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Introdução
PÓS-GRADUAÇÃO EM
GESTÃO E GOVERNANÇA
PÚBLICA
DISCIPLINA
Lei de Responsabilidade Fiscal
Prof.º Irapuã Beltrão www.faculdadefocus.com.br | 1
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Introdução
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Introdução
Palavra do Diretor
Prezado Acadêmico da Faculdade Focus!
No entanto, é bom estar atento que nessa modalidade você é o protagonista, visto
que é o aluno o principal responsável para ser seu guia na rotina de estudos. É você
que vai definir quando e como vai estudar, por isso, assuma as rédeas e aja focado no
seu objetivo.
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Introdução
Coordenador do Curso
Olá, acadêmicos da Faculdade Focus!
É uma ótima oportunidade de ensino online, em que os alunos terão aulas com
profissionais que são referência nacional e professores renomados do meio
acadêmico, somadas a uma experiência digital diferenciada e interação entre os
alunos de todo o Brasil.
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Introdução
Sumário
Palavra do Diretor ----------------------------------------------------------------------------------------------- 3
Coordenador do Curso------------------------------------------------------------------------------------------ 4
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 7
2 Objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal ------------------------------------------------------- 9
3 Princípios da LRF ------------------------------------------------------------------------------------------ 13
4 Abrangência------------------------------------------------------------------------------------------------ 14
5 A Transparência da Lei de Responsabilidade Fiscal --------------------------------------------- 14
6 Planejamento ---------------------------------------------------------------------------------------------- 16
7 Execução orçamentária e cumprimento de metas ---------------------------------------------- 17
8 Receita Pública -------------------------------------------------------------------------------------------- 18
9 Previsão e Arrecadação da Receita ------------------------------------------------------------------ 19
10 Renúncia de Receita ---------------------------------------------------------------------------------- 20
11 Despesas Pública -------------------------------------------------------------------------------------- 20
12 Despesa com Pessoal: Fiscalização e Controle ------------------------------------------------ 21
13 Limites com Pessoal ----------------------------------------------------------------------------------- 22
14 Serviços de Terceiros e Encargos ------------------------------------------------------------------ 23
15 Despesas com Seguridade Social ------------------------------------------------------------------ 24
16 As Transferências: voluntárias, constitucionais e partilha de receita tributária ----- 24
17 Operações de Crédito: dívida pública ------------------------------------------------------------ 26
18 - Dívida pública fundada ou consolidada: Conceito ------------------------------------------ 27
19 Publicidade da dívida pública: --------------------------------------------------------------------- 28
20 Dívida pública flutuante: Conceito: --------------------------------------------------------------- 29
21 Dívida pública mobiliária ---------------------------------------------------------------------------- 29
22 Limites da dívida pública ---------------------------------------------------------------------------- 30
23 Recondução da dívida aos limites ----------------------------------------------------------------- 31
24 Contratação de operação de crédito ------------------------------------------------------------- 31
25 Antecipações de receitas orçamentárias – ARO ---------------------------------------------- 32
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Introdução
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Introdução
1 Introdução
Até o final dos anos 1990, a gestão pública brasileira era administrada desprovida de
maiores rigores, conforme a Lei nº 4320/1964, também conhecida como a Lei de
Finanças Públicas.
A LRF pretendeu realizar ajuste fiscal permanente no Brasil, uma vez que estabeleceu
o princípio da disciplina fiscal para todos os entes da Federação e incorporou
princípios e normas provenientes de outras experiências de rigor fiscal. Os modelos
tomados como referência foram, de ínicio, o do Fundo Monetário Internacional (FMI)
- Código de Boas Práticas para a Transparência Fiscal – Declaração de Princípios (Fiscal
Transparency), elaborado pelo Fundo Monetário Internacional – FMI, no final da
década de 1980.1
1
FURTADO, J. R. Caldas. Direito financeiro. 3ª edição. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 433-435.
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Introdução
Em breve síntese, Caldas Furtado2 destaca que o Budget Enforcement Act (EUA) prevê
a fixação, pelo Congresso, não apenas de metas de superávit, como também
mecanismos de controle de gastos. No Brasil, tais metas e normas relativas ao controle
de custos se encontram na lei de diretrizes orçamentárias – LDO (art. 4º, I, alínea e e
§§ 1º e 2º). Além disso, traz o instituto sequestration, o qual, em nosso ordenamento
pátrio, recebeu o nome de limitação de empenho e movimentação financeira,
conforme previsão no artigo 9º da LRF, 3 cujos critérios e formas também estão
dispostos na lei de diretrizes orçamentárias.
Quanto ao Fiscal Responsibility Act neozelandês, em linhas gerais, preza-se pela forte
transparência nos gastos públicos, bem como pelo gerenciamento e redução da dívida
pública a níveis prudentes.4 Nos termos do art. 22, caput e § único de nossa LRF, o
denominado limite prudencial toma lugar quando a despesa total com pessoal
exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do permitido,5 o que é verificado ao final
2
p. 433-434.
3
LRF, art. 9º. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento
das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
4
FURTADO, J. R. Caldas. Direito financeiro. 3ª edição. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 434.
5
Quando constatado que foi ultrapassado o limite de 90% (noventa por cento), os Tribunais de Contas emitirão um alerta
aos Poderes ou órgãos (art. 59, § 1º, LRF). Nesse momento, ainda não há vedação alguma ao Poder ou órgão. Contudo,
se ultrapassado o limite de 95% (noventa e cinco por cento), denominado limite prudencial (art. 22, LRF), o Poder ou
órgão estará impedido de conceder vantagem, aumento, ou reajuste de remuneração, a qualquer título, salvo os
derivados de sentença judicial, de lei ou de contrato. Além disso, não poderá criar cargo, emprego ou função (salvo se
configurar reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e
segurança) nem alterar estrutura de carreira que implique aumento de despesa. Por fim, na hipótese de ocorrer o limite
de ultrapassagem (100% do limite), além de o Poder ou órgão receberem a aplicação das sanções do art. 22, deverá
eliminar excedente nos dois quadrimestres seguintes, adotando as seguintes medidas: redução das despesas com cargos
em comissão e funções de confiança em pelo menos 20%, a exoneração dos servidores não estáveis e a exoneração do
servidor estável, o qual fará jus à indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço (art. 23, LRF
c/c art. 169, CRFB). Na Ação de Declaração de Inconstitucionalidade nº 2.238-5, a Suprema Corte, deferindo medida
cautelar, suspendeu a eficácia do § 2º do art. 23 da LRF, o qual faculta, para fins de eliminar o excedente, a redução
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Dentro do setor público, as funções de política e de gestão devem ser bem definidas e
divulgadas ao setor público, informando-se sobre as atividades fiscais passadas, presentes e
programadas (transparência dos atos);
As informações orçamentárias devem facilitar suas análises as contas fiscais devem ser
apresentadas periodicamente ao legislativo e ao público (publicidade, prestação de contas,
relatórios fiscais).6
temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária. Dessa forma, a redução das
despesas de pessoal só poderá se dar com a exoneração do servidor.
6
FURTADO, J. R. Caldas. Direito financeiro. 3ª edição. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 433-435.
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I. os limites de gasto com pessoal, pois a Lei fixa limites para essa despesa
em relação à receita corrente líquida para os três Poderes e para cada
nível de governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios);
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Frente a todo o exposto, percebe-se que a LRF, com o intuito de combater o “culto ao
governante gastador”,9 se pautou sobre quatro pilares fundamentais para estabelecer
o regime de gestão fiscal responsável: planejamento, transparência, controle e
responsabilização, a fim de atingir o denominado equilíbrio fiscal, em todos os níveis
do governo.10
7
Contemporaneamente, podemos resumir a accountability no seguinte: os órgãos de controle, o poder legislativo, a
sociedade, enfim, o público, desejam tomar conhecimento sobre a legalidade da administração dos recursos públicos,
conforme as leis e regulamentos oficiais, e aferir se os objetivos e resultados pretendidos pelos programas de governo
estão sendo alcançados. Adicionalmente, procuram saber se essa administração, além de legal e eficaz, é também
eficiente, econômica e efetiva. (SIU, Marx Chi Kong. Accountability no setor público: uma reflexão sobre transparência
governamental no combate à corrupção. Revista do TCU, nº 122, p. 78-87, set./dez., 2011).
8
ABRAHAM, Marcus. Lei de Responsabilidade Fiscal comentada. 3ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2021, p. 74.
9
“O gestor tocador de obras merecia especial distinção e aceitação, ainda que inconsequente ação resultasse em
incomensurável dívida, com total comprometimento das finanças públicas, com efeitos até mesmo em gerações futuras.
Chegou-se a fazer apologia ao rouba, mas faz” (FURTADO, J. R. Caldas. Direito financeiro. 3ª edição. Belo Horizonte:
Fórum, 2012, pp. 436-437).
10
FURTADO, J. R. Caldas. Direito financeiro. 3ª edição. Belo Horizonte: Fórum, 2012, pp. 437-438.
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Princípios da LRF
3 Princípios da LRF
A LRF tem como base alguns princípios, os quais nortearam sua concepção e são
essenciais para sua aplicação até os dias de hoje. Esses pilares, dos quais depende o
alcance de seus objetivos, são o planejamento, a transparência, o controle e a
responsabilização.
A transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com
publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios. A LRF determina
ampla divulgação, inclusive em meio eletrônico, dos instrumentos de planejamento e
orçamento, da prestação de contas e de diversos relatórios e anexos. Como exemplo
de determinação da LRF, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento
das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na Comissão Mista de
Orçamento do Congresso Nacional ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e
municipais.
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Abrangência
4 Abrangência
As disposições da LRF obrigam a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.
Nas referências à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, estão
compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais
de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as respectivas
Administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais
dependentes. Ainda, a estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a
Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas
do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios.
Vale observar que algumas empresas estão também abrangidas pelo alcance das
disposições da LRF, dependendo, para tanto, da sua realidade dos fastos. A empresa
estatal não dependente (ou independente) não faz parte do campo de aplicação da
LRF. Uma empresa estatal dependente é uma empresa controlada, mas que recebe do
ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de
aumento de participação acionária.
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Ao lado da transparência, a cidadania fiscal11, direito esse que necessita daquela para
ser efetivado, se configura como ferramenta essencial do controle social no Estado
Democrático de Direito.12
Cabe registrar que, desde a edição da LRF, o Brasil vem se tornando referência em matéria de
divulgação espontânea de informações governamentais, e o cidadão bem informado possui
melhores condições para participar ativamente da vida em sociedade, fortalecendo a cidadania
fiscal brasileira. Afinal, nossa Constituição Federal dispõe, em seu art. 5º, XXXIII, “que todos têm
direito a receber dos órgãos públicos informações do seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral (...)”. Esse tipo de divulgação tem sido seguidamente ratificada pela
jurisprudência dos Tribunais Superiores, os quais têm reputado constitucionais os diplomas
11
“A Cidadania Fiscal é compreendida como um importante instrumento de conscientização da sociedade sobre os seus
direitos e deveres fiscais. O conhecimento da tributação possibilita o fomento da cidadania, proporcionando o
aprendizado sobre a função social do tributo, como forma de redistribuição da renda nacional e elemento de justiça
social. Dessa maneira, o cidadão é capaz de participar do processo de arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro
público.” Receita Federal. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/direitos-e-deveres/educacao-
fiscal#:~:text=A%20Cidadania%20Fiscal%20%C3%A9%20compreendida,seus%20direitos%20e%20deveres%20fiscais.&t
ext=Dessa%20maneira%2C%20o%20cidad%C3%A3o%20%C3%A9,e%20fiscaliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20dinheiro%
20p%C3%BAblico.
12
TEIXEIRA, Felipe de Macedo e BARBOZA, Pedro Idevan Cozza. Cidadania fiscal e o papel da transparência como
ferramenta de controle social no Estado Democrático de Direito. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/cidadania-fiscal-e-o-papel-da-transparencia-como-
ferramenta-de-controle-social-no-estado-democratico-de-direito/..
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Planejamento
Por fim, cabe ressaltar que todos os cidadãos e as instituições da sociedade, ao longo
de todo o exercício, poderão consultar e apreciar contas apresentadas pelo Chefe do
Poder Executivo, as quais ficarão disponíveis no respectivo Poder Legislativo e no
órgão técnico responsável por sua elaboração (artigo 49).
6 Planejamento
A Constituição de 1988, no tocante ao planejamento na administração pública, teve a
clara preocupação de institucionalizar a integração entre os processos de
planejamento e orçamento, ao tornar compulsória a elaboração dos três instrumentos
básicos para esse fim.
O primeiro deles, o Plano Plurianual - PPA, destinado às ações de médio prazo; a Lei
de Orçamento Anual, para discriminar os gastos de um exercício financeiro; e, a Lei
de Diretrizes Orçamentárias - LDO, para servir de elo entre esses dois instrumentos.
13
ABRAHAM, Marcus. Lei de Responsabilidade Fiscal comentada. 3ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2021.
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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso.
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Receita Pública
Ainda no cumprimento desta tarefa, é assim determinado pela LRF quanto aos valores
devidos em decorrência das condenações judiciais no regime dos precatórios:
Para o cumprimento dos princípios da lei, é ainda determinado pela LRF a necessidade
de controle de todas as metas e dos valores arrecadados, sendo até mesmo prevista
as medidas caso não se verifique a efetivação dos montantes:
E, interessante notar uma nova redação dada a um dos parágrafos do citado art. 9º da
L. C. 101
8 Receita Pública
Como vimos a LRF busca um equilíbrio orçamentária e para conseguir tal feito faz
diversas exigências e restrições, conforme detalhado a seguir:
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O art. 13 da LRF determina que o Poder Executivo deverá, até trinta dias após a
publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das receitas em metas
bimestrais de arrecadação, informando quais medidas serão adotadas para o combate
a sonegação, a cobrança da dívida ativa e os créditos executáveis pela via
administrativa. Ressalte-se a importância dessa medida, uma vez que tais metas
bimestrais de receita servirão de parâmetro para a limitação de empenho e
movimentação financeira.
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Renúncia de Receita
10 Renúncia de Receita
Os chamados "incentivos fiscais", concedidos de forma indiscriminada, é uma prática
danosa às finanças públicas. E para que não ocorra deve estar sujeita a regras
disciplinadoras.
11 Despesas Pública
O artigo 15 da LRF determina que a regra básica para todo e qualquer aumento de
despesa pode ser assim traduzida: toda e qualquer despesa que não tenha
acompanhado a estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos três primeiros
exercícios de sua vigência e que não apresente adequação orçamentária e financeira
com a LOA, o PPA e a LDO e no caso de despesa obrigatória de caráter continuado,
de suas medidas compensatórias, é considerada não autorizada irregular e lesiva ao
patrimônio público.
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Essa norma, de acordo com o inciso 4° do artigo 16 da LRF, é condição prévia, não só
para aquisição de bens, serviços e obras, como também para a desapropriação de
imóveis urbanos, que, de acordo com a constituição, deverá ser paga.
Ainda para que não haja menor chance de alguma brecha ou artifício legal, a lei
equipara a aumento de despesa e prorrogação daquela já criada por prazo
determinado. Não é de estranhar, portanto, que este seja um dos pontos que mais
suscitadas críticas por parte dos governantes nos diversos níveis da Federação, diante
das barreiras que são impostas a aumento de despesa, sem a correspondente fonte
de recursos. No entanto, o princípio que embasa tal conduta não é outro que o de
"gastar apenas o que se arrecada".
Significa que restam 30% para a realização dos serviços públicos básicos, como
educação, saneamento, saúde e segurança, sem considerar a manutenção de estradas
e vias urbanas, a preservação do patrimônio público etc. Além disso, o crescimento
populacional demanda de um programa de investimentos crescente por parte dos
governos. E também das despesas, o próprio crescimento inercial da população,
demanda novos investimentos, o que também fica prejudicado."Uma critica constante
à Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para os gastos com
pessoal. A definição desses limites busca simplesmente permitir que o administrador
público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à
população, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de impostos".
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Cumpre ressaltar que após a publicação da LRF, fica revogado qualquer outra
legislação que verse sobre estes limites. É o caso da Lei Complementar nº 96 de 1999,
conhecida como Lei camata II.
De acordo com a LRF, tais limites serão agora repartidos entre todos os Poderes
públicos, com percentuais específicos para cada poder. Na esfera estadual o limite de
60% será repartido da seguinte forma:
• 6% para o judiciário;
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• 6% para o Judiciário;
A intenção do legislador, neste caso, foi a de evitar que o setor público (no caso o
irresponsável), utilizasse de artimanha contábil para "burlar" os ditames da LRF.
O Art. 72 da LRF diz: " A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referidos
no art. 20 não poderão exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício
anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício
seguinte”.
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"Apenas para relembrar, que aquele dispositivo obriga a demonstração da origem dos recursos
que custearão qualquer aumento na despesa, assim como a comprovação de que não serão
afetadas as metas de resultados fiscais previstas na LDO, a partir de mecanismos de
compensação".
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Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio
ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde.
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Assim, o crédito público é uma das formas pelas quais o Estado obtém recursos e,
como consequência, surge a dívida pública haja vista a criação de obrigações para o
Estado, conforme será explicitado no decorrer desta aula. O termo operações de
crédito possui conceito abrangente e está regulamentado na LRF da seguinte forma:
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III - os depósitos;
IV - os débitos de tesouraria.
Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor distinguindo-
se as despesas processadas das não processadas.
Os títulos públicos são emitidos no mercado interno sob as formas de: ofertas públicas
para instituições financeiras (leilões), ofertas públicas para pessoas físicas (tesouro
direto) e emissões diretas para finalidades específicas definidas em leis.
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Os limites globais para a dívida consolidada dos três níveis de governo serão
estabelecidos a partir de percentual da Receita Corrente Líquida - RCL, representando
o nível máximo admitido para cada um deles, sendo a verificação do seu atendimento
realizada ao final de cada quadrimestre (art. 30, § 3º e 4º), ou semestre, no caso dos
Municípios com menos de 50 mil habitantes.
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Durante o tempo em que estiverem acima dos limites, os entes estarão sujeitos às
seguintes sanções institucionais ou fiscais:
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Por último, o ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por
Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso
o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da dívida.
Essa fiscalização das contas públicas é exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo controle interno de cada poder, encontrando-se sua
fundamentação maior no artigo 70 da Constituição Federal, tendo por objeto três
elementos distintos: legalidade, legitimidade e economicidade relativos à despesa
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Do controle interno
29 Do controle interno
O controle interno, previsto no artigo 74, § 1º da Carta Magna, consiste no sistema
integrado de fiscalização dos três Poderes com o objetivo de apoiar o controle externo
nas missões institucionais. Em detrimento disso, ao tomar conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidades na gestão orçamentárias, os responsáveis do controle
interno deverão comunicar imediatamente o Tribunal de Contas da União, sob pena
de responsabilidade solidária do chefe do Poder que se omitiu a esse respeito.
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Do controle externo
30 Do controle externo
O Poder Legislativo é o responsável pela realização do controle externo com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, cujas funções estão delineadas no artigo 71 e 49, X
da Constituição Federal. O Poder legislativo, independentemente do Tribunal de
Contas, irá exercer, por si, a fiscalização das contas públicas.
Trata-se da mudança sobre o quê controlar: o controle não será mais exclusivamente
sobre processos, mas fundamentalmente sobre resultados.
Do ponto de vista institucional, outra alteração trazida pela LRF foi o empoderamento
dos tribunais de contas que passaram, a partir de 2001, a ter novo posicionamento no
controle das contas públicas. A LRF passou a estipular que esses tribunais devem
acompanhar os limites e as regras estabelecidas na lei, inclusive alertando aos poderes
Executivo e Legislativo sobre o avanço de gastos em direção ao limite prudencial da
dívida e da despesa pessoal.
Com sua nova função de guardiões da responsabilidade fiscal, esses órgãos tiveram a
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Do controle externo
O instituto do alerta vem sendo, cada vez mais, reconhecido pelas Cortes do Judiciário;
assim decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
“Na espécie, o Prefeito, não obstante os sucessivos alertas emitidos pelo Tribunal de Contas
do Estado, ampliou, em 75%, a indisponibilidade financeira apurada em 31 de abril de 2004,
período em que estava impedido de comprometer receitas em montante superior às que
pudessem ser liquidadas no curso do exercício...... É de se entender, portanto, configurado o
dolo (ainda que eventual), manifesto na vontade livre e consciente de contrair despesa em
nome do município nos dois últimos quadrimestres de seu mandato que não podiam ser
cumpridas integralmente dentro dele.... (STJ, 2ª. Turma, AgRg no Agravo de Instrumento nº
1.282.854-SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 15/03/2011).
A Lei de Responsabilidade Fiscal previu que os alertas devem ser expedidos sempre
que for constatada alguma das seguintes hipóteses:
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Fato é que o art. 59 da LRF, em seu § 1º, expressamente atribui aos Tribunais de Contas
o papel de guardião do seu cumprimento, o que reclama – obviamente – um forte
viés preventivo e concomitante no acompanhamento e controle das contas públicas.
Por outro lado, é importante observar que a LRF não disciplinou as formalidades para
se emitir o ato de alerta.
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II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da
lei;
§ 1º A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos
anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade
pessoal.
§ 2º A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo Tribunal de Contas a
que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito
público envolvida.
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