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Fundamentos Bíblicos III

Professor: Edson Teodoro

2 Professor Abinadabe Gonzaga
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Fundamentos Bíblicos III

Sumário

1 - Introdução ao Estudo do Espírito Santo 5

1.1. Importância do Estudo Sistemático desta Doutrina (Pneumatologia) 5

2 - A Personalidade do Espírito Santo 5

3 - A Divindade do Espírito Santo 7

3.1. Terceira Pessoa da Trindade 7

3.2. Atributos Divinos do Espírito Santo 7

4 – As obras do Espírito Santo no Antigo Testamento 8

4.1. Na criação 8

4.2. Na relação com o homem na criação 8

4.3. Na relação com homem depois da queda 8

4.4. Exemplos de Líderes no Antigo Testamento 9

5 – As obras do Espírito Santo no Novo Testamento 10

5.1 Na vida de Jesus 10

6 – O Espírito Santo e a Igreja Primitiva 11

6.1. A atuação do Espírito Santo a partir do Pentecostes 11

6.2. Na vida dos apóstolos e início da igreja primitiva 11

6.3. Na salvação de almas 11

6.4. Na inspiração das Escrituras Sagradas 11

6.5. Na obra da regeneração 12

6.6. Na obra missionária 12

7 – O Batismo com o Espírito Santo 12

8 – O Fruto do Espírito 14

9 – Os Dons do Espírito Santo 15

9.1. Dons de manifestação do Espírito ou Dons Espirituais 16

9.1.1. Dons que manifestam o saber de Deus 16

9.1.2. Dons que manifestam o poder de Deus 16

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9.1.3. Dons que manifestam a mensagem de Deus 17

9.2. Dons Ministeriais 18

9.3. Dons de ministérios práticos ou serviço cristão 18

10 – Símbolos do Espírito Santo 19

11 – Nomes do Espírito Santo 21

12 – Pecados contra o Espírito Santo 22

13 – O Espírito Santo e a segunda vinda de Cristo 23

Considerações Finais 23

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sua existência, divindade e sua personalidade,

1 - Introdução ao Estudo do Espírito Santo sempre atacando veementemente esta doutrina.
Para o cristão e a igreja, a doutrina do Espírito
1.1. Importância do Estudo Sistemático desta
Santo é altamente prioritária nos dias de hoje, pois o
Doutrina (Pneumatologia)
cristão não pode ter a mesma resposta dos
O conhecimento sobre a Trindade, ou seja, a
discípulos de Éfeso: “Perguntou-lhes: — Vocês
Pessoa do Pai, a Pessoa do Filho e a Pessoa do
receberam o Espírito Santo quando creram”? Ao
Espírito Santo, constitui a base da fé cristã. Mas
que eles responderam: — Pelo contrário, nem
neste estudo, daremos a total atenção ao Estudo da
mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo At 19.2.
Terceira Pessoa da Trindade, pois é essencial que
Vemos em seu nome, Espírito Santo, denotando
todos os cristãos reconheçam a total relevância no
santificação, regeneração, vivificação,
estudo sistemático da Doutrina do Espírito Santo
espiritualidade (Jo 6.63; 3.6b; Tt 3.5).
em sua vida. O nome dado a este estudo é:
Nossa Dispensação é a dispensação do
Pneumatologia, o termo vem de pneuma (gr.
Espírito e nela o Espírito Santo é a pessoa específica
”o ar”, “o vento”, “respiração”, “espírito”), cognato
da Trindade que mais atua em nós, sendo assim,
do verbo pnéo, “respirar”, “soprar”, “”inspirar); e
todo aquele que se dedicar ao estudo e aprendizado
logia (Gr. “ciência”, “estudo”), A Doutrina do
desta doutrina, descobrirá tesouros e experiências
Espírito Santo trará o conhecimento quanto a sua
para toda a sua vida cristã.
deidade, seus atributos, obras e operações.¹
A palavra hebraica para “Espírito” é ruach
(ַ‫)רּוח‬, que, às vezes, é traduzido por “vento” e 2 - A Personalidade do Espírito Santo
“sopro”, pois algumas referências no AT ao sopro
de Deus e ao vento de Deus também podem Cremos que sua personalidade está presente
referir- se à obra do Espírito de Deus.² em toda a Bíblia e possui todas as qualidades

A palavra “ruach” tem um alcance semântico inerentes à sua personalidade. Personalidade (caráter

quase idêntico a “pneuma”. O vento, como símbolo, essencial e exclusivo de uma pessoa).³ Dizemos que

fala da natureza invisível do Espírito Santo, Ele desempenha as mesmas funções de um

conforme relata Jo 3.8. indivíduo ou pessoa, possuindo intelecto, emoção e

Sendo assim, veremos a atuação do Espírito vontade, e isto é suficiente para provar sua

Santo desde o momento da criação e as suas obras personalidade. Essa triplicidade de atributos de Sua

por toda Bíblia, pois embora a plenitude do seu personalidade, vemos na Bíblia, a saber: intelecto:

poder não houvesse sido revelada antes de Jesus, “Pois quem conhece as coisas do ser humano, a não

sendo revelado posteriormente no Pentecostes, há ser o próprio espírito humano, que nele está? Assim,

trechos do AT que O revelam e as suas obras. ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o

O que vemos na história e nos dias de hoje Espírito de Deus” (1Co 2.11); emoção: “E não

em muitas religiões ou seitas, é que alguns negam entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês
foram selados” (Ef 4.30); vontade: “Mas um só e o
mesmo Espírito realiza todas essas coisas,

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distribuindo-as a cada um, individualmente,
conforme ele quer” (1Co 12.11).
¹ Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal, p. 173.
2 Dicionário do Movimento Pentecostal, p. 285.
Alguns textos referem-se ao Espírito Santo
utilizando o pronome pessoal e determinativo “Ele”
- ekeinos (Jo 14.26; 15.26; 16.8, 13, 14) e o próprio
Espírito Santo chama a si mesmo de “Eu” (At
10.19,20), considerando estes pontos uma inegável
evidência de sua personalidade. Com isto em mente,
podemos analisar certos atos praticados pelos seres
humanos e que o Espírito Santo reage e interage.⁴
a) Consolando
“Assim, a igreja tinha paz por toda a Judeia, Galileia
e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do
Senhor; e, no consolo do Espírito Santo, crescia em
número” (At 9.31).
b) Ensinando
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas
as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que
eu lhes disse” (Jo 14.26).
c) Guiando
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).
d) Se entristecendo
“E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no
qual vocês foram selados” (Ef 4.30).
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e) Comissionando e nomeando ministros
“Enquanto eles estavam adorando o Senhor e
jejuando, o Espírito Santo disse:
— Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra
a que os tenho chamado” (At 13.2).
f) Testemunhando de Cristo
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei
a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que
dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo
15.26).
g) Intercedendo
“Da mesma maneira, também o Espírito nos ajuda
em nossa fraqueza. Porque não sabemos orar como
convém, mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
h) Falando
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas: Ao vencedor, darei o direito de se alimentar
da árvore da vida, que se encontra no paraíso de
Deus” (Ap 2.7).
i) Direcionando
“E percorreram a região frígio-gálata, tendo sido
impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra
na província da Ásia” (At 16.6).
Como não poderíamos como cristãos tentar
compreender esta doutrina tão clara nas sagradas
escrituras, para defendermos em nossa vida cristã,
pois o próprio Jesus falou Dele como uma pessoa e
sua manifestação pessoal na vida de todos os que O
amam e guardam os seus mandamentos, num
relacionamento íntimo. “E eu pedirei ao Pai, e ele
lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com
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Fundamentos Bíblicos III

vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o sendo iguais, eternas, da mesma substância, embora
mundo não pode receber, porque não o vê, nem o distintas, sendo Deus cada uma dessas Pessoas. (Mt
conhece. Vocês o conhecem, porque ele habita com 28.19; ICo 12.4-6; 2Co 13.13; Ef 4.4-6). Quando o
vocês e estará em vocês” (Jo 14.16,17). apóstolo Paulo trata da diversidade dos dons e
O Espírito Santo não é tão somente uma influência, diferentes ministérios em 1Co 12.4-6, ele se refere a
um poder, uma energia, uma unção, como alguns um só Deus, mas afirma: ”O Espírito é o mesmo...o
heréticos afirmam e ensinam, mas uma Pessoa Senhor é o mesmo..., mas é o mesmo Deus”.
divina e real.
3.2. Atributos Divinos do Espírito Santo
Vemos em muitas referências bíblicas o
³ Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, p. 597. Espírito Santo sendo chamado de Deus, estando em
⁴ Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal, p.
177. um mesmo nível de igualdade com Deus Pai e Deus
Filho (Mt 28.19), observe que a palavra “nome” está
no singular, significando assim que o poder, a glória
3 - A Divindade do Espírito Santo
e autoridade do Pai, do filho, e do Espírito Santo é
uma só (1Jo 5.7; 2Co 13.13). “Estes atributos não
3.1. Terceira Pessoa da Trindade
foram dados ou inseridos Nele em algum momento,
mas como a própria palavra ‘‘atributo”, do lat.
Assim como o Credo de Atanasio declara, “Tal
Attributum, o que é próprio a uma pessoa ou
como é o Pai é o Filho e tal é o Espírito Santo”.
coisa.7
Cremos que a Trindade é composta de três pessoas
Seus atributos divinos são idênticos ao do Pai e do
unidas, em essência, tão completamente unidas que
Filho, como veremos alguns:
formam um só Deus, que subsistem em três
Incomunicáveis, do lat. incomunicable, que se
distinções: Pai, Filho e o Espírito Santo. Conforme
não pode comunicar, tais atributos são
afirma a Declaração de Fé das Assembleias de Deus,
conhecidos também como naturais, por
“Cremos, professamos e ensinamos que o Espírito
constituírem-se na essência de Deus.
Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade,
Onipotência - O Espírito Santo tem pleno poder
Deus igual ao Pai e ao Filho”.5
sobre todas as coisas (Rm 15.19), e dEle flui a vida,
O termo Trindade apesar de não encontrarmos na
em suas dimensões e sentidos bem como o poder de
Bíblia, foi utilizado pela primeira vez por Teófilo,
Deus (Ef 3.16; At 1.8).
bispo de Antioquia. Ele viveu no segundo século de
Onipresença - O Espírito Santo está presente em
nossa era e usou pela primeira vez o termo “TRIA”,
todo lugar (Sl 139.7-10).
em referência direta às três pessoas da Trindade. No
Onisciência – Esta é mais uma evidência da deidade
século II, Tertuliano de Cartago, na África, retoma
do Espírito Santo, o qual sabe e conhece todas as
o assunto e utiliza a palavra “Trinnitas”.6
coisas (1Co 2.10).
A doutrina da Trindade é o ensino, segundo o qual
Deus subsiste em Três Pessoas distintas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, em uma só divindade,

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Eternidade – Ele é infinito em existência; sem
princípio; sem fim; sem limitação de tempo (Hb
9.14).8
Criador – Ele pode ser chamado de o Espírito
criador, na criação do homem (Jó 33.4).9
5 Declaração de Fé das Assembleias de Deus, p. 67.
6 Severino Pedro da Silva, A doutrina de Deus, p. 111.
7 Claudionor de Andrade, Dicionário Teológico CPAD,
p. 58.
8 Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal, p.
175.
9 Declaração de Fé das Assembleias de Deus, p. 73.
4 – As obras do Espírito Santo no Antigo
Testamento
4.1. Na criação
O Antigo Testamento relata a história do
surgimento da criação, humanidade, a revelação de
Deus ao homem, suas obras, e assim, estas
manifestações e obras são também atribuídas às três
pessoas da Trindade. Ele aparece pela primeira vez,
como: “Espírito de Deus, na obra da criação”,
veremos então alguns exemplos da sua participação
nos principais eventos da história bíblica. Sendo
assim, o Espírito Santo estava plenamente e
juntamente com o Pai e o Filho, em unidade.
No relato da criação, a Trindade está implícita no
nome divino “Elohim”, onde vemos os primeiros
vislumbres da Trindade. O verbo “bara”(criou), o
sujeito, no plural, Elohim, “Deus”, o que revela a
unidade de Deus na Trindade. Na criação do
homem, a Trindade está presente, como lemos em
Gn 1.26. Sendo assim, três pessoas da Trindade
atuaram em conjunto. 10
Do Pai, se diz: (Gn 1.27; Pv 8.22-30);
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Do Filho, se diz; criou todas as coisas e também o
homem (Jo 1.1-3; Cl 1.16);
E do Espírito Santo, se diz: (Jó 33.4; Sl 104.30).
4.2. Na relação com o homem na criação
Em relação ao homem e o momento de sua criação,
vemos a Trindade em atividade para criar o homem.
Sendo assim, estavam em perfeita unidade neste
momento tão singular e único para o homem, pois
assim desde este momento podemos afirmar uma
relação de comunhão e intimidade entre o homem e
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, como
lemos em Gn 1.26. “E Deus disse: Façamos o ser
humano à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
animais que rastejam pela terra”.
4.3. Na relação com homem depois da queda
Como sabemos, a queda do homem gerou um
afastamento e uma perda substancial da presença de
Deus com o homem devido o pecado, entretanto,
posteriormente ao pecado vemos a Trindade
atuando e intervindo na vida do homem para
estabelecer limites, porém isto foi necessário para
definir parâmetros devido à natureza pecaminosa do
homem e suas consequências (Gn 3.22; Gn 11.7).
Essa interferência não foi para estabelecer uma
história na vida humana determinada e sem escolhas
do homem e sim, como sempre vemos nas
escrituras, para mostrar ao homem o controle de
Deus sobre todas as coisas e a revelação progressiva
de Deus à humanidade e seu plano de salvação.
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Fundamentos Bíblicos III

Otniel (Jz 3.9, 10), Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29),
4.4. Exemplos de Líderes no Antigo e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16) e muitos outros que
Testamento receberam capacitações do Espírito de Deus para
profetizar, julgar, liderar, lutar e governar.
Fica evidente que esses juízes fizeram mais que
Na vida de José
ganhar batalhas e obter vitórias, eles também
A capacidade intelectual, espiritual e social de José
julgavam ou governavam o povo, muitas vezes
só pode ser entendida mediante a manifestação do
refreando a idolatria, onde necessitavam de
Espírito Santo em sua vida. Nenhum mago ou
sabedoria, entendimento e conhecimento, mediante
adivinho conseguiu interpretar os sonhos de Faraó,
o Espírito do Senhor.
mas Deus deu a José esta habilidade, pois Ele
mesmo disse a Faraó: “José respondeu: Isso não está
Na vida dos Reis
em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó”
Os reis de Israel necessitavam de habilidades no
(Gn 41.16). Ao interpretar o sonho de Faraó, e ao
desempenho de suas tarefas, vemos nas escrituras o
sugerir-lhe o que fazer, Faraó interrogou: “Então
primeiro rei sendo apoderado pelo Espírito de
Faraó perguntou aos seus oficiais: Será que
Deus. “Quando Saul ouviu estas palavras, o Espírito
poderíamos achar alguém melhor do que José, um
de Deus se apossou dele, e ficou furioso” (1Sm
homem em quem está o Espírito de Deus?” (Gn
11.6). Assim como também a Davi, seu sucessor
41.38).
“Samuel pegou o chifre do azeite e ungiu Davi no
Na vida de Moisés
meio de seus irmãos''. E, daquele dia em diante, o
O Espírito Santo atuava na vida de Moisés,
Espírito do Senhor se apossou de Davi. Então
podemos ler isto no livro de Isaías, “Então o povo
Samuel se levantou e foi para Ramá” (1Sm 16.13).
se lembrou dos dias antigos de Moisés, e disse:
“Onde está aquele que tirou o seu povo do mar,
Na vida dos profetas
junto com o pastor do seu rebanho? Onde está o
Os profetas mostraram-se vivamente conscientes da
que pôs nele o seu Espírito Santo?“ (Is 63.11).
influência do Espírito em seus ofícios e ministérios,
isso é reiterado por Moisés (Nm 11.29), e por
Na vida dos Juízes
profetas como Isaías e Ezequiel os quais parecem
Nesta época Israel estava envolvendo se com
identificar o Espírito com Deus (Is 63.10, 11) e de
idolatrias e imoralidades e Deus permitia que fossem
que o fato de serem profetas era sinônimo de
entregues aos seus inimigos, entretanto Deus
estarem sendo capacitados pelo Espírito de Deus.
sempre suscitou juízes, que os livraram das mãos
Os profetas também relataram a promessa
dos que o atacavam e roubavam (Jz 2.16). Stanley
messiânica ao Espírito Santo, esses por inspiração
Horton declara, “que estes juízes que escolheram
do Espírito profetizaram sobre seu nascimento,
para ajudar e livrar o povo durante este período, não
ministério, ou seja, sobre a vinda do Messias, para
estavam totalmente isentos de suas fraquezas. Mas o
um melhor entendimento, trataremos deste assunto
Espírito Santo operava, às vezes, a despeito delas”.
no capítulo seguinte.
O Espírito Santo veio sobre muitos juízes, tais como

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b) No Batismo nas águas

10Esequias Soares, Teologia Sistemática Pentecostal, p. Vemos no batismo de Jesus a manifestação distinta
98.
da Trindade, porém em unidade, trazendo para
aquele momento e posterior, uma revelação de
unidade entre o Deus Pai, Deus Filho e Deus
5 – As obras do Espírito Santo no Novo Espírito Santo em seus desígnios e planos de
Testamento salvação para a humanidade. Ali estava o Deus Filho
sendo batizado, o Deus Espírito Santo descendo
5.1 Na vida de Jesus
como pomba, e Deus Pai proclamando e
a) No nascimento
anunciando sua paternidade. “Naqueles dias, Jesus
A encarnação do Deus Filho só poderia acontecer
veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João
por meio de uma obra divina e sobrenatural. Isaías
no rio Jordão. Logo ao sair da água, Jesus viu os céus
havia profetizado como se daria o nascimento de
se abrindo e o Espírito descendo como pomba
Jesus: “Portanto, o Senhor mesmo lhes dará um
sobre ele. Então veio uma voz dos céus, que dizia:
sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
Você é o meu Filho amado; em você me agrado”
filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). A revelação
(Mc 1.9-10).
para Maria, a mãe de Jesus, nos fornece a explicação
Logo após o seu batismo, ele foi conduzido pelo
de como se daria a concepção de Jesus. Sendo assim,
Espírito ao deserto: “Jesus, cheio do Espírito Santo,
no encontro do anjo com Maria, a mãe de Jesus, ela
voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito,
então pergunta como aconteceria: “Então Maria
no deserto” (Lc 4.1).
disse ao anjo, como será isto, se eu nunca tive
relações com homem algum? O anjo respondeu: O
c) No Ministério e Milagres
Espírito Santo virá sobre você, e o poder do
O Espírito Santo estava ativamente na vida de Jesus,
Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso,
seu ministério e ensinamentos, ungindo e
também o ente santo que há de nascer será chamado
conduzindo em unidade, cumprindo assim as
Filho de Deus” (Lc 1.34,35). Vemos também em Lc
escrituras: “O Espírito do Senhor Deus está sobre
2.25-32, que um homem chamado Simeão havia
mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-
recebido uma revelação do Espírito Santo, de que
novas aos pobres, enviou-me a curar os
não morreria antes de ver o Cristo, e sendo movido
quebrantados de coração, a proclamar libertação aos
pelo Espírito foi ao templo, e pegando o menino em
cativos e a pôr em liberdade os algemados, a
seus braços louvou a Deus, somente nesta passagem
apregoar o ano aceitável do Senhor”(Is 61. 1, 2; Lc
o Espírito Santo é mencionado três vezes. Sendo
4. 19, 20). E também na operação dos milagres:
assim, vemos o Espírito Santo agindo tanto no
“Então Jesus, no poder do Espírito, voltou para a
nascimento como em seus primeiros dias de vida,
Galileia, e a sua fama correu por toda aquela
trazendo a revelação de Deus Filho aos homens.
região. E ensinava nas sinagogas, sendo elogiado
por todos” (Lc 4.14).

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d) Na Crucificação
O Espírito Santo atuou em toda a vida de Jesus,
contando o momento da crucificação, Ele o estava
sustentando neste momento que antecedeu Sua
vitória sobre a morte: “Muito mais o sangue de
Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa
consciência de obras mortas, para servirmos ao
Deus vivo” (Hb 9.14)!
e) Na Ressurreição
Não poderia ser diferente no momento da
ressurreição de Cristo, como sabemos esta era uma
promessa, que Ele ressuscitaria ao terceiro dia e foi
cumprida com a presença do Espírito Santo: “E foi
designado Filho de Deus com poder, segundo o
Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos,
a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1.4). E que
também seremos ressuscitados por Ele um dia “Se
em vocês habita o Espírito daquele que ressuscitou
Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou
Cristo dentre os mortos vivificará também o corpo
mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que
habita em vocês” (Rm 8.11).
A ressurreição é atribuída ao Pai At 2.32, ao Filho Jo
10.17,18 e ao Espírito Santo Rm 1.4.
6 – O Espírito Santo e a Igreja Primitiva
6.1. A atuação do Espírito Santo a partir do
Pentecostes
Quando vemos o relato de Atos 2, vemos a
promessa que foi feita pelo Espírito Santo através de
Joel sendo cumprida nesta ocasião, e pelo próprio
Cristo quando diz: “Mas o Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse
ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se
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lembrem de tudo o que eu lhes disse” (Jo 14.26).
Esta passagem nos traz a confirmação que após este
dia de Pentecostes, ou seja, após a descida do
Espírito Santo, receberiam um ensinamento e
capacidade de lembrar tudo o que eles ouviram do
próprio Jesus, temos como exemplo Pedro, que logo
após a descida do Espírito Santo, e levantando sua
voz fez um discurso e levou milhares de almas a
aceitaram a Cristo como salvador.
6.2. Na vida dos apóstolos e início da igreja
primitiva
Como vimos, os apóstolos receberam capacitação,
poder e autoridade para executar seus ministérios,
sendo orientados e separados pelo Espírito Santo
para um desempenho organizacional da igreja que
estava crescendo exponencialmente. ” Por isso,
irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os
encarregarmos desse serviço. Quanto a nós, nos
consagraremos à oração e ao ministério da palavra”
(At 6.3, 4).
6.3. Na salvação de almas
O apóstolo Pedro demonstrou que a salvação
individual do homem é obra das três pessoas da
Divindade (1Pe 1.2); o Pai, o filho e o Espírito
Santo habitam no cristão (Jo 14.15-23), nesta
decisão o Espírito Santo faz o milagre da
conversão na vida do homem: “Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
juízo” (Jo 16.8).
6.4. Na inspiração das Escrituras Sagradas
O Novo Testamento nos afirma que os homens
falaram movidos pelo Espírito Santo: “Porque
nunca, jamais qualquer profecia foi dada por
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Fundamentos Bíblicos III

vontade humana; entretanto, homens falaram da

parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe
1.21). Foram inspirados e receberam uma revelação 7 – O Batismo com o Espírito Santo

para as gerações futuras “A eles foi revelado que,

Há várias promessas de Deus, no Antigo
não para si mesmos, mas para vocês, ministravam as
Testamento, do derramamento do seu Espírito
coisas que, agora, foram anunciadas a vocês por
sobre o seu povo, mas uma das a principais é a que
aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu,
foi proferida pelo profeta Joel, uns oitocentos anos
lhes pregaram o evangelho, coisas essas que anjos
antes do advento de Cristo (Jl 2.28-32).13
desejam contemplar” (1Pe 1.12).
A promessa do batismo ou derramamento do
Espírito Santo foi dada pelos profetas e também
6.5. Na obra da regeneração
pelo próprio Jesus antes de subir aos céus (Lc 24.49),
De acordo com a Teologia Sistemática Pentecostal,
ou seja, revestir a vós mesmos com o poder do alto,
regeneração é o ato interior da conversão efetuado
como uma veste.14
na alma pelo Espírito Santo.¹¹ O Espírito Santo é
Este derramamento de poder aconteceu no dia de
quem opera este processo de regeneração: ”Ele nos
Pentecostes. “Ao cumprir-se o dia de
salvou, não por obras de justiça praticadas por
Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou
lugar. De repente, veio do céu um som, como de um
mediante o lavar regenerador e renovador do
vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam
Espírito Santo” (Tt 3.5). A essência da regeneração
sentados. E apareceram, distribuídas entre eles,
é uma nova vida concedida por Deus Pai, mediante
línguas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada
Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo.12
um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, segundo o
6.6. Na obra missionária
Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.1-4).
Vemos o Espírito Santo, revelando e conduzindo
Cumprindo assim a profecia e também ordem de
homens para o desempenho na obra missionária,
Jesus para permanecerem na cidade até serem
somente assim esta obra prospera, havendo oração
revestidos do poder que vem do alto.
e revelação da parte de Deus. “Enquanto eles
Conforme o Dicionário Movimento Pentecostal, a
estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito
palavra de Deus ensina o seguinte sobre este tema:
Santo disse: — Separem-me, agora, Barnabé e
Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At
a) O batismo no Espírito é para todos que
13.2).
professam sua fé em Cristo; que nasceram de
novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para
neles habitar.

¹¹ Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal, p.

361. b) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão
¹² Severino Pedro da silva, A doutrina da Predestinação,
p. 121. terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11;
Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos

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Fundamentos Bíblicos III

discípulos não começarem a testemunhar até que e) O livro de Atos descreve o falar noutras línguas
fossem batizados no Espírito Santo e revestidos como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo
de poder do alto (Lc 24.49; At 1.4, 5, 8). (2.4; 10.45,46; 19.6).

f) O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente

c) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta
ousadia e poder celestial para este realizar
e à parte da regeneração, também por Ele
grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia
efetuada. Assim como a obra santificadora do
no seu testemunho e pregação (cf. 1.8; 2.14-41;
Espírito é distinta e completiva em relação à obra
4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não
regeneradora do mesmo Espírito, assim também
se trata de uma força impessoal, mas de uma
o batismo no Espírito complementa a obra
manifestação do Espírito Santo, na qual a
regeneradora e santificadora do Espírito. No
presença, a glória e a operação de Jesus estão
mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele
presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co
assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei
12.7).
o Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando que a
regeneração e a nova vida estavam sendo
g) Outros resultados do genuíno batismo no
concedidas. Depois, Ele lhes disse que também
Espírito Santo são: (a) mensagens proféticas e
deviam ser “revestidos de poder” pelo Espírito
louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); (b) maior
Santo (Lc 24.49; At 1.5, 8). Portanto, este
sensibilidade contra o pecado que entristece o
batismo é uma experiência subsequente à
Espírito Santo, uma maior busca da retidão e
regeneração (At 11.17; At 19.6).
uma percepção mais profunda do juízo divino
contra a impiedade (ver Jo 16.8 nota; At 1.8
d) Ser batizado no Espírito significa experimentar a
nota); (c) uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo
plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo
16.13,14; At 4.33); (d) visões da parte do Espírito
teria lugar somente a partir do dia de
(2.17); (e) manifestação dos vários dons do
Pentecostes. Quanto aos que foram cheios do
Espírito Santo (1Co 12.4-10); (f) maior desejo de
Espírito Santo antes do dia de Pentecostes (e.g.
orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9;
Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão
Rm 8.26); (g) maior amor à Palavra de Deus e
“batizados no Espírito Santo”. Este evento só
melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e
ocorreria depois da ascensão de Cristo (1.2-5; Lc
(h) uma convicção cada vez maior de Deus como
24.49-51, Jo 16.7-14).
nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).

h) A Palavra de Deus cita várias condições prévias

para o batismo no Espírito Santo. (a) Devemos
aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo
(At 2.38-40; At 8.12-17). Isto importa em
submeter a Deus a nossa vontade (“àqueles que

Professor: Edson Teodoro

14
lhe obedecem”, At 5.32). Devemos abandonar
tudo o que ofende a Deus, para então podermos
ser “vaso para honra, santificado e idôneo para o
uso do Senhor” (2Tm 2.21). (b) É preciso querer
o batismo. O crente deve ter grande fome e sede
pelo batismo no Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is
44.3; Mt 5.6; 6.33). (c) Muitos recebem o batismo
como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13;
At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). (d) Devemos
esperar convictos que Deus nos batizará no
Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
i) O batismo no Espírito Santo permanece na vida
do crente mediante a oração (4.31), o
testemunho (4.31, 33), a adoração no Espírito
(Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18
notas). Por mais poderosa que seja a experiência
inicial do batismo no Espírito Santo sobre o
crente, se ela não for expressa numa vida de
oração, de testemunho e de santidade, logo se
tornará numa glória desvanecente.
j) O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez
na vida do crente e move-o à consagração à obra
de Deus, para, assim, testemunhar com poder e
retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores
ao batismo inicial do Espírito Santo (ver 4.31
nota; cf. 2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O batismo
no Espírito, portanto, conduz o crente a um
relacionamento com o Espírito, que deve ser
renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).¹⁴
13Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal, p.
189.
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Fundamentos Bíblicos III
14 A. T. Robertson, Comentário Lucas, À Luz do Novo
Testamento Grego, p. 397.
15 Dicionário Movimento Pentecostal, p. 119.
8 – O Fruto do Espírito
A escolha de Paulo do termo Fruto é importante
quando comparado com “obras”. “Uma obra é algo
que o homem produz para si mesmo; um fruto é
algo que é produzido por um poder que não é dele
mesmo. O homem não pode fazer o fruto”.16
Temos um modo de viver íntegro e honesto que a
Bíblia chama de “o fruto do Espírito”. Este modo
de viver se realiza na vida do cristão à medida que
ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida
de tal modo que o cristão subjugue o poder do
pecado, especialmente as obras da carne, andando
em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; Ef 4.2,3; Cl
3.12). Segundo o pastor Antônio Gilberto, em seu
livro: O Fruto do Espírito – A Plenitude de Cristo
na vida do Crente, “O uso da forma singular fruto
em Gálatas 5.22 sugere a unidade e harmonia co
caráter do Senhor Jesus Cristo, as quais são
reproduzidas no crente mediante as nove qualidades
do fruto do Espírito Santo vistas na citada
referência”.
Vale ressaltar que há distinção entre os dons do
Espírito e o fruto do Espírito (Gl 5.22). Para que o
cristão tenha uma vida de santificação e repleta de
grandes realizações, é necessário que esteja ativo
nele o fruto do Espírito. Por definição, fruto do
Espírito são as virtudes e manifestações do Espírito
Santo na vida e personalidade do cristão. O fruto do
Espírito inclui:
Caridade – (Gr. agapē) Este é a maior de todas as
virtudes, a busca e o interesse do bem maior de outra
15
Fundamentos Bíblicos III

pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; moral era virtude distintamente cristã, e tende a sê-
Ef 5.2; Cl 3.14). lo hoje.17
Gozo – (Gr. chara) a alegria ou felicidade que irradia
da vida do crente, tem relação com o a “paz”, ou seja
é uma expressão externa de paz interior (2Co 6.10;
12.9; 1Pe 1.8; Fp 1.14).
Paz – (Gr. eirēnē) A quietude de coração, baseada 16 Comentário Bíblico Beacon - vol 9, p. 73.
17 Dicionário Movimento Pentecostal, p. 324.
na convicção de que tudo vai bem entre o crente e
seu pai celestial e as demais coisas (Rm 15.33; Fp 4.7;
9 – Os Dons do Espírito Santo
1Ts 5.23; Hb 13.20).
Longanimidade – (Gr. makrothumia) A paciência é
A igreja da atualidade precisa mais e mais conhecer,
seguramente o fruto que torna o homem semelhante
buscar, receber e exercitar a provisão divina
a Deus, é exatamente o que a palavra sugere: ânimo
imensurável que há nos dons espirituais, para o seu
longo, firmeza de ânimo, alguém que permanece
contínuo avanço, edificação, consolidação e vitória
animado por muito tempo sem se deixar abater (Ef
contra as hostes infernais, e, ao mesmo tempo,
4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
glorificar muito mais a Cristo.
Benignidade – (Gr. chrēstotēs) Não querer magoar
O dom espiritual é uma dotação ou concessão
alguém, nem lhe provocar dor ( Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe
especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de
2.3).
capacidade divina sobre o crente, para o serviço
Bondade – (Gr. agathōsunē) Zelo pela verdade e
especial na execução dos propósitos divinos para e
pela retidão, e repulsa ao mal, pode ser expressa em
através da igreja.
atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na
As características mais expressivas do NT para as
correção do mal (Mt 21.12, 13).
quais os crentes de hoje chamam de “dons do
Fé - (Gr. pistis) Lealdade constante e inabalável a
Espírito” são “coisas espirituais” (gr. pneutmatika),
alguém com quem estamos unidos por promessa,
“graças” ou “favores” (charismata) e
compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt
"demonstrações" ou “manifestações” (phanerōseis).
23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2 Tm 2.2; 4.7; Tt2.10).
Dois outros termos para fenômenos similares são
Mansidão – (Gr. prautēs) Moderação, associada à
“operações” (energēmata) e “ministérios”
força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se
(diakoniai). Todos esses termos são meios para se
com equidade quando for necessário, e também
alcançar a concepção do que se pode chamar de
humildemente submeter-se quando for preciso
pluralidade do Espírito Santo.18
(2Tm 2.25; 1Pe 3.15; Mt 11.29; Cl 3.12).
Pneutmatika (1Co 12.1). Os críticos e opositores dos
Temperança – (Gr. enkrateia) Controle ou domínio
dons alegam que, no original aqui, não consta a
(autocontrole) sobre nossos próprios desejos e
palavra “dom”. Não consta neste versículo,
paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais;
entretanto consta nos versículos as seguir e capítulos
também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5). A pureza
seguintes. O referido termo refere-se às

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16
manifestações sobrenaturais da parte do Espírito
Santo através dos dons (1Co 12.7; 14.1).
Charismata (1co 12.4; Rm 12.6). Falam da graça
subsequente de Deus em todos os tempos e
aspectos da salvação.
Phanerōseis (1Co 12.7). Os dons são sobrenaturais
da parte de Deus; mas conforme o sentido do termo
original, aqui, eles operam igualmente na esfera do
natural, do tangível, do sensível, do visível.
Energēmata (1Co 12.6). Isto é, os dons são
operações diretas do poder de Deus para a
realização de seus propósitos e para abençoar o
povo (VV. 9, 10).
Diakoniai (1Co 12.5). Isso fala de serviço, trabalho
e ministério prático. São ministrações sobrenaturais
do Espírito através dos membros da igreja como um
corpo (1Co 12.12-27).19
Podemos classificar ou agrupar os dons com o
objetivo de entender melhor este assunto.
18Dicionário Movimento Pentecostal, p. 267.
19 Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal,
p. 196.
9.1. Dons de manifestação do Espírito ou Dons
Espirituais
Os textos a seguir têm por base o Dicionário do
Movimento Pentecostal, como outros temas deste
estudo, para termos uma harmonia na explicação e
entendimento do mesmo, mas podemos considerar
outras fontes Teológicas para uma compreensão
mais abrangente.
Considerando a explicação da obra acima citada,
estes dons manifestam o saber de Deus, o poder de
Deus e a mensagem de Deus.
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Fundamentos Bíblicos III
9.1.1. Dons que manifestam o saber de Deus
Dom da Palavra de sabedoria (1Co 12.8) – Trata-
se de uma mensagem falada, enunciada mediante a
operação do Espírito Santo. A mensagem traz a
revelação da Palavra de Deus e sabedoria vinda do
Espírito Santo a uma situação ou problema
específico (At 6.10; 15.13-22).
Dom da Palavra do Conhecimento ou ciência
(1Co 12.8) – Uma mensagem também falada,
inspirada pelo Espírito Santo, trazendo a revelação
do conhecimento a respeito de pessoas, de
circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Geralmente
tem relacionamento com o dom de profecia (At 5.1-
10; 1Co 14.24,25).
Dom de Discernimento de Espíritos (1Co 12.10)
– Trata-se de um dom especial dado pelo Espírito
Santo, para discernir e julgar corretamente as
profecias e distinguir se uma mensagem ou
manifestação provém do Espírito Santo ou não
(1Co 14.29; 1 Jo 4.1). Em nosso tempo, este dom
tem uma importância muito grande, devido ao
surgimento de falsos mestres (Mt 24.5) e a distorção
do cristianismo bíblico em nossos dias (1Tm 4.1).
9.1.2. Dons que manifestam o poder de
Deus
Dom da Fé (1Co 12.9) – Não se trata da fé da
salvação, mas de uma fé sobrenatural especial,
comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o
crente a crer em Deus para a realização de coisas
extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove
montanhas (1Co 13.2) e que frequentemente opera
em conjunto com outras manifestações do Espírito,
tais como as curas e os milagres (Mt 17.20; Mc
11.22-24; Lc 17.6).
17
Dons de Curar (1Co 12.9, 28, 30) – Do gr.
charismata iamatōn. Esses dons são concedidos à
igreja para a restauração da saúde física, por meios
divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8;
4.30). O plural (“dons”) indica cura de diferentes
enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de
um dom especial de Deus. Os dons de curas não são
concedidos a todos os membros do corpo de Cristo
(cf. 12.11,30), todavia, todos eles podem orar pelos
enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados.
Pode também haver cura em obediência ao ensino
bíblico de Tiago 5.14-16.
Dom de Operação de Maravilhas (milagres) (1Co
12.10) – Trata-se de atos sobrenaturais de poder que
intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos
em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás
e os espíritos malignos (Jo 6.2).
9.1.3. Dons que manifestam a mensagem de
Deus
Dom de Profecia (1Co 12.10) – É um dom de
manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo
Espírito, para “edificação, exortação e consolação”
da igreja (1Co 14.3). Daí toda profecia deve ser
julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (1Co
14.29, 32; 1Ts 5.20, 21). Ela deverá enquadrar-se na
Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a
santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por
alguém que, de fato, vive submisso e obediente a
Cristo (1Co 12.3).
Dom de Variedade de Línguas (1Co 12.10) – No
tocante às línguas como manifestação sobrenatural
do Espírito, notemos os seguintes fatos:
Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6),
ou uma desconhecida na terra (1Co13.1). A língua
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Fundamentos Bíblicos III
falada através deste dom não é aprendida, e quase
sempre não é entendida, tanto por quem fala (1Co
14.14) como pelos ouvintes (1Co 14.16). O falar em
noutras línguas como dom abrange o espírito do
homem e o Espírito de Deus, que, entrando em
mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação
direta com Deus, expressando-se através do espírito
mais do que da mente (1Co 14.2,14) e orando por si
mesmo ou pelo próximo, sob a influência direta do
Espírito Santo, à parte da atividade da mente (1Co
14.2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo,
sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da
atividade da mente (1Co 14.2,15,28; Jd 20). Línguas
estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua
interpretação, também pelo Espírito para que a
congregação conheça o conteúdo e significado da
mensagem (1Co 14.3,27,28). Ela pode conter
revelação, advertência, profecia ou ensino para a
igreja (1Co 14.6). Deve haver ordem quanto ao falar
em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala
em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala
em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou
“fora de controle” (1Co 14.27,28).
Dom de Interpretação de Línguas (1Co 12.10) –
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito
Santo, para o portador deste dom compreender e
transmitir o significado de uma mensagem dada em
línguas. Tal mensagem, interpretada para a igreja
reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a
oração, ou pode ser uma profecia. Toda a
congregação pode assim desfrutar dessa revelação
vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma
mensagem em línguas pode ser um meio de
edificação da congregação inteira, pois toda ela
recebe a mensagem (1Co 14.6,13,26). A
interpretação pode vir através de quem deu a
18
mensagem em línguas ou de outra pessoa. Quem
fala em línguas deve orar que possa interpretá-las
(1Co 14.13).20
Stanley Horton segue uma outra divisão, que
entende está na forma como o texto foi construído
por Paulo, onde temos três grupos, dois, cinco e
dois. Duas vezes o adjetivo grego héteros, “outro do
tipo diferente” intercalando os grupos assim:
a) Dons do ensino ou pregação, palavra da
sabedoria e palavra da ciência;
b) Dons de ministérios, fé, dons de curar,
operação de maravilhas, a profecia e dom
de discernir os espíritos;
c) Dons de adoração, variedades de línguas e
interpretação de línguas.
9.2. Dons Ministeriais
Do gr. diakoniai, “ministérios”, derivado de
diakonia, “serviço”. Constituem-se em capacitação e
poder concedidos pelo Espírito Santo a crentes para
prestarem uma variedade de serviços à igreja. Eles
estão mencionados em 1Co 12.28, 29; Ef 4.11-16;
1Pe 4.10,11.21
Há comentaristas que separam os dons ministeriais
em duas classes: 1ª) os dons ministeriais
propriamente ditos, com base somente em Efésios
4.7-12, os quais se relacionam com a liderança da
Igreja. São os ministros da igreja – apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e doutores; e 2ª) os
dons de serviço cristão (Rm 12.6-8 e 1Co12.28), os
quais têm a ver com o trabalho do Senhor. São eles:
servir, ensinar, exortar, repartir, presidir
misericórdia. Os dons de serviço consideram os
crentes como indivíduos, diferentemente dos dons
espirituais, voltados para o coletivo.
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Fundamentos Bíblicos III
Efésios 4.11 alista os dons de ministério que Cristo
deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons
para preparar o povo de Deus para o trabalho
cristão (Ef 4.12) e para o crescimento e
desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo,
segundo o plano de Deus (Ef 4.13-16).22
9.3. Dons de ministérios práticos ou serviço
cristão
Trata-se de administrações de serviços práticos,
individuais e em grupo. A Bíblia os coloca em
conjunto com os demais dons (1Co 12.28). Ela
utiliza para esses dons o mesmo termo original
empregado para os dons de 1Co 12.4-10 charismata
(Rm 12.6-8).
Ministério (Rm 12.7);
Ensinar (Rm 12.7);
Exortar (Rm 12.8);
Contribuir ou repartir (Rm 12.8);
Presidir (Rm 12.8);
Exercitar Misericórdia (Rm 12.8);
Socorros (1 Co 12.28);
Governos (! Co 12.28).
20 Dicionário Movimento Pentecostal, p. 269.
21 Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1814.
22 Dicionário Movimento Pentecostal, p. 270.
e
19
Fundamentos Bíblicos III

10 – Símbolos do Espírito Santo apresentada nas escrituras por meio de vários

símbolos. Neste tema queremos examinar algumas
Muitos símbolos conhecidos servem de ilustração à destas figuras simbólicas do Espírito Santo.
atividade do Espírito Santo, sua operação é

ÓLEO OU AZEITE
Podemos enumerar diversas aplicações deste elemento como: na consagração dos profetas, reis, sacerdotes, para a
luz, para o incensário, medicina, alimento. São diversas as utilidades deste elemento, sendo assim na aplicação de
símbolos das múltiplas operações do Espírito Santo, nos traz um melhor entendimento sobre sua manifestação,
pois como Ele nos cura das enfermidades, nos unge, ilumina. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele
me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4.18); “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo
e com poder. Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus
estava com ele” (Sl 89.20; At 10.38).

ÁGUA
A água como elemento para vida é indispensável para a o ser humano, assim como é para a vida da natureza e seus
processos. Ela lava, refresca e refrigera, e é isso que o Espírito Santo realiza na vida do crente. “No último dia, o
grande dia da festa, Jesus se levantou e disse em voz alta: — Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto disse a respeito do Espírito que os que
nele cressem haviam de receber; pois o Espírito até aquele momento não tinha sido dado, porque Jesus ainda não
havia sido glorificado. (Jo 7.37-39).23

FOGO
O fogo representa a purificação e a penetração do Espírito Santo. Foi anunciado por João Batista quando Jesus
cumpriria a promessa do derramamento do Espírito “ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3.16b).
O Espírito Santo convence, fazendo o pecador deixar o pecado e purificar sua vida. Quando Isaías confessou que
era homem de lábios impuros, a purificação veio pela figura do fogo de uma brasa “Então um dos serafins voou
para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma pinça. Com a brasa tocou a minha
boca e disse: — Eis que esta brasa tocou os seus lábios. A sua iniquidade foi tirada, e o seu pecado, perdoado” (Is
6.6,7).

VENTO
O vento simboliza a obra regeneradora do Espírito Santo na vida do cristão. Como o vento que sopra em todas as
direções, o Espírito Santo age de muitas maneiras “O vento sopra onde quer, você ouve o barulho que ele faz, mas
não sabe de onde ele vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Atos 2 emprega
poderosamente o vento como figura de linguagem, para descrever a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes,
foi ouvido o som como de um vento impetuoso, trazendo aqueles homens uma forma audível da presença Dele ali
“De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados”
(At 2.2).

Professor: Edson Teodoro

20
Fundamentos Bíblicos III

SELO
O selo nos tempos bíblicos era uma marca que indicava a posse ou o direito. Pelo Espírito pertencemos a Deus.
“...tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13b). O selo ou marca servia
para tornar conhecido ou identificado aquilo que era selado. “...juntamente com vocês em Cristo e que nos ungiu é
Deus, que também pôs o seu selo...” (1Co 1.21b, 22a).24
Myer Pearlman nos relata um costume muito interessante, com referência ao selo nos dias de Paulo.
“O seguinte costume era comum em Éfeso no tempo de Paulo. Um negociante ia ao porto selecionar certa madeira
e então a marcava com seu selo – um sinal de reconhecimento da possessão. Mais tarde, mandava seu servo com
o selo, e ele trazia a madeira que tinha o selo correspondente. Neste ato está implícita a ideia de segurança. Assim,
o cristão tem a segurança e a garantia da glória que ainda há de vir por meio do selo do Espírito Santo”.

POMBA
“O Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba...” (Lc 3.22a). A pomba representa mansidão,
brandura, simplicidade, pureza, amor, paz e longanimidade. A expressão “em forma corpórea”, apenas no
Evangelho de Lucas, que também diz “como uma pomba”, como também dizem Mateus, Marcos e João, Mt
3.16,17; Mc 1.10,11; Jo 1.32-34. Isto provavelmente quer dizer que aquilo que João Batista viu na visão se parecia
com uma pomba. Não se ganha nada negando o fato ou a possibilidade da visão de uma pomba. Deus manifesta
o seu poder como desejar. O simbolismo da pomba para o Espírito Santo é compreensível. Não devemos entender
que este foi o início da Encarnação de Deus, como afirmam os gnósticos Cerintianos. Mas este influxo do Espírito
Santo pode ter aprofundado a consciência messiânica de Jesus, e certamente o revelou a João Batista como o Filho
de Deus.25

23 Declaração de Fé das Assembleias de Deus, p. 72.

24 Joel Leitão de Melo, Sombras, tipos e mistérios da Bíblia, p. 89.
25 A. T. Robertson, Comentário Lucas, A luz do Novo Testamento Grego, p. 75.

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21
11 – Nomes do Espírito Santo
Espírito Santo
O título geral que identifica a terceira Pessoa da
Trindade é Espírito Santo, e esse título é um entre
tantos concedidos a Ele. Assim como o Pai é Santo
(1Pe 1.16), o Filho é Santo (At 2.27), também o
Espírito o é. O próprio nome do Espírito Santo já
deixa subentendido que é Ele quem opera a obra da
santificação na vida do pecador. Este processo está
ligado à vida de comunhão que o cristão deve ter
com o Espírito Santo em todo tempo, e conserva o
seu templo em ordem para habitação Dele “1Co
6.19)”.26
Espírito de Deus
Os dois nomes “Espírito” e “Deus” o indicam,
como a Terceira Pessoa da Trindade e sua deidade
(Gn 1.2; 1Co 2.11). O Espírito é chamado Deus,
porque a divindade pertence às três pessoas da
Trindade. Em Atos 28.25, 26, o apóstolo Paulo
identifica a mensagem profética de Isaías (Is 6.8,9),
como a voz do “Espírito de Deus”. Este título
executa explicitamente sua divindade. A criação e a
preservação do universo, como já vimos,
dependeram e dependem da ação do Espírito Santo.
Espírito do Senhor
A palavra “Senhor” não se restringe a uma pessoa,
mas às três pessoas da Trindade (Is 61.1).
Espírito da Graça
O Espírito Santo permite e dá condições ao homem
para que se arrependa de seus pecados. Sendo assim
Ele é o agente desta graça. Comunicando ao homem
que só através de Jesus o homem poderá alcançar
esta graça (Zc 12.10; Hb 10.29).
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Fundamentos Bíblicos III
Espírito da Glória
O Espírito Santo é uma expressão da glória celestial
(2Co 3.18). Ele também revela a glória que se há de
seguir (1Pe 1.11), e as riquezas da glória de sua
herança nos santos, (Ef 1.17,18; Cl 1.27).
Espírito de Vida
Quando o Espírito Santo nos leva a Cristo, então o
homem experimenta o grande milagre da sua vida:
nasce de novo pelo Espírito, (Jo 3.6), e poderá agora
reinar em vida, por um só Jesus Cristo, ( Rm 5.17;
Rm 8.2; Ap 11.11).27
Espírito da Verdade
Todas as palavras e ensinamentos de Cristo Jesus
são revelados plenamente mediante a pessoa do
Espírito Santo, isto porque é Ele que fielmente e
verdadeiramente representa a pessoa e os ensinos de
Jesus. A Bíblia relata acerca do Espírito Santo:
“Porém, quando vier o Espírito da verdade, ele os
guiará em toda a verdade. Ele não falará por si
mesmo, mas dirá tudo o que ouvir e anunciará a
vocês as coisas que estão para acontecer” (Jo 16.13).
Consolador
Em Jo 14.16, Jesus chama o Espírito Santo de
“Consolador”. A palavra grega traduzida como
“Consolador” é parakletos, que tem sido adaptada
ao nosso idioma como “paracleto” – “advogado”,
“intercessor”, “solicitante” – personalizada como o
Espírito Santo. A palavra grega originalmente
significa, no sentido passivo, “aquele que é chamado
para ajudar alguém ”.28
26 Declaração de Fé das Assembleias de Deus, p. 68.
27 Eurico Bergstén, Teologia Sistemática - 2ª Parte, p. 15.
28 Comentário Bíblico Beacon – Vol 07, p. 124.
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Fundamentos Bíblicos III

operava em Jesus. A blasfêmia contra o Espírito

Santo é imperdoável porque sendo Ele o que nos
12 – Pecados contra o Espírito Santo convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-
11), e, que intercede por nós (Rm 8.26,27), é
Observamos várias passagens bíblicas tratando
recusado, rejeitado e blasfemado. Isso porque a obra
deste assunto, e trazendo uma explicação profunda
salvífica do Pai e do Filho estão completas, mas a do
destas atitudes e atos que levam a pratica destes
Espírito Santo continua até que todos os salvos
erros. Devemos observar estas passagens à luz da
cheguem no céu (Ap. 22.11).29
revelação do Espírito Santo e do seu contexto, para
não cairmos em exageros e avaliações superficiais a
Outros pecados são mencionados, como:
respeito deste assunto de tamanha importância, pois
Resistir ao Espírito Santo
estes pecados contra o Espírito Santo infringem
Aqui se trata de uma atitude oposicionista contra o
terrivelmente sua Natureza divina e santidade.
Espírito Santo (At 7.51), quando ele fala ao homem
(Ne 9.30). Esta atitude caracteriza os religiosos no
Blasfêmia Contra o Espírito Santo
tempo de Estevão, os quais embora convencidos
Veremos alguns textos bíblicos que falam do pecado
pelas palavras inspiradas que haviam ouvido
de blasfêmia contra o Espírito Santo, é um pecado
levantaram-se contra ele (At 6.9-15). Tal atitude
diferente dos demais, pois para ele não existe
expressa uma rebeldia contra Deus, coisa que
perdão.
entristece o Espírito Santo (Is 63.10).
“Por isso, digo a vocês que todo pecado e blasfêmia
serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia
Entristecer o Espírito Santo
contra o Espírito não será perdoada” (Mt 12.31).
Quando o cristão se transforma no templo do
“Imaginem quanto mais severo deve ser o castigo
Espírito Santo, é através desta habitação a
daquele que pisou o Filho de Deus, profanou o
santificação para sua vida. Quando, porém, o crente
sangue da aliança com o qual foi santificado e
deixa que a sua carne o domine, é levado a cometer
insultou o Espírito da graça” (Hb 10.29)?
erros que entristecem ao Espírito Santo (Ef 4.30).
A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado
singular. É aquele que os fariseus cometeram
Apagar o Espírito Santo
quando, com o intuito de afastar o povo de seguir a
Aqui se trata de uma ação praticada pelos crentes em
Jesus, afirmaram que Ele havia expulsado demônios
Tessalônica, a qual ameaçava apagar ou extinguir o
pelo espírito de Belzebu, (Mt 12.24). Foi então, que
fogo do Espírito Santo no meio deles. Eles haviam,
Jesus disse que haviam blasfemado contra o Espírito
sem seu zelo de manter a doutrina correta do uso
Santo e que para tal pecado não haveria perdão. Os
dos dons, exagerado e por isso receberam esta
adversários de Jesus blasfemavam contra Ele e o
exortação “Não apaguem o Espírito” (1Ts 5.19).
Espírito Santo, declarando consciente, proposital e
seguidamente que Jesus operava milagres pelo poder 29 Teologia Sistemática Pentecostal, p. 212.
de Satanás. Com essa blasfêmia, eles estavam
rejeitando de modo deliberado o Espírito Santo que

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Fundamentos Bíblicos III

13 – O Espírito Santo e a segunda vinda de Observamos que o Espírito Santo teve e tem um
Cristo papel em toda a história da humanidade, como na
criação, na vida dos patriarcas, juízes, reis, profetas,
A vinda de Jesus é nossa sublime e bem-aventurada na vida de Jesus, apóstolos e na igreja.
esperança, pois Ele afirmou que voltaria para levar Agradecemos o amor de Deus e nos enviar seu Filho
os seus (Jo 14.3; Ap 22.20). para nossa salvação e redenção, e após sua ida para
Entendemos que esta vinda se dará em duas fases: os céus nos prometeu o Consolador que é Espírito
A volta de Jesus para a Igreja. Santo para nos ajudar em nossa vida cristã, na nossa
Na segunda fase, virá com todos os santos e anjos, santificação, regeneração e em todos os processos
descendo sobre o monte das Oliveiras para alcançarmos a glorificação de nossos corpos
publicamente, repleto de glória e de poder. Neste Procuramos então dedicar nossas vidas para o
momento Israel será livrado das forças do estudo das Escrituras e suas doutrinas.
Anticristo, e julgará as nações, e estabelecerá com
poder e justiça o Reino Milenial.
Neste momento a humanidade experimentará um
derramamento do Espírito, que no contexto
significa todo o Israel. Ao derramar seu Espírito
sobre a nação, Deus dará a ele o espírito de profecia
aos jovens, bem como aos velhos, aos filhos e filhas
e até mesmo aos escravos.30
Este derramamento será de extensão e posição
social universais, criando uma comunidade
carismática.31

Considerações Finais

Este estudo nos levou a um conhecimento não de

uma totalidade plena sobre o assunto em questão
que é de muita importância aos cristãos destes
últimos dias.
Mas entendemos que é de obrigação de todos que
amam a Deus e sua palavra o aprofundamento nos
estudos do Espírito Santo com dedicação e amor.
Buscamos neste pequeno espaço de tempo entender
as revelações sobre sua Pessoalidade, Divindade e 30 Antônio Gilberto, Teologia Sistemática Pentecostal,
manifestações nas eras. p. 230.
31 Roger Stronstad, A Teologia Carismática de Lucas, p.

48.

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Fundamentos Bíblicos III

14 – Referências Bibliográficas ROBERTSON, A. T. Comentário Lucas, À luz do

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