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Stott em 5 minutos: Crer É Também Pensar

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COMPROMETIMENTO SEM REFLEXÃO É FANATISMO EM AÇÃO;


REFLEXÃO SEM COMPROMETIMENTO É A PARALISIA DE TODA AÇÃO
 

O livro que marcou a mudança de paradigma entre universitários evangélicos é


também uma afirmação profunda: “crer é também pensar”. Nossa equipe selecionou
trechos preciosos da publicação e nos ajuda a fazer uma leitura dinâmica e
proveitosa dele.

Até que ponto devemos apelar para a razão das pessoas ao apresentarmos o evangelho? Será que a “fé”
envolve algo completamente irracional? Será que o senso comum tem alguma função na orientação cristã?

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Comprometimento sem reflexão é fanatismo em ação; reflexão sem comprometimento é a paralisia de toda
ação.

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Não estou defendendo um cristianismo acadêmico, frio e inexpressivo, mas uma devoção fervorosa, inflamada
pela verdade.

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Três ênfases — de muitos católicos no ritual, de radicais na ação social e de pentecostais naexperiência — são
todas, de alguma forma, sintomas do mesmo mal do anti-intelectualismo. Elas são rotas de fuga para evitar a
nossa responsabilidade dada por Deus de usar a mente de forma cristã.

*
O mundo moderno produz pessoas pragmáticas para as quais a primeira pergunta sobre qualquer questão
não é “isso é verdade?”, e sim “isso funciona?”.

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Boa parte do mundo hoje é dominada por ideologias que, se não forem totalmente falsas, são estranhas ao
evangelho de Cristo. […] “As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em
Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento
de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”. Essa é uma batalha de ideias; a
verdade de Deus se sobrepondo às mentiras dos homens. Acreditamos no poder da verdade?

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Deus fez o homem à própria imagem, e uma das mais nobres características de semelhança divina é a
capacidade do homem de pensar. […] e de se comportar diferentemente: “Não sejam como o cavalo ou o
burro, que não têm entendimento”.

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O pecado tem efeitos mais perigosos em nossa capacidade de sentir do que na de pensar, pois nossas
opiniões são mais facilmente examinadas e organizadas pela verdade revelada do que nossas experiências.

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Jesus acusou as multidões incrédulas: “Por que vocês não julgam por si mesmos o que é certo?” — perguntou
a eles. Em outras palavras, por que vocês não usam o cérebro de vocês? Por que não aplicam às questões
morais e espirituais o senso comum que usam nas questões físicas?

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A revelação é uma revelação racional para criaturas
racionais. Nosso dever é receber a mensagem, nos
submeter a ela, buscar entendê-la e relacioná-la com o
mundo no qual vivemos.

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A proclamação do evangelho — novamente manifesta em
palavras dirigidas à mente — é a forma principal como Deus
resolveu trazer salvação aos pecadores. Paulo coloca desse
modo: visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o
conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus
salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação.

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Uma “mente cristã” é descrita por Harry Blamires como uma
“mente treinada, informada, equipada para lidar com
informações de controvérsia secular utilizando um modelo
de referência baseado em pressuposições cristãs”.
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Tendo Deus nos feito seres racionais, devemos negar a


humanidade que nos deu? Se falou conosco, devemos
deixar de ouvir as palavras dele? Ele renovou nossas mentes
em Cristo; devemos deixar de pensar com a mente? Deus
nos julgará pela Palavra, devemos deixar de ser sábios e
não construir nossa casa sobre a rocha?

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No Antigo Testamento Deus reclamou que o povo estava se comportando como “crianças tolas” que não
“tinham entendimento” e declarou que eles estavam sendo “destruídos por falta de conhecimento”.

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A repetição das palavras conhecimento, sabedoria, discernimento e entendimento realmente é curiosa. Não há
dúvida de que o apóstolo (Paulo) as considerava como o próprio fundamento da vida cristã.

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Seis aspectos da vida cristã que se tornam impossíveis sem o uso apropriado da mente:

Adoração. A única adoração aceitável para Deus era a adoração inteligente, adoração “em verdade”, adoração
oferecida por aqueles que sabem quem estão adorando e que o amam “com todo o entendimento”.

Fé. Fé não é credulidade. Fé não é otimismo. A verdadeira fé é essencialmente racional, pois ela confia nas
promessas e no caráter de Deus. Um cristão que crê é alguém cuja mente reflete e descansa nessas certezas.
[…] A fé e o raciocínio andam juntos, e crer é impossível sem pensar.

Santidade. Um conhecimento claro da vontade de Deus é o primeiro segredo para uma vida reta. No entanto,
não é suficiente sabermos o que devemos ser. […] As Escrituras nos chamam para uma disciplina mental a
esse respeito. […] “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas, quem
vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é
morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz”.

A orientação do cristão. Apesar das promessas de Deus de nos guiar, não devemos esperar que ele o faça da
mesma forma como nós guiamos cavalos e mulas. Ele não usará freios nem rédeas conosco. […] É pelo nosso
entendimento, esclarecido pela Bíblia, pela oração e pelo conselho de amigos que Deus vai nos levar ao
conhecimento da vontade particular dele para nós.

Evangelismo. “A fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo”. O
argumento do apóstolo diz que deve existir um conteúdo sólido em nossa proclamação evangelística de Jesus.

Paulo resume o ministério evangelístico de forma simples: “Procuramos persuadir os homens”. “Persuadir” é
Paulo resume o ministério evangelístico de forma simples: “Procuramos persuadir os homens”. “Persuadir” é
um exercício intelectual. A segunda evidência no Novo Testamento de que nosso evangelismo deveria ser
apresentado de forma racional é que a conversão é frequentemente descrita em termos de uma resposta da
pessoa, não ao próprio Cristo, mas “à verdade”. Tornar-se um cristão é “crer na verdade”, “obedecer à ver‐
dade”, “reconhecer a verdade”.

O ministério e os dons. Todos os dons espirituais (e existem muitos) tencionam algum tipo de ministério. Eles
são dados para serem usados “para o bem comum”. O propósito é edificar a igreja — o corpo de Cristo — para
que ela cresça até a maturidade.

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Deus nunca quis que o conhecimento fosse um fim em si mesmo, mas sempre o meio para outra finalidade.

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Em primeiro lugar, o conhecimento deve levar à adoração. […] Quanto mais conhecemos a Deus, mais
devemos amá-lo.

Em segundo lugar, o conhecimento deve levar à fé. […] “Os que conhecem o teu nome confiam em ti”,
escreveu o salmista.
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Em terceiro lugar, o conhecimento deve levar à santidade. Quanto mais nosso conhecimento cresce, maior é a
nossa responsabilidade de pô-lo em prática. O Salmo 119 é cheio de aspirações por se conhecer a Lei de
Deus. Por quê? Para melhor obedecer-lhe: “Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua Lei e a ela obedeça
de coração”.

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Em quarto lugar, o conhecimento deve levar ao amor. Quanto mais conhecemos, mais queremos compartilhar
o que sabemos com outros e usar nosso conhecimento no serviço, seja no evangelismo ou no ministério.

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Tanto a decisão da mente de entender quanto a humilhação perante Deus são indicativos da fome do homem
pela verdade divina. Tal fome certamente será satisfeita, pois Deus prometeu que quem busca com since‐
ridade encontrará.
• Trechos retirados do livro Crer É Também Pensar

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