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OTÁVIO BARDUZZI RODRIGUES DA COSTA

Memorial

São Paulo - SP

2017

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP - FACULDADE DE SAÚDE

PÚBLICA- DEPARTAMENTO DE SAÚDE CICLOS DE VIDA E SOCIEDADE

MEMORIAL DE OTÁVIO BARDUZZI

RODRIGUES DA COSTA APRESENTADO

PARA O CONCURSO DE DOCENTE DE

MAGISTÉRIO DE ENSINO SUPERIOR, A

SER DISTRIBUÍDA NO FACULDADE DE

SAÚDE PÚBLICA – DA UNIVERSIDADE

DE SÃO PAULO – USP - EDITAL Nº 05/

2017.

São Paulo - SP

2017

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Sumário
INTRODUÇÃO ....................................................................................3
HISTÓRICO...........................................................................................6
ATIVIDADES DE PESQUISA...........................................................13
PUBLICAÇÃO E EVENTOS ............................................................15
EXTENSÃO..........................................................................................16
COMENTÁRIOS FINAIS...................................................................16

Introdução

“...Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Fernando Pessoa.

Pela primeira vez em minha carreira escrevo um memorial. Desafio nada fácil.

As etapas da minha vida estão circunscritas nas fases da minha historia que é uma

constante busca por autodeterminação e conhecimento para que , quem sabe um dia seja

considerado um sábio.

Como encontrar pontos de interseção entre memórias, expressão viva de minhas

vivências e um memorial, prova documental sobre a qual serei argüido? Entrego-me a

essa tarefa com maior prazer do que simples escrever ou produzir textos científicos sem

minimizar estas outras atividades, isto porque este documento nada mais é que um

relato vivencial de tudo que fui e sou. Não é de longe a obra prima de D. Pablo Neruda

“Confesso que Vivi”, mas um relato dos tempos da minha vida. Lembro-me da minha

declaração pública aos meus pais sobre o que pretendia ser no futuro quando decidi

fazer Ciências Sociais. “... vou estudar até ser mais do que um educador e sim um

sonhador”. Além de ciências sociais, cumpri o sonho de meu avô, formei-me advogado,

licenciei-me em filosofia a qual também obtive o título de mestre. Iniciei o doutorado

em ciências da Religião, a qual tranquei e iniciei o doutorado em ciências sociais, a qual

recentemente defendi.

A liberdade de ser e de fazer sempre foi o maior dos meus desejos não só por

fazer parte dos princípios da educação do filosofo - sociólogo - auto-estima, arte de criar

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etc... mas também por conviver com a situação que nascia dos apelos das forças

democráticas no mundo. Liberdade, liberdade..., direito de ser, de pensar e de conduzir

o próprio destino. Essas são as razões que me ligam à vida acadêmica. É na academia

que sinto essa liberdade, a liberdade de pensar e de gerar conhecimentos. É nesse

sentido que escrever o memorial faz-me (re)nascer a esperança, talvez pela

possibilidade que vislumbro de fazer o concurso de titular e ter maior liberdade de

pensar e de criar.

Liberdade de poder desvencilhar-me pelo menos parcialmente, da estafante

burocracia que amordaça o cotidiano universitário. Liberdade de poder dedicar-me mais

e melhor aos meus orientandos e as minhas pesquisas. Liberdade de viver mais

intensamente a memória - sonho, sem vê-la como ameaça ou como séria competidora da

memória-trabalho.

Impossível ser narrador à distância da minha própria trajetória intelectual.

Descartada qualquer pretensão de objetividade imparcial, sinto que o maior desafio está

em como falar de uma história heterogênea e muitas vezes complexa, como um linear

arrolamento de participações, projetos, auxílios. Furto as palavras de Vera Botta

Ferrante que em seu memorial de livre docência apresentado à FCL, Unesp cita: “O

tempo que perpassa o fazer acadêmico não é, certamente, uma linha homogênea e

vazia”. Persiste uma certa tensão na tarefa de lembrar/repor meus diferentes tempos.

Explicável, porque não tomo como elementos estruturantes desse memorial conceitos

ou categorias analíticas de um exercício teórico. Ele é literalmente produto de vontade

de ser e de fazer expressão de emoções, e de vivência. Sem temer o convívio com os

meus desejos e irrealizações, entrego-me com maior tranquilidade à tarefa de falar da

interseção entre minhas memórias e o presente memorial.

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Escrever sempre foi para mim um imenso prazer. Provas orais, exposição

pública de meus pensamentos, entrevistas, foram desafios que em alguns momentos na

minha vida tive que enfrentar. Medo de tropeçar nas palavras e na minha ansiedade.

Mas a convivência nas salas de aulas e apresentação de trabalhos nos congressos

ajudaram a superar esse medo. Hoje sou conhecido como excelente orador, tanto é que

fui orador das turmas tanto de ensino fundamental como de uma de minhas graduações.

Nesse reencontro com minha memória, é como se eu entrasse em mim sem pedir

licença, e sem medo de evidenciar os pontos pouco desvendados da minha trajetória,

buscando ultrapassar o espaço do trabalho e falando de outras dimensões de minha vida.

Escrevo esse memorial ao final de mais uma etapa da minha vida, sem sentir-me em um

circuito fechado.

HISTÓRICO.
Este Memorial de Títulos apresenta, de forma narrativa e circunstanciada, as

atividades acadêmicas que venho desenvolvendo ao longo do meu período de formação

e da minha atuação profissional. Trata-se de um texto estruturado, construído numa

perspectiva histórica para ser submetido como parte dos requisitos da inscrição, ao

Concurso de Títulos e Provas visando o provimento de um cargo de Professor docente

de magistério de ensino superior, a ser distribuída no departamento de Saúde Ciclos de

Vida e Sociedade – Ciências Humanas e Sociais em Saúde da Universidade de São

Paulo – USP. Inicialmente, apresento uma breve autobiografia enfatizando a minha

formação acadêmica, passando pela graduação, mestrado e doutorado. Posteriormente,

me concentro na descrição de minhas atividades acadêmicas: pesquisa, extensão, ensino

e administração.

Resumo de autobiografia.

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Nasci em Curitiba – PR, meu pai, respeitado Engenheiro Agrônomo e

posteriormente, também docente da UEG – Universidade Estadual de Goiás – Campus

Itumbiara -GO, se mudava muito por causa da profissão. Ainda pequeno morei em

cidades como São José do Rio Preto - SP, Ribeirão Preto - SP, Goiânia -GO e Campo

Grande – MS. A constante mudança de endereço na infância não me deu oportunidades

para muitos amigos e brincadeiras, então desde cedo meus amigos foram os livros. Esta

paixão aumentou, pois nasci com pequeno defeitos nas mãos o que me impedia de jogar

bola, esporte que socializaria aos outros meninos, no lugar disto, ficava lendo. Esta

bibliofilia aumentou, quando por ocasião de separação de meus pais fui criado por meus

avós na cidade de Piratininga-SP. Minha mãe fora a São Paulo tentar emprego no auge

da crise pós-ditadura. Minha avó, professora de letras, me estimulava à leitura. Meu avô

poeta e cartorário dispunha de uma vasta biblioteca donde tive a oportunidade de ler

todos os clássicos da arte humana. Aos 12 já tinha lido de Dom Quixote a Dante, aos 15

já lia os filósofos clássicos e discutia com meus professores.

Toda minha família, com raras exceções eram de professores, inclusive pai e

mãe (minha mãe, psicóloga, era professora no antigo CEFAM). Da sétima ao segundo

ano do colegial(denominação antiga) tive uma boa formação na rede SESI quando a

rede ainda era pública, no terceiro ano fui fazer o terceiro ano integrado ao Cursinho

integrado no colégio Interativo da cidade de Bauru -SP onde me mudara e onde resido

hoje. Já passei no vestibular na tradicional faculdade de direito de Bauru –ITE logo ao

final do terceiro ano. Jovem e questionador gostei das disciplinas de filosofia e

sociologia no curso de direito porém questionei as disciplinas mais conservadoras

inerentes àquela instituição.

Mudei e ao final do primeiro ano de Curso de Direito prestei o vestibular da

UNESP de Araraquara para o curso de ciências sociais e passei. Cultura, Direito e

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juventude são campos que sempre me fascinaram, são forças que, ao mesmo tempo,

integram e interferem na sociedade. Nas ciências sociais já adquiri o gosto de estudar os

efeitos e do que alguns chamam de pós-modernidade, e como estes assuntos afetavam o

direito e a religião da modernidade. Na graduação, escolhi escrever meu TCC sobre

Filosofia da pós modernidade, porém a fascinação não me abandonou após a conclusão

do curso. Ao concluí-la me interessava, sobretudo, pela antropologia e pelos meios que

formaram os aspectos sociais e fisicos, dentre os quais, como o homem adquriu sua

cognição complexa.

Não havia especialistas da área na universidade onde me graduei, porém, a

sempre amável professora Elda Rizzo de Oliveira me indicou literatura em inglês.

Cheguei ao artigo HUNTINGTON, Samuel. The Clash of Civilizations. Foreign

Affairs, summer. 1993, que me levou a outras leituras importantes, e decidi que eram as

intersecções entre corpo, saúde e religião que queria pesquisar.

Não havia, no estado de São Paulo, um programa de mestrado onde tal

perspectiva estivesse nas linhas de pesquisa. Encontrei um orientador que talvez se

interessasse pelo tema no Programa de Filosofia na UNESP, quando este ainda era

multidisciplinar e na categoria filosofia e neurociências, o Prof. Dr. Alfredo Pereira

Junior. Suas discussões muito me ensinaram, me levaram ao interesse por algo que

estava apenas começando a ser estudado pela filosofia, na década de 2000: A cognição

do cerero. Porém, a pesquisa do ponto de vista epistemológico demandaria muito mais

pesquisam em ciências sociais, algo incompatível com as possibilidades de um

Programa de Filosofia. A ausência de bolsa de pesquisa complicava o quadro. Com tais

dificuldades, a pesquisa foi redirecionada para outro tema: as causas remotas da

cognição humana. O foco da pesquisa, então, se tornou a ligação entre a evolução,

religião e seus aspectos cognitivos, que retomava minha formação em Ciências Sociais,

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e mantinha a fascinação pela religião. De objeto de estudo, tornou-se parte da minha

experiência pessoal de forma arrebatadora. O trabalho como professor, a paternidade e o

casamento, no entanto, me afastaram temporariamente da vida acadêmica. Após

alcançar alguma estabilidade financeira, tracei um novo projeto de pesquisa, desta vez

para o doutorado. Percebi que estudar antropologia histórica no Brasil seria difícil, ao

menos a partir do recorte que eu propunha.

O projeto foi alterado e seria desenvolvido no Programa de Ciências da Religião,

na Universidade Metodista, desta vez com o foco nos aspectos de trabalho e educação

dos assembleianos. Neste período, meu orientador Milton Schwantes acaba falecendo.

O programa indica como substituto Leonildo Silveira Campos, uma sumidade das

pesquisas sobre religião, mas que, pessoalmente, não nos dávamos bem. Diante disso, o

projeto necessitava de uma nova orientação, e o programa indica o adorável Prof. Dr.

José Luiz Sigrist, aposentado pela Unicamp e docente na UNIMEP, com quem me dei

muito bem. Porém, novamente o inevitável acontece, e ele falece em 17 de agosto de

2014, aos 88 anos. Embora o programa me indicasse um novo orientador, o Prof. Dr.

Lauri Wirth, ele me levou a pesquisa de jovens nas periferias pentecostais. Embora a

pesquisa já estivesse em campo nas periferias e juventudes, porém o projeto já havia

sido alterado tantas vezes que, mesmo já qualificado e faltando pouco para a defesa,

resolvi encerrar a pesquisa e procurar outro programa de pós-graduação.

Confesso que outro fator, este mais prosaico, me levou a prestar um segundo

doutorado. Sendo professor substituto de antropologia, na UNESP de Bauru e de

Marília, vários colegas me alertaram quanto à dificuldade de aceitação de um doutorado

não correlato à minha graduação em concursos públicos. Analisando editais, sobretudo

de Universidade Federais, vi que meu sonho de ser professor universitário ficaria

prejudicado. Então, resolvi prestar um segundo doutorado e encarar o desafio de fazer

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dois ao mesmo tempo. Fui aceito no programa de Ciências Sociais da UNESP de

Araraquara, e com grande compatibilidade com a orientadora designada, Ana Lúcia

Castro desviei meu interesse por algo que já observava nas pesquisas em estudos de

periferia, juventude e religião: os usos dos espaços públicos por jovens de periferia. O

curso foi rápido, pois aproveitei muitas disciplinas da Universidade Metodista (nota 6

no MEC) e defendi no ultimo dia 7 de junho. A pesquisa levou a entender o corpo de

um ponto de vista antropológico. Algo que inqueri na tese. Já que pesquisava espaços

de hip-hop dentro das igrejas pentecostais procurei saber como os espaços públicos

como igreja e escola influenciavam a juventude da periferia. Minha pesquisa de

doutorado trata disso: corpo.

A vida docente já iniciou quando eu, na faculdade de direito, pedi emprego de

monitor no colégio interativo e fui contratado como monitor de redação e ciências

humanas ainda aos 17 anos. Quando me mudei para Araraquara consegui o emprego de

monitor de história no colégio COC, o professor oficial logo saiu e eu ainda na

graduação assumi varias aulas de história. Portanto dou aulas desde 1998 embora já

trabalhasse como monitor desde 1995. Mas antes de me formar além das aulas já fazia

pesquisa de trabalho e satisfação do trabalhador para a Empresa BRH em Bauru. Isto a

partir de 1998, lá dentre vários cargos já exercia consultoria socioambiental no descarte

de produtos de limpeza.

Já formado em 2000 iniciei a ministração de aulas no de sociologia e filosofia no

colégio DOM BOSCO da cidade de Bauru. Em 2011 passei no concurso do SESI donde

dei aulas até 2013. O alto salario do SESI pouco estimulava a pós-graduação acadêmica.

Mas mesmo assim a vontade de pesquisar era grande. Em 2004 já entrei como aluno

especial no mestrado em Filosofia, ainda como aluno especial já fui convidado a

ministrar aulas nas FIB Bauru. A primeira experiência no ensino superior, dos mesmos

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donos do colégio Liceu. De lá fui convidado para a faculdade Fênix que depois foi

comprado peal Anhanguera educacional.

Em 2006 fui convidado para trabalhar na ITE Bauru nas disciplinas de

antropologia, sociologia e direito da juventude e infância do curso de Serviço Social.

Em 2007 entrei oficialmente para o mestrado em filosofia na UNESP. Como professor

tinha direito a bolsa em qualquer curso e por isso resolvi cumprir um antigo sonho de

meu avô: formei-me advogado. Durante todo o curso de direito, como acadêmico e

professor fui responsável pelo projeto de extensão “cine academia” que consistia em

convidar alunos e comunidade em passar filmes com temática social e jurídica seguido

de debate manifestando consciência ética e os direitos humanos discutidos em sala de

aula, alguns exemplos estão nos sites:

https://www.ite.edu.br/materias/2009/pop_f_sup047.html . Em 2010 formei em direito

e já passei na OAB. Não advoguei muito, prefiro a vida acadêmica, advoguei em prol

dos pobres e oprimidos militando mais na área trabalhista Basta pesquisar os diários

oficiais que se verão minhas atuações advocatícias. Porém a minha vocação era a

pesquisa e educação.

Em 2007 eu também era conselheiro tutelar da Cidade de Bauru – SP,

primeiramente como suplente e a partir de 2008 como titular, donde pude conhecer de

perto a realidade das faltas de direitos e das culturas periféricas. La assessorei as

politicas publicas de saúde da adolescência. Cumpri meu mandato até 2010. O

conselheiro tutelar representa o olhar atento e protetivo de cada comunidade, atuando

nos espaços de convivência das crianças e adolescentes por todo Brasil. São eles que, lá

na ponta, defendem e protegem nossos meninos e meninas de verdade. No cumprimento

de suas atribuições legais, trabalha diretamente com pessoas que, na maioria das vezes,

vão ao Conselho Tutelar ou recebem sua visita em situações de crises e dificuldades –

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histórias de vida complexas, confusas, diversificadas. É vital, para a realização de um

trabalho social eficaz (fazer mudanças concretas) e efetivo (garantir a consolidação dos

resultados positivos), que o conselheiro tutelar saiba ouvir e compreender

os casos (situações individuais específicas) que chegam ao Conselho Tutelar. Saber

ouvir, compreender e discernir são habilidades imprescindíveis para o trabalho

de receber, estudar, encaminhar e acompanhar casos. O diário oficial do município de

Bauru onde consta minha convocação pode ser lido em

http://docplayer.com.br/5634488-Poder-executivo-secao-i-gabinete-do-prefeito-joao-

baptista-campos-porto-chefe-de-gabinete-secao-ii-secretarias-municipais.html

Era então conselheiro Tutelar e professor do SESI. Para começo de reflexão, se

você quer ver alguma vantagem em ser professor, precisa fazer ou ter feito esta escolha

por vocação, jamais por status ou por dinheiro, embora sempre tenha lutado e

continuarei lutando para a valorização do professor. Se não gostarmos dos nossos

jovens, repudiarmos os seus costumes, sua maneira de vestir, dificilmente faremos um

bom trabalho. A convivência do professor, intra e extra-sala de aula, com alguns alunos,

desfrutando da companhia deles, é o melhor indicador de que você gosta deles.

Devemos nos interessar pelos nossos alunos, acreditar neles, ouvir os seus problemas,

gravar os seus nomes e tratá-los como pessoas e não como números. Não temos

condições de conhecer a todos, principalmente seus problemas, mas aqueles que nos

procuram esperam alguma receptividade de nossa parte. No SESI, como em outros

colégios descobri meinha vocação: ensinar e aprender.

Em 2010 terminou meu mandato (e meu mestrado) e trabalhei como editor de

livros jurídicos, filosóficos e sociológicos da EDIPRO donde trabalhei até 2012.

Também em 2008 comecei a fazer pesquisas de cultura, levantamento de consumo,

pesquisas sociológicas e políticas para a HOUSE CRIATIVA, agência de publicidade e

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assessoria de comunicação de Bauru. Cargo que exerço como freelance até hoje

utilizando de meus conhecimentos em ciências sociais.

Em 2011 comecei a trabalhar como professor substituto na UNESP – Campus de

Bauru. O contrato de professor substituto na UNESP é diferente das universidades

federais, é apenas válido por seis meses. Porém terminava um contrato, e como a chefia

de departamento estava satisfeito comigo logo que abria um outro nas áreas de filosofia,

direito, sociologia e antropologia logo era contratado. Agora a atual crise do desgoverno

paulista afeta as universidades estaduais e já algum tempo não abrem vaga para

professor substituto em minhas áreas. Trabalhei de 2011 a 2013 e depois de 2015 a

2016 neste sistema.

Em 2013 prestei o processo seletivo para professor do IFSP – campus São Paulo,

donde ministrei sociologia e filosofia para os cursos de ensino médio e de antropologia,

direito urbano e metodologia para os cursos superiores durante dois anos, ou seja até

final de 2015. Neste período também fui contratado pela Universidade Metodista de São

Paulo, nas disciplinas de direito e antropologia, e nesta egrégia instituição fiz, durante

um tempo, mestrado em Ciências da religião onde pesquisei educação e intolerância

religiosa.

De 2012 a 2013 trabalhei como professor substituto nas áreas de direito,

sociologia e antropologia no Centro Paula Souza – ETEC de Bauru.

Em 2015 voltando para o interior por motivos familiares (casamento e mãe

doente) fui contratado para ministrar aulas na faculdade Gran Tiête. Donde ministros

aulas de história da educação, sociologia geral e da educação e filosofia da educação,

para os cursos de pedagogia, bem como introdução ao direito e direito das cidades e

direito rural nos cursos de engenharia civil e Agronomia. Atualmente trabalho lá.

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Também iniciei recentemente um trabalho no SENAC, como monitor de

educação profissional junto a Fundação Casa, trabalho que iniciei este ano. É um

projeto de ressocialização do SENAC e ministro as áreas de ética e cidadania. Lá posso

ver de perto a questão das juventudes em periferias e os direitos que lhe faltam.

Atividades de pesquisa
Sempre tive vocação para a leitura e para a pesquisa. Desde pequeno devorava

livros e adorava os jogos de pequeno químico e já sabia tudo o que era possível da vida

dos animais, da terra e do espaço. Porém é claro que somente na faculdade é que temos

nosso primeiro contato com a pesquisa. O governo Itamar e FHC, bem como o PSDB

não investiam muito em pesquisa na minha época de graduação, também quase não

havia bolsas de IC em minha época. Mesmo assim sempre fui um ativo participante do

grupo PET de ciências sociais mesmo sem bolsa.

Durante o mestrado comecei a participar do grupo que participo até hoje

denominado Auto-Organização e Ciências da Vida. As pesquisas têm por objetivo

realizar estudos sobre o conceito de auto-organização e as possibilidades de sua

aplicação nas ciências da vida, mais especificamente aqueles relacionados aos processos

biológicos. Pesquiso sobretudo as relações de consumo, fome e relações entre cultura e

biologia, como por exemplo como o cérebro é afetado pela fome ou pela propaganda. O

projeto está registrado no CNPq no diretório

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhelinha.jsp?grupo=0079701JCEM8BT&seqlin

ha=13

Outro projeto que comecei no mestrado e participo até hoje é o denominado “O

estudo da consciência humana na Neurociência Cognitiva” o projeto visa a Elaboração

de modelo de processos iônicos e moleculares que definem a atividade cerebral que dá

suporte aos processos conscientes. Este modelo enfoca circuitos tálamo-corticais

glutamatérgicos e GABAérgicos, com ênfase no papel do íon de cálcio e nos

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mecanismos pós-sinápticos por ele ativados. Este modelo se relaciona com estudos em

neurologia e psiquiatria, tendo em vista o melhor entendimento dos fenômenos da

epilepsia, da esquizofrenia e da depressão, os quais envolvem diretamente a sinapse

glutamatérgica e respectivos mecanismos pós-sinápticos. Meu papel é analisar as

questões éticas e antropológicas dos que estão em internação psiquiátrica e em situação

de vulnerabilidade social como possível causa da depressão, atualmente sou

coordenador do projeto que se reúne na faculdade de medicina de Botucatu – UNESP.

Tais projetos que são das Ciências “duras” me ensinaram a fazer pesquisa com

certa rigorosidade metódica, pois lido com médicos e outros cientistas, na verdade

apenas eu de ciências humanas. Para dar valor a tais ciências que sofre preconceito

nesse meio tive que fazer pesquisa com certa rigorosidade.

Durante o doutorado, tanto em ciências da religião como em ciências sociais me

dediquei a minha pesquisa que tinha intensa analise de campo. Fiz muito estudo de

casos e técnicas de historia oral, bem como questionários e entrevista e observações

antropológicas. Como minha pesquisa demanda muito tempo nunca deixei de dar aula

sempre me dediquei à pesquisa.

Durante o doutorado em ciências da religião fui contemplado com a bolsa IEPG,

do Instituto Eisergrunwald da Alemanha, que tem convenio com a universidade

metodista (nota 6 na CAPES) a contemplação pode ser vista no site

http://portal.metodista.br/posreligiao/noticias/relacao-de-alunos-contemplados-com-

bolsa-de-estudo-do-iepg-para-o-1o-semestre-de-2013 . Durante o doutorado em

Ciências sociais fui bolsista do CNPq. Já estou pensando em estágio pós-doutoral, tenho

convite da PUC-SP no programa de ciências da religião e da Universidade metodista.

Publicação e eventos

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Tenho vasta publicação para quem não vive disso, quer dizer não recebo para

publicar ainda, se eu passasse em um concurso certamente, sendo pago para produzir

pesquisa seria um grande produtor de artigos.

Tenho dois livros publicados, um sobre direitos humanos e outro sobre

antropologia e dinheiro. Participo de vários congressos que um empregado pode ir. O

capitalismo das universidades privadas raramente licencia um professor para congresso.

Extensão

Durante todo o curso de direito, como acadêmico e professor fui responsável

pelo projeto de extensão “cine academia” que consistia em convidar alunos e

comunidade em passar filmes com temática social e jurídica seguido de debate

manifestando consciência ética e os direitos humanos discutidos em sala de aula, alguns

exemplos estão nos sites: https://www.ite.edu.br/materias/2009/pop_f_sup047.html .

Atualmente na Faculdade Gran tiête estou liderando um grupo de coral.

COMENTÁRIOS FINAIS

De uma forma geral, ao longo da minha vida acadêmica tenho me esforçado, me

dedicado e cumprido todas as obrigações que acredito serem inerentes a um docente de

uma universidade governamental, no caso a USP, e pesquisador CNPq. E tenho plena

certeza que tenho muito a contribuir ainda com a minha experiência. Assim, os

resultados relacionados às minhas pesquisas acadêmicas foram condensados em artigos

publicados e aceitos para publicação, livros, apostilas, capítulos de livros e relatórios

técnicos. Participei da orientação e bancas de aprovação em graduação e pós-graduação.

Além disso, já tenho experiência em instituições federais tendo cumprido meu cargo

como substituto no IFSP sem nenhuma falta. Saiba que se contratado tenho dom para o

ensino pesquisa e extensão além de sociabilidade com a diretoria e departamento.

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Pretendo ter uma vida ativa dentro da universidade, participando de conselhos,

organizando eventos, produzindo e orientando pesquisa, propondo cursos de graduação

e pós-graduação bem como de extensão, este é o meu sonho e serei o candidato mais

dedicado e camarada.

ITEM SUBITENS VALOR NO. REF. DOCS. COMPROBAT.


ES
DOS
PONTO
S
Formação e Titulação Profissional
(Serão pontuados somente os itens acima da
titulação mínima exigida no edital)
Doutorado na área do sim
concurso
Livre-Docência
Formação e Pós-doutorado na área do
Titulação concurso
Pós-doutorado em outra
área
SUB-TOTAL
Atuação profissional relacionada área e subárea
do concurso
Ensino
Educação Básica (educação
infantil, ensino fundamental Colégio complemento que depois foi
e ensino médio) comprado por Geraldo Franzote ME e
depois Ana Carolina Gonzalez ME e
virou colégio Dom Bosco2003- a 2008 –
colégio - Balão azul dinâmico Colégio
liceu Noroeste, colégio são José, colégio
Atuação profissional Batista e colégio D´incao como substituto
relacionada a área e em 2004, 2006, 2009 e 2014. SESI –
subárea como professor de 2010 – 2011 – colégio
Esquema Único - 2016 – colégio prevê
objetivo 2006 -
Graduação Faculdades integradas de
Bauru(associação Ranieri de ed. e cultura
ltda) 2004. Faculdade Fênix – 2004 -
2006. UNESP – prof. substituto de 2012
– 2015, Faculdades Toledo ITE –
substituto 2006, universidade metodista –
2013 – 2015. IFSP – professor
temporário(ensino médio e superior)
2013-2015. IESB – Bauru – 2016.

16
Faculdade Gran Tiête – desde 2016 atual
-
Pós-graduação (strito e lato Universidade do Sagrado Coração –
sensu) desde 2010 -atual onde também sou
consultor para a abertura das turmas de
curso de pós graduação em antropologia.
SENAC – 2017 – atual .professor do
curso de Gestão de negócios de
alimentação. -
Gestão
Coordenador de curso de Coordenação do curso de pedagogia da
graduação faculdade Gran Tiête -
Coordenador de curso de
pós-graduação
Coordenação de programas Coordenação do projeto do SENAC –
e projetos sociais junto à fundação Casa – casa Nelson
Mandela -
Chefias (departamentos, Chefe do comitê de ética de pesquisa da
câmaras, disciplinas, faculdade Gran Tiête -
serviços e outros)
Participação em comissões
Orientações
Iniciação científica
Concluída
Em andamento
Orientação de bolsa de extensão
Concluída
Em andamento
Trabalhos de conclusão de curso
Concluídos Vários na USC -
Em andamento
Mestrado
Concluído
Em andamento
Doutorado
Concluído
Em andamento
Supervisão de pós-doutorado
Concluída
Em andamento
Experiência profissional
Trabalhos técnicos de 1. Como Conselheiro era parte da
assessoria e/ou consultoria profissão Assessorar o poder
(em áreas afins ao tema do público (Vide art. 136 do ECA)
concurso, associados à
em politicas para a juventude
políticas públicas)
bem como assessorar escolas e

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conselhos de pais.

2. Hoje na fundação casa pelo


SENAC fui consultor para
implantar programa de
ressocialização e
profissionalização adolescentes
em sistemas de ressocialização na
casa Nelson Mandela – alínea 47
do CNIS.
3. Fui assessor ambiental da BRH
para analisar como produtos de
limpeza e ações antrópicas
poderiam ser melhor descartados
4. Fui avaliador XXVIII Congresso
de iniciação cientifica da
UNESP-
Cargos ocupados (em 1. BRH Serviços temporários
órgãos públicos, empresas BRH orientação de jovens
privadas, ongs ou no trabalho -De 1998 até 2006.
associações civis, em áreas
2. Conselho Tutelar de Bauru- De
afins ao tema do concurso)
2006 até 2009
3. House criativa. Pesquisa social,
politica e antropológica -De 2008
até o presente.
4. Fundação Casa pelo SENAC-
orientação e ensino do mundo
trabalho para adolescentes – 2017
até o presente

Pesquisa acadêmica O estudo da consciência humana na


Projetos Financiados Neurociência Cognitiva - UNESP de
ou não Botucatu - Auto-Organização e Ciências
da Vida. UNESP de Marília
Desenvolvimento
tecnológico (incluindo
projetos desenvolvidos fora
de instituições de ensino)
Extensão e/ou Ensino Projeto cinema na Academia da ITE e
projeto coral vozes do tietê - faculdades
Gran Tietê. -
Políticas públicas (incluindo Projeto de ressocialização de
projetos desenvolvidos fora adolescentes junto ao CRAS - Bauru
de instituições de ensino) enquanto conselheiro Tutelar

Produções* Artigos completos em 1. NÃO PODEIS SERVIR A DEUS


periódicos E A MAMMON –

18
CADERNOS WALTER
BENJAMIN -B5. 0,4
2. Comparativo do modo sabedoria
de vida do hebreu com o modo de
vida ocidental na época do antigo
testamento - REVISTA MUNDO
ANTIGO - B4 – 0,4
3. HINKELAMMERT, HACIA
UNA CRÍTICA DE LA RAZÓN
MÍTICA -Revista Reflexões -
B3- 0,4
4. A Sabedoria do Povo Hebreu em
Oposição à Sophia Grega.
PÁGINAS DE FILOSOFIA -B5.
0,4
5. A VISÃO DE MUNDO DO
ADOLESCENTE INSERIDO
EM PROGRAMA DE
ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL: UMA
ABORDAGEM
ANTROPOLÓGICA.
RIPE- B5. 0,4
6. Alguns apontamentos sobre as
mudanças nas relações de Gênero
no meio pentecostal- Revista
Vernáculo- B5. 0,4
7. Das relações entre modernidade e
o fundamentalismo religioso-
TEOCOMUNICAÇÃO. B4 – 0,4
8. TECENDO ALGUMAS
TÉCNICAS DE HISTÓRIA
ORAL: COMO
(RE)COMPREENDER A
IDENTIDADE DO
PESQUISADO, Revista –
MONÇÕES B2-0,4
9. Cultura hebraica e sua influencia
na historia da legislação ocidental
Revista –
MONÇÕES -B2-0,4
10. O PROBLEMA DE DEUS EM
TILLICH E A PÓS-
MODERNIDADE: DEUS ESTÁ
MESMO MORTO? Revista
MOSAICO- B3-0,4
11. O que a filosofia cristã pode dizer
sobre a globalização e o

19
capitalismo-SEMINA B1- 0,4
12. Filosofia da tecnologia e
evolução: o que causou a
inteligência humana Revista
TECCCOG – B4 - 0,4
13. O que é a Neuroantropologia
Afinal? Considerações e
Contribuições de uma Ciência
Pouco Conhecida- Revista de
Neurociências (EPM) B1- 0,4
14. Nova tolerância intolerante:
mudanças de relações de gênero
nas Assembleias de Deus –
Revista ABHR – B1- 0,4
15. Discutindo a origem evolutiva da
solidariedade humana - KÍNESIS
16. Apontamentos de Estudos sobre
religião e saúde no Brasil
SMAD. REVISTA
SAÚDE MENTAL ÁLCOOL E
DROGAS B1- 0,4 1
18.
17. O homem e o trabalho: O Deus
In Machina- Revista das
Produções Científicas Fênix
qualis C – 0,05

Artigos completos em anais 1 MÍDIA EDUCAÇÃO E A


de congresso MULHER NAS ASSEMBLEIAS DE
DEUS: MUDANÇAS E MACHISMO.
2017
2 Análise da mudança da opinião
política entre pentecostais – porque antes
tinha aversão à política e hoje tem sede
de poder, uma analise do pensamento de
Francisco Rolim Catarxo e Ricardo
Mariano 2016
3 Crise, Trabalho e a
demonização do governo PT pelos
neopentecostais. 2016
4 Entre o rural e o urbano: a
formação da identidade dos fiéis
Assembleianos brasileiros
2016
5 “O dinheiro é a raiz de todos os
males – influencia da mídia sobre
mudança de participação política entre os
pentecostais Brasileiros.
2016
6 A crítica da razão mítica e os
mitos que vivemos: reflexões de uma

20
filosofia religiosa sobre a globalização
capitalizada. 2015
7 Como a mente cria mundos que
não percebemos: pode o fisicalismo
explicar a origem da religião?
2015
8 Fiéis Assembleianos
Brasileiros: uma identidade desenvolvida
entre o rural e o urbano
2015
9 Sou evangélico e Marco
Feliciano não me representa: quem são
os pentecostais que não concordam com
o com os pastores midiát
2015
10 sou evangélico e Silas malafaia
não me representa, quem são os
pentecostais que não se encaixam no
senso comum 2015
11 Apontamentos sobre
MUDANÇAS DE RELAÇÕES DE
GÊNERO NAS ASSEMBLEIAS DE
DEUS 2013
12 Nova tolerância intolerante:
Mudanças de relações de gênero nas
Assembléias de Deus 2013
13 O fundamentalismo religioso -
modernidade e relações com o
fundamentalismo. 2013
14 O QUE SÃO A NEURO-
ANTROPOLOGIA E A
BIOSSOCIOLOGIA E COMO ESSAS
CIÊNCIAS DESCONHECIDAS
PODEM CONTRIBUIR PARA A
ÉTICA NA MÍDIA DE MERCADO?
2012
15 NEOPENTECOSTALISMO E
PERTENÇA SOCIAL: UMA NOVA
LEITURA DA BÍBLIA
2008
16 o triunfo da técnica, relações
corrompidas entre ambiente homem e o
trabalho 2008
17 Sobra as causas remotas da
auto consciência humana
2008
18 solidariedade é uma
consequência do bípede ou da
neotenia=civilização 2006
19 anais do IV Simpósio

21
Internacional Principia a filosofia de
Donald Davidson 2005
20 as influencias da tecnologia nas
mudanças neuronais na evolução humana
2003
21 tecnologia e evolução humana.
2003
22 A evolução Auto organizável.
Uma visão sobre a evolução humana
através do Paradigma da Auto
organização. 2002
23 A teoria do Caos e o conceito
de paradigma: Encaixa-se ou não a teoria
do Caos no conceito de paradigma de
Thomas Kuhn levando a consideração de
três teóricos do Caos. 2001

Livros - organização e 1 Dialógos de platão 4


editoria de livro Livro 2010
2 Dialogos no inferno entre
Maquiavél e Montesquieu Livro
2010
3 dialógos 5 Livro 2010
4 Ética a Nicomaco Livro
2010
5 Organon Livro 2010

Livros – autor 1 O Dinheiro: o novo deus da


humanidade-Livro publicado 2016
2 DEFINIÇÃO DE “VIDA”
PROTEGIDA PELA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL-Livro publicado 2013

Livros - editor 1 Dialógos de platão 4


Livro 2010
2 Dialogos no inferno entre
Maquiavél e Montesquieu Livro
2010
3 dialógos 5 Livro 2010
4 Ética a Nicomaco Livro
2010
5 Organon Livro 2010

Capítulos de livro
Produções Artísticas Coral vozes do tietê

Patentes

22
ITEM SUBITENS
Contribuições e Conhecimento da área e
perspectivas subárea
profissionais em 5,10 Afinidade com o trabalho
e 15 anos. acadêmico
Articulação das atividades e
projetos futuros na
universidade
Projetos não financiados,
mas comprovados pela
instituição
Outros pontos relevantes
para a Universidade
Total de Pontos

23

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