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Direção Geral

de Alimentação
e Veterinária

Segurança Alimentar

Utilização de biocidas na indústria alimentar

Esclarecimento 12 /2014

Resumo: O presente esclarecimento visa informar os operadores do setor


alimentar sobre a obrigação legal que sobre eles recai, no que diz respeito à
utilização de biocidas.

ENQUADRAMENTO LEGAL

Decreto-Lei n.º 121/2002 de 3 de maio


Alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 112/2010 de 20 de outubro, transpõe para a ordem jurídica interna a
Diretiva n.º 98/8/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 1998, relativa à colocação no
mercado de produtos biocidas.

Regulamento (EU) n.º 528/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de maio


Relativo à disponibilização no mercado e à utilização de produtos biocidas. Revogou a Diretiva n.º 98/8/CE.

DEFINIÇÕES

Artigo 3.º do Reg 528/2012


São produtos biocidas as substâncias ou misturas que consistam, contenham ou que gerem uma ou mais
substâncias ativas, com o objetivo de destruir, repelir ou neutralizar um organismo prejudicial, prevenir a sua ação
ou controlá-la de qualquer outra forma, por meios que não sejam a simples ação física ou mecânica.

Artigo 3.º do DL 121/2012


São biocidas de uso veterinário os biocidas destinados a ser aplicados nos animais, nas suas instalações e no
ambiente que os rodeia, ou em atividades relacionadas com os animais, com os alimentos para animais ou com os
produtos de origem animal até à sua transformação para alimentação humana.

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Artigos
Artigo 2.º do Reg 852/2004 Derrogação Produtos Especificação
Portaria 74/2014
Transformação é a ação que assegura uma modificação substancial do produto inicial por aquecimento, fumagem,
cura, maturação, secagem, marinagem, extração, extrusão ou uma combinação destes processos.

COMPETÊNCIA DA DGAV

Artigo 4.º do DL 121/2002


A DGAV é a autoridade competente para a autorização de colocação no mercado dos biocidas de uso veterinário.

Portaria 282/2012
Compete à Direção de Serviços de Meios de Defesa Sanitária avaliar a qualidade, a segurança e a eficácia dos
biocidas de uso veterinário, propondo ao diretor geral a concessão de autorização da colocação no mercado.

A DGAV mantém no seu portal a lista de biocidas de uso veterinário autorizados. Os produtos que não se
encontram listados não possuem autorização de colocação no mercado válida, pelo que não podem ser colocados
ou utilizados no mercado português.

Atenção: A lista de biocidas de uso veterinário autorizados está disponível no seguinte


sítio da internet:
http://www.dgv.min-agricultura.pt/portal/page/portal/DGV/genericos?generico=17307&cboui=17307

COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE BIOCIDAS

Artigo 17.º do Reg 528/2012


Apenas podem ser disponibilizados no mercado ou utilizados os produtos biocidas que tenham sido autorizados.

UTILIZAÇÃO DE BIOCIDAS NO SETOR ALIMENTAR

Conjugação do artigo 17.º do Reg 528/2012 e dos artigos 3.º e 4.º do DL 121/2002
Os biocidas utilizados no setor alimentar, até à fase em que os géneros alimentícios de origem animal são
transformados, devem ser de uso veterinário e devem ter sido autorizados pela DGAV.

As instalações onde devem ser utilizados biocidas de uso veterinário, autorizados pela DGAV, incluem as seguintes:

Explorações pecuárias, incluindo aquiculturas,

Salas de ordenha,

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Matadouros, salas de desmancha, salas de fabrico de preparados de carne, carne picada e carne separada
mecanicamente,

Estabelecimentos de fabrico de produtos à base de carne, exceto os locais onde apenas sejam processados
ou armazenados géneros alimentícios transformados,

Lotas e estabelecimentos de preparação de produtos da pesca, exceto os locais onde apenas sejam
processados ou armazenados géneros alimentícios transformados,

Centros de expedição e depuração de moluscos bivalves vivos,

Postos de receção de leite e centros de recolha de leite,

Estabelecimentos de processamento de produtos lácteos, exceto os locais onde apenas sejam processados
ou armazenados produtos transformados,

Centros de classificação e embalagem de ovos,

Pastelarias industriais onde são utilizados ovos, exceto nos locais onde apenas sejam processados ou
armazenados géneros alimentícios transformados,

Melarias,

Entrepostos frigoríficos e centros de reacondicionamento,

Estabelecimentos de preparação de caça e locais onde é efetuada a preparação inicial e exame inicial de
caça.

Os biocidas usados na higienização dos equipamentos e utensílios (incluindo os veículos de transporte) utilizados
na laboração dos géneros alimentícios de origem animal, até à fase em que são transformados, devem de igual
modo ser de uso veterinário.

ROTULAGEM DE BIOCIDAS

Artigo 12.º do DL 121/2002


A rotulagem dos biocidas destinados a ser comercializados em território nacional deve indicar, em português, de
forma clara e indelével, o número de autorização atribuído ao produto biocida com indicação da autoridade
competente que o emitiu.

INCUMPRIMENTOS

Artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 121/2002


Constituem contraordenação os seguintes atos:

A utilização de biocidas não autorizados,

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A utilização de biocidas, até à fase em que os géneros alimentícios de origem animal são transformados, sem
que tenham sido autorizados pela DGAV,

A utilização de biocidas sem que sejam cumpridas as condições estipuladas pela Autoridade Competente,
necessárias para garantir a proteção da saúde dos utilizadores, trabalhadores e consumidores e a proteção
do ambiente.

Para mais informações contacte a DGAV:


DSSA – Direção de Serviços de Segurança Alimentar
seguranca.alimentar@dgav.pt

Elaboração: DGAV / DSSA - 1 de outubro de 2014

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