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Físico-química II

Prof. Leandro Moreira de Campos Pinto

Gabarito
Atividade 1

1. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmações abaixo:

(a) F um sistema fechado não pode interagir com as vizinhanças


(b) V densidade é uma propriedade intensiva
(c) V o Oceano Atlântico é um sistema aberto
(d) F um sistema homogêneo deve ser uma substância pura
(e) F um sistema contendo uma única substância deve ser homogêneo

2. Suponha uma escala hipotética de temperatura, “X”, na qual o ponto de fusão do gelo
é de 10◦ X e o ponto de ebulição da água é de 90◦ X. Apresente as relações matemáticas
tendo como base as escalas usuais de temperatura (◦ C, ◦ F, e K). Qual é a temperatura
na escala hipotética correspondente a 30◦ C?

C−0 X − 10 8C
escala Celsius: = X= + 10
100 − 0 90 − 10 10

F − 32 X − 10 80F − 2560
escala Fahrenheit: = X= + 10
212 − 32 90 − 10 180

K − 273, 15 X − 10 80K − 21852


escala absoluta: = X= + 10
373, 15 − 273, 15 90 − 10 100

8C 8 · 30
para a temperatura de 30◦ C X= + 10 = + 10
10 10
X = 34◦ X
3. Uma solução de HCl em água é de 12,0% em massa. Determine a fração molar do ácido
clorídrico em H2 O nesta solução.

[HCl] = 12, 0% m/m; MHCl = 36, 46 g mol−1 ; MH2 O = 18, 02 g mol−1

em 100 g de solução, 12 g de HCl

m 12
nHCl = = = 0, 3291 mols
MHCl 36, 46

m 88
nH2 O = = = 4, 8835 mols
MH2 O 18, 02

ntotal = nHCl + nH2 O = 5, 2126 mols

nHCl 0, 3291
χ= =
ntotal 5, 2126

χ = 0, 0631 ≈ 6, 3%

4. Cada litro do leite de vaca possui aproximadamente 45 g de lactose. Considerando que o


leite seja composto apenas por água e lactose, calcule a fração molar da lactose no leite.

em 1 L, mC12 H22 O11 = 45 g; MC12 H22 O11 = 342, 34 g mol−1 ; MH2 O = 18, 02 g mol−1

m 45
nC12 H22 O11 = = = 0, 1314 mols
MC12 H22 O11 342, 34

m 955
nH2 O = = = 52, 9967 mols
MH2 O 18, 02

ntotal = nC12 H22 O11 + nH2 O = 53, 1281 mols

nC12 H22 O11 0, 1314


χ= =
ntotal 53, 1281

χ = 0, 00247 ≈ 0, 25%
Atividade 2

1. Determine a densidade, ρ, do gás flúor a 20,0◦ C e 188 torr.

MF2 = 38 g mol−1 ; 760 torr = 1 atm ∴ 188 torr = 0, 2474 atm

T = 20◦ C = 293, 15 K; R = 0, 0821 L atm K−1 mol−1

m
pV =nRT = RT
M
m pM 0, 2474 · 38
=ρ= =
V RT 0, 0821 · 293, 15

ρ = 0, 39 g L−1

2. A válvula entre um tanque de 5 L no qual a pressão gasosa é de 9 atm e outro de 10 L


contendo gás sob 6 atm é aberta e o equilíbrio é atingido à temperatura constante. Qual
é a pressão final nos dois tanques?

p1 = 9 atm, V1 = 5 L; p2 = 6 atm, V2 = 10 L

Vtotal = V1 + V2 = 15 L e ptotal = pa + pb

V 1 p1 59
pa = = = 3 atm
Vtotal 15

V2 p2 10 6
pb = = = 4 atm
Vtotal 15

ptotal = 7 atm
3. Um recipiente de volume de 10,0 L contém 1,00 mol de N2 e 3,00 mols de H2 , a 298 K. Cal-
cule a pressão total, em atm, considerando que cada componente da mistura se comporte
como um gás ideal.

V = 10, 0 L; T = 25◦ C = 298, 15 K; R = 0, 0821 L atm K−1 mol−1

ntotal = nN2 + nH2 = 4 mols

p V = ntotal R T

p = 9, 79 atm

4. Uma quantidade de 131,29 g de Xenônio é colocada em um recipiente de 1,0 L, a 25ºC.


Qual pressão seria exercida ao se comportar como um gás de van der Waals? Com-
pare com a pressão que exerceria caso se comportasse como gás ideal. Dados: a =
4,250 atm L2 mol−2 e b = 5,105 × 10−2 L mol−1 .

V = 1, 0 L; T = 25◦ C = 298, 15 K; mXe = 131, 29 g MXe = 131, 29 g mol−1

!
n2 a
p + 2 (V − n b) = n R T
V

p = 21, 5 atm

– gás ideal:

pV =nRT

p = 24, 4 atm

A pressão exercida por um gás real é menor do que a pressão exercida pelo mesmo gás se
este for considerado como ideal.
Atividade 3

1. Um objeto de massa m = 30, 0 kg é elevado até uma altura de 2, 00 m a partir da sua


posição inicial. Determine o trabalho realizado para elevar o objeto, e o trabalho realizado
pela Terra.

m = 30, 0 kg; h = 2, 00 m; g m s−2

F = m g = 30 · 9, 81

F = 294 N
Zx2
w= F (x) dx = F ∆x = 294 · 2
x1

w = 588 J

wTerra = −w = −588 J
2. Em um experimento de calores específicos, 200 g de alumínio a 100◦ C são misturados a
50 g de água a 20◦ C. Encontre a temperatura de equilíbrio e determine a variação de
entropia do alumínio, da água e total do sistema. Dados: cAl = 0,215 cal g−1 ◦ C−1 e cH2 O
= 1,000 cal g−1 ◦ C−1 .

mAl = 200 g TAl = 100◦ C cAl = 0, 215 cal g−1 ◦ C−1

mH2 O = 50 g TH2 O = 20◦ C cH2 O = 1, 000 cal g−1 ◦ C−1

qAl = mAl cAl ∆T qH2 O = mH2 O cH2 O ∆T

qAl = qH2 O

mAl cAl (TAl − Teq ) = mH2 O cH2 O (Teq − TH2 O )

Teq ≈ 57◦ C

T2
dq Z dT T2
Z  
∆S = = mc = m c ln
T T T1
T1

330, 15
!
∆SAl = 200 · 0, 215 · ln
373, 15

∆SAl = −5, 26 cal ◦ C−1

330, 15
!
∆SH2 O = 50 · 1, 0 · ln
293, 15

∆SH2 O = 5, 94 cal ◦ C−1

∆Stotal = ∆SAl + ∆SH2 O

∆Stotal = 0, 68 cal ◦ C−1


3. Suponha que 1, 0 mol de um gás ideal com CV,m = 1, 50R independente da temperatura é
submetido a um processo cíclico de acordo com a figura abaixo, em que p ou V permanece
constante em cada etapa. Determine q, w, e ∆U para cada etapa e para todo o ciclo.

n = 1, 0 mol; CV,m = 1, 50R; R = 8, 3144 J K−1 mol−1

Cp,m − CV,m = R ∴ Cp,m = 2, 5R

p1 = 1 atm = p4 ; p2 = 3 atm = p3

V1 = 1 L = V2 ; V3 = 2 L = V4

pV
pV =nRT −→ T =
nR
p1 V1 1·1 p2 V 2 3·1
T1 = = = 12, 2 K T2 = = = 36, 5 K
nR 1 · 0, 0821 nR 1 · 0, 0821

p3 V3 3·2 p4 V 4 1·2
T3 = = = 73, 1 K T4 = = = 24, 4 K
nR 1 · 0, 0821 nR 1 · 0, 0821
w1→2 = 0 (volume constante)

q1→2 = n CV,m ∆T = 1 · 1, 5R · (36, 5 − 12, 2) = 1 · 1, 5 · 8, 3144 · 24, 3

q1→2 = 303 J

∆U1→2 = q + w = q

∆U1→2 = 303 J

w2→3 = −p2 ∆V = −3 · (2 − 1) = −3 · 1 = −3 L atm (×101, 325 J L−1 atm−1 )

w2→3 = −304 J

q2→3 = n Cp,m ∆T = 1 · 2, 5R · (73, 1 − 36, 5) = 1 · 2, 5 · 8, 3144 · 36, 6

q2→3 = 761 J

∆U2→3 = q + w = 761 − 304

∆U2→3 = 457 J

w3→4 = 0 (volume constante)

q3→4 = n CV,m ∆T = 1 · 1, 5R · (24, 4 − 73, 1) = 1 · 1, 5 · 8, 3144 · (−48, 7)

q3→4 = −607 J

∆U3→4 = q + w = q

∆U3→4 = −607 J

w4→1 = −p1 ∆V = −1 · (1 − 2) = −1 · −1 = 1 L atm (×101, 325 J L−1 atm−1 )

w4→1 = 101 J

q4→1 = n Cp,m ∆T = 1 · 2, 5R · (12, 2 − 24, 4) = 1 · 2, 5 · 8, 3144 · (−12, 2)

q4→1 = −254 J

∆U4→1 = q + w = −254 + 101

∆U4→1 = −153 J
wciclo = w1→2 + w2→3 + w3→4 + w4→1 = 0 − 304 + 0 + 101

wciclo = −203 J

qciclo = q1→2 + q2→3 + q3→4 + q4→1 = 303 + 761 − 607 − 254

qciclo = 203 J

∆Uciclo = qciclo + wciclo = 203 − 203 (= ∆U1→2 + ∆U2→3 + ∆U3→4 + ∆U4→1 )

∆Uciclo = 0
Atividade 4

1. O coeficiente de Joule-Thomson para o gás dióxido de carbono é µJT = 1, 11 K atm−1 .


Calcule a energia que deve ser fornecida, na forma de calor, para que a temperatura seja
mantida constante, quando 10,0 mols desse gás passam através de uma válvula em um
experimento de Joule-Thomson isotérmico, considerando a queda de pressão de 75 atm.
Dado: Cp,m = 37, 11 J K−1 mol−1 .

µJT = 1, 11 K atm−1 ; Cp,m = 37, 11 J K−1 mol−1 ; ∆p = 75 atm; nCO2 = 10 mols

!
∂Hm
= −Cp,m µJT = −(37, 11 · 1, 11)
∂p T
!
∂Hm
= −41, 2 J atm−1 mol−1
∂p T

∆H
! !
∂Hm
= = −41, 2 J atm−1 mol−1
∂p T
n ∆p T

∆H = −41, 2 J atm−1 mol−1 (n ∆p)

∆H = −41, 2 J atm−1 mol−1 ·10 mol ·(−75 atm)

∆H = 30900 J
2. A variação de entalpia da reação de 1 mol de grafite com 0,5 mol de oxigênio, gerando
1 mol de CO, a 25◦ C e 1 atm, é igual a −110525 J. Calcule a variação de energia interna,
sabendo que o volume molar do grafite é 0,0053 L.

T = 25◦ C = 298, 15 K; ∆H = −110525 J; R = 8, 3144 J mol−1 K−1 ;

Vm(C) = 0, 0053 L; Vm(gas),298 = 24, 5 L

Cgrafite + 21 O2 CO

∆n = 0, 5 mols (variação do número de mols das espécies gasosas)

∆V = 0, 5 · 24, 5 = 12, 25 L

∆H = ∆U + ∆n R T ∴ ∆U = ∆H − ∆n R T

∆U = −110525 − 0, 5 · 8, 3144 · 298, 15 = −110525 − 1239, 47

∆U = −111764, 47 J

3. Calcule o trabalho de expansão que é feito durante a eletrólise de 50,0 g de água, a pressão
constante e a 25◦ C.

m = 50, 0 g; MH2 O = 18, 02 g mol−1 ;

R = 8, 3144 J mol−1 K−1 ; T = 25◦ C = 298, 15 K

V
R2
w=− p dV = −pexterna ∆V
V1

∆V = V2 − V1 ≈ V2 (V1 é o volume da fase líquida)

nRT
w = −pexterna ∆V = −pexterna = −n R T
pexterna

1 molH2 O −→ 1, 5 molgas

50
w = −1, 5 · · 8, 3144 · 298, 15
18, 02

w = −10 kJ
Atividade 5

1. Considere 2 mols de uma gás monoatômico ideal submetido a um ciclo de Carnot que
opera com TH = 227◦ C, V1 = 5 dm3 , TC = 27◦ C, e V2 = 10 dm3 . Calcule q, w, e ∆U
para cada etapa e o rendimento do ciclo.

VA = 5 L; VC = 10 L; TA = TB = TH = 500 K; TC = TD = 300 K

3
CV = R gás monoatômico
2
n R TA
pA = = 16, 42 atm
VA

n R TC
pC = = 4, 93 atm
VC
 nC R  34
TC VB TC
   
V
= −→ VB = VC = 6, 82 L
TB VC TB
 nC R  43
TD VA TA
   
V
= −→ VD = VA = 7, 33 L
TA VD TD

n R TB
pB = = 12, 04 atm
VB

n R TD
pD = = 6, 72 atm
VD

⇒ expansão isotérmica – processo 1:

∆U = q + w (1a lei); ∆U1 = 0; q = −w

VRB VRB dV VB
 
w1 = − p dV = − nRT = −n R T ln = −2580, 84 J
VA VA V VA

q1 = 2580, 84 J
⇒ expansão adiabática – processo 2:

∆U = q + w (1a lei); q2 = 0; ∆U = w

∆U2 = n CV ∆T = −4988, 4 J

w2 = −4988, 4 J

⇒ compressão isotérmica – processo 3:

∆U = q + w (1a lei); ∆U3 = 0; q = −w

VRD VRD dV VD
 
w3 = − p dV = − nRT = −n R T ln = 1549, 44 J
VC VC V VC

q3 = −1549, 44 J

⇒ compressão adiabática – processo 4:

∆U = q + w (1a lei); q4 = 0; ∆U = w

∆U4 = n CV ∆T = 4988, 4 J

w4 = 4988, 4 J

⇒ rendimento no ciclo:

TC
η =1− = 0, 40 = 40%
TH
2. Calcule a variação de entropia em uma expansão reversível isotérmica de 5 mols de um
gás ideal de V1 = 10 L para V2 = 100 L, com T = 300 K.

V1 = 10, 0 L; V2 = 100, 0 L; T = 300 K; n = 5 mols

dq dV
∆S = e dq = dU − dw = n CV dT + n R T
T V
dU = n CV dT = 0 processo isotérmico

V2
 
∆S = n R ln R = 8, 314 J K−1 mol−1
V1

∆S = 95, 72 J K−1

3. Em um processo que ocorre à pressão constante de 1,0 atm, transforma-se completamente


em vapor 5,0 kg de água que, inicialmente, estavam no seu estado líquido, à temperatura
de 100◦ C. Determine a variação de entropia do referido processo. O calor de vaporização
da água é 5, 4 × 105 cal/kg.

p = 1, 0 atm; m = 5, 0 kg; T = 100◦ C = 373, 15 K; qvap = 5, 4 × 105 cal kg−1

H2 O(l) −→ H2 O(g)

qp m qvap 5, 0 · 5, 4 × 105
∆S = = =
T T 373, 15

∆S = 7235, 7 cal K−1

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