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Adoração

Intimidade com Deus


A melhor coisa que o ser humano pode experimentar, é
quando ele faz o que dá o maior prazer à Deus.
Quem é o adorador mais devoto de Deus ? Quem tem o maior prazer em exaltar o Todo-
Poderoso ?
Deus mesmo.

Esta idéia nasceu em mim, recentemente, quando li o livro "Unity of the Bible" de
Daniel Fuller. Eu não havia notado esta idéia na Bíblia. Deus, de fato, louva a si
mesmo. Em defesa da justiça de um inferno eterno, o Dr. Fuller declara: "A justiça de
Deus consiste em sua plenitude de seu louvor, ou glória. Assim como é com Deus,
também com as pessoas: [ alguém serve o que ele adora, comentário meu, JW],
portanto, cada ação servirá de base, a longo prazo, para sustentar esta glória de sua
deidade" (Pagina 188).
O que o Dr. Fuller escreveu, mexeu comigo, e me trouxe um novo entendimento
sobre a importância do louvor. Eu sempre tive o conhecimento da importância do
louvor. Eu tinha a compreensão que o desejo de Deus sempre foi que as pessoas o
adorassem. Passagens bíblicas como Êxodo 34:14 ("porque não adorarás outro Deus:
pois o nome do Senhor é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele) deixa claro o que Deus quer.
Mas eu sempre vi este texto, do ponto de vista de guerra espiritual. Satanás quis o
louvor que pertencia a Deus, e ele sempre desviou a atenção das pessoas para os
vários substitutos que ele oferece para a humanidade. Sejam falsas religiões, filosofias,
ou riqueza material, o efeito é sempre o mesmo: o homem está adorando outra coisa
além de Deus.
Mas nunca me ocorreu que Deus ama tanto o que ele é – fidelidade, justiça, etc. –
que ele louva a si mesmo. Alem do mais, Deus quer que estes atributos sejam de
grande valor para seu povo, de tal maneira que eles possam louvar a Deus, também,
pelo que ele é.
Nós, da Vineyard, desde nosso começo, fizemos do louvor, nossa mais alta
prioridade, acreditando que é do desejo de Deus, que nos tornemos, primeiro, seus
adoradores. Portanto, sempre voltamos a esta prioridade.
Provavelmente a lição mais relevante, que aprendemos no começo da Vineyard, é
que o louvor é um ato de dar livremente nosso amor a Deus. De fato, no Salmo 18:1
nós lemos: "Eu te amo, ó Senhor, força minha". Louvor também é uma expressão de
contemplação, submissão e respeito à Deus.
Vinde cantemos ao Senhor, com júbilo; celebremos o Rochedo da nossa
salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graça, vitoriemo-lo com salmos.
(Salmos 95:1-2)
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao
Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre
as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. (Salmos 96:1-3)
O desejo do nosso coração, deve ser o de louvar a Deus. Pois foi com este
propósito que Deus nos fez. Se não louvarmos a Deus, certamente, adoraremos
alguém ou outras coisas.
Mas como devemos louvar a Deus ? O Velho Testamento descreve várias
maneiras:
Adoração:
Louvando a Deus simplesmente pelo que ele é – Senhor do universo.
Ações de graças:
Dando graças a Deus pelo que ele tem feito, especialmente pela sua obra de criação e
salvação.
Confissão:
O reconhecimento do pecado e culpa, e a subsequente confissão dos mesmos a um
Deus santo e justo.

Louvor envolve não somente nossos pensamentos e nosso intelecto, mas nosso
corpo. Em toda a Bíblia nós vemos diversas formas de louvor, como expressão, através
de orações, canções, tocando instrumentos musicais, danças, se ajoelhando, se
curvando, levantando as mãos e assim por diante.
Em João 4:23-24, nós temos texto chave para entender louvor, quando Jesus
disse: "Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o
Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus
adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e
em verdade".
Jesus estava dizendo que o louvor tem que corresponder com a natureza de
Deus, que é espírito, e que precisa se basear na verdade, que é encontrada em Cristo.
No Novo Testamento, nós encontramos vários elementos importantes sobre o louvor,
que não vemos no Velho Testamento. Primeiro e mais importante, é que adoramos o
Pai, através do Filho, Jesus Cristo. Nosso louvor é centralizado em Cristo. Nossas
canções são centralizadas em Cristo: sobre ele e para ele. Segundo, Jesus nos instruiu
para lembra-lo e louva-lo através da Santa Ceia. Terceiro, o Espírito Santo é que dirige
nosso louvor (I Co 14), falando conosco através de profecias, línguas e interpretação
(Veja Atos 13 e 14).

Etapas no coração
Além de entendermos porque e como louvar a Deus, também ajuda entendermos
o que acontece quando louvamos a Deus. Na Vineyard, nós vemos cinco etapas
básicas de louvor, fases estas, que os líderes tentam conduzir a congregação.
Compreendendo que estas etapas contribui muito com nossa experiência com Deus.
Na medida em que passamos por cada etapa, nossa direção é uma só: adquirir
intimidade com Deus. Eu defino intimidade como o ato de revelarmos nossa a
profundidade da natureza para alguém (neste caso, para Deus), e este ato é marcado
pela presença, contato e proximidade. (Explicarei estas etapas e como elas se aplicam
no louvor corporativo/congregacional bem como suas aplicações no louvor privado).
Chamada à adoração
A primeira etapa é a chamada à adoração, cuja mensagem é dirigida ao povo de Deus
ou a Deus. É um convite. Isto acontece com canções cujo tema sejam o convite para
chegar na presença de Deus, ou canções de júbilo e proclamação.
O objetivo nesta chamada esta na ação: "Vamos agora, vamos adora-lo". A
seleção de musicas nesta fase é muito importante, pois estabelece o tom para a união
e direcionamento do louvor da congregação, para Deus.
Devemos fazer isto no começo de uma conferencia, quando tem muita gente
nova, e quase ninguém conhece as músicas ? ou devemos deixar pro final, quando
todos estão acostumados ? Se for um dia de Domingo, e for tempo do louvor, será que
a igreja praticou as obras do Senhor durante toda a semana ? ou será que a igreja
"terminou" junto o culto passado ? Se a igreja estiver indo bem, o louvor de Domingo,
deve ser sua expressão máxima. A chamada para o louvor deve conter todas estas
idéias. Tomara que cada membro da congregação esteja consciente desses fatores, e
que esteja orando para que o tom apropriado possa ser estabelecido durante a
chamada para a adoração.

Engajamento
A segunda etapa é o engajamento, a maravilhosa dinâmica de conectar-se com Deus e
uns com os outros. Expressões de amor, adoração, louvor, júbilo, intercessão e petição
– todas as dinâmicas de oração que estão interligadas com o louvor – brotam do
coração neste momento. Nesta etapa de engajamento, nós louvamos a Deus pelo que
ele é através da música, bem como através da oração.

Durante o período de louvor, lágrimas fluirão na medida em que


confrontamos nossa desarmonia em relação a harmonia de Deus; nossas
limitações em relação as infinitas possibilidades de Deus.

É claro que como indivíduos, podemos ter estes momentos à sós. Mas quando a
igreja se ajunta, Deus multiplica e magnifica sua presença manifesta.

Expressando o amor de Deus


Na medida em que movemos mais e mais nesta fase de engajamento, nos
movemos numa linguagem de amor e intimidade. A presença de Deus nos estimula
nossos corações e nossas mentes, tendo como resultado, a expressão natural, através
do louvor, de nossa gratidão pelo que ele é e pelo que ele tem feito, e como ele tem
feito, como ele tem movido através da historia bem como pelos seus atributos e seu
caráter. O júbilo acontece quando no nosso coração desejamos exaltar a Deus. O
coração e o centro da adoração é estarmos em união com o Criador e com a igreja
universal e histórica, que é seu corpo. Lembre-se que louvor nunca para. E é um ato
contínuo nos céus, e quando louvamos, nos ajuntamos com o que já está acontecendo:
a comunhão dos santos. Louvor "é a coisa pra se fazer" nos céus. É isto que vamos
fazer quando chegarmos lá, portanto é bom começarmos agora.
Sempre, esta intimidade nos leva a meditar, mesmo durante o louvor, sobre nosso
relacionamento com o Senhor. As vezes lembramos de votos e alianças que fizemos
com Deus. Deus pode trazer à tona, desarmonias ou fracassos em nossas vidas, logo,
envolvendo confissão de pecados. Lágrimas começarão a rolar na medida em que
contrastamos nossa desarmonia com a harmonia de Deus, nossas limitações com suas
infinitas e ilimitadas possibilidades. Expressão
Esta fase, na qual fomos despertados à sua presença, chamamos de expressão.
Expressões físicas e emocionais durante o louvor, podem resultar em danças e
movimentos corporais. Esta é uma resposta apropriada da igreja para com Deus, se ela
estiver no topo da onda. Mas tentar estimular a dança artificialmente não é apropriado.
O verdadeiro ponto focal do júbilo está no Senhor, e não na dança em si mesma.
Tenho em visto em várias congregações, quando as pessoas tentam criar um
clima de júbilo, sem as obras do Senhor, especialmente sem as obras de salvação e
restauração. Inevitavelmente fica aquem do verdadeiro jubilo, pois as obras de Deus
levam a um verdadeiro júbilo. No primeiro, a expressão de louvor é fabricada enquanto
a outra é genuina. Se não exaltarmos à Deus com nossas vidas, júbilo se torna um
falso exercício durante o louvor corporativo.
Esta expressão então, atinge um ponto climático bem elevado, algo como um ato
de amor (Salomão usa a mesma analogia em Cantares). Nos expressamos o que está
em nossos corações, mentes e corpo, e agora esperamos para Deus responder.
Paramos de falar, e esperamos que ele mova, que ele fale. Eu chamo isto da quarta
fase, visitação: quando Deus Todo-Poderoso visita seu povo.

Visitação
Esta Visitação é um subproduto do louvor. Nós não o louvamos para ganhar sua
presença. Ele é digno de louvor ainda que nos visite ou não. Mas Deus "habita no meio
dos louvores de seu povo". Portanto sempre devemos vir preparados para encontrar a
Deus, quando o louvamos.
A igreja precisa acordar para o fato de que o Deus do universo nos visitará se o
louvarmos em espírito e em verdade. Muitas vezes quando os cristãos se reúnem, eles
não estão esperando Deus fazer muito. Mas Deus é como o noivo, na porta, a espera
da noiva. Muitas vezes, como a noiva, nós esquecemos a razão porque estamos ali,
pois estamos espalhados em nossas preocupações e cuidados.
Nós devemos esperar que o Espírito de Deus trabalhe no nosso meio. Ele move
através de diferente maneiras – as vezes através de salvação, as vezes trazendo
libertação, santificação ou cura. Deus também visita seu povo através dos dons
proféticos. Sempre, o profeta genuíno é muito tímido para falar. O Senhor necessita
nos aprofundar nos dons de profecia. Ele também nos visita através da leitura inspirada
das Escrituras, que traz consigo, uma compreensão profética para aquele momento
específico. Exortação, que é uma palavra de encorajamento, pode vir desta maneira.
Nós precisamos aprender a esperar no Senhor, e permitir que Ele fale.

Generosidade
A quinta fase do louvor é o dar com substancia. A igreja conhece tão pouco sobre
dar, e mesmo assim, somos encorajados pela Bíblia, a darmos para Deus. Quão
patético ver pessoas que estão se preparando para o ministério, que não sabem nada
sobre como dar. Será que um atleta, entraria numa corrida, sem saber como correr ?
Se ainda não aprendemos sobre como dar dinheiro, ainda não aprendemos nada sobre
o que é vida cristã. Ministério é uma vida de dar. Nós damos toda nossa vida; Deus
deveria ter propriedade de tudo que é nosso. Lembre-se que quando damos tudo a
Deus, não só permitimos que ele esteja em controle de nossos bens, para multiplicar e
abençoar a outros, como também para sermos participantes em seus
empreendimentos.
Normalmente o chamado de Deus para mim poder dar, vem quando não estou
preparado, ou quando não tenho o que ele, a princípio, está pedindo. Seja dinheiro,
amor, hospitalidade, ou informação. Mas também, sempre que Deus quer dar através
de nós, primeiro, ele tem que dar a nós. Nós somos os primeiros a participarem das
colheitas Mas não somos convidados a comer as sementes que ceifamos, e sim,
plantá-la e distribui-la para outros.
A premissa é que independente do que somos, sempre seremos multiplicados,
seja para o bem ou para o mal. O que tivermos em nossos troncos, determinará que
tipo de fruta teremos. Portanto, a dádiva com substancia em louvor, é um reflexo da
chamada, do engajamento, da expressão, da resposta e a visitação de Deus, e a
conseqüente resposta do povo, de volta à Deus.
Na medida em que experimentamos estas fases durante o louvor,
experimentamos antes de mais nada, intimidade com Deus, que é o que existe de mais
sublime que tanto o homem ou a mulher possa conhecer ou experimentar. John Piper
escreve que "Deus é muito mais gloricado em nós, quando estamos satisfeitos nele…
Nós teremos satisfação nele, quando soubermos porque Deus tem prazer nele mesmo"
( Os Prazeres de Deus, Multnomah, p. 9).

Conclusão
Louvor envolve tudo na vida Cristã (Rom 12:1). Não está limitado a exercícios de
espiritualidade ou de meditações, ou à cultos formais de louvor, oração, etc. Nós, que
acreditamos no Senhor, fomos chamados para louvar através de cada expressão da
nossa vida, vivendo cada momento, sabendo que estamos vivendo na presença e
diante de nosso Deus. Nós devemos fazer tudo com um reconhecimento vital de que
estamos adorando Deus !

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