticos conhecidos e manuseados nas cozinhas
de nossas casas. Foi necessário desmistificar
muitos pensamentos em relação aos cuida-
dos e usos dessas tecnologias, principalmente
10 A Física na Cozinha

para o público da terceira idade.


Durante a aplicação das oficinas, nos chamados “Clubes de Mães”,
muitos comentários vindos do público eram baseados em mitos e no co-
nhecimento empírico, sem nenhuma preocupação com o conhecimento
científico. Partindo dessa realidade e com o sentimento de que muitos
pensamentos errôneos podem trazer riscos à segurança dos usuários,
decidimos escrever este material, cujo objetivo é dar subsídios a estas
pessoas para que possam realizar seus afazeres domésticos com quali-
dade e segurança. Para além disso, pode servir como leitura descompli-
cada no entendimento dos conceitos físicos aplicados principalmente
para educandos e educadores dos diferentes níveis de ensino.
A difusão deste material pode melhorar a compreensão da física
no seu aspecto conceitual pois sua escrita foi baseada em materiais con-
cretos amplamente difundidos. Além disso, problemas com a má utiliza-
ção de equipamentos podem ser resolvidos a partir da divulgação destes
conhecimentos.
Por fim, a proposta é propiciar ao leitor leigo uma linguagem
acessível sobre o tema, que permitirá minimamente a aplicabilidade de
conceitos e a incorporação de cuidados básicos no manuseio desses pro-
dutos tecnológicos bem como sua manutenção. Por outro lado, a forma
com que o conteúdo é abordado, permite muitas aplicações do conheci-
mento científico das Ciências da Natureza a estudantes do Ensino Básico
e a professores das unidades curriculares de física, química e biologia.
O livro é dividido em capítulos que podem ser lidos na íntegra,
em conjunto ou separadamente. Cada um deles é independente do an-
terior, mas possui um vínculo sequencial de aprendizado das teorias e
conceitos físicos. O leitor pode fazer a leitura dos capítulos sem explorar
os conceitos científicos ou explorando-os concomitantemente. Ao final
do livro, o penúltimo capítulo traz um aprofundamento de conceitos
científicos abordados e o fechamento do livro apresenta curiosidades e
soluções para situações vividas por todos nós cotidianamente.
Então, vá em frente, explore a leitura da maneira que achar me-
lhor e colha bons frutos dela para seus estudos, para responder suas
questões ou “simplesmente” ampliar seu conhecimento.
Capítulo 1
Explorando
Conceitos
O Ferro Elétrico
Energia Elétrica:

V
é a capacidade
ocê já se perguntou sobre a importân- de uma corrente
cia e utilização de um ferro elétrico? elétrica realizar
Quais são seus componentes e como trabalho. Indica
esse equipamento chegou até o modelo atual? a quantidade de
Sabe qual o motivo de ele ser considerado um energia que foi
“vilão” no gasto de energia elétrica? Saiba transformada em
que essa tecnologia, muito conhecida no Bra- um equipamento.
sil, não é tão utilizada em muitos outros países. Depende de sua
O ferro elétrico, também conhecido potência bem
como ferro de passar roupas ou de engomar, é como do tempo
um aparelho eletrodoméstico muito utilizado que ele fica em
pelas pessoas com a função de passar tecidos funcionamento.
do vestuário, de
cama, mesa e ba-
nho em geral. Ele
é utilizado para es-
ticar as fibras que
compõem os teci-
dos, as quais são
alisadas pelo aque-
cimento, desamas-
sando as roupas.
Antigamente, esse
aquecimento era
possível através
da queima de óleo,
carvão ou gasolina.
12 A Física na Cozinha

Atualmente esse aquecimento é gerado atra-


vés da energia elétrica.
Explorando
Conceitos

Isolantes: são
materiais que difi-
cultam a passa-
gem do calor e da
corrente elétrica,
seu átomos cons-
tituintes possuem
os elétrons da
camada mais ex-
terna, fortemente
ligados ao núcleo,
o que dificulta
as colisões entre
eles. Exemplos: lã,
madeira, cortiça,
isopor, ar, gelo, Ferros de passar são equipamentos que
vidro e concreto. começaram a ser utilizados há muitos anos.
Desde o século IV, as pessoas já elaboravam
maneiras de passar roupas, principalmente do
vestuário feminino. Os chineses foram os pri-
meiros a criar uma maneira rudimentar para
utilizar um protótipo de ferro de passar. Ele
consistia de uma panela cheia de carvão em
brasa e manuseada através de um cabo com-
prido, feito de um material isolante para evi-
tar queimaduras.
Nos séculos seguintes, no ocidente pas-
sou-se a usar a madeira, o vidro ou o mármo-
O Ferro Elétrico 13

re como matéria-prima
desse instrumento. Eles
eram utilizados a frio
e apenas achatavam as
roupas, dando uma ideia
de estarem passadas. Isto
ocorria porque as roupas,
até o século XV, eram en-
gomadas e com o traba-
lho a quente, grudariam
no ferro queimando-se.
Os ferros de passar
mais parecidos com os
atuais têm suas primei-
ras referências a partir
do século XVII, quando o
ferro à brasa passou a ser
utilizado pela maioria das
pessoas. No século XIX surgiram outras varie-
dades, como o ferro de água quente, a gás e a
álcool. Em 1882, o americano Henry W. Seely
criou o ferro elétrico e algum tempo depois,
em 1926, surgiu o ferro a vapor.
Na época de seu lançamento, apesar de
ter sido uma ótima invenção, o ferro elétrico
não obteve o sucesso esperado. A maioria das
residências da época não possuía energia elé-
trica, e as casas que possuíam só podiam usar
o ferro de passar à noite, já que durante o dia
as empresas de distribuição de energia suspen-
diam seu fornecimento à população em geral.
Para não mudar seu cotidiano, pela al-
teração de horários para passar as roupas, as
pessoas preferiam ainda utilizar os ferros à
brasa. Com o passar do tempo e a melhoria
14 A Física na Cozinha

Explorando
Conceitos

Resistores: são
componentes
elétricos res-
ponsáveis por
transformar
energia elétri-
ca em energia
térmica através no fornecimento de energia elétrica, o ferro
do efeito joule elétrico tornou-se indispensável em qualquer
ou regular a residência. No Brasil a produção deste equipa-
passagem de mento ocorreu somente por volta de 1950, sen-
corrente por um do que, antes disso, eram todos importados.
condutor. Após algumas tentativas da produção
de ferros de passar aquecidos por lâmpadas,
Termostato: sem sucesso, em 1892 surgiram os ferros de
elemento que passar com resistores. Eles eram mais aces-
tem a função síveis em questão de valor, eram mais práti-
de manter a cos, seguros e eficientes, pois aliavam a lim-
temperatura peza ao controle de temperatura, e podiam
constante nos ser utilizados em qualquer lugar onde exis-
equipamentos. tisse eletricidade.
Em 1924, com o surgimento do termos-
tato regulável, que evitava a queima das rou-
pas e, posteriormente, com o ferro a vapor, os
fabricantes começaram a abastecer o mercado
com uma grande variedade de ferros de passar,
disponibilizando modelos capazes de atender
ao gosto e à preferência dos consumidores.
O Ferro Elétrico 15

No mer-
cado atual, essa
grande varieda- Explorando
de abrange mo-
Conceitos
delos de ferros
a seco. Eles fun-
cionam através
da conversão da
energia elétri-
ca que ao passar Corrente Elétrica:
por um resistor é o fluxo de car-
é transformada gas elétricas em
em energia tér- meios condutores
mica. Ela, por sólidos, líquidos
sua vez é regulada por um termostato que tem ou gasosos, de
como função manter o ferro elétrico a uma forma contínua
temperatura constante na base do aparelho. ou alternando seu
Outro modelo, o ferro a vapor, apresen- sentido.
ta uma pequena caldeira onde o vapor é aque-
cido e pode ser expelido por orifícios próximos Efeito Joule: é
à base ou pela frente do aparelho. Nesse mode- um dos efeitos da
lo o vapor amolece a trama do tecido, agindo corrente elétrica e
direto nas fibras e facilitando o ato de passar, caracteriza-se pela
com um melhor rendimento na eliminação de geração de calor
vincos e rugas das roupas. a partir da passa-
O elemento responsável pelo aqueci- gem da mesma em
mento no ferro elétrico é chamado de resis- meios condutores.
tor. Ele converte a energia elétrica recebida da
rede de distribuição em energia térmica (ca-
lor) e essa transformação é chamada de efeito
joule. Quando a corrente elétrica passa pelo
resistor, causa um aumento na agitação térmi-
ca das partículas constituintes e uma conse-
quente elevação da temperatura. Esse aumen-
to de temperatura é transferido para a base do
16 A Física na Cozinha

ferro elétrico por condução o que permite sua


utilização.
Os equipamentos atuais, também são
Explorando
portadores de um termostato, que é um inter-
Conceitos
ruptor ajustável para se autodesligar quando
atingir uma determinada temperatura defini-
da pelo usuário, esse desligamento é possível
Condução de calor: através do uso de uma lâmina bimetálica.
é uma das formas Ao atingir a temperatura desejada, o resistor
de transferência de é desligado e, ao esfriar, é ligado automatica-
calor que ocorre mente. Assim, é possível manter a temperatu-
geralmente nos ra ideal desejada para passar as roupas.
elementos sólidos. Todos sabem que esse eletrodoméstico
é um dos vilões em gasto de energia elétrica
Lâmina Bimetá- de nossas residências. Em geral, todos os dis-
lica: é uma chapa positivos que convertem energia elétrica em
composta por calor, consomem muita energia, elevando nos-
metais com coefi- sas contas de energia elétrica ao final do mês,
cientes de dilatação mas cabe a cada um de nós utilizá-los de forma
diferentes. É um consciente e correta para minimizar os impac-
dispositivo que tos ambientais e no nosso bolso.
interrompe a pas-
sagem da corrente
elétrica, afim de
regular uma tempe-
ratura determinada Você Sabia?
pelo usuário do
ferro elétrico. A relação entre resistor e resistência é
algo muito interessante, a maioria das pesso-
as trata essas duas palavras como uma só, isso
porque não possuem o conhecimento técnico
sobre seu verdadeiro significado. Resistor é
um componente elétrico utilizado para baixar
tensão e dissipar energia (calor), e a resistên-
cia é a propriedade dos materiais condutores
O Ferro Elétrico 17

de deixar passar maior ou menor corrente elé-


trica quando ligados a uma tensão elétrica. Re-
sistência e resistor são dependentes, visto que,
todo material condutor que possui uma resis-
tência é um resistor.
Sempre devemos ter em mente que por
causa do ferro elétrico ter uma grande potência,
ele se torna um grande consumidor de energia,
dessa forma, evite passar roupas em horários de
pico elétrico, ou seja, quando vários aparelhos
estão ligados, pois o ferro elétrico sobrecarrega
a rede devido a sua alta potência. Antes de co-
meçar o trabalho, junte todas as roupas que irá
passar e, se possível separe-as de acordo com o
tecido para evitar a mudança de temperatura a
todo instante. Passe primeiro as roupas de teci-
do mais delicado, e após o uso, com o ferro des-
ligado, aproveite seu calor para passar algumas
roupas leves. Sempre mantenha celulares ou te-
lefones ao seu lado para evitar saídas desneces-
sárias e o esquecimento com possíveis queimas.
Nunca deixe o ferro elétrico ligado sem neces-
sidade e fique sempre atento às instruções de
temperatura para cada tipo de tecido.
Uma curiosidade é que não são todas
as culturas que usam o ferro elétrico  em casa.
Em muitos países como o Brasil, é bastante
comum sua utilização, mas em países da Euro-
pa e Estados Unidos, as roupas em geral, são
mandadas para as lavanderias ou tinturarias
para serem passadas.
18 A Física na Cozinha
Capítulo 2

O Chuveiro Elétrico

D urante milênios, alguns povos assu-


miram a cultura do banho como hi-
giene pessoal. Antigos povos do Egito
banhavam-se até três vezes por dia e acredita-
vam que, além de limpar o corpo, o banho po-
dia “purificar a alma”. O clima quente influen-
ciou nos hábitos de banho e os livrou de muitas
doenças.
Antigamente, as
civilizações mais desen-
volvidas, como as do
Mediterrâneo, possuí-
am o hábito de tomar
banho frequentemente.
Os romanos e os gre-
gos cultuavam o corpo,
a perfeição e a beleza,
e para isso o banho era
essencial. As crianças
aprendiam a nadar des-
de cedo, entrando, as-
sim, em contato com a
água. Em Roma, havia
termas como locais pú-
blicos, onde os homens
banhavam-se durante
horas, sendo uma forma
20 A Física na Cozinha

de convivência social. Para os orientais, que


cultivam o ritual até hoje, o banho é um ritu-
al de purificação do corpo, no qual se utilizam
sais minerais, óleos e sabonetes perfumados.
No entanto, principalmente na idade
média, os ocidentais acreditavam que apenas
um banho por ano seria suficiente e, devido à
religiosidade, chegavam a amaldiçoar o ato de
lavar-se. Os europeus repudiavam esse costu-
me por achar que o contato com o corpo podia
aproximá-los do pecado da carne – talvez por
isso alguns povos evoluíram tanto na indústria
de perfumes. Você já imaginou, nos dias de
hoje, tomar um único banho na semana? Ima-
gine-se tomando um ao ano...
Mas com a influência de povos orientais e
indígenas, as antigas tradições voltaram à tona.
A partir dos meados dos anos de 1930 e princi-
palmente após a segun-
da guerra mundial, nas
grandes cidades orien-
tais, os banhos rotineiros
reapareceram e, com
eles, os banheiros com
água encanada nas casas.
Hoje, não conse-
guimos nos imaginar sem
banhos, sem banheiros e
sem chuveiros. Essa tec-
nologia foi se desenvol-
vendo cada vez mais para
trazer conforto e é um
elemento indispensável
em nossas residências.
O chuveiro é o

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