Você está na página 1de 565

Material atualizado em 29/09/2023

Sumário Apostila CFG


Capítulo 1 – Métodos Quantitativos ........................................................................................01
1.1 Introdução a HP-12C ......................................................................................................02
1.2 Entendendo o valor do Dinheiro no Tempo ...................................................................14
1.3 Convertendo taxa de uma forma simples ......................................................................40
1.4 Analisando projetos em até quatro passos....................................................................54
1.5 Estatística Aplicada.........................................................................................................76
1.6 Risco & Retorno Esperado............................................................................................108
1.7 Regressão .....................................................................................................................118
1.1 Teste de Hipóteses .......................................................................................................126

Capítulo 2: Economia ............................................................................................................ 143


2.1 Microeconomia ............................................................................................................144
2.2 Macroeconomia ...........................................................................................................200
2.3 Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................219
2.4 Participantes do Mercado Financeiro ..........................................................................230
2.5 Políticas Macroeconômicas: Monetária, Fiscal e Cambial ...........................................243

Capítulo 3: Análise de Relatórios Financeiros ......................................................................... 265


3.01 Análise de Relatórios Financeiros ..............................................................................266

Capítulo 4: Finanças Corporativas.......................................................................................... 299


4.1 Orçamento de Capital ..................................................................................................300
4.2 Estrutura de Capital .....................................................................................................321
4.3 Proventos, Emissão e Recompra de Ações ..................................................................327

Capítulo 5: Mercados e Instrumentos Financeiros .................................................................. 346


5.1 Renda Variável............................................................................................................. 347
5.1.1 Conceitos Básicos ......................................................................................................348
5.1.2 Direitos dos Acionistas Minoritários ........................................................................ 368
5.1.3 Remuneração dos Acionistas & Liquidez das Ações .................................................381
5.1.4 Regulamento Operacional do Segmento BOVESPA ..................................................394
5.1.5 Índices da Bolsa de Valores .......................................................................................399
5.1.6 Estratégias de Investimentos ....................................................................................409
5.1.7 Modelos de Precificação de Ações ............................................................................417
5.1.8 Alavancagem e o Valor da Empresa ..........................................................................446
5.2 Renda Fixa........................................................................................................ 450
5.2.1 Títulos Públicos Federais ...........................................................................................464
5.2.2 Principais Títulos Privados .........................................................................................472
5.2.3 Índices do Mercado de Renda Fixa ...........................................................................498
5.3 Derivativos ....................................................................................................... 502
5.3.1 Modalidades: Termo & Futuro ..................................................................................511
5.3.2 Modalidade: Swap.....................................................................................................531
5.3.3 Modalidade: Opções .................................................................................................537

Capítulo 6: Teoria Moderna de Carteiras ............................................................................... 588


6.1 Teoria Moderna de Carteiras ......................................................................................589

Capítulo 7: Finanças Comportamentais.................................................................................. 630


7.1 Finanças Comportamentais ....................................................................................... 631

Capítulo 8: Política de Investimentos..................................................................................... 652


8.1 Política de Investimentos ...........................................................................................653

Capítulo 9: Alocação de Ativos .............................................................................................. 700


9.1 Alocação de Ativos ......................................................................................................701
9.2 Métodos de Alocação de Ativos .................................................................................707
9.3 Rebalanceamento de Carteiras...................................................................................713

Capítulo 10: Novas Tecnologias em Finanças ......................................................................... 724


10:01 Novas Tecnologias em Finanças .............................................................................725
10.02 Crowdfunding .........................................................................................................757
10.03 Resolução CVM nº 88/ 2022 ...................................................................................763

Capítulo 11: Ética e Autorregulação ....................................................................................... 781


11.1 Aspectos ASG Ambiental, Social e Governança ........................................................782
11.2 Reporte de informações em sustentabilidade .........................................................799
11.3 Considerações de Questões ASG por Fundos de Investimentos ..............................806
11.4 Regulação e Autorregulação ASG .............................................................................827
11.5 Códigos ANBIMA.......................................................................................................844
11.6 Código Anbima: Certificação ....................................................................................850
11.7 Código Anbima: Ofertas Públicas .............................................................................856
11.8 Código Anbima: Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais...............................864
11.9 Código Ambima: Administração de Recursos de Terceiros ......................................876

Capítulo 12: Legislação e Regulação....................................................................................... 909


12.1 Normas legais e infralegais .......................................................................................910
12.2 Ofertas Públicas ........................................................................................................952
12.3 Ofertas Públicas Resolução CVM 160 .......................................................................963
12.4 Compliance .............................................................................................................1075
12.5 Tributação de Renda Fixa .......................................................................................1110
12.6 Tributação de Renda Variável .................................................................................1120
Capítulo 1:
Métodos Quantitativos

01
1.1 Introdução a HP-12C
22
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C

3
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
HP-12C
Configuração Inicial

Ø Para ligar a calculadora: Aperte [ON];


Ø Para desligá-la: Apertar a tecla [ON] novamente;
Ø Para mudar de convenção BRA para USA, ou vice-versa:
ligar a HP pressionando ao mesmo tempo o [.]. O visor
trocará de ponto para vírgula, ou vice-versa.

No seu visor, devem constar os termos:


D.MY C
Ø D.MY (dia.mês ano)
Ø C (calcular períodos fracionários)

Para introduzi-los (caso não apareça no seu visor):


Ø C: aperte [STO] e depois [EEX]
Ø D.MY: pressione [g] e depois [4]

4
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C
Configuração Inicial
Para definir o número de casas que desejamos enxergar no visor (arredondamento do
número), devemos seguir os seguintes passos:
Ø (1) Pressionar [f]
Ø (2) Pressionar o “algarismo” que desejamos o número de casas.

Por exemplo, se você clicar em [f] [5] deixará o visor com 5 casas decimais.

Vale ressaltar que o visor mostra o arredondamento do número com a quantidade de


casas que desejamos, mas na memória de cálculo da HP-12C, estará sempre sendo
considerado todas as casas decimais. Como regra geral, trabalhe com 2 casas decimais,
porém, existem cálculos que são necessários utilizar mais casas decimais, como por
exemplo, nos cálculos de títulos públicos federais, que são utilizadas 6 casas.

5
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
HP-12C
Teclas inicias importantes

Ø Tecla para acionar os comandos em azul.

Ø Tecla para acionar os comandos em laranja.

Ø Para mudar o sinal de um número

Ø Teclas para operações (somar, subtrair, multiplicar e dividir).


Vale a ressalva em relação a operação de subtração, pois esta
tecla serve para diminuir um número de outro e NÃO mudar o
sinal do número para negativo. Para mudar o sinal de um
número, utilizamos a tecla [CHS].

6
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C
Zerando a Calculadora
Com o visor da HP 12C possui apenas uma linha, você precisa tomar cuidado com os
valores armazenados anteriormente (e que você não estará enxergando), para que não
haja interferências equivocadas nos nossos cálculos. Para isso, antes de começar a
calcular, deve-se zerar os registros da HP 12C e não somente o visor.

q Zerando o visor:
Clicar em [CLX]

q Zerando os registros armazenados:


(1) Apertar [f]
(2) Clicar em [CLX]

7
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
HP-12C
Conceito
A HP-12C trabalha em um sistema chamado RPN (Reverse Polish Notation) e não no usual
Algébrico. O que isso quer dizer? É que ao invés de você digitar o número, a operação e o
número (2 MAIS 3, que será 5), será necessário informar o número, o número e a
operação (2 3 MAIS, aparecerá 5).

Isso ocorre pois a metodologia do RPN é por pilhas, ou seja, ele é resolvido de trás para
frente (no caso a cima, iremos SOMAR o TRÊS ao número DOIS). Se utilizássemos o
operador DIVISÃO, estaríamos dizendo “divida o número 2 por 3”.

3
2

8
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C
Operações Básicas
q EXEMPLO 1: Quanto é R$ 2,00 mais R$ 3,00? E se perder R$ 1,00?
Ø 2 [ENTER]
Ø 3 [+]
Ø Resposta: R$ 5,00
Ø 1 [ꟷ]
Ø Resposta: R$ 4,00

q EXEMPLO 2: Rafael comprou 7 ingressos por R$ 8,00 cada. Quando ele gastou?
Ø 7 [ENTER]
Ø 8 [×]
Ø Resposta: R$ 56,00

q EXEMPLO 3: Rafael gastou R$ 56,00 em 7 ingressos. Quanto custou cada ingresso?


Ø 56 [ENTER]
Ø 7 [÷]
Ø Resposta: R$ 8,00

9
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
HP-12C
Teclas com Porcentagem
q Tecla de Porcentagem: esta tecla serve para nos dar o resultado de uma
porcentagem. Por exemplo, quanto equivale 10% de R$ 200,00?
Ø 200 [ENTER]
Ø 10 [%]
Ø Resposta: 20
q Variação Porcentual: com este botão, podemos saber qual foi a variação
porcentual de um número para outro. Por exemplo, quanto rendeu a
carteira do meu cliente que investiu R$ 100,00 e hoje tem R$ 250,00?
Ø 100 [ENTER]
Ø 250 [∆%]
Ø Resposta: 150
q Porcentagem Total: tem a função de encontrar a totalidade, a partir da
porcentagem o valor que está sendo representado, ou seja, ela é o
processo inverso da “tecla porcentagem”.
Ø 10 [ENTER]
Ø 20 [%T]
Ø Resposta: 200

10
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C
Exemplo: [%]
q EXEMPLO: Rafael foi a uma loja comprar uma camiseta no valor de R$ 150,00. No
momento de pagar, o vendedor comentou que, caso ele pagasse a vista, teria 20% de
desconto. Desta forma, qual o valor do desconto?
Ø [f] [ClX] -> limpando os registros
Ø 150 [ENTER]
Ø 20 [%]
Ø Resposta: R$ 30,00 (desconto)

Qual o valor que Rafael pagou na roupa?


Ø Com o número 30 no visor, basta clicar [ ꟷ ], pois a HP-12C mantém o número
inicial (150) no seu registro.
Ø Resposta: R$ 120,00 valor final

11
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
HP-12C
Exemplo: [Δ%]
q EXEMPLO 1: Um investidor comprou ações por R$ 100 mil e as vendeu por R$ 77 mil.
Qual o percentual do prejuízo?
Ø 100.000 [ENTER]
Ø 77.000
Ø Pressione [Δ%]
Ø Resposta: - 23,00%

q EXEMPLO 2: Um investidor comprou uma LTN (Tesouro Prefixado) por R$ 943,00 e


recebeu no vencimento R$ 1.000,00. Qual foi sua rentabilidade?
Ø 943 [ENTER]
Ø 1000
Ø Pressione [Δ%]
Ø Resposta: 6,04% (clicando em [f][6], irá ver que a rentabilidade foi 6,044539%)

q OBS: Perceba que a utilização dessa tecla é “da onde eu estou, para onde eu vou”.

12
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

HP-12C
Exemplo: [%T]
q EXEMPLO 1: Rafael viver de renda quando suas aplicações financeiras lhe
proporcionarem uma renda de R$ 10.000,00 por mês. Qual o valor que ele precisa ter
acumulado, sabendo que as aplicações rendem 1% ao mês?
Ø 1 [ENTER]
Ø 10.000
Ø Pressione [%T]
Ø Resposta: R$ 1.000.000,00

q EXEMPLO 2: Um título de renda fixa isento de imposto de renda rendeu 8% no período.


Considerando um imposto de 20% sobre o lucro, qual deveria ser a rentabilidade de uma
renda fixa com imposto?
Ø 100 [ENTER] → a totalidade sempre tem valor de 100
Ø 20 [ꟷ] → estamos retirando a parte do “governo” da totalidade
Ø 8 [%T]
Ø Resposta: 10 (dez por cento)

q OBS: Perceba que a tecla segue a lógica da sua escrita. Primeiro o “%” (o quanto se
tem da totalidade de 100) e depois o “T”, que representa o Total que você quer.
13
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.2 Entendendo o valor do Dinheiro
no Tempo
14
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Matemática Financeira
Conceito
A MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática para calcular o valor do dinheiro
no tempo, ou seja, quanto um valor de hoje deverá valer no futuro ou quanto um valor no
futuro deveria valer hoje. A partir de diferentes fórmulas, é possível mensurar este valor e
ter uma melhor compreensão sobre finanças e com isso, utilizar melhor o dinheiro, como
por exemplo, realizar investimentos, decidir se é melhor comprar um veículo a vista ou
tomar uma empréstimo, quanto necessito acumular todos os meses para atingir meu
objetivo ou até mesmo, qual deveria ser o valor de uma empresa hoje baseado nos seu
lucros futuros.
A fórmula básica desta compreensão da matemática é que o montante (valor futuro) será
o principal (valor de hoje) mais os juros gerados deste principal, ou seja, a sua fórmula é:

Valor Futuro (Montante) = Valor Presente (Principal) + JUROS

15
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Matemática Financeira
Definições
As principais definições para este início são:
Ø CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV), representa o valor do
dinheiro hoje, podendo ser, por exemplo, o valor de um investimento, o valor de uma
dívida ou empréstimo.
Ø JUROS (J): Representam os valores gerados pela remuneração do capital inicial.
Podemos dizer que eles são o custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma
aplicação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre o valor à vista e o valor
pago a prazo de uma compra, ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui
entrará os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Compostos).
Ø TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os fluxos de caixa, também
chamado de custo ou remuneração do dinheiro. Ela sempre será associada a um
certo prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao ano...
Ø PRAZO (n): é o tempo do “problema” apresentado. Vale ressaltar que no
momento do cálculo, o prazo (n) e a taxa de juros (i) devem estar no mesmo período.
Por exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em 2 anos).
Ø MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV), representa o capital
inicial mais os juros acrescidos.

16
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Matemática Financeira
Fluxo de Caixa (Cash Flow)
É o conjunto de entradas e saídas de capital dispostas ao longo do tempo. Por exemplo,
Rafael tem um capital de R$ 1.000,00 e irá aplicar por 5 meses a uma taxa de 1% a.m.
Após esse período, resgatará R$ 1.051,00. Assim, temos que no período zero (hoje) há
uma saída de R$ 1.000,00 (aplicação) e no período 5 há uma entrada de recursos
(vencimento) de R$ 1.051,00. Nos demais períodos (1, 2, 3 e 4), não há entradas e nem
saídas, apenas correção do valor do dinheiro.

CONVENÇÃO:
R$1.051 Valor
Futuro Ø Seta para cima: Entrada de recursos,
ou seja, resgates de aplicações e
0
tomadas de empréstimos;
5 Mês
1 2 3 4 Ø Seta para baixo: Saída de recursos,
ou seja, aplicações financeiras e
R$ 1.000 Valor Presente pagamentos de dívidas.

Os números 0, 1, 2, 3, 4 e 5 representam os períodos de tempo, sendo saída em 0 (seta


para baixo) e entrada dos recursos em 5 (seta para cima).

17
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Simples
Conceito
No Regime de Capitalização Simples, também conhecido como Regime de Juros Simples,
os juros incidem somente sobre o capital inicial. Desta forma, os cálculos só podem ser
executados se o tempo de aplicação (n) for expresso na mesma unidade de tempo a que
se refere a taxa (i), ou seja, considerando o prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo
em mês, taxa ao mês, etc. As suas fórmulas são:
Ø FV (M) = C + J
ØJ=C×i×n
Ø FV (M) = C + (C × i × n) ou
Ø FV (M) = C × (1 + i × n)

Sendo que:
§ J = Juros;
§ C = Capital ou Valor Presente (PV)
§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período

18
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Exemplo 1
q PERGUNTA: Qual o valor total, ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos
R$ 100.000,00 a uma taxa de juros simples de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS SIMPLES

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000
Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000
Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000

19
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Simples
Exemplo 2
q EXEMPLO: Qual a taxa anual que devemos ter para obter R$ 40.000,00 de juros após
4 anos , se aplicarmos R$ 100.000,00 no Regime de Capitalização Simples?
Ø (1) J = C x i x n
Ø (2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos

!$ $%.%%%,%%
Ø (3) i =
!$ (%%.%%%,%% ×$ *+,-

Ø (4) i = 0,10 = 10% a.a

20
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Exemplo 3
q EXEMPLO: Um cheque de R$ 3.000,00 é descontado por fora (juros simples), 6 meses
antes do seu vencimento, a uma taxa de 2% ao mês. Qual o valor do desconto e o valor
atual do título?

(1) Primeiramente, devemos calcular o valor do desconto:


Ø Desconto = (Valor Nominal) × (Taxa de juros) × (Prazo)
Ø Desconto = (R$ 3.000,00) × (2% ao mês) × (6 meses)
Ø Resposta: Desconto = R$ 360,00

(2) A partir do desconto, subtraímos este resultado do valor nominal


Ø Valor Presente = (Valor nominal) – (Desconto)
Ø Valor Presente = 3.000,00 – R$ 360,00
Ø Resposta: Valor Presente = R$ 2.640,00

21
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Simples
Exemplo 3 (Gráfico)

R$ R$ 3.000,00
Preço Futuro,
PV = Valor Atual Valor de Nominal
R$ 2.640,00

Desconto (D): R$ 360,00

N =6
tempo
(período de antecipação)
6 meses

22
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Conceito
No Regime de Capitalização Composta, também conhecido como Regime de Juros
Composto, os Juros incidem sobre o capital acrescido dos juros do período anterior e é
por este motivo, que falamos que são “juros sobre juros”. Da mesma forma como nos
juros simples, os cálculos só podem ser executados se o tempo de aplicação (n) for
expresso na mesma unidade de tempo a que se refere a taxa (i), ou seja, considerando o
prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em mês, taxa ao mês, etc.

FÓRMULA PADRÃO (Futuro) FÓRMULA COM PARCELAS (Presente)


!"#(/) !"#(1) !"# 2 & *+
FV = PV×(1 + )), PV = + +... +
(%&')/ (%&')1 (%&')2

Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
§ PMT = parcelas iguais no fluxo

23
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 1
q PERGUNTA: Qual o valor total, ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos
R$ 100.000,00 a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS COMPOSTOS

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000
Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100
Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410

24
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 2 (PV)
q EXEMPLO: Qual o valor a ser aplicado hoje, para que em 48 meses, a uma taxa de 10%
ao ano, eu tenha R$ 146.410,00?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [146.410] e pressione [FV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [48] e [ENTER], digite [12], pressione [÷] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [PV]
Ø Resposta: ꟷ R$ 100.000,00

Precisamos aplicar (saída de caixa) R$ 100.000,00 para podermos RECEBER (entrada de


caixa) de R$ 146.410,00.

25
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 3 (FV)
q EXEMPLO: Qual o total a ser pago em um empréstimo de R$ 100.000,00 hoje, a uma
taxa de juros de 10% a.a, após 4 anos?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] e pressione [PV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [4] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [FV]
Ø Resposta: ꟷ R$ 146.410,00

q OBS: A resposta desta vez está negativa, pois o valor inserido no PV foi positivo (entrou
R$ 100.000,00 na nossa conta do banco) e precisamos pagar (saída de caixa) de
R$ 146.410,00.

26
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 4 (i)
q EXEMPLO: Qual a taxa de juros compostos de uma aplicação de R$ 100.000,00 para
que se tenha R$ 500.000,00 em um prazo de 5 anos?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] [CHS] e pressione [PV] → aplicação = saída de caixa
Ø (3) Digite [500.000] e pressione [FV] → recebimento = entrada de caixa
Ø (4) Digite [5] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [i]
Ø Resposta: 37,97% ao ano

q OBS: sabemos que a taxa está em ano, pois o prazo (n) foi inserido em anos: 5 anos. O
prazo e a taxa SEMPRE devem estar no mesmo período (taxa em ano, prazo em ano; prazo
em dias, taxa em dias).

27
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 5 (PMT)
q EXEMPLO: Rafael tem 30 anos e deseja se aposentar daqui 20 anos com um patrimônio
financeiro de R$ 1.000.000,00. Atualmente ele possui R$ 200.000,00 em um fundo de
previdência aplicados no banco com você a uma taxa de 0,5% ao mês. Qual deverá ser o
aporte mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø (3) Digite [0,5] e pressione [i]
Ø (4) Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø (5) Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø (6) Aperte [PMT]
Ø Resposta: ꟷ R$ 731,45

28
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 5 (PMT - Gráfico)
Normalmente, em casos de acumulação para retirada futura, Valor Presente (PV) e
Pagamentos (PMT) têm o mesmo sinal. Consequentemente, o Valor Futuro (FV) terá sinal
contrário.

R$ 1.000.000
Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
0
240n

-R$ 731,45

-R$ 200.000

29
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 6 (PMT)
q EXEMPLO: Levando em consideração as mesmas condições do exemplo anterior,
porém agora o banco irá fornecer uma rentabilidade de 2% a.m. Qual deverá ser o
aporte mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø (3) Digite [2] e pressione [i]
Ø (4) Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø (5) Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø (6) Aperte [PMT]
Ø Resposta: + R$ 3.860,73

30
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 6 (PMT - Gráfico)
Neste caso, ao invés de Rafael necessitar aportar, ele poderá resgatar todos os meses
R$ 3.860,73 e mesmo assim chegará no objetivo de R$ 1.000.000,00 em 20 anos. Este é
um exemplo claro de que devemos SEMPRE fazer o fluxo de caixa, já que normalmente o
PV e o PMT possuem o mesmo sinal, o que poderia nos levar ao equívoco da questão.

R$ 3.860,73 R$ 1.000.000

0
240n
Taxa de juros
(i) = 2,00 a.m.

-R$ 200.000

31
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 7 (PMT)
q EXEMPLO: Você irá adquirir um imóvel financiado no valor de R$ 500.000,00. Se o
financiamento prevê pagamentos iguais mensais durante 30 anos, à taxa de 0,5% ao
mês, qual será o valor das prestações?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [500.000] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [30] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [0] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: - R$ 2.997,75

q OBSERVAÇÃO: quando uma das variáveis for zero, não é necessário inseri-la. No
entanto, sempre teremos as 5 variáveis: [n], [i], [PV], [PMT] e [FV]

32
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 7 (PMT - Gráfico)
Quando uma pessoa toma uma empréstimo, este recurso entra na conta corrente (ou
seja, um valor positivo). Assim, as parcelas pagas serão negativas. Outro ponto importante
é: o final de uma dívida é zero, portanto, o FV será igual a zero (salve exceções).

R$ 500.000

Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
360 meses
0
-R$ 2.997,75
R$ 0,00

33
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 8 (PMT Postecipado)
q EXEMPLO: Rafael assinou um plano de previdência de R$ 400,00 por mês, com
aportes postecipados, onde rendeu 1% ao mês. Qual foi o valor total após 6 meses?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Pressione [g] e depois [8] → Informa a função “END” (depósitos postecipados)
Ø (3) Digite [6] e pressione [n]
Ø (4) Digite [1] e pressione [i]
Ø (5) Digite [400][CHS] e pressione [PMT]
Ø (6) Aperte [FV]
Ø Resposta: R$ 2.460,81 ao mês

q OBSERVAÇÃO: Se a Hp-12C não mostrar no visor a palavra “BEGIN” é porque ela já está
na função postecipada (END). Vale ressaltar que as funções “BEGIN” e “END” somente
terão impactos quando o PMT for diferente de zero.

34
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 8 (PMT Postecipado - Gráfico)
Neste gráfico fica claro como a HP-12C trabalha com as parcelas postecipadas, com a
primeira parcela ocorrendo no período 1 (no nosso exemplo, um mês após a assinatura do
plano de previdência). Outro ponto importante, é perceber que a última parcela entrará
junto com o valor final (FV).

Taxa de juros
(i) = 1% a.m. R$ 2.460,81

0
1 2 3 4 5 6

- 400 - 400 - 400 - 400 - 400 - 400

35
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 8 (PMT Postecipado - Tabela)
Através desta tabela, podemos perceber como a HP-12C chegou no valor final (FV) de
R$ 2.460,81. Os juros (i) sempre são aplicados sobre o TOTAL do período anterior (juros
do período 2, veio através da multiplicação da taxa pelo TOTAL do período 1). Outro ponto
que fica claro é que, em relação ao último aporte, não há aplicação de juros, ele apenas
será somado, conforme demonstrado pelo gráfico anterior apresentado.

Período APORTE (PMT) JUROS (1%) TOTAL (FV)


0 0 0 0
1 R$ 400,00 0 R$ 400,00
2 R$ 400,00 R$ 4,00 R$ 804,00
3 R$ 400,00 R$ 8,04 R$ 1.212,04
4 R$ 400,00 R$ 12,12 R$ 1.624,16
5 R$ 400,00 R$ 16,24 R$ 2.040,40
6 R$ 400,00 R$ 20,40 R$ 2.460,81

36
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 9 (PMT Antecipado)
q EXEMPLO: Rafael assinou um plano de previdência de R$ 400,00 por mês, com
aportes antecipados, onde rendeu 1% ao mês. Qual foi o valor total após 6 meses?

q RESPOSTA:
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Pressione [g] e depois [7] → Informa a função “BEGIN” (depósitos antecipados)
Ø (3) Digite [6] e pressione [n]
Ø (4) Digite [1] e pressione [i]
Ø (5) Digite [400][CHS] e pressione [PMT]
Ø (6) Aperte [FV]
Ø Resposta: R$ 2.485,41 ao mês

q OBSERVAÇÃO: Após realizar algum exercício que necessite utilizar a função Begin, volte
para a função END [g][8]. O normal na vida é termos parcelas postecipadas.

37
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo 9 (PMT Antecipado - Gráfico)
Neste gráfico fica claro como a HP-12C trabalha com as parcelas postecipadas, com a
primeira parcela ocorrendo no período 1 (no nosso exemplo, um mês após a assinatura do
plano de previdência). Outro ponto importante, é perceber que a última parcela entrará
junto com o valor final (FV).

Taxa de juros
(i) = 1% a.m. R$ 2.485,41

0
1 2 3 4 5
6

- 400 - 400 - 400 - 400 - 400 - 400

38
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo 9 (PMT Antecipado - Tabela)
Através desta tabela, podemos perceber como a HP-12C chegou no valor final (FV) de
R$ 2.485,41. Diferentemente do caso postecipado, no antecipado, a primeira parcela de
PMT ocorre no período zero, juntamente com PV (caso houvesse). Outro ponto
interessante, no período 6, não há contribuições que impactam no resultado final,
demonstrando de fato que “n”, “i” e “PMT” devem sempre estar no mesmo período.

Período APORTE (PMT) JUROS (1%) TOTAL (FV)


0 R$ 400,00 R$ 0,00 R$ 400,00
1 R$ 400,00 R$ 4,00 R$ 804,00
2 R$ 400,00 R$ 8,04 R$ 1.212,04
3 R$ 400,00 R$ 12,12 R$ 1.624,16
4 R$ 400,00 R$ 16,24 R$ 2.040,40
5 R$ 400,00 R$ 20,40 R$ 2.460,81
6 - R$ 24,61 R$ 2.485,41

39
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.3 Convertendo taxa de uma forma
simples!
40
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Proporcionalidade de Taxas
Em JUROS SIMPLES, usamos TAXA PROPORCIONAL. Isso significa que, duas taxas são
proporcionais quando os seus valores guardam uma proporção com o tempo a que elas se
referem, portanto, é preciso reduzir o tempo a uma mesma unidade. Estes problemas
envolvendo taxas proporcionais podem ser resolvidos por meio de “Regra de Três”.

q EXEMPLO: Calcular a taxa mensal proporcional a 30% ao ano?


Ø Primeiro passo é reduzir o tempo a uma mesma unidade (1 ano = 12 meses).
Ø Depois, fazemos a “Regra de Três”:
§ 30% está para 12 meses, assim como X está para 1 mês, ou seja:

41
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Fórmula
Em JUROS COMPOSTOS, usamos TAXA EQUIVALENTE. Isso significa que as taxas de juros
não são proporcionais, ou seja, uma taxa de 12% ao ano é não é equivalente a 1% ao mês.
Teoricamente, taxa equivalente significa que, aplicadas ao mesmo capital durante o
mesmo período de tempo, através de diferentes períodos de capitalização, produzem o
mesmo montante final. Diante disso, necessitamos usar conceitos exponenciais para
fazermos a conversão de taxas equivalentes e sua fórmula é:

q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros cujo resultado se pretende encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros cujo resultado já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa cujo resultado se pretende encontrar
(prazo que “eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa cujo resultado já se sabe (prazo que “eu
tenho”).
42
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Modelo 1 (Fórmula)
Qual a taxa equivalente ao mês de 12% ao ano?

Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]

Ø (2) Digite [1] e pressione [ENTER]

Ø (3) Digite [0.12] e pressione [+]

Ø (4) Digite [12], aperte e pressione

Ø (5) Digite [1] e pressione [-]

Ø (6) Digite [100] e aperte [x]

Ø Resposta: 0,948879

43
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Modelo 2 (Programação Hp-12c)

44
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Modelo 2 (Programação Hp-12c)
Qual a taxa anual equivalente ao mês de 12% ao ano?

PRESSIONAR OBJETIVO VISOR


12 i Introduzir a taxa que desejo converter no [i] 12,000
360 n Introduzir o prazo em dias, correspondente do [i] 360,000
Prazo desejado (dias que você quer 30). Caso seja em
30 30
dias úteis, 1 mês =21 dias; e 1 ano = 252 dias)
R/S Executa o programa 0,948879

q Resposta: 0,948879% ao mês.

q OBS: Este método é sendo pela programação inserida. Após inserirmos o passo-a-passo
anterior, não será mais necessário imputar a programação (ela é feita apenas uma vez), a
não ser que a HP-12C desprograme, que pode ocorrer por “limpar” a programação
(f PRGM) ou haja algum outro problema, devendo ser necessário inserir o passo-a-passo
novamente.
45
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Taxas de Juros
Conceito
Além compreender as formas dos regimes de capitalização através dos juros simples e dos
juros compostos, é importante compreender que as taxas de juros também podem ser
classificadas como taxa de juros específicas, sendo elas chamadas de:
Ø Taxa Nominal: é uma taxa de juros onde a unidade referencial não coincide com a
unidade de tempo da capitalização, como por exemplo, uma taxa de 12% ao ano,
capitalizada mensalmente No entanto, também podemos definir a taxa nominal
como sendo a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira.
Ø Taxa Efetiva: é a taxa de juros onde a unidade referencial coincide com a unidade
de tempo da capitalização, como por exemplo, uma taxa de 1% ao mês, capitalizada
mensalmente.
Ø Taxa Real: esta taxa apura o quanto uma pessoa tem de ganho (ou perda) além da
inflação. Portanto, esta taxa representa de fato o quanto um investidor está
ganhando em poder de compra.

A seguir, iremos aprender como calcular cada uma dessas taxas de forma simples para
podermos compreender melhor as suas representações.

46
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Taxa de Juros Real


Fórmula
Para calcularmos a taxa real, utilizamos a fórmula de Fischer:

1 + #$%$ ,-./0$)
#$%$ '($) = − 1 ×100
1 + 102)$çã-

Importante dizer que, o retorno nominal é o retorno total do investimento. Ressaltamos


isso, pois vamos ver adiante, produtos que rendem um “fixo MAIS inflação”, como na
NTN-B. No entanto, este “MAIS” não deverá ser utilizado como soma, mas sim, como
MULTIPLICAÇÃO. Provamos isso, reorganizando a fórmula de Fischer, no qual a Taxa
Nominal de um investimento, será dada pela Taxa Real e pela Inflação:

#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100

Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular!

47
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Taxa de Juros Real
Cálculo: Modelo 1
EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?

q Cálculo da Taxa Real: PASSO A PASSO NA HP-12C


!"!#% Ø (1) Pressione [f][CLx], para zerar a HP
1 $% &'(l = − 1 ×100
!"!%% Ø (2) Digite [15] e pressione [ENTER]
!,!# Ø (3) Digite [100] [÷]
2 $% &'(l = !,!%
− 1 ×100
Ø (4) Digite [1] [+]
Ø (5) Digite [10] e pressione [ENTER]
3 $% &'(l = /, 1233 − 1 ×100
Ø (6) Digite [100] [÷]
4 $% &'(l = 1, 1233 ×100 Ø (7) Digite [1] [+]
Ø (8) Pressione [÷]
R $% &'(l = 4,55% Ø (9) Digite [1] [‒]
Ø (10) Digite [100] [×]
Ø Taxa Real: 4,55% ao ano

48
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Taxa de Juros Real


Cálculo: “Fórmula de Toro”
Neste modelo, vamos calcular através das teclas [n], [i], [PV] e [FV], da seguinte forma:
Ø n: sempre receberá o valor [1]
Ø PV: aqui será inserido o valor da inflação, adicionado o valor 100. Este valor deverá
ser inserido como sendo negativo, ou seja, clicando em [CHS]
Ø FV: aqui será inserido o valor da taxa nominal, adicionado o valor 100
Ø PMT: não precisa inserir nada, já que sempre iremos zerar a HP antes do cálculo
Ø i: nossa resposta

q EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?
Ø [f] [CLx] → zerar a hp-12c
Ø 100 [ENTER] 10 [+] [CHS] [PV] → Lançar o número “- 110”, entrada negativa
Ø 100 [ENTER] 15 [+] [FV] → Lançar o número “115”, entrada positiva
Ø 1 [n] → Prazo sempre será 1
Ø [i] → Esta será a nossa resposta: 4,55%

q OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessária “descontar
taxas” (divisão de taxas) em juros compostos.

49
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Taxa de Juros Nominal
Exemplo 1: Cálculo
q EXEMPLO: Um investidor aplicou seus recursos em um título de renda fixa que está
remunerando 4,55% ao ano + inflação. Após um ano, qual foi o retorno do investidor
sabendo que a inflação durante foi de 10% no ano?

Para calcularmos, precisamos utilizar a fórmula do juro nominal:

#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100

Primeiro precisamos dividir todos os números por 100 e somar 1, para depois poder
multiplicar, ou seja ( 4,55 /100 + 1) e (10 / 100 + 1). Com isso, teremos 1,0455 e 1,10 e
desta forma poderemos chegar a resposta:
Ø Taxa nominal = ( 1,0455 x 1,10 )
Ø Taxa nominal = [(1,15) – 1] x 100
Ø Taxa nominal = (0,15) x 100
Ø Taxa nominal = 15%

50
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Taxa de Juros Nominal


Exemplo 1: “Base 100”
Já vimos como utilizar a “fórmula de toro” par quando necessitamos dividir taxas. Agora
utilizaremos de um “novo truque” para facilitar nosso cálculo quando tivermos que
multiplicar taxas. Este truque se baseia em somar as taxas utilizando uma base 100, da
seguinte forma:
Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base
Ø 4,55 [%] [+]→ estamos somando a taxa real na nossa base
Ø 10 [%] [+] → estamos crescendo 10% o número anterior
Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base
Ø Resposta: 15% é a nossa taxa nominal

Ø OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessário “somar taxas”
(multiplicação de taxas) em juros compostos.

51
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Taxa de Juros Nominal
Exemplo 2
q EXEMPLO: A inflação brasileira foi positiva nos três primeiros meses do ano e negativa
no quarto mês, sendo os seus valores em: 0,27%, 0,11%, 0,47% e -0,51%. Desta forma,
qual foi a inflação acumulada no período?

Para calcularmos a taxa desta inflação, basta somarmos todos os valores através da
fórmula da taxa nominal:
Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base
Ø 0,27 [%] [+]→ estamos crescendo 0,27% o número anterior
Ø 0,11 [%] [+] → estamos crescendo 0,11% o número anterior
Ø 0,47 [%] [+] → estamos crescendo 0,47% o número anterior
Ø 0,51 [%] [-] → estamos diminuindo 0,51% o número anterior
Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base
Ø Resposta: 0,337739% é a nossa taxa nominal

Perceba que mesmo o número sendo negativo, devemos utilizar com a regra da soma da
base 100, pois para chegarmos no resultado, deveríamos multiplicar as taxas, mesmo
quando tivermos um número negativo. Você poderia ter usado [CHS] e somar o número
negativo ou descontar com [ꟷ], conforme fizemos.
52
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Taxa de Juros Efetiva


Exemplo 3
q EXEMPLO: A taxa de juros de 48% ao ano, capitalizada mensalmente, resulta em uma
taxa efetiva anual aproximada de quanto?

Para calcularmos esta taxa efetiva, necessitamos seguir uma receita de bolo dividida em
duas etapas, que são:
Ø ETAPA 1: converter a taxa por juros simples;
Ø ETAPA 2: converter a taxa da etapa 1, mas agora por juros compostos.

Desta forma, vamos resolver o problema apresentado através dessas duas etapas:
Ø ETAPA 1: Convertendo a taxa anual para taxa mês através de juros simples
§ ETAPA 1: 48% ÷ 12
§ ETAPA 1: 4% ao mês
Ø ETAPA 2: Convertendo a taxa da ETAPA 1 (MÊS) para a TAXA EFETIVA ANO
§ 4 [i]
§ 1 [n]
§ 12 [R/S]
§ RESPOSTA: 60,10% ao ano

53
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.4 Analisando projetos em até
quatro passos
54
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Método de Análise de Investimentos


Conceito
A Análise de Investimentos busca identificar qual a melhor alocação para os recursos
financeiro entre as diversas alternativas existentes . Podemos afirmar que essa análise é
de suma importância ao se considerar a realização de um investimento, pois as
ferramentas utilizadas conseguem mensurar de forma clara, investimentos com prazos,
taxas e fluxos de pagamentos distintos, sendo uma ótima ferramenta de apoio a decisão
do investidor.

Os métodos de análise de investimentos são:


Ø Taxa Interna de Retorno (TIR);
Ø Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM);
Ø Valor Presente Líquido (VPL);
Ø Payback Simples;
Ø Payback Descontado.

55
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Custo de Oportunidade e TMA
Conceito
q TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA): representa o mínimo que um investidor se
propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro
se propõe a pagar quando faz um financiamento. Em relação investimentos, ela deve ser
maior que o Custo de Oportunidade, senão, o investidor racional não tem motivos para
realizar. No Brasil, utilizamos muitas vezes a Taxa Selic como a TMA, já que ela é o
investimento de menor risco do país.

q CUSTO DE OPORTUNIDADE: é a opção que foi renunciada, entre as opções que


poderiam ter sido feitas. Ela não representa necessariamente uma taxa, mas sim o que foi
deixado de lado para ser realizada outra tarefa. No mundo dos investimentos,
normalmente dizemos que é uma taxa de retorno, vide que sempre que um investidor
realizado uma aplicação financeira, ele também está renunciando outras aplicações ou
projetos. Importante notar que o custo de oportunidade é diferente para cada ser
humano, vide que as pessoas não possuem as mesmas oportunidades.

56
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

TIR – Taxa Interna de Retorno


Conceito
A Taxa Interna de Retorno (TIR), em do inglês Internal Rate of Return (IRR), é a taxa de
desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto seja igual a zero,
ou seja, é o retorno do investimento. Assim sendo, se utilizarmos a metodologia da TIR
para analisarmos dois projetos, escolheremos aquele que possui a maior Taxa Interna de
Retorno. Importante ressaltar que, se estivermos analisando fluxos anuais, a TIR será
anual (sua periodicidade é a mesma dos fluxos analisados), se estivermos analisando
fluxos mensais, ela será uma taxa mensal.

Este estudo considera que os fluxos de caixa do projeto são reinvestidos pela própria TIR,
o que acaba sendo um grande problema, pois dificilmente ocorrerá na prática.

57
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
TIR – Taxa Interna de Retorno
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$
30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o retorno do
investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

58
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

TIR – Taxa Interna de Retorno


Solução do Exemplo
Como os fluxos de caixa são distintos, necessitamos calcular inserindo fluxo por fluxo na
HP-12C. Desta forma, utilizaremos a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para inserir
dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
Retorno do
TIR IRR: [f][FV] 27,27% a.a
Investimento

59
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Conceito
A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é um método de análise de projetos de
investimentos que consiste em trazer os fluxos de caixa negativos para valor presente e
levar os fluxos de caixa positivos para valor futuro, gerando desta forma um novo fluxo
de caixa convencional e eliminando assim, alguns dos problemas da TIR quando estimada
na sua maneira tradicional.

q Limitações do indicador: A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) traz como


principal desvantagem não poder ser aplicada nas seguintes situações:
Ø Taxa de reinvestimento igual à taxa de captação: o cálculo apropriado é o da Taxa
Interna de Retorno (TIR).
Ø Desconhecimento da taxa de captação de recursos e/ou de reinvestimento: o que
torna a tarefa de projetar os fluxos de caixa mais sujeita ao insucesso.

60
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de R$ 20.000 pelos próximos 4 anos, sem valor residual. Se o investidor
consegue reinvestir esses fluxos à taxa de 10% ao ano, qual a taxa de retorno do
projeto?

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 2 anos do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

61
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Solução do Exemplo
Para resolvermos este problema, primeiro precisamos corrigir todos os fluxos positivos
para o último ano e soma-los (caso houvesse algum negativo, este deveria ser trazido a
valor presente e somado ao CF0). Desta forma, ao invés de termos 4 fluxos positivos,
teremos somente 1 fluxo no último ano.

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 1 ano do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

62
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Solução do Exemplo
Conforme mencionado, devemos corrigir os R$ 20.000,00 dos anos 1, 2 e 3 até o último
período, e acrescentar o ano 4, transformando assim tudo em um só valor no último ano.
Este cálculo possui o mesmo significado que “uma pessoa irá investir durante 4 anos,
R$ 20.000 a uma taxa de 10%a.a. Qual o valor final que ela terá?”

q CÁLCULO:
Ø n = 4 (anos)
Ø i = 10 (ao ano)
Ø PV = 0
Ø PMT = -20.000 [CHS]
Ø FV = ? = 92.820,00

63
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Exemplo
Agora que já calculamos qual o valor corrigido de todos os fluxos, podemos enxergar da
seguinte forma o problema:

R$ 92.820

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Encerramento
do projeto
-R$ 50.000

Por fim, calcularemos o retorno (i) deste investimento, que é o que buscamos:
Ø PV = 50.000 [CHS]
Ø PMT = 0
Ø FV = + 92.820
Ø n = 4 anos
Ø i = ? = 16,73% ao ano, esta é a TIR Modificada.

64
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

VPL – Valor Presente Líquido


Conceito
O VPL (Valor Presente Líquido), em inglês Net Present Value (NPV) é o principal método
de análise de investimentos. Ele consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de
caixa de um investimento e somá-los ao valor do investimento inicial, usando como taxa
de desconto a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) do investidor. Caso o cálculo do VPL
seja negativo, isto significa que o projeto não é financeiramente viável (o retorno é pior
que a TMA).

O termo FC0 representa o fluxo de caixa do período zero (investimento inicial).


Normalmente este termo entrará com sinal negativo na equação do VPL.

q OBS: Quando estamos analisando dois projetos, escolheremos sempre aquele que
possui o maior VPL.

65
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
VPL – Valor Presente Líquido
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que o Taxa
Mínima de Atratividade do investidor é a Taxa Selic, que está em 10% ao ano, qual o VPL
deste projeto?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

66
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

VPL – Valor Presente Líquido


Solução do Exemplo
Para calcularmos o VPL, precisamos utilizar a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para
inserir dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos. Como o VPL é uma
comparação com outro projeto, além das informações dos fluxos, precisamos inserir a
TMA na taxa [i] também.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
10 [i] Taxa TMA
Valor Presente
VPL NPV: [f][PV] R$ 25.479,82
Líquido

67
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Payback
Conceito
O Payback, também chamado de “Payback Simples”, é o período de tempo necessário
para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o
tempo de recuperação do investimento realizado. Diferentemente das análises de VPL e
da TIR, no qual, entre dois projetos, escolhemos aquele que der o maior resultado, pela
análise do Payback, devemos escolher aquele que dará o menor número.

Importante ressaltar que, após o retorno do capital, o Payback ignora todos os fluxos de
caixa de restante, seguindo a premissa de “depois que recuperar meu capital, o que vier é
lucro”.

q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback, devemos somar os fluxos de caixa, com seus
respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer
que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma
positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional
ao necessário para zerar o fluxo.

68
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Payback
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o Payback do
investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Ainda faltam Ainda faltam Neste ano foi
R$ 40.000 a serem R$ 20.000 a serem Recuperado o capital
recuperados recuperados investido e, ainda por cima,
ultrapassou R$ 10.000.
-R$ 50.000

69
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Payback
Solução do Exemplo
A maneira mais fácil de se calcular o Payback é realizar uma tabela e ir somando os fluxos
de caixa, até zerar a aplicação ou deixar positiva (para posteriormente, fazer a
proporcionalidade do período):

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +10.000 +20.000 +30.000 +40.000
Somatório A -50.000 -40.000 -20.000 +10.000

Podemos notar que o capital foi recuperado no terceiro ano e, além disso, que “sobrou”
R$ 10 mil (o conceito de Payback é recuperar o capital investido). Ou seja, o que precisava
para recuperar o capital investido, não eram os R$ 30 mil do terceiro ano, mas R$ 20 mil
(devemos olhar para o ano anterior ao fluxo que ficou positivo). Desta forma, fazemos
uma regra de três com o que faltou do “ano 2” com o valor recebido do ano 3:

=1. 111
789:8;< = = 1, @@ (AB + = (ABD = =, @@ (ABD
?1. 111

70
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Payback Modificado (Descontado)


Conceito
O “Payback Descontado” vem a consertar um problema primário do “Payback Simples”: o
valor do dinheiro no tempo. Desta forma, o “Payback Descontado” traz a valor presente,
todos os fluxos de caixa, para depois aplicar o mesmo conceito do “Payback Simples”, ou
seja, ele é o período de tempo necessário para recuperar o investimento, avaliando-se os
fluxos de caixa descontados.

q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback Descontado, devemos primeiramente, trazer


cada fluxo de caixa a valor presente ([n], [i], [PV], [PMT] e [FV]). Após sabermos isso, o
cálculo passa a ser o mesmo do “Payback Simples”, ou seja, somar os fluxos de caixa, com
seus respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá
ocorrer que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar
a soma positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período
proporcional ao necessário para zerar o fluxo.

71
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Payback Modificado (Descontado)
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa
anuais positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano;
R$ 30.000,00 no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que a TMA está
10% ao ano, qual o Payback Descontado do investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
O valor presente O valor presente O valor presente O valor presente
será R$ 9.090,91 será R$ 16.528,93 será R$ 22.539,44 será R$ 27.320,54

-R$ 50.000

72
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Payback Modificado (Descontado)


Solução do Exemplo
Primeiramente, devemos trazer para valor presente, cada fluxo de caixa, gerando um novo
fluxo de caixa:

PV do Fluxo 1 PV do Fluxo 2 PV do Fluxo 3 PV do Fluxo 4


Ø FV1 = 10.000 Ø FV2 = 20.000 Ø FV3 = 30.000 Ø FV4 = 40.000
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø n=1 Ø n=2 Ø n=3 Ø n=4
Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10
Ø PV =? = 9.090,91 Ø PV =? = 16.528,93 Ø PV =? = 22.529,44 Ø PV =? = 27.320,54

R$ 9.090,91 R$ 16.528,93 R$ 22.529,44 R$ 27.320,54


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

73
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Payback Modificado (Descontado)
Solução do Exemplo
Agora que temos o novo fluxo, fazemos a mesma tabela para do Payback Simples, mas
utilizando o valor presente de cada fluxo de caixa:

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +9.090,91 +16.528,93 +22.529,44 +27.320,54
Somatório A -50.000 -40.909,10 -24.380,20 -1.850,72 +25.469,82

Trazendo os fluxos a valor presente a uma taxa de 10% ao ano, o Payback saiu de 2 anos e
pouco, para mais de 3 anos. Da mesma forma, por ter ficado um saldo positivo, devemos
fazer uma regra de três com o que faltou do “ano 3” com o valor recebido do ano 4 (ano
que zerou o fluxo e ficou positivo):

/. L31, M=
789:8;< EFG;HIJ8KH = = 1, 1M (AB + ? (ABD = ?, 1M (ABD
=M. ?=1, 32

74
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Método de Análise de Investimentos


Resumo
q VPL (Valor Presente Líquido):
Ø VPL maior que zero: o projeto gera mais lucro que a TMA, devemos aceitá-lo;
Ø VPL menor que zero: o projeto gera menos lucro que a TMA; devemos negá-lo;
Ø Em regra geral, o VPL é supremo em relação as demais análises (TIR e PAYBACK).

q TIR e a TIRM (Taxa Interna de Retorno e Modificada):


Ø É a taxa que faz com que o VPL seja zero!
Ø A TIR supõe que os fluxos de caixa serão reinvestido pela própria taxa da TIR. Já a
TIRM corrige esta falha fazendo com que os fluxos sejam reinvestidos em taxas
estipuladas pelo próprio investidor.

q PAYBACK e PAYBACK Descontado:


Ø O Payback calcula o tempo necessário para recuperar o capital investido, sem
considerar o valor do dinheiro no tempo. Já o Payback Descontado, traz a valor
presente todos os fluxos de caixa, considerando o valor do dinheiro no tempo.

75
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.5 Estatística Aplicada

76
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.

Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal

77
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Estatística
População e Amostra
Para iniciarmos os estudos de estatística, precisamos primeiramente entender a diferença
de População e Amostra. Assim sendo:
Ø População: O Conceito de População é “a totalidade dos números do grupo a ser
estudado”. Por exemplo, um fundo de investimentos possui 10 anos de criação e
vamos analisar estes 10 anos.
Ø Amostra: Já a Amostra é “uma parte da totalidade do grupo que deseja ser
estudado, ou seja, um pedaço da População”. Por exemplo, desejamos saber em
quem a população brasileira pretende votar. Como é muito difícil perguntar para
todos os brasileiros, fazemos uma pesquisa somente com uma “parte” da população,
que será considerada como se fosse o todo.

POPULAÇÃO
Amostra

78
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Posição Central


Média
A MÉDIA nada mais é que um valor que aponta para onde mais se concentram os dados
de uma distribuição, ou seja, “o ponto de equilíbrio” do grupo de dados analisados. É
como se todos os números desse grupo, fossem iguais neste ponto de equilíbrio. Para
fazermos o cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser
de dois tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.
Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam
relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar
valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo
devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será
apresentado adiante.

79
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Posição Central
Média Simples: Exemplo
Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação
financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?

MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%

Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.

80
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Posição Central


Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Média +: [g][0]
, Média 3%

A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.

81
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Posição Central
Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?

Ativo Retorno Valor Investido Lucro


Banco do Brasil +4,00% R$ 10.000,00 R$ 400,00
+
Itaú +3,00% R$ 20.000,00 R$ 600,00 Lucro:
+ R$ 2.000,00
Bradesco +2,00% R$ 30.000,00 R$ 600,00
+
Santander +1,00% R$ 40.000,00 R$ 400,00

q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.

82
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Posição Central


Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


4 ENTER 10.000 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 ENTER 20.000 [∑+] 2º número do grupo Número 2

2 ENTER 30.000 [∑+] 3º número do grupo Número 3

1 ENTER 40.000 [∑+] 4º número do grupo Número 4

Média Ponderada +w: [g][6]


, Média Ponderada 2,00%

83
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Posição Central
Moda
A moda é o valor que ocorre com maior frequência em uma amostra (série de valores), ou
seja, o número que “mais enxergamos” no grupo. Um conjunto de resultado pode
apresentar uma moda ou mais, sendo classificado como:
Ø 1 moda = unimodal;
Ø 2 modas = bimodal;
Ø 3 ou mais = multimodal.
Como exemplo, temos dois fundos (A e B) apresentando os seguintes retornos:

Mês Retorno do Fundo A Retorno do Fundo B


Janeiro 1,00% 1,00%
Fevereiro 3,00% 5,00%
Março 3,00% 2,00%
Abril 5,00% 2,00%
Maio 3,00% 5,00%
MODA UNIMODAL: 3,00% BIMODAL: 2% e 5%

84
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Posição Central


Mediana
A mediana de um grupo de dados é o número do meio, ou seja, o valor numérico que
divide o grupo em duas partes iguais. No entanto, antes de fazermos esta divisão,
devemos ordenar o grupo de forma crescente ou decrescente. Se a quantidade de
números do grupo for ímpar, consideramos o divisor dos dois grupos. Se for par, pegamos
os dois “mais próximos do centro” e fazemos sua média. Por exemplo:
Ø Um fundo teve os seguintes retornos de Janeiro a Maio: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%}
Se não ordenarmos o grupo, entenderíamos que a Mediana do Fundo A seria 2%
(número que está dividindo o grupo em duas partes iguais). No entanto,
primeiramente devemos ORDENAR: {1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo ordenado,
percebemos agora que o número do meio, a mediana, é o 4% e não mais o 2%.

Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.

85
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão
A Variância e o Desvio Padrão são medidas estatísticas que medem o grau de dispersão
de um conjunto de dados em relação a sua média, ou seja, o risco dos dados não darem a
média do grupo. Quanto maior a Variância ou Desvio Padrão, maior será o risco, já que a
distância entre cada ponto até a média será maior.

A Variância é calculada através da MÉDIA DO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE CADA


PONTO ATÉ A MÉDIA DO GRUPO, e o Desvio Padrão será a raiz quadrada deste número.
Este passo-a-passo deixará um pouco mais claro:
Ø (1) Calcular a média do grupo;
Ø (2) Calcular a distância de cada ponto até a média;
Ø (3) Elevar cada uma destas distâncias ao quadrado (Motivo: deixar todos os
números positivos);
Ø (4) Calcular a média desses números que foram elevados ao quadrado.
Este número será a Variância Populacional.
Ø (5) Desvio Padrão = Raiz quadrada da Variância.

Desta forma, percebemos que a partir da Variância podemos encontrar o Desvio Padrão,
e, consequentemente, do Desvio Padrão podemos encontrar a Variância.

86
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.

6
Fundo A Média

5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)

4 (Distância entre o
ponto e a média )
3

0
1 2 3 4 5

87
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão do grupo (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%),
iremos seguir o passo-a-posso através da construção de uma tabela:

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média = (8 ÷ 5) = 1,6
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 1,6
Média = 3% (ETAPA 5)
-. = 0, 2 = ±1,26

88
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média N-1 = (8 ÷ 4) = 2
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 2
Média = 3% (ETAPA 5)
-. = 3 = ±1,41

89
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral: HP-12C
A Hp-12 calcula diretamente apenas o Desvio Padrão, sendo ele o Amostral. Mas com o
Desvio Padrão, podemos chegar na Variância elevando-o ao quadrado. Primeiro, vamos
“limpar” a HP-12C com “[F] [CLx]”.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Desvio Padrão N: [g][.] Desvio Padrão 1,41

2 [YX] Variância 2,00

90
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C
Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando
um número extra que será a média do grupo.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1
3 [∑+] 2º número do grupo Número 2
3 [∑+] 3º número do grupo Número 3
5 [∑+] 4º número do grupo Número 4
3 [∑+] 5º número do grupo Número 5
3 [∑+] Média adicionado ao grupo Número 6

Desvio Padrão N: [g][.] Desvio Padrão – População 1,26

2 [YX] Variância – População 1,60

91
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de Dispersão
Analisando duas Aplicações
Para as finanças, o Desvio Padrão e a Variância nos indicam o Risco de Mercado do ativo.
Este risco é conhecido também por Volatilidade, que nada mais é que a sua oscilação
perante a média de retornos. No entanto, quanto maior o risco, maior o retorno exigido
por aquele investimento e caso dois investimento possuam o mesmo retorno, devemos
escolher o que possui o menor risco. Por exemplo, dois fundos que possuam um retorno
médio de 3% e que apresentem os retornos abaixo, deve-se escolher o Fundo A, pois
possui menor oscilação e, consequentemente, menor Desvio Padrão que o Fundo B.

7 Fundo B Fundo A Média


6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

92
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)

q FÓRMULAS:

VARIÂNCIA POPULACIONAL VARIÂNCIA AMOSTRAL

93
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância
A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)
se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a variar na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as
devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não
possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.

Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem


petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta
forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e
as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as
ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a
valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:
Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)
Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)

A grosso modo, podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.

94
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de associação entre 2 variáveis


Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades
distintas.

Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar


estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de
“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as
variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação
linear). Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de
Correlação:
Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;
Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).
Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se
movimentar independentemente uma da outra.
Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.

95
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância e Coef (ρ)
Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos
adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para
isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito
bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão
diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações
irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,
adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como
por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre

Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1

Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final


CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000
50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)
CARTEIRA (B) R$ 100.000
50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)

96
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de associação entre 2 variáveis


Fórmulas
Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,
entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve
ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.

q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:

8 × :3 7:
63 76 8 8 × :3 7:
63 76 8
Ø (1) COV(X,Y) = ∑5'45 ; OU ∑5'45 ;
, ,7%

Ø (2) COV(X,Y) = DP(X)×DP(Y) × Coef (X,Y); quando se tem o Coeficiente.

q Coeficiente de Correlação: O coeficiente de correlação é calculado através:

;<+(6,:)
Coef (X,Y)=
=!(>)×=!(?)

97
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância: Cálculo
Sabemos empiricamente que quanto mais alto estão os juros (SELIC), menos as pessoas
tendem a comprar (o crédito fica mais caro). No entanto, podemos provar essa relação
inversa com o cálculo da Covariância entre a Taxa de Juros versus Consumo. Por exemplo,
calcule a Covariância entre “Consumo & Taxa de Juros”, sabendo que nos últimos quatro
anos, foram coletados os seguintes dados:
Ø Consumo por pessoa: {R$ 800; R$ 700; R$ 600; R$ 500}
Ø Taxa SELIC: {10%; 11%; 13%; 14%}

Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .

98
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo Covariância: Passo a Passo
Primeiramente, devemos notar que o exemplo nos passa a informação dos “últimos
quatro anos”, portanto, uma amostra. Para termos a população entre “Consumo & Taxa de
Juros” deveríamos ter todos os dados desde a primeira vez que alguém consumiu no
Brasil (uma coleta de dados impossível). Assim, nossa soma final será divida por 3 (n – 1).
Seguindo o passo-a-passo, chegamos na seguinte tabela:

Consumo (A) ETAPA 2: SELIC (B) ETAPA 2: ETAPA3:


Retorno – Média Retorno – Média Multiplicar Riscos
800 +150 10 ‒2 (150×-2)= ‒300
+
700 +50 11 ‒1 (50×-1)= ‒50
+ (-700 ÷ 3)
600 ‒50 13 +1 (-50×1)= ‒50
+
500 ‒150 14 +2 (-150×2)= ‒300
ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:
Média: 650 Média: 12 Cov (A,B) = ‒233

A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).

99
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
A HP-12C não calcula diretamente a Covariância, somente o Coeficiente de Correlação. No
entanto, sabemos que ela também calcula o desvio padrão dos ativo. Desta forma,
podemos aplicar a seguinte fórmula, lembrando que nossos resultados são sempre
Amostrais:

COV (a,b) = DP(a) × DP(b) × Coeficiente de Correlação(a,b)


Risco A Risco B Risco relacionado entre A,B
q HP-12C - Passo-a-Passo:
Ø (1) Zerar a Hp-12C com [f][CLx]
Ø (2) Inserir um por um, os pares do grupo: Ativo A “ENTER” + Ativo B “[∑+]”,
Com os grupos criados, podemos solicitar o cálculo do Coef (a,b), DP(a) e DP(b).
Ø (3) Calcular Coef(A,B): [g][2] e posteriormente “inverter variáveis” [x><y]
Ø (4) Calcular DP(B): [g][.]; a Hp-12 sempre nos mostra primeiro o “segundo ativo”.
Ø (5) Calcular DP(A): [x><y]; inverter variáveis (você já pediu o DP(b), agora está
pedindo para a HP somente inverter a variável)
Ø (6) Calcular COV(A,B): multiplicar os itens anteriores (3)×(4)×(5).

100
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
q Aplicando o Passo-a-Passo:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


800 ENTER 10 [∑+] 1º número do grupo 1
700 ENTER 11 [∑+] 2º número do grupo 2
600 ENTER 13 [∑+] 3º número do grupo 3
500 ENTER 14 [∑+] 4º número do grupo 4
\,r: [g][2]
9 Correlação (r) 1.210
COEF (A,B) [x><y] Inverter resultado ‒0,99
DESVIO PADRÃO (B) S: [g][.] A HP calcula 1º segundo ativo 1,83
DESVIO PADRÃO (A) [x><y] Inverter o Ativo 129,10
Multiplicar duas vezes, pois os
COV(A,B) [×] [×] valores do COEF, DP(a) e DP(b) -233,33
já estão na memória da HP

101
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.

102
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Medidas de associação entre 2 variáveis


Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias.
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam.
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos.
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos.
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.

103
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Distribuição Normal e Intervalo de Confiança
Conceito
A importância de se saber a média e o desvio-padrão da amostra coleta nos
investimentos, está em conhecer a probabilidade de eventos futuros de se afastarem da
média do grupo. Esta probabilidade é chamada de “Intervalo de Confiança” e pode ser
demonstrada através da “Curva da Distribuição Normal”, formada pela distribuição dos
dados coletados em uma curva. Estas probabilidades já foram calculadas pelos estatísticos
e são padronizadas da seguinte forma:
Ø Aproximadamente 68% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de UM desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 95% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de DOIS desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 99% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de TRÊS desvio padrão, para mais ou para menos da média.

Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!

104
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Intervalo de Confiança
Gráfico
A partir da média (µ), quanto mais nos afastamos dela, maior a probabilidade de um
evento ocorrer. Este afastamento é baseado pela quantidade de desvios padrões (σ).
Importante ressaltar que não importa a quantidade de desvios padrões utilizarmos, jamais
teremos 100% de certeza.

A curva de distribuição normal é apresentada desta forma:

1 DP(]) = 68,26%
2 DP(]) = 95,44%
3 DP(]) = 99,74%
1,96 DP(]) = 95%

105
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Distribuição Normal e Intervalo de Confiança
Exemplo
Um fundo de ações possui retorno médio anual de 40% e um desvio padrão de 5%. Para
um intervalo de confiança de 95%, qual a variação esperada aproximada?

q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;

Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%

Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.

106
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Como a prova tem cobrado!


[503203] O intervalo com 99% de confiança para os possíveis retornos de um ativo
com média de 40%, desvio padrão de 5% e t crítico de 2,33 é

a) 35%; 45%.

b) 37,33%; 42,67%.

c) 28,35%; 51,65%.

d) 188,35%; 211,65%.

107
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.6 Risco & Retorno Esperado
108
108
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Risco & Retorno Esperado


Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.

Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu


cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos. Mas não se preocupa, cálculos não caem na prova, somente o conceito!

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo

109
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Risco & Retorno Esperado
Desvio Padrão do Retorno Esperado
Quando estamos tratando de Retornos Esperados, os dados utilizados serão as projeções
das rentabilidades, que englobam cenários com probabilidades, ou seja, possuem pesos
diferentes. Com isso, a HP-12C não terá tamanha valia e o cálculo deverá ser feito
manualmente.

A estratégia a ser utilizada para calcularmos o Desvio Padrão dos Retornos Esperados
continuará sendo a mesma: montar o “quadro” com o mesmo passo-a-passo. Porém,
devemos ficar atento nos seguintes itens:
Ø A média a ser utilizada não será mais a simples, mas sim, a média ponderada;
Ø Continuaremos elevando o risco de cada ponto ao quadrado;
Ø No entanto, ao invés de fazermos a média dos riscos ao quadrado, deveremos
multiplicar estes resultados pela sua probabilidade e somar.

A fórmula acaba sendo:

110
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Risco & Retorno Esperado


Desvio Padrão: Exemplo
As empresas de educação financeira “Toro Cursos” e a “ART Education” possuem as
seguintes expectativas de retorno para os quatros estados da economia. Desta forma,
calcule o retorno esperado e o desvio padrão de cada uma delas.

Estado da Retorno Esperado Retorno Esperado


Probabilidade
Economia Toro Cursos ART Education

Ótimo 20% -5% 35%


Bom 30% 25% 20%
Normal 40% 30% 15%
Fraco 10% 35% 0%

111
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Risco & Retorno Esperado
Exemplo: Toro Cursos
Conforme o passo-a-passo, primeiramente devemos calcular a média ponderada do
retorno esperado, lembrando que podemos fazer na HP-12C inserindo todo os dados
através de “Retorno [Enter] probabilidade [∑+]” e por último clicando em “[g][6]”.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Elevar ao Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média
quadrado Probabilidade
Ótimo 20% ‒5 (‒5 ‒ 22) = ‒27 (-27)2 = 729 (20%)×(729) = 145,8
+
Bom 30% 25 (25 ‒ 22) = +3 (+3)2 = 9 (30%)×(9) = 2,7
+
Normal 40% 30 (30 ‒ 22) = +8 (+8)2 = 64 (40%)×(64) = 25,6
+
Fraco 10% 35 (35 ‒ 22) = +13 (+13)2 = 169 (10%)×(169) = 16,9
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 22% Variância = 191
(ETAPA 6): Desvio Padrão = /^/ = ±13,82

112
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Risco & Retorno Esperado


Exemplo: ART Education
Devemos seguir o mesmo passo-a-passo para calcularmos o risco do retorno esperado da
ART Education.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média Elevar ao quadrado
Probabilidade
Ótimo 20% 35 (35 ‒ 19) = +16 (+16)2 = 256 (20%)×(256) = 51,2
+
Bom 30% 20 (20 ‒ 19) = +1 (+1)2 = 1 (30%)×(1) = 0,3
+
Normal 40% 15 (15 ‒ 19) = ‒4 (‒4)2 = 16 (40%)×(16) = 6,4
+
Fraco 10% 0 (0 ‒ 19) = ‒19 (‒19)2 = 361 (10%)×(361) = 36,1
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 19% Variância = 94
(ETAPA 6): Desvio Padrão = ^2 = ±9,6964

113
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Risco & Retorno Esperado
Exemplo: Conclusão
Com os dados calculados, percebemos que a ART Education possui um risco menor, mas
também um retorno esperado menor. Já a Toro Cursos teve um retorno esperado maior,
mas um risco de mercado maior.

TORO CURSOS ART EDUCATION

Retorno Esperado 22% a.a. 19% a.a.

Risco (Desvio Padrão) 13,82% 9,6964%

Importante salientar nos cálculos que os processos são os mesmos de quando foi feito
com pesos iguais, com o único detalhe de que, ao invés de dividir por “N” ou “N ‒1”,
deverá ser multiplicado pela probabilidade e posteriormente somar os resultados.

114
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Risco & Retorno Esperado


Covariância do Retorno Esperado
Da mesma forma que podemos calcular o Desvio Padrão dos Retornos Esperados,
também podemos calcular a Covariância de duas empresas baseado nas projeções das
rentabilidades. Nosso passo-a-passo será:
Ø ETAPA 1: Calcular a média ponderada de cada uma das empresas;
Ø ETAPA 2: Calcular o “risco” do grupo X de cada retorno de não dar a média e fazer
o mesmo para o grupo Y;
Ø ETAPA 3: Multiplicar as “ETAPA 2” de cada empresa entre elas, multiplicando
também o peso de cada cenário corresponder;
Ø ETAPA 4: Somar todos os valores da ETAPA 3. Este será nossa Covariância.

A fórmula acaba sendo:

<=> 9, ; = 8 × ;4 − ;
94 − 9 8 ×@4 + 8 × ;5 − ;
95 − 9 8 ×@5

§ 89: Média da variável x


§ 8;: Média da variável y
§ _: probabilidade (peso)

115
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Risco & Retorno Esperado
Covariância: Exemplo
Levando em consideração dois tipos de cenários (Expansão e Recessão), conforme dados
abaixo, qual a Covariância dos retornos das empresas A e B?

ESTADO DA PROBABILIDADE RETORNO ESPERADO RETORNO ESPERADO


ECONOMIA DO CENÁRIO Empresa A Empresa B

Expansão 80% +25% +20%

Recessão 20% +5% +10%

116
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Risco & Retorno Esperado


Covariância: Resposta
q RESPOSTA: Fazendo nossa tabela, concluímos que a Covariância das Empresas A & B
será de +32%. Perceba novamente que primeiros calculamos o retorno esperado de cada
empresa (Empresa A = + 21%; e Empresa B = + 18%), para posteriormente calcularmos o
risco de “não dar esse retorno”. Com esses valores, multiplicamos os riscos pelas
probabilidades dos cenários, somando-os no final. Assim chegamos no resultado de COV
(A,B) = + 32%.

ETAPA 2: ETAPA 2:
Empresa A Empresa B ETAPA3:
RISCO RISCO Multiplicar Riscos
(Retorno – Média) (Retorno – Média)

80% 25% (25 ‒ 21) = +4 80% 20% (20 ‒ 18) = +2 (+4)×(+2)×(80%)=6,4


+
20% 5% (5 ‒ 21) = ‒16 20% 10% (10 ‒ 18) = ‒8 (‒16)×(‒8)×(20%)= 25,6

ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:


Média: 21% Média: 18% Cov (A,B) = +32%

117
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.7 Regressão

118
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regressão Linear Simples


Regressão Linear Simples
A análise de regressão é um procedimento estatístico para desenvolver uma equação que
demonstra como as variáveis se relacionam. Portanto, precisamos incialmente definir os
dois tipos de variáveis que são abordados em uma regressão:

Variável dependente: é a variável prevista;


Variável independente: é a variável utilizada para prever o valor da variável dependente.

Por exemplo, o cálculo do beta de uma ação envolve uma regressão. Como ele nos
fornece uma medida quantitativa de quanto irá variar uma ação em função de uma
variação no mercado, podemos concluir que, no caso do beta, a variável dependente é a
ação e a variável independente, o mercado (Ibovespa, por exemplo).

Se trabalharmos com apenas uma variável independente, usamos a Regressão Linear


Simples, pois a relação entre essas variáveis (dependente e independente) se aproxima de
uma reta. Havendo duas ou mais variáveis independentes, usamos a Regressão Múltipla.

119
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regressão Linear Simples
Conceito
A equação de regressão linear simples estimada é expressa genericamente da seguinte
forma:

E(y) = b0 + b1x + e
Em que E(y) é o valor esperado de y, b0 e b1 são os parâmetros do modelo e e é uma
variável aleatória chamada erro aleatório ou parcela de erro. Em outras palavras, mede a
variabilidade de y (variável dependente) que não pode ser explicada pela relação linear
entre x e y.

Na prática, os valores desses parâmetros muitas vezes não são conhecidos. Portanto,
precisamos estimá-los a partir de amostras. Nesse caso, as estatísticas amostrais passam a
ser b0 e b1 e, assim, obtemos a equação de regressão estimada:

y = bo + b1x

120
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regressão Linear Simples


Regressão Linear
Gráficos
E(y) positiva E(y)

b0 A inclinação de b1 é
negativa
b0 A inclinação de b1 é
positiva
Regressão Linear
negativa

x x
E(y)
Sem relação
b0
A inclinação de b1 é
zero

x
121
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Regressão Linear Simples
Gráficos
E como fazemos para calcular os valores b0 e b1 na equação de regressão estimada?

Primeiro plotamos os dados em um gráfico, de modo a obter um diagrama de dispersão.


Nesse gráfico, temos a variável independente (x) no eixo horizontal e a variável
dependente (y) no eixo vertical. A partir da análise do diagrama, podemos observar os
dados em um formato gráfico e, com isso, já tirar algumas conclusões prévias.
Variável 25

dependente (y)
20

15

10

0
0 2 4 6 8 10 12

Variável independente (x)

122
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regressão Linear Simples


Gráficos
Então, utilizamos o Método dos Mínimos Quadrados para calcular a equação de
regressão estimada. Esse método utiliza dados amostrais para produzir os valores b0 e b1
que minimizam a soma dos quadrados dos desvios entre os valores observados da
variável dependente y e os valores estimados da variável dependente y.

Utilizando um software, como o MS Excel, chegamos que a reta de regressão estimada


para os dados plotados no gráfico abaixo é de: y = 6,6857 + 1,4571x.

25
Assim, se x = 6, substituímos na
Variável
20 equação e teríamos que o valor
dependente (y) 15 estimado de y seria:
10
y = 6,6857 + 1,4571 x 6
5

0 y = 15,43.
0 2 4 6 8 10 12

Variável
independente (x)
123
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Determinação (R2)
O Coeficiente de Determinação (R2) nada mais é que o valor do coeficiente de correlação
entre dois ativos (A,B) elevado ao quadrado, e portanto, nunca será um número negativo.
Ele serve para mostrar quanto da variação de A é explicada pela variação de B e quanto
da variação de A é devida a fatores aleatórios.

O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais
explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de
um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B.

q FÓRMULA:

! !
R = #(#,%)
q OBSERVAÇÃO: Essa relação é válida somente em Regressões Lineares Simples.

124
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Regressão Múltipla
Regressão Múltipla
Como falamos anteriormente, havendo duas ou mais variáveis independentes, usamos a
Regressão Múltipla.

Os procedimentos usados para estimar o valor médio de y e para prever um avalor


individual de y na regressão múltipla são similares aos da análise de regressão que
envolvem apenas uma variável independente (regressão simples).

Exemplo
Seja a seguinte equação de regressão estimada:

y = - 0,74 + 0,05x1 + 1,57x2. Sendo x1 = 100 e x2 = 200, o valor estimado de y será de:

y = - 0,74 + 0,05 x 100 + 1,57 x 200 = - 0,74 + 5 + 314 = 318,26.

125
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
1.8 Teste de Hipóteses
126
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Conceito
O Teste de Hipótese envolve um cálculo estatístico que tem como base a utilização de
uma amostra aleatória, extraída a partir de uma população, com o intuito de testar se
uma afirmação sobre determinado parâmetro ou certa característica dessa população.

Assim, o Teste de Hipóteses irá nos responder se o valor obtido a partir de certa amostra
representa ou não uma simples variação amostral de determinada situação. Em outras
palavras, ele pode ser usado para determinar se uma afirmação sobre o valor de um
parâmetro populacional deve ou não ser rejeitado.

O Teste de Hipóteses apresenta sempre duas hipóteses:

H0: Hipótese inicial, também conhecida por hipótese nula. Representa uma suposição
inicial que é feita a respeito de um parâmetro populacional. É essa a hipótese que
procuramos evidências estatísticas para rejeitá-la!

Ha: Hipótese alternativa. É essa a hipótese que gostaríamos de confirmar, mas isso é feito
a partir da possível rejeição da hipótese nula.

127
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Conceito
Resumo das hipóteses

Podemos expressar, em linhas gerais, o teste de hipóteses de três formas:

1) Teste Unicaudal

H0: ≤ 0;
H0: ≥ 0;
Ha: > 0.
Ha: < 0.

2) Teste Bicaudal IMPORTANTE!


O termo de igualdade da expressão (≤, ≥, =) sempre
H0: = 0; aparece na hipótese NULA. Da mesma forma, os termos
Ha: ≠ . sem a igualdade (<, >, ≠) sempre aparecem na hipótese
ALTERNATIVA.

128
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Erros Tipo I e Tipo II
Como estamos tratando de procedimentos estatísticos, nunca conseguiremos 100% de
certeza com relação às nossas conclusões dos Testes de Hipóteses.

Assim, é possível que rejeitemos H0 quando ela for verdadeira, o que seria incorreto, ou
ainda não rejeitemos H0 quando ela for falsa (outra conclusão equivocada). No primeiro
caso, cometeríamos um Erro Tipo I e, no segundo caso, um Erro Tipo II.

H0 é verdadeira H0 é falsa
Rejeitar H0 Erro Tipo I Conclusão correta
Não rejeitar H0 Conclusão correta Erro Tipo 2

O Erro Tipo I também é conhecido por Nível de Significância (a), que mede justamente a
probabilidade de cometermos um Erro Tipo I, ou seja, de rejeitarmos H0 quando ela é
verdadeira.
Já o resultado de (1 – probabilidade de cometermos um Erro Tipo 2) é conhecido por
Poder do Teste (b), ou seja, 1 menos a probabilidade de não rejeitar H0 quando ela é falsa.

129
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Etapas do Teste de Hipóteses
Em resumo, o teste de hipótese envolve as seguintes etapas:

1) Desenvolver as hipóteses nula (H0) e alternativa (Ha);


2) Especificar o nível de significância (a);
3) Calcular o valor da estatística do teste (z).

Agora temos duas formas para concluir: usando o valor-p ou o valor crítico. Começando
pelo valor-p:

Ø Usar o valor da estatística do teste (z) para calcular o valor-p;


Ø Rejeitar H0 se o valor-p ≤ a

Usando agora o valor crítico:

Ø Usar o nível de significância para estabelecer o valor crítico e a regra de rejeição;


Ø Com base na regra de rejeição e do valor da estatística do teste, determinar se
podemos ou não rejeitar H0.

130
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Nível de Significância e Estatística do Teste
E como fazemos para finalmente concluir se devemos ou não rejeitar a hipótese nula?
Uma vez definidas as hipóteses nulas e alternativas, devemos decidir outras duas coisas:

1) Nível de significância (a): como vimos, é a probabilidade de ocorrência de um Erro Tipo


I, ou seja, rejeitar H0 quando ela é verdadeira. Na prática, é o próprio pesquisador que vai
definir o nível de significância mais apropriado para cada situação.

Por exemplo, se o custo de cometer um Erro Tipo I for elevado, é preferível utilizar
pequenos valores de a, diminuindo assim a probabilidade de conclusões equivocadas.
Porém, se o custo de cometer esse equívoco não for tão alto, então é possível trabalhar
com valores mais elevados de nível de significância.

131
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Nível de Significância e Estatística do Teste
2) Estatística do teste: precisamos aplicar uma fórmula para conseguirmos concluir nosso
teste de hipóteses. Se a população da qual extraímos a amostra está normalmente
distribuída (e, consequentemente, a amostra também), temos a seguinte estatística para
nosso teste:
x- 0
z=
s 6
Em que:

x = média amostral
0 = média populacional
s = desvio-padrão populacional (conhecido)
n = número de observações da amostra

132
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Exemplo
Uma engarrafadora de agua mineral comercializa galões de 10 litros. Contudo, como o
processo de engarrafamento é totalmente automatizado, é possível que alguns galões
eventualmente tenham pequenas variações no conteúdo de água.

A empresa reconhece essa possibilidade mas, de acordo com as regras de proteção ao


consumidor, o volume médio populacional deve ser de no mínimo 10 litros. Se essa
condição for satisfeita, eventuais variações são toleráveis pelos órgãos de proteção ao
consumidor.

Logo, a empresa gostaria de rejeitar a hipótese de que a média do volume dos galões da
população (ou seja, de toda a sua produção) seja igual ou inferior a 10 litros. Com isso,
podemos enunciar as seguintes hipóteses:

H0: ≤ 10;

Ha: > 10.

133
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Exemplo
A área de qualidade da empresa fez testes em 50 galões, assumiu que os dados
populacionais são normalmente distribuídos e que o desvio-padrão dessa população
(conhecido) era de 0,25. Nos testes com os galões, chegaram a um volume médio de 9,9
litros por galão e o nível de significância adotado foi de 0,01. Temos então o seguinte:

H0: ≤ 10 (hipótese que se deseja rejeitar);


Ha: > 10.

Aplicando a estatística do teste, temos:

9,9 - 10
z=
0,25
50
-0,1
z=
0,03536
z = - 2,83.

134
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
A Tabela de Probabilidade da Curva Normal

x = 9,9 0= 10
Valor-p = 1 – 0,9977
Valor-p = 0,0023

z = -2,83 0
Devemos procurar, na tabela da Distribuição Normal
Padrão, o valor correspondente a 2,83. Na coluna à
esquerda, procuramos os dois primeiros números
(2,8) e, então, seguimos nessa linha até a coluna
0,03, encontrando o valor de 0,9977.

135
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
A Tabela de Probabilidade da Curva Normal
E o que significa esse valor de 0,9977? Essa é
a área à direita do z (estatística do teste
encontrada). Portanto, podemos concluir Valor-p = 0,0023
que há probabilidade muito pequena
(0,23%) de encontrarmos na populações
galões com média amostral de 9,9 litros
(essa é a área à esquerda do z).

z = -2,83 0
Ao nível de significância de 1%, podemos
concluir que há evidências para rejeitar a
hipótese nula e aceitar, dessa forma, que a IMPORTANTE!
média do volume dos galões de água é Como se trata de uma variável aleatória
superior a 10 litros. contínua, ou seja, que pode assumir
qualquer valor, calculamos a
Em outras palavras, há 0,23% de chances de probabilidade de a variável assumir
se cometer um Erro Tipo 1, ou seja, rejeitar determinado valor em um intervalo.
a hipótese nula quando ela for verdadeira Portanto, a probabilidade de assumir
(na hipótese de serem encontrados galões qualquer valor em particular é zero!
com 10 litros ou menos).
136
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Regra de Rejeição de H0
Dessa forma, podemos concluir a regra de
rejeição da hipótese nula para um dado nível de
significância a em um teste unicaudal inferior:

Ø Rejeitamos H0 se o valor-p ≤ a.

Ø Rejeitamos H0 se z ≤ − fa.
No nosso exemplo, temos valor-p = 0,0023,
inferior ao a de 0,01 (nível de significância
escolhido). Da mesma forma, o z encontrado
pela estatística do teste, de -2,83, é inferior ao
z a de -2,33 (também conhecido por valor
crítico).
E como encontramos esse za? Voltando à tabela
da distribuição normal, temos que procurar nas
células a área de 0,99, que corresponde a 99% à
direita do z. E o número equivalente é 2,33.

137
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Teste Bicaudal
De forma genérica, o teste de hipóteses bicaudal engloba as seguintes hipóteses:

H0: = 0;
Ha: ≠ .

Suponha que um pesquisador gostaria de verificar se a média populacional é igual a 300.


Ele então assume um nível de significância de 5% (a = 0,05) e coleta uma amostra de 50
observações, na qual verifica uma média amostral de 302, com desvio-padrão de 12. Uma
vez definidos as hipóteses e o nível de significância, devemos agora calcular a estatística
do teste:
302 - 300
z=
12 50
2
z=
1,6971
z = 1,18.

138
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Vamos agora interpretar os resultados Teste Bicaudal
encontrando o valor-p e o valor crítico.

Devemos procurar na coluna da esquerda


pelo número 1,1 e, nessa linha, seguirmos
para a direita até a coluna 0,08. Encontramos
0,8810. Isso significa p (z < 1,18) é 0,8810.
Logo, p(z ≥ 1,18) é de 1 – 0,8810 = 0,1190.
Para calcularmos o valor-p, devemos duplicar
esse número, pois temos duas caudas. Logo,
valor-p = 2 x 0,1190 = 0,2380.

P(z ≤-1,18) = 0,1190 P(z ≥ 1,18) = 0,1190

z = - 1,18 0 z = + 1,18

139
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Dessa forma, podemos concluir a regra de Regra de Rejeição de H0
rejeição da hipótese nula para um dado nível de
significância a em um teste bicaudal:

Ø Rejeitamos H0 se o valor-p ≤ a.
Ø Rejeitamos H0 se z ≤ − fa/2 ou se z ≥ fa/2.

No nosso exemplo, temos valor-p = 0,2380,


superior ao a de 0,05 (nível de significância
escolhido), o que nos permite concluir que NÃO
podemos rejeitar H0.

Da mesma forma, o z encontrado pela estatística


do teste, de 1,18, é inferior ao z a/2 de 1,96
(também conhecido por valor crítico). E como
encontramos esse z a/2 ? Voltando à tabela da
distribuição normal, temos que procurar nas
células a área de 0,975, corresponde a 1 – 0,975 =
0,025 em cada cauda. Como é um teste bicaudal,
isso representa 0,05 em ambas as caudas. E o
número equivalente é 1,96.
140
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Teste de Hipóteses
Resumo

Exemplo do teste Unicaudal


Estatística do teste (z) = -2,83.
Como caiu na área de rejeição
de H0, temos evidências
suficientes para dizer que a
- 2,83 za= -2,33 0 média populacional não é igual
ou inferior a 10 litros por galão.
Rejeita H0 Não rejeita H0
Exemplo do teste Bicaudal
P(z ≤-1,96) = 0,025 P(z ≥ 1,96) = 0,025
Estatística do teste (z) = 1,18.
Como caiu na área de não
rejeição de H0, não temos
0 1,18 za=/2+ 1, 96 evidências suficientes para
z = - 1,96
a/2 dizer que a média amostral é
Rejeita H0 Não rejeita H0 Rejeita H0 diferente da média
populacional.
141
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Teste de Hipóteses
Resumo
Cauda inferior Cauda superior Bicaudal

H0: ≥ 0; H0: ≤ 0; H0: = 0;


Hipóteses Ha:
Ha: < 0 > 0. Ha: ≠ .
x- 0 x- 0 x- 0
Estatística do teste z= z= z=
s s s
g g g
Regra de rejeição
Rejeitar H0 se o Rejeitar H0 se o Rejeitar H0 se o
pelo critério do
valor-p valor-p ≤ a valor-p ≤ a valor-p ≤ a

Regra de rejeição Rejeitar H0 se


Rejeitar H0 se Rejeitar H0 se
pelo critério do z ≤ − ha/2 ou
z ≤ − ha. z ≥ ha.
valor crítico se z ≥ ha/2.

Desvio-padrão da população é conhecido!


142
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Capítulo 2:
Economia

143
2.1 Microeconomia

144
144
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Princípios
Coeteris Paribus: expressão de origem latina que significa tudo o mais constante. É um
dos princípios básicos da microeconomia, pois analisa as situações de forma isolada,
assumindo que todas as demais variáveis são constantes. Ela difere portanto da
Macroeconomia, pois essa última analisa as situações econômicas como um todo,
assumindo que tudo está inter-relacionado de alguma forma.

Por exemplo, na Macroeconomia, a elevação do PIB de um país em determinado período


pode estar associado a diversos fatores, como aumento da renda, elevação dos preços dos
produtos de exportação, crescimento populacional, entre outros.

Já na Microeconomia, analisaremos a elevação do PIB somente em função de outra


variável, assumindo que todas as demais são constantes.

145
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Princípios
Outros dois princípios básicos da Microeconomia são as curvas de oferta e de demanda.

Começando pela demanda, definimos a quantidade demandada de um bem como sendo


a quantidade que os compradores desejam e podem adquirir desse bem. Porém, a
demanda pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas
principalmente do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Demanda: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade
demandada desse bem diminui. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a
14
quantidade demandada aumenta.
12

10

Preço 8

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

146
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Princípios
Falando agora da curva da oferta, definimos a quantidade ofertada de um bem como
sendo a quantidade que os vendedores desejam e podem vender desse bem. Porém, a
oferta pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas principalmente
do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Oferta: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada
desse bem aumenta. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a quantidade
ofertada diminui. 14

12

10

8
Preço

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

147
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A demanda por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por
exemplo, vacinas contra a gripe registraram grande aumento de procura em função da
pandemia da COVID-19. Exemplos como esses fazem a curva se deslocar para a direita,
pois representam um aumento da demanda.

Agora, se as temperaturas no verão de determinado ano ficarem abaixo das médias, é


possível que a demanda por sorvetes diminua. Isso levaria a curva da demanda a se
deslocar para a esquerda.

Preço
Aumento da
demanda

Redução da
demanda

Quantidade

148
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A curva de demanda pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Renda: a renda disponível para o consumidor tem um impacto importante na


demanda desse consumidor por determinado produto. Como regra geral, se a renda
aumenta, a demanda pelo produto tende a aumentar; e, se a renda diminui, a
demanda tende a diminuir;
Ø Bens normais: porém, essa relação diretamente proporcional entre renda e
demanda é valida somente se estivermos tratando de bens normais. Eles
representam a maior parte dos bens na economia e são caracterizados por essa
relação diretamente proporcional entre a renda e a demanda;
Ø Bens inferiores: contudo, há certos bens que, quando a renda sobe, a
demanda cai. Por exemplo, se uma família tem um aumento de renda,
provavelmente ela irá preferir fazer a viagem de férias se deslocando por avião
do que por ônibus. Então, podemos dizer que a passagem de ônibus é
geralmente um bem inferior.

149
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
Ø Preços de bens relacionados: o preços dos bens relacionados (substitutos ou
complementares) podem também deslocar a curva da demanda.
Ø Bens substitutos: se o preço da manteiga subir, é possível que alguns
consumidores substituam esse produto por margarina em suas compras
mensais. Isso porque são dois produtos muito semelhantes e que satisfazem
desejos também semelhantes. Portanto, quando o aumento (queda) do preço
de um bem aumenta (reduz) a quantidade demandada de outro bem, dizemos
que são substitutos;
Ø Bens complementares: suponha agora que o preço da gasolina registrou
sucessivas elevações. Então, é razoável pensar que muitos consumidores
deixarão de comprar automóveis e procurarão outros meios de transporte.
Assim, quando o aumento (redução) do preço de um bem diminui (aumenta) a
quantidade demandada de outro bem, dizemos que são bens complementares.

150
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
Alguns outros fatores que podem levar a deslocamentos da curva de demanda são:

Ø Gostos: aqui temos um critério mais subjetivo, mas que pode influenciar a curva
de demanda. Por exemplo, se os consumidores passam a gostar mais de automóveis
do tipo SUVs, é provável que a curva de demanda por esse tipo de carro se desloque
para a direita;

Ø Expectativas: às vésperas da Black Friday, é possível que os consumidores adiem


suas compras aguardando as promoções típicas dessa data. Isso levaria a um
deslocamento da curva de demanda para a esquerda;

Ø Número de compradores: quanto mais compradores houver para determinado


bem, maior será a demanda por esse produto e, consequentemente, a curva de
demanda se deslocará para a direita.

151
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
É possível haver mudanças de demanda ao longo da curva, ou seja, que não impliquem
deslocamento da curva de demanda? Sim!

Deslocamentos ao longo da curva são causados por chamados fatores endógenos, ou


seja, que pertencem à curva, basicamente o preço. Vimos que um aumento do preço
implicará redução da quantidade demanda e vice-versa.

Mas há também os deslocamentos paralelos da curva, causados por fatores ditos


exógenos, ou seja, renda, preço de bens relacionados, gostos, expectativas e número de
compradores.

152
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A oferta por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por exemplo, o
aço é utilizado na produção de automóveis. Se o preço do aço cair, a fabricação de
automóveis se torna mais lucrativa, aumentando a oferta de carros no mercado. Exemplos
como esses fazem a curva se deslocar para a direita, pois representam um aumento da
oferta.

Agora, se o preço do aço sobe, a fabricação dos carros já se torna menos lucrativa e,
portanto, é de se esperar uma redução da oferta. Isso levaria a curva da oferta a se
deslocar para a esquerda.
Preço
Redução da
oferta
Aumento da
oferta

Quantidade

153
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Preço dos insumos: a oferta de um bem é negativamente correlacionada com o


preço dos insumos. Isso é, se o preço dos insumos sobe, a quantidade ofertada
diminui, deslocando a curva de oferta para a esquerda. Agora, se o preço dos
insumos cai, a quantidade ofertada aumenta, deslocando a curva de oferta para a
direita;

Ø Tecnologia: aqui já há uma relação diretamente proporcional entre tecnologia e


quantidade ofertada. Isso porque, quanto mais avançada a tecnologia aplicada ao
processo produtivo, menores os custos de produção e, consequentemente, maior a
quantidade ofertada, deslocando a curva da oferta para a direita;

154
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Expectativas: a expectativa dos produtores quanto ao preço futuro dos bens


produzidos também pode impactar a curva de oferta. Se, por exemplo, há uma
expectativa de alta do preço desses bens nos próximos meses, é possível que os
produtores resolvam estocar o bem ou adiar sua produção, aguardando a elevação
dos preços para ofertá-los. Nesse sentido, haveria momentaneamente uma redução
da oferta, deslocando a curva para a esquerda;

Ø Número de vendedores: quanto menos vendedores houver no mercado, menor a


oferta de determinado produto, o que deslocaria a curva de oferta para a esquerda.
Por sua vez, um aumento no número de produtores levaria a um aumento da oferta
desse produto, deslocando a curva para a direita. Portanto, aqui temos outro
exemplo de uma relação diretamente proporcional entre número de vendedores e
ofertas.

155
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio

Quando unimos as curvas de oferta e demanda em um mesmo gráfico, podemos notar o


chamado ponto de equilíbrio. Ele ocorre justamente no ponto em que as curvas se
interceptam.

Nesse ponto, também chamado de equilíbrio de mercado, a quantidade do bem que os


compradores desejam e podem comprar é igual à quantidade desse mesmo bem que os
vendedores querem e podem vender. Em outras palavras, nesse ponto estão todos
satisfeitos: compradores e vendedores.

156
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio
No gráfico a seguir, note que o preço de equilíbrio é de R$ 6 para uma quantidade de
equilíbrio de 6 unidades. Esse é justamente o ponto de intersecção das curvas de oferta e
demanda.

Oferta Demanda
14

12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

157
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Fora do equilíbrio
Porém, pode haver situações em que o mercado não esteja em equilíbrio. Nesses casos,
dizemos que há um excesso de oferta ou de demanda.

Por exemplo, ao preço de R$ 2,00, os vendedores ofertarão 2 unidades, mas os


compradores demandarão 10 unidades. Isso representa um excesso de demanda, pois 8
unidades não serão comercializadas para a atender toda a demanda.
Oferta Demanda
14

12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

Excesso de demanda
158
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Fora do equilíbrio
Por sua vez, ao preço de R$ 8, os vendedores desejarão vender 8 unidades; contudo, os
compradores estarão dispostos a consumir, por esse preço, somente 4 unidades. Temos
então um excesso de oferta, pois 4 unidades não conseguirão ser vendidas.

Oferta Demanda
14

12
Excesso de oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

159
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Retorno ao equilíbrio

Na maioria dos mercados livres, desequilíbrios são temporários e os preços tendem a


retornar ao equilíbrio. Essa é a chamada Lei da Oferta e da Procura, que sintetiza
justamente esse retorno ao equilíbrio.

Em casos de excesso de demanda, pode-se dizer que ocorrerá escassez do produto em


questão. Isso levaria os vendedores a aumentar os preços, retornando assim ao equilíbrio.

E, por sua vez, ocorrendo excesso de oferta, os vendedores, com os estoques cheios, sem
conseguir vender toda a produção no preço desejado (que está fora do equilíbrio),
tendem a reduzir os preços e, assim, trazendo o mercado de volta ao equilíbrio.

160
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Suponha que houve um aumento na demanda por determinado bem. Com isso, há um
deslocamento da curva de demanda para a direita e encontramos um novo ponto de
equilíbrio: o mercado estaria agora satisfeito comprando 8 unidades ao preço de R$ 8
cada.

Oferta Demanda
14

12
Aumento da
demanda
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

161
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Agora, imagine que os custos de produção de determinado bem aumentaram
significativamente. Como vimos, a lucratividade desses bens diminui e, com isso, os
produtores reduzirão a quantidade ofertada. Isso implicará um deslocamento da curva de
oferta para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio: o mercado estaria
agora satisfeito comprando apenas 4 unidades ao preço de R$ 8 cada.

Oferta Demanda
14

12 Redução da
oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

162
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Resumo

Sem mudanças na Oferta Aumento da Oferta Redução da Oferta


Sem mudanças Preço igual Preço diminui Preço aumenta
na Demanda Quantidade igual Quantidade aumenta Quantidade diminui
Preço = não se pode Preço aumenta
Aumento da Preço aumenta
determinar Quantidade = não se
Demanda Quantidade aumenta
Quantidade aumenta pode determinar
Preço diminui Preço = não se pode
Redução da Preço diminui
Quantidade = não se afirmar
Demanda Quantidade diminui
pode afirmar Quantidade diminui

163
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Excedente do Consumidor e do Produtor
Excedente do consumidor é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um
bem menos a quantia realmente paga por ele. Já o excedente do produtor é o montante
que um vendedor recebe menos o seu custo de produção.

Preço Preço
Excedente do Excedente do
consumidor produtor

Quantidade Quantidade

164
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Elasticidade
Vimos até agora que, de acordo com a Lei da Demanda, um aumento nos preços levará a
uma redução na quantidade demanda e vice-versa. Porém, a pergunta que fica é: um
aumento dos preços reduzirá quanto exatamente a quantidade demandada?

Por sua vez, conforme a Lei da Oferta, um aumento nos preços levará a uma elevação na
quantidade ofertada e vice-versa. Porém, a pergunta novamente que fica é: um aumento
dos preços aumentará quanto exatamente a quantidade ofertada?

A resposta a ambas as perguntas é: depende! Mas depende do quê? Depende da


elasticidade! A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e
vendedores às mudanças das condições de mercado.

Por exemplo, um aumento no preço da gasolina reduzirá em quanto a quantidade


demandada desse combustível? A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a
responder a essa pergunta!

165
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a quantificar a redução da demanda em
função de determinado aumento dos preços.
A demanda por um bem pode ser dita, como regra geral, elástica, inelástica ou com
elasticidade unitária:
Ø Elástica: a demanda por um bem é dita elástica se a quantidade demandada
responde substancialmente a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda elástica sobe 10%, a demanda cairá mais do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre superior a 1.

Ø Inelástica: já a demanda por um bem é chamada inelástica se a quantidade


demandada responde pouco a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda inelástica sobe 10%, a demanda cairá menos do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre inferior a 1.

Ø Elasticidade unitária: quando um aumento de 10% no preço de um produto


implica uma redução de exatamente 10% na quantidade demandada. A elasticidade-
preço da demanda nesses casos é sempre igual a 1.

166
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada pelos seguintes fatores:

Ø Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais disponíveis forem bens


substitutos, maior será a elasticidade-preço da demanda. O exemplo clássico é o de
manteiga e margarina: um aumento de 1% no preço da manteiga deve reduzir a
quantidade demandada em mais do que 1%, haja vista a possibilidade de substituí-la
facilmente pela margarina;

Ø Bens necessários e supérfulos: bens necessários, como o nome diz, referem-se a


produtos ou serviços de grande necessidade como, por exemplo, a escola dos filhos
de uma família. Um aumento pontual no preço da mensalidade dificilmente levará os
pais a trocarem os filhos de escola. Em outras palavras, bens necessários têm
demanda mais inelástica; já os bens supérfluos são aqueles de menor relevância
para o consumidor e que, portanto, têm demanda mais elástica. Ou seja, o
consumidor consegue ficar sem consumi-los ou consumir quantidade bem inferior à
que consumia anteriormente à elevação dos preços.

167
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada também pelos seguintes fatores:

Ø Definição do mercado: a forma como definimos o mercado pode influenciar a


elasticidade. Por exemplo, ao falarmos do mercado de meios de locomoção como
um todo, podemos assumir uma demanda mais inelástica, pois as pessoas precisam
se locomover; porém, se falarmos mais especificamente de carros com elevado
consumo de combustível, essa categoria já terá uma demanda mais elástica, pois os
consumidores podem trocá-lo por automóveis mais econômicos ou por outros meios
de transporte.

Ø Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica tende a


ser a demanda. Isso porque o consumidor vai adaptando seu estilo de consumo. Por
exemplo, se o preço da gasolina sobe, é possível que haja uma redução na demanda
por combustível em um primeiro momento. Porém, se os preços continuarem
elevados por mais tempo, então o consumidor pode adaptar alguns hábitos para
consumir menos combustível como, por exemplo, pegar uma carona, ir de transporte
público, ou mesmo a pé ou de bicicleta, diminuindo assim mais drasticamente a
demanda por gasolina.
168
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Cálculo da Elasticidade-preço da demanda
Variação percentual na quantidade demandada
Elasticidade-preço da demanda =
Variação percentual do preço

Se o aumento de 1% no preço da manteiga implicar redução de 3% em sua quantidade


demandada, a elasticidade-preço da demanda da manteiga é de 3/1 = 3.

CUIDADO!
Segundo a Lei Geral da Demanda, um aumento nos preços levará a uma redução da
quantidade demandada e, por sua vez, uma redução nos preços implicará aumento da
quantidade demandada. A Elasticidade-preço da demanda nos diz a magnitude dessas
variações, mas a direção oposta (contrária) do movimento persiste, isto é, preço
aumenta (diminui), quantidade demandada diminui (aumenta).
Portanto, o resultado do cálculo da elasticidade-preço da demanda nos dará a
magnitude desse movimento contrário. Logo, um aumento de 1% no preço da manteiga
levará a uma redução da quantidade demandada em 3%, pois sua elasticidade-preço da
demanda é 3.

169
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
O ponto médio
Sejam os seguintes dois pontos ao longo da curva de demanda:
Preço Se calcularmos a elasticidade partindo de A para B, temos
B que a quantidade reduziu de 100 para 80 (-20%) e que o
15
preço subiu de 10 para 15 (50%). Isso resultaria em uma
10 A elasticidade de 20/50 = 0,4.
Porém, se calcularmos partindo de B para A, temos que a
quantidade subiu de 80 para 100 (25%) e o preço caiu de 15
80 100 Quant. para 10 (-33%), resultando em uma elasticidade de 0,76,
aproximadamente.
Para contornarmos esse problema, fazemos os cálculos a partir dos preços médios, isto é, 12,5
para o preço e 90 para a quantidade.
Dessa forma, partindo de A para B, a queda na quantidade foi de 20 em relação a um preço
médio de 90, o que representa -22,2%. Da mesma forma, o aumento de 5 no preço de A para
B, sobre um preço médio de 12,5, representa 40%. Portanto, a elasticidade seria de 22,2/40 =
0,555.
Fazendo a conta no sentido contrário, de B para A, o aumento na quantidade foi de 20 em
relação a um preço médio de 90, o que representa 22,2%. Da mesma forma, a redução de 5 no
preço de B para A, sobre um preço médio de 12,5, representa - 40%. Portanto, a elasticidade
continuaria sendo de 22,2/40 = 0,555.
170
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Elasticidade ao longo de curva de demanda

Apesar de parecer contra intuitivo à primeira vista, a elasticidade varia ao longo de uma
curva de demanda linear. Isso porque a elasticidade é a razão das variações percentuais
de duas variáveis.

80

70
Elasticidade > 1
60

50
Elasticidade < 1
Preço

40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Quantidade

171
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda com
Demanda Demanda elasticidade
perfeitamente inelástica:
inelástica: unitária:
elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. Quant. 16 20 Quant.


19 20
Aumento no Aumento no preço Aumento no preço em
preço não altera em 22% diminuiu a 22% diminuiu a
em nada a quantidade quantidade demandada
quantidade demandada em em exatamente 22%.
demandada. apenas 5,13%.

172
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda Demanda
elástica: perfeitamente
elasticidade > 1 elástica:
elasticidade infinita
Preço

15 20 Quant. Quant.

Ao preço de R$ 8, os
Aumento no preço
consumidores comprarão
em 22% diminuiu a
qualquer quantidade.
quantidade
Acima de R$ 8, a
demandada em
demanda é zero e, abaixo
28,6%.
de R$ 8, infinita.

173
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Outras Elasticidades
Além da elasticidade-preço da demanda, podemos também enunciar pelo menos outras
três:

Ø Elasticidade-renda da demanda: mede o quanto varia a quantidade demandada


em função de uma alteração na renda do consumidor.
Ø Bens normais: elasticidade-renda da demanda positiva, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem também
aumenta;
Ø Bens inferiores: elasticidade-renda da demanda negativa, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem diminui;
Ø Bens necessários: elasticidade-renda positiva, mas baixa, pois são bens que
precisam ser consumidos, ainda que em menor quantidade;
Ø Bens supérfluos: elasticidade-renda positiva e bem elevada, pois os
consumidores podem passar um tempo sem consumi-los.

Variação percentual na quantidade demandada


Elasticidade-renda da demanda =
Variação percentual na renda

174
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede o quanto varia a quantidade


demandada de determinado bem em função de uma alteração no preço de outro
bem.
Ø Bens substitutos: novamente o exemplo clássico da manteiga e da margarina.
Uma elevação no preço da manteiga levará a um aumento na quantidade
demandada de margarina. Logo, bens substitutos têm elasticidade-preço
cruzada da demanda positiva.
Ø Bens complementares: são aqueles que consumimos geralmente em pares
como, por exemplo, gasolina e automóveis. Um aumento no preço da gasolina
tende a reduzir a quantidade demandada de automóveis. Portanto, bens
complementares têm elasticidade-preço cruzada da demanda negativa.

Elasticidade-preço cruzada Variação percentual na quantidade demandada do bem 1


da demanda = Variação percentual do preço do bem 2

175
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço da oferta: mede o quanto varia a quantidade ofertada de


determinado bem em função de uma alteração no preço.
Ø A oferta de um bem é dita elástica se a quantidade ofertada responde
substancialmente a mudanças no preço;
Ø Por sua vez, a oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde
pouco a variações no preço.
Ø O fator que mais influencia a elasticidade-preço da oferta é o prazo. Isso
porque, no curto prazo, a elasticidade é mais elástica e, em períodos mais
longos, menos elástica.

Variação percentual na quantidade ofertada


Elasticidade-preço da oferta =
Variação percentual do preço

176
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta com
Oferta Oferta elasticidade
perfeitamente inelástica:
inelástica: unitária:
elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. 16 17 Quant. 16 20

Aumento no Aumento no Aumento no preço


preço não preço em 22% em 22% aumentou
altera em nada aumenta a a quantidade
a quantidade quantidade ofertada em
ofertada. ofertada em exatamente 22%.
apenas 6,1%.

177
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta elástica: Oferta
elasticidade > 1 perfeitamente
elástica:
elasticidade infinita
Preço Preço
10
8

16 24 Quant.
Quant.
Aumento no preço em Ao preço de R$ 8, os
22% aumentou a produtores venderão
quantidade ofertada qualquer quantidade. Acima
em 40%. de R$ 8, a oferta é infinita e,
abaixo de R$ 8, é zero.

178
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Regulamentação Governamental e o Equilíbrio
As políticas governamentais para a economia podem impactar o equilíbrio de mercado.
Nesse sentido, destacamos quatro práticas que podem levar a esse desequilíbrio:

Ø Limites de preços: representa o limite máximo que um vendedor poderia cobrar


por seu produto. Comum nas épocas de hiperinflação no Brasil, o chamado controle
de preços teve efeitos pífios na prática;

Ø Impostos: a incidência de impostos sobre produtos e serviços naturalmente irá


aumentar o preço de equilíbrio e diminuir a quantidade nesse ponto de equilíbrio;

Ø Subsídios: pagamentos em dinheiro feito pelo governo a determinados setores de


produção que resultarão em um aumento na quantidade de equilíbrio e uma
redução no preço de equilíbrio;

Ø Cotas: parecido com o controle de preços, as cotas limitam a quantidade que pode
ser produzida, levando a um aumento do preço de equilíbrio.

179
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Preço
Limites de Preços
Se o preço máximo
Preço for estabelecido
PE máximo acima do preço de
equilíbrio, seu
efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço

Agora, se o preço
máximo for
estabelecido abaixo
Preço
do preço de
máximo
equilíbrio, haverá
QO Escassez QD escassez.
Quantidade

180
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Preço Limites de Preços
Se o salário mínimo
for estabelecido
PE abaixo do preço de
Salário equilíbrio, seu
mínimo efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço
Desemprego
Salário
mínimo Agora, se o preço
máximo for
PE estabelecido acima
do preço de
equilíbrio, haverá
Quantidade desemprego.
QD QE QO

181
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Preço
Impostos
A cobrança de impostos sobre os vendedores desloca
a curva de oferta para a esquerda. Isso irá mudar o
PIC Preço de Equilíbrio (PE) para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV
equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será inferior (QI).
Quantidade Já a cobrança de impostos incidente sobre os
Preço compradores desloca a curva de demanda para a
esquerda. Apesar de incidir agora sobre os
compradores, os efeitos serão idênticos: o Preço de
PIC Equilíbrio (PE) mudará para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será igualmente inferior (QI). Ou seja,
Quantidade consumidores e vendedores sempre dividirão o ônus
do tributo.
182
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Preço
Cotas e Subsídios
A introdução de uma cota de produção, que
PC geralmente é definida para regular mercados,
estabelecendo um limite máximo de produção, tem
PE como efeitos a redução da quantidade ofertada de
QE para QC e, consequentemente, a elevação do
preço de PE para PC, assumindo que a cota foi
definida como sendo uma quantidade inferior à de
QC QE Quantidade equilíbrio. Se a cota for definida a uma quantidade
superior à de equilíbrio, o efeito será inócuo.
Preço
Já o estabelecimento de subsídios desloca a curva de
PSV oferta para a direita. Com isso, a quantidade
ofertada sobe de QE para QS. Já os novos preços se
PE
PSC comportam da seguinte forma: os vendedores
passam a receber um preço maior, PSV, por conta do
subsídio que recebem, e os consumidor passam a
QE QS pagar um preço inferior, PSC.
Quantidade

183
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
Dois efeitos muito importantes podem ser enunciados quando o preço de um
determinado produto cai. Suponha que um consumidor tem duas opções de compra:
refrigerante e cachorro quente. Se o preço do refrigerante cair, haverá duas
consequências:

Ø Efeito Renda: com a queda do preço do refrigerante, o consumidor se sente mais


“rico”, pois agora, com a mesma renda, pode comprar mais refrigerante e mais
cachorro quente. Esse é o efeito renda!

Ø Efeito Substituição: mas ele pode pensar também o seguinte – como o


refrigerante está mais barato, posso comprar mais latas de refrigerantes para cada
cachorro quente que eu abrir mão. Em outras palavras, como o cachorro quente está
agora relativamente mais caro, eu deveria comprar mais refrigerante e menos
cachorro quente. Esse é o efeito substituição!

184
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
E o que ele fará então?

Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais refrigerante e mais cachorro quente. Mas, pelo
Efeito Substituição, é mais vantajoso comprar mais refrigerante. Logo, como ambos os
efeitos atuam na direção de comprar mais refrigerante, o Efeito Total nos diz que ele
comprará mais refrigerante.

E sobre o cachorro quente? Não se pode afirmar, pois os Efeitos Renda e Substituição
operam em direções opostas. Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais cachorro quente;
mas, pelo Efeito Substituição, como o refrigerante ficou comparativamente mais barato que
o cachorro quente, ele deveria comprar menos cachorro quente e mais refrigerante. Tudo
dependerá da magnitude de cada um dos efeitos.

Resumindo: assumindo que o refrigerante é um bem normal, ou seja, se sua renda cresce,
você deseja consumir mais refrigerante. Assim, se o preço do refrigerante cair, o Efeito
Renda é positivo, o Efeito Substituição é Positivo e o Efeito Total também é positivo!

185
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
E se for um bem inferior, aquele que, se sua renda subir, você deseja consumir menos?
Nesse caso, o Efeito Renda será sempre negativo. Isso porque se o preço de um bem
inferior cair, você tende a consumir menos. Com a queda do preço, é como se sua renda
tivesse aumentado. Logo, você vai querer consumir bens normais ao invés de bens
inferiores.

O Efeito Substituição é sempre positivo para bens cujos preços estão caindo, pois é possível
comprar mais desse bem (agora mais barato) em substituição a outro que não teve redução
de preço. Então, mesmo sendo bem inferior, o efeito substituição é igualmente positivo.

Como o Efeito Renda é negativo e o Efeito Substituição é positivo, o Efeito Total depende
da magnitude de cada um desses efeitos.

186
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Estruturas de Mercado
Em Microeconomia, temos quatro principais estruturas de mercado:

1. Monopólio
2. Oligopólio
3. Competição Perfeita
4. Competição Monopolística

Estrutura de
Tipos de Produtos Número de empresas Exemplos
Mercado
Monopólio Diversos Uma Saneamento básico
Cigarros, empresas
Oligopólio Diversos Poucas
aéreas no Brasil
Competição
Homogêneos Muitas Trigo, leite
Perfeita
Competição
Diferenciados Muitas Livros, restaurantes
Monopolística

187
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Competição Perfeita
A Competição Perfeita é caracterizada pelos seguintes fatores:
Ø Há muitos compradores e vendedores no mercado;
Ø Os bens oferecidos são homogêneos;
Ø Os participantes são tomadores de preços;
Ø As empresas podem entrar e sair livremente do mercado (barreiras de entrada e
saída praticamente inexistentes);
Ø Não há lucros econômicos no longo prazo.

E qual a decisão de um vendedor sobre quanto produzir e qual preço cobrar operando
em um mercado de competição perfeita? O vendedor buscará maximizar seu lucro
(contábil) no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Vamos ver o
gráfico seguinte para ficar mais claro!

188
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Competição Perfeita
Custos e Receita Custo Marginal

Custo Total Médio


P = RMg
Preço = Receita Marginal. Como são
tomadores de preço, os vendedores não
conseguem praticar outro preço que não
esse.
Custo Variável Médio

QMAX Quantidade

Enquanto a Receita Marginal (RMg) for maior que o Custo Marginal (CMg), o produtor
continuará aumentando sua produção. Porém, se o Custo Marginal se tornar superior à
Receita Marginal, então não fará sentido aumentar mais a produção. Portanto, o ponto de
maximização dos lucros ocorrerá no momento em que a Receita Marginal for igual ao Custo
Marginal.
189
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Monopólio
O monopólio é uma estrutura de mercado em que uma empresa detém todo o mercado
de um bem. Isso altera totalmente as estruturas que vimos há pouco nos mercados em
concorrência perfeita.

O Monopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:


Ø Uma única empresa detém todo o mercado e, portanto, é formadora de preços
(ao contrário da competição perfeita, em que os vendedores eram tomadores de
preços);
Ø O monopolista aufere lucros econômicos, mesmo no longo prazo;
ØHá enormes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como
único vendedor de seu mercado.
Ø Recurso-chave necessário para a produção é exclusivo de uma empresa;
Ø Regulamentação do governo: concessão a uma única empresa do direito
exclusivo de produzir determinado bem;
Ø Economia de escala (monopólio natural): uma única empresa consegue
fornecer determinado bem a um custo significativamente inferior.

190
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Custo
Monopólio
Preço Marginal

PMon Custo Total Médio


P = RMg
Conc. Lucro
Perfeita
Custo
Receita
Total Demanda
Médio Marginal
QMon QConc Quantidade
Perfeita

No Monopólio, a curva de demanda é negativamente inclinada, conforme a Lei Geral da


Demanda. O Monopolista também maximizará seu lucro no ponto em que Receita Marginal
for igual ao Custo Marginal. Porém, como ele é formador de preços, o monopolista venderá
exatamente o que a demanda estiver disposta a consumir nesse ponto. O resultado é que o
preço é maior e a quantidade, menor, se comparados aos preços e quantidades da
Competição Perfeita.
191
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Competição Monopolística
A Competição Monopolística é uma estrutura de mercado que se situa entre o monopólio e a
competição perfeita. Nesse sentido, há empresas que enfrentam concorrência, mas não tão
rigorosas como na competição perfeita a ponto de serem tomadoras de preço. Por sua vez, há
empresas com certo grau de poder de mercado, mas não a ponto de serem monopolistas.

Alguns exemplos de mercados com competição monopolística: livros, restaurantes, educação


em geral, vestuários, entre outros.

A Concorrência Monopolística é caracterizada pelos seguintes fatores:


Ø Baixas barreiras de entrada: empresas podem entrar e sair do mercado sem muitas
restrições; contudo, haverá um ajuste no número de empresas até que o lucro
econômico se torne zero;
Ø Diferenciação de produtos: cada empresa consegue oferecer produtos ligeiramente
diferentes dos demais oferecidos por outras empresas (produtos similares, mas não
idênticos). Nesse sentido, ela não chega a ser tomadora de preços, mas se depara com
uma curva de demanda de inclinação descendente (conforme a Lei Geral da Demanda) e
elástica;
Ø Grande número de vendedores: há muitas empresas concorrendo pelos mesmos
clientes.
192
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal CURTO PRAZO
PMon Custo Total Médio

Lucro P = RMg
Conc.
Custo Perfeita
Total
Médio Receita
Marginal Demanda

QMon
Quantidade

No curto prazo, a Competição Monopolística é muito semelhante ao monopólio. Além disso,


as empresas operando sob a Competição Monopolística seguem as regras de maximização de
lucros, produzindo no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Nesse
ponto, projeta-se a quantidade e o preço sobre a curva da demanda (como no monopólio) e
temos a quantidade e o preço nesse cenário, o que leva a lucros econômicos no curto prazo!

193
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal LONGO PRAZO
Custo Total Médio

Preço =
Custo
Total
Médio

Demanda Demanda
inferior
Quantidade Receita
que Marginal Quantidade
maximiza o
lucro
Porém, essa situação de lucro econômico positivo é efêmera pois, nesse mercado, há poucas
barreiras de entrada. Logo, novas empresas passarão a ofertar o produto e, com isso, há uma
redução da demanda para cada empresa, deslocando para a esquerda a curva de demanda.
Com isso, à medida que cai a demanda para cada empresa, seus lucros também diminuem,
até que chegam a zero. Portanto, no longo prazo, a estrutura se parece uma competição.

194
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Oligopólio
O oligopólio é uma estrutura de mercado com poucos competidores.

O Oligopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:

Ø Poucos vendedores;
Ø Grandes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como único
vendedor de seu mercado;
Ø Interdependência entre os concorrentes: há uma tensão entre cooperação e
interesse próprio. Por um lado, os oligopolistas se beneficiam quando cooperam
entre si e atuam como monopolistas; por outro lado, como cada um se preocupa
com o próprio lucro, é possível que tomem medidas capazes de impedir que um
grupo de empresas mantenha seus resultados cooperativos. Em outras palavras, o
que um faz interfere no que o outro fará!

195
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Oligopólio
Oligopólios podem atuar como monopolistas desde que façam um conluio, ou seja, um
acordo sobre a produção e os preços entre as empresas. E o grupo de empresas que age
de acordo com esse combinado é chamado cartel.

Porém, na prática, a cooperação necessária é muitas vezes difícil de se manter. Uma das
explicações disso vem da Teoria dos Jogos, especificamente do Dilema dos Prisioneiros.

O Dilema dos Prisioneiros relata uma história de dois criminosos capturados pela polícia.
A polícia tem provas suficientes para incriminá-los por determinado crime e suspeita que
ambos criminosos tenham cometido um assalto a banco juntos, mas não tem provas
suficientes com relação a esse crime maior.

A polícia propõe a eles o seguinte: se um deles confessar o assalto a banco e acusar o


companheiro, ele estará livre e o companheiro ficará 20 anos preso. Contudo, se ambos
confessarem o assalto a banco, eles podem ficar presos por menos tempo, 8 anos. Porém,
se nenhum dos dois confessar, ambos ficarão presos por apenas 1 anos.

196
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Oligopólio
Em resumo, cada um tem duas estratégias: confessar ou não confessar. Porém, a sentença
que cada um receberá dependerá do que o outro fizer.

Ambos pensam o seguinte: se meu colega não confessar, é melhor eu confessar, pois
estarei livre. Agora, se meu colega confessar, também é melhor eu confessar, pois assim
ficarei preso por 8 anos. Logo, a estratégia dominante é confessar, pois a melhor para
cada um dos jogadores, independente do que o outro fizer.

Contudo, o melhor era nenhum dos dois confessar, pois cada um ficaria preso por apenas
um ano. Mas, ao perseguirem os interesses próprios, os dois chegam a resultados piores
para ambos.

Essa é uma das teorias que tenta explicar por que oligopólios poderiam funcionar como
monopólios na teoria, mas não conseguem fazê-lo na prática!

197
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Outro modelo de oligopólio afirma Preço Oligopólio
existir uma curva de demanda
Demanda MAIS
“quebrada”, isto é, com duas inclinações
elástica
diferentes. Na parte superior, a Ponto de quebra
demanda é seria mais elástica e, na
parte inferior, menos elástica. Em outras
palavras, se uma empresa aumentasse Demanda
os preços para pontos acima do ponto MENOS elástica
de quebra, em que os consumidores são
mais sensíveis a mudanças de preços,
ela não conseguiria aumentar muito seu
faturamento, visto que seu concorrente
dificilmente subirá os preços para acima Quantidade
do ponto de quebra.
Por sua vez, reduzir os preços para abaixo do ponto de quebra também não seria
interessante. Nesse ponto, além de os consumidores serem mais insensíveis (demanda
menos elástica) a preços, provavelmente o concorrente também reduzirá seus preços e todos
sairiam perdendo.

198
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Microeconomia
Resumo das Estruturas de Mercado
Competição Concorrência
Monopólio Oligopólio
Monopolística Perfeita
Barreiras de Praticamente
Grandes Grandes Pequenas
entrada inexistentes
Quantidade
Uma Poucas Inúmeras Inúmeras
de empresas
Depende de como
Lucro Apenas no curto
Sim se comportam os Não
econômico prazo
participantes
Consegue Formadora de Sim, embora com Tomadora de
Sim
definir o preço Preços menos força Preços
Formato da
curva de Decrescente Decrescente Decrescente Plana
demanda
Receita Depende de como
Maximização Receita Marginal Receita Marginal =
Marginal = se comportam os
dos Lucros = Custo Marginal Custo Marginal
Custo Marginal participantes
199
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
2.2 Macroeconomia

200
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Principais Indicadores Econômicos


Conceito
Os principais indicadores da economia brasileira e cobrados em prova são:
Ø PIB – Produto Interno Bruto;
Ø Taxa SELIC-Meta e Selic-Over;
Ø Taxa DI;
Ø TR – Taxa Referencial;
Ø PTAX – Taxa de câmbio;
Ø IPCA e IGP-M – Índices de Inflação; e
Ø TLP – Taxa de Longo Prazo

201
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
PIB – Produto Interno Bruto
Conceito
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de tudo que é produzido dentro de um país
em um determinado ano, sendo assim, a riqueza de um país. Mankiw (2007) definiu PIB
como “o valor de mercado de TODOS OS BENS E SERVIÇOS FINAIS produzidos em um país
em um dado período de tempo”, portanto, exclui-se da conta todos os bens de consumo
intermediários, ou somasse somente o valor agregado de cada parte.
Este indicador é considerado o melhor medidor de bem estar econômico de uma
sociedade, pois ele considera tudo o que foi gerado (Carros, pães, livros, computadores,
ingressos de cinema, refeições) em um determinado ano.
O cálculo do seu valor não é uniforme e os dois principais aspectos são:
Ø Ótica do Consumo (Despesa);
Ø Ótica da Produção;

202
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

PIB – Produto Interno Bruto


PIB e o Valor Agregado
No cálculo do PIB são considerados somente os bens e serviços finais, ou seja, os bens e
serviços intermediários são desconsiderados para não haver sobreposição de valores. No
entanto, cada bem vendido ou serviço prestado está gerando PIB.
Para facilitar o entendimento, vamos supor que um (1) MARCENEIRO vendeu por
R$ 500,00 madeiras para uma (2) FÁBRICA construir uma cama. Após isso, esta fábrica
vendeu por R$ 2 mil a cama. O PIB total gerado foi de R$ 2 mil, no entanto, o marceneiro
gerou R$ 500 e sobre a madeira, a fábrica AGREGOU mais R$ 1.500,00 de PIB.

PIB TOTAL GERADO:


R$ 2.000,00

R$ 500 R$ 1.500

MARCENEIRO FÁBRICA CONSUMIDOR

203
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
PIB – Produto Interno Bruto
Ótica do Consumo
Pela ÓTICA DO CONSUMO, o PIB resulta da soma dos seguintes fatores:
Ø Consumo das Famílias: Como o nome já diz, é o consumo das pessoas físicas!
Ø Investimentos das Empresas: despesa das empresas em investimento, sendo em
bens de capital, matérias-primas e produtos (variação de estoques),;
Ø Gastos do Governo: este item leva em consideração todos os gastos que o
governo faz em bens ou serviços. Não é considerado os gastos com transferências
(como bolsa família) e nem os pagamento de juros sobre a dívida pública.
Ø Balança Comercial: Também chamada de EXPORTAÇÃO LÍQUIDA, é a resultante
das nossas exportações, descontado das importações. Quanto mais caro o dólar
(desvalorização do real), maior será esse item e maior será o PIB.

Balança Comercial

PIB = C onsumo + Investimentos + GGastos do Governo + Xexportação – iMportação

204
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

PIB – Produto Interno Bruto


Ótica da Produção
Pela ÓTICA DA PRODUÇÃO, o PIB corresponde à soma dos valores
agregados líquidos dos setores primário, secundário e terciário da economia (indústria,
agropecuária e serviços), mais os impostos indiretos, mais a depreciação do capital,
menos os subsídios governamentais. Podemos também calcular da seguinte forma:

PIB = Produção
da Indústria + Produção
Agrícola + Produção
de Serviços

Portanto, a Ótica da produção é o processo reverso da ótica do consumo, pois, para


alguém comprar, outra deve vender (produzir). Importante ressaltar que os valores
gerados ao PIB, devem ser o mesmo, não importando a forma que se calcule.

205
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
SELIC-META
Conceito
A Selic-Meta é a taxa de juros definida pelo COPOM, que toma essa decisão com base na
Meta de Inflação (IPCA). Ela será a META que o governo deseja para taxa de juros
praticada pela economia brasileira em relação a dívida brasileira para aquele período.

q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;
Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;
Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;
Ø Praticada pelo Governo.

206
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

SELIC-OVER
Conceito
Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia), obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações
de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e cursadas no
referido Sistema na forma de operações compromissadas.

A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que
chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um
investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é
composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e
demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).

q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);
Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;
Ø Praticada pelo Mercado Financeiro.

207
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
CDI – Certificado de Depósito Interbancário
Conceito
Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições
financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são
idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua
função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras
palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para
quem não tem. A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar a
rentabilidade de fundos, como os DI, por exemplo.

O DI é utilizado para avaliar o custo do dinheiro negociado entre os bancos, no setor


privado e, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), essa modalidade de aplicação
pode render taxa de prefixada ou pós-fixada.

208
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

CDI X SELIC
Conceito
O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro
para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic.
No entanto, a taxa Selic Over é obtida mediante o cálculo da taxa média das operações
de financiamento por um dia entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos
públicos federais. Quando o financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa
CDI.

Banco
Títulos Privados (CDI)
Central IF IF
Taxa CDI

Venda
de TPF Títulos Públicos Federais

IF
Taxa Selic Over
IF = Instituição Financeira

209
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
TR – Taxa Referencial
Conceito
A TR é um índice de referência de juros da economia brasileira, principalmente utilizada
para correções da Poupança, empréstimos de habitação como o SFH, títulos da dívida
agrária (TDA) e do FGTS.
Para chegarmos no valor da Taxa Referencial, o banco central aplica um redutor sobre a
Taxa Básica Financeira. Para a formação da TBF, calculasse as taxas de juros negociadas
no mercado secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN). Assim, a TBF de um mês
será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos
imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da
aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93.

210
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

TLP – Taxa de Longo Prazo


Conceito
A TAXA DE LONGO PRAZO (TLP) É O PRINCIPAL CUSTO FINANCEIRO DOS
FINANCIAMENTOS DO BNDES. Ela compõe a taxa de juros final, junto com as
remunerações (spreads) do BNDES e dos bancos repassadores e a taxa de risco de crédito
do cliente.

A TLP mensal é composta de uma parcela de juros reais pré-fixados ("TLP-Pré") e da


inflação (IPCA), sendo que a TLP-Pré será CALCULADA E DIVULGADA NO INÍCIO DE CADA
MÊS PELO BANCO CENTRAL. A partir da data de início de vigência dos contratos em TLP, a
parcela de juro real será fixa, ao longo da vida dos contratos, variando apenas o
componente da inflação, que é o IPCA.

= ×
Juros Reais
TLP Prefixados
(“TLP-Pré”)
Inflação
(IPCA)

211
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Taxa de Câmbio
Conceito
Por definição do Banco Central do Brasil a “Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a
cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”, ou seja, quanto é necessário de uma
moeda de um país para comprar a moeda de um outro país. No entanto, as moedas
podem ter diversas formas de mensuração (o quanto ela está custando).

q PRINCIPAIS TIPOS DE COTAÇÃO:


Ø PTAX: principal tipo cobrado na prova, ela é a média simples das transações
realizadas entre as instituições financeiras autorizadas a negociar câmbio no país,
sendo calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central.
Ø Comercial: este é o valor utilizado para as operações comerciais, tais como
Importações e Exportações, tanto de empresas, como do governo;
Ø Turismo: esta é a cotação através das negociações nas casas de câmbio, na qual as
pessoas físicas comprar para fazerem suas viagens.
Ø Spot: é taxa à vista do dólar que está sendo negociado;
Ø Forward: taxa negociada no mercado futuro (spot x taxa de juros).

212
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Taxa de Câmbio
PTAX: Conceito
A PTAX é a principal taxa de câmbio utilizada nacionalmente como referência do real por
dólares americanos. Seu nome veio da PTAX800, por causa da PTAX800, uma transação do
Sistema do Banco Central usada durante muitos anos pelo público para consultar taxas de
câmbio, mas que foi descontinuado em 2014.

Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média ponderada pelo volume das
operações no mercado interbancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis. Hoje
em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em quatro momentos de alta liquidez no
mercado de câmbio, que informam qual foi o valor que eles numa única negociação que
eles fizeram naquele momento com o dólar americano, ou seja, qual o preço praticado no
mercado interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma MÉDIA SIMPLES
(aritmética), de cada ponta de compra e venda do dólar. A divulgação da PTAX ocorra a
cada consulta (são 4 por dia) e no final do dia também, com a PTAX do dia.

A participação dos dealers (instituições financeira) no cálculo da Ptax é avaliada


mensalmente e um desempenho insatisfatório, o leva ao descredenciamento.

213
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Taxa de Câmbio
Desvalorização do Dólar
Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem
vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está
caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se
tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O
REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares
pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “caro”, o aumento da
$ $ $ quantidade de dólares em $ $ $
$ $ $ circulação poderá ocorrer através $ $ $
de:
o Aumento das Exportações
$ $ $
o Aumento da Conta Turismo $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 o Venda de dólares pelo BC US 1,00 = R$ 2,00

214
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Taxa de Câmbio
Valorização do Dólar
A valorização da moeda estrangeira ocorre da mesma forma: quando há uma diminuição
da sua quantidade ou quando muitas pessoas a estão comprando. Ou seja, quando o
dólar está barato (R$ 2,00), muitas pessoas desejam comprar dólares, fazendo com que se
tenha menos moeda estrangeira na economia brasileira VALORIZANDO o dólar e
DESVALORIZANDO O REAL, deixando o cenário mais atrativo para o EXPORTADOR. Essa
diminuição de dólares na economia brasileira, pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “barato”, o seu
$ $ $ aumento de preço poderá $ $ $
$ $ $ ocorrer por causa do: $ $ $
o Aumento das Importações $ $ $
o Diminuição da Conta Turismo
o Compra de dólares pelo BC $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 US 1,00 = R$ 2,00

215
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
INFLAÇÃO
Conceito
Inflação é uma alta persistente e generalizada dos preços em uma determinada economia,
gerando a perda do poder de compra. Como assim? Simples, há 10 anos atrás R$ 4,00
compravam uma barra de chocolate de 200 gramas, hoje, os mesmos R$ 4,00 compram
uma barra de chocolate de CEM GRAMAS (a metade). Para comprarmos as mesmas 200
gramas, necessitamos de R$ 8,00. Ou seja, a barra de chocolate dobrou de valor. Isso pode
ocorrer com diversos produtos e serviços.

Para termos uma ideia de como está sendo esse aumento de preços, no Brasil, as duas
principais formas de identificarmos esse aumento são através dos índices:
Ø IPCA: Calculado pelo IBGE, sendo o Índice oficial do Brasil. Ele é principalmente
influenciado pela variação dos preços no VAREJO. Tem como objetivo também,
corrigir os balanços e as demonstrações financeiras trimestrais e semestrais de
companhias abertas.
Ø IGP-M: Calculado pela FGV, sendo um índice para correção dos contratos
bancários e contratos de aluguéis. É principalmente influenciado pela variação dos
preços no ATACADO.

216
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo


Conceito
A PONDERAÇÃO DAS DESPESAS DAS PESSOAS PARA SE VERIFICAR
A VARIAÇÃO DOS CUSTOS FOI DEFINIDA PELO SEGUINTE MODO:
Tipo de Gasto Peso % do Gasto • Índice Oficial de Inflação do Brasil;
Alimentação 25,21 • Calculado pelo IBGE;
• Divulgado mensalmente;
Transporte e • Utilizado como referência para META de
18,77
Comunicação inflação definida pelo CMN para o COPOM;
Despesas Pessoais 15,68 • População-objetivo do IPCA abrange as
Vestuário 12,49 famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)
Habitação 10,91 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte
Saúde e cuidados de rendimentos, e residentes nas áreas
8,85
pessoais urbanas das regiões metropolitanas de
Artigos de residência 8,09 Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Total 100,00 Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia.

217
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado
Definição
q IGP-M/FGV é composto pelos índices:
Ø 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA): Mensura o movimento médio de
preços no atacado em todas as capitais brasileiras.
Ø 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): medida de preço médio necessário
para comprar determinados bens de consumo e serviços no mercado varejista por
famílias que possuem renda de 1 a 33 salários mínimos residentes nos principais
centros consumidores do Brasil.
Ø 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC): Reflete o ritmo dos preços de
materiais de construção e da mão de obra no setor imobiliário, sendo muito utilizado
na correção de contratos de C&V na planta.

Importante ressaltar que a variação cambial tem impacto mais relevante nos preços do
atacado, do que no varejo. Desta forma, o IGP-M sofre variações mais impactantes do
que o IPCA quando há variações cambiais.

218
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

2.3 Sistema Financeiro Nacional

219
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Sistema Financeiro Nacional
Conceito
Objetivo do Sistema Financeiro é facilitar a transferência de recursos entre os agentes
superavitários e os agentes deficitários.

Agente Agente
TRANSFERIR RECURSOS Deficitário
Superavitário

Poupadores Tomadores

Menor Risco Maior Risco

Rentabilidade Crédito
LUCRO

220
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Sistema Financeiro Nacional


Composição
Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores
Ø Instituições Financeiras:
BACEN Bancos; Corretoras; Cooperativas
CMN – Banco Central do Brasil de Crédito; Instituições não
Conselho Monetário bancárias; etc.
Nacional
CVM – Comissão de Ø Bolsa de Valores, Mercadorias
Valores Mobiliários e Futuros (B3)
Ø Seguradoras
CNSP – SUSEP – Ø Resseguradoras
Conselho Nacional Superintendência Ø EAPC - Entidades Abertas de
de Seguros Privados de Seguros Privados Previdência Complementar
Ø Sociedades de Capitalização
CNPC - Conselho PREVIC - Superintendência
Ø EFPC - Entidades Fechadas de
Nacional de Previdência Nacional de Previdência
Previdência Complementar
Complementar Complementar

221
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Sistema Financeiro Nacional
Resumo

CNSP CNPC
CMN Conselho Nacional
Conselho Nacional
Conselho Monetário Nacional de Seguros Privados
de Previdência
Complementar

BACEN CVM SUSEP PREVIC


Fiscalizam
Protegem

• Bancos • B3 S/A
• Corretoras CTVM • EAPC (Aberta) • EFPC (Fechada)
• Empresas Aberta
• Distribuidoras • Sócio Controlador • Seguradora • Fundos de Pensão
• Cooperativas • Resseguradora
• Op. financeiras

Sócio Minoritário
Clientes Segurados Participantes
Debenturista

222
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

CMN - Conselho Monetário Nacional


Conceito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL e tem como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico
e social do país. Este é um órgão com caráter unicamente normativo, com a
responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.
Os membros do conselho se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos
relacionados com as suas competências, podendo acontecer mais de uma reunião por
mês em casos extraordinários. Ele é composto por 3 pessoas, que são:
Ø Ministro de Estado da Fazenda (Presidente do conselho);
Ø Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
Ø Presidente do Banco Central.
Vale ressaltar que, desde a Lei Complementar 179/2021, que dá autonomia ao Banco
Central, algumas funções que lhe faziam parte, foram revogadas, tais como:
Ø Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento (Vetado);
Ø Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado);
Ø Determinar o recolhimento do compulsório (Vetado).

223
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
CMN - Conselho Monetário Nacional
Principais Atribuições
As principais atribuição ao Conselho Monetário Nacional são:
Ø Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública
interna e externa;
Ø Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias
em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias
por parte das instituições financeiras;
Ø DEFINIR A META PARA A INFLAÇÃO (IPCA);
Ø Determinar o percentual de recolhimento de compulsório;
Ø Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda
de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda
estrangeira;
Ø Limitar as taxas de juros, descontos, comissões entre outras, quando necessário;
Ø Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Ø Regular o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que
operam no País;
Ø Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.

224
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

BACEN – Banco Central


Conceito
O banco central de um país é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de
regular o volume de dinheiro e de crédito da economia e suas principais funções são:
Ø Banqueiro do governo;
Ø Banco dos bancos;
Ø Supervisor do sistema financeiro;
Ø Executor da política monetária;
Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.

O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) é uma autarquia de natureza especial, sem
vinculação a Ministério, tutela ou subordinação hierárquica, ou seja, ele possui
AUTONOMIA. Ele tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. Além
disso, também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema
financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno
emprego. Em relação a sua autonomia, essa mudança ocorreu em 2021, fazendo com
que em alguns itens, o Bacen não necessite mais de autorizações do CMN, como por
exemplo, na emissão do papel moeda. As metas de política monetária continuam sendo
estabelecidas pelo CMN, mas compete privativamente ao BC conduzir a política
monetária necessária para cumprimento das metas estabelecidas.
225
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
BACEN – Banco Central
Principais Atribuições
As principais atribuições do Banco Central são:
Ø EMITIR PAPEL-MOEDA;
Ø EXECUTAR AS DIRETRIZES E NORMAS DO CMN;
Ø OFERECER REDESCONTO DE LIQUIDEZ E DEFINIR SUA TAXA;
Ø Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante;
Ø Autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras (*) e aplicar as
devidas penalidades, ou seja, é o supervisor destas instituições;
Ø Controlar o fluxo de capitais estrangeiros;
Ø Executar (conduzir) as políticas monetárias e cambiais, como por exemplo, efetuar
operações de compra e venda de títulos públicos federais;
Ø Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
Ø Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos;
Ø Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.

(*) As Corretoras (CTVM) e as Distribuidoras (DTVM) são fiscalizadas pelo BACEN por
serem instituições financeiras, mas, por atuarem na intermediação de valores mobiliários,
as suas operações são fiscalizadas pela CVM.

226
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

CVM – Comissão de Valores Mobiliários


Conceito
Conforme a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
vinculada ao Ministério da Economia, personalidade jurídica e patrimônio próprios,
dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária. Tem como missão desenvolver, regular e fiscalizar o Mercado de Valores
Mobiliários, como instrumento de captação de recursos para as empresas S/A de capital,
protegendo o interesse dos investidores (principalmente os minoritários) e assegurando
ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.

q RESUMO:
Ø Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Economia;
Ø O presidente e seus diretores são escolhidos pelo Presidente da República;
Ø Órgão normativo voltado para o fortalecimento e o desenvolvimento do mercado
de títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, derivativos,
venda de mercadorias, fundos de investimentos).

227
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Principais Atribuições
As principais atribuições da CVM são:
Ø PROTEGER OS INVESTIDORES DE VALORES MOBILIÁRIOS;
Ø Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários
(emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais);
Ø Assegurar o funcionamento das Bolsas de Valores e Mercado de Balcão
Organizado;
Ø Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores
mobiliários, tais como as operações na Bolsa de Valores (B3);
Ø Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e Distribuidoras de Valores
Mobiliários; e os Fundos de Investimento;
Ø Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A) dada prioridade às que não
apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo
obrigatório;
Ø Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de
preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado.

228
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Sistema Financeiro Nacional


Resumo
q CMN: É um órgão NORMATIVO (não executa tarefas), portanto, lembrar de: Fixar
diretrizes, Zelar, Regulamentar, Determinar, Disciplinar, Estabelecer, Limitar.

q BACEN: É ele quem faz cumprir TODAS as determinações da CMN, portanto, lembrar
de: Executar, Fiscalizar, Punir, Administrar, Emitir, Realizar, Receber. É ele quem fiscaliza as
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS!

q CVM: É o BACEN do mercado mobiliário, lembrar de: Valores Mobiliários, Fundos de


Investimento, Ações, Mercado de Capitais, Bolsas de Valores, Derivativos. A CVM fiscaliza
as OPERAÇÕES e não as INSTITUIÇÕES!

229
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
2.4 Participantes do Mercado
Financeiro
230
230
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Participantes do Mercado Financeiro


Conceito
Os participantes do mercado financeiros, quando são instituições são chamados também
como Operadores. Eles ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários, ou seja,
o elo final entre as pessoas e as devidas empresas. Os principais são:
Ø Bancos Comerciais;
Ø Bancos de Investimentos;
Ø Bancos Múltiplos;
Ø Corretoras de Valores Mobiliárias;
Ø Distribuidoras de Valores Mobiliárias;
Ø Clearing Houses.

Além destes tipos, um conceito importante sobre os participantes que será abordado a
seguir, será o do Investidor Qualificado, no qual este poderá realizar investimentos com
uma aceitação maior de risco.

231
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Bancos Comerciais
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)
que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre
movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,
os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em
circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária
circulante na economia, de certa forma.

Estas instituições podem oferecer os seguintes serviços:


Ø EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;
Ø Aluguel de cofres;
Ø Cobranças, mediante comissão;
Ø Custódia de valores;
Ø Emissão de meios de pagamento, como cheque e cartões de crédito;
Ø Recebimentos de impostos e tarifas públicas;
Ø Serviços de câmbio;
Ø Transferências de fundos.
232
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Bancos de Investimento
Conceito
São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS, ou seja, de MÉDIO ou LONGO PRAZO. Devem ser sempre Sociedades
Anônimas (S/A).

q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:


Ø Podem manter contas correntes, desde que essas contas não sejam remuneradas
e não movimentáveis por cheques (resolução 2.624);
Ø Administração de recursos de terceiros (Ex: fundos de investimentos);
Ø Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou debêntures de uma
empresa (IPO e underwriting);
Ø Assessorar empresas em operações de fusões e aquisições;
Ø Capital de Giro;
Ø Capital Fixo (investimentos): sempre acompanhadas de projeto;
Ø Captam recursos através de CDB/RDB ou venda de cotas de fundos;
Ø Intermediação de Câmbio e Derivativos;
Ø Repasses de empréstimos externos.
233
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Bancos Múltiplos
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras. Para ser considerado um Banco
Múltiplo, a instituição deve possuir PELO MENOS DUAS das carteiras mencionadas abaixo,
sendo uma delas COMERCIAL ou de INVESTIMENTOS. Além disso, um banco múltiplo
deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único
balanço.

q CARTEIRAS DE UM BANCO MÚLTIPLO:


Ø COMERCIAL (MONETÁRIA);
Ø INVESTIMENTOS;
Ø Sociedade de Crédito Imobiliário;
Ø Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento (financeiras);
Ø De Desenvolvimento (PÚBLICO);
Ø De Arrendamento Mercantil (Leasing).

234
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários


Conceito
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVMs) e as Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários (DTVMs) são instituições financeiras que tem como atividades a
intermediação de operações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, como
é o caso dos mercados de bolsa e de balcão para seus clientes; administração de clubes e
fundos de investimentos, realização de câmbio; estruturação de IPO; entre outras
funções. Os investidores pessoas físicas ou pessoas jurídicas não podem negociar ações
(ou outros investimentos realizados dentro da B3) sem a utilização de uma CTVM ou
DTVM, ou seja, são as únicas autorizadas a operar na B3 em nome de terceiros.
q CARACTERÍSTICAS:
Ø Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou debêntures de uma
empresa (IPO e underwriting);
Ø Constituídas sob a forma de S.A e dependem da autorização da CVM;
Ø Operam nas bolsas de valores e de mercadorias (ações, derivativos,...);
Ø Podem administrar fundos e clubes de investimento;
Ø Podem atuar também por conta própria ou de terceiros;
Ø Podem intermediar operações de câmbio;
Ø Têm a função de dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.

235
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Clearing House
Conceito
As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as
operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação
financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais
funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.

Contrato Vendido Pagamento

Vendedor Comprador

Pagamento Contrato Vendido

236
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão


Conceito
A B3 é o resultado da combinação entre a BM&FBOVESPA (fusão entre a BOVESPA e a
BM&F) e a CETIP, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing),
registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. Desta forma, a
B3 acaba sendo a clearing house de todos os títulos privados, juntamente com alguns
títulos públicos.

237
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão
Principais Características
As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:
Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação
(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de
mercadorias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities agropecuárias;
Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo
Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;
Ø Possui receita também através de Emolumentos;
Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;
Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa
câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.

238
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Clearing House
B3
Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados
organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,
chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.

Agentes de
Clearing.
Títulos Privados:
Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);
B3 Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);
Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e
opções flexíveis);
Ø Commodities;
SELIC Ø Demais títulos.

239
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Clearing House
SELIC
O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central
dos títulos públicos federais, sendo sua atividade processar a emissão, o resgate, o
pagamento dos juros e a custódia desses ativos. As suas liquidações são operadas no
conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.

Agentes de
Clearing.

B3 Títulos Públicos Federais (TPF):


Ø LTN (Tesouro Prefixado;
Ø LFT (Tesouro Selic);
Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
SELIC Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

240
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Prazos de Liquidação
Conceito
Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu
pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em
D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor
venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele somente receberá os recursos após 2 dias
úteis.

Desta forma, segue abaixo os prazos de liquidação dos principais investimentos:


Ø Tesouro Direto: ocorre em 0 dia útil (d+0), ou seja, liquidez diária;
Ø Ações: ocorrem em 2 dias úteis (D+2);
Ø Fundos de investimentos: cada fundo de investimentos possui suas próprias
regras, pois depende da sua composição e das regras que estarão discriminadas no
seu regulamento e demais documentos.

241
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Conceito
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à
movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira. Ou seja, é “a transferência de fundos próprios
e de terceiros realizados entre bancos em tempo real, com o objetivo de reduzir o risco
sistêmico”. O novo SPB introduziu a TED (Transferência Eletrônica Disponível), mecanismo
que opera no formato de Liquidação Bruta em Tempo Real, fazendo com que qualquer
pessoa possa transferir recursos de sua conta corrente para a conta de outra pessoa.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);
Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;
Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,
Cartão de Crédito, Cheque, entre outras, envolve o SPB.

242
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

2.5 Políticas Macroeconômicas:


Monetária, Fiscal e Cambial
243
243
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Macroeconômicas
Conceito
Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um governo para atingir os objetivos do
PIB desejado. Quando um governo deseja que o PIB cresça, chamamos de política
expansionista, e ao contrário, de política contracionista, ou seja:
Ø Política Expansionista: o governo “injetará” dinheiro na economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, aumentem. A consequência é um aumento da
inflação, aumento da liquidez, aumento do PIB e uma diminuição da taxa de juros.
Ø Política Contracionista: o governo “retira” dinheiro da economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, diminuam. A consequência é uma diminuição da
inflação, diminuição da liquidez, diminuição do PIB e um aumento da taxa de juros.

Estas estratégicas poderão vir através de 3 políticas (Monetária, Fiscal e Cambial), sendo
que elas não precisam ter as mesmas estratégias, ou seja, pode-se ter, por exemplo, uma
política monetária expansionista, enquanto a cambial é contracionista, lembrando que o
PIB é a soma de todos os setores que podem consumir dentro de um país (Pessoas Físicas,
chamado de Consumo; Pessoas Jurídicas, chamado de Investimentos; Governo,
considerado os Gastos do Governo; estrangeiros, resultante da Balança Comercial).

244
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

COPOM
Conceito
O Comitê de Política Monetária (COPOM) é o órgão decisório da política monetária do
Banco Central, que define, a cada 45 dias, a meta da taxa básica de juros da economia
brasileira (SELIC). As decisões do COPOM são tomadas visando com que a inflação (IPCA)
situe-se em linha com a meta definida pelo CMN e, uma vez definida a taxa Selic, o Banco
Central atuará diariamente por meio de operações de mercado aberto (comprando e
vendendo títulos públicos federais) para manter a taxa de juros próxima ao valor definido
na reunião. As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos (terças e quartas-
feiras) e o calendário de reuniões de um determinado ano é divulgado até o mês de junho
do ano anterior.

q CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:
Ø COMPOSIÇÃO: Diretoria colegiada do BACEN (Presidente + 7 Diretores);
Ø PRINCIPAL FUNÇÃO: Definir a meta da taxa de juros (selic-META). Esta meta é
baseada pelo IPCA do mercado;
Ø Reuniões: 8 reuniões por ano (a cada 45 dias, reúnem-se durante 2 dias).

245
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Monetária
Conceito
Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de
estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do
sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades
monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:
Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos
Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o
governo dispõe para fazer política monetária.
Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos
recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa
conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez
do mercado.
Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central
pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo
BACEN, menor a liquidez do mercado.
Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais
dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a
tendência de um aumento da inflação.

246
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Monetária
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB
• COMPRAR Títulos Públicos;
Expansionista • REDUZIR Compulsório; AUMENTA AUMENTA AUMENTA
• REDUZIR Redesconto.
• VENDER Títulos Públicos.
Contracionista • AUMENTAR Compulsório; REDUZ REDUZ REDUZ
• AUMENTAR Redesconto;

q EM RESUMO:
Ø EXPANSIONISTA: Uma diminuição do compulsório fará com que os bancos fiquem
com mais recursos para poder emprestar, com isso, haverá mais recursos circulando
na economia.
Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor
entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta
forma, há menos dinheiro na economia circulando.

247
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Curva de Phillips
Conceito
A curva de Phillips propõe uma relação inversa entre inflação e desemprego. Assim, em
períodos de recessão econômica, há a tendência de elevação do desemprego: as famílias
tendem a consumir menos e as empresas a investir menos. Com o enfraquecimento da
demanda, os preços tendem a cair.

Por sua vez, em momentos de crescimento econômico, a tendência é inversa: menor


desemprego, maior renda e, consequentemente, maior pressão inflacionária. Porém, essa
relação é válida apenas no curto prazo.

Isso porque, nos anos 70, muitos países passaram por um período de estagflação, ou seja,
crescimento do desemprego e da inflação, enfraquecendo a proposta de uma relação
inversa entre esses indicadores.

Com isso, convencionou-se a dividir a curva de Phillips em curto prazo, quando a relação
inversa é considerada válida, e de longo prazo, período em que não há relação entre
inflação e desemprego, conforme gráfico a seguir.

248
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Curva de Phillips

Inflação

Curva de Phillips
(longo prazo)

Curva de Phillips
(curto prazo)

Desemprego

249
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Monetária
Regra de Taylor
A regra de Taylor é um modelo de previsão usado para determinar quais devem ser as
taxas de juros a fim de encaminhar a economia para preços estáveis e pleno emprego. É
muito utilizada em países que utilizam o Regime de Metas de Inflação, como o Brasil.

A regra recomenda que o Banco Central aumente as taxas de juros quando a inflação
estiver alta ou quando o emprego exceder os níveis de pleno emprego. No outro sentido,
quando os níveis de inflação e emprego são baixos, a regra de Taylor sugere que as taxas
de juros devem ser reduzidas.

Taxa nominal = Taxa nominal de equilíbrio + 0,5 x (Gap Produto) + 0,5 x (Gap Inflação)

Em que:
Ø Gap Inflação = Inflação atual – Meta de inflação
Ø Gap Produto (hiato do produto) = Crescimento PIB curto prazo – Crescimento PIB
longo prazo
Muitas vezes são feitas variações nessa fórmula com base no que os banqueiros centrais
determinam como os fatores mais importantes a serem incluídos.
250
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Monetária
Regra de Taylor - Exemplo
A taxa de juros de equilíbrio de um país é de 2% ao ano. Na reunião do Comitê de Política
Monetária, os integrantes avaliam os seguintes dados econômicos:
• Taxa de crescimento esperada do PIB (curto prazo): 2%
• Taxa de crescimento esperada do PIB (longo prazo): 4%.
• Inflação projetada para os próximos 12 meses: 3% ao ano.
• Meta de Inflação: 3% ao ano.
De acordo com a Regra de Taylor, qual deveria ser a decisão do comitê sobre a taxa de
juros básica da economia?

Taxa nominal = Taxa nominal de equilíbrio + 0,5 x (Gap Produto) + 0,5 x (Gap Inflação)

Taxa nominal = 2 + 0,5 (2 - 4) + (3 – 3)


Taxa nominal = 2 - 1 + 0 = 1%.

Nesse cenário, o Banco Central poderia reduzir os juros em 1 ponto percentual. Isso se
deve pela expectativa de um crescimento do PIB no curto prazo menor do que no longo
prazo e pela inflação estar no centro da meta.
251
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Fiscal
Conceito
Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas
(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:
Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;
Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;
Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.
Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da
venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as
despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando
negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.
Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que
ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos
governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.
Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos
Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de
exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O
dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.

252
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Fiscal
Contas do Setor Público

Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
= Receitas
(impostos, taxas e
contribuições) ‒ Despesas NÃO
financeiras

Superávit / Déficit
NOMINAL
= Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
‒ Pagamento dos
juros da dívida
Pública

253
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Fiscal
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO

• Aumento dos gastos públicos;


EXPANSIONISTA • Diminuição das cargas tributárias;
• Aumento das transferências (Ex. bolsa família)

• Diminuição dos gastos públicos;


CONTRACIONISTA • Elevação da carga tributária;
• Extinção de transferências (Ex. leve leite).

q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (estradas), ele está
contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, está retirando
dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.
Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das
empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos
dinheiro circulando na economia.
254
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Curva de Laffer
Conceito
A curva de Laffer relaciona o valor arrecadado por governos em função da alíquota de
imposto cobrada. Essa teoria defende que haverá elevação do valor arrecadado, em
função do aumento da alíquota do imposto, mas até certo ponto.

Em outras palavras, uma alíquota de 0% representaria uma receita nula de impostos;


conforme o governo subir a alíquota, a receita com os impostos aumentará, mas até certo
ponto. A partir de então, elevações nas alíquotas implicariam queda na arrecadação, que
voltaria a ser nula com uma alíquota de 100%.

Arrecadação
fiscal

Alíquota do
Imposto
0% 100%
255
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Crowding out
Conceito
O aumento dos gastos públicos, uma da medidas de uma política fiscal expansionista,
pode gerar inflação na economia. Contudo, se essa elevação for descontrolada, corre-se o
risco de o capital público “tomar o lugar” do capital privado.

Por exemplo, suponha que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e


Social) estabeleça uma política de empréstimos e financiamentos de grandes valores e a
taxa de juros muito inferiores às de mercado. Isso poderia desestimular o capital privado
a competir com o banco público – esse seria o efeito crowding out.

Como consequências desse efeito, geralmente observamos:


Ø Redução dos investimentos privados, com o desestímulo a esse capital, face à
dificuldade de competir com os recursos públicos; e
Ø Redução da eficiência de alocação dos recursos públicos, pois o Estado pode
direcionar tal capital a determinados setores da economia, em detrimentos de
outros.

256
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Cambial
Conceito
Política Cambial “é o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao
comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa
das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos”, BC. Nessas políticas,
podemos ter 3 regimes cambiais:
Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo
do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o
governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o
equilíbrio de oferta e demanda.
Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem
intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.
Ø Flutuação Suja: é o Câmbio Flutuante com interferência do Banco Central quando
ele acredita que há desiquilíbrios e há necessidade de correções. Este é o regime no
qual o Brasil se encontra.

A taxa de câmbio interfere diretamente na vida das pessoas, pois diversos produtos são
adquiridos do exterior e outros vendidos para fora do país, influenciando assim os demais
preços da economia.

257
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Cambial
Swap Cambial e Swap Cambial Reverso
Swap é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou
rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos (neste caso, uma das partes
é o Banco Central), não ocorrendo transferências de ativos, mas sim um crédito ou débito
em moeda local no final da operação. Nesta operação, os indexadores serão a taxa Selic e
a variação cambial do dólar. Estas operações poderão ser de dois tipos:
Ø Swap Cambial: o Banco Central “vende” dólares com a obrigação de “recomprá-
los” no futuro, recebendo em troca a taxa de juros do período. Desta forma, o
governo age com o intuito de arrefecer uma alta do dólar.
Ø Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na ponta contrária ao
Swap Cambial. Ao invés de “vender” dólares, ele “compra” dólares para evitar uma
valorização do real (desvalorização do dólar), pagando ao investidor os juros do
período e recebendo a variação do dólar.

Nos dois casos, após a operação, analisa-se o resultado operacional da


valorização/desvalorização do dólar, havendo somente o pagamento/recebimento do
resultado financeiro.

258
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Cambial
Reservas Internacionais
As reservas monetárias internacionais, também chamadas de “reservas cambiais”, são os
ativos dos bancos centrais e autoridades monetárias, tais como, moedas estrangeiras
(dólar, euro, libra esterlina, ...), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro,
entre outros ativos.

Elas funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente à seus compromissos
financeiros (obrigações no exterior, emissão de moeda e financiar déficits temporários em
seus balanços de pagamentos) e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais
e interrupções nos fluxos de capital para o país.

As reservas internacionais aumentam quando há um superávit no balança de pagamentos


(BP), ou seja, quando a soma da “Conta de Capital” e das “Transações Correntes” forem
positivas, e diminui, quando for deficitária. Quando não há intervenção do governo, a
consequência da Balança de Pagamentos ser positiva é uma entrada de dólares, fazendo
com que a cotação do dólar diminua (valorização da moeda local e desvalorização da
moeda estrangeira). Já quando ela for negativa, ocorrerá uma desvalorização do Real e
valorização do dólar (aumento do valor do dólar).
259
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Cambial
Balança de Pagamentos
A BALANÇA DE PAGAMENTOS é o saldo das contas externas de um país, registrando as
suas transações com os demais país do mundo e com isso, sabemos se está entrando ou
saindo recursos estrangeiros. No Brasil, os valores são expressos em dólares americanos,
mesmo quando são efetuados com países que não são os EUA. O seu cálculo é feito por
duas grandes contas, que são as Transações Correntes e a Conta de Capitais.
Ø TRANSAÇÕES CORRENTES: São as entradas e saídas cotidianas de um país, como se
fosse a conta corrente de uma pessoa. Ela é subdividida em três outras contas:
o Balança Comercial: Registra o comércio de bens (exportação e importação);
o Conta de Serviços & Rendas: Saldo dos serviços (comércio de bens, fretes,
seguros, serviços governamentais) e das rendas (juros de empréstimos,
dividendos). Aqui está sendo contabilizada também a Conta Turismo (Viagens
Internacionais), que corresponde aos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil,
descontada dos gastos que os brasileiros fazem quando estão viajando.
o Renda Secundária: Antes denominada como Transferências Unilaterais, engloba
as remessas, doações, benefícios sociais entre de governos e entre residentes e
não residentes.
Ø CONTA DE CAPITAIS: Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros
por residentes, venda de ativos a estrangeiros, além da Amortização de Dívidas.
260
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Cambial
Balança de Pagamentos

Balança de Transações Contas de Erro e


Pagamentos Corrente Capitais Omissões

Transações Balança Serviços Renda


Corrente Comercial & Renda Secundária

Balança
Exportação Importação
Comercial

261
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Cambial
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO

EXPANSIONISTA • Banco Central compra dólares; ou


(Desvalorização Cambial) • Realiza Swap Cambial Reverso
CONTRACIONISTA • Banco Central vende dólares; ou
(Valorização Cambial) • Realiza Swap Cambial

q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende
deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir
as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma
das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação)
Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar
o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as
exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança
Comercial será negativa.

262
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão

Política Cambial
Cupom Cambial
O Cupom Cambial é a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e aplicados
no mercado financeiro nacional. Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro
em aplicar seus recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito soberano
que passa a assumir e o retorno que teria em seu país.
Ø Cupom Limpo (clean): quando utiliza a cotação corrente da taxa de câmbio;
Ø Cupom Sujo (dirty): quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda do dia
anterior à compra do título (PTAX800).
Para facilitarmos o cálculo, podemos dizer que o valor do dólar futuro, nada mais é que a
cotação presente pela correção de uma taxa (taxa Pré-Brasil por taxa do Cupom Cambial):

Taxa (i)

Cotação Cotação
Futura Presente

263
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo
Qual o cupom cambial de um papel com 90 dias corridos (63 DU), a TLR é igual a
12% a.a. (base 252), a taxa spot é R$ 2,07/U$ e o forward para 3 meses é R$ 2,10/U$?

(1 + Taxa Real)(DU/252)
Fórmula: Forward = Spot ×
(1 + Cupom Cambial × (DC/360))

!"
& + &$% #$# !$ $, &' &, '$*(+(
1 !$ $, &' = !$ $, '(× 2 =
/' !$ $, '( /'
& + --× +0' & + --× +0'

/' /' &, '$*(+(


3 &, '&22/+× & + --× = &, '$*(+( 4 & + --× =
+0' +0' &, '&22/+

5 & + --×', $3 = &, '&2'2& 6 --×', $3 = &, '&2'2& − &

7 -- = ', '&2'2& ÷ ', $3 8 -- = ', '30&02 = 3, 0$% 6. 6.

264
CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Capítulo 3:
Análise de Relatórios
Financeiros
265
3.1 Análise de Relatórios Financeiros

266
266
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Demonstrações Contábeis
BP x DRE x DFC
Balanço Patrimonial (BP)
Ø Reflete a posição financeira e patrimonial de uma entidade em determinado
momento.
ØObjetivo: demonstrar a posição de bens, direitos e obrigações em determinado
momento, evidenciando a situação líquida patrimonial.

Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)


Ø Reflete o resultado obtido pela companhia, a partir do confronto entre receitas e
despesas ocorridas em determinado período.
ØObjetivo: demonstrar em detalhes o resultado (lucro ou prejuízo) da companhia
em certo período.

Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)


Ø Reflete as entradas e saídas de caixa de uma companhia em determinado período.
Ø Obrigatória publicação para todas as sociedades de capital aberto ou com
patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões.

267
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Estrutura do Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
T • Bens ou Direitos • Obrigações com terceiros
• Captações de recursos
D
E • Aplicações de recursos
• Capital de terceiros E
N
• Representam benefícios
presentes ou futuros V
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
H ð Obrigações da entidade
O
O para com os sócios
ð Captações de recursos
ð Capital próprio

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

268
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Estrutura do Balanço Patrimonial

L + ATIVO PASSIVO
Circulante
I Circulante P
Não circulante
Q (Exigível a R
Não circulante
U (Realizável longo prazo A
a longo prazo)
I Z
D Investimentos O
PATRIMÔNIO
E Imobilizado LÍQUIDO
Z +

269
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Balanço Patrimonial
Ativos
Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. É tudo aquilo que se
pode transformar em dinheiro!

Ele é dividido em três grandes categorias, conforme sua liquidez (da maior para menor):

Ø Circulante: Bens e direitos que já representam dinheiro ou transformáveis em


moeda até o encerramento do exercício seguinte após a data do balanço.
§ Exemplos: Caixa, Aplicações Financeiras, Estoques, Duplicatas a Receber.

Ø Não Circulante (Exigível a Longo Prazo): Direitos transformáveis em moeda após o


encerramento do exercício seguinte à data do balanço.
§ Exemplos: Duplicatas a receber de longo prazo.
Ø Imobilizado: Bens e direitos de caráter permanente destinados à manutenção da
atividade da companhia.
§ Exemplos: Máquinas, Edifícios, Veículos.

270
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Balanço Patrimonial
Passivos
Obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera
que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

Ele é dividido em duas grandes categorias, conforme seu prazo de vencimento (do menor
para o maior prazo):

Ø Circulante: Obrigações com terceiros, com vencimento previsto até o


encerramento do exercício social seguinte à data do balanço.
§ Exemplos: Empréstimo vencendo em 6 meses, dívida com fornecedor a ser
paga em 15 dias.

Ø Não Circulante (Exigível a Longo Prazo): Obrigações com terceiros, com


vencimento previsto após o encerramento do exercício social seguinte à data do
balanço
§ Exemplo: Financiamento junto ao BNDES com prazo de vencimento de 15 anos.

271
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Balanço Patrimonial
Patrimônio Líquido
Recursos dos proprietários (sócios ou acionistas) aplicados na companhia. Interesse
residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos

Ele é dividido em três grandes categorias, como regra geral:

Ø Capital Social: Recursos integralizados pelos sócios ou acionistas na constituição


da empresa e eventuais reinvestimentos de lucros;

Ø Reservas de Capital: Valores recebidos não originados do resultado da empresa


(exemplo: ágio na emissão de ações);

Ø Reserva de Lucros: Parte dos lucros gerados pela companhia que ainda não foram
distribuídos para sócios ou acionistas.

272
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


Visão Geral
Reflete o resultado (lucro ou prejuízo) obtido pela companhia, confrontando receitas e
despesas ocorridas em determinado período.

Receitas

Custos

Despesas

Lucro / Prejuízo

273
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)
Visão Detalhada
Receita Bruta de Vendas de Bens e Serviços
(-) Impostos sobre as vendas
(-) Devoluções, Descontos Comerciais e Abatimentos
(=) RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo das Produtos e Serviços Vendidos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas de Vendas
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(-) Outras Despesas Operacionais
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
(-) Provisão para o Imposto de Renda
(-) Participações de Empregados e Administradores
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

274
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)


Visão Geral
Sintetiza de maneira estruturada entradas e saídas de caixa de uma companhia durante
determinado período. Ele é dividido em três grandes contas:

Ø Atividades Operacionais (FCO): Vendas à vista de mercadorias e serviços;


recebimento de vendas a prazo a clientes; pagamentos a fornecedores; receitas
financeiras de aplicações e empréstimos concedidos; pagamentos de salários e
recolhimento de encargos sociais; recolhimento de impostos e outras
movimentações em contas do ativo e passivo circulante;

Ø Atividades de Investimento (FCI): Pagamento por aquisições de imobilizado e


intangível; recebimentos por vendas de imobilizado e intangível; aplicações ou
resgates de investimentos financeiros classificados como não circulante; pagamento
por edificações; aquisições ou vendas de participações acionárias, aquisições ou
vendas de outros ativos não circulantes;

ØAtividades de Financiamento (FCF): Compra ou venda de ações de emissão


própria, empréstimos e financiamentos levantados no mercado financeiro,
pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.

275
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Variações em rubricas do balanço
Impacto no caixa
Um grande desafio em certos exercícios é calcular o impacto no fluxo de caixa em função
de alterações em rubricas contábeis dos ativos e passivos circulantes.

Quando analisamos variações em contas do Ativo Circulante, a relação é inversa: uma


variação positiva em contas do ativo circulante impactará negativamente o caixa.

Por exemplo, se o Contas a Receber subir de 100 para 150 de um período para o outro,
isso significa que as vendas a prazo superaram as vendas à vista. Com isso, já houve um
registro positivo no faturamento na DRE, mas ainda não ocorreu a entrada de caixa
referente às vendas a prazo.

Porém, se o Contas a Receber reduziu de 200 para 100, podemos concluir que clientes
que tinham comprado a prazo em períodos anteriores efetuaram o pagamento no
exercício corrente. Logo, houve uma variação positiva no caixa.

276
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Variações em rubricas do balanço


Impacto no caixa
Por sua vez, quando analisamos variações em contas do Passivo Circulante, a relação é
direta: uma variação positiva em contas do passivo circulante impactará positivamente o
caixa.

Por exemplo, se a rubrica Fornecedores a Pagar subir de 300 para 500 de um período para
o outro, isso significa conseguimos um prazo de pagamento com fornecedores. Com isso,
podemos dizer que já houve a venda da mercadoria, ou seja, recebemos caixa, mas ainda
não desembolsamos o valor pela compra dessa mercadoria vendida ao fornecedor.

Porém, se a rubrica Fornecedores a Pagar cair de 800 para 400 de um período para o
outro, isso significa que diminuímos nossa dívida com o fornecedor, ou seja, efetuamos o
pagamento de parte desse passivo. Logo, houve uma saída de caixa.

Vamos a dois exemplos numérico para tornar esse conceito mais claro.

277
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Variações em rubricas do balanço
INÍCIO Recebimento/
DRE
ATIVOS PASSIVOS + PL Desembolso

Contas a Receitas 1.000.000 À vista


Caixa 400.000 200.000
pagar
Custos - 800.000 À vista
Salários a
C/R 200.000 100.000
pagar
Salários - 100.000 A prazo
Estoques 250.000 Impostos 200.000
IR - 100.000 À vista
Imobilizado 150.000 PL 500.000 Lucro
0,00
Total 1.000.000 Total 1.000.000 Líquido

No exemplo acima, listamos os valores do Balanço Patrimonial referentes ao início de


determinado período e, ao lado, algumas rubricas do Demonstrativo do Resultado do
Exercício (DRE). Mais ao lado, destacamos como será feito o Recebimento e o Desembolso
de cada rubrica do DRE: à vista ou a prazo.

Como os salários são o único valor a ser desembolsado a prazo, a conta Salários a Pagar,
na lista dos Passivos do Balanço, sofrerá um acréscimo de 100.000 (valor a ser pago no
próximo exercício); por sua vez, o caixa também sofrerá um acréscimo de 100.000.

278
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Variações em rubricas do balanço


TÉRMINO
ATIVOS PASSIVOS + PL

Caixa 400.000 + 100.000 = 500.000 Contas a pagar 200.000

C/R 200.000 Salários a pagar 100.000 + 100.000 = 200.000


Estoques 250.000 Impostos 200.000

Imobilizado 150.000 PL 500.000


Total 1.000.000 + 100.000 = 1.100.000 Total 1.000.000 + 100.000 = 1.100.000

Acima, detalhamos as variações nas rubricas Caixa e Salários a Pagar, o que permite a
igualdade do balanço, com acréscimo de 100.000 em ambos os lados, levando ao total de
1.100.000 em cada lado (Ativos e Passivos mais Patrimônio Líquido).

Se houvesse registro de Lucro Líquido, então os lançamentos seriam os seguintes:


Ø Positivo na conta Lucros Acumulados, no Patrimônio Líquido (assumindo que esse
lucro não foi ainda distribuído aos acionistas); e
Ø Positivo, no mesmo valor, na rubrica Caixa.

279
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Variações em rubricas do balanço
INÍCIO Recebimento/
DRE
ATIVOS PASSIVOS + PL Desembolso

Contas a Receitas 200.000 A prazo


Caixa 400.000 200.000
pagar
Custos - 50.000 À vista
Salários a
C/R 200.000 100.000
pagar
Salários - 50.000 À vista
Estoques 250.000 Impostos 200.000
IR - 100.000 À vista
Imobilizado 150.000 PL 500.000 Lucro
0,00
Total 1.000.000 Total 1.000.000 Líquido

Nesse outro exemplo, seguimos a mesma estrutura, mas alteramos os valores do DRE e
também o recebimento das receitas de à vista para a prazo. Os demais valores serão à
vista.

Como agora as receitas serão recebidas a prazo, a rubrica Contas a Receber sofrerá
elevação de 200.000, justamente o valor das vendas a prazo. Porém, para manter a
igualdade do balanço, o Caixa precisará sofrer uma redução de mesma magnitude.

280
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Variações em rubricas do balanço


TÉRMINO
ATIVOS PASSIVOS + PL

Caixa 400.000 - 200.000 = 200.000 Contas a pagar 200.000

C/R 200.000 + 200.000 = 400.000 Salários a pagar 100.000


Estoques 250.000 Impostos 200.000

Imobilizado 150.000 PL 500.000


Total 1.000.000 Total 1.000.000

Acima, detalhamos as variações nas rubricas Caixa e Contas a Receber, o que permite a
igualdade do balanço, com acréscimo de 200.000 em Contas a Receber e redução dos
mesmos 200.000 no Caixa. Como ambas variações ocorreram nos Ativos, o valor total de
Ativos e Passivos + Patrimônio Líquido não sofrerá alterações.

281
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Variações em rubricas do balanço
Impacto no caixa
Resumindo:

IMPACTO NO
VARIAÇÃO RUBRICA
CAIXA

POSITIVA NEGATIVO
ATIVOS CIRCULANTES
(CONTAS A RECEBER, ESTOQUES)
NEGATIVA POSITIVO

IMPACTO NO
VARIAÇÃO RUBRICA
CAIXA

POSITIVA POSITIVO
PASSIVOS CIRCULANTES
(CONTAS A RECEBER, ESTOQUES)
NEGATIVA NEGATIVO

282
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

EBITDA (LAJIDA)
Conceito
O Ebitda é um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e
pelos analistas de mercado. Esta sigla significa “Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization”, que traduzido para o português seria Lucros Antes de
Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, portanto, no Brasil, também o chamamos
de LAJIDA.

Este indicador representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto


a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em
consideração os efeitos financeiros e de impostos.

A utilização do EBITDA ganha importância, pois analisar somente o lucro ou prejuízo de


uma companhia (o seu resultado final) tem sido insuficiente para avaliar seu real
desempenho. Isto por que muitas empresas tem seu lucro ajustado por fatores
puramente contábeis, ou por fatores que não são o “core business” da companhia (parte
central da empresa), como por exemplo, ganhos de operações financeiras e não
operacionais.

283
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
EBITDA (LAJIDA)
Cálculo do EBITDA
(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Impostos Incidentes sobre Vendas (tais como PIS/COFINS)
(=) Receita Líquida de Vendas
SUBTRAIR O
OPERACIONAL (-) Custo dos Produtos Vendidos
(-) Despesas Operacionais (Vendas, Administrativas, Outras)
(=) EBITDA (LAJIDA) = LUCRO OPERACIONAL AJUSTADO
(-) Despesas Financeiras (tais como Juros e JCP)
SOMAR O NÃO (-) Depreciação e Amortização
OPERACIONAL
(-) Tributos (IRPJ e CSLL)

(=) RESULTADO LÍQUIDO

284
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

EBITDA (LAJIDA)
Exemplo
A empresa RToro Education S/A obteve no seu último ano fiscal, os seguintes resultados
financeiros:
Ø Receita Líquida: R$ 100.000,00
Ø Despesas com fornecedores: R$ 60.000,00
Ø Despesas operacionais: R$ 17.000,00
Ø Despesas financeiras: R$ 4.000,00
Ø Depreciação: R$ 4.000,00
Ø Amortização: R$ 2.000,00
Ø Impostos (IRPJ e CSLL): R$ 7.000,00
Ø Lucro Líquido: R$ 6.000,00

Desta forma, qual foi o valor do seu EBITDA?

285
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
EBITDA (LAJIDA)
Solução do Exemplo
O EBITDA, também chamado de LAJIDA, pode ser calculado partindo tanto da sua Receita
Operacional (descontando seus custos operacionais), quanto do seu Lucro Líquido
(adicionando a parte não operacional: Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações).
Desta forma, mostraremos das duas formas para chegarmos na resposta de R$ 23.000,00:

R$ 100.000,00 RECEITA LÍQUIDA


(-) R$ 60.000,00 Despesas com Fornecedores
SUBTRAI
(-) R$ 17.000,00 Despesas Operacionais
(=) R$ 23.000,00 EBITDA (LAJIDA) LA
(+) R$ 4.000,00 Juros (Despesas Financeiras) J
(+) R$ 7.000,00 Impostos (IRPJ e CSLL) I
SOMA (+) R$ 4.000,00 Depreciação D
(+) R$ 2.000,00 Amortização A
R$ 6.000,00 LUCRO LÍQUIDO
286
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis


Visão Geral

Liquidez Solvência Rentabilidade


Retorno sobre o Ativo
Liquidez Geral Cobertura de Juros
(ROA)
Saldo de Tesouraria sobre Retorno sobre o Patrimônio
Liquidez Corrente
vendas Líquido (ROE)
Participação de Capitais de
Liquidez Seca Margem Bruta
Terceiros
Grau de endividamento Margem Operacional
Margem Líquida

287
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis
Índices de Liquidez

Índice Fórmula
!"#$% '#()*+,-". + 0.,+#1á$.+ , 3%-4% 5(,1%
Liquidez Geral
5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".
!"#$% '#()*+,-".
Liquidez Corrente
5,66#$% '#()*+,-".
!"#$% '#()*+,-". − 96"%:*.6
Liquidez Seca
5,66#$% '#()*+,-".

288
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis


Índices de Solvência

Índice Fórmula
3*)(% ,-".6 ;%6 <*(%6 . #=>%6"%6
Cobertura de Juros
?.6>.6,6 @#-,-).#(,6
A,+;% ;. B.6%*(,(#,
Saldo de Tesouraria sobre vendas
C.-;,6 +í:*#;,6 + E=>%6"%6 6%F(. $.-;,6
Participação de Capitais de 5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".
Terceiros 5,"(#=ô-#% 3í:*#;%
5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".
Grau de endividamento
!"#$% B%",+

289
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis
Índices de Rentabilidade
Índice Fórmula
3*)(% H>.(,)#%-,+
Retorno sobre o Ativo (ROA)
!"#$% B%",+ Ié;#%
3*)(% 3í:*#;%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
5,"(#=ô-#% 3í:*#;% Ié;#%
3*)(% K(*"%
Margem Bruta
C.-;,6 3í:*#;,6
3*)(% H>.(,)#%-,+
Margem Operacional
C.-;,6 3í:*#;,6
3*)(% 3í:*#;%
Margem Líquida
C.-;,6 3í:*#;,6

290
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Manipulação de Informações Financeiras


Conceito
Infelizmente, as demonstrações contábeis estão sujeitas a ações mal intencionadas, que
podem levar à manipulação de informações financeiras e, em última instância, possíveis
fraudes.

As manipulações financeiras podem ser divididas em três grandes categorias:

Ø Manipulação de Receitas: pode estar relacionada ao reconhecimento antecipado


de receitas, reconhecimento atrasado de despesas e à classificação de receitas não
operacionais ou ganhos não recorrentes como receitas recorrentes.

Ø Manipulação de Fluxo de Caixa: podem se configurar manipulações de fluxo de


caixa a partir, por exemplo, da classificação de fluxos de caixa não operacionais como
sendo operacionais.
Ø Manipulação de Indicadores Chave da Empresa: quando receitas, despesas e
fluxos de caixa são manipulados, invariavelmente os indicadores que são calculados a
partir desses números também terão impactos, o que pode levar a interpretações
equivocadas sobre os indicadores da companhia.

291
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Grau de Alavancagem
Exemplo
Antes de entrarmos no conceito propriamente dito de alavancagem, vamos analisar o
exemplo abaixo, em que variamos em 10%, para mais e para menos, o volume de vendas
e calculamos o impacto no LAJIR (Lucro Antes de Juros e IR) e LAIR (Lucro Antes de IR).
Queda das Aumento das
Rubrica Cenário Base
vendas vendas
Variação das vendas (em relação ao cenário base) -10% +10%
(a) Receita (vendas) 2.880.000,00 3.200.000,00 3.520.000,00
(b) Custo do Produto Vendido (50% vendas) - 1.440.000,00 - 1.600.000,00 1.760.000,00
(c) Despesas fixas (Alavancagem Operacional) - 600.000,00 - 600.000,00 - 600.000,00
(a) – (b) – (c) Lucro antes de Juros e IR (LAJIR) 840.000,00 1.000.000 1.160.000,00
Variação LAJIR (em relação ao cenário base) -16% +16%
(d) Despesas financeiras (Alavancagem Financeira) -200.000,00 -200.000,00 -200.000
(a) – (b) – (c) – (d) Lucro antes de IR (LAIR) 640.000,00 800.000,00 960.000,00
Variação LAIR (em relação ao cenário base) -20% +20%

292
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Grau de Alavancagem
Exemplo
Antes de entrarmos no conceito propriamente dito de alavancagem, vamos analisar o
exemplo abaixo, em que variamos em 10%, para mais e para menos, o volume de vendas
e calculamos o impacto no LAJIR (Lucro Antes de Juros e IR) e LAIR (Lucro Antes de IR).
Queda das Aumento das
Rubrica Cenário Base
vendas vendas
Variação das vendas (em relação ao cenário base) -10% +10%
(c) Despesas fixas (Alavancagem Operacional) - 600.000,00 - 600.000,00 - 600.000,00
Variação LAJIR (em relação ao cenário base) -16% +16%
(d) Despesas financeiras (Alavancagem
-200.000,00 -200.000,00 -200.000
Financeira)
Variação LAIR (em relação ao cenário base) -20% +20%

Note que o LAJIR variou 16% em relação ao cenário base, em função de uma variação de
10% do volume de vendas. E o LAIR variou 20% em relação ao cenário base, em função de
uma variação de 10% do volume de vendas.

293
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Grau de Alavancagem
Exemplo
A variação proporcionalmente maior do LAJIR e do LAIR, em função de uma alteração no
volume de vendas, se deve à existência de valores fixos, respectivamente: despesas
operacionais e despesas financeiras.

Com isso, uma variação de 10% nas vendas levou a uma variação de 16% no LAJIR: aqui
evidenciamos a presença da Alavancagem Operacional.

Em outras palavras, o LAJIR sofreu uma alteração de 16%/10% = 1,6x a variação das
vendas. Essa proporção se mantém para qualquer variação no volume de vendas, a partir
desse cenário base. Em se alterando o cenário base, então teríamos outros valores de
alavancagem.

294
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Grau de Alavancagem
Exemplo
Por sua vez, a variação de 16% no LAJIR foi seguida de uma variação de 20% do LAIR, em
função da despesa financeira fixa. Aqui evidenciamos a presença da Alavancagem
Financeira.

Em outras palavras, o LAIR sofreu uma alteração de 20%/16% = 1,25x a variação do


LAJIR. Essa proporção se mantém para qualquer variação no volume de vendas, a partir
desse cenário base.

Por fim, em função do efeito conjunto da Alavancagem Operacional e Financeira, o LAIR


sofreu uma alteração de 20%, em função de uma mudança de 10% nas vendas. Aqui
evidenciamos a presença da Alavancagem Total.

Em outras palavras, o LAIR sofreu uma alteração de 20%/10% = 2x a variação das vendas.
E, assim como nos demais casos, essa proporção se mantém para qualquer variação no
volume de vendas, a partir desse cenário base.

295
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Grau de Alavancagem
Conceito
É possível também calcular os Graus de Alavancagem Operacional (GAO), Financeira (GAF)
e Total (GAT) a partir das seguintes fórmulas:

Índice Fórmula Interpretação

L (5 − 'C) Variação do LAJIR em


GAO relação à variação das
L 5 − 'C − 'O vendas
Variação do LAIR em relação
3!PE0 à variação do LAJIR. Pode
GAF
3!PE0 − PQ0HA também ser calculado como
ROE/ROI.
Variação do Lucro Líquido
GAT GAO X GAF em relação à variação das
vendas
Em que: Q =Quantidade; P = Preço de Venda (por unidade); CV = Custo Variável (por
unidade); CF = Custo Fixo Total
296
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fórmula Dupont
Retorno sobre Patrimônio Líquido

Retorno sobre Lucro Líquido (LL)


Patrimônio Líquido =
(ROE) Patrimônio Líquido (PL)

Retorno sobre Lucro Líquido (LL) Vendas Líquidas Ativo Total


Patrimônio Líquido = x x
(ROE) Vendas Líquidas Ativo Total Patrimônio
Líquido (PL)
Margem Líquida Giro do Ativo Alavancagem

297
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital
Conceito
O CMPC (em inglês WACC – Weighted Average Capital Cost) representa a média do custo
de capitais próprios e de capitais de terceiros de uma empresa. São esses capitais que
sustentam a companhia, seja por meio de financiamento (capital de terceiros) ou
investimentos internos (capital próprio), sendo que cada fonte tem um peso na Estrutura
de Capital.

!" %
CMPC = !" $ %
×#$ + !" $ %
×#&× ' − )#
Retorno Custo do
Peso do Requerido pelos Peso do Capital de Benefício Fiscal
Capital acionistas Capital de Terceiros
Próprio (CAPM) Terceiros

q Onde:
Ø PL: Patrimônio Líquido Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)
Ø D: Dívidas Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)
Ø PL + D = Total de Ativos Ø IR = Alíquota do imposto de renda

298
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Capítulo 4:
Finanças Corporativas

299
4.1 Orçamento de Capital

300
300
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Método de Análise de Investimentos


Conceito
A Análise de Investimentos busca identificar qual a melhor alocação para os recursos
financeiro entre as diversas alternativas existentes . Podemos afirmar que essa análise é
de suma importância ao se considerar a realização de um investimento, pois as
ferramentas utilizadas conseguem mensurar de forma clara, investimentos com prazos,
taxas e fluxos de pagamentos distintos, sendo uma ótima ferramenta de apoio a decisão
do investidor.

Os métodos de análise de investimento cobrados na prova são:


Ø Taxa Interna de Retorno (TIR);
Ø Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM);
Ø Valor Presente Líquido (VPL);
Ø Payback Simples;
Ø Payback Descontado.

301
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Custo de Oportunidade e TMA
Conceito
q TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA): representa o mínimo que um investidor se
propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro
se propõe a pagar quando faz um financiamento. Em relação investimentos, ela deve ser
maior que o Custo de Oportunidade, senão, o investidor racional não tem motivos para
realizar. No Brasil, utilizamos muitas vezes a Taxa Selic como a TMA, já que ela é o
investimento de menor risco do país.

q CUSTO DE OPORTUNIDADE: é a opção que foi renunciada, entre as opções que


poderiam ter sido feitas. Ela não representa necessariamente uma taxa, mas sim o que foi
deixado de lado para ser realizada outra tarefa. No mundo dos investimentos,
normalmente dizemos que é uma taxa de retorno, vide que sempre que um investidor
realizado uma aplicação financeira, ele também está renunciando outras aplicações ou
projetos. Importante notar que o custo de oportunidade é diferente para cada ser
humano, vide que as pessoas não possuem as mesmas oportunidades.

302
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

TIR – Taxa Interna de Retorno


Conceito
A Taxa Interna de Retorno (TIR), em do inglês Internal Rate of Return (IRR), é a taxa de
desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto seja igual a zero,
ou seja, é o retorno do investimento. Assim sendo, se utilizarmos a metodologia da TIR
para analisarmos dois projetos, escolheremos aquele que possui a maior Taxa Interna de
Retorno. Importante ressaltar que, se estivermos analisando fluxos anuais, a TIR será
anual (sua periodicidade é a mesma dos fluxos analisados), se estivermos analisando
fluxos mensais, ela será uma taxa mensal.

Este estudo considera que os fluxos de caixa do projeto são reinvestidos pela própria TIR,
o que acaba sendo um grande problema, pois dificilmente ocorrerá na prática.

303
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
TIR – Taxa Interna de Retorno
Exemplo
Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos
de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00 no
terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o retorno do investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

304
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

TIR – Taxa Interna de Retorno


Solução do Exemplo
Como os fluxos de caixa são distintos, necessitamos calcular inserindo fluxo por fluxo na
HP-12C. Desta forma, utilizaremos a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para inserir
dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
Retorno do
TIR IRR: [f][FV] 27,27% a.a
Investimento

305
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Conceito
A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é um método de análise de projetos de
investimentos que consiste em trazer os fluxos de caixa negativos para valor presente e
levar os fluxos de caixa positivos para valor futuro, gerando desta forma um novo fluxo
de caixa convencional e eliminando assim, alguns dos problemas da TIR quando estimada
na sua maneira tradicional.

q Limitações do indicador: A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) traz como


principal desvantagem não poder ser aplicada nas seguintes situações:
Ø Taxa de reinvestimento igual à taxa de captação: o cálculo apropriado é o da Taxa
Interna de Retorno (TIR).
Ø Desconhecimento da taxa de captação de recursos e/ou de reinvestimento: o que
torna a tarefa de projetar os fluxos de caixa mais sujeita ao insucesso.

306
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Exemplo
Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos
de R$ 20.000 pelos próximos 4 anos, sem valor residual. Se o investidor consegue
reinvestir esses fluxos à taxa de 10% ao ano, qual a taxa de retorno do projeto?

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 2 anos do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

307
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Solução do Exemplo
Para resolvermos este problema, primeiro precisamos corrigir todos os fluxos positivos
para o último ano e soma-los (caso houvesse algum negativo, este deveria ser trazido a
valor presente e somado ao CF0). Desta forma, ao invés de termos 4 fluxos positivos,
teremos somente 1 fluxo no último ano.

R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000 R$ 20.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Fluxo 1 renderá Fluxo 2 renderá Fluxo 3 renderá Encerramento
10% por mais 3 anos 10% por mais 2 anos 10% por mais 1 ano do projeto
(até o ano 4) (até o ano 4) (até o ano 4)

-R$ 50.000

308
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada


Solução do Exemplo
Conforme mencionado, devemos corrigir os R$ 20.000,00 dos anos 1, 2 e 3 até o último
período, e acrescentar o ano 4, transformando assim tudo em um só valor no último ano.
Este cálculo possui o mesmo significado que “uma pessoa irá investir durante 4 anos,
R$ 20.000 a uma taxa de 10%a.a. Qual o valor final que ela terá?”

q CÁLCULO:
Ø n = 4 (anos)
Ø i = 10 (ao ano)
Ø PV = 0
Ø PMT = -20.000 [CHS]
Ø FV = ? = 92.820,00

309
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada
Exemplo
Agora que já calculamos qual o valor corrigido de todos os fluxos, podemos enxergar da
seguinte forma o problema:

R$ 92.820

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Encerramento
do projeto
-R$ 50.000

Por fim, calcularemos o retorno (i) deste investimento, que é o que buscamos:
Ø PV = 50.000 [CHS]
Ø PMT = 0
Ø FV = + 92.820
Ø n = 4 anos
Ø i = ? = 16,73% ao ano, esta é a TIR Modificada.

310
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

VPL – Valor Presente Líquido


Conceito
O VPL (Valor Presente Líquido), em inglês Net Presente Value (NPV) é o principal método
de análise de investimentos. Ele consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de
caixa de um investimento e somá-los ao valor do investimento inicial, usando como taxa
de desconto a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) do investidor. Caso o cálculo do VPL
seja negativo, isto significa que o projeto não é financeiramente viável (o retorno é pior
que a TMA).

O termo FC0 representa o fluxo de caixa do período zero (investimento inicial).


Normalmente este termo entrará com sinal negativo na equação do VPL.

q OBS: Quando estamos analisando dois projetos, escolheremos sempre aquele que
possui o maior VPL.

311
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
VPL – Valor Presente Líquido
Exemplo
Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos
de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00 no
terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que o Taxa Mínima de Atratividade
do investidor é a Taxa Selic, que está em 10% ao ano, qual o VPL deste projeto?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

312
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

VPL – Valor Presente Líquido


Solução do Exemplo
Para calcularmos o VPL, precisamos utilizar a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para
inserir dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos. Como o VPL é uma
comparação com outro projeto, além das informações dos fluxos, precisamos inserir a
TMA na taxa [i] também.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


Fluxo de Caixa ZERO,
50.000 CHS CF0: [g][PV]
ou seja, Valor Presente
10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4
10 [i] Taxa TMA
Valor Presente
VPL NPV: [f][PV] R$ 25.479,82
Líquido

313
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Payback
Conceito
O Payback, também chamado de “Payback Simples”, é o período de tempo necessário
para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o
tempo de recuperação do investimento realizado. Diferentemente das análises de VPL e
da TIR, no qual, entre dois projetos, escolhemos aquele que der o maior resultado, pela
análise do Payback, devemos escolher aquele que dará o menor número.

Importante ressaltar que, após o retorno do capital, o Payback ignora todos os fluxos de
caixa de restante, seguindo a premissa de “depois que recuperar meu capital, o que vier é
lucro”.

q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback, devemos somar os fluxos de caixa, com seus
respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer
que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma
positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional
ao necessário para zerar o fluxo.

314
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Payback
Exemplo
Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa anuais
positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00
no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o Payback do investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Ainda faltam Ainda faltam Neste ano foi
R$ 40.000 a serem R$ 20.000 a serem Recuperado o capital
recuperados recuperados investido e, ainda por cima,
ultrapassou R$ 10.000.
-R$ 50.000

315
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Payback
Solução do Exemplo
A maneira mais fácil de se calcular o Payback é realizar uma tabela e ir somando os fluxos
de caixa, até zerar a aplicação ou deixar positiva (para posteriormente, fazer a
proporcionalidade do período):

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +10.000 +20.000 +30.000 +40.000
Somatório A -50.000 -40.000 -20.000 +10.000

Podemos notar que o capital foi recuperado no terceiro ano e, além disso, que “sobrou”
R$ 10 mil (o conceito de Payback é recuperar o capital investido). Ou seja, o que precisava
para recuperar o capital investido, não eram os R$ 30 mil do terceiro ano, mas R$ 20 mil
(devemos olhar para o ano anterior ao fluxo que ficou positivo). Desta forma, fazemos
uma regra de três com o que faltou do “ano 2” com o valor recebido do ano 3:

(). )))
!"#$"%& = = ), -- /012 + ( /012 = (, -- /012
+). )))

316
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Payback Modificado (Descontado)


Conceito
O “Payback Modificado (Descontado)” vem a consertar um problema primário do
“Payback Simples”: o valor do dinheiro no tempo. Desta forma, o “Payback Descontado”
traz a valor presente, todos os fluxos de caixa, para depois aplicar o mesmo conceito do
“Payback Simples”, ou seja, ele é o período de tempo necessário para recuperar o
investimento, avaliando-se os fluxos de caixa descontados.

q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback Descontado, devemos primeiramente, trazer


cada fluxo de caixa, a valor presente ([n], [i], [PV], [PMT] e [FV]). Após sabermos isso, o
cálculo passar o mesmo do “Payback Simples”, ou seja, somar os fluxos de caixa, com seus
respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer
que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma
positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional
ao necessário para zerar o fluxo.

317
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Payback Modificado (Descontado)
Exemplo
Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa anuais
positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00
no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que a TMA está 10% ao ano, qual
o Payback Descontado do investimento?

R$ 10.000 R$ 20.000 R$ 30.000 R$ 40.000


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
O valor presente O valor presente O valor presente O valor presente
será R$ 9.090,91 será R$ 16.528,93 será R$ 22.539,44 será R$ 27.320,54

-R$ 50.000

318
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Payback Modificado (Descontado)


Solução do Exemplo
Primeiramente, devemos trazer para valor presente, cada fluxo de caixa, gerando um novo
fluxo de caixa:

PV do Fluxo 1 PV do Fluxo 2 PV do Fluxo 3 PV do Fluxo 4


Ø FV1 = 10.000 Ø FV2 = 20.000 Ø FV3 = 30.000 Ø FV4 = 40.000
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø n=1 Ø n=2 Ø n=3 Ø n=4
Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10 Ø i = 10
Ø PV =? = 9.090,91 Ø PV =? = 16.528,93 Ø PV =? = 22.529,44 Ø PV =? = 27.320,54

R$ 9.090,91 R$ 16.528,93 R$ 22.529,44 R$ 27.320,54


0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

-R$ 50.000

319
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Payback Modificado (Descontado)
Solução do Exemplo
Agora que temos o novo fluxo, fazemos a mesma tabela para do Payback Simples, mas
utilizando o valor presente de cada fluxo de caixa:

Período 0 1 2 3 4
Fluxo A (R$) -50.000 +9.090,91 +16.528,93 +22.529,44 +27.320,54
Somatório A -50.000 -40.909,10 -24.380,20 -1.850,72 +25.469,82

Trazendo os fluxos a valor presente a uma taxa de 10% ao ano, o Payback saiu de 2 anos e
pouco, para mais de 3 anos. Da mesma forma, por ter ficado um saldo positivo, devemos
fazer uma regra de três com o que faltou do “ano 3” com o valor recebido do ano 4 (ano
que zerou o fluxo e ficou positivo):

;. <=), >(
!"#$"%& 456%789":7 = = ), )> /012 + + /012 = +, )> /012
(>. +(), =?

320
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

4.2 Estrutura de Capital

321
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Grau de Alavancagem
A alavancagem surge em função da existência de custos fixos no Demonstrativo de
Resultado do Exercício (DRE) de uma companhia. Esses custos fixos podem ser tanto
operacional (Grau de Alavancagem Operacional – GAO) como financeiros (Grau de
Alavancagem Financeira – GAF). A combinação do GAO e do GAF resulta no Grau de
Alavancagem Total (GAT).

Índice Fórmula Interpretação

@ (B − DE) Variação do LAJIR em


GAO relação à variação das
@ B − DE − DG vendas
Variação do Lucro Líquido
HIJKL em relação à variação do
GAF
HIJKL − JMLNO LAJIR. Pode também ser
calculado como ROE/ROI.
Variação do Lucro Líquido
GAT GAO X GAF em relação à variação do
das vendas
Q =Quantidade; P = Preço de Venda (por unidade); CV = Custo Variável (por unidade);
CF = Custo Fixo Total
322
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital


Conceito
O CMPC (em inglês WACC – Weighted Average Capital Cost) representa a média do custo
de capitais próprios e de capitais de terceiros de uma empresa. São esses capitais que
sustentam a companhia, seja por meio de financiamento (capital de terceiros) ou
investimentos internos (capital próprio), sendo que cada fonte tem um peso na Estrutura
de Capital.

!" %
CMPC = !" $ %
×#$ + !" $ %
×#&× ' − )#
Retorno Custo do
Peso do Requerido pelos Peso do Capital de Benefício Fiscal
Capital acionistas Capital de Terceiros
Próprio (CAPM) Terceiros

q Onde:
Ø PL: Patrimônio Líquido Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)
Ø D: Dívidas Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)
Ø PL + D = Total de Ativos Ø IR = Alíquota do imposto de renda

323
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Discount Dividend Model (Modelo de Gordon)
Conceito
O Modelo de Gordon, também chamado de Modelo de Desconto de Dividendos, utiliza os
dividendos futuros previstos, descontando-os a valor presente por uma taxa, que será
“retorno requerido pelo acionista MENOS taxa de crescimento dos dividendos”, para
saber o valor justo de uma ação. Este modelo leva em consideração três variáveis:
Ø D1 = dividendo ANUAL da ação, porém de 1 ano a frente do preço atual
Ø Ks = taxa de retorno requerida pela ação
Ø g = taxa de crescimento dos dividendos

q FÓRMULA:
(+" )
!"#$% ((! ) =
Ks − g
q Cuidado! Pode ser fornecido D1 (estimativa de dividendos do próximo ano) ou D0
(dividendos distribuídos no último ano). Note que, a fórmula acima requer o fluxo de
caixa ou dividendo do período 1. Portanto, se fornecido D0 , é preciso aplicar a taxa de
crescimento g para obter D1, ou seja, crescer o dividendo por 1 ano

324
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Discount Dividend Model (Modelo de Gordon)


Exemplo 1
Uma ação paga um dividendo anual de R$ 3,00 e se esperada uma taxa de crescimento
de 5% ao ano no valor do dividendo. Se a taxa de retorno requerida pela ação é de 12%
ao ano, qual o seu preço justo?

q RESPOSTA: Este problema será resolvido através do Modelo de Gordon, vide que nos
foi fornecido o dividendo da ação. Importante notar que foi dado o dividendo atual (D0) e
não o do próximo exercício (D1). Assim sendo, precisamos primeiro encontrar D1:

Ø D1 = D0 × (1 + g) = R$ 3,00 × (1 + 0,05) = R$ 3,15

Agora, com as demais informações (g = 4%; r = 10%), podemos resolver:

Ø Preço = D1 = R$ 3,15 = R$ 3,15__ = R$ 3,15_ = R$ 45,00


(r – g) (12% - 5%) (0,12 - 0,05) (0,07)

325
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Discount Dividend Model (Modelo de Gordon)
Exemplo 2
A empresa RToro Education S/A não paga dividendos, mas espera-se que em 4 anos
pague R$ 2,00 por ação e que a partir daí, esses dividendos cresçam a uma taxa de 4%
ao ano. Qual seria o preço adequado dessa ação para hoje? Dada a característica da
empresa, a taxa de desconto adequada é de 10%aa.

q RESPOSTA: Podemos calcular o preço desse ativo a partir do modelo de Gordon. No


entanto, foi informado o dividendo em t = 4, então o modelo de Gordon nos dará o valor
da ação no ano 3 (o modelo de Gordon utiliza como variável D1 para o cálculo de P0).
Como a questão solicita o preço em P0, teremos que trazer o preço calculado no modelo
de Gordon a valor presente.

(1) Aplicar Modelo de Gordon (2) Trazer a valor presente


Ø Preço Ano 3 = D4__ Øn=3
(r – g) Ø i = 10
Ø FV = 33,33
Ø Preço Ano 3 = R$ 2,00
Ø PMT = 0
(10% - 4%)
Ø PV = ? = R$ 25,04
Ø Preço Ano 3 = R$ 33,33

326
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

4.3 Proventos, Emissão e Recompra de Ações

327
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Ações
Remunerações
O retorno financeiro de um acionista dependerá de vários fatores, sendo os principais
motivos o (1) desempenho econômico da empresa; e o (2) comportamento da economia
brasileira e internacional. Esta remuneração poderá através de:
Ø Ganho de Capital: na valorização das ações;
Ø Dividendos: distribuição do lucro;
Ø JCP (Juros sobre o Capital Próprio): juros pagos em relação ao Patrimônio Líquido
da companhia;
Ø Bonificação: ações gratuitas recebidas pela incorporação do lucro. Se a empresa
tem bons projetos, é preferível que seu lucro seja utilizado para financiar seus
investimentos, pois podem ganhar mais na valorização das ações do que no
recebimento de dividendos;
Ø Subscrição: direito de compra de ações na mesma proporção à sua participação.

328
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Dividendos
Conceito
DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).
O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja
de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do
mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este
processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).
Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara
que serão pagos dividendos;
Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço
de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o
dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito
ao dividendo anunciado;
Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.

Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia
do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele
venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na
da DATA DO PAGAMENTO.

329
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Política de Dividendos
Conceito
A política de dividendos adotada por uma empresa pode transmitir sinais ao mercado
sobre a situação da companhia. De acordo com a Teoria de Sinalização de Dividendos, tais
sinais sobre a expectativa de distribuição de dividendos futuros e, consequentemente, do
resultado da companhia, seriam capazes de influenciar a demanda por determinado ativo.

Contudo, uma variação no volume a distribuir de dividendos pode ser interpretado de


maneira dúbia:
Ø ELEVAÇÃO DOS DIVIDENDOS: muitos podem interpretar como uma notícia
positiva, pois receberão valores maiores a título de dividendos; porém outros podem
questionar se a administração da companhia não está sendo capaz de empreender
novos projetos que possam implicar maior retenção de lucros, de um lado, mas
resultados superiores no futuro, de outro.
Ø REDUÇÃO DOS DIVIDENDOS: à primeira vista, pode sinalizar que a empresa passa
por dificuldades financeiras e que prefere distribuir menos recursos a título de
dividendos; porém, pode também significar que a companhia está retendo parcela
maior do lucro para reinvestir na própria empresa, o que pode levar a melhores
resultados no futuro e, consequentemente, maiores dividendos.

330
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Política de Dividendos
Conceito
Dada essa possível ambiguidade de interpretações, existem três principais teorias a
respeito do efeito de dividendos no valor para o acionista:
Ø Teoria da Irrelevância dos Dividendos (dividend irrelevance): como o nome diz,
essa teoria defende que a declaração de uma companhia a respeito do pagamento
de dividendos não teria impacto sobre o preço das ações. Isso porque, para os
defensores dessa teoria, o grande valor de uma empresa é sua capacidade de obter
lucro e proporcionar bons índices de rentabilidade. Portanto, desde que isso seja
feito, a quantidade de dividendos paga não agregaria valor ao acionista.
Ø “Pássaro na mão” (Bird-in-hand): já diz o ditado popular, “mais vale um na mão
do que dois voando”. Assim, essa teoria defende que os investidores preferem
receber dividendos maiores, que representam caixa certo (um na mão), ao invés de a
empresa distribuir menos, reinvestir no próprio negócio e poder gerar mais lucro a
médio e longo prazo. Nesse último cenário, haveria a expectativa de um ganho de
capital superior, mas incerta (dois voando).
Ø Preferência fiscal (tax preferrence): os investidores preferem menores dividendos
e maiores ganhos de capital, uma vez que os primeiros são mais tributados do que os
segundos em alguns países, como nos EUA.

331
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Juros sobre o Capital Próprio (JCP)
Conceito
A JCP, o JUROS sobre o CAPITAL PRÓPRIO, é uma forma de remuneração alternativa ao
dividendo para o acionista. A diferença é que ela é considerada uma despesa para a
empresa e transferindo a tributação para o acionista. Esta remuneração é limitada até o
valor da correção da TLP (Taxa de Longo Prazo) sobre o Patrimônio Líquido (PL).

Inicialmente parece ruim, mas é uma excelente estratégia, já que a tributação nas PJ varia
de 25% a 35% sobre o lucro e nas pessoas físicas é de 15%. Outro ponto importante é que
após seu pagamento, o preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos
dividendos, ou seja, é negociada ex-juros.

q VANTAGEM PARA EMPRESA: Despesa dedutível da base de cálculo para o IRPJ


(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) na
apuração pelo lucro real das empresas.

q IR PARA O INVESTIDOR: O acionista é tributado em 15% sobre o valor a ser distribuído,


com o IR sendo exclusivo e definitivo na fonte. Para a prova, a JCP possui os mesmos
efeitos que o dividendo, porém com tributação de 15% para o acionista.

332
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Direito de Subscrição
Conceito
O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a
proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.

Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui
um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).
Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no
primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no
segundo é gratuito.

FÓRMULA PARA PREÇO EX-SUBSCRIÇÃO (X):

333
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Direito de Subscrição
Gráfico Demonstrativo
Para você não se apegar a fórmula, vamos então entender o raciocínio passo-a-passo!

RToro Education Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão
1 sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta
100 ações forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!

RToro Education Esta empresa deseja captar R$ 100,00 de recursos


50
novos, então ela dá o direito de subscrição de 50
2 AÇÕES
100 ações ações a R$ 2,00 a seus acionista (para cada 2 ações
NOVAS
que um acionista possui, ele pode adquirir 1 nova).

RToro Education S/A Agora a empresa estará valendo os R$ 500,00 MAIS


R$ 100,00 do dinheiro que entrou (R$ 600,00),
3
150 AÇÕES porém possuindo 150 ações. Assim, o novo preço
no mercado será de R$ 600 ÷ 150 = R$ 4,00.

334
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Bônus de Subscrição
Exemplo de Cálculo
A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de
uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50
e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o
período da subscrição (Ex-Subscrição)?

q RESPOSTA: Quando a questão não nos informa a quantidade de ações que a


companhia possui, utilizamos como base o número 100 para facilitar os nosso cálculos.
Assim, primeiramente vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia, depois o
valor que entrada de recursos na empresa, e por último o novo preço!
(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,50 = R$ 250,00 é o valor total da empresa
(2) Dinheiro entrando na RToro Education S/A: A questão nos diz que a empresa está
aumentando em 30% o seu capital social. Como utilizamos o número 100 como base, ela
estaria aumentando em 30 ações ao valor de R$ 2,40, ou seja, 30 x R$ 2,40 = R$ 72,00.
(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor de mercado antes da subscrição
e o valor em dinheiro que está entrando, sabemos que ela vale ao total R$ 322,00, pois é
a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta dividir pela quantidade de ações, que
agora é de 130 (100 + 30). Portanto, o novo valor será R$ 322,00 ÷ 130 = R$ 2,48.

335
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Bonificação de Ações
Conceito
A BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é o ato de uma companhia incorporar as reservas de lucro ou
de capital para ela e em troca disso, distribui novas ações aos atuais acionistas, realizando
um aumento de capital. É como se, ao invés a empresa distribuir o valor em dividendos,
ela distribui em ações, e esse recebimento é proporcional à posição acionária existente no
momento que a assembleia concede a bonificação.

A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do
Patrimônio Líquido, pois ele é uma das contas do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o capital
social é aumentado pela capitalização de reservas (novas ações foram emitidas para os
atuais acionistas). Como não ocorre incremento do patrimônio líquido, apenas
movimentação de contas em seu interior, o valor da empresa não se altera, somente o
valor da ação é modificado, vide que hão há entrada de novos recursos, pois os recursos
já estão na empresa.

q RESUMO: a BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é a distribuição GRATUITA de novas ações aos


atuais acionistas, causado pelo incorporação do lucro. O acionista tem somente um custo
contábil por estas ações (quando ele vender, o custo informado a receita federal para o
ganho de capital, será este custo contábil).
336
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Bonificação de Ações
Exemplo de Cálculo
Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.
Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído
em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão
sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,
que possui 10% da companhia, após a bonificação?

q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o
acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor
da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse
valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:
(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).
(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.
(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.
(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois
com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.
(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.

337
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Desdobramento (Split)
Conceito
O DESDOBRAMENTO, também chamado de SPLIT, é a divisão de uma ação em várias e
tem por finalidade ampliar a liquidez das ações em circulação de uma empresa. Ou seja,
quando uma empresa acredita que suas ações estão tendo pouca liquidez, ela pode
realizar esse processo, que aumentará a quantidade de ações no mercado e, ao mesmo
tempo, reduzirá a cotação na mesma proporção.

O Desdobramento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA. Desta forma, o


investidor precisará ter o mesmo valor financeiro que tinha antes do SPLIT!

q EXEMPLO: Um investidor possui 200 ações a R$ 30,00 cada (R$ 6 mil). Sabendo que a
empresa fez um Split de 1 pra 3 (ou seja, de 200%), qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: Para cada ação que o investidor possuía, ele passará agora a ter o triplo, ou
seja, 3 ações, tendo ao total 600 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro
investido (R$ 6.000,00), cada ação deverá valer agora R$ 10,00. Perceba que o preço e a
quantidade de ações possui uma relação inversamente proporcional nesses
procedimentos!

338
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Grupamento (Inplit)

O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,


tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.
Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está
sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no
mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção.

O Grupamento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA. Desta forma, o


investidor precisará manter o mesmo valor financeiro que tinha antes deste
procedimento!

q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).
Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição
será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),
cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de
ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!

339
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Conceito
Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os
objetivos da administração da companhia aos interesses dos acionistas, visando assegurar
que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das
organizações.

Entre os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:


Ø Conselho de administração ativo e que atue com independência;
Ø Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente
reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
Ø Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes;
Ø Eleições para todos os assentos do conselho de uma única vez, evitando assim a
perpetuação de grupos de controle ao longo do tempo;
Ø Presidente do Conselho e CEO ocupados por profissionais distintos.
Ø Permissão para realização de negócios com partes relacionadas, desde que com
autorização prévia do Conselho de Administração.

340
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Níveis de diferenciados de Governança
A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem
para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente
as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de
Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia
(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto
estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever
de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:
Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);
Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);
Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança).

q Os principais objetivos são:


Ø Incentivar e preparar as companhias para aderirem ao Novo Mercado;
Ø Melhoria da relação com investidores;
Ø Fortalecer o mercado de capitais nacional;
Ø Maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos
controladores e administradores da companhia.

341
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Nível 1
As principais mudanças entre o tradicional e o Nível 1 de Governança Corporativa, refere-
a melhorias na prestação de informações ao mercado e com dispersão acionário (free
float mínimo de 25%s). Suas principais características são:
Ø Free Float Mínimo de 25%: Significa que a empresa deverá manter em circulação
uma parcela mínima de ações que represente 25% do seu capital social;
Ø Melhoria nas informações prestadas, trimestrais e anuais;
Ø Ao menos uma reunião anual pública com analistas e investidores;.
Ø Apresentação de calendário anual, constando todos os eventos corporativos;
Ø Divulgação de todas as negociações referentes a valores mobiliários e derivativos
de emissão da companhia, por parte dos acionistas controladores,
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa
(carência de 3 anos a partir da adesão).

342
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Nível 2
Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior
equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes, foram
melhorados (ou seja, muda tudo, exceto que ainda mantém ações PN). Estes itens são:
Ø Free Float Mínimo de 25%: Significa que a empresa deverá manter em circulação
uma parcela mínima de ações que represente 25% do seu capital social;
Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAP ou IFRS);
Ø Tag Along de 100% para ações ON e PN;
Ø Aderência a Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo 5 membros, dos quais pelo menos
20% independentes, com mandato unificado de até 2 anos.
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa
(carência de 3 anos a partir da adesão);
Ø As ações preferencias terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:
o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;
o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;
o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;
o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que
sejam deliberados em Assembleia Geral.
343
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Novo Mercado
O nível Novo Mercado exige das empresas os mais altos níveis de governança corporativa,
sendo referência no que se refere à transparência e respeito aos acionistas. Ele inclui
todos as regras da nível 2, mas com uma grande mudança: o capital deve ser composto
EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com direito a voto. Ou seja, é proibido ter na
sua composição, ações preferencias (PNs). Desta forma, as principais regras são:
Ø Capital deve ser composto EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com
direito a voto;
Ø Free Float Mínimo de 25%: Significa que a empresa deverá manter em circulação
uma parcela mínima de ações que represente 25% do seu capital social, ou 15%, caso
o ADTV (Average Daily Trading Volume) seja superior a R$ 25 milhões;
Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAAP ou IFRS);
Ø Tag Along de 100% para ações ON;
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo de 3 membros (conforme legislação),
dos quais, pelo menos, 2 ou 20% (o que for maior) devem ser independentes, com
mandato unificado de até 2 anos;
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.

344
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Quanto maior, mais benefício ao acionista minoritário
Tradicional N1 N2 Novo Mercado
Atender Atender requisitos Atender requisitos Ter apenas
Objetivo
Legislação de transparência societários ações ON
25% ou 15%, caso o ADTV*
Free Float não há regra mínimo 25% mínimo 25%
seja superior a R$ 25 milhões
Características ON e PN ON e PN ON e PN (com
somente ON
das ações conforme a lei conforme a lei direitos adicionais)
mínimo 3 membros mínimo 5 membros mínimo 3 membros, pelo
mínimo 3 (conforme a lei), (20% independentes), menos 2 ou 20% (o que for
Conselho de
membros com mandato com mandato maior) independentes, com
Administração
conforme a lei unificado de até 2 unificado de até 2 mandato unificado de até 2
anos anos anos
Demonstrações conforme traduzidas para o
conforme legislação conforme legislação
Financeiras legislação inglês
80% ON 80% ON 100% p/ ON
Tag Along 100% p/ ON
conforme a lei conforme a lei 100% p/ PN
Câmara de
facultativo facultativo Obrigatório Obrigatório
Arbitragem

*ADTV: Average Daily Trading Volume ou Volume diário médio de negociação.


345
CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão
Capítulo 5:
Mercados e Instrumentos
Financeiros
346
5.1 Renda Variável

347
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão 347

5.1.1 Conceitos Básicos


348
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão 348
Renda Variável
Conceitos
A RENDA VARIÁVEL é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo
não é conhecida no momento da aplicação. Esses investimentos são mais arriscados e
recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado. São exemplos desses
tipos de investimos: ações; moedas, tais como dólar, euro, iene...; commodities (soja, café
arábico, boi gordo, petróleo); Clubes de Investimentos e Fundos de Investimentos.

Alguns definições serão importantes sabermos durante nossos estudos, tais com:
Ø Acionista minoritário: É o acionista que possui uma quantidade não expressiva de
ações ordinárias (com direito a voto), sendo estes protegidos pela CVM.
Ø Acionista(s) Controlador(es): É quem exerce o poder de controle na sociedade,
seja uma pessoa ou grupo de pessoas. Eles possuem a maioria dos votos nas
assembleias gerais, tem o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia e tem o poder para dirigir as atividades da companhia e orientar o
funcionamento de seus órgãos, definindo a estratégia da empresa. São estes os
investidores que são fiscalizados pela CVM, referente a proteção aos demais.
Ø Home Broker: É o sistema online de uma corretora que permite seu cliente a
comprar e vender ativos na B3 sozinho, sem a necessidade de um operador. Os
principais ativos negociados são ações, derivativos e fundos de investimentos.

349
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Renda Variável
Conceitos
Três são os ambientes possíveis de negociação de ativos e são eles:
Ø BOLSA DE VALORES: este é o principal ambiente de negociações, sendo ele
administrado no Brasil pela B3. É um ambiente onde se tem um rigidez muito grande
com relação as regras de funcionamento, exigindo das companhias que desejam ter
seus ativos negociados nela, diversos requisitos, que muitas vezes pode encarecer a
operação. Além disso, é exigido a publicação de todas as informações referentes às
transações (preços, horários, quantidades, entre outras), devendo ocorrer em até 15
minutos de sua efetivação.
Ø BALCÃO ORGANIZADO: este é um ambiente mais flexível, onde ocorrem as
negociações que não estão registradas na bolsa de valores. Tem como características
a possibilidade de realizar apenas o registro das operações previamente negociadas,
o diferimento da divulgação de informações e a possibilidade de atuação direta, sem
intermediário. Suas operações também ocorrem na B3.
Ø BALCÃO NÃO ORGANIZADO: Neste mercado, as operações simplesmente não são
registradas, não havendo supervisão de instituição reguladora. Desta forma, tem
menos transparência nas negociações dos ativos, gerando um maior riscos aos
investidores.

350
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Ações
Conceito
A AÇÃO de uma empresa representa “a menor fração do seu capital social”. O detentor
de uma ação (acionista), se torna um dos donos da companhia (coproprietário) e não um
credor da empresa, desta forma, ações NÃO POSSUEM RISCO DE CRÉDITO! Junto com
todas as outras pessoas (físicas ou jurídicas) que detêm ações da empresa, você passa a
fazer parte do quadro de acionistas da companhia. As ações são conversíveis em dinheiro
a qualquer momento por negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão
organizado, desde que haja um outro interessado e por isso há o risco de Liquidez.

As ações possuem algumas características, podendo ser:


Ø Nominativas ou “Ao portador”;
Ø Escriturais ou físicas;
Ø Ordinárias (ON) ou Preferências (PN);
Ø De diferentes Classes (A, B, C, ...).

351
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Ações
Tipos
As ações se diferenciam basicamente pelos direitos que concedem a seus acionistas. No
Brasil, elas estão divididas em dois grandes grupos: as ações ordinárias e as ações
preferenciais. Ambos os tipos de ações devem ser nominativas (seu detentor é
identificado nos livros de registro da empresa).

As principais características de cada uma são:


Ø Ações Ordinárias (ON): ação com direito a voto.
Ø Ações Preferências (PN): ação com preferência aos dividendos.
Ø Certificados de Depósito de Ações (UNITS): são ativos compostos por mais de
uma classe de valores mobiliários, como por exemplo, uma composição da ações ON
e ações PN.

q OBS: O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no


exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações
emitidas.

352
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Ações
Ações Ordinárias (ON)
Os detentores de ações ordinárias nominativas (ON) têm o direito de votar nas
assembleias da empresa. Porém, para do pequeno investidor, esse direito é bastante
limitado, já que seu voto pode ser bastante insignificante perto dos grandes investidores.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Dá direito a voto nas assembleias (1 ação = 1 voto);
Ø Eleição do Conselho Administrativo;
Ø Controle do destino da empresa;
Ø Direito a Tag Along (mínimo de 80% do valor pago por ação com direito a voto em
caso de alienação de controle).

Importante ressaltar que é obrigatório que no mínimo 50% das ações sejam ordinárias e,
em caso de falência, ela será o último débito a ser quitado pela empresa, portanto há
um maior risco comparado as PN.

353
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Ações
Ações Preferencial (PN)
As ações preferenciais nominativas (PN) são aquelas que menos protegem o acionista
minoritário, pois não lhe dão o direito de votar em assembleia e em caso de venda da
empresa, não lhe garantem o direito de participar do prêmio de controle (valor pago ao
acionista que detém o comando, no caso de venda da empresa). Desta forma, suas
características são:
Ø Não dá direito a voto (há exceções);
Ø Prioridade na distribuição de dividendo;
Ø Prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio;
Ø Número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do
total de ações emitidas.
Ø Caso a companhia não distribua resultados por três exercícios consecutivos, as
ações preferenciais podem adquirir direito a voto, o qual será mantido até que se
faça a distribuição de dividendos.
o A aquisição do direito a voto valerá tanto nas companhias abertas ou fechadas,
onde foi estipulado dividendo fixo ou mínimo e nas companhias abertas onde foi
estipulado dividendo mínimo de 3% do patrimônio líquido.

354
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Ações
Ações Preferencial (PN)
Conforme a lei 10.303, somente poderão ser negociadas em bolsa as ações PN com pelo
menos UMA das vantagens abaixo, independentemente do direito de receber ou não o
reembolso de capital:
Ø Direito de participar de dividendo a ser distribuído de, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) do Lucro Líquido do exercício; ou
Ø Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10% (dez por cento) maior do
que o atribuído a cada ação ordinária (ON); ou
Ø Direito de serem incluídas no Tag Along (em caso de venda da companhia, direito
de vender as suas ações recebendo, no mínimo 80% do valor pago por cada ação
integrante do bloco de controle), assegurando o dividendo pelo menos igual ao das
ordinárias (ON).

355
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Ações
Classe
As empresas podem emitir diferentes classes de ações e criar quantas classes quiser,
dentro de seu tipo (ON ou PN). Essas classes de ações recebem uma letra, conforme
objetivos específicos. Por exemplo, a empresa pode estabelecer em seu estatuto valores
diferenciados de dividendos ou proventos especiais para cada classe de ação.

Uma ação PNA indica uma ação PN (Preferencial Nominativa) classe A. A classe A pode
indicar que seja uma ação com dividendo mínimo e a classe B, uma ação com dividendo
fixo.

q OBSERVAÇÃO: As classes são descritas por letras (A, B, C, ...), após o ON e PN, sendo
que é no Estatuto Social que são determinadas as vantagens e restrições de cada uma
delas.

356
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Depositary Receipts (DR’S)
Definição
São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país. No Brasil são negociados os BDRs (Brazilian Depositary Receipts),
certificados representativos de ações de empresas estrangeiras, no qual os Brasileiros
podem comprar. Já nos Estados Unidos são emitidos os ADRs, onde os Americanos podem
investir em empresas não-americanas. Por exemplo, a Petrobrás possui um programa de
ADR negociadas na NYSE na qual cada 2 ações PN equivalem 1 ADR (PBRA). Já quando
esse lastro é em qualquer outro país, como por exemplo, na Inglaterra, chamamos de
GDR (GLOBAL Depositary Receipts).

• Negociadas nos EUA


Ações • Negociadas no Brasil
• Emitidas por empresas • Emitidas por empresas
não americanas não brasileiras

ADR - American DR’s BDR - Brazilian


Depositary Receipts Depositary Receipts

357
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Depositary Receipts
Benefícios
Tantos as empresas estrangeiras que decidem acessar o Mercado Internacional, quanto os
investidores, podem se beneficiar dos programas de ADR, BDR ou GDR, que são:
Ø BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA:
§ Ampliação e diversificação de sua base de acionistas;
§ Maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais;
§ Aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores;
§ Maior cobertura de research fora de seu país de origem;
§ Alternativa adicional para captação de recursos;
§ Melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares;
§ Moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições.
Ø BENEFÍCIOS PARA O INVESTIDOR:
§ Não precisa enviar dinheiro para o exterior e com isso, não tem a preocupação
com a conversão do câmbio e não é tributado pelo IOF.
§ Evita os custos relacionados à remessa de recursos para o exterior, como
câmbio e manutenção de contas;
§ Possibilidade de elaboração de estratégias, diversificação de investimentos e
arbitragem com ativos locais e estrangeiros.
§ Possibilidade de converter os DRs em ações da companhia emissora.
358
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Depositary Receipts
Custodiante & Depositário
Dentre as figuras importantes no processo das DR’s, temos a Instituição Custodiante, a
Instituição Depositária e a empresa patrocinadora, que possuem as seguintes funções:
Ø Custodiante: a instituição que presta o serviço de custódia (faz a guarda da ação
que estará servindo como lastro para a emissão da DR).
Ø Depositária: a instituição que, no exterior, emite os correspondentes DR. Ela tem
como responsabilidade garantir que os DRs de fato estejam lastreados nos valores
mobiliários e que os mesmos estejam bloqueados para negociação no país de
origem. Ela deverá garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos
valores mobiliários no Exterior e dos DRs emitidos.
Ø Empresa patrocinadora: a emissora sediada no País dos ativos que estão servindo
como lastro do programa de DR e signatária de contrato específico com instituição
depositária para a emissão de DR.

Por exemplo, imagine que a Petrobrás (empresa patrocinadora) deseja ter 100.000 ADRs
sendo negociadas na bolsa americana. Assim, caso a paridade ADR por ações seja um (1)
para um (1), 100.000 ações ficarão “guardadas” em uma Instituição Custodiante. Com
isso, a Instituição Depositária fará a emissão de 100.000 ADRs nos EUA e ficará
responsável por garantir que as 100.000 ações no Brasil não sejam negociadas.

359
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Tipos de Categorias
Os recibos BDRs possuem duas categorias:
Ø Patrocinadas; e
Ø Não Patrocinadas.

Os certificados patrocinados são emitidos por uma instituição depositária contratada pela
companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários. Além disso, esta companhia é
responsável por divulgar todas as informações necessárias, fazendo parte do processo.
Outro ponto importante é que a categoria Patrocinada pode ser classificada como Nível I,
Nível II ou Nível III. Já a categoria Não Patrocinado é emitido sem o envolvimento da
empresa estrangeira, desta forma, só pode ser classificado como nível I. Vale ressaltar
que, desde 22 de outubro de 2020, as BDRs Nível I estão dispostas a negociação a
quaisquer investidores, desde que:
Ø o mercado de maior volume de negociação desses ativos, nos últimos 12 meses,
seja um ambiente de mercado estrangeiro classificado como “mercado reconhecido”;
Ø o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro aos BDR esteja sujeito à
supervisão por parte da entidade reguladora do mercado de capitais do mercado de
maior volume de negociação.

360
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
BDR’S: Brazilian Depositary Receipts
Programa de BDR
Poderão ser instituídos programas de BDRs, patrocinados ou não pela companhia aberta,
ou assemelhada, emissora dos valores mobiliários objeto do certificado de depósito, os
quais deverão ser previamente registrados na CVM. Desta forma, fica claro que todos os
programas necessitam ser registrados, mas não que as empresas precisam ser registradas
na CVM (como veremos a seguir). Estes programas podem ser classificados como:
Ø BDR Patrocinado Nível I: Não há registro da empresa na CVM (regra geral).
§ Negociados no mercado de balcão não organizado ou em segmentos
específicos de BDRs nível I em mercados de balcão organizado ou bolsa (B3);
§ Divulgação, no Brasil, pela instituição depositária, das informações que a
companhia emissora está obrigada a divulgar em seu país de origem e no país em
que o valor mobiliário é admitido à negociação;
§ Dispensa de registro de companhia na CVM, ressalvada a hipótese de BDR com
lastro em títulos representativos de dívida emitidos por emissores nacionais com
registro na CVM;
§ Possibilidade de oferta pública sujeita ao rito automático de distribuição, nos
termos da regulamentação específica, hipótese na qual a negociação deve
obrigatoriamente ocorrer em segmentos específicos para BDR Nível I de entidade
de mercado de balcão organizado ou bolsa de valores.
361
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Programa de BDR
(...) Continuação
Ø BDR Patrocinado Nível II: Registro da companhia na CVM.
§ Não há emissão de ações;
§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;
§ Possibilidade de oferta pública sujeita ao rito automático de distribuição, nos
termos da regulamentação específica.
Ø BDR Patrocinado Nível III: Há emissão de ações (através de oferta pública).
§ Possibilidade de distribuição por oferta pública registrada na CVM, nos termos
da regulamentação específica;
§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;
§ Registro da companhia na CVM;
§ Mais completo e oneroso.
Ø BDR NÃO Patrocinado: Não há envolvimento da companhia estrangeira.
§ Instituído por uma ou mais instituições depositárias ou emissoras de
certificado, sem envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores
mobiliários lastro, e só pode ser classificado como Nível I. Desta forma, este nível
é parecido ao BDR Nível I, mas sem o envolvimento da companhia.

362
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
BDR’S: Brazilian Depositary Receipts
Alerta aos investidores
Vale ressaltar o alerta aos investidores, descrito no próprio site da B3:
“Ao adquirir BDR Patrocinado, o investidor deve considerar que não há garantia de
que poderá iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos arbitrais ou
administrativos, no Brasil ou no exterior, relacionados ao BDR, às ações subjacentes a
este, ao emissor estrangeiro que as emitiu ou aos respectivos administradores e
acionistas, inclusive para reparação de eventuais prejuízos envolvendo falhas
informacionais, ilícitos de mercado, violação de deveres fiduciários da administração
ou quaisquer outros. O investidor deverá considerar, ainda, que o Depositário não
tem obrigação de iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos
arbitrais ou administrativos, no Brasil ou no exterior, nos termos mencionados
anteriormente, nem há a garantia de que possa fazê-lo”.

363
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

ADR’S: American Depositary Receipts


Programas de ADR
Da mesma forma como no Brasil, as ADRs possuem quatro tipos de classificação, que se
diferem pelo objetivo da empresa em relação à emissão e pela quantidade de exigências
feitas pelas autoridades nacionais, onde nos EUA é a SEC (Security Exchange Comission),
conhecida por nós como “CVM americana”. Estas classificações são:
Ø ADR Nível I ou Balcão (Pink Sheet): Negociados no mercado de balcão.
§ Não há emissão de novas ações.
§ Não precisa atender normas contábeis americanas.
§ Tem como objetivo colocar ações no mercado norte-americano, para que a
empresa seja mais conhecida e em um futuro, poder ter captação de recursos.
§ Não necessita atender a todas as exigências da SEC.

Ø ADR Nível II (Lister): Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.


§ Não há emissões de ações.
§ Necessita registro completo na SEC.
§ Deve atender normas contábeis americanas – USGAAP.
§ Deve prever um programa de divulgação institucional de alta qualidade.

364
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
ADR’S: American Depositary Receipts
Programas de ADR
(...) Continuação
Ø ADR Nível III (Fully Registred): Há emissão de novas ações (mercado primário).
§ Necessita de registro completo na SEC.
§ Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.
§ Deve atender as normas contábeis americanas (USGAAP).
§ Programa de divulgação institucional de alta qualidade.
§ Mais completo e oneroso.

Ø ADR 144A (Rule 144A): Não há necessidade de registro na SEC.


§ Negociados em balcão, através do sistema PORTAL.
§ Permite captação de recursos apenas para QIB - Qualified Institutional Buyers,
que são Investidores institucionais qualificados.
§ Menos oneroso que o nível III.
§ Do ponto de vista legal, a empresa necessita apenas cumprir as regras exigidas
no ADR Nível I, a diferença principal está na desvantagem de tornar a empresa
conhecida apenas por um grupo restrito de investidores (QIB).

365
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (R$)
INVESTIDOR CORRETOR
BRASILEIRO 9. Entrega BDR BRASILEIRO

D R
t rega B 2. R$
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite BDR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. U$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) AMERICANO Valores
5. Ações
366
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
ADR’S: American Depositary Receipts
Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (US$)
INVESTIDOR CORRETOR
AMERICANO 9. Entrega ADR AMERICANO

DR
t rega A 2. US $
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite ADR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. R$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) BRASILEIRO Valores
5. Ações
367
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.1.2 Direitos dos Acionistas Minoritários


368
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Direitos dos Acionistas
Lei das S/A’s
O acionista minoritário possui direitos regidos pela Lei 6.404/76, que são:
Ø Participação nos Lucros Sociais: Dividendos, JCP e Bonificação;
Ø Fiscalização: Fiscalizar, na forma prevista nesta lei, a gestão de negócios sociais;
Ø Preferência de Subscrição: em caso de aumento de capital, o acionista tem direito
de subscrever um número de ações proporcional à sua participação, para evitar
diluição da sua participação percentual no capital social;
Ø Preferência de Retirada ou de Recesso: Direito de um acionista se retirar da
sociedade, tendo um reembolso por suas ações, podendo ser acionado em casos
como mudança de objeto social, cisão, fusão, incorporação ou alteração das classes
de ações;
Ø Participação do acervo em caso de liquidação: Direito de receber a parcela de
capital que lhe pertence em caso de encerramento das atividades.

369
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Direitos dos Acionistas


Lei das S/A’s
q DIREITO AO VOTO: A autoridade máxima de uma empresa é a Assembleia de
Acionistas, sendo que a cada ação ordinária (ON), corresponde a 1 voto. O Estatuto Social
(ou a Assembleia Geral) pode limitar o número de votos de cada acionista, mas não
poderá privar o acionista de:
Ø Participar dos Lucros;
Ø Participar do Acervo da companhia, em caso de liquidação;
Ø Fiscalizar a gestão dos negócios sociais;
Ø Retirar-se da sociedade em casos previstos na lei; e
Ø Da preferência para subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em
ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição.
Ø OBS: Preferencialistas (PN) ganham direito ao voto, caso a empresa deixe de
pagar dividendos por três anos consecutivos, até a nova distribuição de lucros.

q FISCALIZAÇÃO: O acionista tem o direito de fiscalizar a gestão da empresa:


Ø Participando das Assembleias (AGO e AGE);
Ø Analisando demonstrações financeiras;
Ø Elegendo membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal.

370
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
AGO e AGE
Conceito
q Assembleia Geral Ordinária (AGO): deve ser convocada obrigatoriamente pela
diretoria da sociedade e tem como objetivo verificar resultados, discutir e votar relatórios
e eleger o conselho fiscal da diretoria. Assembleia deve ser realizada anualmente e em até
quatro meses depois do encerramento do exercício social da empresa.

q Assembleia Geral Extraordinária (AGE): Assembleia extraordinária, como o próprio


nome já sugere, é aquela que não tem periodicidade pré-determinada ou definida. Ela
serve para que seja definido assuntos que não podem ser esperados até a próxima AGO,
assuntos urgentes.

371
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Acordo de Acionistas
Conceito
O acordo de acionistas é um contrato parassocial que visa regular o exercício do voto dos
aderentes, a compra e venda de suas ações, preferências para adquiri-las e qualquer
matéria que se pode contratar. Somente acionistas podem participar. As ações vinculadas
ao acordo, não poderão ser negociadas em bolsa nem em mercado de balcão.

A forma tem que ser escrita e o prazo de duração fica a critério dos contratantes podendo
ser fixado por termo ou condições resolutivas.

q Tipos de Acordo de Acionistas:


Ø Acordo de Comando: Serve para estabelecer quem controla a companhia;
Ø Acordo de Defesa: Utilizado para reunir minoritários para evitar abuso dos
controladores, pleiteando direitos de acordo com percentuais exigidos pela lei.
Ø Acordo misto: Firmado entre Controladores e Minoritários para evitar ou extinguir
litígios.

372
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Tag Along
Conceito
É um instrumento que promove a extensão do prêmio de controle aos acionistas
minoritário. O tag along é previsto na legislação brasileira e assegura que a alienação,
direta ou indireta, do controle de companhia aberta, somente ocorrerá sob a condição de
que o acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com
direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes
assegurar o preço no MÍNIMO IGUAL A 80% DO VALOR PAGO POR AÇÃO COM DIREITO A
VOTO, pelas ações integrantes do bloco de controle.

Algumas companhias, voluntariamente, estendem o direito de tag along também aos


detentores de ações preferenciais (PN) e/ou asseguram aos detentores de ações
ordinárias (ON) um preço superior aos 80%.

q EXEMPLO: Rafael é sócio majoritário e vende o controle da sua companhia pelo valor
de R$ 10,00 por ação (ON). Assim, todos os sócios minoritários que possuem ações ON
deverão receber uma proposta para venderem as suas ações por no mínimo R$ 8,00, se
desejarem, ou seja, 80% do que o Rafael vendeu. Importante notar que as ações PN não
possuem esse direito!

373
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Conceito
Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os
objetivos da administração da companhia aos interesses dos acionistas, visando assegurar
que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das
organizações.

Entre os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:


Ø Conselho de administração ativo e que atue com independência;
Ø Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente
reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
Ø Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes;
Ø Eleições para todos os assentos do conselho de uma única vez, evitando assim a
perpetuação de grupos de controle ao longo do tempo;
Ø Presidente do Conselho e CEO ocupados por profissionais distintos.
Ø Permissão para realização de negócios com partes relacionadas, desde que com
autorização prévia do Conselho de Administração.

374
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Níveis de diferenciados de Governança
A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem
para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente
as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de
Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia
(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto
estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever
de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:
Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);
Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);
Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança).

q Os principais objetivos são:


Ø Incentivar e preparar as companhias para aderirem ao Novo Mercado;
Ø Melhoria da relação com investidores;
Ø Fortalecer o mercado de capitais nacional;
Ø Maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos
controladores e administradores da companhia.

375
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Nível 1
As principais mudanças entre o tradicional e o Nível 1 de Governança Corporativa
referem-se a melhorias na prestação de informações ao mercado e com dispersão
acionário (free float mínimo de 20%, como regra geral). Suas principais características são:
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
Ø Melhoria nas informações prestadas, trimestrais e anuais;
Ø Ao menos uma reunião anual pública com analistas e investidores;.
Ø Apresentação de calendário anual, constando todos os eventos corporativos;
Ø Divulgação de Política de Negociação de Valores Mobiliários e de Código de
Conduta,
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.

376
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Nível 2
Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior
equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes foram
mantidos ou melhorados. Estes itens são:
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAP ou IFRS);
Ø Tag Along de 100% para ações ON e PN;
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo 5 membros, dos quais pelo menos
20% independentes, com mandato unificado de até 2 anos.
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa;
Ø As ações preferenciais terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:
o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;
o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;
o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;
o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que
sejam deliberados em Assembleia Geral.
377
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Novo Mercado
O nível Novo Mercado exige das empresas os mais altos níveis de governança corporativa,
sendo referência no que se refere à transparência e respeito aos acionistas. Ele inclui
todos as regras da nível 2, mas com uma grande mudança: o capital deve ser composto
EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com direito a voto. Ou seja, é proibido ter na
sua composição, ações preferencias (PNs). Desta forma, as principais regras são:
Ø Capital deve ser composto EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com
direito a voto;
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
ØTag Along de 100% para ações ON;
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo de 3 membros (conforme legislação),
dos quais, pelo menos, 2 ou 20% (o que for maior) devem ser independentes, com
mandato unificado de até 2 anos;
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.

378
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Governança Corporativa
Free Float: Regra Alternativa
A regra geral do percentual mínimo de ações em circulação (free float) para os 3 níveis é
de 20%.

Contudo há uma regra alternativa, que reduz esse percentual para 15% nas seguintes
condições:
Ø Caso o ADTV (Average Daily Trading Volume – Volume Médio Diário de
Negociações) seja igual ou superior a R$ 20 milhões, considerando os negócios
realizados nos últimos 12 meses; ou
Ø Na hipótese de ingresso no Novo Mercado, concomitantemente ao IPO quando a
oferta:
Ø for superior a R$ 2 bilhões; ou
Ø enquadrar-se entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, desde que respeitadas as
contrapartidas previstas no Regulamento.

Nessa última condição, a companhia poderá manter o free float em 15% do capital social
por 18 meses, sendo que, ao final do período, o ADTV deve atingir o patamar de R$ 20
milhões, o qual deve ser consistente por 6 meses consecutivos.

379
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Governança Corporativa
Quanto maior, mais benefício ao acionista minoritário

Tradicional N1 N2 Novo Mercado


Atender Atender requisitosAtender requisitos Ter apenas
Objetivo
Legislação de transparência societários ações ON
mínimo 20% (regra mínimo 20% (regra
Free Float não há regra mínimo 20% (regra geral)
geral) geral)
Características ON e PN ON e PN ON e PN (com
somente ON
das ações conforme a lei conforme a lei direitos adicionais)
mínimo 5 membros,
mínimo 3 mínimo 3 membros, mínimo 3 membros, dos quais
dos quais, pelo
membros, dos dos quais, pelo 20% pelo menos 2 ou 20% (o que
Conselho de menos 20%
quais, pelo independentes, com for maior) independentes,
Administração independentes, com
menos 20% mandato unificado com mandato unificado de
mandato unificado de
independentes de até 2 anos até 2 anos
até 2 anos
Demonstrações conforme traduzidas para o
conforme legislação conforme legislação
Financeiras legislação inglês
80% ON 80% ON 100% p/ ON
Tag Along 100% p/ ON
conforme a lei conforme a lei 100% p/ PN
Câmara de
facultativo facultativo Obrigatório Obrigatório
Arbitragem

380
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.1.3 Remuneração dos Acionistas &
Liquidez das Ações
381
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Ações
Remunerações
O retorno financeiro de um acionista dependerá de vários fatores, sendo os principais
motivos o (1) desempenho econômico da empresa; e o (2) comportamento da economia
brasileira e internacional. Esta remuneração poderá através de:
Ø Ganho de Capital: na valorização das ações;
Ø Dividendos: distribuição do lucro;
Ø JCP (Juros sobre o Capital Próprio): juros pagos em relação ao Patrimônio Líquido
da companhia;
Ø Bonificação: ações gratuitas recebidas pela incorporação do lucro. Se a empresa
tem bons projetos, é preferível que seu lucro seja utilizado para financiar seus
investimentos, pois podem ganhar mais na valorização das ações do que no
recebimento de dividendos;
Ø Subscrição: direito de compra de ações na mesma proporção à sua participação.

382
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Dividendos
Conceito
DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).
O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja
de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do
mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este
processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).
Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara
que serão pagos dividendos;
Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço
de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o
dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito
ao dividendo anunciado;
Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.

Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia
do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele
venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na
da DATA DO PAGAMENTO.

383
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Política de Dividendos
Conceito
A política de dividendos adotada por uma empresa pode transmitir sinais ao mercado
sobre a situação da companhia. De acordo com a Teoria de Sinalização de Dividendos, tais
sinais sobre a expectativa de distribuição de dividendos futuros e, consequentemente, do
resultado da companhia, seriam capazes de influenciar a demanda por determinado ativo.

Contudo, uma variação no volume a distribuir de dividendos pode ser interpretado de


maneira dúbia:
Ø ELEVAÇÃO DOS DIVIDENDOS: muitos podem interpretar como uma notícia
positiva, pois receberão valores maiores a título de dividendos; porém outros podem
questionar se a administração da companhia não está sendo capaz de empreender
novos projetos que possam implicar maior retenção de lucros, de um lado, mas
resultados superiores no futuro, de outro.
Ø REDUÇÃO DOS DIVIDENDOS: à primeira vista, pode sinalizar que a empresa passa
por dificuldades financeiras e que prefere distribuir menos recursos a título de
dividendos; porém, pode também significar que a companhia está retendo parcela
maior do lucro para reinvestir na própria empresa, o que pode levar a melhores
resultados no futuro e, consequentemente, maiores dividendos.

384
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Política de Dividendos
Conceito
Dada essa possível ambiguidade de interpretações, existem três principais teorias a
respeito do efeito de dividendos no valor para o acionista:
Ø Teoria da Irrelevância dos Dividendos (dividend irrelevance): como o nome diz,
essa teoria defende que a declaração de uma companhia a respeito do pagamento
de dividendos não teria impacto sobre o preço das ações. Isso porque, para os
defensores dessa teoria, o grande valor de uma empresa é sua capacidade de obter
lucro e proporcionar bons índices de rentabilidade. Portanto, desde que isso seja
feito, a quantidade de dividendos paga não agregaria valor ao acionista.
Ø “Pássaro na mão” (Bird-in-hand): já diz o ditado popular, “mais vale um na mão
do que dois voando”. Assim, essa teoria defende que os investidores preferem
receber dividendos maiores, que representam caixa certo (um na mão), ao invés de a
empresa distribuir menos, reinvestir no próprio negócio e poder gerar mais lucro a
médio e longo prazo. Nesse último cenário, haveria a expectativa de um ganho de
capital superior, mas incerta (dois voando).
Ø Preferência fiscal (tax preferrence): os investidores preferem menores dividendos
e maiores ganhos de capital, uma vez que os primeiros são mais tributados do que os
segundos em alguns países, como nos EUA.

385
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Juros sobre o Capital Próprio (JCP)


Conceito
A JCP, o JUROS sobre o CAPITAL PRÓPRIO, é uma forma de remuneração alternativa ao
dividendo para o acionista. A diferença é que ela é considerada uma despesa para a
empresa e transferindo a tributação para o acionista. Esta remuneração é limitada até o
valor da correção da TLP (Taxa de Longo Prazo) sobre o Patrimônio Líquido (PL).

Inicialmente parece ruim, mas é uma excelente estratégia, já que a tributação nas PJ varia
de 25% a 35% sobre o lucro e nas pessoas físicas é de 15%. Outro ponto importante é que
após seu pagamento, o preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos
dividendos, ou seja, é negociada ex-juros.

q VANTAGEM PARA EMPRESA: Despesa dedutível da base de cálculo para o IRPJ


(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) na
apuração pelo lucro real das empresas.

q IR PARA O INVESTIDOR: O acionista é tributado em 15% sobre o valor a ser distribuído,


com o IR sendo exclusivo e definitivo na fonte. Para a prova, a JCP possui os mesmos
efeitos que o dividendo, porém com tributação de 15% para o acionista.

386
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Direito de Subscrição
Conceito
O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a
proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.

Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui
um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).
Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no
primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no
segundo é gratuito.

FÓRMULA PARA PREÇO EX-SUBSCRIÇÃO (X):

387
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Direito de Subscrição
Gráfico Demonstrativo
Para você não se apegar a fórmula, vamos então entender o raciocínio passo-a-passo!

RToro Education Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão
1 sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta
100 ações forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!

RToro Education Esta empresa deseja captar R$ 100,00 de recursos


50
novos, então ela dá o direito de subscrição de 50
2 AÇÕES
100 ações ações a R$ 2,00 a seus acionista (para cada 2 ações
NOVAS
que um acionista possui, ele pode adquirir 1 nova).

RToro Education S/A Agora a empresa estará valendo os R$ 500,00 MAIS


R$ 100,00 do dinheiro que entrou (R$ 600,00),
3
150 AÇÕES porém possuindo 150 ações. Assim, o novo preço
no mercado será de R$ 600 ÷ 150 = R$ 4,00.

388
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Bônus de Subscrição
Exemplo de Cálculo
A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de
uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50
e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o
período da subscrição (Ex-Subscrição)?

q RESPOSTA: Quando a questão não nos informa a quantidade de ações que a


companhia possui, utilizamos como base o número 100 para facilitar os nosso cálculos.
Assim, primeiramente vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia, depois o
valor que entrada de recursos na empresa, e por último o novo preço!
(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,50 = R$ 250,00 é o valor total da empresa
(2) Dinheiro entrando na RToro Education S/A: A questão nos diz que a empresa está
aumentando em 30% o seu capital social. Como utilizamos o número 100 como base, ela
estaria aumentando em 30 ações ao valor de R$ 2,40, ou seja, 30 x R$ 2,40 = R$ 72,00.
(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor de mercado antes da subscrição
e o valor em dinheiro que está entrando, sabemos que ela vale ao total R$ 322,00, pois é
a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta dividir pela quantidade de ações, que
agora é de 130 (100 + 30). Portanto, o novo valor será R$ 322,00 ÷ 130 = R$ 2,48.

389
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Bonificação de Ações
Conceito
A BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é o ato de uma companhia incorporar as reservas de lucro ou
de capital para ela e em troca disso, distribui novas ações aos atuais acionistas, realizando
um aumento de capital. É como se, ao invés a empresa distribuir o valor em dividendos,
ela distribui em ações, e esse recebimento é proporcional à posição acionária existente no
momento que a assembleia concede a bonificação.

A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do
Patrimônio Líquido, pois ele é uma das contas do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o capital
social é aumentado pela capitalização de reservas (novas ações foram emitidas para os
atuais acionistas). Como não ocorre incremento do patrimônio líquido, apenas
movimentação de contas em seu interior, o valor da empresa não se altera, somente o
valor da ação é modificado, vide que hão há entrada de novos recursos, pois os recursos
já estão na empresa.

q RESUMO: a BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é a distribuição GRATUITA de novas ações aos


atuais acionistas, causado pela incorporação do lucro. O acionista tem somente um custo
contábil por estas ações (quando ele vender, o custo informado a receita federal para o
ganho de capital será este custo contábil).
390
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Bonificação de Ações
Exemplo de Cálculo
Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.
Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído
em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão
sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,
que possui 10% da companhia, após a bonificação?

q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o
acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor
da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse
valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:
(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).
(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.
(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.
(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois
com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.
(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.

391
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Desdobramento (Split)
Conceito
O DESDOBRAMENTO, também chamado de SPLIT, é a divisão de uma ação em várias e
tem por finalidade ampliar a liquidez das ações em circulação de uma empresa. Ou seja,
quando uma empresa acredita que suas ações estão tendo pouca liquidez, ela pode
realizar esse processo, que aumentará a quantidade de ações no mercado e, ao mesmo
tempo, reduzirá a cotação na mesma proporção. Esse procedimento NÃO AFETA A
ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o investidor mantenha o mesmo
valor financeiro que tinha antes do desdobramento!

q EXEMPLO: Um investidor possui 200 ações a R$ 30,00 cada (R$ 6 mil). Sabendo que a
empresa fez um Split de 1 pra 3 (ou seja, de 200%), qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: Para cada ação que o investidor possuía, ele passará agora a ter o triplo, ou
seja, 3 ações, tendo ao total 600 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro
investido (R$ 6.000,00), cada ação deverá valer agora R$ 10,00. Perceba que o preço e a
quantidade de ações possui uma relação inversamente proporcional nesses
procedimentos!

392
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Grupamento (Inplit)

O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,


tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.
Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está
sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no
mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção. Esse
procedimento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o
investidor mantenha o mesmo valor financeiro que tinha antes do grupamento!

q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).
Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição
será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),
cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de
ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!

393
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.1.4 Regulamento Operacional do


Segmento BOVESPA
394
394
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Regulamento Operacional da B3
Ativos & Produtos Negociáveis
A B3 é a clearing house dos ativos privados do mercado financeiro, pois ela é a fusão da
BOVESPA, com a BM&F e com a CETIP. Cada uma dessas Clearings atuava com um
segmento e com um sistema diferente. O segmento Bovespa era onde se negociavam as
ações de companhias sociedades anônimas (S/A); na BM&F eram negociados as
mercadorias e os contratos futuros para poderem realizar a gestão de seus riscos; e por
último, a CETIP possuía sua fortemente sua relação com o mercado dos investimentos em
renda fixa. Desta forma, os ativos negociados na B3 são segmentados da seguinte forma:
Ø Mercado de bolsa: são os mercados à vista de renda fixa privada, renda variável e
ouro, mercado de derivativos e operações estratégicas.
Ø Mercado de balcão organizado: renda fixa e variável e operações ex-pit.
Ø Mercado de câmbio: negociação de dólares nos Estados Unidos.

Em relação aos sistemas, a B3 criou a Plataforma Unificada Multiativos (Sistema PUMA),


que substituiu os quatro sistemas de negociação que existiam, que eram:
Ø Mega Bolsa: um sistema para a negociação de ações e opções;
Ø Bovespa Fix: sistema para operar com os ativos de renda fixa;
Ø SisBex: utilizado para títulos públicos;
Ø Global Trading System: utilizado pela BM&F para os derivativos.

395
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Regulamento Operacional da B3
Procedimentos & Prazos de Liquidação
A compensação e liquidação dos ativos do mercado à vista são responsabilidades da
clearing da B3:
Ø Mercado à Vista ETF Renda Fixa: liquidação física e financeira em D+1;
Ø Mercado à Vista (Ações, FII, ETF): liquidação física e financeira em D+2;
Ø Operações day-trade: liquidação física em D+0 e financeira em D+2;
Ø Mercado a termo de ações: poderá ter sua liquidação antecipada, caso contrário,
ocorrerá no vencimento do contrato, onde foi previamente definida entre as partes.
Ø Mercado a Termo ou Mercado de Swap: poderá ter sua liquidação antecipada,
desde que ambas as partes concordem. Caso contrário, ocorrerá no vencimento do
contrato, onde foi previamente definida entre as partes.
Ø Mercado futuro: não há possibilidade de liquidação antecipada, apenas na data
de vencimento do contrato. No entanto, é possível ao investidor encerrar sua
posição, realizando uma operação contrária ao que foi feito inicialmente.
Ø Mercado de opções: os prêmios possuem liquidação física e financeira em D+1 e,
no vencimento, será apurado o valor da liquidação a partir do exercício do direito dos
compradores.

396
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Regulamento Operacional da B3
Tipos de Ordens I
Quando um cliente deseja realizar uma operação na bolsa de valores (ou no mercado de
balcão), existem diversas formas que esta ordem poderá ser solicitada, que são:
Ø Ordem a Mercado: Especifica-se somente a quantidade e as características dos
valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender (ordem mais comum
no mercado).
Ø Ordem Administrada: Como a Ordem a Mercado, mas a execução da ordem ficará
a critério da corretora.
Ø Ordem Discricionária: Gestor estabelece as condições de execução da ordem (não
o investidor).
Ø Ordem Limitada: Será executada somente por um preço igual ou melhor que o
indicado pelo investidor.
Ø Ordem Casada: A ordem Casada poderá ocorrer das seguintes características:
o Comprar somente quando ocorrer a venda de um outro ativo; ou vender
somente quando ocorrer a compra de um outro ativo;
o Somente será efetiva se ambas as transações forem executadas;
o Poderá ser especificado qual operação será executada primeiro.

397
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Regulamento Operacional da B3
Tipos de Ordens II
Além das ordens anteriores, uma das ordens mais comuns do mercado financeiro é a
Ordem Stop. Na Ordem Stop se especifica o preço do ativo ou direito a partir do qual a
ordem deverá ser executada. Ela poderá ser um:
Ø Stop de COMPRA: irá comprar as ativos para o investidor, caso ocorra um negócio
MAIOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de venda
(aluguel de ações – BTC).
Ø Stop de VENDA: irá vender a posição do investidor, caso ocorra um negócio
MENOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de
compra.
Ø STOP LOSS: será executada para encerrar uma posição de perda.
Ø STOP GAIN: será executada para encerrar uma posição de ganho financeiro.

398
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.1.5 Índices da Bolsa de Valores
399
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Bolsa de Valores


Definição
Os Índices das bolsas de valores, também chamados de índices bursáteis, são cestas de
ações representativas do mercado como um todo ou setor econômico específico e com
metodologia específica. Eles são de suma importância para utilização de benchmarks e os
principais grupos de índices brasileiros são:
Ø IBOVESPA: Índice Bovespa
Ø IBrX: Índice Brasil
Ø MLCX: Índice MidLarge Cap
Ø SMLL: Índice Small Cap
Ø ISE: Índice de Sustentabilidade Empresarial
Ø IEE: Índice de Energia Elétrica
Ø IGC: Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada
Ø IGCT B3: Índice de Governança Corporativa Trade
Ø IGC NM B3: Índice de Governança Corporativa Novo Mercado
Ø ICO2 B3: Índice Carbono Eficiente B3
Ø ITAG B3: Índices de Ações com Tag Along Diferenciado
Ø IDIV: Índice de Dividendos
Ø IFIX: Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários
Além dos índices brasileiros, iremos ver alguns índices internacionais também.
400
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Bolsa de Valores
IBOVESPA
O IBOVESPA é o mais importante indicador (benchmark) do mercado acionário brasileiro.
Ele é uma carteira teórica de ativos, sendo rebalanceada a cada quatro meses
(quadrimestral). O ajuste desta carteira teórica ocorre no último dia útil dos meses de
abril, agosto e dezembro. Desde 2014, o peso na carteira é ponderado pelo valor de
mercado, com limite de participação baseado na liquidez da ação. Antes desta data, o
IBOVESPA levava em consideração somente a liquidez dos ativos (chamado por índice de
negociabilidade), ou seja ignorava o valor de mercado das ações.

q Critérios de inclusão: para a AÇÃO ou a UNIT DE AÇÕES compor o índice BOVESPA, ela
deverá, nos últimos 12 meses:
Ø Estar listada entre os ativos que representam 85% do índice de negociabilidade,
(este índice é calculado através do volume financeiro e o número de negócios); e
Ø Estar presente em 95% dos pregões;
Ø Deverá ter volume financeiro maior ou igual a 0,1%; e
Ø Ações “penny stocks” (cotação abaixo de R$ 1,00) não poderão permanecer no
índice.

401
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Bolsa de Valores


Demais índices (I)
Os demais índices são:
Ø IBrX: O objetivo do IBrX é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos
ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações
brasileiro, sendo o IBrX 50 dos maiores 50 ativos e o IBrX100 dos 100 maiores ativos.
Seu rebalanceamento é quadrimestral, da mesma forma que o IBOVESPA.
Ø Small Cap (SMLL): Mede o retorno de uma carteira composta pelas empresas
listadas de menor capitalização, ou seja, estar entre os ativos que, em ordem
decrescente, estejam classificados FORA da lista dos que representam 85% do valor
de mercado de todas as empresas listadas no mercado a vista da B3.
Ø MidLarge Cap (MLCX): Mede o retorno de uma carteira teórica de ativos, formada
por empresas que representam 85% do valor de mercado de todas as empresas
listadas no mercado a vista da B3, ou sejam que não fazem parte do índice de Small
Cap. As condições que excluem a possibilidade de integração ao índice, são:
§ Condição de pertencimento dos ativos à carteira do Small Cap (SMLL);
§ Ativos em classificação de Penny Stock, ações negociadas em centavos;
§ Emissão de BDRs (Brazilian Depository Receipts);
§ Condição de recuperação judicial ou falência decretada.

402
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Bolsa de Valores
Demais índices (II)
Os demais índices são:
Ø Sustentabilidade Empresarial (ISE): É um índice sob o aspecto da sustentabilidade
corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e
governança corporativa, onde é feito uma análise das respostas fornecidas pela
empresas a um questionário composto por seis dimensões, que avaliam diferentes
aspectos da sustentabilidade. Tem como missão apoiar os investidores na tomada de
decisão de investimentos socialmente responsáveis e induzir as empresas a
adotarem as melhores práticas de sustentabilidade empresarial.
Ø Carbono Eficiente B3 (ICO2 B3): Seu o objetivo é ser o indicador do desempenho
médio das cotações de ativos pertencentes à carteira do IBrX 100, levando em
consideração as emissões de gases de efeito estufa (GEE) das empresas. Estas
empresas precisam estar dentro do IBrX 100, aderir formalmente à iniciativa do ICO2
através de formulário e reportar dados de seu inventário anual de GEE.
Ø Energia Elétrica (IEE): Tem como objetivo calcular o retorno médio de uma carteira
composta por empresas do setor de energia elétrica, que sejam listadas na B3. é um
índice de retorno total com reinvestimento no próprio ativo, ou seja, considera
valorização do ativo e a sua distribuição de dividendos. Além disso, as ações têm
igual participação em termos de valor na carteira (“equal value weighted”).
403
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Bolsa de Valores


Demais índices (III)
Os demais índices são:
Ø Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC): É composto por ativos de
empresas listadas nos 3 níveis de governança corporativo: Nível 1, Nível 2 e Novo
Mercado da B3. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50% no período de
vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.
Ø Governança Corporativa Trade (IGCT B3): Idem ao IGC, mas com a principal
diferença que estes ativos devem ter presença em pregão de 95% no período de
vigência das 3 carteiras anteriores.
Ø Governança Corporativa Novo Mercado (IGC NM B3): É composto apenas por
ativos listados no Novo Mercado. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50%
no período de vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.
Ø Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG B3): Sua composição é feita por ativos de
emissão de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários,
no caso de alienação do controle (ações ordinárias com tag along superior a 80% e
ações preferenciais com tag along em qualquer percentual).

404
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Bolsa de Valores
Demais índices (IV)
Os demais índices são:
Ø Índice de Dividendos (IDIV): Mede o retorno de uma carteira composta pelas
empresas com alto dividend yield (taxa de retorno dos dividendos). As Ações que
estiverem dentro dos 25% da amostra com os maiores yields irão participar da
carteira.
Ø IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários): Indicador do desempenho
médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de
balcão organizado da B3.

405
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Bolsa de Valores


Índices Internacionais
Diferentemente do que ocorre no Brasil, muitos países possuem mais de uma bolsa de
valores, como por exemplo os Estados Unidos. Veremos a seguir as principais bolsas de
valores e os seus principais índices de referencia.
Ø S&P 500: O índice Standard & Poor's 500 Index é um índice ponderado pela
capitalização de mercado das 500 principais empresas de capital aberto dos Estados
Unidos. É considerado um dos melhores indicadores de desempenho do mercado
acionário norte-americano.
Ø Dow Jones Industrial Average (DJIA): Também conhecido como Dow 30, ele é um
índice do mercado de ações que acompanha 30 grandes empresas de capital aberto
negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e na Nasdaq. Este índice é
ponderado por preços e não por capitalização.
Ø NASDAQ: Esta bolsa de valores americana, é a segunda maior do mundo. Seus
índices são considerados a referência para o setor de tecnologia, sendo eles:
§ Nasdaq Composite: Índice composto pelo desempenho de mais de 3.000
empresas listadas na Nasdaq.
§ Nasdaq 100: índice composto pelas 100 maiores empresas não financeiras
negociadas na Nasdaq.

406
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Bolsa de Valores
Índices Internacionais
Dentre os principais índices internacionais, destacamos:
Ø MSCI World e Emerging Markets: O MSCI World Index captura a representação de
empresas de grande e média capitalização em 23 países de mercados desenvolvido;
já o MSCI Emerging Markets Index repreenta ações de empresas de mesmo porte,
mas de 25 países de Mercados Emergentes. São índices de difícil replicação, pois
cada um contém cerca de 1.500 ações.
Ø Hang Seng: Índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, reúne as ações das maiores
e mais importantes empresas negociadas na bolsa. A carteira teórica é ponderada
pela capitalização de mercado de tais ações.
Ø Nikkei 225: Índice da Bolsa de valores de Tóquio que, como o Dow Jones, usa
como critério de ponderação o preço de 225 ações.
Ø FTSE: Principal índice da bolsa de Londres, reúne as 100 empresas com maiores
capitalizações negociadas no mercado inglês.
Ø Russell 2000: É um índice do mercado de ações de pequena capitalização que
compõe as 2.000 menores ações do Índice Russell 3000. É considerado o principal
índice de referência para fundos que operam ações small caps.

407
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Bolsa de Valores


Índices Internacionais
Dentre os principais índices internacionais, destacamos ainda:
Ø S&P500 ESG: É uma versão específica do S&P 500, que seleciona empresas com
base em métricas de sustentabilidade e responsabilidade social. As empresas
incluídas no índice são avaliadas por uma série de critérios relacionados à temática
ESG como, por exemplo, emissões de carbono, consumo de água, gestão de resíduos,
diversidade, inclusão e remuneração dos executivos e transparência de práticas
contábeis .
Ø Dow Jones Sustainability Indices: Família de índices de sustentabilidade
projetados para avaliar o desempenho de empresas líderes em sustentabilidade em
todo o mundo. Considera critérios ambientais, sociais e de governança para
identificar as empresas mais bem posicionadas em termos de práticas sustentáveis. A
avaliação é baseada em uma sére de indicadores e questionários preenchidos pelas
empresas, abrangendo as áreas temáticas ASG.
ØFTSE4Good: Outra família de índices de investimento socialmente responsável que
mede o desempenho de empresas em termos de sustentabilidade e
responsabilidade social, é utilizado por investidores e gestores de ativos que desejam
incorporar critérios de sustentabilidade em suas estratégias de investimento.

408
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.1.6 Estratégias de Investimentos
409
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estratégias de Investimentos
Conceito
Existem diversas estratégias de investimentos no mercado de ações. Essas estratégias
permitem desde a simples compra de uma ação como pensamento de longo prazo,
quanto a de especular entre a diferença de preços de duas empresas do mesmo setor,
como por exemplo, os bancos Itaú e Bradesco. Desta forma, as estratégias mais usuais e
que são cobradas na prova são:
Ø Compra à Vista;
Ø Compra com uso de margem;
Ø Operações a Termo;
Ø Venda à vista;
Ø Venda Descoberta;
Ø Aluguel de Ações;
Ø Long & Short.

A seguir, veremos cada uma destas operações.

410
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estratégias de Investimentos
Compra à Vista ou com Uso de Margem
Estas operações envolvem a compra de ações no mercado a vista, ou seja, pelo preço no
momento da compra. A diferença entre os dois é que pela COMPRA À VISTA o investidor
possui os recursos para a devida aquisição das ações; já na COMPRA COM USO DE
MARGEM o investidor utilizada uma linha de crédito fornecida pela Corretora. Nos dois
casos é uma estratégia com pensamento em ser sócio da companhia e obter retornos com
a alta das ações.

Como a COMPRA COM USO DE MARGEM, é um pouco menos usual, vamos explanar um
pouco mais as suas características. Conforme dito, ela é uma compra através de uma linha
de crédito disponível para que investidores comprem ações à vista na B3, mesmo sem ter
dinheiro em conta, tornando assim uma compra alavancada. Desta forma, o investidor
pode adquirir ações através de um empréstimo da corretora, cujo valor será calculado
com base na carteira de ações que ele já possui na instituição financeira. No entanto,
apenas ações determinadas pela B3 geram limite para compra de ações com a Conta
Margem.

411
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estratégias de Investimentos
Operações a Termo
O TERMO DE AÇÕES nada mais é que um contrato entre o comprador e o vendedor de
alguma ação, firmando que um dos lados se obriga a comprar no futuro as ações pelo
PREÇO DE HOJE + JUROS e o outro que irá vender por este valor definido. Por se tratar de
uma operação futura, a B3 exige garantias de ambos os lados, podem ser em dinheiro ou
em ativos mobiliários.

qESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS:


Ø ALAVANCAGEM: o investidor compra mais ações que o seu capital permite,
acreditando na alta das ações por um certo período.
Ø VENDA A TERMO: utilizada para ter a remuneração da taxa de juros do período, o
o investidor compra as ações no mercado a vista e já as vende por um contrato a
termo, recebendo a taxa de juros acordada (tributação de renda fixa).
Ø OPERAÇÃO CAIXA (Obter Recursos): o investidor que necessita de recursos, pode
vender suas as ações e comprar a termo automaticamente. Com isso, ele não precisa
tomar um empréstimo no banco e paga somente os juros da operação.
Ø PROTEÇÃO DE PREÇOS: utilizada pelo investidor que não possui recursos no
momento, mas que deseja garantir o preço de hoje. Utiliza por quem irá receber
recursos no futuro (herança, PLR, bônus, venda de outra ação, ...).

412
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estratégias de Investimentos
Venda à Vista e Venda Descoberta
As operações que envolvem de vendas de ações tem como intuito o pensamento que os
preços das ações irão se desvalorizar. A diferença entre os dois casos é que pela VENDA À
VISTA o investidor possui as ações que está vendendo; já na VENDA DESCOBERTA o
investidor vende algo que ele NÃO POSSUI, e para honrar a operação, ele toma
emprestado de um terceiro, pagando-lhe um juros por esse empréstimo de ações.

Essa VENDA DESCOBERTA é como quando você deseja usar um veículo que não tem.
Assim, você vai até uma locadora de veículos e faz um contrato de empréstimo: você pode
utilizar o veículo da forma que quiser, mas ao final do contrato, necessita devolve-lo e
pagar um valor pelo aluguel. Assim também funciona com as ações: uma pessoa que não
possui estas ações vai até um local chamado BTC (Banco de Títulos CBLC), aluga as ações
de outros investidores que possuem e que desejam emprestar, e no final do contrato, é
necessário devolver as mesmas ações e pagando-lhes um juros. Desta forma, o TOMADOR
das ações agora pode VENDER algo que ele não tinha e se os preços diminuírem, ele
recompra por um preço mais barato e devolvem as ações para quem lhe emprestou
(DOADOR, que seria a locadora de veículos). Agora, se os preços das ações subirem, ele
precisará comprar por um valor mais caro, perdendo dinheiro!

413
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estratégias de Investimentos
Aluguel de Ações
Retomando o nosso exemplo da Venda Descoberta, no qual havia uma “locadora de
veículos”, a operação de ALUGUEL DE ATIVOS é exatamente ser a locadora de veículos,
recebendo um valor fixo por este empréstimo. Essa é uma forma de rentabilizar os
investidores que não desejam se desfazer das suas posições no curto prazo, mas desejam
ser remunerados de alguma maneira. Vale ressaltar que os ativos que podem ser
colocados para alugar são as ações, units, ETFs e fundos imobiliários

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Mesmo emprestando as ações, os proventos continuarão sendo do DOADOR, tais
como JCP, DIVIDENDOS, Bonificação de Ações ou Direito de Subscrição.
Ø Os juros recebidos pelo doador serão tributado como renda fixa.
Ø O BTC (Banco de Títulos CBLC) é administrado pela B3.
Ø Os contratos de empréstimo poderão ser de três formas distintas, que são:
§ PRAZO FIXO, em que haverá um prazo determinado, não podendo ser
terminado antecipadamente;
§ Doador podendo solicitar a devolução antecipadamente;
§ Tomador podendo liquidar o BTC antecipadamente.

414
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estratégias de Investimentos
Long and Short
Realizar uma operação LONG & SHORT significa vender uma ação que não possui (ficar
short) e, com o recurso da venda, comprar uma outra ação (ficar long). Como vimos
anteriormente, quando você não possui a ação, você precisa alugar a ação vendida a
descoberto para entregar ao comprador. É uma operação que visa lucrar em virtude da
distorção destes preços. Lembre-se: quando você compra (LONG) um ativo, o seu lucro
ocorre com a valorização do seu preço; já quando você vende (SHORT), o seu lucro vem
da desvalorização.

Normalmente, os pares mais comuns são montados com:


Ø Ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da mesma empresa;
Ø Ações de um mesmo setor (Bradesco por Itaú); ou
Ø Entre uma ação e um índice (por exemplo, contra o Ibovespa).

415
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estratégias de Investimentos
Resumo
ESTRATÉGIAS RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
Compra de ações com seu próprio dinheiro, acreditando na alta
COMPRA À VISTA
dos preços.
Compra de ações com dinheiro emprestado da corretora,
CONTA MARGEM
acreditando na alta dos preços. Operação alavancada.
Contrato de promessa de compra ou venda futura, já
TERMO DE AÇÕES
estabelecendo os preços hoje + uma taxa de juros.
Venda das próprias ações, acreditando na baixa dos preços, para
VENDA À VISTA
posteriormente comprar mais barato.
Venda de ações que pegou emprestado, acreditando na baixa
VENDA DESCOBERTA dos preços, para posteriormente comprar mais barato e
devolver ao doador.
ALUGUEL DE AÇÕES O investidor empresta suas ações em troca de uma taxa.
Operação que se vende um ação e com o dinheiro da venda,
LONG & SHORT
compra outra.

416
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.1.7 Modelos de Precificação
de Ações
417
417
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Precificação de ativos
Conceitos
Os modelos de precificação de ativos servem para que o investidor de renda variável
encontre o retorno exigido por ele para investir em uma determinada companhia, ou seja,
qual o valor justo destas ações. Este Retorno Exigido, também chamado de Retorno
Requerido, leva em consideração um conceito muito importante, o de “aversão ao risco”,
que significa que quanto maior o risco, maior o Retorno Exigido.

Os modelos de precificação de ativos cobrados na prova são:


Ø Análise Fundamentalista: Modelo que leva em consideração os múltiplos de uma
companhia (Lucro por Ação; Preço sobre o Lucro; EBITDA; etc), incluindo a análise de
Fluxo de Caixa Descontado, que considera o valor de qualquer ativo pelo fluxo
financeiro futuro que esse ativo proporcionará, trazido ao valor presente.
Ø Análise Técnica: Baseada apenas nos preços e volumes negociados no passado.

418
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Precificação de ativos
Conceitos
Para podermos evoluir na análise fundamentalista, precisamos compreender que o “valor
da companhia” pode possuir diversas respostas e desta forma, o valor da ação também
divergirá. Esses tipos de “valor da empresa” acabam sendo diferentes, pois,
primeiramente precisamos saber “o que queremos saber” da uma companhia. Desta
forma, vamos demonstrar os tipos que existem:
Ø VALOR NOMINAL: este valor é nada mais é que o valor do capital social, dividido
pelo número de ações. Lembrando que o capital social é o valor integralizado (ou a
aportar) dos sócios.
Ø VALOR PATRIMONIAL: o valor patrimonial serve para sabermos quanto valeria
uma ação da empresa, caso a companhia decidisse encerrar as suas operações,
vendesse todos os seus ativos e pagasse suas dívidas, quanto cada um receberia. Ou
seja, é o Patrimônio Líquido dividido pelo número de ações.
Ø VALOR DE LIQUIDAÇÃO: Em caso de falência da companhia, há uma ordem e
preferência sobre os ativos da empresa (causas trabalhistas, credores, governo...).
Após a quitação destes valores, o que fica é chamado de Valor Residual, que será o
valor distribuído aos acionistas. Assim, para chegarmos no Valor de Liquidação da
empresa, devemos dividir o Valor Residual pelo número de ações.

419
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Precificação de ativos
Conceitos
Continuando sobre os tipos de “valor da empresa”, os outros dois importantes são:
Ø VALOR DE MERCADO: este é o valor que está sendo negociado as ações no
mercado secundário, ou seja, na bolsa de valores (B3). Este é o valor mais comum
que escutamos no nosso dia: “as ações da RToro Education S/A fechou hoje na bolsa
brasileira a R$ 30,00. Com isso, ela está valendo R$ 90 bilhões de reais”. O valor total
da empresa se baseia na multiplicação do valor de mercado pelo número de ações.
Ø VALOR ECONÔMICO: este é o valor que é realizado pelas empresas de análise,
através dos modelos de precificação, sendo o principal deles o de Cash Flow (Modelo
de Fluxo de Caixa Descontado). Quando uma empresa pretende realizar uma OPA e
não ser mais uma empresa de capital aberto (não ter mais negociações na bolsa de
valores), é através deste tipo de avaliação na qual é oferecido a seus acionistas a
venderem suas ações.

Todos estes tipos de “valores de empresa” são números importantíssimos sabermos


quando decidimos comprar ações na bolsa de valores. Portanto, alguns indicadores
econômicos estaremos estudando agora através da Análise Fundamentalista!

420
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Conceitos
A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA diz que há um valor para cada ação baseado no
desempenho econômico-financeiro da empresa, descontando fluxos de caixas projetados
para orientar a compra e venda de ações. Esta análise se vale de múltiplos (indicadores
extraídos de informações financeiras) para identificar a ação relativamente mais barata.

A Análise Fundamentalista utiliza tantos dados financeiros históricos de uma empresa,


como também faz projeções destes indicadores, como por exemplo:
Ø Dividendos;
Ø Geração de caixa (“EBITDA” – LAJIDA);
Ø Estrutura de capital (endividamento);
Ø Potencial de rentabilidade;
Ø Valor Patrimonial.

q OBS: a Análise Fundamentalista NÃO utiliza na sua concepção, os preços que foram
negociados no passado pela empresa. Ela se importa somente com os “fundamentos
econômicos”, ou seja, os múltiplos da empresa.

421
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Lucro por Ação (LPA)
O LUCRO POR AÇÃO (LPA) é uma medida econômica para mostrar a parcela de lucro
líquido que cada ação tem por direito. Isto não quer dizer que o acionista irá receber em
dividendos esse valor, pois o dividendos é a distribuição do lucro, o que normalmente é
menor que o lucro do período.

Por exemplo, a empresa RToro Education S/A possui 1.000.000 ações e teve um lucro
líquido R$ 10 milhões no seu último ano-fiscal . Desta forma, o LPA da empresa foi de
R$ 10,00, ou seja, cada ação tem o direito de receber R$ 10,00 de lucro. Mesmo que a
empresa não distribua todo o valor em dividendos, foi gerado este lucro ao acionista
(crescimento da empresa + dividendos recebido).

q FÓRMULA:
LUCRO LÍQUIDO
!"# =
Número Total de Ações

422
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Valor Patrimonial por Ação (VPA)
O VALOR PATRIMONIAL POR AÇÃO (VPA) é um indicar para mostrar quanto cada ação
vale pelo seu Patrimônio Líquido, ou seja, se vendesse todos os seus ativos e quitasse
todas as dívidas, quanto sobraria por ação.

Por exemplo, a empresa RToro Education S/A possui 1.000.000 ações, R$ 15 milhões em
ativos e R$ 10 milhões em passivos, portanto, seu Patrimônio Líquido é de R$ 5 milhões.
Desta forma, podemos afirmar que seu VPA é de R$ 5,00 por ação, já que basta dividir o
Patrimônio Líquido pelo número de ações.

q FÓRMULA:
Patrimônio Líquido
>"# =
Número Total de Ações

423
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
P/L: Preço sobre o Lucro
O P/L (Preço sobre o Lucro) é o múltiplo mais comum para avaliar se uma ação está
barata ou cara. Este indicador significa “quanto tempo vou demorar para recuperar o
capital investido, através do lucro líquido anual da empresa”. Na análise de projetos,
chamamos esse conceito de Payback. Desta forma, quanto menor o índice, maior a
atratividade de se investir na ação (mais “barata” está, pois mais rápido você receberá o
capital investido de volta).

Por exemplo, uma empresa A está sendo negociada na bolsa por R$ 10,00 e possui um
lucro por ação igual a R$ 2,00, possuindo desta forma um P/L de 5 (anos). Já a empresa B
está sendo negociada por R$ 18,00, tem um lucro por ação igual a R$ 6,00, assim, seu
P/L é de 3 (anos). Portanto, a empresa B está mais barata que a empresa A!

q FÓRMULA:
Preço de Mercado
"/! =
LUCRO LÍQUIDO

424
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
P/VP: Preço por Valor Patrimonial
Como mencionamos no início deste capítulo, uma das formas de analisar uma empresa é
através do seu Valor Patrimonial. Desta forma, o P/VP (Preço por Valor Patrimonial) é
quanto deveria estar sendo negociada uma ação, baseado somente sobre o seu
Patrimônio Líquido (ativos menos as dívidas da companhia). Como este indicador leva em
consideração o Valor Patrimonial por Ação, ele também é conhecido por P/VPA.

Normalmente, quando a companhia está negociando com valores superiores ao seu P/PV,
o mercado financeiro projeta que a companhia continuará crescendo e gerando lucros.
Quando está abaixo, acredita que os prejuízos irão perdurar por um longo período,
fazendo com que o seu Valor Patrimonial seja diminuído.

q FÓRMULA:
Preço de Mercado
"/>" =
Valor Patrimonial

425
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
EV/EBITDA
O EV/EBITDA (Enterprise Value ÷ EBITDA), possui uma compreensão maior de
contabilidade. Isto por que adentramos em dois conceitos contáveis:
Ø (1) EV (Enterprise Value): Este é o valor de mercado da companhia somado com a
sua dívida líquida (dívida total menos o caixa da empresa, sendo que o caixa da
empresa são as aplicações financeiras de curto prazo).
Ø (2) EBITDA: Lucro operacional da companhia.

Da mesma forma que o indicador P/L, quanto menor o EV/EBITDA, mais barato está a
companhia. Esse conceito é importante, pois quando alguém adquire uma empresa,
comprando as ações (ou cotas) de um outra pessoa, o novo investidor assume todas as
dívidas da companhia comprada. Assim, esse indicar serve para analisar “quantos anos
serão necessários para, além de recuperar o capital investido na compra da companhia,
quitar todas as suas dívidas (EV - Enterprise Value), apenas pela geração de caixa atual
da empresa (EBITDA)”.

q FÓRMULA:
*+,-. 0+ 123.45+ + 7í9:0+ ;í<=:0+
!"/!$%&'( =
Lucro Operacional
426
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Dividend Yield
O Dividend Yield, exatamente na sua tradução literal é, o “Retorno dos Dividendos”, ou
seja, qual o percentual de retorno que o investidor terá ao ano, baseado no preço da
ação e na distribuição de dividendos e de JCP (Juros sobre Capital Próprio). Por se tratar
de um valor financeiro recebido em conta, este indicador é muito utilizado para fazer
comparação com a renda fixa.

Aqui vale ressaltar dois pontos importantes:


Ø Este indicador ignora qualquer projeção de ganho de capital (comprar a ação por
um preço e vender por valor mais caro);
Ø Ele leva em consideração a distribuição do lucro (Dividendos mais JCP) e não em
relação ao lucro da companhia!

q FÓRMULA:
(Dividendos + JCP)
JKLKMNOM PKNQM =
Preço Atual da Ação

427
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Índice de Payout
O ÍNDICE DE PAYOUT demonstra a proporção do lucro líquido que será distribuído aos
acionistas na forma de dividendos, acrescidos da JCP. Ou seja, o quanto entra de dinheiro
líquido na conta do acionista todos os anos, comparado com o lucro líquido da empresa
na qual ele é sócio. O saldo remanescente do lucro líquido que ficou na companhia,
chamamos de ÍNDICE DE RETENÇÃO!

q FÓRMULA:
(Dividendos + JCP)
ÍOMKXN MN YZ[\]^ =
Lucro Líquido

q FÓRMULA:

ÍOMKXN MN _N`NOçãa = 1 − Payout

428
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Índice de Payout: Exemplo
A empresa RToro Education S/A, no último ano apresentou os seguintes números:
Ø Dividendo: R$ 1,00
Ø JCP: R$ 0,50
Ø LPA (Lucro Por ação): R$ 6,00
Com base nestes números, qual é o (1) índice de Payout e o (2) índice de retenção da
empresa RToro Education S/A?

q RESPOSTA: Primeiro devemos calcular o Índice de Payout (ver o quanto a empresa


distribuiu de dividendos mais JCP, e dividir pelo lucro) e a partir dele chegaremos no
índice de retenção da companhia.

(1) ÍNDICE DE PAYOUT: (2) ÍNDICE DE RETENÇÃO:


Ø Payout = R$ 1,00 + R$ 0,50 Ø Retenção = 1 – 0,25
R$ 6,00
Ø Retenção = 0,75 = 75%
Ø Payout = R$ 1,50
R$ 6,00
Ø Payout = 0,25 = 25%

429
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Fluxo de Caixa Descontado
O Discounted Cash Flow (DCF), conhecido também com Método do Fluxo de caixa
Descontado, é uma teoria em que pressupõe que o valor de um negócio depende dos
benefícios futuros que ele irá produzir, descontados para um valor presente, através da
utilização de uma taxa de desconto apropriada, a qual reflita os riscos inerentes aos fluxos
estimados.

q FÓRMULA:
(()! ) (()" ) (()# )
!"#$% = + + ⋯ .
(1 + YTM)! (1 + YTM)" (1 + YTM)#

As três principais maneiras a ser calculado este modelo são:


Ø Modelo de Fluxo de Caixa Descontado da Firma – “Free Cash Flow to the Firm”;
Ø Modelo de Fluxo de Caixa do Acionista – “Free Cash Flow to Equity”;
Ø Modelo de Fluxo de Dividendos Descontados (Modelo de Gordon).

430
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Fluxo de Caixa Descontado da Firma (FCFF)
Trata dos direitos dos proprietários do Patrimônio Líquido, dos preferencialistas e dos
financiadores, por tanto, abrange todo o fluxo de caixa da empresa a ser distribuído entre
os credores e acionistas, sob a forma de juros e dividendos. Seu cálculo é realizado a
partir do Lucro Operacional, incluindo impostos, antes de qualquer remuneração aos
donos de capital mencionados, ou seja, é o fluxo de caixa operacional menos as despesas
necessárias para manter os ativos e o crescimento do negócio.

RECEITA LÍQUIDA
EBITDA
...(-) Depreciação
(=) EBIT (LAJIR)
EBIT × [1 – Taxa de Imposto (alíquota fiscal)]
(=) Lucro Operacional Líquido menos Imposto Ajustado
(+) Depreciações e Amortizações
(-) Gastos de Capital (CAPEX) NCG:
(-) Variação de Capital de Giro NECESSIDADE DECAPITAL DE GIRO
(=) Fluxo de Caixa da Firma (Free Cash Flow to the Firm)

431
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Fluxo de Caixa Descontado do Acionista (FCFE)
Trata dos direitos somente dos proprietários do Patrimônio Líquido, ou seja, do capital
próprio da empresa, ou seja, após o pagamento de juros para os credores. É o fluxo de
caixa existente após o pagamento de despesas operacionais, das obrigações tributárias,
das necessidades de investimento, do principal, de juros e de quaisquer outros
desembolsos de capital necessários à manutenção da taxa de crescimento dos fluxos de
caixa projetados, descontado pelo custo do capital próprio (Ke).

(=) Lucro Líquido

(+) Depreciações e Amortizações


(-) Investimentos (CAPEX)
(-) Variação de Capital de Giro
(+) Captação de Recursos de Terceiros (Financiamentos)
(-) Amortização das Parcelas do Principal dos Financiamentos

(=) Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE)

432
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon
O Modelo de Gordon, também chamado de Modelo de Desconto de Dividendos, utiliza os
dividendos futuros previstos, descontando-os a valor presente por uma taxa, que será
“retorno requerido pelo acionista MENOS taxa de crescimento dos dividendos”, para
saber o valor justo de uma ação. Este modelo leva em consideração três variáveis:
Ø D1 = dividendo ANUAL da ação, porém de 1 ano a frente do preço atual
Ø Ks = taxa de retorno requerida pela ação
Ø g = taxa de crescimento dos dividendos

q FÓRMULA:
(g" )
>eQaf (Y! ) =
Ks − g
q OBS: Vale ressaltar que a fórmula é dada em prova. Além disso, na prova pode ser
dado D1 (estimativa de dividendos do próximo ano) ou D0 (dividendos distribuídos no
último ano). Note que, a fórmula acima requer o fluxo de caixa ou dividendo do
período 1. Portanto, se fornecido D0 , é preciso aplicar a taxa de crescimento g para obter
D1, ou seja, crescer o dividendo por 1 ano

433
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 1 (Fórmula)
q EXEMPLO: Uma ação paga um dividendo anual de R$ 3,00 e se esperada uma taxa de
crescimento de 5% ao ano no valor do dividendo. Se a taxa de retorno requerida pela
ação é de 12% ao ano, qual o seu preço justo?

q RESPOSTA: Este problema será resolvido através do Modelo de Gordon, vide que nos
foi fornecido o dividendo da ação. Importante notar que foi dado o dividendo atual (D0) e
não o do próximo exercício (D1). Assim sendo, precisamos primeiro encontrar D1:

Ø D1 = D0 × (1 + g) = R$ 3,00 × (1 + 0,05) = R$ 3,15

Agora, com as demais informações (r = 12%; g = 5%), podemos resolver:

Ø Preço = D1 = R$ 3,15 = R$ 3,15__ = R$ 3,15_ = R$ 45,00


(r – g) (12% - 5%) (0,12 - 0,05) (0,07)

434
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 1 [%T]
Vamos trazer o mesmo problema que foi resolvido através da fórmula do modelo de
Gordon, mas agora, utilizando a tecla [%T], onde primeiro colocar a taxa de retorno e de
pois o total da renda a ser recebida (dividendos).

q EXEMPLO: Uma ação paga um dividendo anual de R$ 3,00 e se esperada uma taxa de
crescimento de 5% ao ano no valor do dividendo. Se a taxa de retorno requerida pela
ação é de 12% ao ano, qual o seu preço justo?

q RESPOSTA: O que o problema quis nos trazer foi “quanto você pagaria HOJE por essa
ação, para ter uma renda perpétua através desses dividendos?”. Desta forma, precisamos
saber qual será o primeiro dividendo que iremos receber, a partir da compra das ações
hoje. Com isso, precisamos crescer os dividendos em 5%, pois ele “pagou”

(1) RENDA PERPÉTUA COM (2) TAXA EXIGIDA DE (3) VALOR HOJE
CRESCIMENTO DE 5%: RETORNO (ks – g) CALCULAR POR [%T]:
Ø 3 [ENTER] Ø 12 [ENTER] Ø 7 [ENTER]
Ø 5 [%] [+] Ø 5 [−] Ø 3,15 [%T]
R = R$ 3,15 R = 7% R: R$ 45,00.

435
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 2
q EXEMPLO: A empresa RToro Education S/A não paga dividendos, mas espera-se que
em 4 anos pague R$ 2,00 por ação e que a partir daí, esses dividendos cresçam a uma
taxa de 4% ao ano. Qual seria o preço adequado dessa ação para hoje? Dada a
característica da empresa, a taxa de desconto adequada é de 10%aa.

q RESPOSTA: Podemos calcular o preço desse ativo a partir do modelo de Gordon. No


entanto, foi informado o dividendo em t = 4, então o modelo de Gordon nos dará o valor
da ação no ano 3 (o modelo de Gordon utiliza como variável D1 para o cálculo de P0).
Como a questão solicita o preço em P0, teremos que trazer o preço calculado no modelo
de Gordon a valor presente.

(1) Aplicar Modelo de Gordon (2) Trazer a valor presente


Ø Preço Ano 3 = D4__ Øn=3
(r – g) Ø i = 10
Ø FV = 33,33
Ø Preço Ano 3 = R$ 2,00
Ø PMT = 0
(10% - 4%)
Ø PV = ? = R$ 25,04
Ø Preço Ano 3 = R$ 33,33

436
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 3
q EXEMPLO: Estima-se que a empresa Rtoro Education S/A distribuirá em dividendos
nos próximos 3 anos os valores de R$ 1,00, R$ 2,00 e R$ 3,00 e depois seus dividendos
crescerão 5% por ano. Considerando a taxa de risco adequada de 11% ao ano, qual o
valor justo dessa empresa hoje?

q RESPOSTA: Iremos fazer 2 cálculos. O primeiro, iremos calcular qual o valor justo para o
fluxo de crescimento perpétuo (perceba que este fluxo ocorrerá no quarto ano em diante,
assim, estaremos calculando quanto vale a empresa no terceiro ano e também
precisamos crescer o dividendo 3 em 5%, totalizando R$ 3,15 para poder utilizar o modelo
de gordon). Depois, somaremos o valor da empresa no ano 3 e traremos todos os valores
a valor presente

(1) RENDA PERPÉTUA COM (2) TAXA EXIGIDA DE (3) VALOR HOJE
CRESCIMENTO DE 5%: RETORNO (ks – g) CALCULAR POR [%T]:
Ø 3 [ENTER] Ø 11 [ENTER] Ø 6 [ENTER]
Ø 5 [%] [+] Ø 5 [−] Ø 3,15 [%T]
R = R$ 3,15 R = 6% R: R$ 52,50.

437
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 3 (Gráfico)

R$ 52,50

R$ 3,00
R$ 2,00
R$ 1,00

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Dividendo 1 Dividendo 2 Dividendo 3 +
Valor justo da Ação pela
sua perpetuidade

???????

438
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista
Modelo de Gordon: Exemplo 3 (Cálculo)
Como os fluxos de caixa são distintos, necessitamos o valor justo da empresa através do
mesmo cálculo do VPL, imputando ZERO (ou não imputando) no fluxo zero. Assim, a HP
vai dizer qual o valor justo para receber a taxa que colocamos como comparação.

FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO


1 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1
2 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2
55,50 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3
11 [i] Retorno Exigido
Valor Presente Líquido
VPL NPV: [f][] 43,11
(VALOR JUSTO)

Assim, chegamos a conclusão que o valor justo da ação para o risco do ativo e para o
recebimento dos dividendos, considerando a partir do quarto ano um crescimento
constante e perpétuo, o valor de R$ 43,11.

439
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Técnica
Conceito
A Análise Técnica (Gráfica) estabelece projeções para os preços das ações baseadas no
comportamento em si do preço e do volume na observação do comportamento passado
dos preços e dos volumes negociados. Em resumo, a análise técnica estuda as
movimentações nos preços passados e, a partir daí, explica a sua evolução futura.

Diferentes métodos são utilizados, mas todos confiam nos mesmos princípios:
Ø Existência de tendências;
Ø Observa o comportamento passado dos preços, acreditando que pode novamente
ocorrer no futuro;
Ø Preços das ações já refletem todas as informações disponíveis até o momento
(fundamentos da empresa não são relevantes.
Ø Principais indicadores:
§ Suporte: Preço da ação não diminui mais que o valor do suporte.
§ Resistência: Preço da ação não sobe mais que o valor da resistência.

440
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Técnica
Suporte e Resistência
Percebemos abaixo os pontos aonde eram suporte (momento de comprar a ação) e após
a sua perda (diminuição do preço do suporte), se transformou em resistência (não
consegue mais superar o valor).

q CONCLUSÃO: no SUPORTE SE COMPRA e na RESISTÊNCIA SE VENDE o ativo.

Resistência

Suporte

441
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Técnica
Conceito
Dentre os principais modelos de Análise Técnica, destacamos:

1) Indicadores de Tendência
Ø Médias Móveis: procura sinalizar, em função da direção apontada pela linha no
gráfico, o momento onde começa ou termina uma tendência. Seu cálculo envolve o
deslocamento das médias dos preços dos ativos ao longo do tempo;
Ø MACD (Moving Average Convergence Divergence): foca no comportamento de duas
médias móveis, uma em relação a outra. A partir dessa observação, a técnica aponta
sinais de compra e venda que podem ser antecipados quando houver mudança na
inclinação do histograma: uma inclinação ascendente indica um momento de compra
e uma descendente, de venda.
Ø Bandas de Bollinger: se baseia na variância dos dados a partir de três linhas – uma
média móvel aritmética de 20 períodos e outras duas, uma acima e uma abaixo,
situadas a dois desvios-padrão da linha principal. Com a eventual redução da
variabilidade dos dados, as bandas se estreitam, o que pode representar a
antecipação de um movimento direcional, para cima ou para baixo.

442
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Técnica
Conceito
2) Indicadores de Reversão
Ø Índice de Força Relativa: se baseia no cálculo resultante da divisão entre as médias
das variações dos períodos que registraram alta pela média das variações dos
períodos que registraram quedas. O resultado desse cálculo é um número que varia
entre 0 (grande força dos vendedores) e 100 (grande força dos compradores). Com
isso, a interpretação do modelo é que, a partir de um nível de 20, uma tendência de
queda está para ser revertida (ponto de compra) e, a partir de um nível de 80, uma
tendência de alta está para ser revertida (ponto de venda);
Ø SAR (Stop and Reverse) Parabólico: tem como objetivo fornecer potenciais sinais de
entrada e saída, os chamados pontos de reversão. O SAR Parabólico (recebe esse
nome porque o conjunto de dados que o indicador apresenta se assemelha a uma
parábola) fica abaixo dos preços quando o ativo está em tendência de alta e acima
dos preços quando o ativo está em tendência de queda. Assim, se o indicador
apontar para uma alteração de tendência, existe um forte sinal para stop and
reverse, isto é, parar e reverter a posição.

443
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Análise Técnica
Conceito
3) Indicadores de Volume
Ø On Balance Volume (OBV): indicador técnico que se baseia no volume para prever
mudanças no preço das ações. O intuito é tentar antecipar grandes movimentos nos
mercados a partir de mudanças de volume. O modelo defende que, quando o
volume aumenta drasticamente sem uma mudança significativa no preço da ação, o
preço acabará por disparar para cima ou cair fortemente;
Ø Média Móvel de Volume: o indicador calcula o volume transacionado de
determinado ativo concomitantemente com a média móvel desse mesmo volume ao
longo do tempo. O modelo defende que, caso os preços sigam uma tendência de
alta, o indicador será crescente nos dias de alta e decrescente nos dias de baixa.
Agora, se os preços seguirem uma tendência de queda, o indicador apontará
resultados mais elevados em dias de queda comparativamente aos de alta de preços.

444
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Análise Fundamentalista x Técnica
RESUMO
ANÁLISE ANÁLISE
FUNDAMENTALISTA TÉCNICA (GRÁFICA)

Leva em consideração os Considera os preços passados


múltiplos das empresas, ou seja, o da ação e o volume negociado,
CONCEITO
desempenho econômico acreditando que poderá ocorrer
financeiro da empresa. novamente no futuro.

L/P (Lucro por Ação); Ebitda; Suporte & Resistência;


EXEMPLOS Desconto de Fluxo de Caixa Médias Móveis; Fibonacci;
Futuro; Dividendos. IFR; Bandas de Bollinger.

445
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.1.8 Alavancagem e o Valor da


Empresa
446
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Alavancagem e Valor da Empresa
Conceito
A alavancagem financeira refere-se ao uso de dívida para financiar as atividades de uma
empresa. Quando uma empresa usa mais dívida em relação ao patrimônio líquido, ela
tem uma alavancagem financeira maior. A relação entre alavancagem e valor da empresa
é complexa e pode variar dependendo do setor, da situação econômica e de outros
fatores.

Em geral, um nível moderado de alavancagem pode aumentar o valor da empresa, pois a


dívida geralmente tem um custo mais baixo do que o patrimônio líquido. Isso significa
que, ao usar dívida, a empresa pode aumentar seus lucros, o que pode levar a um
aumento no valor da empresa.

No entanto, se a alavancagem for excessiva, a empresa pode se tornar vulnerável a


problemas financeiros, como não conseguir pagar suas dívidas, o que pode levar a uma
queda no valor da empresa.

447
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Modigliani-Miller
Proposição I
A Proposição I da Teoria de Modigliani-Miller estabelece que, sob certas condições, o
valor de mercado de uma empresa não é afetado pela maneira como ela é financiada.

Especificamente, a teoria afirma que, em um mercado perfeito, com ausência de


impostos, custos de transação, assimetria de informações e outros fatores que possam
distorcer o mercado, o valor de mercado de uma empresa é determinado apenas pelo
fluxo de caixa gerado pelos seus ativos, independentemente de como ela é financiada
(ou seja, através de dívida ou de capital próprio).

Isso significa que, na ausência de distorções no mercado, não haveria vantagem em


escolher uma determinada estrutura de capital (isto é, um mix de dívida e capital
próprio) para a empresa, e que o valor da empresa seria o mesmo, independentemente
de qual estrutura de capital fosse utilizada.

Apesar de amplamente aceita, essa teoria parte de premissas que não são realistas
(mercado perfeito), já que há vários fatores que podem afetar a estrutura de capital e o
valor de mercado de uma empresa na prática.
448
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Modigliani-Miller – Proposição II
Proposição II
Já a proposição II de Modigliani-Miller (MM) afirma que o custo de capital próprio (ke) de
uma empresa é uma função linear positiva da alavancagem financeira, ou seja, do nível
de endividamento da empresa em relação ao seu patrimônio líquido.

Segundo essa proposição, o custo de capital próprio aumenta na mesma proporção que a
alavancagem financeira, o que significa que empresas com mais dívida têm um custo de
capital próprio mais alto do que empresas com menos dívida.

Isso ocorre porque os acionistas de uma empresa exigem um retorno mais alto sobre o
investimento devido ao aumento do risco financeiro da empresa decorrente de uma
maior alavancagem.

Assim como a proposição I, a proposição II assume condições ideais de mercado, como


ausência de impostos, custos de falência, custos de transação e assimetria de
informações. Na prática, esses fatores podem afetar a relação entre alavancagem
financeira e custo de capital próprio. No entanto, a proposição II de MM é útil como um
ponto de referência para entender o efeito da alavancagem financeira no custo de
capital próprio de uma empresa.

449
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.2 RENDA FIXA

450
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Renda Fixa
Introdução
Os títulos de renda fixa são contratos onde de um lado alguém está precisando de
dinheiro e do outro, a contraparte aceita emprestar os recursos cobrando uma certa taxa
de juros, podendo ela ser conhecida desde o início (juro prefixado) ou indexada (IPCA,
IGP-M, CDI, Selic,...).

Quando este devedor for o governo federal, dizemos que é um título público federal,
sendo o emissor da dívida o Tesouro Nacional. Já quando for um agente privado (bancos,
padarias, lojas,...), classificamos como títulos privados. Portanto, este mercado está
relacionado à gestão de títulos de crédito, sendo os seus instrumentos de renda fixa
geridos e fiscalizados pelo Banco Central, juntamente com a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), quando se tratar, principalmente de ofertas públicas.

Atualmente, os títulos do Governo Federal possuem a maior relevância dentre o mercado


de renda fixa nacional, movimentando aproximadamente 95% do volume financeiro. Isso
demonstra que os títulos privados de crédito ainda possuem pouca relevância no
mercado nacional. Vale ressaltar que o Governo Federal também utiliza os títulos do
Tesouro Nacional como ferramenta para a rolagem da dívida pública federal.

451
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Renda Fixa
Glossário
Alguns conceitos serão importantes dentro da renda fixa, tais como:
Ø TÍTULO: É a obrigação legal assumida entre um emissor (devedor) e um credor
(investidor), ou seja, o título de renda fixa é um contrato de dívida.
Ø VALOR DE FACE (Valor Nominal): nos títulos prefixados, este é o valor que o
emissor devolverá ao credor no vencimento do título, a menos que não tenha
ocorrido default. Por exemplo, uma obrigação com valor de face de R$ 1.000, com
juros de 10% ao ano, pagará R$ 100,00 ao ano de cupom. Já em uma duplicata
(cheque), o valor de face será utilizado como base para calcular o desconto gerado
devido a taxa aplicada.
Ø VALOR PRINCIPAL: Este é o valor que o emissor recebeu sobre a emissão do título
e que será devolvido ao credor acrescido dos juros pactuados.
Ø CUPOM: É a remuneração periódica em dinheiro feita ao investidor, ou seja, os
juros pagos pelo título pactuados entre o credor e o emissor.
Ø MATURIDADE (VENCIMENTO): Não devemos confundir “MATURIDADE” com
“PRAZO MÉDIO” do título. Maturidade é quando a dívida irá encerrar. Já o Prazo
Médio leva em consideração todos os recebimentos de juros pagos. Títulos sem
Cupom, possuem Maturidade e Prazo Médio Iguais.

452
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Renda Fixa
Tipos de Renda Fixa
Esses títulos possuem uma remuneração financeira pré-estabelecida e por este motivo o
nome de “renda fixa”, pois a renda (retorno) será fixado em algo, podendo ser:
Ø Prefixados: Onde a taxa de juros é previamente conhecida, ou seja, sabemos a
remuneração final desde o início. Pode ser um desconto sobre o valor de face (ex:
um desconto sobre um cheque) ou uma taxa pré-estabelecida (ex: 10% ao ano).
Ø Pós-Fixados: Onde a taxa será atrelada a uma referência de mercado (CDI, IPCA,
IGP-M) e que iremos saber a rentabilidade somente no final da aplicação. Por
exemplo, CDB rendendo 100% do CDI. No final da aplicação, calcula-se o CDI do
período do contrato e corrige o título a esta taxa.

Por se tratar de uma dívida, ela poderá ser paga aos poucos ou apenas no final. Desta
forma, poderemos classificar os títulos de renda fixa também como::
Ø Zero Cupom (Bullet): São títulos que toda a remuneração é paga no final, ou seja,
não possui juros periódicos e por isso o nome “sem cupom”.
Ø Amortizados: São títulos no qual, além dos juros serem pagos durante a dívida,
parte do principal também será paga antes da data de vencimento. Pois juros é o
“fruto” do que você investiu, já amortização é o próprio valor que você investiu.

453
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Relação entre Títulos Públicos e Privados


Formação de Preços e a TLR
Cada título de dívida possui uma taxa de juros relacionada, que considera uma taxa livre
de riscos (TLR) mais um prêmio pelo risco. Chamamos de Taxa Livre de Risco o
investimento que possui o menor risco de crédito possível (no Brasil, utilizamos os títulos
públicos e como referência a LFT – Tesouro Selic, que é um título pós-fixado atrelado a
taxa básica da economia brasileira). Essa taxa é importante pois a partir dela, balizamos
todos os outros investimentos (Princípio da Dominância).

Isso por que os títulos públicos possuem uma avaliação de risco, via de regra, menor do
que os privados. Por exemplo, o risco soberano de um país é menor do que o risco de
uma empresa desse país. Dessa forma, os títulos privados costumam pagar um juro
(remuneração) superior aos títulos públicos, devido ao seu prêmio por risco de crédito ser
maior. Sendo assim, cada título de dívida possui uma taxa de juros relacionada, que
considera uma taxa livre de riscos mais um prêmio pelo risco e esta diferença a chamamos
de Spread.

454
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Relação entre Títulos Públicos e Privados
Spread de Crédito
O Spread de Crédito é uma medida que representa a probabilidade de inadimplência do
emissor do título, quando comparado com o Ativo Livre de Risco. Quando maior for a
diferença de taxas, maior o risco de inadimplência desde emissor. Em nosso exemplo,
título B tem maior risco de crédito, comparado com o título A.

Taxa de Título Privado B


Juros (%) Spread B
Título Privado A
Spread A
Título Público (benchmark)

tempo (t)

455
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Resgate Antecipado ou Vencimento Antecipado


Conceito
Como os ativos de renda fixa são dívidas, diversas vezes apresentam garantias reais, como
um terreno ou uma sala comercial. No entanto, existem outras formas do credor se
proteger. Essas formas são cláusulas impostas nos contratos e eles podem ser de duas
maneiras. São elas:
Ø Quebra de Covenants: Covenants são cláusulas contratuais de títulos de dívida,
que protegem o interesse do credor estabelecendo condições que não devem ser
descumpridas. De maneira geral, caso um covenant seja quebrado, o credor tem o
direito de requerer o vencimento antecipado da dívida. Estas condições tem por
objetivo reduzir o risco de não recebimento por parte do credor e, também reduzir o
custo da dívida do credor.
Ø Cross Default: Esta regra, também chamado de cláusula de vencimento
antecipado, quer dizer que se uma dívida do emissor vencer e ele ficar inadimplente,
os outros títulos de dívida também estarão vencidos automaticamente. O contrário é
verdadeiro, ou seja, se ele não pagar a dívida referenciada, ou os juros, as outras
dívidas podem ser declaradas vencidas automaticamente. É como se fosse um “bloco
único” de obrigações inter-relacionadas.

456
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Conceito
A estrutura a termo de taxas de juros (ETTJ), também chamada de curva de juros,
representa a expectativa de retornos nas aplicações de renda fixa, levando em
consideração a relação entre tempo e taxa. A ideia é conseguir compreender que cada
período de tempo possui uma certa taxa e que os retornos não são sempre os mesmos
em todo o período (mesmo que a gente acredite nisso).

Por exemplo, imagine que estamos no início de 2021 e que a expectativa de juros para
Brasil no ano de 2021 seja de 2% e a que a expectativa de juros para o ano de 2022 seja
de 3%. Se você aplicar hoje R$ 100,00 e tiver esses retornos, ao final do ano de 2021 terá
R$ 102,00 e ao final de 2022, terá R$ 105,06 (3% sobre os R$ 102,00), ou seja, terá um
retorno total de 5,06% para todo o período (ou 2,498780% por ano → conversão de taxa).

Tecnicamente a taxa SPOT do ano 1 é de 2%, que a taxa a TERMO entre os anos 1 e 2 é
de 3% e que a taxa SPOT dos dois primeiros anos é de 2,498780% por ano. Diante disso,
podemos compreender que taxa SPOT é uma taxa que inicia HOJE e que taxa a termo é
uma taxa que NÃO inicia hoje. Outro ponto relevante é que mesmo a gente dizendo que a
taxa spot de 2 anos é de 2,498780% ao ano, isso não quer dizer que rendeu essa taxa
TODOS os anos, pois ela foi uma composição de taxas (2% ano 1 e 3% no ano 2).
457
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Gráfico
As taxas juros podem ter diversos gráficos para o longo prazo. O normal é quanto mais
longo for o empréstimo, maior o retorno por ano (ASCENDENTE). No entanto, podemos
ter fases em que as taxas de juros de um país estão decrescentes (INVERTIDA), quando
temos uma política monetária expansionista. Mas o relevante em se analisar estas curvas
no mercado financeiro é que elas demonstram as expectativas futuras de taxas de juros
de longo prazo.

NORMAL (Ascendente) INVERTIDA (Descendente) ARQUEADA


retorno retorno retorno

Tempo Tempo Tempo

458
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Fórmula
Como a ETTJ é uma curva de juros (juros compostos), a sua fórmula se baseia na
multiplicação de cada fator de retorno para se encontrar o retorno total do período. Após
isso, apresentamos o retorno total do período ao ano.

Sabemos que a grande maioria, quando olha a fórmula apresentada abaixo, sente
calafrios. Mas não se preocupe, pois podemos transformar todos os cálculos exigidos na
fórmula em “soma” e “subtração”. Ou seja, será mais importante a compreensão do
conteúdo e saber montar os gráficos, do que decorar a devida fórmula.

q FÓRMULA:
(" + $$ )$ = " + $% × " + )& × ⋯×(" + )$ )

Ø Zn: taxa spot anualizado do período total


Ø Z1: é a taxa spot para 1 ano
Ø f1: é a taxa a termo de um ano
Ø fn: taxa a termo para n períodos

459
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Exemplo 1
Se a taxa spot atual de um ano é 2%, a taxa a termo de 1 ano (entre o primeiro e o
segundo ano) é 3% e a taxa a termo de 2 anos (entre o segundo e o terceiro ano) é de 4%,
qual a taxa spot de 3 anos?

2% 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 1 ano 2 anos 3 anos

???

460
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Exemplo 1: Resposta
Para encontrarmos a TAXA SPOT 0-3, vamos encontrar o retorno total e depois anualizar:
(1) RETORNO TOTAL DO PERÍODO DE 0 A 3: (2) TAXA SPOT 0-3:
§100 [ENTER] § 9,26 [i]
§ 2 [%] [+] § 3 [n]
§ 3 [%] [+] §1
§ 4 [%] [+] § [R/S]
§ 100 [-] R: 2,997% ao ano
R: 9,26%

2% 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 3 anos
1 ano 2 anos

9,26% TOTAL
= 2,997% a.a

461
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Estrutura a Termo da Taxa de Juros


Exemplo 2
Sabendo que uma LTN com prazo de 3 anos rende 9,26% no período, a taxa a termo de 1
ano é de 3% (entre o primeiro e o segundo ano) e a taxa termo de 2 é 4% anos (entre o
segundo e o terceiro ano), qual a taxa spot de 1 ano?

??? 3% 4%

Taxa spot Taxa Termo 1A Taxa Termo 2A

0 (hoje) 1 ano 2 anos 3 anos

9,26% ao período
de 3 anos

462
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Exemplo 2: Cálculo HP12C
Como percebemos, (1) a taxa total de um período é o somatório das taxas
intermediárias, e (2) um “pedaço” dessa taxa é a taxa total subtraída das taxas que não
queremos, lembrando que em juros compostos, “subtração” significa “divisão”.

Parte que deve ser subtraída

HP 12C: Parte que deve ser subtraída: HP 12C: Taxa Spot desejada
Ø 100 [ENTER] Ø 109,26 [FV]
Ø 3 [%] [+] Ø 107,12 [CHS] [PV]
1 Ø 4 [%] [+] 2 Ø 1 [n]
Ø 100 [-] Ø clicar em i
Ø Resposta: 7,12% Ø Resposta final: 2% a.a

463
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.2.1 Títulos Públicos Federais


464
464
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Títulos Públicos Federais (TPF)
Conceito
Os Títulos Públicos Federais (TPF) são títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional.
Esse rendimento pode ter sua remuneração prefixada ou pós-fixada (diferentes
indexadores). Servem para cobertura de déficits do Tesouro Nacional, rolagem da dívida
pública. Além disso, eles são escriturais, nominativos e negociáveis no mercado
secundário.

Os principais Títulos Públicos Federais são:


Ø LTN (Tesouro Prefixado);
Ø LFT (Tesouro Selic);
Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

Importante salientar que, conceitualmente, os títulos públicos federais são considerados


os ativos livre de risco para as aplicações em moeda nacional, ou seja, não possuem risco
de crédito, mas sim, risco soberano. Isto ocorre somente em teoria, pois havendo uma
aplicação em renda fixa, há um devedor, gerando risco de crédito.

465
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Títulos Públicos Federais (TPF)


LTN (Tesouro Prefixado)
As Letras do Tesouro Nacional (LTN), com nome atual de Tesouro Prefixado, são títulos
com rentabilidade definida no momento da compra. Assim, calcula-se o preço unitário
(PU) descontando-se do Valor Nominal (que sempre será de R$ 1.000,00) pela taxa, de
acordo com o prazo em dias úteis de resgate do título.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU;
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final.

466
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Títulos Públicos Federais (TPF)
LFT (Tesouro Pós-Fixado)
As Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com nome atual de Tesouro Pós-fixado), são títulos
com rentabilidade atreladas a variação da taxa SELIC, ou seja, somente se sabe a
rentabilidade nominal no final da aplicação. O cálculo da remuneração se dará através da
variação da taxa Selic diária (DU) registrada entre a data de liquidação da compra e a data
de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio (Preço: acima do valor de face;
Rendimento: abaixo de 100% da Selic) ou deságio (Preço: abaixo do valor de face;
Rendimento: acima de 100% da Selic) no momento da compra.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Pós-fixada (valor aplicado corrigido pela taxa Selic);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação DIRETA: quanto maior a taxa Selic for no período, maior a rentabilidade;
Ø Riscos: baixo risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na ALTA da taxa de juros (SELIC).

467
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Títulos Públicos Federais (TPF)


NTN-B Principal
As Notas do Tesouro Nacional série B Principal (NTN-B Principal), com nome atual de
Tesouro IPCA,, são títulos com rentabilidade atreladas a variação da inflação IPCA mais
uma taxa fixa contratada (chamamos essa taxa de “juros real da economia nacional”), ou
seja, é um título híbrido: parte com remuneração pós-fixada e parte com remuneração
prefixadas.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito;
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA.

468
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Títulos Públicos Federais (TPF)
NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais)
As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com nome atual de Tesouro IPCA com Juros
Semestrais, possuem a mesma remuneração das “NTN-B Principal” com uma única
diferença: possuem cupom semestral (pagamento dos juros semestralmente). Desta
forma,
sua rentabilidade é atreladas a variação da inflação IPCA mais uma taxa fixa contratada.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa).
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito.
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA, além de fluxo de caixa semestral. Possui menos risco de
mercado que as NTN-B Principal.

469
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Títulos Públicos Federais (TPF)


NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais)
As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F), com nome atual de Tesouro Prefixado com
Juros Semestrais, possuem a mesma remuneração das “LTN – Tesouro Prefixado” com
uma única diferença: possuem cupom semestral (pagamento dos juros semestralmente).
Desta forma, sua rentabilidade é definida no momento da compra, sendo uma compra
com desconto sobre o valor nominal de R$ 1.000,00.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU.
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo).
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final, além de fluxo de caixa semestral.
Possui menos risco de mercado que as LTN.

470
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Tesouro Direto
Características
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos desenvolvido pelo Tesouro
Nacional e pela CBLC. Ele é direcionado a pessoas físicas que queiram investir com
segurança e tranquilidade.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Compra de títulos públicos pela internet, a partir de R$ 30,00, com aplicação
máxima de R$ 1 milhão por mês, sendo a quantidade mínima de 0,01 de um título
(ou seja, 1% do valor do título);
Ø A liquidez das aplicações é garantida através do programa diário de recompra do
Tesouro Nacional, gerando liquidez para ao investidor. Importante ressaltar que não
há limite financeiro para vendas .
Ø Taxa de custódia cobrada pela B3 é de 0,25% ao ano, podendo ser acrescido por
taxa de custódia de instituições financeiras acordadas com o seu investidor;
Ø Pode ser adquirido diretamente pelo site do Tesouro Direto ou no site da
Instituição Financeira.

471
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.2.2 Principais Títulos Privados

472
472
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Títulos Privados de Renda Fixa
Conceito
Os títulos privados de renda fixa podem ser de instituições financeiras, de instituições
não-financeiras ou emitidos por pessoas físicas. Em relação aos títulos das instituições
financeiras, uma das diferenças é que alguns desses investimentos possuem um “seguro”
em caso de insolvência da mesma, chamado de FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Os títulos de renda fixa de Instituições Financeiras cobrados em prova são:


Ø CDB – Certificado de Depósito Bancário;
Ø LCI – Letra de Crédito Imobiliário;
Ø LCA – Letra de Crédito do Agronegócio;
Ø LIG – Letra Imobiliária com Garantia;
Ø DPGE – Depósito a Prazo com Garantia Especial;
Ø LF – Letra Financeira;
Ø Operação Compromissada.

473
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

CDB – Certificado de Depósito Bancário


Características
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma das principais ferramentas de captação
de recursos das instituições financeiras, com o investidor emprestando recursos em troca
de remuneração. Ele é um título de renda fixa, escritural e nominativo, que representa
promessa de pagamento, em data futura, do valor do depósito a prazo, acrescido da
rentabilidade convencionada.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
o Prazo mínimo com base na remuneração:
§ TR ou TJLP – 1 mês;
§ TBF – 2 meses;
§ Índices de inflação – 1 ano.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Garantia de FGC: SIM.

474
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
LCI – Letra de Crédito Imobiliário
Características
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) é um título de crédito, lastreado por créditos
imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária. O seu investidor, tem o
direito de crédito pelo valor nominal mais os juros, podendo também ter atualização
monetária, caso esteja estipulado. O seu vencimento não poderá ser maior que o prazo
de quaisquer créditos imobiliários que lhe servirem de lastro.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras autorizadas a conceder créditos imobiliários
(Ex: Bancos Comerciais, múltiplos e a Caixa Econômica Federal).
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.

475
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

LCA – Letra de Crédito do Agronegócio


Características
A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é um título de crédito, lastreado por
empréstimos do agronegócios (CPR, CDCA, Nota Promissória Rural, etc). Da mesma forma
que a LCI, as LCAs possuem isenção de IR e de IOF para o investidor pessoa física. O risco
primário da LCA é a instituição financeira e, caso haja inadimplência do banco, os lastros
estão penhorados por lei ao investidor final que pode requisitar sua propriedade ao juiz
quando o banco não pagar o ativo.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.

476
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
LIG – Letra Imobiliária Garantida
Características
A LIG é um título de renda fixa lastreado por créditos imobiliários, isento de imposto de
renda para pessoas físicas, mas não conta com a garantia do FGC. Mas diferentemente de
outros produtos financeiras, a LIG foi criada com outra estrutura da garantias, um modelo
conhecido como no exterior como “covered bonds”, onde os ativos que lastreiam a
operação servem de garantia para caso de insolvência do emissor, uma vez que estes
ativos estão apartados do patrimônio da instituição financeira, dedicados exclusivamente
à LIG. Desta forma, quando o investimento do cliente for superior ao da proteção do FGC,
a LIG acaba sendo muito mais segura do que demais produtos financeiros, pois além da
garantia da instituição financeira que emitiu a dívida, possui a garantia dos lastros
imobiliários (covered bonds), independente do seu valor.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento ou
investimento, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isento de imposto de renda para pessoas físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO
477
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Especial


Características
O DPGE é um título de renda fixa de depósito à prazo criado em 2009 para ajudar as
instituições financeiras a captar recursos e sua principal característica era ter uma garantia
especial de até R$ 20 milhões do FGC, ao invés dos R$ 250.000,00. No entanto, no dia 06
de abril de 2020, o CMN autorizou o aumento para R$ 40.000.000,00.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: Não poderá ser resgatado antecipadamente e nem parcialmente
antes de 6 meses e o seu prazo máximo é de 36 meses.
Ø Garantia de FGC: SIM, porém possui garantia especial de até R$ 40 milhões.

478
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
LF – Letras Financeiras
Características
São títulos de longo prazo (mínimo 2 anos) emitidos por instituições financeiras. Elas
devem ter valor nominal unitário mínimo de R$ 50 mil (R$ 300 mil se contiver cláusula
de subordinação). No caso de ser emitida com cláusula de subordinação, seus detentores
têm seu direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da instituição
emissora em caso de falência ou inadimplência. As LF podem ser recompradas pelas
instituições financeiras emissoras, a qualquer tempo, desde que não ultrapasse 5% do
total emitido sem cláusula de subordinação.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições Financeiras.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: taxas de juros prefixadas, combinadas ou não com taxas flutuantes
ou índices de preço, ocorrendo pagamento de rendimentos em intervalos de, no
mínimo, 180 dias.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: mínimo de 2 anos, sendo vedado o resgate total ou parcial antes do
vencimento (porém, podem ser negociadas no mercado secundário).
Ø Garantia de FGC: NÃO POSSUI!

479
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Compromissadas
Características
A operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de
recomprar os títulos vendidos em uma data futura, com o valor e remuneração
previamente definido (pré ou pós fixado, caso seja um parâmetro). Na mesma operação o
comprador, por sua vez, assume o compromisso de revender o título ao vendedor na data
acordada e com o pagamento do preço fixado, sendo esses valores maiores que o valor de
emissão. Ou seja, o comprador atua como credor (empresta fundos para o vendedor) e o
vendedor como devedor (usa títulos como garantia).

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Operação: Sempre uma das partes necessita ser uma instituição financeira;
Ø Títulos que podem estar nessa operação: Títulos públicos, CDB, LH, LCI, CRI,
Debêntures, CPR com liquidação financeira, ... E demais títulos que venham a ser
autorizados pelo Banco Central. Quando o lastro for título privado, as operações
ocorrerão na B3 e quando for público, ocorrerão no SELIC;
Ø Garantia de FGC: SIM, desde que tenham como objeto títulos emitidos após
08.03.2012 por empresa ligada.

480
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Títulos de Renda Fixa de Não Financeiras
Conceito
Já os títulos de renda fixa de Instituições NÃO Financeiras cobrados em prova são:
Ø NP – Nota Promissória
Ø Debentures
Ø CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários
Ø CCI – Certificado de Crédito imobiliário
Ø CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio
Ø CPR – Cédula do Produto Rural
Ø CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio
Ø CCB – Cédula de Crédito Bancário
Ø Cota de Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC)

481
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Nota Promissória (Commercial Paper)


Características
A nota promissória é uma promessa de pagamento de curto prazo, devendo conter os
seguintes requisitos essenciais, lançados por extenso no contexto:
Ø Denominação de “Nota Promissória” ou termo correspondente, na língua em que
for emitida;
Ø Soma de dinheiro a pagar;
Ø Nome da pessoa a quem deve ser paga;
Ø Assinatura do próprio punho da emitente ou do mandatário especial.
Quando forem emitidas através de colocação pública, deverá seguir as normas da CVM,
podendo ser emitidas por companhias e sociedades limitadas

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA:


Ø Sujeito a registro na CVM;
Ø Escritural, Nominativa e Negociável.
Ø Garantia: pode ou não possuir (quando possui, em geral, é mera fiança bancária)
Ø Prazo máximo: MÁXIMO 360 DIAS, exceto quando se tratar de oferta restrita, na
qual não possui prazo máximo.
Ø OBS: Não há mais diferenciação de prazos entre companhias abertas ou fechadas!

482
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Debêntures
Características
Debêntures são dívidas de médio e longo prazo, podendo ser emitidas por (1)sociedades
anônimas não financeiras Abertas ou Fechadas; (2)sociedades de arrendamento
mercantil; ou (3)companhias hipotecárias. No entanto, a sua captação voltada ao público
em geral, só é permitida as sociedades anônimas de capital aberto, com registro na CVM.
O adquirente de uma debênture é chamado de debenturista e os dois principais tipos são:
Ø Debênture Simples: No vencimento o resgate é feito em dinheiro;
Ø Debênture Conversível (DCA): no final, o resgate poderá ser em dinheiro ou em
ações, a exclusivo critério do investidor e em condições predeterminadas.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado ou e também atrelado a variação cambial.
Ø Imposto: tabela regressiva de renda fixa;
Ø Limite: Valor total das emissões de debêntures, NÃO poderá ultrapassar o capital
social da empresa.
Ø Repactuação: Mecanismo para adequar a remuneração dos títulos às condições
do mercado. Só pode ser realizada, se essa cláusula estiver na escritura.
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.

483
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Debêntures Incentivadas
Características
As Debêntures Incentivadas, conhecidas como “Debêntures de Infraestrutura”, foram
criadas com o intuito de financiar projetos de infraestrutura de longo prazo (prazo mínimo
de 4 anos), considerados prioritários pelo Governo Federal. Desta forma, são títulos de
crédito privado com isenção fiscal (IR) de empresas que desejam financiar seus projetos a
um custo mais acessível.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissor: Sociedades de Propósito Específico (SPE), de capital aberto ou fechado;
Ø Rentabilidade: Taxa de Juros Prefixada + índice de preços ou TR;
Ø Tributação: Isento para pessoas físicas e de 15% para pessoas jurídicas;
Ø Obrigatório pagamento de cupom, com periodicidade mínima de 180 dias;
Ø Obrigatório prazo médio ponderado superior a 4 anos;
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.

484
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Debêntures e Debêntures Incentivadas
Tipos de Garantias
As debêntures podem ser classificadas em 4 tipos de garantias. São elas:
Ø GARANTIA REAL: fornecida pela emissora pressupõe a obrigação de não alienar ou
onerar o bem registrado em garantia, tem preferência sobre outros credores, desde
que averbada no registro. É UMA GARANTIA FORTE;
Ø GARANTIA FLUTUANTE: assegura privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas
não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. Ela marca lugar na fila
dos credores, e está na preferência, após as garantias reais, dos encargos trabalhistas
e dos impostos. É UMA GARANTIA FRACA, e sua execução privilegiada é de difícil
realização, pois caso a emissora esteja em situação financeira delicada, dificilmente
haverá um ativo não comprometido pela companhia;
Ø GARANTIA QUIROGRAFÁRIA: ou sem preferência, não oferece privilégio algum
sobre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais
credores quirografários (sem preferência), em caso de falência da companhia;
Ø GARANTIA SUBORDINADA: na hipótese de liquidação da companhia, oferece
preferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

q LEMBRE-SE: REFLUQSU!

485
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Companhia Securitizadora
Definição
A Companhia Securitizadora é uma entidade emissora constituída sob a forma de
sociedade por ações e não-financeira que devem ser sempre registradas junto a CVM.
Elas tem como objeto exclusivo a aquisição e securitização de créditos oriundos de
operações de empréstimo, de financiamento e de arrendamento mercantil.

A atividade de securitização tem como objetivo transformar direitos creditórios em títulos


negociáveis no mercado e desta forma, as Companhias Securitizadoras emitem os títulos
chamados de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e de CRA (Certificado de
Recebíveis do Agronegócio). Além desses títulos exclusivos a elas, as mesmas também
podem emitir outros títulos de crédito, como por exemplo, debêntures.

Importante frisar que as Securitizadoras NÃO SÃO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS e com


isso, seus produtos NÃO POSSUEM GARANTIA DO FGC.

486
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
CCI – Cédula de Crédito Imobiliário
Características
A CCI é um título que representa um crédito imobiliário, em que um devedor se
compromete a pagar uma dívida imobiliária a um credor. Funciona como um instrumento
que facilita a negociabilidade e a portabilidade do crédito imobiliário.

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: todos os credores dos créditos imobiliários.
Ø Negociação em mercado secundário.
Ø Emitidas com ou sem garantia real (hipoteca ou alienação fiduciária) ou
fidejussória (aval ou fiança);
Ø Companhias securitizadoras adquirem CCI para emissão de CRI;
Ø A CCI pode ser remunerada à taxa prefixada ou pós-fixada, inclusive por índices de
preços, de acordo com o indexador do direito creditório nela representado.

487
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio


Características
O CDCA (Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio) é um título de crédito
nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro
emitido com base em direitos creditórios originários de negócios entre produtores rurais,
suas cooperativas ou terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos relacionados
com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos,
insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na produção
agropecuária.

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.

488
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
CPR – Cédula de Produto Rural
Características
A Cédula do Produto Rural é um título de crédito lastreado em GARANTIA REAL,
representada por penhor rural ou mercantil. Trata-se de uma VENDA A TERMO, na qual o
produtor, associação ou cooperativa de crédito emite um título para comercializar seus
produtos, recebendo o valor antecipadamente, com a obrigação de pagamento em
produto (CPR Física) ou de resgate financeiro (CPR Financeira).

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.

489
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Companhia Securitizadora
Fluxo (Securitização)
Credor possui Direitos de 6
crédito imobiliário/agronegócio
sobre o Devedor. Geração de
fluxo financeiro futuro
1 2
Credor Securitizadora Investidores
4 ($) 3 ($)

Devedor Agente Fiduciário


5($)
Responsável em proteger os
Direitos dos investidores.
1 – Cessão dos direitos de crédito / fluxo financeiro.
2 – Emissão CRI/CRA lastreados recebíveis / Colocação no mercado.
3 – Captação de recursos.
4 – Pagamento pela cessão dos direitos de crédito.
5 – Pagamento de fluxo financeiro dos direitos de crédito.
6 – Remuneração aos investidores de acordo com o estabelecido no Termo de Securitização

490
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários
Características
Os CRIs são títulos de crédito nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em
créditos imobiliários, emitidos pelas companhias securitizadoras, que adquirem e
securitizam créditos imobiliários e posteriormente distribuem ao mercado. Os CRIs podem
ser emitidos pela forma Simples ou pelo Regime Financeiro Fiduciário, sendo que neste
último, é constituído um patrimônio separado e administrado pela securitizadora, que
será composto exclusivamente dos direitos creditórios que lastreiam a emissão.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Créditos Imobiliários.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!

491
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio


Características
Os CRAs são títulos semelhantes aos CRIs, tendo como principal diferença o lastro: são
lastreados em créditos agrícolas. A sua emissão também é realizada por companhias
securitizadoras, com a remuneração desses títulos podendo ser periódica (mensalmente,
trimestralmente, ...). As demais características também são iguais, acrescentando ainda
que os dois tipos de títulos permitem a negociação no mercado secundário.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Direitos Creditórios do Agronegócio.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!

492
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
CCB – Cédula de Crédito Bancário
Características
A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido por pessoa física ou jurídica, em
favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa
de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.

Foi instituída pela Lei 10.931/2004.

Com a CCB, a instituição financeira credora possui um título negociável. Com isso, o banco
não precisa necessariamente aguardar o fim da operação de crédito para reaver os
recursos, pois pode negociar esse título com outra instituição.

Outra vantagem da CCB é que se trata de um título executivo extrajudicial; assim, em


caso de inadimplemento, a execução da garantia (que pode ser nesse caso fidejussória ou
real) é bem mais ágil.

493
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

FIDC – Direitos Creditórios


Características
O FIDC, também conhecido como fundo de recebíveis, é uma comunhão de recursos que
destina parcela mínima de 50% do patrimônio líquido para a aplicação em direitos
creditórios. Os Direitos Creditórios são lastreados nos resultados futuros de caixa de
operações comerciais de vendas de bens e serviços de uma empresa, como por exemplo,
duplicatas, créditos de cartão de crédito e cheques que uma empresa tem a receber.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Depois de 90 dias, a porcentagem de direitos creditórios deve ser pelo menos 50%
do Patrimônio Líquido do fundo e seu PL não pode ser inferior a R$ 500 mil.
Ø Somente os fundos classificados como RENDA FIXA ou MULTIMERCADOS podem
adquirir cotas desses fundos até o limite de 20% do Patrimônio Líquido (PL).
Ø Podem ser fundos fechados ou abertos e FIC-FIDCs (Fundos em Cotas).
Ø NÃO HÁ MAIS INVESTIMENTO MÍNIMO PARA APLICAÇÃO!
Ø Somente para investidor qualificado.

494
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
FIDC – Direitos Creditórios
Tipos de Cotas
Não há regime fiduciário para o patrimônio do fundo, de forma que todos os cotistas têm
direitos sobre o patrimônio total do fundo. Estes direitos, no entanto, estão divididos de
acordo com os dois tipos de cotas que um FIDC pode emitir: Sênior e Subordinada.
Ø COTA SÊNIOR: tem preferência para amortização e resgate em relação aos demais
tipos de cotas. Desta forma, é a cota mais segura dentre os cotistas.
Ø COTA MEZANINO: é uma cota intermediaria entre a sênior e a subordinada, ou
seja, tem prioridade sobre o pagamento da subordinada, mas recebe após os cotista
da classe sênior.
Ø COTA SUBORDINADA: só são remuneradas após todos os demais cotistas (sênior e
mezanino) terem sido totalmente pagas. Portanto, podem ter rentabilidade inferior
ou superior a cada exercício em relação a Cota Sênior.

Como as cotas seniores são protegidas de calote (até um certo limite), elas possuem risco
significantemente menor. Cotas subordinadas possuem muito mais risco, no entanto,
podem gerar um lucro muito maior. Este mecanismo de quotas permite a um FIDC atrair
num só fundo, diferentes classes de investidores.

495
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Títulos de Instituições Não Financeiras


Resumo

Isenção IR Isenção IOF


EMISSOR
(Somente PF) (PF e PJ)
LCI SIM SIM Somente Instituições Financeiras
LCA SIM SIM Somente Instituições Financeiras
CRI SIM SIM Companhias Securitizadoras
CRA SIM SIM Companhias Securitizadoras
CCI SIM SIM Credor do Crédito Imobiliário
CPR SIM SIM Em geral, Produtores Rurais
Cooperativas rurais e produtores PJ que
CDCA SIM SIM exerçam atividades ligados a produção
agropecuária

OBS: o CRI e CRA NECESSITAM de autorização da CVM para emissão.


496
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Debêntures x Notas Promissórias
RESUMO
DEBÊNTURES NOTAS PROMISSÓRIAS
Captação de recursos para Captação de recursos
Principal Objetivo financiamento de para financiamento de
CAPITAL FIXO CAPITAL DE GIRO
S/A Abertas ou Fechadas,
porém para captação aberta ao
Quem pode emitir Empresas LTDA e S/A.
público necessita ser S/A Aberta
e com Registro na CVM.
Quem NÃO pode emitir Instituições Financeiras Instituições Financeiras
Depende do tipo de
Prazo mínimo para resgate Não tem
Remuneração
360 dias
Prazo máximo para resgate Não tem (em esforços restritos
não há prazo máximo)

497
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.2.3 Índices do Mercado de


Renda Fixa
498
498
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Renda Fixa Anbima
Gráfico
IMA-Geral
Média ponderada dos retornos diários do
IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M

IMA-Geral ex-C
Média ponderada dos retornos diários
do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M

IMA-C IRF-M IMA-S


IMA-B
Composição Composição Composição
Composição
NTN-C LTN e NTN-F LFT*
NTN-B (IPCA)
(IGP-M) (Prefixado) (Taxa Selic)
*Não inclui LFT-A e LFT-B

IMA-B 5 IMA-B 5+ IMA-C 5 IMA-C 5+ IRF-M 1 IRF-M 1+


Composição Composição Composição Composição Composição Composição
NTN-B NTN-B NTN-C NTN-C LTN e NTN-F LTN e NTN-F
Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo
< 5 anos ≥ 5 anos < 5 anos ≥ 5 anos < 1 ano ≥ 1 ano

499
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Índices de Renda Fixa Domésticos


Classificações
O índice de mercado ANBIMA (IMA), o IMA-Geral, é uma média ponderada dos retornos
diários do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M, que são uma família de índices que representam
a evolução, a preços de mercado, de uma carteira de títulos públicos, que servem como
referência para o segmento de renda fixa.

Visando atender aos diversos tipos de investidores, o IMA-Geral é subdividido em 4


subíndices:
Ø IMA-B: este índice é o mais utilizado pelo mercado financeiro, sendo composto
por títulos do governo NTN-B (IPCA). Ele pode ser subdividido em duas classes:
o IMA-B 5: carteira composto por NTN-Bs com prazos inferiores a 5 anos; e
o IMA-B 5+: carteira composto por NTN-Bs com prazos maiores que 5 anos;
Ø IMA-S: composto por LFT (Atrelado ao Selic).
Ø IRF-M: composto por LTN e NTN-F (prefixado), sendo que há duas subdivisões:
IRF-M 1 (títulos com prazo inferior a 1 ano) e IRF-M 1+ (títulos com prazo superior a 1
ano).

500
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índices de Renda Fixa Domésticos
Demais classificações
Os demais índices utilizados pelo mercado são:
Ø IMA-C: composto por NTN-C (IGP-M);
Ø IMA-Geral ex-C: média ponderada do IMA-B, IMA-S e IRF-M.
Ø Índice de Duração Constante ANBIMA (IDkA): um conjunto de índices que medem
o comportamento de carteiras sintéticas de títulos públicos federais com prazo
constante. Os índices são calculados a partir de vértices escolhidos da estrutura a
termo da taxa de juros prefixada e da indexada ao IPCA disponibilizadas pela
ANBIMA. A composição do IDkA é dada pelos seguintes subíndices:
§ IDkA dos pré-fixados: IDkA pré 3m (3 meses), IDkA pré 1A (1 ano), IDkA pré 2A
(2 anos), IDkA pré 3A (3 anos), IDkA pré 5A (5 anos),
§ IDkA de IPCA: IDkA IPCA 2A (2 anos), IDkA IPCA 3A (3 anos), IDkA IPCA 5ª
(5 anos), IDkA IPCA 10A (10 anos), IDkA IPCA 15A (15 anos), IDkA IPCA 20A
(20 anos) e IDkA IPCA 30A (30 anos).

501
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

5.3 Derivativos

502
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Derivativos
Conceito
Um dos principais pilares de uma gestão financeira é o conceito e a mensuração de risco.
Isto por que, sob a ótica de uma empresa, as expectativas de lucro nos empreendimentos
devem ser analisados juntamente com os riscos envolvidos no negócio, por exemplo, não
basta uma empresa brasileira vender sua mercadoria aos estados unidos sem analisar a
exposição do risco de descasamento entre o recebimento em dólares e o custo de
produção (ocorrido em reais).

Para as incertezas ocorridas na vida das pessoas (falecimento, doenças, incêndio) foram
criados produtos específicos pelo mercado segurador. Já para as incertezas ocorridas nos
mercados financeiros (variação cambial, de taxas de juros, valor das ações, ...), surgiram os
contratos derivativos, assunto deste capítulos.

Portanto, os derivativos são instrumentos financeiros, cujo preço deriva de um ativo ou


instrumento financeiro de referência (ativo-objeto), sendo um mercado de Liquidação
Futura.

503
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Derivativos
Tipos de Derivativos
Os derivativos podem ser divididos em 4 grupos:
Ø CONTRATO A TERMO: contrato na qual as duas partes (comprador e vendedor)
possuem obrigação em honrar o pagamento financeiro e a entrega do objeto
estabelecido em contrato. Não possui padronização.
Ø CONTRATO FUTURO: instrumento financeiro semelhante ao Contrato a Termo,
porém padronizado. Somente é realizado em mercados organizados como a B3,
sendo o púnico tipo de contrato que possui ajuste diário.
Ø SWAP: acordo entre duas partes para trocar fluxos de caixa no futuro, definindo as
datas que os fluxos de caixa serão pagos e a forma de cálculo.
Ø OPÇÃO: O contrato de opção tem característica semelhante a um seguro, no qual
um dos lados paga um prêmio, recebendo um direito (opção de querer ou não
querer a realização do contrato) e a contraparte que recebeu o prêmio, fica com a
obrigação. Nos seguros de carro, o segurado paga o prêmio e tem o direito de
exercer o seu seguro, já a seguradora que recebeu o prêmio, tem a obrigação de
honrar o contrato, caso assim o segurado deseje.

504
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Derivativos
Principais Estratégias
São quatro as principais estratégias que podemos utilizar os derivativos:
Ø HEDGE OU PROTEÇÃO: Operação financeira que objetiva reduzir ou eliminar o
risco de operações no mercado, protegendo, principalmente, contra oscilações
adversas de preços ou de taxas. Ex: agricultores vendem parte da sua produção com
contratos futuros para minimizar o risco de flutuação de preços.
Ø ARBITRAGEM: Ocorre quando há distorções de preços, possibilitando ganhos
proporcionais oriundos de diferença de preços existentes no mercado à vista e no
mercado futuro, sem risco de mercado.
Ø ALAVANCAGEM: Operação na qual o investidor toma recursos emprestados para
fazer uma aquisição na qual não possuía recursos suficientes, ou quando uma
posição pode ser feita investindo-se um valor de investimento muito menor que o
potencial ganho (ou perda), por exemplo, contratos futuros que somente é
necessário a margem de garantia.
Ø ESPECULAÇÃO: ocorre pela compra e venda sistemática de ativos, com a intenção
de obter lucro rápido e elevado, aproveitando a oscilação dos preços.

505
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Derivativos
Participantes do Mercado
Desta forma, os agentes que utilizam estas estratégias, são chamados de:
Ø HEDGERS: São os participantes do mercado ligados ao produto físico que buscam
proteção de preços, como por exemplo, os produtores rurais, os exportadores ou
importadores. Eles acabam realizando contratos futuros, definindo no presente, os
valores para comprar ou vender dólares, soja, café ou qualquer outro ativo.
Ø ARBITRADOR: Os arbitradores são aqueles que realizaram uma operação de
arbitragem, comprando no mercado A e vendem no B. O arbitrador acaba agindo
exatamente como um árbitro, por acabar com as distorções de preços entre
mercados diferentes.
Ø ESPECULADORES: São a maioria do mercado e estão interessados em auferir
ganhos com as flutuações de preços. Podem usar tanto análises fundamentalistas
quanto análise gráficas. São aqueles que utilizam operações de Alavancagem ou de
Especulação.

506
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Local de Negociação
B3 – Brasil, Bolsa e Balcão
A B3 foi criada em março de 2017 como fruto da combinação entre a BM&FBOVESPA e a
Cetip, dando origem a uma companhia de infraestrutura de mercado financeiro de classe
mundial e consolidando a atuação da BM&FBOVESPA na negociação e pós-negociação de
produtos listados e da Cetip no registro e depósito de operações de balcão e de
financiamento.

Ela é uma sociedade por ações com fins lucrativos que atua, no mercado de derivativos,
como contraparte (como a vendedora de todos os compradores e como compradora para
todos os vendedores). Para tanto, exige garantias prévias dos participantes (margem).
Além disso, ela organiza, regulamenta e fiscaliza os mercados de liquidação futura. Ela
também administrar as margens de garantia, os ajustes diários e as entregas físicas na
Bolsa. Em resumo, a B3 reduz ao máximo o risco de crédito entre os agentes, além de
mitigar o risco de liquidação.

507
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Local de Negociação
Mercado de Balcão
O MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADO é um ambiente com sistemas informatizados e
regras para a negociação de títulos e valores mobiliários (ações; cotas de fundos; entre
outros ativos). Este ambiente é administrado por instituições, devendo ser autorizado pela
CVM e, portanto, sendo fiscalizado por ela também. Estas instituições autorizadas são
chamadas de “instituições autorreguladoras” e no Brasil, esta instituição é a B3.

As transações no mercado de balcão organizado são feitas por telefone ou


eletronicamente entre as instituições financeiras, não tendo mais um local físico definido.
Existem uma série de requisitos que uma instituição deve obedecer para atuar como
intermediário financeiro, englobando a conduta, a fiscalização e a aplicação de
penalidades aos infratores. Outro ponto importante é que nesse sistema, além de se ter o
risco de mercado, há o risco de contraparte também.

Quando se trata somente de Mercado de Balcão (não organizado), considera-se uma


negociação criado por duas partes em qualquer outro local.

508
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Sistemas de Garantias
Margens e Ajustes Diários
A B3 reavalia diariamente o montante de garantias necessárias para que as obrigações
decorrentes das operações realizadas nos mercados de derivativos e de empréstimo de
títulos possam ser liquidadas, em caso de inadimplência, nos devidos prazos e formas.
Desta forma, existe 2 mecanismos:
Ø MARGEM DE GARANTIA: corresponde ao valor que deverá ser colocado de
garantia para realizar uma operação. O valor da margem representa apenas um
percentual do valor total do contrato, devendo permanecer depositado na conta da
corretora enquanto o comprador/vendedor mantiver sua posição em aberto.
Quando as posições forem encerradas, a B3 devolve a margem de garantia dos
contratos, já que é ela que faz a administração.
Ø AJUSTE DIÁRIO: É um mecanismo de equalização da posição de todos os
participantes que estão negociando o derivativo chamado de Contrato Futuro.
Diariamente, as contas de compradores e vendedores que possuem posições em
aberto neste mercado, sofrem um ajuste financeiro (crédito ou débito) de acordo
com o preço de ajuste do dia. Veremos a seguir um exemplo e não se preocupe,
adiante será explanado todas as características deste tipo de contrato, o importante
agora é entender a ideia do Ajuste Diário.

509
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Sistemas de Garantias
Ajuste Diário: Exemplo
Rafael comprou dólares através de um contrato futuro no dia 03/03/2019 a R$ 4,00. Neste
dia, o preço de ajuste do fechamento foi de R$ 4,10 (ou seja o dólar se valorizou desde o
momento da sua compra). Desta forma, a diferença de foi de R$ 0,10 a seu favor. Assim,
no dia 04/03/2019 será CREDITADO um valor de R$ 0,10 por dólar na sua conta da
corretora (agora o valor de R$ 4,10 será o novo preço base de Rafael).

Neste dia 04/03/2019, no qual houve o crédito na sua conta, o preço de ajuste do
fechamento foi de R$ 3,90 (ou seja, o dólar se desvalorizou neste dia). Como o preço base
para o ajuste agora é de R$ 4,10, será DEBITADO um valor de R$ 0,20 por dólar na sua
conta da corretora.

Esse processo de AJUSTE DIÁRIO ocorre diariamente, fazendo com que se o ativo tiver se
valorizado, o comprador terá um CRÉDITO e o vendedor terá um DÉBITO. Já se o ativo se
desvalorizar, o comprador terá um DÉBITO e o vendedor terá um CRÉDITO.

510
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.3.1 Modalidades: Termo & Futuro
511
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Mercado a Termo
Conceito
Representa um acordo para a compra ou a venda de certa quantidade de um ativo em um
momento determinado no futuro a um preço fixado, quando do fechamento do acordo. O
contrato a termo pode ser negociado mediante um contrato particular, não necessitando
de uma Bolsa de Futuros.

Em outras palavras, quando efetivamos uma compra a termo, estamos tratando de uma
compra a prazo e com juros (recebendo o ativo hoje mas com a obrigação de pagar
“amanhã”). Já quando fazemos a venda de ações a termo, estamos recebendo o dinheiro
hoje porém com a obrigação de recomprar futuramente esta ativo financeiro.

Por se tratarem de “operações a prazo” são exigidos garantias (Cobertura e Margem) mas
não possuem ajuste diário. Outro ponto importante é que são contratos NÃO
PADROZINADOS.

512
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Mercado a Termo
Características
As principais características do Mercado a Termo são:
Ø Contrato de obrigações recíprocas, quem compra é obrigado a pagar e quem
vende é obrigado a entregar o bem negociado.
Ø As partes liquidarão a operação pela entrega física ou pela financeira na data de
vencimento.
Ø NÃO POSSUI PADRONIZAÇÃO: As Partes negociam entre si o valor do contrato,
características do ativo e vencimento.
Ø Possuem menor liquidez comparados aos contratos futuros.
Ø Se negocias na B3 são exigidas as seguintes garantias:
o Cobertura: depósito da totalidade do ativo objeto do contrato. Somente é
cobrado do vendedor.
o Margem: estabelecido um percentual do valor do contrato.

513
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Mercado a Termo
Termo de Dólar
O contrato a termo de moedas possibilita a negociação de taxa de câmbio ou de paridade
futura. Dessa forma, é possível fixar, antecipadamente, o valor em reais correspondente a
um montante em moeda estrangeira que será liquidado futuramente. No vencimento, a
liquidação ocorre pela diferença entre a taxa a termo contratada e a taxa de mercado
definida como referência aplicada ao nocional da operação. A B3 disponibiliza registro de
termo de moedas com (realizada pela Clearing House) e sem garantia (realizada somente
entre as partes).

A operação de termo sem garantia dispensa desembolso inicial e intermediário,


diferentemente do que ocorre ao realizar o hedge por meio de opção, a qual requer
pagamento inicial de prêmio ou através de contratos futuros, já que possuem os ajustes
diários. Assim, constitui uma forma eficaz de proteção para clientes que não possuem
estrutura de administração de fluxo de caixa que permitam desembolsos intermediários.

Um cliente deve optar por esta operação ao invés do Contrato Futuro, quando ele não
deseja dispor de capital para os possíveis ajustes diários, colocando somente ativos como
garantia. No entanto, por não ser padronizado, pode ocorrer de ser mais caro.

514
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Mercado a Termo
Termo de Dólar: Exemplo
Um investidor que acredita na desvalorização do Real (valorização do dólar), assume uma
posição comprada de USD 1MM no Forward de dólar para 180 dias, com o dólar Spot
cotado a R$ 2,00 e o termo de dólar a R$ 2,10 para este prazo. Desta forma, iremos
analisar dois cenários, que são:

q CENÁRIO 1: Dólar sobe 10% para R$ 2,20:


Ø Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Ø Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 2,20 = R$ 2.200.000,00
Ø Resultado = R$ 2,2MM – R$ 2,1MM = R$ 100.000,00 (Lucro)

q CENÁRIO 2: Dólar cai 10% para R$ 1,80:


Ø Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Ø Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 1,80 = R$ 1.800.000,00
Ø Resultado = R$ 1,8MM – R$ 2,1MM = - R$ 300.00,00 (Prejuízo)

515
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

NDF – Non Deliverable Forward


Conceito
O NDF (Non Deliverable Forward) é um contrato a termo de moedas, negociado em
mercado de balcão, cujo objetivo é fixar, antecipadamente, uma taxa de câmbio em uma
data futura e são registrados na B3. No vencimento, a liquidação (exclusivamente
financeira em reais) ocorre pela diferença entre a taxa a termo contratada e a taxa de
mercado definida como referência.

Sua utilização ocorre principalmente em cenários onde se deseja proteger contra


oscilações cambiais ou simplesmente participar ativamente da variação de uma moeda,
ou seja, muito utilizado como instrumento de hedge por importadores e exportadores.

Sua vantagem em relação ao contrato futuro de câmbio é que não há ajuste diário,
somente chamada de margem.

516
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
Conceito
O CONTRATO FUTURO é caracterizado por ser um contrato PADRONIZADO (característica
do ativo, tamanho do contrato, vencimento pré-definido), no qual ambas as partes
possuem obrigações, tendo o vendedor a obrigação de entregar o ativo, e o comprador a
obrigação de pagar na data futura. Este é o único contrato que possui AJUSTE DIÁRIO,
pois ele NÃO TEM RISCO DE CONTRAPARTE, já que todo vendedor vende para a clearing
B3 e todo comprador compra da clearing B3.

Estes contratos se encerram por Liquidação Financeira (pagamento ou recebimento da


diferença de preços do ativo, sem necessidade de entrega física), que é a forma mais
comum, ou pela Liquidação Física (entrega do ativo negociado).

Os contratos futuros mais relevantes para a prova são:


Ø Ibovespa Futuro;
Ø DI Futuro;
Ø Futuro de Dólar;
Ø Cupom Cambial;
Ø FRA de Cupom (FRC).

517
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
Formação de Preço
O Preço Futuro (F) de qualquer é o seu preço à vista (S – spot) acrescido da taxa de juros
livre de risco. Assumindo que a taxa de juros livre de risco (i) é constante e igual para
todos os vencimentos (t), temos:

'
+=,× "+-
Um conceito importante é o de BASE, que é a diferença entre o preço futuro de uma
mercadoria para um vencimento qualquer e o seu preço a vista.

Preços

Preço Futuro
Base
Preço à vista
(t)
Data de vencimento
do contrato futuro

518
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
Ibovespa Futuro
O ÍNDICE FUTURO DE IBOVESPA é o principal contrato futuro cobrado em provas. Este
contrato consiste em negociar a cesta de ações composta do índice Bovespa, em uma
data futura, sem a necessidade realizar a compra de cada ação que compõe este índice.
Como característica, este contrato é negociado através dos pontos do Ibovespa mais uma
taxa de juros. Cada ponto do contrato vale R$ 1,00, portanto, se o índice futuro está
60.000 pontos, ele está valendo R$ 60 mil.

q PRINCIPAIS VANTAGENS:
Ø Mecanismo de proteção (hedge) contra oscilações ou para alavancagem no
mercado financeiro, quando se trata de renda variável;
Ø Por ser um contrato futuro, não necessita de desembolso financeiro para replicar
o comportamento do principal índice brasileiro, o Ibovespa. Somente da margem de
garantia e dos possíveis ajustes diários;
Ø Baixo custo de transação, por se tratar de um derivativo;
Ø Possibilidade de arbitragem entre as ações no mercado a vista, quando os devidos
preços não condizerem com o seu valor mais taxa de juros brasil (SELIC).

519
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
Exemplo: Compra de Contrato Futuro
Rafael COMPROU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice subir 2.000
pontos, ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim,
ele lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice cair e vier para 58.000 pontos, ele
perderá R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.

Resultado RESULTADO DA COMPRA


DO CONTRATO FUTURO
Lucros e
Total (10
PV Custo Perdas por
Resultado contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 - 2.000 -20.000
Lucro
59.000 60.000 -1.000 -10.000

59.500 60.000 -500 -5.000


Prejuízo Preço do Ativo
60.000 60.000 60.000 0 0
(PV)
60.500 60.000 + 500 + 5.000

61.000 60.000 + 1.000 + 10.000

62.000 60.000 + 2.000 + 20.000

520
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
Exemplo: Venda de Contrato Futuro
Rafael VENDEU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice cair 2.000 pontos,
ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim, ele
lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice subir e for para 62.000 pontos, ele perderá
R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.

RESULTADO DA VENDA
DO CONTRATO FUTURO
Resultado
Lucros e
Total (10
Resultado PV Custo Perdas por
contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 +2.000 +20.000

Preço do Ativo 59.000 60.000 +1.000 +10.000


Lucro (PV) 59.500 60.000 +500 +5.000

60.000 60.000 0 0
Prejuízo
60.000 60.500 60.000 -500 -5.000

61.000 60.000 -1.000 -10.000

62.000 60.000 -2.000 -20.000

521
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
DI Futuro
O DI FUTURO é a principal referência para o mercado financeiro em relação as
expectativas sobre os comportamentos dos juros para períodos futuros do Brasil. Isso
porque neste contrato é negociado a Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia
negociado na B3, funcionando da seguinte forma: ele é um contrato com diversos
vencimentos, mas com valor final sempre de R$ 100.000,00. Com isso, o valor atual do
contrato futuro DI demonstra qual o valor que o mercado financeiro está querendo
receber de retorno da renda fixa, para aquele período.

Quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ CAIR, ele irá COMPRAR o
contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está comprando PU e vendendo taxa). Isso
ocorre, pois quanto menor for a taxa de juros, mais alto fica o valor presente de um título,
fazendo com que ele se valorize!

Já quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ SUBIR, ele irá VENDER
o contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está vendendo PU e comprando taxa). Isso
ocorre, pois quanto maior for a taxa de juros, menor será o valor presente de um título!

522
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
DI Futuro: Exemplo
O contrato futuro de DI com vencimento em 504 dias úteis, está sendo negociado a uma
taxa de 10% ao ano. Caso Rafael acredite que a taxa de juros irá cair para 8% ao ano, ele
deveria comprar ou vender o contrato de DI e por qual valor?

q SOLUÇÃO: Como veremos nos cálculos abaixo, quando um título que possui valor final
definido e a taxa de mercado diminui, o valor presente deste ativo acaba sendo valorizado
(exatamente o que ocorre com as LTN que possui valor final de R$ 1.000,00, e neste caso,
o contrato DI que possui valor final de R$ 100.000,00). Com isso, Rafael deveria comprar o
contrato para ter um ágio.

(1) Valor Atual do DI Futuro: (2) Valor do DI Futuro a 8%:


Ø n = 504 ÷ 252 = 2 anos Ø n = 504 ÷ 252 = 2 anos
Ø i = 10 Øi=8
Ø FV = 100.000 Ø FV = 100.000
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø PV = ? = R$ 82.644,63 Ø PV = ? = R$ 85.733,88

q Valorização de R$ 3.089,25 (3,74%)!

523
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
Dólar Futuro
O mercado financeiro entende o CONTRATO FUTURO DE DÓLAR, não como uma moeda
física (utilizada para fazer compras), mas como ferramenta de proteção ou de
alavancagem em relação ao preço do dólar em uma data futura. Desta forma, as
negociações ocorridas nesse dólar, levam em consideração a data de hoje do dólar spot
(dólar a vista) mais um prêmio para a data futura.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Protege o investidor contra oscilações indesejadas de preço (hedge);
Ø Possibilita alavancagem de posição;
Ø Transparência de preço nas negociações em plataforma eletrônica;
Ø Objeto de negociação: Taxa de Câmbio de Reais (BRL) por Dólar Americano (USD);
Ø Contrato: Cada contrato representa um acordo de compra e venda no valor de
USD 50.000,00 (cinquenta mil Dólares). Já no o minicontrato (mini dólar), o acordo
de compra e venda é de tem valor de USD 10.000,00.

q TÓPICO DE PROVA: para se proteger o EXPORTADOR VENDE dólar futuro (fica passivo
em dólar) e o IMPORTADOR COMPRA dólar futuro (fica ativo em dólar).

524
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
Cupom Cambial
O Cupom Cambial é a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e aplicados
no mercado financeiro nacional. Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro
em aplicar seus recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito soberano
que passa a assumir e o retorno que teria em seu país.
Ø Cupom Limpo (clean): quando utiliza a cotação corrente da taxa de câmbio;
Ø Cupom Sujo (dirty): quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda do dia
anterior à compra do título (PTAX800).
Para facilitarmos o cálculo, podemos dizer que o valor do dólar futuro, nada mais é que a
cotação presente pela correção de uma taxa (taxa Pré-Brasil por taxa do Cupom Cambial):

Taxa (i)

Cotação Cotação
Futura Presente

525
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
Cupom Cambial: Cálculo
Qual o cupom cambial de um papel com 90 dias corridos (63 DU), a TLR é igual a
12% a.a. (base 252), a taxa spot é R$ 2,07/U$ e o forward para 3 meses é R$ 2,10/U$?

(1 + Taxa Real)(DU/252)
Fórmula: Forward = Spot ×
(1 + Cupom Cambial × (DC/360))

!"
& + &$% #$# !$ $, &' &, '$*(+(
1 !$ $, &' = !$ $, '(× 2 =
/' !$ $, '( /'
& + --× +0' & + --× +0'

/' /' &, '$*(+(


3 &, '&22/+× & + --× = &, '$*(+( 4 & + --× =
+0' +0' &, '&22/+

5 & + --×', $3 = &, '&2'2& 6 --×', $3 = &, '&2'2& − &

7 -- = ', '&2'2& ÷ ', $3 8 -- = ', '30&02 = 3, 0$% 6. 6.

526
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Contrato Futuro
FRA de Cupom Cambial
Conforme a definição da B3, “O Forward Rate Agreement (FRC) é um produto estruturado
que combina a negociação de dois contratos futuros de Cupom Cambial, com natureza
opostas, de forma a expor o investidor à um Cupom Cambial à termo, ou seja, com início
em uma data futura. Esse mecanismo auxilia os investidores a negociar uma taxa de juro
referenciada em dólar à termo sem correr o risco de execução em livros de ofertas
distintas para cada Futuro de Cupom Cambial”.

q PRINCIPAIS VANTAGENS:
Ø Auxilia o cliente a realizar proteção de taxa de juros referenciada em dólar.
Ø Elimina o risco de execução ao combinar em uma única operação dois
vencimentos distintos de Futuro de Cupom Cambial.
Ø Auxilia investidores a alongar a exposição cambial com baixo risco de execução se
combinado com Contratos Futuros de Dólar e de DI.

527
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Contrato Futuro
Alavancagem: Exemplo
Preço à vista da do ETF BOVA11 (cesta de ações da Bovespa) é de R$ 100,00 e seu
contrato futuro de R$ 105,00. Para comprar um contrato futuro, é necessário depositar
como garantia R$ 10,00. Após alguns dias, o preço a vista subiu para R$ 120,00 e o
contrato futuro, para R$ 125,0. Qual o retorno em cada mercado?

‘ MERCADO À VISTA MERCADO FUTURO

Preço de abertura R$ 100,00 R$ 105,00


Preço de fechamento R$ 120,00 R$ 125,00
Ganho líquido R$ 20,00 R$ 20,00
R$ 100,00 R$ 10,00
Investimento inicial
(pagos pela BOVA11) (margem)
Retorno 20,00% 200%

528
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Resumo 1 : Contratos Futuros e a Termo
CARACTERÍSTICAS FUTURO TERMO
Negociação Bolsas Organizadas Balcão (são privados)
Mercado Secundário Sim Não
Ajuste Diário Sim Não
Margem de Garantia Sim Às vezes
Vencimento Padrão Negociável
Lote Padrão Negociável
Clearing Sim Às vezes
Formato Fixo A formatar
Risco de Crédito NÃO (MOTIVO: B3) Sim
Intercambialidade Sim Não
Liquidez Alta Pequena
Risco de Liquidez Diário Vencimento
Participante Membros da Bolsa Negociam entre si
Disseminação Preço Contínua Sob cotação

529
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Resumo 2: Contratos Futuros


Tabela
ÚLTIMO DIA DE
CONTRATO VALOR VENCIMENTO
NEGOCIAÇÃO
Quatros primeiros meses
Último dia útil do mês anterior subsequentes à realização da
DI 1 R$ 100 mil
ao do mês de vencimento operação. A partir daí,
meses de início de trimestre
Último dia útil do mês anterior
DOL U$ 50 mil Todos os meses.
ao do mês de vencimento
Quatros primeiros meses
Último dia útil do mês anterior subsequentes à realização da
DDI e FRA US$ 50 mil
ao do mês de vencimento operação. A partir daí,
meses de início de trimestre
Cotação Futuro Quarta-feira mais próxima do
INDFUT Meses Pares
x R$ 1,00 dia 15 do mês de vencimento

530
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.3.2 Modalidade: Swap
531
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Swap
Conceito
O Swap é um contrato que estabelece a troca de fluxo de caixa e risco entre
empresas/investidores, sendo um contrato de obrigações recíprocas, sendo que cada uma
das partes possui uma posição Ativa (Credora) e a outra Passiva (Devedora). O valor inicial
e a(s) data(s) de vencimento são livremente pactuados entre as partes, portanto, no início
as taxas são estabelecidas por equilíbrio financeiro (equivalentes).

A liquidação pode ser feita apenas no vencimento ou com ajuste periódico, no caso,
calcula-se a variação dos indexadores (ativo e passivo) e a liquidação se dá pela diferença
dos fluxos, conforme aplicado a fórmula abaixo:

Resultado = (Vi(A) × i(A)) – (Vi(B) × i(B))


Sendo:
Ø “Vi(A)” o Valor Inicial do Ativo A;
Ø “i(A)”, variação do ativo A;
Ø “Vi(B)”, o Valor Inicial do Ativo B;
Ø “i(B)”, variação do ativo B.

532
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Swap
Gráfico
O Swap Pode ocorrer trocas de dois fluxos de caixa com taxa pós (exemplo: CDI x IPCA) ou
pré com pós (exemplo: LTN x CDI) em várias datas futuras. Abaixo um exemplo de swap de
Dólar por CDI.

PAGA A VARIAÇÃO RECEBE A VARIAÇÃO


DO DÓLAR DO DÓLAR

INSTITUIÇÃO A TROCA DE FLUXOS INSTITUIÇÃO B

RECEBE A VARIAÇÃO PAGA A VARIAÇÃO


DO CDI DO CDI

533
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Swap
Características
As principais características do Swap são:
Ø São operações ocorrem no mercado de balcão.
Ø Os contratos podem ser registrado na B3 (podendo ser com ou sem garantias), da
mesma forma como os contratos a termos de moeda (assim, contratos a termos e
swaps possuem características semelhantes).
Ø Podem ser realizados diversos tipos de contratos de swap:
o Swap de Juros (CDI, pré-fixada, Selic e TJLP);
o Swap de Moeda (Dólar, euro e iene);
o Swap de Crédito (CDS – Credit Default Swap: “seguro contra calote”);
o Swap de Índice de Preços (IPCA e IGP-M).

q TÓPICO DE PROVA:
ØPara se proteger o EXPORTADOR FICA PASSIVO EM DÓLAR (e ativo em taxa de
juros) e o IMPORTADOR FICA ATIVO EM DÓLAR (e passivo em taxa de juros).
ØEm swap de juros, quem está ativo em prefixado (passivo em pós-fixado) acredita
na queda da taxa de juros; já quem está ativo em pós-fixado (passivo em prefixado),
acredita na alta da taxa de juros.

534
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Swap
Exemplo
A empresa RToro Education S/A possui uma dívida de R$ 1.000.000,00 pós-fixada, com
vencimento em um ano (ou seja, ela não sabe o quanto irá pagar ao total por essa dívida),
mas ela já possui vendas realizadas, recebendo os devidos valores em um ano (vendas
através de cartão de crédito). Desta forma, podemos afirmar que a empresa possui um
PASSIVO em pós-fixada e um ATIVO em prefixado (já que quando se faz uma venda
financiada com preço fixo, é embutido uma taxa de juros prefixada).

Assim, a empresa pode levar a situação ao banco e fazer um contrato de SWAP, no qual se
houver um aumento da taxa de juros, o banco paga a diferença e caso a taxa de juros caia,
a empresa paga ao banco. Com isso, o contrato feito seria feito desta forma:

PASSIVO EM PRÉ ATIVO EM PRÉ


(Paga Taxa Prefixada) (Recebe Taxa Prefixada)
CONTRATO DE SWAP
RToro Education S/A BANCO
(TROCA DE FLUXOS)
ATIVO EM CDI PASSIVO EM CDI
(Recebe Taxa CDI) (Paga Taxa CDI)

535
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Swap
Exemplo
Continuando o nosso exemplo, a RToro Education S/A assina um SWAP com as seguintes
condições com o banco:
Ø Taxa prefixada: 10% ao ano.
Ø Taxa pós-fixada: 100% do CDI
Desta forma, a RToro Education S/A ficará no swap ATIVA em pós-fixada e PASSIVA em
prefixada, já o banco estará ao contrário: ATIVO em prefixada e PASSIVO em pós-fixada.
Agora que temos o contrato firmado, vamos simular exatamente alguns cenários e saber o
que irá ocorrer no contrato de swap!

Taxa de Juros Ponta Ativa do Ponta Passiva do


Resultado do SWAP
no vencimento Swap Pós-fixada Swap Prefixada
RToro Education
8,00% + R$ 1.080.000 - R$ 1.100.000 - R$ 20.000
PAGA
10,00% + R$ 1.100.000 - R$ 1.100.000 R$ 0,00 Não há fluxo
RToro Education
12,00% + R$ 1.120.000 - R$ 1.100.000 + R$ 20.000
RECEBE

536
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
5.3.3 Modalidade: Opções
537
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Opções
Conceito
É um contrato em que o comprador (titular) tem o direito de negociar uma determinada
quantidade de um ativo-objeto por um preço estabelecido (preço de exercício ou strike)
até (ou numa) data-futura. Por este motivo que este derivativo se chama Opção, pois o
titular não tem a obrigação de comprar ou vender o ativo, mas sim, a OPÇÃO de querer ou
não querer exercer o contrato. Um caso claro seria o seguro do carro. Nele, o segurado
paga um prêmio ao emissor e assim, passa a ter o direito de exercer seu seguro quando
lhe convir. Importante ressaltar que o segurado nunca é obrigado a exercer sua apólice,
mas quando o fizer, o emissor será obrigado a honrar as devidas cláusulas.
q TERMINOLOGIAS BÁSICAS:
Ø Comprador (Titular): O titular da opção paga um valor, chamado de prêmio, ao
vendedor (lançador) e assim, possui direito de exercer o seu contrato (opção).
Ø Vendedor (Lançador ou Emissor): O emissor recebe o prêmio e tem a obrigação
de honrar os termos pré-estabelecidos, caso lhe seja solicitado.
Ø Strike (Preço de exercício): É o preço que o titular paga (ou recebe) pelo bem em
caso de exercício da opção, vide por exemplo, a tabela FIPE no seguro do carro.
Ø Prêmio: É o valor pago pelo titular (e recebido pelo lançador) para adquirir o
direito de comprar ou vender o ativo pelo preço de exercício em data futura.

538
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Opções
Tipos de Opções
As opções podem ser de dois tipos:
Ø Call (opção de compra): proporciona a seu titular (o comprador) o direito de
comprar um ativo por certo preço até uma determinada data.
Ø Put (opção de venda): dá a seu titular o direito de vender um ativo por
determinado preço até uma certa data

Em relação a seu exercício, as opções podem ser:


Ø Europeia: Seu exercício é permitido somente na data de vencimento.
Ø Americana: Seu exercício é permitido em qualquer período entre a sua compra e a
data de vencimento.

Tipo Opção de Compra (CALL) Opção de Venda (PUT)


Comprador
Direito de comprar Direito de vender
(Titular)
Vendedor
Obrigação de vender Obrigação de comprar
(Lançador / Emissor)

539
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Valor do Prêmio da Opção


Precificação
O valor (prêmio) de uma opção pode ser dividido em duas partes:
Ø Valor intrínseco (intrinsic value): é o valor imediato de uma opção em relação ao
preço do ativo-objeto, independente de outros fatores como juros e tempo restante
para o vencimento do contrato. O valor intrínseco está relacionado apenas com a
vantagem imediata que este contrato proporciona ao investidor titular da opção,
portanto ele é igual a diferença positiva quando o titular deseja exercer a opção e o
valor de mercado.
§ Para uma CALL = (Preço do Ativo Objeto) MENOS (Preço de Strike da Opção)
§ Para uma PUT = (Preço de Strike da Opção) MENOS (Preço do Ativo Objeto)

Ø Valor temporal (time value): é a diferença entre o prêmio (preço ou cotação) de


uma opção e o seu valor intrínseco, ou seja:
§ Valor Temporal (VT) = (prêmio da opção) MENOS (valor intrínseco).
§ Ela também é vista como uma função da probabilidade do valor da opção
mudar até o vencimento. No dia do vencimento, o valor temporal deve ser ZERO,
existindo somente o Valor Intrínseco.

540
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Valor da posição no vencimento
Exemplo
Uma ação está sendo negociada a R$ 100,00. Analisando as opções abaixo, qual o valor
mínimo que cada uma delas deveria estar sendo negociada, ou seja, qual o valor
intrínseco de cada uma delas?
(1) Opção de Compra (Call) com Strike de R$ 80,00
(2) Opção de Compra (Call) com Strike de R$ 120,00
(3) Opção de Venda (PUT) com Strike de R$ 80,00
(4) Opção de Venda (PUT) com Strike de R$ 120,00

q RESPOSTA: Para calcularmos o Valor Intrínseco (VI), basta analisarmos as opções que o
titular deseja exercer e assim, calcular a sua diferença positiva. Desta forma:
(1) CALL (Strike 80): Titular deseja COMPRAR a R$ 80? SIM, VI = 100 – 80 = R$ 20,00
(2) CALL (Strike 120): Titular deseja COMPRAR a R$ 120? NÃO, VI = R$ 0,00
(3) PUT (Strike 80): Titular deseja VENDER a R$ 80? NÃO, VI = R$ 0,00
(4) PUT (Strike 120): Titular deseja VENDER a R$ 120? SIM, VI = 120 – 100 = R$ 20,00

541
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Opções
Classificação das Opções
As opções podem ser classificados de três formas:
Ø Opções in-the-money (ITM): Quando o titular QUER exercer a opção.
o Opção de compra: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção tem valor intrínseco (gera fluxo de caixa positivo se imediatamente
exercida).

Ø Opções out-the-money (OTM): Quando o titular NÃO QUER exercer a opção.


o Opção de compra: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção não tem valor intrínseco.

Ø Opções at-the-money (ATM): Quando o exercício é INDIFERENTE para o titular.


o Preço de exercício = preço à vista do ativo-objeto

542
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Opções
Classificação das Opções: Exemplo
As opções com valor de exercício (strike) R$ 80,00, R$ 100,00 e R$ 120,00 das opções CALL
e PUT, para um ativo que está sendo negociado a R$ 100,00, seriam classificados como:

Quer Exercer Tanto Faz Não quer exercer


C
(ITM) (ATM) (OTM)
A
L R$ 80 R$ 100 R$ 120
L

Valor atual do Ativo R$ 100

P R$ 80 R$ 100 R$ 120
U
T Não quer exercer Tanto Faz Quer Exercer
(OTM) (ATM) (ITM)

543
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Básicas
Long Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Payoff
Opção de Compra (Call) para o titular da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Perdas
80 120 -10 -10
Lucro/Perda 90 120 -10 -10
100 120 -10 -10

Ativo no vencimento 110 120 -10 -10


0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
125 120 -10 -5
-10
Preço de Equilíbrio: 130 120 -10 0
strike + Prêmio = 140 120 -10 +10
120 + 10 = 130
150 120 -10 +20
160 120 -10 +30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)

544
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Básicas
Short Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Opção de Compra (Call) para o lançador da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 +10 +10
120 + 10 = 130
90 120 +10 +10
100 120 +10 +10
110 120 +10 +10
10 Ativo no vencimento 120 120 +10 +10
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 125 120 +10 +5
130 120 +10 0
140 120 +10 -10
Lucro/Perda 150 120 +10 -20
160 120 +10 -30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)

545
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Básicas
Long PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Opção de Venda (PUT) para o titular da PUT
Strike R$ 120,00
Lucro Prêmio R$ 10,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 -10 +30
Payoff 120 - 10 = 110
90 120 -10 +20
100 120 -10 +10
Lucro/ 110 120 -10 0
Perda 115 120 -10 -5
Ativo no vencimento
0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
-10 130 120 -10 -10
140 120 -10 -10
150 120 -10 -10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)

546
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Básicas
Short PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
para o lançador da PUT
Preço de Equilíbrio: Opção de Venda (PUT)
Lucro strike + Prêmio = Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Perdas
120 - 10 = 110 Prêmio R$ 10,00
80 120 +10 -30
90 120 +10 -20
100 120 +10 -10
110 120 +10 0
10
115 120 +10 +5
0 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
(PV)
Ativo no 120 120 +10 +10
vencimento 130 120 +10 +10
Lucro/
140 120 +10 +10
Perda
150 120 +10 +10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)

547
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

CALL – Opção de Compra


Gráfico
Boca do Crocodilo: Call

Compra de CALL
Lucro

x Preço do
ativo-objeto
Prêmio
Prejuízo

Venda de CALL

Prejuízo ilimitado!

548
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
PUT – Opção de Venda
Gráfico
Lucro
Peixe: Put

Venda de PUT
x Preço do ativo-objeto

Compra de PUT Prêmio


Prejuízo

549
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Financiamento (Lançamento Coberto)
A operação FINANCIAMENTO, também conhecida como Lançamento Coberto ou Compra
Coberta, é uma das operações mais comuns no mercado financeiro. Está operação
consiste em ficar comprar uma ação e vender uma opção de compra (vender uma Call) ao
mesmo tempo.

Esta Operação tem como objetivo aumentar a rentabilidade caso o ativo comprado não
suba muita, recebendo o prêmio da opção vendida, além de proteger uma leve queda. Em
contrapartida, o lucro do investidor fica limitado ao teto do strike CALL vendido.

O termo “coberto” significa que a ação cobre o prejuízo ilimitado que uma venda de uma
CALL possa ter, já que o investidor possui a ação para entregar.

550
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Financiamento (Lançamento Coberto)
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma AÇÃO por
R$ 130,00 e VENDE uma OPÇÃO DE COMPRA, recebendo um prêmio de R$ 10,00.
Resultado para o
Ex: Ativo = 130 Financiamento Coberto
Lucro Strike = 150, PV Opção Ação Operação
Prêmio = 10
Ativo 100 +10 -30 -20
110 +10 -20 -10
Lucro Máx = ganho até strike + prêmio
120 +10 -10 0
30 Estratégia Final 130 +10 0 +10
20
140 +10 +10 +20
10 Ativo no vencimento 150 +10 +20 +30
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 160 0 +30 +30
170 -10 +40 +30

Venda Call 180 -20 +50 +30

Preço de Equilíbrio = (Preço de compra do ativo) – (Prêmio)

551
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas
A operação Box de 4 pontas tem como objetivo ganhar uma taxa de juros previamente
estabelecida. Desta forma, ela É CONSIDERADA UMA OPERAÇÃO DE RENDA FIXA
prefixada, ou seja, possui tributação da tabela regressiva da Renda Fixa.

A realização da operação ocorre da seguinte forma:


Ø Compra Call de exercício menor (X1) e vende Call de exercício maior (X2), ambas de
mesmo vencimento.
Ø Compra Put de exercício maior (X2) e vende Put de exercício menor (X1).

q Resultado: O investidor exerce ou será exercido de modo que comprará ativo a X1 e


exerce ou será exercido de modo que venderá ativo a X2.. O seu resultado financeira será a
diferença dos strikes, descontado do valor investido.

552
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas: Exemplo
Luís irá montar a estrutura “Box de 4 pontas” da seguinte forma:
Ø CALL (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 12,50 → Esta será comprada
Ø CALL (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 1,00 → Esta será vendida
Ø PUT (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 8,00 → Esta será comprada
Ø PUT (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 0,50 → Esta será vendida
Assim, Luís investirá por estrutura: - R$ 12,50 – R$ 8,00 + R$ 1,00 + R$ 0,50 = - R$ 19,00.
Analisando os cenários abaixo, você perceberá que, não importa o valor que estiver a
ação, o investidor receberá sempre R$ 20,00, gerando assim um lucro de R$ 1,00 para
cada R$ 19,00 investidos. Ou seja, um retorno de 5,26%.

Ativo no Compra Venda Venda Compra Resultado Final


vencimento Call 100 Call 120 Put 100 Put 120 (excl. prêmios)
80 0 0 -20 +40 + R$ 20,00
110 +10 0 0 +10 + R$ 20,00
120 +20 0 0 0 + R$ 20,00
150 +50 -30 0 0 + R$ 20,00

553
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Cap (Teto) e Floor (Piso)


Definição
Este tipo de operação consiste em fixar a taxa máxima de juro do financiamento ou
garantir um valor mínimo para a taxa de juro da aplicação financeira. Desta forma, as
operações são:
Ø Cap (Teto): estrutura que envolve a compra de uma opção de compra (call) de taxa
de juros. Na prática, funciona como um limite de taxa de juros em um produto de
crédito de taxa variável.
Isso porque um devedor de um empréstimo com taxa de juros variável é prejudicado
com a elevação dos juros. Ao adquirir uma call de taxa de juros, ele continua sendo
prejudicado com a elevação dos juros, mas os ganhos com a opção neutralizam esse
movimento. Assim, é estabelecido um teto (cap) para elevação dos juros.
Ø Floor (Piso): estrutura análoga à do cap, mas que envolve a compra de uma opção
de venda (put) e, com isso, funciona como um limite mínimo de rentabilidade dos
papéis de um investidor. Com a queda dos juros, o investidor pós-fixado é
prejudicado; porém, a compra da put, nesse cenário, proporciona ganhos,
neutralizando a perda com a redução dos juros, funcionando como um piso (floor).

554
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Collar
Definição
Ø Collar: Consiste na combinação de um Cap e um Floor, em que se obtém tanto um
limite inferior (determinado pelo preço de exercício do Floor) quanto um limite
superior (determinado pelo preço de exercício do Cap) para a taxa de juro.

É possível também montar uma operação de collar possuindo o ativo-objeto. O objetivo é


proteger o investidor contra quedas do ativo-objeto; porém, em compensação, essa
estrutura também limita os ganhos.

Para montar essa estrutura, é necessário:


Ø Comprar o ativo-objeto;
Ø Comprar opção de venda (put) com strike próximo ao valor do ativo-objeto. Isso
protegerá o investidor contra quedas abaixo desse strike;
Ø Vende opção de compra (call) com strike superior, que será o limitador do lucro
máximo.

Essa operação geralmente não envolve desembolso inicial, pois o prêmio pago pela
compra da put é praticamente inteiramente subsidiado pela venda da call.

555
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Collar
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma PUT (Strike:
R$ 12), COMPRA o ATIVO a R$ 12 e VENDE uma CALL (Strike R$ 14). Considerando o
preço da call e da put iguais, não há desembolso inicial.
Resultado da operação
Lucro Lucro Máximo Collar
COMPRA VENDA COMPRA Lucros/
5 PUT CALL ATIVO Perdas
4 10 0 2 -2 0
3 12 -2 2 0 0
2 13 -2 2 1 1
1 14 -2 2 2 2

0 15 -2 1 3 2
10 12 13 14 15 16
-1 16 -2 0 4 2

-2
-3

-4

Prejuízo

556
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Call Spread
Definição
A Call Spread, muito conhecida por Trava de Alta, é uma operação recomendada para
investidores que não querem desembolsar todo o valor para adquirir determinado ativo e
também não desejam se expor ao risco de queda desde ativo.

Geralmente é usado quando há expectativa de valorização do ativo-objeto e o investidor


gostaria de participar da alta do ativo, mas sem comprá-lo diretamente. Assim, o
investidor tem ganhos e perdas limitadas.

Para montar essa estrutura, é necessário:


Ø Comprar opção de compra (Call) de strike menor;
Ø Vender opção de compra (Call) de strike maior, diminuindo assim o custo da
operação.

557
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Call Spread (Trava de alta)
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma CALL (Strike:
R$ 12, preço R$ 1) e VENDE uma CALL (Strike R$ 14, preço R$ 0,50).

Resultado da operação
Lucro Call Spread
COMPRA VENDA Lucros/
5 CALL CALL Perdas
4 10 -1 0,5 -0,5
Lucro Máximo
3 12 -1 0,5 -0,5
2 13 0 0,5 0,5
1 14 1 0,5 1,5

0 15 2 -0,5 1,5
10 12 13 14 15 16
-1 16 3 -1,5 1,5

-2
-3

-4

Prejuízo

558
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Put Spread
Definição
A Put Spread, muito conhecida por Trava de Baixa, é uma operação recomendada para
investidores com expectativa de baixa dos ativos no mercado, proporcionando um
resultado positivo se o ativo de fato não subir.

Geralmente é usado quando há pouca expectativa de valorização do ativo-objeto, ou


quando o investidor gostaria de se proteger contra a desvalorização em uma posição
comprada no ativo, sem pagar por isso. Assim como na trava de alta, novamente o
investidor tem ganhos e perdas limitadas.

Para montar essa estrutura, é necessário:


Ø Vender opção de venda (Put) de strike menor;
Ø Comprar opção de venda (Put) de strike maior.

559
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Put Spread (Trava de baixa)
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma PUT (Strike: R$
12, preço R$ 0,50) e COMPRA uma PUT (Strike R$ 14, preço R$ 1,00).

Resultado da operação
Lucro Put Spread
VENDA COMPRA Lucros/
5 PUT PUT Perdas
4 10 -1,50 3 1,5
Lucro Máximo
3 12 0,5 1 1,5
2 13 0,5 0 0,5
1 14 0,5 -1 -0,5

0 15 0,5 -1 -0,5

-1 10 12 13 14 15 16 16 0,5 -1 -0,5

-2
-3

-4

Prejuízo

560
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Opções exóticas (com barreiras)
Definição
Opção exótica significa que a opção (tanto CALL, quanto PUT) passa a existir ou deixa de
existir conforme o tipo de barreira combinada (knock-in ou knock-out). Desta forma, essas
barreiras acionam ou extinguem os direitos e obrigações relativos ao exercício da opção.

As opções podem ser montadas fora dos padrões estabelecidos pela B3, com a livre
negociação entre as partes sobre o preço de exercício, a data de vencimento, o tipo de
barreira, o tamanho do lote e os parâmetros. Esses contratos de balcão são conhecidos
como opções flexíveis e podem ser registrados na B3, que pode dar ou não a garantia de
liquidação aos participantes.

O exercício da opção deve ser solicitado pelos respectivos titulares, pois a B3 somente
registra as opções. Importante ressaltar que, uma vez acionado o "gatilho", a opção não
será revertida, mesmo que os preços voltem ao patamar original. Com isso, a condição
acionada ficará valendo até o vencimento da opção.

561
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Opções exóticas (com barreiras)


Tipos
As quatro principais formas de opções com barreiras são:
Ø Up-and-out: Para que a opção fique ativa, o ativo não deve ultrapassar um valor
definido.
Ø Down-and-out: Para que a opção fique ativa, o ativo não deve descer abaixo de
um valor definido.
Ø Up-and-in: Para que a opção seja ativa, o ativo deve atingir um valor definido.
Ø Down-and-in: Para que a opção seja ativa, o ativo deve descer abaixo de um valor
definido.

562
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Long Straddle
A operação “Long Straddle” também é conhecida como “Compra de Volatilidade”. Está
operação consiste em comprar uma CALL (opção de compra) de um preço de exercício
qualquer + uma compra de uma PUT (opção de venda) com preço de exercício igual
(mesmo strike). Detalhe: ambas necessitam ser do mesmo vencimento.

Esta operação consiste em que o investidor espera que o ativo se mova acentuadamente
em qualquer direção (alta volatilidade), pois se cair demasiadamente ele ganhará na
compra da PUT e se o ativo (ação) subir muito ele ganhará na CALL. Desta forma, o lucro é
ilimitado e o prejuízo limitado (custo das opções). O investidor perderá seu dinheiro caso
o ativo fique estável (não haja volatilidade)

563
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Long Straddle
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma CALL e
também COMPRA uma PUT por R$ 2,00 cada, com o mesmo strike (no caso R$ 82,00).
Com isso, ele desembolsou (PAGOU) R$ 4,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Ex: C Call 82 – R$ 2,00
Lucro Long Straddle
C Put 82 – R$ 2,00
Lucros/
5 PV Strike CALL PUT
Perdas
Cenário Atual
4 10 82 -2 +70 +68
3 76 82 -2 +4 +2
2 78 82 -2 +2 0
1 80 82 -2 0 -2
0 82 82 -2 -2 -4
77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87
-1 84 82 0 -2 -2

-2 86 82 +2 -2 0
90 82 +6 -2 +4
-3
PUT CALL 99 82 +15 -2 +13
+

-4

Prejuízo Vencimento

564
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Short Straddle
A operação “Short Straddle” também é conhecida como “Venda de Volatilidade”. Está
operação é o contrário da compra de volatilidade, pois ao invés do investidor comprar as
opções CALL e PUT, ele venderá, recebendo o prêmio ao invés de desembolsar. Desta
forma, o prejuízo é ilimitado e o lucro limitado (prêmio recebido).

Nesta operação o investidor espera que o ativo em referência não tenha muita
volatilidade, com o ativo ficando estável até a data do exercício das opções. Lembrando
que as opções CALL e PUT necessitam ser do mesmo vencimento e do mesmo strike
(mesmo valor de vencimento).

565
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Short Straddle
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma CALL e também
VENDE uma PUT por R$ 2,00 cada, com o mesmo strike (no caso R$ 82,00). Com isso, ele
RECEBEU R$ 4,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Ex: V Call 82 – R$ 2,00
Short Straddle
Lucro V Put 82 – R$ 2,00
Lucros/
PV Strike CALL PUT
Vencimento Perdas
4 10 82 +2 -70 -68
3 76 82 +2 -4 -2
PUT CALL
2 78 82 +2 -2 0
80 82 +2 0 +2
1 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87
82 82 +2 +2 +4
0
84 82 0 +2 +2
-1
86 82 -2 +2 0
-2
90 82 -6 +2 -4
-3
99 82 -15 +2 -13
-4
Cenário Atual
Prejuízo

566
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Long Strangle
O Long Strangle é uma estratégia que consiste em comprar uma CALL fora do dinheiro e
comprar uma Put também Out-The-Money, com diferentes preços de exercícios mas com
o mesmo prazo de vencimento.

Assim, esta operação busca ganhos em um mercado volátil, onde há bastante oscilação do
ativo. Essa estratégia é bastante utilizada quando se acredita que a ação vai se
movimentar, porém sem saber ao certo em qual direção (para cima ou para baixo), sendo
utilizada pelos investidores agressivos, através da compra dessas duas opções. Essa
estratégia é parecida com a Long Straddle, com a diferença que o prejuízo máximo será
menor.

567
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Long Strangle
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma CALL e
também COMPRA uma PUT por R$ 1,00 cada, porém, com strikes diferentes (no caso
R$ 84 e R$ 80, respectivamente). Assim, ele PAGOU R$ 2,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Ex: C Call 84 – R$ 1,00 Long Straddle
Lucro C Put 80 – R$ 1,00 Lucros/
PV Strike CALL PUT
5 Perdas
4 10 84/80 -1 +69 +68
3 70 84/80 -1 +9 +8

2 76 84/80 -1 +3 +2

1 80 84/80 -1 -1 -2
82 84/80 -1 -1 -2
0
77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 84 84/80 -1 -1 -2
-1
86 84/80 +1 -1 0
-2
90 84/80 +5 -1 +4
-3
PUT CALL 99 84/80 +14 -1 +13
-4
Prejuízo Máximo
Prejuízo

568
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Short Strangle
O Short Strangle, também chamada de MESA, é uma estratégia que consiste em vender
uma CALL fora do dinheiro e vender uma Put também Out-The-Money, com diferentes
preços de exercícios mas com o mesmo prazo de vencimento.

Ao contrário da Long Strangle, esta operação busca ter ganhos em um mercado ESTÁVEL,
sem grandes oscilações. Esta estratégia também possui o problema do prejuízo ilimitado,
já que estará vendida em uma CALL.

569
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Short Strangle
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma CALL e também
VENDE uma PUT por R$ 1,00 cada, porém, com strikes diferentes (no caso R$ 84 e R$ 80,
respectivamente). Assim, ele RECEBEU R$ 2,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Ex: V Call 84 – R$ 1,00
Lucro Long Straddle
V Put 80 – R$ 1,00
Lucros/
5 PV Strike CALL PUT
Perdas
4 Lucro Máximo 10 84/80 +1 -69 -68
3 70 84/80 +1 -9 -8
2 76 84/80 +1 -3 -2
1 80 84/80 +1 +1 +2
0 82 84/80 +1 +1 +2
77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87
-1 84 84/80 +1 +1 +2
86 84/80 -1 +1 0
-2 PUT CALL
-3 90 84/80 -5 +1 -4
99 84/80 -14 +1 -13
-4

Prejuízo

570
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Long Butterfly
A Butterfly é uma estrutura com opções em que o investidor se beneficia o quando
mercado apresenta baixa volatilidade. É possível se beneficiar tanto na alta como na
baixa dos preços. O ganho vem justamente se o preço do ativo variar em um pequeno
intervalo de preços.

É possível montar uma long butterfly da seguinte forma com opções de compra (calls):

Long Butterfly
Compra uma call com strike inferior, in-the-money;
Vende duas calls com strike intermediário, at-the-money;
Compra uma call com strike superior, out-of-the-money.

A proporção 1:2:1 deve sempre ser mantida!

571
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Long Butterfly
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma CALL com
strike R$ 55 por R$ 10, COMPRA uma CALL com strike R$ 65 por R$ 5 e VENDE duas CALLS
com strike R$ 60 por R$ 7. Assim, ele PAGOU R$ 1,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Lucro Long Butterfly
COMPRA VENDA Lucros/
5 Lucro Máximo CALLS CALLS Perdas
4 50 -15 14 -1
3 55 -15 14 -1
2 60 -10 14 +4
1 65 -5 +4 -1
0 70 5 -6 -1
50 55 60 65 70
-1
-2
-3

-4

Prejuízo

572
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Operações Estruturadas
Short Butterfly
Já a Short Butterfly também é uma estrutura com opções, mas em que o investidor se
beneficia o quando mercado alta volatilidade. É possível se beneficiar tanto na alta como
na baixa dos preços. O ganho vem justamente se o preço do ativo variar em um pequeno
intervalo de preços.

É possível montar uma short butterfly da seguinte forma com opções de compra (calls):

Short Butterfly
Vende uma call com strike inferior, in-the-money;
Compra duas calls com strike intermediário, at-the-money;
Vende uma call com strike superior, out-of-the-money.

A proporção 1:2:1 deve sempre ser mantida!

573
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Operações Estruturadas
Short Butterfly
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma CALL com strike
R$ 55 por R$ 10, VENDE uma CALL com strike R$ 65 por R$ 5 e COMPRA duas CALLS com
strike R$ 60 por R$ 7. Assim, ele RECEBEU R$ 1,00 para fazer a operação.
Resultado da operação
Lucro Short Butterfly
VENDA COMPRA Lucros/
5 Lucro Máximo CALLS CALLS Perdas
4 50 15 -14 +1
3 55 15 -14 +1
2 60 10 -14 -4
1 65 5 -4 +1
0 70 -5 6 +1
50 55 60 65 70
-1
-2
-3

-4

Prejuízo

574
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Modelo Binomial
Conceito
O modelo binomial de precificação de opções foi desenvolvido por Cox, Ross e Rubinstein
em 1979. O modelo envolve a construção de uma árvore binomial, que é um diagrama
que representa diferentes caminhos de preços que pode ser seguido pelo ativo-objeto
durante a vida da opção, procurando identificar as possíveis trajetórias do preço do ativo.

A fórmula que eles criaram, levam em consideração algumas premissas, que são:
Ø As visões dos diversos investidores quanto às probabilidades que acreditam com
relação ao movimento da ação não influenciarão o valor da opção;
Ø O valor da opção não depende das atitudes dos investidores em relação ao risco;
Ø A única variável aleatória da qual o preço da opção de compra depende é o preço
da própria ação (ou do ativo subjacente à opção), definido pela letra S.

Ø C =Preço da opção;
Ø C(u) = Preço da Opção na alta (up);
Fórmula: Ø C(d) = Preço da Opção na baixa (down);
Ø p = probabilidade;
Ø r = taxa de juros

575
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Modelo Binomial
Árvore Binomial
O exemplo abaixo demonstra a ideia da Árvore Binomial, no qual temos o cenário de uma
ação que está valendo no mercado hoje R$ 50,00 e que em 1 ano poderá valer R$ 60,00
ou R$ 40,00, com uma certa probabilidade em cada um desses cenários. Não entraremos
no detalhe do cálculo, mas apenas da ideia deste modelo.

Preço: Ativo-Objeto Preço: Ativo-Objeto

p uS R$ 60,00
S R$ 50,00
1-p dS R$ 40,00
t t+1 Hoje 1 ano depois
EXEMPLO
Preço: Opção de Compra Preço: Opção de Compra

ade R$ 10,00
p Cu = Max [0, uS - X] bilid
oba
?
pr
C
prob
1-p Cd = Max [0, dS - X] abili
dade R$ 0,00
t t+1 Hoje 1 ano depois

576
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Modelo Black-Scholes
Conceito
O modelo Black & Scholes desenvolvido em 1973 por Fischer Black e Myron Scholes é o
mais utilizado pelo mercado financeiro para precificar do tipo EUROPEIA. Este conceito
utiliza algumas premissas para seus cálculos, tais como:
Ø Não há custos de transação ou impostos;
Ø Não há oportunidade de arbitragem sem risco;
Ø A opção só poderá ser exercida na data do vencimento;
Ø As ações não possuem dividendos;
Ø Custo de empréstimo é igual ao custo de captação;
Ø Volatilidade (medida pelo desvio padrão) é constante;
Ø A TLR é constantes e idêntica a qualquer prazo.;
Ø O retorno esperado do investimento ativo-objeto é constantes.

577
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Modelo Black-Scholes
Fatores que determinam o preço de uma Call
Antes do vencimento, existem seis fatores que afetam o preço de uma opção de compra:
EFEITO NA CALL
FATORES DETERMINANTES
RELAÇÃO
Quanto maior,
S: (preço a vista) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
T: (tempo até o vencimento) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
S: (volatilidade esperada) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
R: (taxa de juros) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
X: (preço do exercício ) INVERSA
MENOR o prêmio
D: (dividendos esperados Quanto maior,
INVERSA
durante a vida da opção ) MENOR o prêmio

578
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Modelo Black-Scholes: as Gregas
Conceito
As chamadas gregas são derivadas do modelo de precificação de ativos de Black-Scholes
com o objetivo de medir o comportamento do preço da opção em relação a quatro
fatores:
Ø Preço do ativo-objeto – Delta (Δ);
Ø Tempo – Theta (Θ);
Ø Volatilidade do ativo objeto – Vega (#); e
Ø Taxa de juros livre de risco – Rhô ($).

Há ainda uma quinta grega, o Gamma (Γ), que mede a taxa de variação do delta em
relação ao preço do ativo-objeto.

579
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Modelo Black-Scholes: as Gregas


Conceito

Grega Relacionamento

Delta (Δ) Preço da opção x preço do ativo-objeto

Theta (Θ) Preço da opção x tempo

Vega (#) Preço da opção x volatilidade do ativo-objeto

Rhô ($) Preço da opção x taxa livre de risco

Gamma (Γ) Delta x preço do ativo-objeto

580
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Put-call Parity
Conceito
O termo Put-call parity refere-se a um princípio que define a relação entre o preço das
opções europeias de venda e de compra da mesma classe, isto é, opções que têm os
mesmos ativo subjacente, preço de exercício e data de vencimento.

Esse conceito afirma que manter simultaneamente uma posição vendida em put europeia
e outra comprada em call também europeia e da mesma classe fornecerá o mesmo
retorno que manter um contrato a termo sobre o mesmo ativo subjacente, com o mesmo
vencimento e um preço a termo igual ao preço de exercício da opção. Se os preços das
opções de compra e venda divergem de forma que essa relação não se mantenha, surgirá
uma oportunidade de arbitragem A equação que expressa a put-call parity é:

C + PV(x) = P + S
Em que:
C = preço da opção de compra (call);
PV (x) = Valor presente do preço de exercício (x), descontado pela taxa livre de risco;
P = preço da opção de venda (put);
S = preço à vista (spot) do ativo subjacente.
581
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Put-call Parity
Exemplo
O preço de uma opção de venda (put) do tipo europeia sobre determinado ativo-objeto é
de R$ 10, com vencimento em um ano. O ativo objeto está sendo negociado atualmente
por 50. Se a taxa de juros livre de risco é de 5% ao ano e o preço de exercício dessa put é
de R$ 55, de acordo com a Paridade Put-Call, qual será o preço aproximado de uma opção
de compra (call) da mesma classe?

C + PV(x) = P + S

!!
C+ = 10 + 50
(#$%,%!)

C + 52,38 = 60

C = 60 – 52,38 = 7,62.

582
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Delta Hedge
Conceito
Delta hedge é uma estratégia de investimentos que visa reduzir o risco direcional
associado a movimentos de preços no ativo subjacente.

A estratégia combina a compra ou venda de uma opção, bem como uma transação de
resultado oposto com o ativo subjacente. Geralmente, o investidor busca um estado de
delta neutro para não ter um viés direcional no hedge.

O investidor procura cobrir o risco de uma flutuação de preço em uma opção assumindo
uma posição contrária no ativo subjacente. Se o preço da opção mudar, a ação (ativo) se
moverá na direção oposta. A perda no preço da opção será compensada pelo aumento no
preço do ativo subjacente. E vice-versa.

Se as flutuações de preços do ativo forem perfeitamente combinadas para neutralizar a


variação de preços da opção, temos uma posição protegida com delta neutro.
Outra forma é comprar uma opção de compra (Call) com um delta de X, e comprar uma
opção de venda (Put) com um delta de -X, para compensar o delta positivo, o que faria
com que a posição tivesse um delta de zero.

583
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Delta Hedge
Como funciona?
Delta é uma relação entre a mudança no preço de uma opção e o movimento
correspondente no valor do ativo subjacente. Ou seja, a variação no prêmio para cada
ponto base ou variação de R$ 1 no preço do subjacente é o delta, enquanto a relação
entre os dois é o delta hedge.

O comportamento do delta depende se a opção está dentro do dinheiro (In the Money),
no dinheiro (At the Money) ou fora do dinheiro (Out the Money).

Por exemplo, se uma opção de compra de ações ART tiver um delta de 0,5, significa que
o preço da opção de compra aumentará em 50 centavos para cada R$ 1 de aumento no
preço da ação subjacente.

O delta de uma opção de compra (Call) varia entre zero e um, enquanto o delta de uma
opção de venda (Put) varia entre menos um e zero. Espera-se que o preço de uma opção
de venda com um delta de - 0,50 suba 50 centavos se o ativo subjacente cair $ 1. O
contrário também é verdadeiro.

584
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Delta Hedge
Vantagens e riscos
Vantagens:
Permite a proteção dos riscos de mudanças adversas de preços em um ativo;
Pode proteger os lucros de uma opção ou posição de ações no curto prazo sem
desfazer a posição de longo prazo.

Desvantagens:
Um alto número de transações pode ser necessário para ajustar constantemente o
delta hedge, elevando o seu custo;
Pode ocorrer over-hedging, se o delta for compensado demais ou se os mercados
mudarem inesperadamente depois que o hedge estiver em vigor.

585
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão

Delta Hedge
Exemplo
Um investidor possui 10.000 contratos de opção de compra da ação X, que por sua vez é
negociada a R$ 5,00 no mercado à vista. Cada contrato de opção de compra equivale a
100 opções e a opção tem um delta de 0,80.

Isso significa que a exposição do investidor será de 10.000 contratos x 100 ações/contrato
= 1.000.000 ações. Se a ação X subir 1%, isso significa que o preço da opção subirá 0,8 x
1% = 0,80%. Logo, o financeiro da carteira do investidor subirá 0,80%.

Sendo R$ 5,00 o valor de cada ação, a variação do financeiro da carteira será de R$


5,00/ação x 1.000.000 ações x 0,80 (delta) x 1,01 (variação de 1% no preço da ação) = R$
40.000,00.

586
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Delta Hedge
Exemplo
Para montar o delta hedge, o investidor deverá vender 1.000.000 ações x 0,80 (delta) x R$
5,00/ação = R$ 4.000.000,00.

Nesse cenário, um aumento de 1% no preço da ação resultará numa perda de R$


4.000.000 x 1% = R$ 40.000,00, por conta da posição vendida, neutralizando o ganho de
R$ 40.000,00 calculado acima.

Já se o investidor possuir uma opção de venda, o resultado será oposto. Sendo o delta da
opção de venda de -0,80, ele deveria comprar 4.000.000 de ações.

Isso porque, se o preço da ação subir 1%, a variação do financeiro da carteira será de R$
5,00/ação x 1.000.000 ações x - 0,80 (delta) x 1,01 (variação de 1% no preço da ação) = -
R$ 40.000,00.

Como ele está comprado em 4.000.000 ações, 1% de alta significa R$ 40.000,00 de


ganhos, neutralizando a perda calculada acima.

587
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Capítulo 6:
Teoria Moderna de Carteiras

588
6.1 Teoria Moderna de Carteiras
589
589
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Teoria de Finanças Tradicional


Introdução
A Teoria de Finanças Tradicional, também conhecida como Teoria Moderna de Portfólio,
leva em consideração que os mercados financeiros são eficientes e os investidores tomam
decisões racionais (se o investidor tiver que escolher entre 2 portfólios com o mesmo
nível de retorno esperado, ele escolherá o portfólio que possui o menor risco). Desta
forma, os investidores possuem 3 características:
Ø Aversão ao risco: minimizar risco e maximizar retornos.
Ø Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refletem toda a
informação relevante disponível. Assim, o investidor sempre analisará o risco x
retorno de cada investimento.
Ø Integração dos seus investimentos: o investidor avalia os seus investimentos como
um todo (contexto da carteira) e não ativo por ativo. Desta forma, o investidor busca
pela diversificação da carteira de investimentos (reduzindo o risco não sistêmico).

Portanto, a Teoria de Finanças Tradicional de Markowitz tem como base o postulado da


racionalidade, assumindo que os indivíduos processam corretamente as informações
quando tomam decisões, sem envolvimento emocional.

590
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menos será
seu risco total, gerados pelo benefício da “Diversificação”.

Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico

Risco Não-Sistêmico

Risco Total
(DP = σ)

Beta Risco Sistêmico

Número de Ações na Carteira

591
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
Podemos destrinchar o risco total de um investimento, dois grandes grupos, que são
chamados de:
Ø Risco sistêmico (risco NÃO DIVERSIFICÁVEL): Ele é o risco gerado pelos sistemas
econômico, político e social, no qual impacta a economia como um todo. Suas
principais características são:
§ Medido pelo Beta;
§ Não pode ser evitado pela diversificação dos ativos;
§ Exemplos: impeachment, grandes mudanças na taxa de juros ou câmbio.
Ø Risco não-sistêmico (risco DIVERSIFICÁVEL ou próprio): Este é o risco individual do
ativo ou do seu setor. Suas principais características são:
§ Pode ser diminuído com a elaboração de uma carteira com diversos ativos com
Coeficiente de Correlação menores que +1;
§ Exemplos: risco de crédito ou de liquidez de uma companhia.
Ø RISCO TOTAL (Risco Sistêmico + Risco Não Sistêmico): O risco total de uma
carteira (ou de um ativo) é medido pelo desvio-padrão. Ele pode ser considerado
também como a soma do “Risco Sistêmico” com o “Risco não-sistêmico”.

592
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Beta
Conceito
O Beta é uma medida de risco sistêmico que calcula a volatilidade de determinado ativo
em relação ao risco de mercado. Ele mede a sensibilidade deste ativo em relação aos fatos
sistêmicos que ocorrem no mercado financeiro, como por exemplo, qual será o impacto
na oscilação do preço da ação por fatos como pandemias, impeachment, guerras,...

Como os eventos sistêmicos (positivos e negativos) atingem o mercado como um todo,


dizemos que uma carteira teórica de ações (no Brasil, o Ibovespa), possui Beta igual a 1 e
com isso, podemos interpretar o resultado do Beta de uma ação da seguinte forma:
Ø Beta IGUAL a 1: oscilará com a mesma intensidade que o mercado.
Ø Beta MAIOR que 1: oscilará com mais intensidade que o mercado.
Ø Beta MENOR que 1: oscilará com menos intensidade que o mercado.

q Fórmula:

#$%(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×#+,-(",%)
%&'(%) DP(()

593
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Mercado Eficiente
Conceito
Em finanças, a teoria do Mercado Eficiente se refere que todas as informações já estão
refletidas nos preços dos ativos, ou seja, não existe ativo barato ou caro. Desta forma, a
teoria diz que é impossível obter um rendimento acima do retorno esperado, nem
mesmo utilizando de análise técnica, análise fundamentalista ou de informação
privilegiada. No entanto, dentro desta hipótese, há três formas de eficiência do mercado.
São elas:
Ø Eficiência Fraca;
Ø Eficiência Semi-Forte;
Ø Eficiência Forte.

Analisando como um todo, a teoria do Mercado Eficiente entende que não há lacuna
entre os fatos e o conhecimento dos investidores para que os preços sejam reajustados.
Com isso, os adeptos a esta teoria acreditam que faz mais sentido fazer investimentos de
forma passiva (por exemplo, fundos atrelados a um benchmark), do que de forma ativa,
vide que a segunda sempre gera maiores custos.

594
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Mercado Eficiente
Premissas
Como todo princípio, devemos levar em consideração algumas premissas para estes
estudos. As premissas para o Mercado ser Eficiente são:
Ø A informação surge de forma independente e torna-se rapidamente disponível
para todos os participantes, a baixo ou nenhum custo;
Ø As informações são homogêneas e entram no mercado de maneira aleatória;
Ø O mercado funcionará em concorrência perfeita;
Ø Os custos de transação, tais como comissões, corretagens e impostos, são
considerados como inexistentes;
Ø Investidores são racionais: maximizam a utilidade de suas riquezas.
Ø Preços ajustam rapidamente a novas informações.
Ø O mercado possui plena liquidez, continuidade de preço e profundidade.

595
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Mercado Eficiente
Formas de Eficiência do Mercado
Conforme citado, as três formas de eficiência são:
Ø Forma Fraca: Os preços refletem somente as informações públicas disponíveis.
Desta forma, os retornos passados não ajudam a prever retornos futuros, fazendo
com que não seja possível ter retornos em excesso utilizando análise técnica;
somente é possível com análise fundamentalista e informação privilegiada.
Ø Forme Semi-forte: Engloba a Forma Fraca, mas sugere que as novas informações
públicas são absorvidas instantaneamente, mas as privadas não. Assim sendo, o
investidor não consegue ter retornos em excesso utilizando as estratégias de análise
fundamentalista ou técnica, apenas com informação privilegiada.
Ø Forma Forte: Engloba a Forma Semi-Forte e ainda afirma que as novas
informações privadas são absorvidas instantaneamente, ou seja, os preços refletem
automaticamente todos os tipos de informação. Com isso, o investidor não consegue
ter retornos em excesso, nem mesmo utilizando de informações privilegiadas.

596
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
O conceito de Teoria da Utilidade Esperada, que diz que o consumidor deseja ter a maior
quantidade de consumo de Produtos & Serviços disponíveis para a sua renda, também
pode ser aplicada no mercado de capitais (nas combinações de risco e retorno do
investidor). No entanto, ao invés de maximizar todas as variáveis da cesta de combinações
de Produtos & Serviços, como diz a Teoria da Utilidade Esperada, nos investimentos o
investidor racional procura AUMENTAR O RETORNO e DIMINUIR O RISCO. Desta forma,
as curvas serão côncavas no plano retorno em função do risco, podendo ser sintetizados
os três perfis do API:
Ø Conservador (Avesso ao risco): conforma-se com retornos mais limitados, em
troca do conforto da segurança;
Ø Arrojado (Propenso ao risco): aceita ter mais risco em troca de melhores
resultados financeiros;
Ø Moderado (Neutro ao risco): uma mescla entre os dois anteriores.

O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando uma relação positiva entre retorno e risco.

597
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Teoria da Utilidade Esperada


Aplicação no Mercado de Capitais
Aplicando a teoria no mercado de capitais, temos os produtos financeiros disponíveis dos
segmentos dos bancos (U1 = private; U2 = alta renda; e U3 = varejo). Desta forma, as
curvas mais acima, possuem uma relação risco x retorno melhor que as curvas mais
abaixo. Já em relação ao perfil de risco de um investidor, esta é uma análise baseada na
inclinação das curvas do gráfico. Assim, podemos perceber que investidores que possuem
um comportando do gráfico 1, são muito mais avessos ao risco, que investidores do
gráfico 1, pois o Gráfico 1 é mais inclinado que o Gráfico 2. Desta forma, percebemos
que o perfil do cliente é baseado na inclinação do gráfico e a utilidade está na sua devida
altura (acesso a produtos de investimentos).

U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior Utilidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)

Retorno (R)

10 10 U3

7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5

Risco Total (!) Risco Total (!)


1 2 1 2

598
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Princípio da Dominância
Conceito
Quando analisamos investimentos, basicamente consideramos apenas RISCO e RETORNO,
e desta forma, você já deve ter escutado alguma vez que “quanto maior o risco, maior o
retorno”. No entanto, nem sempre os investimentos encontrados no dia apresentam esta
relação de maior o risco, maior o rendimento que o investidor terá. Com isso, surge o
conceito do “PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA”.

O PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA, em resumo, diz que quando temos a nossa disposição


DOIS investimentos com o MESMO RISCO, escolheremos aquele que tem o MAIOR
RETORNO. Já quando os investimentos disponíveis apresentam o MESMO RETORNO,
optaremos pelo que apresentam o MENOR RISCO.

O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investimento (prazo na renda fixa; por
exemplo, um CDB com carência de 12 meses deverá render mais que um CDB com
carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de crédito (um devedor ruim deve pagar
mais juros que um bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma métrica de risco total.

599
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Princípio da Dominância
Gráfico
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três Ativos (A, B e C), temos a seguinte
situação: Ativo A e Ativo B com mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que não faz sentido investir no
Ativo A, tendo a possibilidade de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta forma, dizemos que B
“preDOMINA” sobre o ativo A. Da mesma forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já
que os dois possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresente um risco menor.
Mesmo retorno

3 A B Mesmo risco
RISCO

1 C

6 9 Retorno

600
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Princípio da Dominância
Retorno Excedente
O RETORNO EXCEDENTE à taxa livre de risco do país (TLR) é a parte do rendimento do
ativo que foi gerado por causa do risco do ativo, sendo esta parte a ser utilizada nas
nossas Medidas de Performance. Por exemplo, um ativo teve retorno total de 8%. No
entanto, a TLR estava em 5%. Assim, o RETORNO EXCEDENTE foi de 3%. São estes 3% que
serão analisados com o risco que a carteira teve no período (risco 2, conforme gráfico
abaixo), pois os primeiros 5% o investidor teria aplicando em um ativo sem risco (TLR).

Retorno
8 A Retorno Excedente à TLR, que
é o retorno que teve risco,
3 pois os primeiros 5% não
tiveram risco
Retorno
5
Total
TLR Retorno Mínimo de
qualquer Aplicação

2 Risco

601
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Modelos de Precificação de Ativos


Conceitos
Dentro dos modelos de precificação de ativos, estudaremos os seguintes:

Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Risco total sem a inclusão do ativo livre de risco.

Ø CML (Capital Market Line): Risco total com a adição do ativo livre de risco.

Ø SML (Security Market Line): Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas
análises. Agora, não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.

Ø APT (Arbitrage Pricing Theory): Modelo que utiliza diversos fatores de risco,
utilizando o risco Beta de cada um destes fatores

602
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Conceito
Para atender à exigência do investidor avesso a riscos, uma opção é diversificar a carteira
de investimentos, conforme velho ditado: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Porém, para termos uma diversificação mais eficiente, deve-se construir uma carteira de
investimos no qual os ativos tenham comportamentos inversos com as notícias
financeiras, ou seja, sejam inversamente correlacionados. Desta forma, deve-se analisar o
coeficiente de correlação entre os ativos (valor que varia entre -1 e 1, e quanto menor for
o número, mais diversificada será), vide exemplo dado de petrolíferas & empresas aéreas
no capítulo de estatística.

Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.

603
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Carteira Ótima
A escolha da Carteira Ótima é determinada pelo ponto em que a curva de investimento
tangencia sua mais alta curva de indiferença, combinando assim as carteiras otimizadas
possíveis com o perfil do investidor. Portanto, será a com melhor risco x retorno dentro do
perfil de risco do investidor e das suas possibilidades de escolha.

Retorno
(R) U1

FRONTEIRA
EFICIENTE

CARTEIRA ÓTIMA

Risco Total ())

604
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Gráfico
Podemos notar que pontos abaixo da linha verde são carteiras consideradas ineficientes,
pois o investidor terá na Fronteira Eficiente, opções melhores. Já acima, são opções
inatingíveis.

Retorno (R) Carteiras Inatingíveis


Fronteira
Eficiente
Mesmo RISCO mas
Carteira de com MENOR retorno
Variância Mesmo retorno
Mínima mas com maior risco
Carteira não eficiente

Carteiras
Ineficientes

Risco Total ())

605
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Cálculo do Risco de 2 Ativos
Conforme demonstrado no gráfico anterior, toda carteira de investimentos possui um
ponto na fronteira eficiente com o menor risco possível (menor desvio padrão com um
dado retorno, chamado de Carteira de Variância Mínima). Pontos abaixo da fronteira
eficiente são chamados de Carteiras Ineficientes, já que não fazem sentido tendo outra
alternativa com o mesmo risco e com maior retorno.

Markowitz chegou nesse resultado através de uma fórmula matemática no qual leva em
consideração peso de cada ativo (W), o risco total de cada ativo (mensurado pelo Desvio
Padrão, que possui o símbolo !) e o risco interligado dos dois ativos (o coeficiente de
correlação – ϑ).

q FÓRMULA:

σ(*,+) = /,* ×σ,* + /,+ ×σ,+ + 1/* /+ ×σ* σ+ ϑ

606
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Exemplo: Cálculo do Risco de 2 Ativos
Suponha que duas ações possuem um coeficiente de correlação igual a -1. A ação A tem
um desvio padrão de 10% e a ação de B de 13%. Se o peso de A na carteira for 75% e de
B 25%, o desvio-padrão da carteira será:

q RESPOSTA: Para calcularmos o desvio padrão da carteira, devemos aplicar a seguinte


fórmula:

§ DP(",$) = Wa2×σa2 + Wb2×σb2 + 2WaWb×σaσb×ϑ&'

§ DP(",$) = (0,75)2×(0,10)2+(0,25)2×(0,13)2+ 2(0,75)(0,25)×(0,10)(0,13)×(−1)

§ DP(",$) = (0,005625) +(0,001056) − (0,00488)

§ DP(",$) = (0,001806
§ 23((,)) = 4, 4567 ou 4,25%

607
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Covariância
A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)
se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a variar na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as
devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não
possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.

Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem


petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta
forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e
as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as
ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a
valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:
Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)
Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)

A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.

608
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades distintas.

Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar


estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de
“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as
variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação
linear).

Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de Correlação:


Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;
Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).
Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se
movimentar independentemente uma da outra.
Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.

609
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Covariância e Coef (ρ)
Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos
adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para
isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito
bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão
diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações
irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,
adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como
por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre

Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1

Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final


CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000
50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)
CARTEIRA (B) R$ 100.000
50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)

610
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Covariância e Coef (ρ): Fórmulas
Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,
entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve
ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.

q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:

& × (" %(
$" %$ & & × (" %(
$" %$ &
Ø (1) COV(X,Y) = ∑#!"# ; OU ∑#!"# ;
) )%*

Ø (2) COV(X,Y) = DP(X)×DP(Y) × Coef (X,Y); quando se tem o Coeficiente.

q Coeficiente de Correlação: O coeficiente de correlação é calculado através:

+,-($,()
Coef (X,Y)=
12(3)×12(4)

611
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.

612
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos;
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias;
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam;
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos;
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.

613
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Retorno Esperado de 2 Ativos
Já o retorno da carteira de dois ativos, é utilizado o cálculo de média e para fazermos o
cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser de dois
tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.
Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam
relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar
valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo
devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será
apresentado adiante.

614
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Média Simples: Exemplo
Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação
financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?

MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%

Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.

615
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Média -: [g][0]
. Média 3%

A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.

616
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?

Ativo Retorno Valor Investido Lucro


Banco do Brasil +4,00% R$ 10.000,00 R$ 400,00
+
Itaú +3,00% R$ 20.000,00 R$ 600,00 Lucro:
+ R$ 2.000,00
Bradesco +2,00% R$ 30.000,00 R$ 600,00
+
Santander +1,00% R$ 40.000,00 R$ 400,00

q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.

617
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

Fronteira Eficiente de Markowitz


Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.

FLUXO TECLA MOTIVO VISOR


4 ENTER 10.000 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 ENTER 20.000 [∑+] 2º número do grupo Número 2

2 ENTER 30.000 [∑+] 3º número do grupo Número 3

1 ENTER 40.000 [∑+] 4º número do grupo Número 4

Média Ponderada -w: [g][6]


. Média Ponderada 2,00%

618
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Fronteira Eficiente de Markowitz
Retorno Esperado de 2 Ativos
Já para o retorno, Markowitz utilizou o cálculo do Retorno Esperado através da média
ponderada. Desta forma, no exemplo anterior, no qual “a ação A tem um desvio padrão
de 10% e um retorno esperado de 11%. Já a ação de B possui um Desvio Padrão de 13%
e um retorno esperado de 12%. Se o peso de A na carteira for 75% e de B 25%...”,
devemos utilizar somente os retornos, ignorando a informação do risco (desvio padrão).

q RESPOSTA: Para calcularmos o desvio padrão da carteira, devemos aplicar a seguinte


fórmula:

RETORNO RETORNO PARA


ATIVO PESO
ESPERADO A CARTEIRA
Empresa A +11,00% 75% + 8,25%
+
Empresa B +12,00% 25% + 3,00%
RETORNO ESPERADO DA CARTEIRA → + 11,25%

619
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

CML – Capital Market Line


Adição do Ativo Livre de Risco
A introdução de um ativo livre de risco, cujo retorno chamaremos de TLR e que não tem
correlação alguma com os outros títulos (covariância e correlação = 0), faz com que a
antiga “fronteira eficiente” (uma curva) mude para uma RETA chamada Capital Market
Line (CML), sendo desta forma, uma evolução da fronteira eficiente!

Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.

Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.

q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.

620
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
CML – Capital Market Line
Gráfico

Retorno (R)

CML - Carteira D é preferível à A;


Z
- D está emprestando parte
Fronteira dos seus recursos (menor
Eficiente risco que a carteira do
M
mercado M);
D
TLR - Z está alavancado.

Risco Total ())

621
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

SML – Security Market Line


Conceito
A SML (Security Market Line) é a evolução da CML, já que compreendemos que quando
uma carteira é muito bem diversificada, o risco total da carteira de investimentos acaba
sendo somente o risco sistêmico (o risco não-sistêmico acaba diluindo a zero). Com isso,
não faz sentido calcularmos risco através de desvio padrão (risco total), mas sim, através
do Beta (risco sistêmico). Portanto, a principal evolução do modelo CML para o SML é a
medida de risco utilizada, já que:
Ø CML: usa RISCO TOTAL como medida de risco (medido pelo desvio padrão)
Ø SML: usa RISCO SISTÊMICO ou de mercado (medido pelo Beta – β).

Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.

622
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
SML – Security Market Line
CAPM: Fórmula
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um modelo que mostra o retorno mínimo que um
investidor aceitaria por investir em uma empresa levando em consideração risco
sistemático (Beta) daquele ativo. A fórmula leva em consideração o mínimo que se deve
ganhar no mercado financeiro, ou seja, Taxa Livre de Risco (Rf), acrescentado pelo retorno
exigido pelo risco sistêmico da ação. Este modelo segue a premissa de aversão ao risco
(quanto maior o risco, maior o retorno exigido)

q FÓRMULA:
!(#$) = #3 + β4 #5 − #6
Prêmio de Risco

onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).
623
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

SML – Security Market Line


Gráfico

Retorno (R)

SML

M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO

RETORNO QUE NÃO


TLR
POSSUI RISCO

1 Risco Sistemático (β)

624
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
SML – Security Market Line
Exemplo
O preço esperado pelos analistas para as ações da RToro Education S/A é de R$ 66,00. Esta
ação está sendo negociada hoje no mercado pelo valor de R$ 60,00. Sabendo que a taxa
livre de risco é 5%, o retorno do mercado (Ibovespa) é 15% e o Beta da ação é 0,7, qual o
retorno requerido segundo a SML? Esta ação está super ou subvalorizada?

q RESPOSTA: devemos realizar dois cálculos, o do Retorno Esperado e o do Retorno


Requerido do ativo. Após isso, iremos comparar os retornos:
Ø RETORNO ESPERADO:
§ 60 [ENTER]
§ 66 [Δ%]
§ Resposta: 10% é o retorno esperado para o ativo.
Ø RETORNO REQUERIDO (CAPM)
§ RR = 5% + 0,7×(15% - 5%)
§ RR = 5% + 0,7×(10%)
§ RR = 12%
Como o retorno requerido é superior ao retorno esperado do mercado, o investidor não
deve adquirir as ações e com isso, podemos afirmar que ela está supervalorizada.

625
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

SML – Security Market Line


Exemplo: Gráfico

Retorno (R)

Retorno SML
Requerido

12%
10% Ação

5%
Retorno
Esperado

0,7 Risco Sistemático (β)

626
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
SML – Security Market Line
Escolhendo Ativos
Títulos Subvalorizados Títulos Supervalorizados
(Ativos Baratos) (Ativos Caros)

Ø Retorno esperado é MAIOR que Ø Retorno esperado é MENOR que


retorno exigido do ativo. retorno exigido do ativo.

Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.

Ø Deve ser comprado. Ø Deve ser vendido.

Não confunda RETORNO ESPERADO com RETORNO REQUERIDO (RETORNO EXIGIDO)


de um ativo. O primeiro é a expectativa de retorno do mercado financeiro para aquela
ação (podendo ser calculado por média pondera), já o Retorno Requerido é quanto um
investidor está exigindo de retorno mínimo baseado no risco sistêmico do ativo.

627
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão

APT – Arbritrage Pricing Theory


Conceito
O APT, ou teoria de precificação por arbitragem, é um modelo que considera a existência
de várias fontes causadoras de risco de mercado. Como paralelo, podemos notar que o
modelo CAPM utiliza somente uma variável como medida de risco: o Beta (risco
sistêmico).

O modelo APT considera a taxa de juros, a taxa de câmbio, a inflação, o PIB, o


desemprego, entre outros, também são fontes geradoras de risco sistêmico. Assim,
segundo o APT, podemos prever o comportamento de uma ação utilizando a relação entre
aquele ativo e diversos fatores (F) de risco relacionados. São utilizados os beta específicos
de cada fator utilizado na equação.

q FÓRMULA:
AB(*) = CDA + β+ ×F+ + β, ×F, +... + β- ×F-

628
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
CAPM x APT
Resumo

CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)

Modelo simples, facilita o Modelo amplo, não possui


VANTAGEM
cálculo de retorno do ativo premissas restritivas

É restrito ao considerar apenas Aberto demais, não determina


DESVANTAGEM
uma medida de risco quais fatores devem ser utilizados

OS DOIS SÃO MODELOS DE AVERSÃO AO RISCO!


EM COMUM QUANTO MAIOR O RISCO DE UM ATIVO,
MAIOR SERÁ O RETORNO EXIGIDO!

629
CFG – Certificação de Fundamentos em Gestão
Capítulo 7:
Finanças Comportamentais

630
7.1 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

631
631
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Conceito
As Finanças Comportamentais tem como princípios que os investidores são irracionais e
cometem erros sistemáticos, se valendo de Heurísticas de Julgamento para facilitar a
tomada de decisão, gerando Vieses Comportamentais. Ou seja, é a aplicabilidade da
psicologia no campo das finanças. Assim, as Finanças Comportamentais partem de três
pilares fundamentais, que são:
Ø Vieses Comportamentais;
Ø Aversão à perda;
Ø Segregação de ativos.

Esta Teoria não nega que a maioria das decisões econômicas são tomadas de forma
racional e deliberada, mas consideram que, se não forem levadas em conta também as
decisões emocionais e automáticas, os modelos econômicos serão falhos para explicar o
funcionamento dos mercados. Assim sendo, Kahneman e Tversky (1979) criaram a
chamada Teoria da Perspectiva como alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (Finanças
Tradicional, em que todos os investidores são racionais e avessos ao risco em todas suas
decisões), comprovando que as pessoas dão muito mais relevância a perdas do que aos
ganhos.

632
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Segregação de Ativos
A Segregação de Ativos significa que, ao invés de avaliar o risco x retorno global da
carteira de forma geral, o investidor avalia os investimentos de forma individualizada,
podendo adicionar riscos indevidos por vender um dos seus investimentos.

Por exemplo, um investidor que possui ações de uma petrolífera e de uma empresa aérea,
tende a ter minimizado o risco de petróleo. Isto ocorre porque as petrolífera possuem sua
receita atrelada diretamente ao petróleo, ou seja, se houver uma valorização nesta
commodity a empresa lucrará mais. No entanto, quanto mais alto estiver o petróleo,
menor será o lucro das companhias aéreas, pois o seu custo está atrelado ao combustível
(que vem do petróleo). Desta forma, quando o investidor possui essa composição na sua
carteira de investimentos, há uma redução no risco da variação do petróleo nesta carteira
(pois se houver valorização da commodity é bom para um lado e ruim para o outro, da
mesma forma que ocorrerá com uma desvalorização).

Se o investidor analisar individualmente o resultado de cada ativo e acabar se desfazendo


somente de um dos dois investimentos, ele estará adicionando o risco da variação do
petróleo, que pode ser causado por guerras no oriente médio.

633
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Heurísticas de Julgamento
Kahneman definiu as Heurísticas de Julgamento como “procedimento simples que ajuda
a encontrar respostas adequadas, ainda que geralmente imperfeitas, para perguntas
difíceis. A palavra vem da mesma raiz que heureca" (Kahneman, 2012), ou seja, são
“regras de bolso” para simplificar processos decisórios, frente a dificuldade de se analisar
todas as informações possíveis e suas probabilidades.

A utilização destas heurísticas pode levar a uma tomada de decisão equivocada e mesmo,
irracional, ao invés da tomada de decisão racional, na qual se calcula o risco x retorno dos
investimentos. O uso indiscriminado de heurísticas leva a comportamentos viesados, ou
seja, uma tendência sistemática de violar alguma forma a tomada de decisão racional.

São três Heurísticas de Julgamento (abaixo).


ØHeurística da Representatividade;
ØHeurística da Ancoragem;
ØHeurística da Disponibilidade.

Contudo, no exame CFG, são apenas cobradas as Heurísticas da Representatividade e da


Ancoragem.
634
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurística da Representatividade
A HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE nada mais é que a tendência em utilizar
estereótipos para realizar julgamentos, desprezando informações relevantes para a
tomada de decisão. Em resumo, seria uma pessoa pegar uma característica isolada e
representar para um todo, ou seja, é a generalização dos fatos.

q EXEMPLOS:
Ø Acreditar que as ações da empresa XYZ terão um ótimo desempenho no futuro,
pois ela teve um excelente retorno no passado;
Ø Escolher um fundo somente porque rendeu bem no passado.
Ø Imaginar a possível profissão de uma pessoa, utilizando o estereótipo de diversas
profissões;
Ø Não investir mais em imóveis, pois a 10 anos atrás, houve crise imobiliária nos
Estados Unidos;
Ø Antônio começou a investir na bolsa de valores, como todos os meus amigos que
investem na bolsa de valores são ricos, Antônio é Rico!

635
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Heurística da Ancoragem
A HEURÍSTICA DA ANCORAGEM ocorre quando a decisão é baseada em conhecimentos
prévios ou pré-concebidos, GERALMENTE UM NÚMERO, sendo este número a “âncora”
para o processo decisório. Estes indivíduos fazem estimativas a partir de um valor inicial,
que é ajustado para produzir a resposta final, gerando uma incapacidade para incorporar
novas informações ao risco e em previsões de retorno. Também podemos ver a
Ancoragem como sendo a tendência de uma pessoa em aceitar e confiar na primeira
parte de uma informação recebida antes de tomar sua decisão.

q EXEMPLOS:
Ø Guilherme irá vender suas ações somente se o preço ultrapassar o valor do preço-
alvo informado por um analista;
Ø Rafael diz: “quando a bolsa vier a 50.000 pontos, eu irei comprar”;
Ø Antônio acredita que empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, porque as ações
de uma outra empresa do mesmo setor, estão sendo negociadas por R$ 20,00;
Ø Um Analista estrangeiro acredita que o valor justo do dólar no Brasil é de R$ 4,00.
Porém, antes de dar a sua opinião, ele lê o Relatório Focus no qual o consenso diz em
R$ 3,50. Com isso, ele ajusta sua opinião para R$ 3,50.

636
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Vieses Comportamentais
Conforme mencionado anteriormente, os Vieses Comportamentais são tomadas de
decisões sistemáticas, que acabam violando de alguma forma, a tomada de decisão
racional, causadas pela utilização das heurísticas. Sternberg, em seu livro Psicologia
Cognitiva (2008), diz que os vieses acabam distorcendo a capacidade de tomada de
decisões racionais, ou no mínimo, nos limitando, já que não nos permite tomar uma
decisão ótima.

Há diversas controvérsias sobre como devemos classificar ou explicar os Vieses


Comportamentais. Isto ocorre pois, alguns deles são consequências da utilização do
processamento de informações utilizado por nosso cérebro para a tomada de decisão, no
qual chamamos de “atalhos mentais” ou “heurísticas de julgamento”.

Para a prova, os Vieses Comportamentais cobrados serão:


Ø Efeito Framing Ø Status Quo Ø Ilusão de Controle
Ø Aversão a perdas Ø Conservadorismo Ø Hindsight
Ø Excesso de Confiança Ø Confirmação Ø Aversão ao arrependimento
Ø Autocontrole

637
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Efeito Framing
O EFEITO FRAMING, também chamado por Efeito de Estruturação, é a possibilidade de
influenciar a decisão de um indivíduo sem distorcer a informação ou suprimi-la por meio
de mudanças sutis na estruturação do problema. Ou seja, será que se apresentarmos o
mesmo problema de formas diferentes, na forma (1) focando somente nos pontos
positivos e na forma (2) focando somente nos pontos negativos, teremos a mesma
resposta? A conclusão aparenta ser óbvia e foi comprovada com o seguinte experimento:
“Sua cidade foi contaminada por uma doença, infectando 600 pessoas. Assim, deve ser
escolhido um dos programas abaixo”:
§ Programa A: 200 pessoas são salvas;
§ Programa B: Existe a possibilidade de um terço de salvar 600 pessoas e a chance de
dois terços de todas morrerem.

Na maioria dos casos, a escolha seria pelo programa A, mesmo eles tendo as mesmas
consequências. No mercado financeiro, ocorre da mesma forma: quando apresentado
somente a parte positiva, muitos investidores aceitam o investimento, já que lhe foi
omitido (suprimida) a parte do risco. Se lhe fossem apresentado todo o risco, talvez não
tivessem realizado tal investimento.

638
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Aversão a Perda
A AVERSÃO A PERDA significa que os indivíduos dão muito mais relevância a perda do que
ao ganho, sendo que ela está muito mais relacionada ao medo de assumir de ter que
assumir que errou, do que necessariamente ao medo da perda em si. Com isso, os
investidores tendem a vender rapidamente as ações que estão no lucro e manter as
ações que se desvalorizaram em suas carteiras (não utilizam o Stop Loss).

Kahneman e Tversky propuseram um experimento: um jogo de cara e coroa no qual o


ganho seria maior que o prejuízo. Por exemplo: vamos lançar uma moeda, se der cara,
você perderá R$ 100, caso dê coroa, você ganhará R$ 150. Mesmo sendo as mesmas
probabilidades de ganhar e de perder e o retorno sendo o dobro na vitória, muitas
pessoas não aceitarão a proposta. Isto ocorre, pois elas dão muito mais relevância a perda
do que ao resultado positivo, provando assim a existência da Aversão a Perda.

Em diversos experimentos sobre o tema, foi observado que os indivíduos são impactados
duas vezes mais pelas perdas do que pelos ganhos. Como foi feito isso? Aumentando o
valor do recebimento dos R$ 150 para R$ 200; R$ 250; R$ 300 e assim sucessivamente.

639
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Aversão a Perda - Gráfico
A Teoria da Perspectiva provou que os investidores dão muito mais relevância às perdas
do que aos ganhos, gerando a Aversão a Perda. O gráfico abaixo nos mostra que, mesmo o
percentual de lucro e de prejuízo sendo idênticos, a insatisfação é muito maior (-5) do que
a satisfação (+2), ou seja, mais de 2x a relação (5 para 2).

Satisfação (Utilidade)

+2

Ganhos
-3% +3%

-5
Perdas

640
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Excesso de Confiança
O VIÉS DO EXCESSO DE CONFIANÇA acontece quando as pessoas colocam muita
confiança em suas habilidade, acreditando que suas escolhas são melhores que da grande
maioria, ou seja, elas são acima da média. Mesmo que o indivíduo seja acima da média, o
problema de agir desta forma, é que estes pessoas acabam assumindo riscos
desnecessários, já que acreditam em demasia em suas habilidades. Por exemplo, um
motorista por acreditar em sua habilidade, pode acabar fazendo ultrapassagens perigosas
ou até mesmo, dirigir falando no celular.

No mercado financeiro, o exemplo típico deste comportamento enviesado, refere-se a um


investidor que gira excessivamente sua carteira de investimentos, procurando antecipar
constantemente aos movimentos do mercado. O resultado é que esse investidor nem
sempre consegue superar o benchmark apropriado e, quando o faz, muitas vezes incorre
em elevados custos de transação (pelo giro excessivo da carteira), fazendo com que o
ganho líquido fica aquém da variação do benchmark.

641
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Autocontrole
O VIÉS DO AUTOCONTROLE está associado a situações em que as pessoas não agem em
seu melhor interesse a longo prazo porque não têm autocontrole. Muitas vezes os
decisores preferem altos padrões de vida no presente, em vez de economizar para a
aposentadoria.

Com isso, muitos investidores acabam gastando em excesso no presente, sacrificando sua
aposentadoria e outros projetos futuros.

Por sua vez, a falta de disciplina em adiar uma gratificação para buscar objetivos de longo
prazo leva os investidores a poupar pouco no presente e, depois, tentar compensar esse
fato assumindo riscos excessivos em suas carteiras de investimento.

642
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Status Quo
O VIÉS DO STATUS QUO ocorre quando o indivíduo prefere manter tudo como está, sem
realizar nenhuma mudança, seja por insistir em uma decisão já tomada, seja por não fazer
nada. Isso independe se as opções apresentadas sejam melhores ou piores, a pessoa
simplesmente não irá "tirar a bunda da cadeira". Chamamos isso de Inércia: o desejo de
não fazer nada.

Ele é muito comum não somente nos investimentos, mas também no dia a dia. Quantos
amigos você conhece que não trocam de sistema operacional (IOS para Android, ou vice-
versa), mesmo sabendo que a troca de aparelho de celular será melhor para ele? Nos
investimentos, ocorre quando o investidor não deseja modificar seus investimentos, por
exemplo, quando ele lhe diz: “Deixa assim... Preciso assinar o API...”.

Podemos ter indícios desse viés , quando o investidor:


Ø Mantém a carteira com nível de risco inadequado, mas não deseja modificar;
Ø Não considera outros investimento, acarretando em perda de oportunidades;
Ø Compram produtos ou serviços financeiros que não precisam, somente por causa
da forma que é oferecido (renovação automática; débito em conta;...).

643
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Conservadorismo
O VIÉS DO CONSERVADORISMO está associado à dificuldade do decisor de adaptar suas
ideias a novas realidades. Em outras palavras, o decisor fica muito apegado à sua ideia
inicial e muitas vezes não consegue incorporar novos dados de realidade para adaptar
seus pensamentos e suas estratégias.

Porém, o conservadorismo não significa que o investidor é conservador! O decisor pode


até ser bem arrojado; o ponto é que ele é conservador no sentido de ter dificuldades para
incorporar novas ideias a seus pensamentos inicialmente concebidos.

Podemos ter indícios desse viés quando o investidor:


Ø Falha em reavaliar dados complexos;
Ø Fica muito apegado a previsões e ideias iniciais;
Ø Apresenta reações lentas a mudanças e a novos dados de realidade.

644
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Armadilha da Confirmação
O VIÉS DA ARMADILHA DA CONFIRMAÇÃO ocorre quando o inveswdor dá valor somente
a opiniões e nowcias que confirmem as suas ideias prévias, desprezando informações que
sejam contrárias ao seu posicionamento inicial.

Por exemplo, Rafael investe nas ações da empresa “Rafael Toro, Academia de Finanças” e
recebe duas noycias: a primeira que o setor de educação está em franca expansão e as
empresas tendem a dobrar seus lucros nos próximos dois anos; a segunda noycia, que a
empresa na qual ele investe está envolvida em um caso de corrupção. Se Rafael agir
conforme este viés, ele ignorará a noycia da corrupção, focando sua atenção apenas na
que lhe convém (a da franca expansão), já que ele acredita que este inveswmento é um
ówmo negócio.

Um outro exemplo seria um analista, que acredita que o setor imobiliário é um ówmo
inveswmento, coletar dados apenas de imóveis que wveram excelentes resultados,
ajudando-lhe a embasar o seu julgamento inicial. Desta forma, ele ignora aqueles que
wveram resultados ruins, caindo em uma armadilha que ele mesmo criou: a armadilha da
confirmação.

645
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Ilusão de Controle
O VIÉS DA ILUSÃO DE CONTROLE ocorre quando as pessoas acreditam, equivocadamente,
que seus atos podem interferir em eventos futuros incontroláveis. Este viés faz com os
inveswdores supereswmem o grau até onde suas decisões possam garanwr o sucesso dos
seus resultados, fazendo com que tomem menos precauções (seguros) do que se deveria,
além de se arriscar demasiadamente com alavancagens. Este viés está relacionado
diretamente com outros dois: Excesso de Confiança e Armadilha da Confirmação.

Alguns exemplos são muito claros a presença desse viés, tais como:
Ø Pessoas que jogam na loteria seus “números da sorte”, mesmo que a probabilidade
seja a mesma para todos o números;
Ø Assoprar os dados em jogos de tabuleiro para sair os números desejados;
Ø Rafael, por ser um analista, especialista em mineração, acredita que por “planilhar”
as informações, consegue ter mais controle sobre os eventos futuros do que os
demais colegas. No entanto, o desabamento de uma barragem no futuro ou algum
risco sistêmico são um eventos incontroláveis, podendo ser amenizados somente por
diversificação ou hedge.

646
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Hindsight
O VIÉS DE RETROSPECTIVA (HINDSIGHT) pode ser observado em situações em que um
pessoa acredita, após o fato, que o início de algum evento passado era previsível e até
bastante óbvio. Contudo, analisando friamente, tal evento, na realidade, não poderia ter
sido razoavelmente previsto.

Na práwca, muitos eventos parecem óbvios quando analisados em retrospecwva. Muitos


estudiosos desse tema atribuem o viés de retrospecwva à necessidade de muitos
decisores de encontrar uma ordem, uma razão para os mais diversos eventos, criando
explicações que permitem acreditar que tais eventos são previsíveis.

Assim, fazer associações equivocadas entre causa e efeito pode resultar em simplificações
excessivas da realidade e, na área de finanças, levar a prejuízos.

Um exemplo bem caricato desse viés é o torcedor que leva a placa ao estádio de futebol
com os dizeres: EU JÁ SABIA! Se o wme ganha, ele levanta a placa e comemora; contudo,
se o wme perde, ele simplesmente deixa a placa guardada. Ou seja, depois que o wme
ganhou, parecia óbvio que a vitória estava encaminhada! Mas, após uma derrota, o
torcedor simplesmente descarta a ideia de que ganhar a parwda era previsível.
647
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Aversão ao Arrependimento
O VIÉS DA AVERSÃO AO ARREPENDIMENTO é uma teoria usada para explicar a tendência
dos inveswdores de se recusarem a admiwr que uma má decisão de inveswmento foi
tomada.

Está associado com decisores que se apegam a inveswmentos ruins por muito tempo ou
que conwnuam insiswndo em determinada estratégia que se mostra perdedora na
esperança de que a situação se reverta e as perdas possam ser recuperadas. Tudo isso
para evitar senwmentos de arrependimento. Nesse senwdo, muitas vezes evitamos tomar
uma decisão para não nos arrependermos depois.

Um exemplo ypico desse viés foi observado durante a crise imobiliária de 2008 nos
Estados Unidos, quando muitos se recusaram a desiswr de suas hipotecas, apesar do fato
de os valores de suas propriedades terem caído tanto que não valiam o pagamento da
hipoteca. Se as decisões wvessem sido baseadas apenas em fatores econômicos racionais,
muitos proprietários teriam desiswdo antes. Em vez disso, o apego emocional às casas,
combinado com a aversão de admiwr que tal inveswmento wnha se mostrado uma escolha
ruim, fez com que demorassem a se desfazer desses awvos.

648
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurísticas: Resumo
HEURÍSTICAS DE
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
JULGAMENTO
Acreditar que eventos passados ou estereótipos, terão sempre o
REPRESENTATIVIDADE mesmo padrão para o futuro. Exemplos: não investir hoje em
imóveis, por causa de crises imobiliárias do passado.
Ficar preso e ancorado em um número específico. Exemplo: A
ANCORAGEM empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, pois as ações de uma
outra empresa do mesmo setor, são negociadas por R$ 20,00.

649
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Teoria de Finanças Comportamentais


Vieses Comportamentais: Resumo
VIESES
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
COMPORTAMENTAIS
O Investidor não aceita perder e com isso, vende as ações que
AVERSÃO A PERDAS
estão com lucro e mantém em carteira as que estão no prejuízo.
Conforme seja estruturada uma pergunta (pelo lado positivo ou
EFEITO FRAMING
negativo), o investidor muda a sua opinião
EXCESSO DE O investidor acredita em demasia nas suas habilidades, com
CONFIANÇA isso, acaba comprando e vendendo ações em excesso.
STATUS QUO O investidor “deseja não fazer nada”, mantendo sua inércia.
Investidores tendem a valorizar mais suas ideias iniciais do que
CONSERVADORISMO
adaptá-las às novas realidades.

650
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Teoria de Finanças Comportamentais
Vieses Comportamentais: Resumo
VIESES
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
COMPORTAMENTAIS
ARMADILHA DA Toma como verdade somente as noycias posiwvas, ignorando as
CONFIRMAÇÃO informações negawvas para seus inveswmentos.
O inveswdor toma de decisões acreditando que isto poderá
ILUSÃO DE CONTROLE
modificar o futuro, por exemplo, escolhendo números da loteria.
HINDISGHT Após o fato, acredita-se que seria completamente previsível.
AUTOCONTROLE Falta de disciplina em adiar uma gratificação.
AVERSÃO AO
Evita-se tomar uma decisão para não se arrepender depois.
ARREPENDIMENTO

651
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Capítulo 8:
Política de Investimento

652
8.1 Política de Investimentos

653
653
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
O IPS (Investment Por,olio Statement) é o documento elaborado entre o profissional e o
cliente que define todas as regras gerais que norteiam a alocação de a8vos. Este
documento deverá demonstrar de forma clara os seguintes itens:
Ø OBJETIVOS DE RETORNO do cliente de curto, médio e longo prazo;
Ø RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR que devem ser cuidadas;
Ø TOLERÂNCIA AO RISCO do inves8dor;
Ø RESTRIÇÕES aplicáveis, como necessidade de liquidez, considerações sobre
impostos, requisitos regulatórios e circunstâncias únicas;
Ø Periodicidade do rebalanceamento da carteira;
Ø Metas de inves8mento geral;
Ø Estratégias que o profissional deverá empregar para a8ngir os obje8vos;
Ø Limites de alocação em cada classe de a8vo, podendo ter mínimo e máximo em
cada classe de a8vo (renda fixa, ações, imóveis);
Ø Critérios de Seleção dos A8vos.

654
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Quando falamos de tolerância a riscos, é importante definir o Objetivo de Risco da
carteira no IPS. O objetivo de risco é uma medida que deve abordar tanto a capacidade
como a vontade (disposição) do cliente de correr riscos. A capacidade dos clientes de
correr riscos é determinada objetivamente (financeiramente), enquanto a vontade de
correr riscos é uma questão muito mais subjetiva e emocional.

A capacidade de assumir riscos está relacionada à capacidade da carteira de sustentar


perdas sem colocar em risco as metas do cliente. É significativamente afetada pelo
horizonte de tempo do investidor e pelo tamanho de suas despesas.

Geralmente, se as despesas forem pequenas em relação à carteira do cliente, o cliente


tem uma maior capacidade de assumir riscos. Igualmente, se o horizonte de tempo for
considerado longo, a capacidade do cliente de assumir riscos aumenta.

Já se as despesas forem grandes em relação ao tamanho do portfólio, a perda que a


carteira pode sustentar e ainda continuar a atender às despesas necessárias será
significativamente reduzida. Isso tende a reduzir a capacidade de assumir riscos.

655
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Por sua vez, a vontade (disposição) do cliente em correr riscos é subje8va e determinada
por meio de uma análise de seu perfil psicológico através da análise de declarações e
evidências nas ações do cliente.

Os clientes às vezes indicam sua vontade de correr riscos em suas declarações (API ou
expressamente para o gestor). Essas declarações geralmente assumem a forma de não
permi8r inves8mentos arriscados ou declarações específicas sobre o próprio risco.

No entanto, deve-se tomar cuidado, pois é possível que sejam feitas declarações
equivocadas ou sem o devido conhecimento sobre risco, especialmente quando o cliente
avalia sua própria tolerância ao risco.

Em vez de aceitar a declaração do cliente de primeira, é importante sempre procurar


evidências confirmatórias ou contraditórias. Isso pode ser feito confrontando API´s
anteriores, analisando o por]ólio atual do cliente e conferindo sua capacidade ou até
horizonte de tempo.

656
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Outro ponto importante na elaboração do IPS é determinar o Objetivo de Retorno do
cliente.

O objetivo de retorno refere-se ao desejo do cliente com relação ao desempenho da


carteira. Tanto o objetivo de retorno como o de risco devem ser consistentes com as
expectativas do mercado de capitais, bem como com as restrições do cliente. Se houver
inconsistências, elas devem ser resolvidas com o cliente.

Muitas vezes o retorno pode ser dividido em retorno requerido e retorno desejado pelo
cliente. A divisão depende do que é importante para esse cliente e dos fatos
apresentados.

Além disso, é comum o cliente deseja um retorno muito elevado, o que implicaria correr
riscos. Porém, dados seus objetivos com o investimento e demais restrições, é possível
que o retorno requerido para atingir tais objetivos seja diferentes daquele desejado pelo
investidor.

657
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Nesse sen8do, deve-se focar no que é realmente importante para a8ngir metas de alta
prioridade do cliente e separá-lo dos menos necessários. Eles podem incluir despesas de
vida, educação, cuidados de saúde, entre outros.

Os obje8vos desejados também dependerão do cliente, mas podem ser coisas menos
expressivas como comprar uma segunda casa, viajar pelo mundo, adquirir um carro de
luxo.

Por fim, obje8vo de retorno também deverá ser especificado se foi calculado de forma
nominal ou real, bruta ou líquida.

658
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Montar o IPS do cliente envolve muito cuidado e alguns itens são extremamente
relevantes pois podem gerar restrições na carteira de investimentos. São eles:
Ø Horizonte de Tempo (T): quanto mais longo o tempo, maior a disponibilidade e a
capacidade de se tomar risco. São divididas em Pré-Aposentadoria (aquisição de
bens), Aposentadoria e Pós-Morte (Herança). Uma mudança de horizonte de tempo
acontece quando as circunstâncias e padrões de gasto ou receitas do investidor
mudam significativamente (prêmio de loteria).
Ø Impostos (I): Afetam o retorno dos investimentos finais quando o imposto é pago
no final (Sucessão) ou durante a o percurso da carteira (renda/alienação).
Ø Liquidez (L): São associadas às necessidade de liquidez contínuas (gastos mensais
ou periódicos), as imediatas (inesperadas) do investidor e aquelas chamadas de
ocasionais (compra de uma casa na praia).
Ø Aspectos Legais e Regulamentação (L): Restrições legais variam muito de cada
jurisdição mas normalmente são associadas a transferência de patrimônio.
Ø Circunstâncias Únicas (U): Engloba todas as demais situações não cobertas pelas
outras categorias (ex. investimentos indesejados).

659
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
O Planejamento de Liquidez é fundamental em uma carteira de inves8mentos, para que
não ocorra a necessidade de ter que transforma um inves8mento de longo prazo em
dinheiro em um curto espaço de tempo, causando um prejuízo não previsto por causa da
falta de liquidez ou causado pelo risco de resgate antecipado.

Este planejamento se baseia nos obje8vos do cliente e nas necessidades de gastos


financeiros. Esta necessidade poderão ser:
Ø Imediatas: são despesas que precisam ser atendidas em um espaço de tempo
muito curto (emergências médicas, etc.). Estes recursos devem vir de inves8mentos
com alta liquidez, como por exemplo: Fundo de Renda Fixa Curto Prazo; CDB de
liquidez diária de bancos de primeira linha (AAA ou AA); Tesouro SELIC (LFT);
Ø ConWnuas: são despesas recorrentes que devem ser honradas regularmente pelos
rendimentos da carteira de inves8mentos;
Ø Ocasionais: São gastos em eventos planejados, normalmente são valores altos
comparado a carteira de inves8mentos (reformas na casa, viagens, troca de carro).

660
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
O profissional deverá deixar acordado qual será o período de revisão dos dados do IPS
(Política de Investimentos) do seu cliente. Mas isso não necessita ser algo rígido, pois o
próprio cliente não só pode, mas também deve comunicar as mudanças relevantes (caso
ocorra antes dos prazos acordados das revisões) para que o profissional possa reajustar o
seu IPS. Para que isso possa ocorrer, o cliente necessita saber quais informações são
relevantes e a troca de conhecimento é muito importante.

Os principais exemplos de mudanças na Política de Investimentos são:


Ø OBJETIVOS: Antecipação ou a postergação da compra da casa própria ou da
aposentadoria; nascimento de filhos; doenças terminais; casamento;
Ø SITUAÇÃO FINANCEIRA: Mudanças de emprego, herança, prêmio de loteria...
Ø CONHECIMENTO: Formação acadêmica em finanças e experiência profissional;
Ø MUDANÇAS ECONÔMICAS: Aqui vale uma ressalva, pois quando tratamos de
mudanças econômicas, nos referimos a parte de longo prazo e não de curto prazo.
Por exemplo, uma redução na taxa de juros pelo COPOM não modifica o IPS do
cliente, mas mudanças nos ciclos econômicos do Brasil, podem sim.

661
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Devido ao individualismo de cada pessoa, o gestor enquadra cada inves8dor em perfis
pré-determinados como base para entender o cliente e suas necessidades.

A elaboração do perfil começa com a determinação da fonte de riqueza do inves8dor, a


medida da riqueza percebida ante as necessidades e o estágio da vida. Com isso, são
coletadas informações sobre a tolerância ao risco e os obje8vos de retorno do inves8dor.

A riqueza de uma pessoa pode ter sido cons8tuída, em linhas gerais, de duas formas:
a\vamente, através do empreendedorismo (por exemplo), ou passivamente.

A riqueza passiva pode vir de uma herança, através de emprego formal ou de um


inves8mento mais conservador. A forma como o inves8dor acumulou riqueza fornece
boas pistas sobre seu comportamento e vontade de correr riscos.

A riqueza passiva, como é recebida de uma forma menos a8va, pode implicar menor
conhecimento com relação a decisões financeiras. Isso porque obter riqueza dessa forma
implica baixo risco, o que pode levar a uma tolerância no máximo média de assumir
riscos.

662
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
O investidor que acumulou riqueza através de aplicações conservadoras ao longo da vida
provavelmente demonstrou um comportamento de investimentos mais conservador.

Com isso, esse tipo de investidor tende a demonstrar um desejo de segurança financeira
a longo prazo, o que pode levar a enquadrá-lo no perfil de baixa a média tolerância a
riscos.

Já a riqueza ativa, geralmente acumulada através do empreendedorismo, pode ser o


resultado de uma provável assunção de riscos durante a vida ativa desse empreendedor.

Com isso, é possível que ele tenha maior apetite para assumir riscos com os
investimentos também.

No entanto, empreendedores podem estar dispostos a aceitar riscos relacionados à vida


empresarial porque se sentem no controle da companhia. Contudo, podem ter diferentes
atitudes em relação ao risco de investimento.

663
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Podemos relacionar, de forma geral, 4 estágios:
Ø FASE DE FUNDAÇÃO: O primeiro estágio é aquele em que os recursos são
inicialmente acumulados. Isso pode ocorrer por meio da poupança dos recursos
ob8dos pelo trabalho assalariado. Nessa fase, é comum o inves8dor ainda estar
estudando ou mesmo iniciando um negócio. Como o horizonte de tempo até a
aposentadoria é longo, esse estágio pode ser caracterizado por assunção de riscos
consideráveis. No entanto, os inves8dores geralmente têm pouco volume financeiro
para arriscar nesse estágio de vida. Exceção a essa regra são aqueles que herdam
riquezas: como possuem recursos e tempo para assumir riscos, inves8mentos mais
arrojados são recomendados a esse público. Em resumo, dependerá das
especificidades de cada inves8dor.

Ø FASE DE ACUMULAÇÃO: Quando os ganhos ou o sucesso dos negócios aumentam


e os a\vos financeiros podem ser acumulados de forma mais substancial. As
demandas financeiras, como comprar uma casa ou educar crianças, também podem
aumentar. Este pode ser um momento de máxima poupança e acumulação com uma
maior capacidade de suportar o risco.

664
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Completando com os dois últimos estágios:
Ø FASE DE MANUTENÇÃO: Muitas vezes significa aposentadoria. Preservação de
riqueza e a fase do retorno da carteira se tornam importantes. A capacidade de
suportar o risco estará diminuindo, mas provavelmente não ainda não será baixa. A
expectativa de vida, por sua vez, pode ainda ser longa, com a necessidade de
manutenção do poder de compra.

Ø FASE DE DISTRIBUIÇÃO: significa que os ativos excederam níveis razoáveis de


necessidade e um processo de distribuição (doação/herança) de ativos para outros
pode começar. Isso pode ocorrer em vida ou fazer planos para distribuição na morte.

É importante ressaltar que essa progressão entre os estágios nem sempre é linear.
Contratempos ou imprevistos ao longo do caminho podem mover alguém para frente ou
para trás nos estágios explicados acima.

665
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Geralmente, há uma correlação posi8va entre a percepção do cliente sobre a riqueza e
sua vontade de correr riscos.

Se um inves8dor perceber seu patrimônio como baixo, ele deve ter baixa tolerância ao
risco e desejará inves8mentos mais conservadores. O oposto é verdadeiro para um
indivíduo que percebe sua riqueza como grande: deve, portanto, preferir inves8mentos
mais arrojados.

Classificar o inves8dor de acordo com o estágio de vida pode ajudar na recomendação de


inves8mento, visto que há caracterís\cas parecidas dentro de cada estágio.

666
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
É importante salientar que para compor um IPS, deve-se levar em consideração a
influência comportamental do investidor na tolerância ao risco e nas tomadas de
decisões em seus investimentos.
Para isso, as finanças comportamentais assumem que os investidores também incluem
preferências individuais com base em gostos e experiências pessoais, ou seja, valorizam
características pessoais e de investimentos que podem ou não ser consideradas nos
processos tradicionais de avaliação financeira.
A fim de identificarmos esses perfis, para melhor enquadrar cada tipo de investidor e
construir uma carteira individual, são comumente utilizados questionários que se
concentram em questões não relacionadas somente ao investimento, mas também sobre
atitudes pessoais e tomada de decisões. Com isso, os investidores podem ser
categorizados dentro de amplos tipos de perfis.

667
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Nesse sen8do, para estruturar o IPS, deve ser levado em consideração os 8pos de perfis
psicológicos do cliente iden8ficados no API. Existem quatro categorias muito gerais de
a8tude e es8lo que resultam desse 8po de ques8onário e podem fornecer um caminho
sobre o comportamento do cliente relacionado ao inves8mento:
Ø INVESTIDORES CUIDADOS: normalmente são avessos ao risco e baseiam as
decisões em sen8mentos. Eles geralmente preferem inves8mentos mais seguros e de
baixa vola8lidade, com pouco potencial de perda. Geralmente, não gostam de tomar
suas próprias decisões de inves8mento, mas são digceis de aconselhar e às vezes até
evitam ajuda profissional. Sua incapacidade de tomar decisões pode levar a
oportunidades de inves8mento perdidas e depois de tomar decisões de
inves8mento, suas carteiras costumam exibir baixa rota8vidade.
Ø INVESTIDORES METÓDICOS: são igualmente avessos ao risco. Contudo,
contrariamente aos cuidados, eles pesquisam a8vamente sobre mercados e
empresas para buscar informações de inves8mento. Seus inves8mentos tendem a
ser conservadores e baseiam as decisões em fatos.

668
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Política de Investimentos
IPS: Política de Investimentos
Continuando o detalhamento dos perfis dos investidores, temos:
Ø INVESTIDORES ESPONTÂNEOS: são menos avessos ao risco, baseiam muitas vezes
as decisões em sentimentos e ajustam constantemente suas carteiras em resposta às
mudanças nas condições do mercado. Temem que não responder às mudanças nas
condições do mercado afete negativamente seus portfólios. Eles tendem a
reconhecer sua falta de experiência em investimentos, mas ao mesmo tempo
tendem a duvidar de conselhos profissionais. Suas reações às mudanças em seus
investimentos levam geralmente a uma alta rotatividade e, com isso, o desempenho
da carteira é impactado negativamente pelos altos custos de transação.
Ø INVESTIDORES INDIVIDUALISTAS: são menos avessos ao risco e mais racionais nas
decisões. Fazem suas próprias pesquisas e são muito confiantes em sua capacidade
de tomar decisões de investimento. Quando confrontados com informações
aparentemente contraditórias, eles geralmente dedicam tempo para conciliar as
diferenças. Investidores com esse perfil tendem a ter confiança em sua capacidade
de alcançar seus objetivos de investimento de longo prazo.

669
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Capítulo 9:
Alocação de Ativos

700
9.1 Alocação de Ativos

701701
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Alocação de Ativos (Asset Allocation)


Conceito
O objetivo de construir um modelo eficiente de alocação é determinar quais serão as
classes de ativos e os tipos de produtos que serão aplicados, com os seus devidos
percentuais. Essa construção chamamos de ALOCAÇÃO DE ATIVOS, ou em inglês de Asset
Allocation. Vale ressaltar que os clientes possuem acesso as mesmas classes de
investimentos, mas não a mesma gama de produtos. Todos nós temos acesso a
investimentos em ações, mas nem todos tem acesso a comprar ações de uma companhia
fechada.

Primeiramente, a ALOCAÇÃO DE ATIVOS é dividida entre a classe dos ativos, chamado de


MACRO-ALOCAÇÃO, para posteriormente selecionar os produtos de investimentos
daquelas classes, classificada como MICRO-ALOCAÇÃO. Porém, existem as formas de
como será feita a aplicação dos recursos, ou seja, se o investidor deseja buscar
oportunidades de curto prazo ou apenas de longo prazo, se ele deseja que a carteira de
investimentos possua muita movimentação financeira ou não. Neste sentido, a
ALOCAÇÃO DE ATIVOS é dividida em Estratégica x Tática e Dinâmica x Estática, que
veremos a seguir as suas diferenças.

702
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Alocação de Ativos (Asset Allocation)
Macro e Micro-Alocação
Conforme citamos, a ALOCAÇÃO DE ATIVOS pode ser segmentada entre:
Ø MACRO-ALOCAÇÃO: Esta é a parte que se escolhe as classes e as porcentagens
dos ativos que farão parte da carteira de investimentos. Ela ocorre exatamente nesta
Etapa 4 – Desenvolvimento de Recomendações e Apresentação ao Cliente. Para ficar
mais claro, podemos classificar as classes dos ativos resumidamente como:
§ Renda Fixa;
§ Renda variável;
§ Ativos Imobiliários;
§ Investimentos Internacionais;
§ Investimentos alternativos.
Ø MICRO-ALOCAÇÃO: Já esta parte é a escolha dos produtos de investimentos e ela
ocorre após a apresentação ao cliente, portanto, ocorre na Etapa 5 - Implementação
das recomendações de planejamento financeiro. Como exemplo, temos:
§ Escolher entra LFT ou LTN;
§ Investir no setor elétrico;
§ Comprar o imóvel A ou o B.

703
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Alocação de Ativos (Asset Allocation)


Estratégica x Tática
Quando se trata de Classe de Ativos, o ASSET ALLOCATION pode ser dividido entre:
Ø ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA (Fixa): Conceitualmente, os objetivos de rentabilidade,
tolerância ao risco e restrições do investidor são integradas aos cenários econômicos
de longo prazo, para que seja definido quais serão as classes de ativos aceitas no IPS
(Política de Investimentos). Desta forma, entende-se que os retornos futuros serão
semelhantes ao retornos passados e a volatilidade tende a ser baixa. Desta forma, se
um investidor necessita de 15% ao ano de retorno para seus objetivos, e sabendo
que o retorno da Renda Fixa foi de 10% ao ano e o do Ibovespa foi de 20% ao ano, a
alocação do estratégica diria que deveríamos investir 50% em cada classe.
Ø ALOCAÇÃO TÁTICA (Flexível): Aqui já falamos de uma questão de “momentum”,
de “timming”, ou seja, é uma alocação que utiliza os princípios da ESTRATÉGICA, mas
que permite ajustes de curto prazo aos pesos das classes de ativos baseados nas
expectativas de curto prazo relativas às performances destas classes de ativos. Desta
forma, se o gestor acredita que o cenário para os próximos meses não seja favorável
para o Ibovespa (Carteira de Ações), ele pode diminuir a exposição a ações e
aumentando em renda fixa, ficando por exemplo, em 80% em renda fixa e 20% em
ações, ao invés de 50% de renda fixa e 50% de Ibovespa.

704
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Alocação de Ativos (Asset Allocation)
Dinâmica x Estática
Também podemos dividir o ASSET ALLOCATION em:
Ø ALOCAÇÃO DINÂMICA (ATIVA): Este tipo de Alocação tem por objetivo ajustar
dinamicamente (ativamente) a seleção de ativos da carteira cliente, baseado na
expectativa de alta ou baixa de determinados setores da economia, vendendo e
comprando ativos. Por exemplo, se o gestor acredita que algum setor se desvalorizou
rapidamente na bolsa de valores, ele pode comprar essas ações para quando se
recuperar, já vender com lucro suas posições.
Ø ALOCAÇÃO ESTÁTICA (PASSIVA): A Alocação Estática se caracteriza pela
manutenção das posições ao longo do tempo, mesmo que possa haver um
desequilíbrio em percentuais da carteira. Poderíamos resumir como um “não fazer
nada”, que também é uma tomada de decisão.

705
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

IPS e Alocação Estratégica na prática


Aplicação Prática
Para concluir com um viés prático, é importante destacar o seguinte:
Ø Exposição a risco na elaboração do IPS: Quando o gestor ou profissional de
investimentos elabora a Política de Investimentos (IPS) e utiliza as premissas da
Fronteira Eficiente e da Teoria Moderna de Finanças (Markowitz), pode-se afirmar
que ele deve basear seus critérios de decisão para alocação estratégica na exposição
desejada pelo investidor ao risco sistêmico (não diversificável).
Isso porque, segundo postulado por Markowitz, o risco não sistêmico, ou
diversificável, deve ser diversificado, como o próprio nome diz. Portanto, o retorno
exigido pelo investidor está associado ao risco sistêmico ao qual ele deseja se expor;
Ø Alocação Estratégica: Para colocar em prática a Alocação Estratégica, o gestor irá
considerar a Política de Investimentos (IPS) e, adicionalmente, as expectativas de
longo prazo para o mercado de capitais;

Ø Grande valor agregado à carteira: muitos defendem que o grande valor agregado
à carteira de investimentos provém principalmente da alocação estratégica dos
ativos.

706
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
9.2 Métodos de Alocação de Ativos

707 707
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Métodos de Alocação de Ativos


Conceitos
Dentro dos métodos de alocação de ativos, estudaremos os seguintes:

Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Também chamada de Modelo da Média


Variância, é o processo de ponderação do risco, expresso como variância, em relação
ao retorno esperado;

Ø Black Litterman: Incorporação das expectativas do investidor ao Modelo da Média


Variância;

Ø Simulação de Monte Carlo: A probabilidade de resultados para determinada


variável (ex: retorno de um ativo) não pode ser determinada devido à interferência
de variáveis aleatórias. O modelo foca na repetição constante de amostras aleatórias
para atingir os resultados;

Ø Asset-Liability Management (ALM): Modelo que foca no gerenciamento de ativos


e fluxos de caixa para reduzir o risco de perdas em caso de não pagamento de
passivos. É bastante usado por instituições financeiras e por fundos de pensão.

708
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Métodos de Alocação de Ativos
Fronteira Eficiente (Média-Variância)
O modelo da Média-Variância, baseado na Fronteira Eficiente, é o processo de
ponderação do risco, expresso como variância, em relação ao retorno esperado.

Leva esse nome porque o retorno é estimado pelo média e pelo risco, definido como
sendo a variância.

É utilizado para tomar decisões de investimento - os investidores avaliam quanto risco


estão dispostos a assumir em troca de diferentes níveis de retorno. Com isso, é possível
obter o ponto que maximiza o retorno para um dado nível de risco ou que minimiza o
risco para um dado nível de retorno.

A desvantagem do modelo é que pode gerar, como resultado, carteiras excessivamente


concentradas em determinadas classes de ativo, o que pode inclusive não fazer sentido na
prática. Além disso, o modelo é muito sensível aos dados de entrada e requer muito
cuidado no processo de geração de estimativas de risco e retorno das classes de ativos.

709
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Métodos de Alocação de Ativos


Black Litterman
Procura sanar o problema do excesso de concentração em determinadas classes de ajvo,
resultado possível do modelo da Média-Variância, a parjr da incorporação de crenças ou
visões do invesjdor no processo de alocação.

A inclusão das crenças do invesjdor faz com que o modelo Black-Likerman possa ser
diretamente ujlizado em um processo de invesjmento que combine modelos de apoio à
tomada de decisão com análises de cenários econômicos derivadas da experiência e
opinião de economistas e gestores de recursos.

A incerteza que existe nas esjmajvas futuras da média e da variância dos retornos dos
ajvos e a sensibilidade aos dados de entrada dos modelos de alocação, porém, são
desvantagens desse modelo.

710
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Métodos de Alocação de Ativos
Simulação de Monte Carlo
A Simulação de Monte Carlo faz referência a um dos distritos do Principado de Mônaco,
famosos por seus cassinos onde se jogam roletas, dados, entre outros. Isso porque o
acaso e os resultados aleatórios são fundamentais tanto para os jogos no Principado,
como para a técnica de modelagem que leva o nome desse local do sul da França.

A probabilidade de resultados variáveis (ex: expectajva do retorno de um ajvo) não pode


ser determinada devido à interferência de variáveis aleatórias. Para contornar isso, a
simulação foca na repejção constante de amostras aleatórias para ajngir os resultados
desejados quanto à previsão de determinada variável.

Em outras palavras, a técnica elege uma variável e atribui a ela um valor aleatório. O
modelo é então executado e um resultado é fornecido. Este processo é repejdo várias
vezes ao atribuir à variável em questão muitos valores diferentes. Assim que a simulação
for concluída, os resultados são calculados em conjunto para fornecer uma esjmajva.

O procedimento é conhecido por ser mais robusto e, portanto, menos sensível a erros nas
expectajvas. Contudo, envolve um grande esforço matemájco e computacional.

711
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Métodos de Alocação de Ativos


Asset Liability Management
Modelo que foca no gerenciamento de ajvos e fluxos de caixa para reduzir o risco de
perdas em caso de não pagamento de passivos.

A gestão por Asset Liability Management se preocupa com o tempo em que ocorrerão os
fluxos de caixa. Isso porque os ajvos precisam estar disponíveis e líquidos no momento
do pagamento dos passivos.

É muito ujlizado para gerir a carteira de emprésjmos de Insjtuições Financeiras e de


Fundos de Pensão, além das reservas matemájcas de seguradoras.

Sua abordagem procura maximizar a diferença entre ajvos e passivos para cada nível de
risco, reduzindo assim o risco de descasamento de fluxos de caixa. Contudo, ujliza
expectajvas de retornos esperados, o que pode influenciar negajvamente o modelo, por
conta da incerteza de tais retornos.

712
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
9.3 Rebalanceamento de Carteiras

713 713
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Rebalanceamento de Carteiras
Regular e Percentual
Estas são duas maneiras de modificar os ativos nas carteiras de investimentos. Conforme
o próprio nome diz, o REBALANCEAMENTO REGULAR, também chamado de
CALENDÁRIO, ocorre periodicamente (mensalmente, trimestralmente, ...). É muito
comum de ser visto em carteira de ações de corretoras (exemplo: Carteira Recomendada
Mensal de Ações).

Já o tipo PERCENTUAL DA CARTEIRA, também conhecido por CORREDOR, é uma forma


de equilíbrio de risco, por não estar mais exposto ao previsto inicialmente no IPS em
algum tipo de mercado (ações, renda fixa, imobiliário,...) ou em algum ativo específico.

Por exemplo, a carteira de investimentos de um cliente está posicionada em 5% na ação


XYZ. Após alguns dias, a empresa valoriza 100%. Com isso, este ativo passa a ter uma
posição muito mais expressiva do que o inicial (aproximadamente de 10% agora), fazendo
com que a carteira seja rebalanceada por motivo percentual.

714
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Rebalanceamento de Carteiras
Regular e Percentual
Além disso, podemos citar ainda as seguintes características:
Ø Custos: o rebalanceamento regular ou calendário tende a envolver menores
custos comparativamente ao rebalanceamento percentual ou por corredor, pois esse
último pode ser precipitado mais de uma vez entre as datas de rebalanceamento por
calendário;
Ø Desvio da alocação estratégica: como o rebalanceamento percentual ou corredor
é acionado quando a composição da carteira sofre alguma mudança significativa (a
ser definida pelo investidor), esse formato tende a minimizar desvios da alocação
estratégica comparativamente ao rebalanceamento regular ou calendário,
principalmente em cenários de maior volatilidade;
Ø Aversão a riscos: existe uma relação inversa entre a aversão a risco do investidor e
o corredor para rebalanceamento. Assim, quanto maior/menor a aversão a riscos do
investidor, menor/maior será o corredor, disparando assim o rebalanceamento mais
rapidamente/lentamente em caso de maior volatilidade.
Dentro dos rebalanceamento, veremos as três estratégias cobradas no Exame:
Ø Buy-and-Hold;
Ø Constant Mix;
Ø CPPI.
715
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento


Buy-and-Hold
Ao invés de uma estratégia dinâmica, através da qual o gestor deve rebalancear a carteira
de acordo com alguma regra, a estratégia de BUY AND HOLD é uma estratégia PASSIVA
em que não se deve fazer nada. O gestor aloca os ativos da carteira de acordo com a
Política de Investimentos (IPS) e depois não altera mais.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Tolerância de risco diretamente relacionada à riqueza,
Ø Possui valor de piso (valor formado com todos os recursos investidos em títulos
públicos de curto prazo).
Ø Estratégia linear;
Ø Potencial de alta ilimitado.
Ø Eficiente fiscalmente (sem muitas transações).

716
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Buy-and-Hold: Exemplo
Rafael adota a estratégia Buy-and-Hold e possui um patrimônio de R$ 500.000. Sua
intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o restante num fundo indexado DI.
Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI de 10%. Passados os 12
meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda variável e de renda fixa?

q RESPOSTA: Como o cliente adota uma estratégia buy-and-hold, não haverá alteração da
carteira ao longo do tempo por tratar-se de uma estratégia de investimentos passiva.
Assim, devemos apenas calcular a distribuição inicial e aplicar a rentabilidade dos ativos
nas referidas posições. Desta forma:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00

No entanto, a posição de Rafael agora será de 44% em BOVA11 e 56% em Fundo DI, sendo
que ele não deve fazer nada para ajustar.

717
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento


Constant Mix
Em contraste com a estratégia de buy and hold, o CONSTANT MIX (também chamado de
pesos constantes, já que sempre deve manter o mesmo percentual em cada classe de
ativos, após o rebalanceamento) requer um rebalanceamento constante da carteira para
alocações especificadas, usando corredores ou datas de calendário. Desta forma, se as
ações da carteira subirem muito, o investidor vende e adiciona mais renda fixa (para
manter o mesmo percentual das classes dos ativos no início), se as ações caírem, ele irá
comprar mais ações, sacando da renda fixa.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Estratégia Ativa, com rebalanceamento frequente;
Ø Mantém uma exposição de ações e dinheiro que é uma porcentagem fixa da
carteira total;
Ø Estratégia Contrária (fornece liquidez): Vende ações à medida que sobem, compra
à medida que caem (Estratégia Côncava);
Ø Baixa proteção de queda: sem valor de piso;
Ø Má performance em mercados com tendência;
Ø Pode gerar excessivo pagamento de impostos.

718
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Constant Mix: Exemplo
Rafael adota a estratégia Constant Mix e possui um patrimônio de R$ 500 mil. Sua
intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o restante em um fundo de renda
fixa indexado ao CDI. Após 12 meses, o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI
de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda
variável e de renda fixa?

q RESPOSTA: Como o cliente agora adota uma estratégia Constant Mix, após calcular o
valor da carteira depois de 12 meses, deve-se ajustar a carteira para os mesmos
percentuais iniciais:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00

Neste momento, devemos ajustar a carteira para os mesmo percentuais do início:


Ø BOVA11 (40%) = R$ 590.000,00 x 40% = R$ 236.000,00 (vendeu ações)
Ø Fundo DI (60%) = R$ 590.000,00 x 60% = R$ 354.000,00 (investiu mais no fundo DI)
719
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento


CPPI
A estratégia CPPI (Constant Proportion Portfolio Insurance), com tradução literal de
“Seguro de Carteira de Proporção Constante”, possui como estratégia uma alocação para
ações através de uma fórmula. Mas como a tradução nos leva a entender, esta estratégia
leva em consideração ter uma proteção do portfólio constantemente. O seu raciocínio é
de que quando as ações caírem muito, o investidor irá vender tudo e manter um valor
“constante protegido”, no entanto, se as ações estiverem subindo, o mesmo irá comprar
mais ações. Podemos dizer então, que é uma estratégia contrária ao Constant Mix.

Colocando em prática, o investidor especifica um valor mínimo, um piso (F) para a sua
carteira e depois escolhe um multiplicador (m). A diferença entre o total de ativos (TA) e o
piso, será multiplicado por este fator (m), chegando na quantidade de ações que será
investida.

q FÓRMULA:
Ações = m×(TA − F)

720
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
CPPI: Exemplo
Rafael adota a estratégia CPPI e possui um patrimônio de R$ 500.000. Sua intenção é
invesrr em BOVA11, manter um piso de R$ 400.000,00 e ter um mulrplicador de 1,5x.
Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI de 10%. Passados os 12
meses, quanto deverá estar alocado entre os arvos de renda variável e de renda fixa?

q RESPOSTA: Como o cliente agora adota uma estratégia CPPI, após calcular o valor da
carteira nesse período, deve-se ajustar a mesma para o devido muljplicador:
Ø Carteira em ações = 1,5 × (500.000 – 400.000) = R$ 150.000,00
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 150.00,00 × 30% = R$ 195.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 350.00,00 × 10% = R$ 385.000,00
Ø Total = R$ 580.000,00

Neste momento, devemos ajustar a carteira para manter o mesmo piso de R$ 400 mil:
Ø Carteira em ações = 1,5 × (R$ 580.000,00 – R$ 400.000,00) = R$ 270.000,00
Ø BOVA11 = R$ 270.000,00
Ø Fundo DI = R$ 310.00,00

721
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças

Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento


CPPI: Resumo
Desta forma, podemos afirmar que a estratégia CPPI possui as seguintes caracterísjcas:
Ø Chamada também de Estratégia Momentum;
Ø É uma Estratégica Convexa;
Ø Tolerância de risco é zero, quando a carteira ajnge o valor de piso;
Ø Má performance em mercados planos, mas voláteis;
Ø Boa performance em mercados com tendência (compra mais ações a medida em
que o mercado está se valorizando);
Ø Protege o risco de queda nos mercados em baixa (vende as ações a medida em
que o mercado está se desvalorizando, pois quando a carteira ajngir o valor mínimo,
ele venderá todas as ações e deixará todo o recurso aplicado em renda fixa);
Ø ESTRATÉGIA CONTRÁRIA AO CONSTANTE MIX;
Ø Como comprar um seguro:
§ Compra ações quando o mercado sobe;
§ Vende mais rápido quando o mercado cai.

722
CFG – Cer5ficação em Fundamentos de Finanças
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Performance das Estratégias

Estratégia CONSTANT
BUY & HOLD CPPI
/ MIX
Mercado

Tendência de Alta 3º 2º 1º

Plano
com oscilações 1º 2º 3

Tendência de Baixa 3º 2º 1º

723
CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças
Capítulo 10:
Novas Tecnologias em Finanças

724
10.1 Novas Tecnologias em Finanças

725
725
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Fintechs
Fintechs, abreviação de Financial Technology (traduzindo para o português, Tecnologia
Financeira) representa um conjunto de empresas que unem tecnologia a produtos e
serviços financeiros. Com isso, as fintechs conseguem muitas vezes oferecer soluções
inovadoras em relação aos produtos e serviços financeiros tradicionais do mercado.

Com a aplicação intensiva de tecnologia, os serviços são predominantemente digitais, ao


alcance dos clientes através de seus smartphones. Assim, as fintechs vêm ganhando
grande espaço no mercado por trazerem algumas vantagens aos clientes, tais como:
Ø PraIcidade: a tecnologia permite que se resolva praIcamente tudo de forma
online;
Ø Agilidade: as soluções das fintechs geralmente envolvem soluções ágeis e
eficientes;
Ø Inovação: muitas fintechs vêm trazendo ao mercado produtos e serviços
disrupIvos, contrastando com soluções anIgas e tradicionais já consolidadas no
mercado financeiro;
Ø Preços compeIIvos: por aplicarem maciçamente a tecnologia em seus processos,
seus custos costumam ser inferiores e, com isso, conseguem oferecer produtos e
serviços a preços bem compeIIvos.
726
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Fintechs
Além disso, as fintechs proporcionam outros beneMcios ao mercado, tais como:

Ø Aumento da eficiência e concorrência no mercado de crédito;


Ø Rapidez nas transações;
Ø Diminuição da burocracia no acesso ao crédito;
Ø Criação de condições para redução do custo do crédito; e
Ø Inovação.

No Brasil, as fintechs estão regulamentadas desde abril de 2018 pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) – Resoluções 4.656 e 4.657.

727
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Fintechs
Em linhas gerais, as fintechs oferecem soluções de:
Ø Meios de pagamento;
Ø Crédito;
Ø Gestão Financeira;
Ø EmprésImo;
Ø InvesImento;
Ø Financiamento;
Ø Seguro;
Ø Negociação de dívidas;
Ø Câmbio; e
Ø MulIsserviços.

728
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Fintechs de Crédito
Podem ser autorizadas a funcionar no Brasil dois Ipos de fintechs de crédito:

Ø Sociedade de Crédito Direto (SCD): intermediação entre credores e devedores


por meio de negociações realizadas em meio eletrônico;
Ø Sociedade de Emprés4mo entre Pessoas (SEP): operações de crédito entre
pessoas através da tecnologia peer-to-peer lending.

Sociedade de Crédito Direto (SCD)


As SCDs atuam com operações de crédito por meio de plataforma eletrônica e com
recursos próprios. Portanto, não podem fazer captação de recursos junto ao público.

Além de realizar operações de crédito, as SCDs podem prestar os seguintes serviços:


análise de crédito para terceiros; cobrança de crédito de terceiros; distribuição de seguro
relacionado com as operações por ela concedidas por meio de plataforma eletrônica e
emissão de moeda eletrônica.

729
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Fintechs de Crédito
Sociedade de Emprés4mo entre pessoas (SEP)

Realiza operações de crédito entre pessoas através da tecnologia peer-to-peer lending.

As SEPs se interpõem na relação entre credor e devedor, realizando a tradicional operação


de intermediação financeira. Diferentemente das SCDs, a SEPs podem fazer captação de
recursos junto ao público, desde que estejam exclusivamente vinculados à operação de
emprésImo.

Em outras palavras, a fintech atua apenas como intermediária dos contratos realizados
entre os credores e os tomadores de crédito. Os recursos são de terceiros que apenas
uIlizam a infraestrutura proporcionada pela SEP para aproximar credor e tomador.

Nesse Ipo de operação, a exposição de um credor, por SEP, deve ser de no máximo R$ 15
mil. Além disso, a SEP pode prestar outros serviços como análise e cobrança de crédito
para clientes e terceiros, e emissão de moeda eletrônica.

730
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Fintechs na Gestão de Investimentos
Muitas fintechs foram consItuídas com o objeIvo de fornecer serviços de gestão de
invesImentos. Muitas delas oferecem a gestão de produtos e carteiras de invesImento de
forma automaIzada inclusive, em alguns casos, com uso de Inteligência ArIficial.

Nesse senIdo, alguns dos serviços oferecidos são:


Ø Monitoramento de milhares de aIvos do mercado, através de algoritmos, com o
objeIvo de melhorar a diversificação da carteira dos clientes;
Ø Curadoria de invesImentos com o objeIvo de oferecer os melhores produtos de
acordo com o perfil de cada cliente, incluindo o rebalanceamento da carteira;
Ø Diversos produtos e serviços de forma eletrônica e muitas vezes com assessoria
personalizada.

731
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Distributed Ledger Technology
Distributed Ledger Technology (DLT) é um protocolo que permite o funcionamento seguro
de um banco de dados digital descentralizado. Com isso, elimina-se a necessidade de uma
autoridade central para controlar a manipulação.

A DLT permite o armazenamento de todas as informações de maneira segura e precisa


usando criptografia. Pode ser acessado por meio de "chaves" e assinaturas criptográficas.
Uma vez que a informação é armazenada, ela se torna um banco de dados imutável e é
regido pelas regras da rede.

A própria natureza de um livro-razão descentralizado os torna imunes a crimes


cibernéIcos. Além disso, o comparIlhamento e atualização simultâneos (peer-to-peer, ou
ponto a ponto em português) de registros tornam todo o processo muito mais rápido,
eficaz e barato.

A DLT tem um grande potencial para revolucionar a maneira como governos, insItuições e
empresas trabalham. Pode ajudar, por exemplo os governos com a arrecadação de
impostos, a emissão de passaportes, registros de imóveis e licenças e o desembolso de
beneMcios da Previdência Social, bem como procedimentos de votação.

732
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Blockchain
Uma das aplicações mais conhecidas da tecnologia DLT é o Blockchain, um banco de
dados distribuído que é comparIlhado em uma rede de computadores.

Assim como um banco de dados, um blockchain armazena informações eletronicamente


em formato digital. O blockchain é mais conhecido por ser a base dos sistemas de
criptomoedas, como Bitcoin, mantendo um registro seguro e descentralizado de
transações.

Uma das grandes inovações do blockchain é que ele garante a fidelidade e a segurança de
um registro de dados, gerando confiança sem a necessidade de um terceiro como, por
exemplo, um órgão regulador.

O blockchain coleta informações em grupos, conhecidos como "blocos". Esses blocos, por
sua vez, têm capacidades limitadas de armazenamento e, quando preenchidos, são
fechados e vinculados ao bloco previamente preenchido, formando uma cadeia (“chain”)
de dados conhecida como "blockchain". Todas as novas informações que seguem aquele
bloco recém-adicionado são compiladas em um bloco recém-formado, que também será
adicionado à cadeia depois de preenchido.
733
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Blockchain – como funciona?
O objeIvo do blockchain é permiIr que as informações digitais sejam registradas e
distribuídas, mas não editadas. Dessa forma, um blockchain é a base para livros-razão
imutáveis ou registros de transações que não podem ser alterados, excluídos ou
destruídos. É por isso que os blockchains também são uma aplicação da chamada
Distributed Ledger Techonology (Tecnologia Distribuída do Livro-Razão, em uma tradução
livre).

Uma nova A operação é transmitida A rede de computadores Uma vez confirmada a


operação é para uma rede de resolve equações para operação como legítima,
iniciada computadores peer-to- confirmar a validade da ela é reunida em blocos
peer distribuídos ao redor operação juntamente com outros.
do mundo

Os blocos então são


conectados em uma
A operação
cadeia criando um longo
está finalizada!
histórico permanente de
todas as operações

734
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Blockchain
Uma plataforma de blockchain permite que usuários e desenvolvedores criem novos usos
de uma infraestrutura de blockchain existente. Um exemplo é o Ethereum, que tem uma
criptomoeda naIva conhecida como éter (ETH).

Em linhas gerais, um blockchain pode ser classificado como público ou privado:


Ø Público: um blockchain público, também conhecida como blockchain aberto ou
sem permissão, é aquela em que qualquer pessoa pode entrar na rede livremente
(não precisa de autorização). Por causa de sua natureza aberta, essas cadeias são
protegidas com criptografia e, como não há intermediários para regular o que
acontece nessa rede, o sistema depende da validação pública para chegar a um
consenso sobre quais transações são legíImas. Isso implica menor velocidade de
transação e menor escalabilidade. O principal exemplo é o Bitcoin;
Ø Privado: já um blockchain privado requer autorização para ingresso e, portanto,
há uma centralização do controle desse sistema. Com relação à validação dos
dados, somente alguns membros aprovados executam essa tarefa em nome de
toda a rede. Com isso, esse sistema é mais rápido e escalável, porém depende de
uma autoridade central.

735
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Blockchain
Bitcoin e Blochchain são a mesma coisa? Não!

O Bitcoin é uma criptomoeda que usa a tecnologia blockchain como um meio de registrar
de forma transparente as operações em um livro-razão (ledger) de pagamentos. O
blockchain, por sua vez, pode ser usado para registrar imutavelmente qualquer número
de pontos de dados. Algumas das outras possíveis aplicações da tecnologia Blockchain,
além do Bitcoin e criptomoedas, envolvem:
Ø Bancos, acelerando, por exemplo, os processos de liquidação de transações;
Ø Saúde e Medicina, para armazenar informações de prontuários de pacientes;
Ø Cartórios, para armazenar eletronicamente contratos de propriedade (escrituras);
Ø Smart Contracts, um código de computador que pode ser integrado ao blockchain
para facilitar, verificar ou negociar um acordo de contrato;
Ø Cadeias de suprimento, para rastrear a origem dos materiais negociados;
Ø Eleições, com o potencial de eliminar a fraude eleitoral e aumentar o
comparecimento dos eleitores.

736
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Blockchain
Por ser uma tecnologia descentralizada, a4nge altos níveis de segurança. Isso porque os
novos blocos são sempre armazenados linear e cronologicamente, isto é, são sempre
adicionados ao final do blockchain.

Assim, é extremamente diMcil voltar e alterar o conteúdo do bloco, a menos que a maioria
da rede tenha chegado a um consenso para fazê-lo. Isso ocorre porque cada bloco contém
seu próprio hash, junto com o hash do bloco anterior.

E o que é um hash? Os códigos hash são criados por uma função matemáIca que
transforma as informações digitais em uma sequência de números e letras. Se essa
informação for editada de alguma forma, o código hash também muda.

737
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Blockchain
Benefícios do Blockchain:
Ø Precisão: as transações são aprovadas por uma rede de milhares de
computadores, eliminando praticamente todo o envolvimento humano no
processo de verificação, resultando em menos erros humanos e em um registro
preciso das informações;
Ø Redução de Custos: os consumidores pagam a um banco para efetivar uma
transação, a um tabelião para assinar um documento ou a um juiz de paz para
realizar um casamento. O Blockchain elimina a necessidade de verificação de
terceiros e, com isso, seus custos associados;
Ø Descentralização: o blockchain é copiado e espalhado por uma rede de
computadores. Assim, sempre que um novo bloco é adicionado ao blockchain,
cada computador na rede atualiza seu blockchain para refletir a mudança,
dificultando a adulteração de informações;
Ø Eficiência: o blockchain funciona ininterruptamente - as transações podem ser
concluídas em até dez minutos e podem ser consideradas seguras após apenas
algumas horas;

738
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Blockchain
BeneLcios do Blockchain
Ø Transações privadas: mesmo em redes públicas, em que qualquer um pode
visualizar uma lista do histórico de transações, os usuários podem acessar apenas
os detalhes sobre as transações, mas não as informações de idenIficação sobre os
usuários que fazem essas transações;
Ø Segurança: uma vez que uma transação é registrada, sua autenIcidade deve ser
verificada pela rede e, uma vez validada, é adicionada ao blockchain. Cada bloco
no blockchain contém seu próprio hash exclusivo, junto com o hash exclusivo do
bloco anterior. Quando as informações em um bloco são editadas de alguma
forma, o código hash desse bloco muda; contudo, o código hash no bloco
posterior não mudaria, tornando extremamente diMcil que as informações sejam
alteradas sem aviso prévio;
Ø Transparência: a maioria dos blockchains se consItui em um sosware de código
aberto (disponível a qualquer um). Assim, é possível revisar criptomoedas para
fins de segurança, já que não há uma autoridade central sobre quem controla, por
exemplo, o código da criptomoeda ou como ele é editado.

739
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Blockchain
Ponto negativos do Blockchain:
Ø Custo da Tecnologia: o sistema utilizado para validar transações, por exemplo,
consome grande quantidade de poder computacional;
Ø Velocidade e ineficiência de dados: o sistema do Bitcoin, por exemplo, leva cerca
de dez minutos para adicionar um novo bloco ao blockchain. A essa taxa, estima-
se que a rede blockchain pode gerenciar apenas cerca de sete transações por
segundo. Além disso, cada bloco pode conter apenas alguns dados, limitando a
escalabilidade do sistema;
Ø Atividades ilegais: como a confidencialidade protege os usuários e preserva a
privacidade, ela também pode estimular o comércio ilegal e outras transações
ilícitas. Um exemplo foi o mercado de drogas online conhecido por Dark Web, que
foi fechado pelo FBI em 2013;
Ø Regulação do mercado: como a tecnologia não prevê uma autoridade central,
muitos reguladores demonstram grande preocupações por não conseguirem
atuar da mesma forma como fazem nos sistemas já consolidados.

740
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Open Banking
O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é a possibilidade de clientes de produtos e
serviços financeiros permiIrem o comparIlhamento de suas informações entre diferentes
insItuições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a
parIr de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicaIvo ou site do banco, de forma
segura, ágil e conveniente.

Atualmente, uma insItuição não “enxerga” o relacionamento do cliente com outra, então
tem dificuldade de compeIr com melhores serviços.

Com isso, o resultado esperado é mais compeIção no setor bancário pois, com acesso aos
dados dos usuários, insItuições parIcipantes poderão fazer ofertas de produtos e
serviços para clientes de seus concorrentes, com beneMcios para o consumidor, que
poderá obter tarifas mais baixas e condições mais vantajosas.

Além disso, espera-se melhor experiência no uso de produtos e serviços financeiros, pois
o Open Banking torna possível, ainda, que as insItuições parIcipantes ofereçam soluções
que facilitam às pessoas controlarem suas vidas financeiras. Quem, por exemplo, possui
mais de uma conta bancária ou tem conta em um banco e emprésImo em outro, poderá
ver todas as suas informações em um único local.
741
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Open Banking
Algumas outras vantagens trazidas pelo Open Banking incluem:
Ø Novos Modelos de Negócio;
Ø Centralidade no consumidor;
Ø Portabilidade de relacionamento entre instituições;
Ø Inclusão de segmentos desassistidos;
Ø Maior Transparência; e
Ø Maior controle sobre as finanças pessoais.

Alguns dos serviços inovadores que o Open Banking permite:


Ø Comparadores de serviços e tarifas;
Ø Apps de aconselhamento financeiro e de planejamento familiar;
Ø Iniciação de pagamentos em mídias sociais; e
Ø Marketplace de crédito.

742
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Open Banking
O BC, quando estruturou a Governança do Open Banking, se preocupou muito com a
questão de segurança. Alguns desses cuidados são:
Ø O cliente tem o controle total dos seus dados;
Ø Todo o processo ocorre num ambiente com diversas camadas de segurança, com
autenIcação do consumidor e das insItuições parIcipantes;
Ø Somente insItuições autorizadas parIcipam;
Ø Regras de segurança cibernéIca precisam ser cumpridas;
Ø Há regras também para responsabilização das insItuições e de seus dirigentes; e
Ø O BC supervisiona todo o processo.

743
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Open Banking
O compartilhamento dos dados pessoais de clientes ou de serviços do escopo do Open
Banking depende de prévio consentimento por parte dos respectivos clientes. O
consentimento deve se caracterizar como manifestação livre, informada, prévia e
inequívoca de vontade, feita por meio eletrônico, pela qual o cliente concorda com o
compartilhamento de dados ou de serviços para finalidades determinadas.

Além de se referir a finalidades determinadas, o consentimento dado pelo cliente à


instituição receptora dos dados ou iniciadora do pagamento deve:
Ø incluir a identificação do cliente;
Ø ser solicitado pela instituição com linguagem clara, objetiva e adequada;
Ø ter prazo compatível com as finalidades do consentimento, limitado a 12 meses;
Ø discriminar a instituição transmissora de dados ou detentora de conta, conforme
o caso; e
Ø discriminar os dados ou serviços que serão objeto de compartilhamento,
observada a possibilidade de agrupamento.
Caso as finalidades ou os dados ou serviços que serão objeto de compartilhamento sejam
alterados, haverá a necessidade de novo consentimento do cliente.

744
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Open Banking
Consen4mento do Cliente para compar4lhamento de seus dados
As insItuições parIcipantes somente poderão comparIlhar dados e serviços de clientes
que tenham solicitado o comparIlhamento após as seguintes etapas:
1. ConsenImento;
2. AutenIcação; e
3. Confirmação.

Essas etapas devem ser realizadas exclusivamente por canais eletrônicos e devem ser
efetuadas com segurança, agilidade, precisão e conveniência, de forma sucessiva e
ininterrupta, com duração compawvel com seus objeIvos e nível de complexidade.

Durante todas essas etapas as insItuições parIcipantes devem assegurar a prestação de


informações aos clientes de maneira clara, objeIva e adequada sobre em que consiste
cada uma das etapas e os procedimentos a ela associados, bem como sobre o
redirecionamento para outros ambientes ou sistemas eletrônicos, inclusive de outras
insItuições, quando aplicável.

745
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Sandbox Regulatório
O Sandbox Regulatório é um ambiente em que entidades são autorizadas pelo Banco
Central do Brasil para testar, por período determinado, projeto inovador na área
financeira ou de pagamento.

Teve origem em 2015, no Reino Unido. Atualmente, está também presente em diversos
países europeus e asiáticos, na Austrália, no Canadá e em alguns países da África e do
Oriente Médio.

Alguns dos benefícios esperados do Sandbox Regulatório são:


Ø promoção de competição mais efetiva no sistema financeiro;
Ø redução dos custos e do tempo de entrada de ideias inovadoras no mercado;
Ø mais facilidade na obtenção de funding para projetos inovadores;
Ø possibilidade de o regulador constituir uma relação mais próxima com o mercado,
auxiliando na construção de critérios apropriados de proteção ao consumidor em
novos produtos e serviços relacionados com as tecnologias inovadoras aplicadas
ao mercado financeiro.

746
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Sandbox Regulatório
Os princípios do Sandbox Regulatório no Brasil envolvem o BC, a CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) e Susep (Superintendência de Seguros Privados), cada qual
analisando projetos nos seus âmbitos de atuação:
Ø BC: sistemas financeiro e de pagamento;
Ø CVM: mercado de capitais; e
Ø Susep: mercado de seguros privados.
Cada um desses órgãos avaliará projetos que estão sob sua competência regulatória e
haverá coordenação relaIva a projetos que forneçam produtos ou aIvidades dentro da
esfera regulatória de mais de uma dessas insItuições

No processo de autorização, o BC verifica se a proposta se enquadra no conceito de


projeto inovador e se está compreendida na sua competência Regulatória. Poderão
parIcipar diversas enIdades, como empresas, associações, cartórios, sociedades de
economia mista e empresas públicas, mesmo que ainda não tenham autorização do BC;
O BC adotará procedimentos simplificados de acompanhamento, compawveis com a
complexidade e os riscos de cada projeto inovador, podendo ainda determinar ajustes;
Ao final do ciclo, os parIcipantes terão a chance de obter a autorização definiIva para
operar, e os projetos desenvolvidos poderão servir de base para aprimorar a
regulamentação do BC e do CMN. 747
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Sandbox Regulatório
No processo de autorização, o BC verifica se a proposta se enquadra no conceito de
projeto inovador e se está compreendida na sua competência Regulatória.

Poderão participar diversas entidades, como empresas, associações, cartórios, sociedades


de economia mista e empresas públicas, mesmo que ainda não tenham autorização do
BC;

O BC adotará procedimentos simplificados de acompanhamento, compatíveis com a


complexidade e os riscos de cada projeto inovador, podendo ainda determinar ajustes.

E, ao final do ciclo, os participantes terão a chance de obter a autorização definitiva para


operar, e os projetos desenvolvidos poderão servir de base para aprimorar a
regulamentação do BC e do CMN.

748
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
High Frequency Trading
A Negociação de Alta Frequência (HFT) é uma plataforma de negociação automaIzada
usada principalmente por grandes bancos de invesImento, hedge funds e invesIdores
insItucionais.

UIliza computadores com enorme capacidade de processamento para transacionar um


elevado número de pedidos em velocidades extremamente altas e permite que os
agentes executem milhões de ordens e façam a varredura de vários mercados e bolsas em
questão de segundos.

Os sistemas usam algoritmos complexos para analisar os mercados e são capazes de


detectar tendências quase que instantaneamente. Assim, enviam centenas de ordens para
o mercado com spreads de compra e de venda vantajosos para os operadores.

Por conta disso, muitos consideram a HFT como anIéIca e como uma vantagem injusta
para grandes empresas contra insItuições e invesIdores menores.

Os invesIdores que operam através da HFT se aproveitam de eventuais desequilíbrios de


preços, usando assim usando a arbitragem e a velocidade a seu favor.
749
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Robo advisor
São plataformas digitais que fornecem serviços de planejamento financeiro
automatizados e baseados em algoritmos, com pouca ou nenhuma supervisão humana.

Um robô advisor típico coleta informações de clientes sobre sua situação financeira e
objetivos futuros por meio de uma pesquisa online e, em seguida, usa os dados para
oferecer conselhos e investir automaticamente os ativos do cliente.

Além disso, oferecem também serviços como gestão de carteiras, educação financeira,
serviços de conta corrente, entre outros, e a tarifas bem inferiores do que a média
praticada por consultores tradicionais (humanos).

Com relação aos investimentos, muitas vezes essa tecnologia utiliza estratégias de
indexação passiva que são otimizadas usando alguma variante da Teoria Moderna de
portfólio (Markowitz).

Cada vez mais sofisticados, alguns conseguem inclusive oferecer soluções de


planejamento fiscal, seleção de investimentos e planejamento de aposentadoria.

750
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Robo advisor
Resumindo, essa tecnologia traz principalmente as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens
Ø Tarifas de serviços inferiores àquelas praIcadas por consultores tradicionais
(humanos);
Ø Mais acessíveis, pois geralmente exigem que o cliente tenha um valor mínimo
para invesIr menor do que aqueles exigidos por consultorias tradicionais;
Ø Mais eficientes, ao realizar toda o planejamento e execução das ordens de forma
totalmente online e autônoma.
Desvantagens
Ø Algumas vezes, o robo advisor pode limitar as opções de invesImentos que o
invesIdor poderia ter se fizesse ele mesmo suas aplicações. Isso porque o
programa já tem muitas vezes uma gama de produtos pré-selecionada;
Ø Menor personalização das soluções: o modelo “one-size-fits-all” pode generalizar
demais os clientes e oferecer soluções menos personalizadas;
Ø Incertezas sobre como o modelo responderia em situações de crise; e
Ø Muitas vezes o raciocínio uIlizado pelo sistema para as recomendações não fica
tão claro para o cliente.

751
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Algo Trading
A Negociação Algorítmica (Algorithm trading ou simplesmente Algo Trading) usa um
programa de computador que segue um conjunto definido de instruções (um algoritmo)
para fazer uma negociação. A negociação, em teoria, pode gerar lucros com uma
velocidade e frequência impossíveis para um investidor humano.

Muitos negócios feitos por Algo Trading utilizam HFT (negociação de alta frequência),
tentando ganhar dinheiro ao colocar um grande número de ordens em velocidades
rápidas em vários mercados, utilizando vários parâmetros de decisão com base em
instruções pré-programadas.

Alguns dos benefícios do Algo Trading são:


Ø Negociações são realizadas com os melhores preços possíveis;
Ø Colocação de ordens de negociação é instantânea e precisa;
Ø Custos de transação reduzidos;
Ø Menor risco operacional, relacionado a erros manuais;
Ø Reduz a possibilidade de erros incorridos com base em fatores emocionais e
psicológicos.

752
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Machine Learning
Machine Learning (Aprendizado de máquina) é o conceito, baseado na Inteligência
ArIficial), de que um programa de computador pode aprender e se adaptar a novos
dados sem intervenção humana.

Há uma enorme quanIdade de dados, conhecida como Big Data, sendo gerada a todo
instante e que está cada vez mais facilmente disponível e acessível devido ao uso
progressivo de tecnologia.

Com isso, muitas insItuições podem se aproveitar desse big data, mas não têm os
recursos e o tempo necessários para idenIficar as informações relevantes nesse “mar de
dados”.

Para resolver esse problema, princípios de Inteligência ArIficial estão sendo empregados
por diferentes setores para coletar, processar, comunicar e comparIlhar informações úteis
de conjuntos de dados. E um dos método de IA que é cada vez mais uIlizado para
processamento de big data é o aprendizado de máquina.

753
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Machine Learning
Alguns dos inúmeros usos do Machine Learning são:
Ø sistemas de negociação podem identificar novas oportunidades de investimento;
Ø plataformas de marketing e e-commerce podem fornecer recomendações
precisas e personalizadas para seus usuários com base no histórico de pesquisa
dos usuários na Internet ou transações anteriores;
Ø instituições de crédito podem prever empréstimos inadimplentes e construir um
modelo de risco de crédito cada vez mais aprimorado;
Ø centros de informação podem cobrir uma grande quantidade de notícias; e
Ø bancos podem criar ferramentas de detecção de fraudes.

754
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Novas Tecnologias em Finanças
Regulatory Technology (RegTech)
A Regtulatory Technology, ou RegTech, consiste em um grupo de empresas que usam
tecnologia para ajudar as insItuições a cumprir os regulamentos (compliance) de maneira
eficiente e econômica. A Regtech também é conhecida como tecnologia regulatória.

Essas empresas apoiam o gerenciamento de processos regulatórios dentro da indústria


financeira por meio da tecnologia. As principais funções do Regtech incluem
monitoramento regulatório, relatórios e compliance.

Com o grande emprego de tecnologia, especialmente no setor financeiro, houve uma


explosão de novos produtos e serviços. E, com isso, infelizmente também um aumento de
algumas situações indesejadas, como violações de dados, hacks cibernéIcos, lavagem de
dinheiro e outras aIvidades fraudulentas.

Com o uso de Big Data e da tecnologia Machine Learning, a RegTech reduz o risco para o
departamento de compliance de uma insItuição, oferecendo dados sobre aIvidades
ilícitas e fraudulentas que, pela velocidade e complexidade em que ocorrem, muitas vezes
podem passar desapercebidas.

755
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Novas Tecnologias em Finanças


Regulatory Technology (RegTech)
As ferramentas da Regtech buscam monitorar as transações que ocorrem online em
tempo real para identificar problemas ou irregularidades na esfera do pagamento digital.

Qualquer operação suspeita é retransmitida para a instituição financeira para analisar e


determinar se realmente se trata de alguma operação ilícita.

Ao criar as ferramentas analíticas necessárias para que as instituições cumpram as


legislações e regulamentações, a empresa Regtech economiza tempo e dinheiro do banco,
também colaborando para evitar perdas decorrentes de operações fraudulentas e
eventuais multas de órgãos reguladores por descumprimento de processos.

756
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
10.2 Crowdfunding

757
757
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Definição
As diferentes formas de crowdfunding – levantamento de recursos financeiros através da
Internet para atender às necessidades de uma causa ou projeto – começaram a ser
difundidas no mundo a partir de 2009.

Tornaram-se rapidamente populares os sites de levantamento de recursos para fins


filantrópicos, que foram denominados “Donation Based Crowdfunding”, como também
os sistemas de levantamento de recursos para a realização e entrega de um projeto,
produto, obra ou serviço, que se tornaram populares como “Rewarding based
Crowdfunding”.

Em seguida surgiram plataformas de Crowdfunding para viabilizar empréstimos – que


aliás apresentam o crescimento mais expressivo, conhecidos como “Lending Based
Crowdfunding” – e o Equity Crowdfunding ou Crowdfunding de Investimento (a qual
estudaremos adiante), que permite a pessoas físicas em geral participar, via Internet, do
capital de uma empresa nascente, comumente designadas “startups”. No Brasil essa
modalidade é também identificada como investimento colaborativo.

758
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
O que é Equity Crowdfunding?
Crowdfunding é o nome dado às estratégias de financiamento coletivo através da
Internet: A expressão significa acessar recursos (funding) através da multidão (crowd).

Em outras palavras. trata-se de modalidade de investimento coletivo, praticada


mundialmente, que se operacionaliza por meio de plataformas eletrônicas online, por
meio da qual empresas, geralmente start ups, buscam capital para investir em suas
atividades econômicas.

Em troca de financiamento, os investidores recebem participação societária ou títulos ou


título de dívida conversível em participação societária na empresa interessada em captar
dinheiro.

759
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Equity Crowdfunding no Brasil
O Crowdfunding de Investimento no Brasil foi destravado em 2014, mesmo antes da
regulamentação específica, tornada pública em julho de 2017. No período anterior à
regulamentação, 60 ofertas foram completadas com sucesso, permitindo o levantamento
de R$ 20,0 milhões.

Um regulamento próprio para o mercado brasileiro de Crowdfunding de Investimento,


cuidadosamente elaborado entre a CROWDINVEST – Associação Brasileira de
Crowdfunding de Investimento e a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, foi
submetido à consulta pública no segundo semestre de 2016. Como resultado desse
trabalho, foi publicada em julho de 2017 a Instrução Normativa CVM nº 588, que trouxe
segurança jurídica para o mercado.

760
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Instrução CVM 588
Vale ressaltar que essa Instrução trouxe uma das mais avançadas, abrangentes e flexíveis
regulamentações sobre Crowdfunding de Investimento, comparativamente àquelas em
vigor no resto do mundo.

Nesse sentido, essa Instrução CVM:


Ø aumentou proteção aos investidores;
Ø conferiu maior segurança jurídica aos agentes de mercado envolvidos na
captação pública por meio do Crowdfunding de Investimento; e
Ø regulamentou a dispensa de registro para a captação pública por meio da
distribuição de valores mobiliários por Sociedades Empresárias de Pequeno
Porte por meio de Plataforma Eletrônica de Investimento Participativo.

761
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Instrução CVM 588 e Resolução CVM 88
Além disso, essa primeira regulamentação de Equity Crowdfunding (Instrução CVM 588)
no Brasil tinha como principais características:
Ø Definição de Sociedade Empresária de Pequeno Porte (receita bruta anual de até
R$ 10.000.000,00);
Ø Definição e Regulamentação do Funcionamento das Plataformas Eletrônicas de
Investimento Participativo;
Ø Requisitos para Dispensa de Registro da Oferta de Crowdfunding;
Ø Limites de Investimento; e
ØDispensa de Verificação de Suitability;

Em julho de 2022, a CVM publicou a Resolução 88, substituindo a ICVM 588, fazendo com
que o mercado desse um salto ainda maior, ao permitir o aumento do limite de receita
bruta anual e o aumento do limite de captação.

762
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
10.3 Resolução CVM nº88 / 2022

763
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Âmbito e Finalidade
A Resolução CVM nº 158, de 28 de junho de 2022, dispõe sobre a oferta pública de
distribuição de valores mobiliários de emissão de sociedades empresárias de pequeno
porte realizada com dispensa de registro por meio de plataforma eletrônica de
invesImento parIcipaIvo e revoga a Instrução CVM nº 588, de 13 de julho de 2017.

Ø Crowdfunding de inves4mento é a captação de recursos por meio de oferta


pública de distribuição de valores mobiliários dispensada de registro, realizada por
emissores considerados sociedades empresárias de pequeno porte nos termos desta
Resolução, e distribuída exclusivamente por meio de plataforma eletrônica de
invesImento parIcipaIvo;
Ø Plataforma eletrônica de inves4mento par4cipa4vo (“plataforma”) é a pessoa
jurídica regularmente consItuída no Brasil e registrada na CVM para exercer
profissionalmente a aIvidade de distribuição de ofertas públicas de valores
mobiliários de emissão de sociedades empresárias de pequeno porte, realizadas com
dispensa de registro;

764
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Âmbito e Finalidade
Ø Sociedade empresária de pequeno porte é a sociedade empresária constituída no
Brasil, não registrada como emissor de valores mobiliários junto à CVM, e com
receita bruta anual, apurada no exercício social encerrado no ano anterior à oferta,
de até R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais);

Na hipótese de a sociedade empresária de pequeno porte ser controlada por outra


pessoa jurídica ou por fundo de investimento, a receita bruta consolidada anual do
conjunto de entidades sob controle comum não pode exceder R$ 80.000.000,00 (oitenta
milhões de reais) no exercício social encerrado no ano anterior à oferta.

765
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Âmbito e Finalidade
É admiIda a parIcipação de inves4dor líder nas ofertas públicas dispensadas de registro
nos termos desta Resolução, com vistas a reduzir a assimetria informacional entre
emissores e inves4dores.

O invesIdor líder deve apresentar sua tese de inves4mento expondo as jusIficaIvas para
a escolha da sociedade empresária de pequeno porte de modo a auxiliar os invesIdores
no processo de tomada de decisão de invesImento.

O invesIdor líder deve divulgar sua experiência prévia na liderança de rodadas de


invesImento ou com a realização de invesImentos prévios em sociedades empresárias de
pequeno porte, incluindo o percentual de sua par4cipação e os resultados auferidos.

O invesIdor líder pode ainda atuar:


Ø junto à sociedade empresária de pequeno porte, aplicando seus conhecimentos,
experiência e rede de relacionamento visando aumentar as chances de sucesso da
sociedade, e
Ø como interlocutor entre a sociedade empresária de pequeno porte e o sindicato
de invesImento parIcipaIvo, sempre de maneira alinhada com o interesse dos
invesIdores do sindicato.
766
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Âmbito e Finalidade
Admite-se o pagamento da taxa de desempenho devida pelos investidores apoiadores ao
investidor líder e à plataforma, inclusive por meio de valores mobiliários emitidos pela
sociedade empresária de pequeno porte.

O valor aportado pelo investidor líder deve ser:


Ø de pelo menos 5% do valor alvo mínimo de captação, no caso de oferta pública
com valor alvo máximo de captação de até R$ 5.000.000,00;
Ø de pelo menos 4% do valor alvo mínimo de captação, no caso de oferta pública
com valor alvo máximo de captação superior a R$ 5.000.000,00 e inferior a R$
10.000.000,00; e
Ø de pelo menos 3,5% do valor alvo mínimo de captação no caso de oferta pública
com valor alvo máximo de captação superior a R$ 10.000.000,00

767
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Âmbito e Finalidade
A plataforma deve celebrar contrato com o invesIdor líder que estabeleça as seguintes
vedações durante o exercício de suas aIvidades:
Ø recebimento de qualquer espécie de remuneração advinda dos invesIdores,
exceto pela taxa variável de desempenho em função do retorno dos valores
mobiliários adquiridos pelos invesIdores apoiadores do sindicato;
Ø realização de quaisquer aIvidades vedadas às plataformas, seus sócios,
administradores e funcionários; e
Ø majoração da taxa de desempenho constante das informações essenciais da
oferta após seu o encerramento.

768
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Oferta Pública
A oferta pública de distribuição de valores mobiliários de emissão de sociedade
empresária de pequeno porte fica automaticamente dispensada de registro na CVM,
desde que observados os seguintes requisitos:
I. existência de valor alvo máximo de captação igual ou inferior a R$
15.000.000,00 e de prazo de captação igual ou inferior 180 (cento e oitenta)
dias, que devem ser definidos antes do início da oferta;
II. deve ser garantido ao investidor um período de desistência de, no mínimo, 5
(cinco) dias contados a partir da confirmação do investimento, sendo a
desistência por parte do investidor isenta de multas ou penalidades quando
solicitada antes do encerramento deste período;
III. o emissor deve ser sociedade empresária de pequeno porte;
IV. os valores mobiliários objeto da oferta pública, bem como todos aqueles com
eles fungíveis, neles conversíveis ou que se convertam na mesma espécie de
valor mobiliário devem, alternativamente, ser objeto de escrituração e controle
de titularidade e de participação societária.

769
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Oferta Pública
Além disso, os seguintes requisitos também devem ser observados:
VI. Os recursos captados pela sociedade empresária de pequeno porte não podem
ser uIlizados para:
Ø a aquisição, direta ou por meio de wtulos conversíveis, de parIcipação
minoritária em outras sociedades, assim entendido como 50% (cinquenta
por cento) ou menos de suas cotas ou ações com direito a voto, conforme
o caso;
Ø a concessão de crédito a outras sociedades;

A confirmação de inves4mento corresponde a uma ação do invesIdor, em que ele se


compromete firmemente a parIcipar da oferta, por meio da transferência de recursos ou
assinatura do contrato de inves4mento.

Não é admi4da a realização de nova oferta com dispensa de registro nos termos desta
Resolução pela mesma sociedade empresária de pequeno porte, por meio da mesma ou
de outra plataforma, dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias contado da data de
encerramento da oferta anterior que tenha logrado êxito.

770
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Oferta Pública
O montante total aplicado por investidor em valores mobiliários ofertados com dispensa
de registro nos termos desta Resolução fica limitado a R$ 20.000,00 por ano calendário,
exceto no caso de investidor:
Ø líder;
Ø qualificado, nos termos de regulamentação específica que dispõe sobre o dever
de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do
cliente; ou
Ø cuja renda bruta anual ou o montante de investimentos financeiros seja superior
a R$ 200.000,00, hipótese na qual o limite anual de investimento pode ser
ampliado para até 10% do maior destes dois valores por ano calendário.

771
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Oferta Pública
A distribuição de oferta pública dispensada de registro nos termos desta Resolução deve
ser realizada por uma única plataforma eletrônica de invesImento parIcipaIvo registrada
na CVM, devendo ser observados os seguintes procedimentos:
Ø Todos os invesIdores devem firmar termo de adesão e ciência de risco;
Ø Para cada oferta em andamento, a plataforma deve manter, na internet, nos
programas, aplicaIvos ou outros meios eletrônicos disponibilizados, informando o
montante total correspondente ao invesImento confirmado, de modo que seja
possível comparar diariamente este valor com os valores alvo mínimo e máximo de
captação;
Ø É admiIda a distribuição parcial, com o estabelecimento de valores alvo mínimo e
máximo de captação, sendo que o valor alvo mínimo deve ser igual ou superior a 2/3
do valor alvo máximo;
Ø Na hipótese de sucesso da oferta, a plataforma deve divulgar o seu encerramento
em sua página na internet, sem restrições de acesso;

772
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Oferta Pública
Em até 7 dias após a data do encerramento da oferta, a plataforma deve tomar as
providências necessárias para que seja realizada a transferência do montante final
investido para:
a) a sociedade empresária de pequeno porte, na hipótese de o montante final
investido atingir o valor alvo mínimo de captação; ou
b) os investidores da oferta, na hipótese de o montante final investido não atingir o
valor alvo mínimo de captação.

773
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Oferta Pública
É admiIda a distribuição de lote adicional, a critério da sociedade empresária de
pequeno porte, limitado ao montante de até 25% do valor alvo máximo, desde que tal
possibilidade
Ø tenha sido aprovada por órgão societário deliberaIvo da sociedade empresária de
pequeno porte;
Ø esteja prevista no Documento de Informações Essenciais de Oferta Pública; e
Ø o valor total da oferta respeite o limite anual de captação de R$15.000.000,00.

É também admiIda oferta pública de distribuição secundária dos valores mobiliários


desde que:
Ø o montante total da oferta secundária não ultrapasse 20% do valor alvo máximo,
Ø o controlador ou grupo de controle não aliene parIcipação maior que 20% dos
valores mobiliários de sua propriedade; e
Ø o percentual alienado não ocasione a perda do controle após a oferta.

774
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Oferta Pública
Os montantes transferidos pelos investidores não podem transitar por contas correntes
mantidas em nome:
Ø Da plataforma;
Ø De sócios, administradores, e pessoas ligadas à plataforma;
Ø De empresas controladas pelas pessoas mencionadas nos incisos I e II deste
parágrafo;
Ø Do investidor líder;
Ø Dos sócios, administradores e pessoas vinculadas ao investidor líder, se este for
pessoa jurídica;
Ø De empresas controladas pelo investidor líder ou por seus sócios,
administradores e pessoas vinculadas, se este for pessoa jurídica.

Os montantes disponibilizados pelos investidores somente podem ser depositados na


conta corrente da sociedade empresária de pequeno porte após o encerramento e a
confirmação do êxito da oferta.

775
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Informações da Oferta Pública
A plataforma deve desInar uma página na internet exclusivamente para as ofertas, em
língua portuguesa, na qual devem constar as seguintes informações mínimas sobre a
oferta em uma seção denominada “INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE A OFERTA
PÚBLICA”.

Os programas, aplicaIvos ou quaisquer meios eletrônicos uIlizados pela plataforma


devem dar destaque e direcionar eletronicamente os invesIdores às informações
essenciais. Além disso, plataforma deve apresentar os documentos jurídicos e financeiros
relaIvos à cada oferta em seção da página da oferta na internet denominada “PACOTE DE
DOCUMENTOS RELEVANTES”, antes do início da oferta

776
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Informações da Oferta Pública
Havendo alteração substancial, posterior e imprevisível nas circunstâncias de fato
existentes quando do início da oferta pública de distribuição até o encerramento da
oferta, a plataforma pode alterar as informações essenciais da oferta, observado que:
I – a modificação ou a revogação seja divulgada imediatamente em meios ao menos
iguais aos utilizados para a divulgação da oferta;
II – as modificações sejam destacadas na página da internet da plataforma e
informadas aos investidores que já aderiram à oferta diretamente por meio de
correspondência eletrônica ou qualquer outro meio de comunicação passível de
comprovação de que o investidor tenha recebido ou tenha tido acesso;
III – os investidores que já tenham aderido possam revogar suas reservas no prazo
de 5 dias a partir do recebimento da comunicação prevista no inciso anterior; e
IV – a plataforma tome as medidas necessárias para se certificar que, no momento
do recebimento das aceitações da oferta modificada, o investidor esteja ciente de
que a oferta original foi alterada e de que tem conhecimento das novas condições.

777
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Escrituração e Serviços de controle de Titularidade e
Participação Societária
A sociedade empresária de pequeno porte deve contratar escriturador de valores
mobiliários registrado na CVM nos termos da regulamentação específica que dispõe sobre
a prestação de serviços de escrituração de valores mobiliários e de emissão de
cerIficados de valores mobiliários:
Ø caso, no momento da contratação da plataforma que fará a distribuição da oferta
pública, a sociedade empresária de pequeno porte já tenha realizado, em outra
plataforma, uma ou mais ofertas públicas de valores mobiliários fungíveis com
aquele objeto da oferta, nele conversíveis ou que se convertam na mesma espécie
de valor mobiliário; ou
Ø caso a plataforma contratada para distribuir a oferta pública não ofereça os
serviços de controle de Itularidade e de parIcipação societária.

778
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crowdfunding
Escrituração e Serviços de controle de Titularidade e
Participação Societária
A sociedade empresária de pequeno porte pode, ao realizar a oferta pública de
distribuição da oferta pública, contratar os serviços de controle de titularidade e de
participação societária junto à plataforma que fará a distribuição.

Os serviços de controle de titularidade e de participação societária compreendem:


Ø o registro atualizado das informações relativas à titularidade dos valores
mobiliários, devendo as inserções de tais informações serem realizadas em
contas de valores mobiliários individualizadas, abertas em nome de cada titular
de valor mobiliário; e
Ø controle da participação societária, presente e futura, na sociedade empresária
de pequeno porte, incluindo valores mobiliários que ensejem efetiva participação
no capital social e instrumentos conversíveis em participação societária.

779
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão

Crowdfunding
Escrituração e Serviços de controle de Titularidade e
Participação Societária
A plataforma eletrônica de invesImento parIcipaIvo que optar por disponibilizar os
serviços de controle de Itularidade e de parIcipação societária deve:
Ø possuir processos e sistemas informaIzados seguros e adequados ao exercício de
tais aIvidades;
Ø enviar, em intervalo não superior a 7 dias, as posições registradas nas contas de
valores mobiliários à sociedade empresária de pequeno porte; e
Ø comunicar à sociedade empresária de pequeno porte a transferência de
Itularidade de valores mobiliários entre invesIdores em até 24 horas de sua
ocorrência.

780
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Capítulo 11:
Ética e Autorregulação

781
11.1 Aspectos ASG
Ambiental, Social e Governança
782
782
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Inves&mento ASG
O Inves&mento ASG, sigla para Ambiental, Social e Governança, envolve justamente
alguma questão relacionada respec7vamente à conservação do mundo natural, à
consideração de pessoas e relacionamentos e a padrões para administrar uma empresa,
focando na sustentabilidade de longo prazo.

Há várias definições, mais ou menos amplas, mas todas remetem a algum dos temas
Ambiental, Social e Governança. Dessa forma, é comum ouvir termos como Inves7mento
Responsável, de Impacto Social, Sustentável, É7co.

Outra definição que remete ao inves7mento ASG são os 6tulos verdes, conhecidos pelo
nome em inglês Green Bonds, des&nados a incen&var a sustentabilidade e apoiar
projetos ambientais especiais relacionados ao clima ou outros &pos.

783
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Inves&mento ASG
A seguir, algumas questões que podem ser consideradas ASG em cada um dos três
fatores:

Ø Ambiental: tecnologia limpa, poluição, emissão de carbono, eficiência energé7ca,


uso de recursos naturais, gestão de resíduos, escassez de água, desmatamento;
Ø Social: direitos humanos, treinamento da força de trabalho, polí7ca de inclusão e
diversidade, privacidade e segurança de dados, polí7cas e relações de trabalho,
sa7sfação do cliente, engajamento dos funcionários, gerenciamento da cadeia de
suprimentos, trabalho análogo ao escravo ou infan7l;
Ø Governança: remuneração do conselho de administração, é7ca, transparência,
independência do conselho, diversidade na composição do conselho de
administração, combate a corrupção e suborno, hones7dade fiscal, estruturas para
denúncias de irregularidades, controles internos e gerenciamento de riscos.

784
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Estratégias de inves&mento
Existem diversas estratégias que incluem fatores ASG na análise de inves7mento; porém,
não há uma solução única, cabendo ao gestor ou ao inves7dor adequá-la às suas
necessidades.

Pode também ser escolhida mais de uma estratégia. Dentre as principais, destacamos:
Ø Filtro nega&vo: bastante u7lizado, remete à exclusão de inves&mentos de acordo
com critérios ASG. Tais critérios refletem justamente os valores é7cos do gestor ou
inves7dor, englobando situações em que não são cumpridas normas mínimas
estabelecidas por organizações internacionais ou nacionais. Alguns exemplos: setores
de armamento, tabagista, de bebidas alcóolicas, de energia nuclear, de apostas, de
pornografia, entre outros.

Ø Filtro posi&vo: segue a mesma lógica do filtro nega7vo, mas na direção oposta, ao
incluir inves&mentos que atendam aos critérios ASG. Englobam também os
inves7mentos temá7cos, normalmente relacionados à sustentabilidade. Por
exemplo, se um dos critérios do filtro posi7vo ASG for a redução da emissão de
carbono, são selecionados países, setores ou empresas que apresentam alguma
polí7ca a7va de redução de emissão de carbono para receber o inves7mento.
785
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Estratégias de inves&mento
Mais algumas estratégias que destacamos:

Ø Best-in-class: 7po de filtro posi7vo, que funciona como um ranking, ao selecionar


critérios ASG para avaliação de um inves7mento ou projeto. Uma vez selecionados e
classificados em um ranking, os melhores inves7mentos ou projetos em relação a
seus pares são escolhidos para receberem o inves7mento. Dessa forma, é possível
iden7ficar vantagens compe77vas entre empresas do mesmo setor, o que tende a
o7mizar o uso dos recursos para inves7r;

Ø Integração ASG: incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança nos


modelos de análise financeira da empresa ou do projeto. Com isso, é possível
considerar os impactos que determinados fatores possivelmente terão no futuro da
empresa, no perfil de risco ou na geração de lucros. Exemplo: , por exemplo, o
modelo de análise financeira aplicará um desconto no valua7on de uma empresa
que não contempla boas prá7cas de governança corpora7va;

786
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Estratégias de inves&mento
Por fim, destacamos também:

Ø Inves&mento de impacto: feitos em setores, companhias ou projetos focados na


geração de impacto social e ambiental, com a premissa principal de que tais
impactos sejam mensuráveis, sendo a performance do inves7mento medida pela
combinaçã do impacto gerado na sociedade e/ou no meio ambiente e do retorno
financeiro; e

Ø Engajamento corpora&vo: Também conhecido por a7vismo acionário, está


relacionado à u7lização da par7cipação acionária que determinados os inves7dores
detêm para influenciar a estratégia da empresa na adoção de polí7cas ASG.

787
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Materialidade
A materialidade está relacionada ao processo de definição de aspectos ASG relevantes,
isto é, que possam influenciar, de forma relevante, as avaliações e decisões dos diversos
stakeholders. Por exemplo, os fatores que podem influenciar a decisão de inves7mentos
de administradores, gestores e inves7dores são temas considerados materiais.

Em outras palavras, descreve como todo o processo de inclusão de fatores ASG impactará
os inves7mentos, os clientes, o meio ambiente e a sociedade.

Nesse processo são definidos:


Ø fatores ASG relevantes;
Ø como tais fatores irão apoiar na iden7ficação de oportunidades;
Ø tendencias e riscos dos inves7mentos;
Ø quais informações serão consideradas para a realização da analise e divulgação dos
resultados; e
Ø como será́ o ciclo de inves7mento, desde o processo de analise até a realização, bem
como a sua manutenção.

788
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
PRI
O PRI, Principles for Responsible Investment, ou Princípios para Inves7mentos Responsáveis,
é uma inicia&va de grandes inves&dores, com apoio da ONU, para estabelecimento de
princípios sobre a incorporação de temas ASG às respec&vas análises e processos. O
obje7vo é monitorar a incorporação de temas ASG por inves7dores ins7tucionais e dos
processos de due dilligence de inves7mentos.

No total, são 6 princípios que fazem parte de um compromisso entre os signatários:


1. Incorporaremos questões ASG na análise de inves7mentos e nos processos de tomada
de decisão;
2. Seremos proprietários a7vos e incorporaremos questões ASG em nossas polí7cas e
prá7cas;
3. Buscaremos a divulgação apropriada sobre questões ASG pelas en7dades em que
inves7mos;
4. Promoveremos a aceitação e implementação dos Princípios no setor de
inves7mentos;
5. Trabalharemos juntos para aumentar nossa eficácia na implementação dos Princípios;
6. Cada um de nós relatará suas a7vidades e progresso na implementação dos
Princípios.

789
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Obje&vos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS)
Os Obje7vos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a
pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garan7r que as pessoas, em todos os lugares,
possam desfrutar de paz e de prosperidade.

790
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Código Brasileiro de Stewardship
Stewardship, ou administração, é um termo que pode ser compreendido pela visão de
que o relacionamento entre empresas e inves7dores ins7tucionais deve se pautar por
prá7cas de governança e princípios que refletem a sustentabilidade dos negócios e a
responsabilidade dos acionistas.

O Código Brasileiro de Stewardship foi lançado pela Amec (associação que reúne cerca de
60 inves7dores ins7tucionais, responsáveis por aproximadamente R$ 700 bilhões sob
gestão), e pela CFA Society do Brasil. O obje7vo do Código como é desenvolver e
disseminar a cultura de stewardship no Brasil, promovendo o senso de propriedade nos
inves7dores ins7tucionais e criando padrões de engajamento responsável.

Nele, são definidos alguns mecanismos que devem ser respeitados no processo de
inves7mento, intensificando a responsabilidade sobre a governança de seus
inves7mentos.

791
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Código Brasileiro de Stewardship
De acordo com o Código, os inves7dores ins7tucionais, no cumprimento de seu dever
fiduciário para com seus beneficiários finais, devem:
1. Implementar e divulgar programa de stewardship;
2. Implementar e divulgar mecanismos de administração de conflitos de interesses;
3. Considerar aspectos ASG nos seus processos de inves7mento e a7vidades de
stewardship;
4. Monitorar os emissores de valores mobiliários inves7dos;
5. Ser a7vos e diligentes no exercício dos seus direitos de voto;
6. Definir critérios de engajamento cole7vo; e
7. Dar transparência às suas a7vidades de stewardship.

792
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Títulos ASG
Um mtulo ASG é um mtulo de dívida cujo emissor investe em empresas com altos padrões
Ambientais, Sociais e de Governança. Podem ser emi7dos por empresas, governos e
en7dades mul7laterais para atrair capital para projetos cujo obje7vo seja gerar um
impacto socioambiental posi7vo. Em linhas gerais, podemos elencar os seguintes mtulos
ASG:
Ø Títulos Verdes (Green Bonds): financiamento de projetos com evidente benencio
ambiental;
Ø Títulos Sociais (Social Bonds): financiamento de projetos que atendam questões
sociais e/ou procurem resultados posi7vos para populações específicas;
Ø Títulos Sustentáveis: combinam aspectos dos Títulos Verdes e também dos Títulos
Sociais, englobando projetos com caráter socioambiental;
Ø Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds): instrumentos
de dívida que tem como obje7vo final fazer com que o emissor alcance metas ASG,
medidas a par7r de indicadores-chave de desempenho. Podem ter suas
caracterís7cas financeiras e estruturais alteradas dependendo do a7ngimento das
metas de sustentabilidade pré-estabelecidas; e
Ø Títulos ODS: Título Verde, Social ou Sustentável cuja estruturação passou pelo
processo de alinhamento com os Obje7vos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

793
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Referências Internacionais
Algumas referências internacionais relevantes para o contexto ASG são:
Ø NGFS – Network for Greening the Financial System (G-20) - Recomendações para
bancos centrais e supervisores do sistema financeiro com foco em risco climá7co
e de maior ambiente Prudencial - supervisão de riscos climá7cos e de meio
ambiente, análise de impactos e apoio a finanças verdes.
Ø SBN – Sustainable Banking Network (IFC/WB) - Organismo de apoio à
implementação de melhores prá7cas composto por associações de bancos e
reguladores de mercados emergentes. Apoio ao desenvolvimento e à
implementação de padrões ASG e inovação em finanças verdes/climá7cas em
mercados emergentes.
Ø Principles for Responsible Banking (UNEP FI) - Adesão a princípios voltados para a
adoção da agenda de sustentabilidade, de padrões de repor:ng e de metas por
bancos. Alinhamento com a agenda de sustentabilidade (ODS e Acordo de Paris) e
definição de impactos e metas pelos bancos.
Ø Sustainable Finance Network (Io): Plataforma para compar7lhamento de
informações entre reguladores de valores mobiliários, formação de força-tarefa e
estabelecimento de recomendações. Troca de informações e estabelecimento de
padrões mínimos de transparência em emissões no mercado de capitais.
794
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Greenwashing
Greenwashing refere-se ao ato de fornecer ao público ou inves&dor informações
enganosas ou mesmo falsas sobre o impacto ambiental dos produtos e operações de
uma empresa. Envolve fazer uma alegação infundada para enganar os consumidores,
fazendo-os acreditar que os produtos de uma empresa são ecologicamente corretos ou
têm um impacto ambiental posi7vo maior do que realmente têm.

Além disso, o Greenwashing pode ocorrer quando uma empresa tenta enfa&zar os
aspectos sustentáveis de um produto para ofuscar o envolvimento da empresa em
prá&cas prejudiciais ao meio ambiente. Alguns exemplos dessa prá7ca no mercado
financeiro incluem:
Ø Um fundo tem “ASG” no nome, mas só usa uma estratégia de filtro nega7vo limitada
para excluir inves7mentos em armas polêmicas, não considerando materialmente
fatores ASG no resto de suas estratégias de inves7mento.
Ø Um fundo inclui “fatores ASG” no nome, mas seus obje7vos de inves7mento
afirmam apenas que ele busca fornecer valorização do capital, inves7ndo
principalmente em ações.
Ø Um fundo tem a palavra “sustentável” no nome, mas seus obje7vos de inves7mento
apenas fazem referência ao desempenho financeiro.

795
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Legislação
A Resolução CMN 4.943/2021 alterou a Resolução CMN 4.557, que dispõe sobre a
estrutura de gerenciamento de riscos, a estrutura de gerenciamento de capital e a polí7ca
de divulgação de informações, ao incluir nessa úl&ma os riscos social, ambiental e
climá&co.

Por sua vez, a Resolução CMN 4.944/2001 alterou a Resolução CMN 4.606, que dispõe
sobre a metodologia faculta7va simplificada para apuração do requerimento mínimo de
Patrimônio de Referência Simplificado (PRS5), ao também incluir os riscos social,
ambiental e climá&co.

Já a Resolução CMN 4.945/2021 passou a exigir que as ins7tuições financeiras e demais


ins7tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil estabeleçam uma
Polí&ca de Responsabilidade Social, Ambiental e Climá&ca (PRSAC) e implementem
ações com vistas à sua efe&vidade.

796
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aspectos ASG
Legislação
Além disso, a Resolução BCB 139/2021 trouxe orientações a respeito da divulgação do
Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climá&cas (GRSAC), cujas
tabelas devem ser padronizadas conforme Instrução Norma&va BCB 153/2021. O
Relatório GRSAC deve ser divulgado por bancos múl7plos, bancos comerciais, bancos de
inves7mento, bancos de câmbio e caixas econômicas.

Já a Resolução CMN 4.661, que dispõe sobre as diretrizes de aplicação dos recursos
garan7dores dos planos administrados pelas En7dades Fechadas de Previdência
Complementar (EFPC), determina que tais en7dades devem considerar na análise de
riscos, sempre que possível, os aspectos relacionados à sustentabilidade econômica,
ambiental, social e de governança dos inves&mentos.

Temos também Resolução CVM 87, que altera a Resolução CVM 80, que por sua vez
dispõe sobre o registro e a prestação de informações periódicas e eventuais dos emissores
de valores mobiliários admi7dos à negociação em mercados regulamentados de valores
mobiliários.

797
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Legislação
O Anexo C da Resolução CVM 87 traz uma sessão sobre informações relacionadas a itens
Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) do emissor. Esse Anexo, na seção dos
Comentários dos Diretores, também pede informações sobre oportunidades inseridas no
plano de negócios do emissor relacionadas a questões ASG e, em Fatores de Risco,
também solicita informações sobre questões sociais, ambientais e climá&cas.

Ainda no Anexo C da Resolução CVM 87, na parte do Conselho de Administração, é


solicitado que seja indicado, se houver, canais ins&tuídos para que questões crí&cas
relacionadas a temas e prá&cas ASG e de conformidade cheguem ao conhecimento do
Conselho de Administração.

Na parte de Remuneração dos Administradores do emissor, há uma seção que solicita a


descrição dos principais indicadores de desempenho nele levados em consideração,
inclusive, se for o caso, indicadores ligados a questões ASG.

Por fim, na seção de Recursos Humanos, há solicitação da descrição de indicadores de


diversidade.

798
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

11.2 Reporte de informações em


sustentabilidade
799
799
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Reporte de Informações em Sustentabilidade
GRI (Global Repor+ng Ini+a+ve)
Um aspecto muito relevante para apoiar decisões sobre inves7mentos ASG é a busca por
uma padronização do reporte de inicia7vas nas áreas Ambiental, Social e de Governança.
Vamos destacar três padrões de reporte: GRI, SASB e TCFD.

A GRI (Global Repor2ng Ini2a2ve) é a organização internacional independente que ajuda


empresas e outras organizações a assumirem a responsabilidade por seus impactos,
fornecendo-lhes a linguagem global comum para comunicar esses impactos – os Padrões
GRI.

A organização trabalha com empresas, inves7dores, formuladores de polí7cas, sociedade


civil e organizações trabalhistas para desenvolver os Padrões GRI e promover seu uso por
organizações em todo o mundo.

Com milhares de reportes em mais de 100 países, os Padrões GRI estão avançando na
prá7ca de relatórios de sustentabilidade e permi7ndo que as organizações e suas partes
interessadas tomem melhores decisões que criem benencios econômicos, ambientais e
sociais.

800
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Reporte de Informações em Sustentabilidade


GRI (Global Repor+ng Ini+a+ve)
Os Padrões GRI permitem que qualquer organização entenda e relate seus impactos na
economia, no meio ambiente e nas pessoas de maneira comparável e confiável,
aumentando assim a transparência em sua contribuição para o desenvolvimento
sustentável. Além das empresas relatoras, os Padrões são altamente relevantes para
muitas partes interessadas - incluindo inves7dores, formuladores de polí7cas, mercados
de capitais e sociedade civil.

Os Padrões Universais , que incluem relatórios sobre direitos humanos e due diligence
ambiental, se aplicam a todas as organizações; já os novos Padrões Setoriais permitem
relatórios mais consistentes sobre impactos específicos do setor;

Por fim, há os Padrões de Tópicos, adaptados para serem usados com os Padrões
Universais revisados, que listam as divulgações relevantes para um tópico específico.

801
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Reporte de Informações em Sustentabilidade
SASB
O SASB, Sustainability Accoun:ng Standards Board, traduzindo livremente Conselho de
Padrões Contábeis de Sustentabilidade, tem como obje7vo principal é desenvolver
padrões de contabilidade de sustentabilidade.

As Normas SASB orientam a divulgação de informações de sustentabilidade


financeiramente relevantes pelas empresas aos seus inves7dores. Disponível para 77
setores, os Padrões iden7ficam o subconjunto de questões ambientais, sociais e de
governança (ASG) mais relevantes para o desempenho financeiro em cada setor.

Os Padrões SASB são man7dos pela Value Repor7ng Founda7on, uma organização global
sem fins lucra7vos, cujo conselho de administração supervisiona a estratégia, as finanças
e as operações de toda a organização e nomeia os membros do Conselho de Padrões do
SASB. O Conselho de Padrões SASB é um conselho independente responsável pelo devido
processo, resultados e ra7ficação dos Padrões SASB.

802
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Reporte de Informações em Sustentabilidade


SASB
O SASB desenvolveu um conjunto completo de Padrões específicos do setor e aplicáveis
globalmente que iden7ficam o conjunto mínimo de tópicos de sustentabilidade
financeiramente relevantes e suas métricas associadas para a empresa mpica de um setor.

Além disso, fornece um Guia de Engajamento para inves7dores considerarem questões a


serem discu7das com empresas sobre questões financeiras relevantes, bem como um
Guia de Implementação para empresas que explica questões e abordagens a serem
consideradas ao implementar as Normas SASB.

803
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Reporte de Informações em Sustentabilidade
TCFD
O Financial Stability Board (FSB) criou o chamado TCFD (Task-Force on Climate-Related
Financial Disclosures), ou Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao
Clima. O obje7vo foi desenvolver recomendações sobre os 7pos de informações que as
empresas devem divulgar para apoiar inves7dores, credores e subscritores de seguros na
avaliação e precificação adequada de um conjunto específico de riscos relacionados às
mudanças climá7cas.

O FSB acredita que, por meio da ampla adoção de suas recomendações, os riscos e
oportunidades financeiros relacionados às mudanças climá7cas se tornarão uma parte
natural dos processos de gerenciamento de risco e planejamento estratégico das
empresas.

E, à medida que isso ocorre, a compreensão das empresas e dos inves7dores sobre as
potenciais implicações financeiras associadas à transição para uma economia de baixo
carbono e os riscos nsicos relacionados ao clima aumentará. Na mesma direção, as
informações se tornarão mais úteis para a tomada de decisões e riscos e oportunidades
serão precificados com mais precisão, permi7ndo uma alocação mais eficiente de capital.

804
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Reporte de Informações em Sustentabilidade


TCFD
As recomendações feitas pelo TCFD para divulgação de informações sobre mudanças
climá7cas estão estruturadas em quatro áreas temá7cas:
Ø Governança: divulgar a governança da companhia sobre os riscos e oportunidades
relacionadas às mudanças climá7cas;
Ø Estratégia: divulgar os impactos reais e potenciais de riscos e oportunidades
relacionados às mudanças climá7cas sobre os negócios, a estratégia e o
planejamento financeiro da organização;
Ø Gestão de Risco: divulgar como a organização iden7fica, avalia e gerencia os riscos
relacionados às mudanças climá7cas; e
Ø Métricas e Metas: divulgar as métricas e as metas u7lizadas para avaliar e gerir riscos
e oportunidades relacionadas às mudanças climá7cas.

As quatro recomendações, por sua vez, estão inter-relacionadas e apoiadas por 11


divulgações recomendadas que constroem a estrutura com informações que devem
ajudar os inves7dores a entender como as organizações que divulgam tais informações
pensam e avaliam os riscos e oportunidades relacionados ao clima.

805
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.3 Consideração de Questões ASG
por Fundos de InvesCmento
806
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Consideração de questões ASG por Fundos
Processo que agrega polí7cas, prá7cas e informações de dados referentes a temas
ambientais, sociais e de governança corpora7va nos modelos de análise financeira e de
risco. Falando especificamente de fundos de inves7mento, são aqueles que consideram
questões ASG em suas polí7cas de inves7mento no alcance de seus obje7vos diversos.

A incorporação de fatores ASG na polí7ca de inves7mento do fundo se junta às avaliações


tradicionais, evidenciando os riscos que não são capturados pela análise financeira
tradicional, principalmente os de longo prazo, tornando as conclusões mais eficazes.

Nesse sen7do, desde o início de 2022, passaram a vigorar na autorregulação da Anbima o


documento “Regras e Procedimentos para Iden7ficação dos Fundos de Inves7mento
Sustentável (IS)”. Ele estabelece critérios e requisitos para iden7ficação de fundos de ações
ou de renda fixa como fundos de inves7mento sustentável. Eles devem atestar
formalmente o compromisso com a sustentabilidade, adotar ações regulares compa6veis
com o alcance e o monitoramento desse obje&vo e dar transparência a essas
caracterís&cas ao inves&dor e ao público em geral.

807
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Tendências sobre a iden&ficação de
fundos ASG
Uma das tendências internacionais é o uso de diversas abordagens para incorporar e a7ngir
obje7vos ASG.

Em vez de serem prescri7vas na definição de percentuais ou recomendação de uma ou


outra alterna7va, especialistas e reguladores têm destacado a importância de atestar a
consistência das metodologias u7lizadas, as fontes primárias de dados, os 7pos de
ferramentas empregadas, as métricas, as polí7cas de engajamento e/ou temá7cas
e as ações de monitoramento e diligência quanto a efe7vidade desses instrumentos.

É um processo de forma con7nuada.

808
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Tendências sobre a iden&ficação de
fundos ASG
De acordo com o Guia Anbima ASG II, que reúne aspectos ASG para gestores e fundos de
inves7mento, no processo de iden7ficação de fundos ASG, pode-se notar as seguintes
tendências:
Ø Assegurar consistência entre os compromissos assumidos e as prá7cas adotadas;
Ø U7lizar métricas e indicadores de desempenho e monitorar os resultados ao longo do
tempo;
Ø Adotar ações con7nuadas de diligências e engajamento relacionadas aos obje7vos do
fundo;
Ø Combinar metodologias e construir scores próprios; e
Ø Iden7ficar limitações das metodologias, dos dados e dos índices u7lizados.

809
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
Os critérios estabelecidos pela ANBIMA para gestores de fundos IS (Inves7mentos
Sustentáveis) e que consideram questões ASG tratam da existência de um compromisso
formal da sustentabilidade na a7vidade de gestão, governança e transparência.

O documento que formaliza tal compromisso deve conter uma descrição de diretrizes,
regras, procedimentos, critérios e/ou controles que sejam adotados em relação à
sustentabilidade na gestão de fundo ou fundos na ins7tuição, ao estágio e escopo de
implementação e à governança.

Esse documento deve estar disponível para consulta interna e pública e sofrer
atualizações em períodos não superiores a 24 meses.

Importante salientar que os requisitos aplicáveis ao gestor para iden7ficação de fundos


sustentáveis e que consideram questões ASG são condiçaões estabelecidas pela
autorregulação da Anbima.

810
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
São três grandes critérios estabelecidos pela ANBIMA para gestores de fundos IS
(Inves7mentos Sustentáveis) e que consideram questões ASG:

Ø Compromisso com a sustentabilidade: atestar o compromisso por meio de um


documento escrito que descreva diretrizes, regras, procedimentos, critérios e
controles referentes às questões ASG e/ou ao inves7mento sustentável. Mesmo que
não traga determinações específicas, ele deve, no mínimo, es7pular de forma escrita
prá7cas e procedimentos em sustentabilidade/ASG e ser aprovado, cons7tuindo
documento formal da ins7tuição;

Ø Governança: manter estrutura de governança dedicada às questões ASG, com uma


estrutura funcional, organizacional e de tomada de decisões adequada para que
sejam cumpridas as responsabilidades relacionadas à gestão dos fundos
sustentáveis. Recomenda-se também independência da área de ASG, com a
iden7ficação de profissional ou instância (como uma pessoa ou estrutura) com
poderes para analisar, indicar e supervisionar se os a7vos a serem adquiridos (ou
adquiridos) pelos fundos IS mencionados estão aderentes às polí7cas internas da
gestora; e
811
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
E, por fim:

Ø Transparência: Assegurar a divulgação da polí7ca de sustentabilidade e da respec7va


estrutura de governança em site, documento que formaliza prá7cas, procedimentos,
diretrizes em relação à sustentabilidade, em sua a7vidade de gestão, e documentos
que complementem suas ações a esse respeito. A adesão a organizações e inicia7vas
internacionais, como PRI, TCFD, entre outras, ou a códigos de stewardship, é
importante para ilustrar a disposição do gestor em estabelecer compromissos a
respeito de suas ações nessa agenda.

O gestor pode também estabelecer ações de monitoramento, verificação, auditoria ou


garan7a de sua abordagem de sustentabilidade. Esse serviço independente, a ser
solicitado por ele ou pelo administrador do fundo, visa avaliar se os métodos de
integração ASG ou os obje7vos de sustentabilidade informados aos co7stas estão sendo
cumpridos.

812
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Além dos critérios a serem aplicados ao gestor, mencionados anteriormente, a
denominação de um fundo como sustentável depende de um conjunto de requisitos
definidos pela Anbima no documento Regras e Procedimentos para Iden7ficação de
Fundos Sustentáveis.

A Anbima divide esses requisitos em 3 grandes frentes:

Ø Compromisso com a sustentabilidade: o regulamento deve trazer um resumo do


obje7vo de inves7mento sustentável do fundo, que por sua vez deve estar apto a
demonstrar o alinhamento da carteira com o obje7vo de inves7mento sustentável e
que os respec7vos inves7mentos não causam dano que comprometa esse obje7vo;

Ø Transparência: divulgar o obje7vo de inves7mento sustentável do fundo e as ações


adotadas para buscar e monitorar esse obje7vo, de forma clara, obje7va e
atualizada;

813
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
A Anbima divide esses requisitos em 3 grandes frentes:

Ø Ações con&nuadas: Adotar estratégia de inves7mento que inclua metodologias,


dados e ferramentas empregados para a7ngir o obje7vo de inves7mento sustentável
do fundo. Tais ações envolvem:
Ø limitações em metodologias, dados e ferramentas empregados e ações de
diligência adotadas a esse respeito;
Ø polí7cas de engajamento e demais medidas adotadas em relação ao obje7vo de
inves7mento sustentável do fundo;
Ø a forma de monitoramento para aferição dos obje7vos de inves7mento
sustentável do fundo; e
Ø o atendimento às mesmas ações, no caso de fundos que u7lizam benchmarks.

814
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
A Anbima é muito clara ao afirmar que não basta um fundo aplicar filtros posi&vos ou
nega&vos para ser considerado Inves&mento Sustentável. A aplicação desses filtros deve
estar inserida em uma estratégia abrangente de incorporação de polí7cas, prá7cas e
dados em sustentabilidade. Para tornar mais claro o entendimento, detalhamos melhor
como funcionam tais filtros:

Ø Filtro nega&vo: bastante u7lizado, remete à exclusão de inves&mentos de acordo


com critérios ASG. Tais critérios refletem justamente os valores é7cos do gestor ou
inves7dor, englobando situações em que não são cumpridas normas mínimas
estabelecidas por organizações internacionais ou nacionais. Alguns exemplos: setores
de armamento, tabagista, de bebidas alcóolicas, de energia nuclear, de apostas, de
pornografia, entre outros.
Ø Filtro posi&vo: segue a mesma lógica do filtro nega7vo, mas na direção oposta, ao
incluir inves&mentos que atendam aos critérios ASG. Englobam também os
inves7mentos temá7cos, normalmente relacionados à sustentabilidade. Por
exemplo, se um dos critérios do filtro posi7vo ASG for a redução da emissão de
carbono, são selecionados países, setores ou empresas que apresentam alguma
polí7ca a7va de redução de emissão de carbono para receber o inves7mento.
815
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Outro ponto muito destacado pela Anbima no Guia Anbima ASG II refere-se às ações
con7nuadas, um dos requisitos para fundos IS.

De acordo como Guia, o fundo deverá adotar um processo sistemá7co de engajamento


a7vo com as empresas da carteira a respeito de questões relevantes, para fins de seus
obje7vos.

Dependendo da estratégia escolhida, o gestor poderá ter que exercer um papel de


destaque como indutor de melhores prá7cas socioambientais e de governança nas
empresas inves7das. O engajamento a7vo pode ser pra7cado tanto por inves7dores de
ações quanto por detentores de mtulos de dívida.

Quanto ao poder de voto, o gestor deve estabelecer uma polí7ca e adotar prá7cas de
votação que estejam em harmonia com os obje7vos em sustentabilidade do fundo,
prá7ca também conhecida como proxy vo:ng.

816
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Em se tratando de fundos passivos que u&lizam índice como referência, é esperado que o
fundo seja capaz de atestar que o indicador u7lizado está alinhado ao obje7vo de
inves7mento sustentável.

Ainda segundo o Guia ASG II, o gestor poderá replicar índices que incorporam critérios de
sustentabilidade, refinar um indicador existente, construir um índice proprietário ou
envolver-se a7vamente com as empresas do índice em torno de questões de
sustentabilidade.

A metodologia do indicador ou aquela adotada deve ser formalizada e a performance do


índice em relação ao obje7vo do fundo deve ser monitorada, bem como de limitações
previamente iden7ficadas.

817
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Ainda no campo das Ações Con7nuadas mencionadas pela Anbima como requisito para
fundos IS, o engajamento corpora&vo, também chamado de a&vismo corpora&vo , ganha
destaque no Guia ASG II como forma de gestão a7va.

Ele tem como base a u7lização da par7cipação acionária que os inves7dores detêm para
influenciar a estratégia da empresa na adoção de polí7cas ASG, a7vidade fundamental na
gestão de um fundo IS.

Pode ser visto também como uma alterna7va ao desinves7mento: ao invés de vender
a7vos de empresas que não adotam polí7cas ASG ou que têm dificuldades em a7ngir
metas de sustentabilidade, os inves7dores mantêm sua par7cipação e tentam persuadir a
companhia a adotar melhores polí7cas em temas socioambientais.

Esse engajamento também é possível para inves7dores de renda fixa. Detentores de


mtulos de dívida podem se envolver com companhias de forma rea7va, mi7gando
problemas, ou proa7va, apoiando na definição e a7ngimento de metas.

818
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Quando falamos das ações ASG na prá7ca, é fundamental para o fundo a definição e
mensuração de obje7vos em sustentabilidade e o respec7vo alinhamento da carteira.

Ainda que cada fundo possa selecionar diferentes obje7vos e as metodologias associadas,
estes poderão incluir, especificamente:

Ø Obje&vos relacionados à geração de impacto posi&vo por parte do gestor e suas


externalidades posi&vas: ao estabelecer os seus obje7vos e criar a sua carteira, o
gestor deve avaliar se a maior parte das receitas de uma empresa
deriva de produtos e serviços que ajudam a a7ngir os obje7vos,
se os produtos ou serviços da companhia atendem a uma necessidade social ou
ambiental que dificilmente será sa7sfeita por terceiros (como concorrentes ou
governo) e/ou se a empresa realiza a7vidades econômicas que contribuem para um
obje7vo de sustentabilidade;

819
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Ø Obje&vos relacionados à iden&ficação e à mi&gação dos impactos adversos sobre
os fatores de sustentabilidade decorrentes de inves&mentos, evitando-se danos ou
degradações. Por meio de decisões de alocações de capital,
os par7cipantes do mercado financeiro podem provocar, ou
pelo menos possibilitar, impactos nega7vos causados pelas
suas decisões em relação a questões ASG. Por exemplo, um gestor de a7vos que
financia uma empresa de roupa a varejo poderá involuntariamente contribuir para a
exploração de mão de obra infan7l ou, ao inves7r em uma empresa de automóveis
elétricos, o gestor pode provocar a emissão de dióxido de carbono na cadeia de
manufatura. Dessa forma, o fundo poderá apresentar, como seus obje7vos em
sustentabilidade, a anulação gradual desses impactos nega7vos.

820
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Ø Obje&vos relacionados à melhoria das credenciais de sustentabilidade das
empresas inves&das, por meio de ações de engajamento a&vo, guiadas pela
aplicação de planos de ação sistemá&cos e pela u&lização de métricas qualita&vas
ou quan&ta&vas. Se, por exemplo, o obje7vo for fomentar a educação de jovens de
baixa renda, o gestor não deverá inves7r em empresas privadas de educação que
não tenham programas de inclusão educacional ou de concessão de bolsas de
estudo. Caso o propósito for contribuir para a sustentabilidade corpora7va, não
deverá manter na carteira empresas com as quais o fundo não tenha adotado um
plano de ação para melhorar o seu desempenho em sustentabilidade.

821
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Importante também ressaltar que os inves&mentos não podem causar danos aos
obje&vos do fundo.

Por exemplo, se o foco do gestor for mi7gar os efeitos das alterações climá7cas, não
deverá apoiar financeiramente empresas cujas a7vidades têm algum efeito de impactar
nega7vamente a flora ou fauna local ao interferir na gestão de águas ou de solos.

Ou ainda o gestor não deverá inves7r em empresas cujos produtos e serviços estejam
alinhados com os obje7vos em sustentabilidade dele se essas empresas 7verem
problemas de transparência, de governança, ou de violações dos direitos humanos, por
exemplo.

O gestor deve adotar instrumentos qualita&vos ou quan&ta&vos para monitorar o


progresso e verificar se alcançou os seus obje&vos. Sempre que possível, também deve
ser verificado o princípio da adicionalidade, isto é, iden7ficar as diferenças entre o a7vo
que foi afetado pelo inves7mento e o que teria acontecido caso não 7vesse recebido o
inves7mento.

822
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Integração ASG em Ações
Ainda que os princípios inerentes ao ASG possam ser aplicados a todas as transações
financeiras, as prá7cas ASG devem ser moldadas de acordo com cada classe de a7vo,
respeitando-se as caracterís7cas próprias de cada uma delas.

Com relação à integração das prá7cas ASG em a7vos de renda variável, destacamos o
seguinte:
Ø Due diligence: o processo deve ser guiado por 7pologias reconhecidas, devendo
cada gestor deverá adotar um processo para iden7ficar, prevenir, mi7gar e
contabilizar qualquer impacto adverso causado por fatores de sustentabilidade na
cadeia de valor de sua a7vidade. A organização deve integrar os resultados do
processo de due diligence de sustentabilidade nas outras fases do ciclo de
inves7mento, tais como inves7mento, holding e saída, como também no processo de
due diligence mais amplo.

823
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Integração ASG em Ações
Com relação à integração das prá7cas ASG em a7vos de renda variável, ainda destacamos:

Ø Modelos de valua&on: se o gestor seguir estratégias fundamentalistas, deve revisar


as metodologias de avaliação de ações, por exemplo, ajustando as demonstrações
financeiras, as variáveis de avaliação da empresa, os múl7plos de avaliação (para
calcular múl7plos “integrados ao ASG”) e as previsões financeiras e es7ma7vas de
fluxo de caixa. Caso o gestor adote estratégias quan7ta7vas, deve construir modelos
que integrem critérios ASG materiais juntamente com fatores como vola7lidade,
valor, momentum, tamanho e crescimento.

824
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Fundos ASG
Integração ASG em Renda Fixa
Para mtulos corpora7vos ou outros mtulos de dívida corpora7va, o gestor deve:

Ø Integrar fatores ASG materiais na pesquisa de crédito interna e na avaliação da


qualidade de crédito dos emissores;
Ø ajustar as previsões financeiras e as es7ma7vas de fluxo de caixa futuro integrando a
análise ASG; e
Ø classificar um emissor em relação a um grupo de pares escolhido com base na
análise ASG.

Também é possível analisar os spreads de mtulos ASG de um emissor e seu valor rela7vo
em relação aos de seus pares do setor para descobrir se todos os fatores de risco estão
cotados. Para mtulos, deve-se considerar fatores ASG na análise do crédito soberano, tais
como risco relacionado ao clima, renda per capita ou transição de energia.

825
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
ETFs ASG
Os ETFs (Exchange Traded Funds), conhecidos também como Fundos de Índice, são fundos
abertos que buscam obter retorno semelhante com base em determinado índice, com a
diferença que suas cotas são negociadas em bolsa ou mercado de balcão, como se fossem
ações ou fundos fechados. Estes fundos devem manter 95%, no mínimo, de seu
patrimônio líquido aplicado em valores mobiliários de renda fixa ou outros a7vos de
renda variável autorizados pela CVM.

Em se tratando de um ETF ASG, no Brasil é possível estruturá-lo, por exemplo, seguindo o


Índice S&P/B3 Brasil ESG. Esse índice tem como obje7vo medir a performance das
empresas com as melhores prá&cas de sustentabilidade baseadas em critérios ASG.

O índice adota como principal fator de ponderação as notas ASG das companhias elegíveis
à carteira teórica, através de uma metodologia proprietária da Standard&Poor’s, que
também é u7lizada no índice Dow Jones Sustainability. Além disso, o índice exclui ações
com base na sua par7cipação em certas a7vidades comerciais, no seu desempenho em
comparação com o Pacto Global da ONU e também empresas sem pontuação ASG da S&P
DJI.

826
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

11.4 Regulação e Autorregulação ASG


827
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Conceito
q A Resolução CMN nº 4.943/2021, que altera a Resolução nº 4.557/2017, dispõe sobre
a estrutura de gerenciamento de riscos, a estrutura de gerenciamento de capital e a
polí&ca de divulgação de informações para nortear a gestão de risco ambiental, social
e de governança dos seus regulados. Para monitorar a exposição ao risco ASG, as
ins7tuições financeiras passam a ter o dever de implementar a PRSAC (Polí&ca de
Responsabilidade Social, Ambiental e Climá&ca).

q Essa resolução avalia os níveis de riscos que a ins7tuição está disposta a assumir,
discriminados por 7po de risco e, quando aplicável, por diferentes horizontes de
tempo.
Ø 1° O Risco Social
Ø 2° O Risco Ambiental
Ø 3° O Risco Climá&co

828
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


Risco Social
Risco Social é a possibilidade de ocorrência de perdas para a ins7tuição ocasionadas por
eventos associados à violação de direitos e garan7as fundamentais ou a atos lesivos a
interesse comum.

São exemplos de eventos de risco social a ocorrência ou, conforme o caso, os indícios da
ocorrência de:

I - ato de assédio, de discriminação ou de preconceito com base em atributos pessoais,


tais como etnia, raça, cor, condição socioeconômica, situação familiar, nacionalidade,
idade, sexo, orientação sexual, iden7dade de gênero, religião, crença, deficiência,
condição gené7ca ou de saúde e posicionamento ideológico ou polí7co;

II - prá7ca relacionada ao trabalho em condições análogas à escravidão;

III - exploração irregular, ilegal ou criminosa do trabalho infan7l;

IV - prá7ca relacionada ao tráfico de pessoas, à exploração sexual ou ao proveito


criminoso da pros7tuição;

829
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
V - não observância da legislação previdenciária ou trabalhista, incluindo a legislação
referente à saúde e segurança do trabalho;

VI - ato irregular, ilegal ou criminoso que impacte nega7vamente povos ou comunidades


tradicionais, entre eles indígenas e quilombolas, incluindo a invasão ou a exploração
irregular, ilegal ou criminosa de suas terras;

VII - ato lesivo aos patrimônios público, histórico, cultural ou à ordem urbanís7ca;

VIII - prá7ca irregular, ilegal ou criminosa associada a alimentos ou a produtos


potencialmente danosos à sociedade, sujeitos a legislação ou regulamentação específica,
entre eles agrotóxicos, substâncias capazes de causar dependência, materiais nucleares
ou radioa7vos, armas de fogo e munições;

IX - exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, rela7vamente à


violação de direito ou de garan7a fundamental ou a ato lesivo a interesse comum, entre
eles recursos hídricos, florestais, energé7cos e minerais, incluindo, quando aplicável, a
implantação e o desmonte das respec7vas instalações;

X - tratamento irregular, ilegal ou criminoso de dados pessoais.


830
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


Risco Ambiental
Risco Ambiental é a possibilidade de ocorrência de perdas para a ins7tuição ocasionadas
por eventos associados à degradação do meio ambiente, incluindo o uso excessivo de
recursos naturais.

São exemplos de eventos de risco ambiental a ocorrência ou, conforme o caso, os


indícios da ocorrência de:

I - conduta ou a7vidade irregular, ilegal ou criminosa contra a fauna ou a flora, incluindo


desmatamento, provocação de incêndio em mata ou floresta, degradação de biomas ou
da biodiversidade e prá7ca associada a tráfico, crueldade, abuso ou maus-tratos contra
animais;

II - poluição irregular, ilegal ou criminosa do ar, das águas ou do solo;

III - exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, rela7vamente à


degradação do meio ambiente, entre eles recursos hídricos, florestais, energé7cos e
minerais, incluindo, quando aplicável, a implantação e o desmonte das respec7vas
instalações;

831
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Risco Ambiental
IV - descumprimento de condicionantes do licenciamento ambiental;

V - desastre ambiental resultante de intervenção humana, rela7vamente à degradação do


meio ambiente, incluindo rompimento de barragem, acidente nuclear ou derramamento
de produtos químicos ou resíduos no solo ou nas águas;

VI - alteração em legislação, em regulamentação ou na atuação de instâncias


governamentais, em decorrência de degradação do meio ambiente, que impacte
nega7vamente a ins7tuição;

VII - ato ou a7vidade que, apesar de regular, legal e não criminoso, impacte
nega7vamente a reputação da ins7tuição, em decorrência de degradação do meio
ambiente.

832
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


Risco Climá&co
q O risco climá7co é subdividido em duas categorias: Risco Climá&co de Transição e
Risco climá&co Físico.

Ø Risco climá&co de transição: possibilidade de ocorrência de perdas para a


ins7tuição ocasionadas por eventos associados ao processo de transição para uma
economia de baixo carbono, em que a emissão de gases do efeito estufa é reduzida
ou compensada e os mecanismos naturais de captura desses gases são preservados;

Exemplos de eventos de risco climá&co de transição:


I - Alteração em legislação, em regulamentação ou em atuação de instâncias
governamentais, associada à transição para uma economia de baixo carbono, que impacte
nega7vamente a ins7tuição;
II - Inovação tecnológica associada à transição para uma economia de baixo carbono que
impacte nega7vamente a ins7tuição;
III - Alteração na oferta ou na demanda de produtos e serviços, associada à transição para
uma economia de baixo carbono, que impacte nega7vamente a ins7tuição;
IV - Percepção desfavorável dos clientes, do mercado financeiro ou da sociedade em geral
que impacte nega7vamente a reputação da ins7tuição rela7vamente ao seu grau de
contribuição na transição para uma economia de baixo carbono.
833
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Risco Climá&co
Ø Risco climá&co qsico: possibilidade de ocorrência de perdas para a ins7tuição
ocasionadas por eventos associados a intempéries frequentes e severas ou a
alterações ambientais de longo prazo, que possam ser relacionadas a mudanças em
padrões climá7cos.

Exemplos de eventos de risco climá&co qsico:


I - Condição climá7ca extrema, incluindo seca, inundação, enchente, tempestade, ciclone,
geada e incêndio florestal;
II - alteração ambiental permanente, incluindo aumento do nível do mar, escassez de
recursos naturais, deser7ficação e mudança em padrão pluvial ou de temperatura.

834
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


Estrutura de Gerenciamento de Riscos
A estrutura de gerenciamento de riscos de prever mecanismos para a:

q Iden&ficação e o monitoramento do risco social, do risco ambiental e do risco


climá&co incorridos pela ins7tuição em decorrência dos seus produtos, serviços,
a7vidades ou processos e das a7vidades desempenhadas por:

Ø Contrapartes da ins7tuição;
Ø En7dades controladas pela ins7tuição;
Ø Fornecedores e prestadores de serviços terceirizados da ins7tuição, quando
relevantes, com base em critérios por ela estabelecidos.

q Iden7ficação, avaliação, classificação e mensuração do risco social, do risco ambiental e


do risco climá7co com base em critérios e informações consistentes e passíveis de
verificação, incluindo informações de acesso público;

835
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Estrutura de Gerenciamento de Riscos
q Registro de dados relevantes para o gerenciamento, incluindo, quando disponíveis,
dados referentes às perdas incorridas pela ins7tuição, discriminadas, conforme o caso,
em risco social, risco ambiental ou risco climá7co e com respec7vo detalhamento de
valores, natureza do evento, região geográfica, definida com base em critérios claros e
passíveis de verificação, e setor econômico associado à exposição;

q Iden&ficação tempes&va de mudanças polí&cas, legais, regulamentares, tecnológicas


ou de mercado, incluindo alterações significa7vas nas preferências de consumo, que
possam impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental ou o risco
climá7co incorrido pela ins7tuição, bem como procedimentos para a mi7gação desses
impactos;

q Monitoramento de concentrações de exposições a setores econômicos ou a regiões


geográficas, definidas com base em critérios consistentes e passíveis de verificação,
mais suscemveis de sofrer ou de causar danos sociais, ambientais ou climá7cos, e,
quando apropriado, estabelecimento de limites para essas exposições;

836
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


Estrutura de Gerenciamento de Riscos
q Iden&ficação tempes&va de percepção nega&va de clientes, do mercado financeiro e
da sociedade em geral sobre a reputação da ins&tuição, quando essa percepção possa
impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental e o risco climá7co por
ela incorrido;

q Realização de análise de cenários, no âmbito do programa de testes de estresse que


considerem hipóteses de mudanças em padrões climá7cos e de transição para uma
economia de baixo carbono.

837
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
q As ins7tuições financeiras e demais ins7tuições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil devem estabelecer a PRSAC (Polí&ca de Responsabilidade Social,
Ambiental e Climá&ca), de acordo com a Resolução CMN nº4945/2021, e implementar
ações com vistas à sua efe7vidade, as quais devem ser:

Ø Proporcionais ao modelo de negócio, à natureza das operações e à complexidade


dos produtos, dos serviços, das a7vidades e dos processos da ins7tuição;

Ø Adequadas à dimensão e à relevância da exposição ao risco social, ao risco


ambiental e ao risco climá7co.

q A PRSAC consiste no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social, de natureza


ambiental e de natureza climá&ca a ser observado pela ins7tuição na condução dos
seus negócios, das suas a7vidades e dos seus processos, bem como na sua relação com
as partes interessadas.

838
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


PRSAC
q As ins7tuições financeiras podem ser obrigadas ou facultadas a possuir o comitê de
responsabilidade social, ambiental e climá&ca que possui as seguintes atribuições:

Ø Propor recomendações ao conselho de administração sobre o estabelecimento e a


revisão da PRSAC;

Ø Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC e, quando


necessário, propor recomendações de aperfeiçoamento;

q A cons7tuição do comitê de responsabilidade social, ambiental e climá7ca, é vinculado


ao conselho de administração da ins7tuição financeira ou, no caso de inexistência
deste, à diretoria da ins&tuição.

q Compete à diretoria da ins7tuição conduzir suas a7vidades em conformidade com a


PRSAC e com as ações implementadas com vistas à sua efe7vidade, cujos processos
devem ser avaliados periodicamente pela auditoria interna da ins7tuição.

839
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
q Ações necessárias:

Ø Envolver as áreas afins (Compliance, Risco, entre outras) na divulgação deste


norma7vo, observando a data para implementação da PRSAC;

Ø Indicar diretor responsável pelo cumprimento da regulamentação, bem como


designá-lo perante o Banco Central;

Ø Fazer constar, de forma expressa, no regimento interno da ins7tuição, ou


equivalente, as atribuições deste diretor;

Ø Manter à disposição do Banco Central por CINCO ANOS a documentação rela7va ao


estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua
efe7vidade.

840
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


PRSAC
q A PRSAC e respec7vas ações implementadas com vistas à sua efe7vidade, bem como
os critérios para a sua avaliação, devem ser divulgadas ao público externo, em local
único e de fácil iden7ficação no sí7o da ins7tuição na internet. Além disso, a PRSAC
deve ser atualizada, no mínimo, a cada 3 anos.

q O diretor nomeado para a gestão do PRSAC possui as seguintes atribuições:


I. Prestação de subsídio e par7cipação no processo de tomada de decisões
relacionadas ao estabelecimento e à revisão da PRSAC, auxiliando o conselho de
administração;
II. Implementação de ações com vistas à efe7vidade da PRSAC;
III. Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
IV. Aperfeiçoamento das ações implementadas, quando iden7ficadas eventuais
deficiências;
V. Divulgação adequada e fidedigna das informações (GRSAC).

841
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
GRSAC
q O Relatório GRSAC (Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e
Climá&cas) deve conter informações referentes aos seguintes tópicos associados ao
risco social, ao risco ambiental e ao risco climá7co, de que trata a Resolução CMN nº
4.557, de 2017:

Ø Governança do gerenciamento dos riscos social, ambiental e climá&co, incluindo as


atribuições e as responsabilidades das instâncias da ins7tuição envolvidas com o
gerenciamento do risco social, do risco ambiental e do risco climá7co, como o
conselho de administração, quando existente, e a diretoria da ins7tuição;

Ø Impactos reais e potenciais, quando considerados relevantes, dos riscos citados nas
estratégias adotadas pela ins7tuição nos negócios e no gerenciamento de risco e de
capital nos horizontes de curto, médio e longo prazos, considerando diferentes
cenários, segundo critérios documentados;

Ø Processos de gerenciamento dos riscos.

842
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Regulação e Autorregulação ASG


GRSAC
q As ins7tuições financeiras, ficam obrigadas a divulgar aos órgãos reguladores
(exemplo: Bacen, no mínimo uma vez por ano (com data base em 31/12, observado o
prazo máximo de noventa dias após a referida data-base), o relatório GRSAC o qual
deve conter, obrigatoriamente, informações qualita7vas sobre o gerenciamento de risco
e ser divulgado 90 dias após o encerramento do ano no máximo.

Admite-se a prorrogação da divulgação do GRSAC, de acordo com os prazos abaixo:


Ø Para o GRSAC de 2022, prazo máximo de 180 dias;
Ø Para o GRSAC de 2023, prazo máximo de 120 dias.

q O Relatório GRSAC deve estar disponível no sí7o da ins7tuição na internet, pelo


período de cinco anos contados a par7r da data de sua divulgação, em um único local,
de acesso público e de fácil localização, sendo de responsabilidade da DIRETORIA da
Ins&tuição Financeira.

843
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.5 Códigos ANBIMA

844
844
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

ANBIMA
Conceito
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS
(ANBIMA) representa ins7tuições como bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e
administradora. Ela surgiu em outubro de 2009, após uma união entre a Associação
Nacional dos Bancos de Inves7mento (ANBID) e a Associação Nacional das Ins7tuições do
Mercado Financeiro (ANDIMA)

Sua Visão é “um mercado forte se faz com ins7tuições fortes”, e para isso, trabalham para
fortalecer a representação do setor e apoiar a evolução de um mercado de capitais capaz
de financiar o desenvolvimento econômico e social local e influenciar o mercado global.

Atualmente a Anbima conta com mais de 350 Associados.

845
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
ANBIMA
Compromisso
A Anbima tem como compromisso defender os interesses dos associados, atuando em
quatro frentes:
Ø REPRESENTAR: Promove o diálogo para melhorar o mercado, que são
apresentadas ao governo e a en7dades do setor privado. Também propõe boas
prá7cas de negócios, que os associados seguem de forma voluntária;
Ø INFORMAR: É a principal provedora de informações sobre os segmentos de
mercado. Divulgam desde referências de preços e índices que refletem o
comportamento de carteiras de a7vos até estudos específicos;
Ø AUTORREGULAR: Baseiam-se em regras criadas pelo mercado, para o mercado e
em favor dele. O cumprimento das normas é acompanhado de perto pela equipe
técnica, que supervisiona as ins7tuições e dá orientações de caráter educa7vo
através de seus códigos de regulamentação e melhores prá7cas;
Ø EDUCAR: Educam tanto profissionais do mercado, quanto inves7dores para poder
elevar os padrões de qualidade dos mercados (cer7ficações, educação con7nuada e
disseminação sobre educação financeira).

Como gostamos de dizer, a ANBIMA veio trazer felicidade ao mercado, então RIAE!

846
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

ANBIMA
Deveres dos Associados
São deveres dos Associados:
Ø Pres7giar os obje7vos da Associação, bem como prestar toda ajuda e colaboração,
a fim de que a Associação possa cumprir suas finalidades;
Ø Acatar as deliberações e recomendações de sua Assembleia Geral, da Diretoria,
bem como do Conselho de É7ca e dos Conselhos de Regulação e Melhores Prá7cas;
Ø Efetuar pontualmente o pagamento das contribuições que lhe couberem;
Ø Cumprir efe7vamente os mandatos recebidos e os encargos atribuídos pela
Diretoria ou pela Assembleia Geral;
Ø Respeitar e cumprir este Estatuto Social, as normas expedidas pela Associação
aplicáveis a suas respec7vas a7vidades, inclusive os Códigos de Regulação e
Melhores Prá7cas e regulamentação complementares;
Ø Colaborar na prestação de informações estams7cas e técnicas, respeitadas as
normas de sigilo aplicáveis, tendo em vista propiciar um eficiente conhecimento das
condições do mercado; e
Ø Manter atualizadas as suas informações cadastrais, sob pena de, não o fazendo,
perder os direitos de Associado.

847
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
ANBIMA
Penalidades
Caso o associado que descumprirem os princípios e regras estabelecidos nos Códigos
ANBIMA ou no Código de É7ca, conforme o caso, estarão sujeitos à imposição das
seguintes penalidades, observadas as disposições específicas de cada Código:
(I) Advertência pública.
(II) Multa, não podendo ultrapassar:
§ o montante referente a 250 (duzentas e cinquenta) vezes a maior mensalidade
associa7va recebida pela ANBIMA; ou
§ o dobro do montante da vantagem econômica ob7da pela ins7tuição em
decorrência da operação irregular iden7ficada.
(III) Proibição temporária do uso do Selo ANBIMA (prazo de até 5 anos).
(IV) Desligamento do quadro associa7vo da ANBIMA

Vale ressaltar que, an7gamente, a Anbima 7nha uma penalização de até 100 vezes a
mensalidade, além de ter cinco penalizações (excluiu a advertência privada). Estas
penalidades constam no Código de Processos.

848
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

ANBIMA
Melhores Prá&cas
A ANBIMA possui 11 Códigos de Melhores Prá7cas. No entanto, para a prova do CFG são
exigidos somente quatro deles. Todos os códigos podem possuir regras mais rígidas que a
lei, mas nunca mais brandas. Estes códigos devem ser seguidos por todas as ins&tuições
que desejam fazer parte da ANBIMA, juntamente com seus colaboradores
(funcionários). Os códigos cobrados na prova são:

Ø Programa de Cer&ficação Con&nuada (Capítulos 1, 2, 4 e 8-seções II e II);


Ø Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários (Capítulos 1,
2, 4, 5, 7, 9 e 10);
Ø Administração de Recursos de Terceiros (Capítulos 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 11);
Anexos I ao V; Diretrizes Anbima (Classificação de Fundos 555; Código de
Administração de Recursos de Terceiros; Apreçamento);
Ø Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais (Capítulos 1, 4, 5, 9 e 10);

849
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.6 Código Anbima: CerCficação

850
850
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Programa de CerCficação ConCnuada


Obje&vo e Abrangência
O Código Anbima para o Programa de Cer7ficação Con7nuada tem por obje7vo
estabelecer princípios e regras para elevação e capacitação técnica dos profissionais das
Ins&tuições Par&cipantes que desempenham as A&vidades Elegíveis, sendo ela
obrigatória a estes par7cipantes e todo o seu Grupo Econômico.

Este Código se des7na:


Ø Bancos comerciais, de inves7mentos, de desenvolvimento e múl7plos;
Ø Sociedades corretoras e distribuidoras de mtulos e valores mobiliários;
Ø Pessoas jurídicas que desempenham as a7vidades de Gestão de Recursos de
Terceiros e Gestão de Patrimônio;
Ø Securi7zadoras.

Além disso, as Ins7tuições Par7cipantes devem assegurar que o presente Código seja
também observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico
que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar as A7vidades Elegíveis.

851
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Programa de CerCficação ConCnuada
Princípios Gerais de Conduta
As Ins7tuições Par7cipantes devem assegurar que seus profissionais:
Ø Possuam reputação ilibada;
Ø Exerçam suas a7vidades com boa fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Cumpram todas as suas obrigações, sendo sempre prudente e diligente;
Ø Evitem a adoção de prá7cas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de
condições não equita7vas, respeitando os princípios de livre negociação;
Ø Evitem quaisquer prá7cas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios con7dos neste Código e na Regulação em vigor;
Ø Adotem condutas de idoneidade moral e profissional;
Ø Vedem a intermediação de inves7mentos ilegais e não par7cipem de qualquer
negócio que envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção de preços,
declarações falsas ou lesão aos direitos de inves7dores;
Ø Sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de nomcias ou
de informações inverídicas ou imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais; e
Ø Zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das a7vidades
que é capaz de prestar, bem como com relação a suas qualificações, seus mtulos
acadêmicos e experiência profissional.

852
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Programa de CerCficação ConCnuada


Princípios Gerais de Conduta
Em relação às a7vidades dos seus profissionais, as Ins7tuições Par7cipantes devem
assegurar que não tenham:
Ø Sido inabilitados para o exercício de cargo em ins7tuições financeiras e demais
en7dades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de
Valores Mobiliários, pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar
ou pela Superintendência de Seguros Privados;
Ø Sua autorização para o exercício da a7vidade suspensa, cassada ou cancelada;
Ø Sofrido punição defini7va, nos úl7mos 5 (cinco) anos, em decorrência de sua
atuação como administrador ou membro de conselho fiscal de en7dade sujeita ao
controle e fiscalização dos órgãos reguladores mencionados anteriormente.

853
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Programa de CerCficação ConCnuada
Princípios Gerais de Conduta
São considerados descumprimento às obrigações e princípios deste Código não apenas a
inexistência das regras e procedimentos exigidos, mas também a sua não implementação
ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.

São evidências de implementação inadequada das regras e procedimentos previstos no


Código de Cer7ficação Con7nuada:
Ø A reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos; e
Ø A ausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos
procedimentos estabelecidos por este Código.

854
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Gestão de Recursos de Terceiros


Cer&ficação Anbima para Gestão de
Recursos de Terceiros
Ø CFG: interesse em desempenhar o exercício profissional de Gestão de Recursos de
Terceiros. Sem caráter obrigatório, mas pré-requisito para CGA e/ou CGE;
Ø CGA: Gestão de Recursos de Terceiros de Fundos 555 e Carteiras Administradas;
Ø CGE: Gestão de Recursos de Terceiros de Fundos Estruturados.

Necessária para profissionais que atuam na Gestão de Recursos de Terceiros e tenham


alçada/poder discricionário de inves7mento (compra e venda) dos A7vos Financeiros e
Imobiliários, exceto CFG.

Para Gestão de Recursos de Terceiros de Fundos de Índice: CGA e CGE são aceitas.

Cer7ficação para Gestão de Patrimônio Financeiro: CGA e/ou CGE. A Ins7tuição


Par7cipante que desempenha a a7vidade de Gestão de Patrimônio Financeiro deve
assegurar que pelo menos 75% dos profissionais que atuam com Gestão de Patrimônio
Financeiros sejam cer7ficados por: CEA, ou CFP, ou CFA, ou CGA ou CGE.

855
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.7 Código Anbima: Ofertas Públicas

856
856
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código Anbima para Ofertas Públicas


Obje&vo e Abrangência (Cap. II)
q Art. 2: estabelecer princípios e regras para as a7vidades de estruturação, coordenação
e distribuição de ofertas públicas de valores mobiliários e ofertas públicas de aquisição de
valores mobiliários (OPA), visando propiciar a transparência e o adequado funcio-
namento do mercado.

As seguintes ofertas públicas não estão sujeitas a esse código:


Ø Distribuídas com esforços restritos (que não sejam de debêntures e ações);
Ø De lote único e indivisível de valores mobiliários (salvo se u7lizarem prospecto);
Ø Que dispõe sobre alienação de ações de propriedade de pessoas jurídicas de
direito público e de en7dades controladas direta ou indiretamente pelo Poder
Público;
Ø De emissão de empresas de pequeno porte e de microempresas, assim definidas
em lei.
Ø Ofertas Públicas de COE – Cer7ficados de Operações Estruturadas;
Ø As Ofertas Públicas de quotas de quaisquer fundos de inves7mento, incluindo os
fundos estruturados (tais como FIP, FIDC, FII).

857
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código Anbima para Ofertas Públicas
Princípios Gerais (Cap. IV)
As Ins7tuições Par7cipantes devem:
Ø Exercer suas a7vidades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Nortear a prestação de suas a7vidades pelos princípios da liberdade de inicia7va e
da livre concorrência;
Ø Evitar quaisquer prá7cas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios con7dos neste Código e na Regulação em vigor;
Ø Evitar a adoção de prá7cas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de
condições não equita7vas, bem como de quaisquer outras prá7cas que contrariem
os princípios con7dos no presente Código, respeitando os princípios de livre
negociação;
Ø Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua
a7vidade, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser come7das durante o período em que prestarem as
a7vidades reguladas por este Código; e
Ø Buscar desenvolver suas a7vidades com vistas a incen7var o mercado secundário
de valores mobiliários, respeitadas as caracterís7cas de cada Oferta.

858
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código Anbima para Ofertas Públicas


Regras Gerais (Cap. V)
As Ins7tuições Par7cipantes devem:
Ø Zelar pela veracidade e precisão das informações incluídas nos documentos da
Oferta e da OPA.
Ø Cumprir fielmente as exigências estabelecidas pela Regulação em vigor.
Ø Disponibilizar informações claras, precisas e suficientes sobre a Oferta, a emissora
e/ou ofertantes, se for o caso.
Ø U7lizar as informações ob7das em razão de sua par7cipação em Ofertas
exclusivamente para os fins para os quais tenham sido contratadas.
Ø Manter a confidencialidade das informações assim iden7ficadas e que 7verem
acesso em decorrência da par7cipação na Oferta, comprometendo-se a não u7lizá-
las fora dos termos da Oferta.
Ø Par7cipar apenas de Ofertas autorreguladas por este Código cujos coordenadores,
(i) sejam Ins7tuições Par7cipantes; ou (ii) sejam integrantes do Conglomerado ou
Grupo econômico das Ins7tuições Par7cipantes.
Ø Es7mular a contratação, pela emissora e/ou ofertantes, de ins7tuição para
desenvolver a7vidade de formador de mercado.
Ø Incen7var as emissoras a adotar sempre padrões mais elevados de governança
corpora7va.
859
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código Anbima para Ofertas Públicas
Regras Gerais (Cap. V)
As Ins7tuições Par7cipantes devem:
Ø As Ins7tuições Par7cipantes devem ins7tuir área ou nomear profissional para as
a7vidades de compliance, com a isenção necessária para o cumprimento do seu
dever, sendo que por a7vidades de compliance entendem-se as ações visando o
cumprimento e a conformidade da Regulação vigente e dos princípios corpora7vos
aplicáveis ao coordenador da Oferta.
Ø Par7cipar apenas de Ofertas cujos Agentes Fiduciários* e/ou Agente de Notas** (i)
sejam Ins7tuições Par7cipantes ou (ii) sejam integrantes do Conglomerado ou Grupo
Econômico das Ins7tuições Par7cipantes.

* Agente Fiduciário: pessoa jurídica que, nos termos da Regulação em vigor e do


estabelecido pelos documentos da emissão, representa a comunhão dos inves7dores
perante a emissora.

** Agente de Notas: pessoa jurídica que, de acordo com a Nota Promissória de Curto
Prazo, representa a comunhão dos 7tulares perante a emitente da nota promissória.

860
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código Anbima para Ofertas Públicas


Documentos da Oferta (Cap. VII)
Os coordenadores devem zelar pela elaboração de todos os documentos da Oferta, a fim
de que apresentem informações suficientes, claras e precisas para a decisão de
inves7mento do inves7dor.

Os documentos da Oferta Pública devem prever:


Ø Descrições de prá&cas de governança corpora&va diferenciadas eventualmente
adotadas pela emissora;
Ø Formulário de referência, com a análise e os comentários da administração sobre
as demonstrações financeiras da emissora;
Ø Prospecto, com informações sobre o relacionamento relevante entre o
coordenador e a emissora e/ou ofertantes, bem como a des7nação de recursos.

É facultado às Ins7tuições Par7cipantes elaborar documento contendo resumo das infor-


mações da Oferta (material de suporte à venda - road show) para sua divulgação, desde
que tal documento contenha aviso, de forma destacada, recomendando ao inves7dor que,
antes de tomar a decisão de inves7mento, leia o Prospecto, o Formulário de Referência, o
Memorando de Ações ou o Sumário de Debêntures, conforme aplicável, especialmente a
seção rela7va aos fatores de risco.

861
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código Anbima para Ofertas Públicas
Selo Anbima (Cap. IX)
Ø A veiculação do selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o
compromisso das Ins7tuições Par7cipantes com o cumprimento e observância das
disposições do presente Código.
Ø A imposição das penalidades será dispensada se for reeditada a publicação e/ou
divulgação, conforme o caso, com as devidas correções até o 2o (segundo) dia ú7l da
publicação e/ou divulgação incorreta, com os mesmos padrões e através de meios ao
menos iguais aos u7lizados para a publicação e/ou divulgação original.

Cabe à Diretoria da Associação regulamentar as regras de uso do selo ANBIMA.

862
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código Anbima para Ofertas Públicas


Publicidade (Cap. X)
Quando se tratar de Publicidade eletrônica veiculada na internet, por meio de link ou
banner, as Ins7tuições Par7cipantes devem disponibilizar, direta ou indiretamente, o
Prospecto da Oferta Pública e/ou do Programa de Distribuição.

Não se caracteriza como Publicidade para fins do código:


Ø Formulários cadastrais, ques7onários de perfil do inves7dor ou perfil de
inves7mento, materiais des7nados unicamente à comunicação de alterações de
endereços, telefones, ou outras informações de simples referência para o inves7dor;
Ø Materiais que se restrinjam às informações obrigatórias, exigidas pela Regulação;
ØInformações que atendam a solicitações específicas de determinado inves7dor;
ØMateriais de cunho estritamente jornalís7co, inclusive entrevistas, divulgadas em
quaisquer meios de comunicação;
ØAnúncios em qualquer mídia pública que não tratem de Oferta Pública ou
Programa de Distribuição específicos, ou que tratem de Oferta Pública ou Programa
de Distribuição já concluídos;
ØSaldos, extratos e demais materiais des7nados à simples apresentação de posição
financeira, movimentação e rentabilidade, desde que restritos a essas informações
ou assemelhadas; e
ØQues7onários de due diligence e propostas comerciais.
863
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.8 Código ANBIMA: Serviços
Qualificados ao Mercado de Capitais
864
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Obje&vo e Abrangência (Cap. II)
O Código Anbima de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais tem por obje7vo
estabelecer princípios e regras para as A7vidades de Serviços Qualificados visando
promover, principalmente:

Ø A manutenção dos mais elevados padrões é7cos e a consagração da


ins7tucionalização de prá7cas equita7vas no mercado financeiro e de capitais;
Ø A concorrência leal;
Ø A padronização de seus procedimentos; e
Ø A transparência no desempenho de suas A7vidades e a promoção das melhores
prá7cas de mercado.

Este Código se des7na às ins7tuições que desempenham o exercício profissional de:


Custódia, Escrituração, Controladoria e Representação de Inves7dor não Residente.

Além disso, as Ins7tuições Par7cipantes devem assegurar que o presente Código seja
também observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico
que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar o exercício profissional de Custódia,
Escrituração, Controladoria e Representação de Inves7dor não Residente.
865
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Serviços Qualificados
Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)
As Ins7tuições Par7cipantes devem:
Ø Exercer suas a7vidades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas
a7vidades, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que que venham a ser come7das;
Ø Nortear a prestação das A7vidades pelos princípios da liberdade de inicia7va e da
Ø livre concorrência, evitando a adoção de prá7cas caracterizadoras de concorrência
desleal e/ou de condições não equita7vas, respeitando os princípios de livre
negociação;
Ø Evitar quaisquer prá7cas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios con7dos neste Código e na Regulação em vigor;
Ø Adotar condutas compamveis com os princípios de idoneidade moral e profissional; e
Ø Evitar prá7cas que possam vir a prejudicar as A7vidades ora disciplinadas pelo
Código ou seus respec7vos par7cipantes, especialmente no que tange aos deveres e
direitos relacionados às atribuições específicas de cada uma das Ins7tuições
Par7cipantes, estabelecidas em contratos, regulamentos e/ou na Regulação vigente.

866
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Regras e Procedimentos (Cap. V)
O capítulo está dividido em 5 Seções:

Ø I - Controles Internos e Compliance;

Ø II - Segregação de A7vidades;

Ø III - Segurança e Sigilo das Informações;

Ø IV - Plano de Con7nuidade de Negócios; e

Ø V – Segurança Ciberné7ca.

867
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Serviços Qualificados
Custódia (Cap. IX)
Custódia para Inves&dores x Custódia para Emissores

A Custódia para inves7dores compreende:


Ø A liquidação nsica e financeira de A7vos Financeiros a pagar ou receber, incluindo a
liquidação financeira de contratos deriva7vos;
Ø A guarda dos A7vos Financeiros (incluindo conservação, controle e conciliação de
posições de a7vos de7dos em contas de Custódia);
Ø O tratamento das instruções de movimentação e a administração e informação de
eventos associados a esses a7vos; e
Ø O pagamento das taxas rela7vas às A7vidades prestadas, tais como, mas não
limitadas a taxa de movimentação e registro dos depositários e câmaras e sistemas
de liquidação.

868
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Custódia (Cap. IX)
O Custodiante que presta serviços de Custódia para Inves7dores deve:
Ø Administrar e informar eventos dos A7vos Financeiros, o que consiste em:
Ø Monitorar con7nuamente as informações rela7vas aos eventos deliberados
pelos emissores, e assegurar a sua pronta informação ao cliente;
Ø Receber e repassar ao cliente os eventos relacionados aos a7vos em Custódia, e
Ø Disponibilizar ou enviar mensalmente aos clientes informações que permitam a
iden7ficação e a verificação dos eventos ocorridos com os a7vos em Custódia.
Ø Responsabilizar-se pelas movimentações dos A7vos Financeiros objeto de depósito
centralizado, bem como pelos registros e, quando aplicável, movimentações em
sistemas de registro, liquidação e pela informação ao cliente acerca desses registros
e movimentações; e
Ø Manter sigilo quanto às caracterís7cas e quan7dades dos a7vos de 7tularidade dos
inves7dores, observadas as exceções da Regulação aplicável.

869
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Serviços Qualificados
Custódia (Cap. IX)
O Custodiante que presta serviços de Custódia para Inves7dores deve:
Ø Manter atualizado, nos termos da Regulação aplicável, o registro cadastral dos
inves7dores, 7tulares da conta de Custódia, conforme informação recebida de tais
inves7dores, ou dos legi7mados por contrato ou mandato a contratar os serviços de
Custódia em nome desses inves7dores; e
Ø Enviar ao Controlador de a7vos, se houver, informações sobre a movimentação e
eventos incidentes sobre tais a7vos.

870
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Custódia (Cap. IX)
O Custodiante deve adotar controles visando à segregação de posições de a7vos, os
quais devem assegurar que:
Ø As posições dos a7vos de 7tularidade dos clientes sejam obrigatoriamente
segregadas de posições proprietárias da Ins7tuição Par7cipante, observados os
regulamentos dos depositários, câmaras e sistemas de liquidação;
Ø Informações rela7vas às posições dos a7vos de 7tularidade dos clientes;
Ø III. somente sejam acessadas por integrantes da área responsável pela prestação do
serviço de Custódia, ou por integrantes de áreas cujos processos envolvam acesso a
estas informações, desde que estas áreas sejam autônomas e não vinculadas às
áreas com as quais possam ocorrer conflitos de interesse, salvo o piloto de reserva
em função do controle do caixa da ins7tuição;
Ø Os saldos de clientes sejam man7dos em conta segregada dos saldos da Ins7tuição
Par7cipante; e
Ø Haja registro de posições e informações com iden7ficação dos inves7dores.

871
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Serviços Qualificados
Custódia (Cap. IX)
A Custódia para emissores compreende:
Ø A guarda nsica dos a7vos cartulares; e
Ø A realização dos procedimentos e registros necessários à efe7vação e à aplicação aos
a7vos cartulares do regime de depósito centralizado.

872
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Controladoria (Cap. X)
A a7vidade de Controladoria compreende a execução:
Ø dos processos de controladoria do passivo e a7vo; e
Ø de procedimentos contábeis, de forma profissional e habitual, independentemente
de outros serviços prestados pela respec7va ins7tuição.

A controladoria de a7vos consiste principalmente em:


Ø controlar os A7vos Financeiros da carteira, despesas e encargos sobre eles
incidentes;
Ø Realizar o Apreçamento dos A7vos Financeiros;
Ø Apurar o valor do patrimônio líquido e da cota;
Ø Gerar informações para a contabilidade; e
Ø Emi7r relatórios constando posições atualizadas de a7vos, direitos e obrigações
registradas na carteira dos clientes.

873
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Serviços Qualificados
Controladoria (Cap. X)
A Controladoria de Passivos (somente para Fundos e Clubes) consiste principalmente em:
Ø receber o valor da cota da Controladoria de a7vos;
Ø controlar, registrar e liquidar os valores financeiros de aplicações e resgates;
Ø atualizar as posições em nome de cada co7sta pelo valor da cota;
Ø calcular a performance, taxas de entrada e saída conforme aplicável;
Ø calcular, apurar e reter os tributos per7nentes a cada co7sta, no caso de cotas de
Fundos abertos; e
Ø Gerar informações para a contabilidade.

874
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Código: Serviços Qualificados


Controladoria (Cap. X)
A Contabilidade (somente para Fundos) consiste em:

Ø efetuar, diariamente, os lançamentos contábeis referentes às informações


provenientes dos controles de a7vo e passivo;
Ø elaborar as demonstrações financeiras e deixá-las à disposição para publicação;
Ø prestar informações aos órgãos reguladores sobre aspectos relacionados às
A7vidades prestadas;
Ø atender a auditoria interna e externa;
Ø contabilizar e refle7r nas demonstrações contábeis os eventos, tais como, mas não
limitados a cisão, incorporação e encerramento
Ø conciliar as demonstrações contábeis com as informações recebidas da Controladoria
de a7vo e de passivo; e
Ø manter os documentos contábeis, livros e balancetes.

875
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
11.9 Código ANBIMA: Administração
de Recursos de Terceiros
876
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


ObjeAvo e Abrangência (Cap. II)
q OBJETIVO: O presente Código tem por obje7vo estabelecer princípios e regras para
Administração de Recursos de Terceiros visando, principalmente:
Ø A concorrência leal;
Ø A padronização de seus procedimentos;
Ø A maior qualidade e disponibilidade de informações sobre fundos de inves7mento,
especialmente por meio do envio de dados pelas ins7tuições par7cipantes à
ANBIMA; e
Ø A elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores prá7cas do
mercado.

q OBS: As Ins7tuições Par7cipantes estão DISPENSADAS quando se tratar:


Ø Clubes de Inves&mentos;
Ø Gestores de Recursos de Terceiros pessoa qsica;
Ø Fundos de Inves&mento cujo patrimônio líquido seja composto, exclusivamente,
por recursos próprios do Gestor de Recursos; ou
Ø Quando se tratar de recursos próprios.

877
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Código: Administração de Recursos de Terceiros
Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)
As Ins7tuições Par7cipantes devem:
Ø Exercer suas a7vidades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Evitar prá7cas que possam vir a prejudicar a Administração de Recursos de
Terceiros e seus par7cipantes, especialmente no que tange aos deveres e direitos
relacionados às atribuições específicas de cada uma das Ins7tuições Par7cipantes
estabelecidas em contratos, regulamentos, neste Código e na Regulação vigente;
Ø Evitar prá7cas que possam ferir a Relação Fiduciária man7da com os inves7dores;
Ø Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem
funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros atuem com imparcialidade
e conheçam o código de é7ca da Ins7tuição Par7cipante e as normas aplicáveis à sua
a7vidade;
Ø Nortear a prestação das a7vidades pelos princípios da liberdade de inicia7va e da
livre concorrência, evitando a adoção de prá7cas caracterizadoras de concorrência
desleal e/ou de condições não equita7vas, respeitando os princípios de livre
negociação.
Ø Iden7ficar, administrar e mi7gar eventuais conflitos de interesse, nas respec7vas
esferas de atuação, que possam afetar a imparcialidade das pessoas que
desempenhem funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros.
878
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Regras e Procedimentos (Cap. V)
I – Controles Internos e Compliance
As Ins7tuições Par7cipantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras,
procedimentos e controles que:
Ø Sejam efe7vos e consistentes com a natureza, porte, estrutura e modelo de
negócio das Ins7tuições Par7cipantes, assim como com a complexidade e perfil de
risco das operações realizadas;
Ø Sejam acessíveis a todos os seus profissionais, de forma a assegurar que os
procedimentos e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização
sejam conhecidos;
Ø Possuam divisão clara das responsabilidades dos envolvidos na função de
controles internos e/ou de Compliance, da responsabilidade das demais áreas da
ins7tuição, de modo a evitar possíveis conflitos de interesses com as a7vidades de
Administração de Recursos de Terceiros, intermediação, distribuição ou consultoria
de valores mobiliários;
Ø Descrevam os procedimentos para a coordenação das a7vidades rela7vas à função
de controles internos e/ou de Compliance com as funções de gestão de risco
Ø Indiquem as medidas necessárias para garan7r a independência e a adequada
autoridade aos responsáveis pela função de controles internos e/ou Compliance na
ins7tuição.
879
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Regras e Procedimentos (Cap. V)
I – Controles Internos e Compliance
As Ins7tuições Par7cipantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m)
responsável(is) por seus controles internos e/ou Compliance e que deve(m):
Ø Ter estrutura que seja compamvel com a natureza, porte, complexidade e modelo
de negócio das Ins7tuições Par7cipantes;
ØSer independente(s);
ØTer profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
das a7vidades relacionadas à função de controles internos e/ou Compliance;
ØTer comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de
administração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das
a7vidades relacionadas à função de controles internos e/ou Compliance, incluindo
possíveis irregularidades ou falhas iden7ficadas;
ØTer acesso regular à capacitação e treinamento; e
ØTer autonomia e autoridade para ques7onar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela ins7tuição.

880
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Regras e Procedimentos (Cap. V)
I – Controles Internos e Compliance

As Ins7tuições Par7cipantes devem atribuir a responsabilidade pelos controles internos


e/ou Compliance a um diretor estatutário ou equivalente, sendo vedada a atuação em
funções relacionadas à Administração de Recursos de Terceiros, à intermediação,
distribuição ou à consultoria de valores mobiliários, ou em qualquer a7vidade que limite a
sua independência, na ins7tuição, ou fora dela.

881
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Regras e Procedimentos (Cap. V)
II – Segregação de A&vidades
O exercício da Administração de Recursos de Terceiros deve ser segregado das demais
a7vidades das Ins7tuições Par7cipantes e de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que
possam gerar conflitos de interesse, por meio da adoção de procedimentos operacionais,
com o obje7vo de:
Ø Mi7gar a ocorrência de ilícitos legais ou contrários à Regulação;
Ø Promover a segregação funcional das áreas responsáveis pela Administração de
Recursos de Terceiros das demais áreas que possam gerar potenciais conflitos de
interesse, de forma a minimizar adequadamente tais conflitos;
Ø Garan7r a segregação nsica de instalações entre a área responsável pela
Administração de Recursos de Terceiros e as áreas responsáveis pela intermediação e
distribuição de a7vos financeiros;
Ø Propiciar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais
de um setor da empresa;
Ø Preservar informações confidenciais e permi7r a iden7ficação das pessoas que
tenham acesso a elas; e
Ø Administrar e monitorar adequadamente as áreas iden7ficadas como de potencial
conflito de interesses.
882
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Regras e Procedimentos (Cap. V)
II – Segregação de A&vidades
As Ins7tuições Par7cipantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras
e procedimentos rela7vos à segregação das a7vidades que possam gerar conflito de
interesse com o obje7vo de demonstrar a total separação das áreas, ou apresentar as
regras de segregação adotadas.

A adoção de prá7cas claras e precisas que assegurem o bom uso das instalações e
equipamentos não exclui a obrigatoriedade de manter a segregação nsica de instalações
entre a área responsável pela Administração de Recursos de Terceiros e as áreas
responsáveis pela intermediação e distribuição de A7vos.

Essa segregação nsica de instalações não é necessária entre a área responsável pela
Administração de Recursos de Terceiros da área responsável pela distribuição de cotas de
Fundos de que a pessoa jurídica seja Administrador Fiduciário ou Gestor de Recursos.

883
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Regras e Procedimentos (Cap. V)
III – Segurança e Sigilo das Informações
As Ins7tuições Par7cipantes devem estabelecer mecanismos para:
Ø Propiciar o controle de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a
que tenham acesso os seus sócios, diretores, administradores, profissionais e
terceiros contratados;
Ø Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de
informações, em especial para os man7dos em meio eletrônico; e
Ø Implantar e manter treinamento para os seus sócios, diretores, alta administração
e profissionais que tenham acesso a informações confidenciais, reservadas ou
privilegiadas e par7cipem do processo de decisão de inves7mento.

As Ins7tuições Par7cipantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras


e procedimentos e devem exigir que seus profissionais. e terceiros contratados, assinem,
de forma manual ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações
confidenciais, reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do
exercício de suas a7vidades profissionais, excetuadas as hipóteses permi7das em lei.

884
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Regras e Procedimentos (Cap. V)
III – Segurança e Sigilo das Informações

As Ins7tuições Par7cipantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras


e procedimentos para a segurança e o sigilo e, incluindo, no mínimo:
Ø Regras de acesso às informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas,
indicando como se dá o acesso e controle de pessoas autorizadas e não autorizadas a
essas informações, inclusive nos casos de mudança de a7vidade dentro da mesma
ins7tuição ou desligamento do profissional;
Ø Regras específicas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para
tratar casos de vazamento de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas
mesmo que oriundos de ações involuntárias; e
Ø Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro
meio/veículo que contenha informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas.

885
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Contratação de Terceiros em Nome dos Fundos de
InvesAmento (Cap. VI)
I – Regras Gerais

Ø As Ins7tuições Par7cipantes podem contratar, em nome dos Fundos de Inves7mento


e no limite de suas competências, terceiros para prestar os serviços permi7dos pela
Regulação em vigor específicos para cada 7po de Fundo.
Ø Devem implementar e manter, em documento escrito, regras e procedimentos para
seleção, contratação e supervisão dos terceiros contratados em nome dos Fundos de
Inves7mento que sejam consistentes e passíveis de verificação
Ø Deve constar do documento a metodologia de supervisão baseada em risco adotada
pela Ins7tuição Par7cipante, com o obje7vo de garan7r que as medidas de
supervisão, prevenção ou mi7gação sejam proporcionais aos riscos iden7ficados.
Ø O processo de contratação e supervisão do terceiro deve ser efetuado visando o
melhor interesse dos Fundos de Inves7mento, em especial nos casos em que haja
ligação direta ou indireta entre o contratado e os demais prestadores de serviços, ou
inves7dores na hipótese de potenciais conflitos de interesse.

886
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Contratação de Terceiros em Nome dos Fundos de
InvesAmento (Cap. VI)
II – Contratação de Terceiros pelo Administrador Fiduciário

O Administrador Fiduciário, ao contratar os terceiros em nome dos Fundos de Inves7mento,


deve observar que:
Ø Os Gestores de Recursos devem, obrigatoriamente, ser Associados ou Aderentes ao
Código;
Ø O custodiante, o escriturador e o controlador devem, obrigatoriamente, ser Associados
ou Aderentes ao Código de Serviços Qualificados; e
Ø Os demais prestadores de serviços que 7verem suas a7vidades autorreguladas pela
ANBIMA e não forem Associados ou Aderentes aos Códigos ANBIMA devem,
obrigatoriamente, ser classificados como de alto risco e ser supervisionados, no mínimo,
a cada 12 (doze) meses.

887
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Contratação de Terceiros em Nome dos Fundos de
InvesAmento (Cap. VI)
III – Contratação de Terceiros pelo Gestor de Recursos

Já o Gestor de Recursos, ao contratar em nome dos Fundos as corretoras de mtulos e valores


mobiliários e as corretoras de câmbio, deve também detalhar por escrito:
Ø Critérios adotados para a escolha das corretoras que busquem o melhor interesse para
os inves7dores; e
Ø Como será dada aos inves7dores transparência sobre os eventuais recebimentos de
serviços adicionais fornecidos pelas corretoras em razão de sua contratação e
relacionamento.

888
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Contratação de Terceiros em Nome dos Fundos de
InvesAmento (Cap. VI)
IV – Supervisão Baseada em Risco para os Terceiros Contratados

A supervisão baseada em risco tem por obje7vo des7nar maior atenção aos terceiros
contratados que demonstrem maior probabilidade de apresentar falhas em sua atuação
ou representem potencialmente um dano maior para os inves7dores e para a
integridade do mercado financeiro e de capitais.
Ø As Ins7tuições Par7cipantes devem elaborar metodologia para supervisão baseada
em risco dos terceiros contratados, a qual deve conter, no mínimo:
Ø Classificação dos terceiros contratados por grau de risco, indicando os critérios
u7lizados para esta classificação, segmentando-os no mínimo em baixo, médio e alto
risco;
Ø Descrição de como serão realizadas as supervisões para cada segmento, de baixo,
médio e alto risco, e sua periodicidade, que não poderá ser superior a 5 anos; e
Ø Previsão de reavaliação tempes7va dos terceiros contratados, na ocorrência de
qualquer fato novo, ou alteração significa7va que a critério da Ins7tuição
Par7cipante jus7fique a referida reavaliação.

889
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Contratação de Terceiros em Nome dos Fundos de
InvesAmento (Cap. VI)
IV – Supervisão Baseada em Risco para os Terceiros Contratados

Ø A Ins7tuição Par7cipante que contratar terceiros não Associados ou Aderentes deve,


além de classificá-los em sua metodologia como de alto risco, adotar, para esses
prestadores, critérios adicionais para supervisão.

890
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Administração Fiduciária (Cap. VII)
I – Obrigações Gerais do Administrador Fiduciário

A Administração Fiduciária compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou


indiretamente ao funcionamento e à manutenção dos Fundos de Inves7mento, devendo o
Administrador Fiduciário fazê-lo, sendo ele o responsável pela:
Ø Cons7tuição, administração, funcionamento e divulgação de informações dos
Fundos;
Ø Elaboração de todos os documentos relacionados aos Fundos, devendo observar,
durante a elaboração, a Regulação aplicável a cada 7po de Fundo de Inves7mento;
Ø Supervisão das regras, procedimentos e controles da gestão de risco
implementada pelo Gestor de Recursos;
Ø Supervisão dos limites de inves7mento das carteiras dos Fundos;
Ø Supervisão dos terceiros contratados; e
Ø Gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de
Recursos, nos termos da Regulação vigente e conforme o previsto no contrato de
prestação de serviço.

891
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Administração Fiduciária (Cap. VII)
II – Limites de Inves&mento dos Fundos
Sem prejuízo das obrigações aplicáveis ao Gestor de Recursos, o Administrador Fiduciário
deve supervisionar os limites de inves7mento das carteiras dos Fundos, de forma a
verificar sua aderência às regras, restrições e vedações previstas em seus regulamentos,
assim como na Regulação vigente.

O Administrador Fiduciário deverá adotar processo diário de verificação do disposto no


caput após a realização das operações com base no patrimônio líquido dos Fundos de
Inves7mento com no máximo um dia ú7l de defasagem.

Caso haja desenquadramento aos limites de inves7mento das carteiras dos Fundos, o
Administrador Fiduciário deve formalizá-lo ao Gestor de Recursos para que este informe
detalhadamente o mo7vo que o ensejou, assim como o plano de ação com o prazo para
reenquadramento.

Havendo desenquadramento aos limites de inves7mento permi7dos pela carteira dos


Fundos, o Administrador Fiduciário deve, no limite de suas atribuições, diligenciar junto
ao Gestor de Recursos para que o reenquadramento seja realizado.
892
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Administração Fiduciária (Cap. VII)
II – Limites de Inves&mento dos Fundos

Caso haja desenquadramento aos limites de inves7mento permi7dos pela carteira dos
Fundos, o Administrador Fiduciário deve avaliar se este desenquadramento pode afetar a
condição tributária dos inves7dores ou se é fator determinante na decisão de
inves7mento de potenciais inves7dores ou desinves7mento de inves7dores atuais.

Caso a avaliação do desenquadramento indique alguma dessas consequências, o


Administrador Fiduciário deve ser diligente e dar transparência da situação para os
inves7dores e para os demais prestadores de serviços envolvidos no processo de
distribuição das cotas do Fundo por ele contratados, e decidir, no mínimo, pelas seguintes
medidas, caso sejam aplicáveis:
Ø Divulgação de fato relevante;
Ø Necessidade de fechamento do Fundo à captação de novos recursos enquanto
perdurar o desenquadramento; e/ou
Ø Outras medidas que julgar cabíveis para dar transparência ao inves7dores, como, por
exemplo, a declaração do inves7dor nos documentos de adesão ao Fundo atestando
que está ciente do desenquadramento existente.

893
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
A Gestão de Recursos de Terceiros consiste na gestão profissional dos a7vos financeiros
integrantes das carteiras dos Veículos de Inves7mento, nos termos estabelecidos nos
Documentos dos Veículos de Inves7mento, definidos pelo Código da Anbima e na
Regulação vigente. Desta forma:
Ø A gestão dos Veículos de Inves7mento deve ser exercida por profissional
devidamente habilitado e autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários para o
exercício da a7vidade de Gestão de Recursos de Terceiros;
Ø Os profissionais que exerçam a a7vidade de Gestão de Recursos Terceiros e
possuam alçada de decisão sobre o inves7mento, desinves7mento e manutenção
dos a7vos integrantes das carteiras dos Veículos de Inves7mento devem estar
devidamente cer7ficados, nos termos do Código ANBIMA de Regulação e Melhores
Prá7cas para o Programa de Cer7ficação;
Ø A Gestão de Recursos de Terceiros realizada com a u7lização de sistemas
automa7zados ou algoritmos está sujeita às obrigações e regras previstas neste
Código.

894
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
I – Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros

O Gestor de Recursos é responsável nos seus Veículos de Inves7mentos:


Ø Pelas decisões de inves7mento, manutenção e desinves7mento, segundo a
polí7ca de inves7mento e demais caracterís7cas estabelecidas nos Documentos dos
Veículos de Inves7mento, conforme aplicável;
Ø Pelas ordens de compra venda de a7vos e demais operações;
Ø Pelo envio das informações rela7vas aos negócios realizados ao Administrador
Fiduciário ou ao terceiro contratado para essa a7vidade;
Ø Pela negociação, alocação e rateio de ordens de inves7mento;
Ø Pelo enquadramento aos limites de inves7mento da carteira;
Ø Pelo processo de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento ao
terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa –
PLD/FTP dos a7vos adquiridos pelos veículos de inves7mento;

895
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
I – Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros

O Gestor de Recursos é responsável nos seus Veículos de Inves7mentos:


ØPelo controle de risco (liquidez, mercado e crédito), bem como o enquadramento
aos seus limites de risco estabelecidos e/ou em suas regras de risco;
Ø Por garan7r que as operações realizadas tenham sempre propósitos econômicos
compamveis com os Documentos dos Veículos de Inves7mento, e estejam em
consonância com os princípios gerais de conduta previstos neste Código.

É recomendável que o Gestor de Recursos observe o Guia ANBIMA de PLD/FTP disponível


no site da Associação na internet.

O Gestor de Recursos deve estabelecer procedimentos para o controle e monitoramento


das operações realizadas entre os Veículos de Inves7mento sob a mesma gestão, com
critérios que busquem mi7gar eventuais conflitos de interesse e assimetria entre os
Veículos de Inves7mentos.

896
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
II – Limites de Inves&mento dos Veículos de Inves&mento
O Gestor de Recursos deve manter os limites de inves7mento das carteiras dos Veículos de
Inves7mento em aderência às regras, restrições e vedações previstas nos Documentos dos
Veículos de Inves7mento e na Regulação vigente.

O Gestor de Recursos deve observar a adequação dos A7vos à carteira dos Veículos de
Inves7mento previamente à realização das operações, levando em consideração as
estratégias de inves7mento dos Veículos de Inves7mento, seus limites de risco e as regras
previstas nos Documentos dos Veículos de Inves7mento e na Regulação vigente.

Havendo desenquadramento passivo aos limites de inves7mento das carteiras dos Veículos
de Inves7mento, o Gestor de Recursos deve diligenciar pelo reenquadramento, respeitando
o melhor interesse dos inves7dores.

O Gestor de Recursos que inves7r em Fundos de Inves7mento geridos por terceiros está
dispensado, para o Fundo inves7dor, de consolidar a carteira dos Fundos inves7dos,
devendo, porém, caso tenha ciência de que os Fundos inves7dos estejam desenquadrados,
verificar se este evento acarretou desenquadramento no Fundo inves7dor.

897
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
III – Rateio de Ordens para os Veículos de Inves&mento

O Gestor de Recursos pode realizar rateio de ordens para os Veículos de Inves7mento,


desde que mantenha processos, critérios e controles preestabelecidos para que o rateio
seja realizado de forma justa, de acordo com critérios equita7vos, que estejam
formalizados e que sejam passíveis de verificação.
Ø O Gestor de Recursos é o responsável pelo rateio de ordens dos Veículos de
Inves7mento sob sua gestão, e deve assegurar que nesse rateio não haja Veículos de
Inves7mentos que sejam privilegiados em detrimento de outros.
Ø Para realizar o agrupamento de ordens e seu posterior rateio, o Gestor de Recursos
deve implementar e manter, em documento escrito, os processos, critérios e
controles preestabelecidos de que trata o caput, levando em consideração as
estratégias e inves7mentos dos Veículos de Inves7mento, assim como eventuais
restrições con7das nos regulamentos e na Regulação vigente.

898
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
IV – Gestão de Risco dos Veículos de Inves&mento - Responsabilidades

O Gestor de Recursos é o responsável pela gestão de risco da carteira dos Veículos de


Inves7mento, ressalvado o risco de liquidez, que deve ser gerido em conjunto com o
Administrador Fiduciário. deve ser desempenhada por área designada para esta
a7vidade, devendo o Gestor de Recursos assegurar que essa área:
Ø Detenha profissionais em quan7dade suficiente, observada a natureza, o porte, a
complexidade, a estrutura, o perfil de risco das operações realizadas e o modelo de
negócio da ins7tuição;
Ø Tenha profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
da a7vidade;
Ø Possua independência funcional em relação à mesa de operação;
Ø Tenha comunicação direta com a diretoria ou alta administração para realizar relato
dos resultados decorrentes das a7vidades relacionadas à sua função;
Ø Tenha acesso regular a capacitação e treinamento; e
Ø Tenha autonomia e autoridade para ques7onar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela Ins7tuição Par7cipante e adotar as medidas necessárias.

899
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
IV – Gestão de Risco dos Veículos de Inves&mento - Responsabilidades

O Gestor de Recursos pode, sem prejuízo de suas responsabilidades, contratar


terceiros para desempenhar a a7vidade prevista neste ar7go, sendo que, neste caso, os
requisitos de contratação previstos no Código devem ser igualmente aplicáveis para esta
contratação.

O Gestor de Recursos deve atribuir a responsabilidade pela gestão de risco a um diretor


estatutário ou equivalente, que deve exercer suas funções com independência e
assegurar que todas as providências necessárias para ajustar con7nuamente a exposição
aos riscos das carteiras de inves7mento sob sua gestão sejam tomadas, u7lizando como
base os limites previstos nos Documentos dos Veículos de Inves7mento.

900
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)
IV – Gestão de Risco dos Veículos de Inves&mento – Regras de Risco

O Gestor de Recursos deve implementar e manter, em documento escrito, regras e


procedimentos que permitam o monitoramento, a mensuração e o ajuste, quando
aplicável, dos riscos de mercado, liquidez, crédito, concentração, contraparte e
operacionais que sejam relevantes para a carteira dos Veículos de Inves7mento, inclusive
em situações de estresse. Tal documento deve conter, no mínimo detalhes sobre:
Ø Governança dos envolvidos na gestão de risco;
Ø Limites de exposição aos riscos;
Ø Plano de ação para tratar os casos de desenquadramento dos limites;
Ø Metodologia dos riscos e monitoramento dos riscos.

901
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Conselho ConsulAvo e Comitê (Cap. X)
Podem ser cons7tuídos, por inicia7va dos inves7dores dos Veículos de Inves7mento, do
Administrador Fiduciário ou do Gestor de Recursos, Conselho Consul7vo ou Comitê para
os Veículos de Inves7mento no formato definido na Regulação vigente, os quais não
podem ser remunerados às expensas dos Veículos de Inves7mento.

Quando cons7tuídos por inicia7va do Administrador Fiduciário ou Gestor de Recursos, os


membros do Conselho Consul7vo ou Comitê podem ser remunerados com parcela da taxa
de administração dos Veículos de Inves7mento.

Independentemente da competência atribuída ao Conselho Consul7vo ou Comitê, o


Gestor de Recursos é o responsável pela decisão final de cada inves7mento, devendo
manter evidências que assegurem ou comprovem o cumprimento do seu processo de
inves7mento, análise de riscos, adequação aos Documentos dos Veículos de Inves7mento
e à Regulação vigente.

902
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Exercício do Direito de Voto Em Assembleia (Cap. XI)

O Gestor de Recursos tem poderes para exercer o direito de voto decorrente dos a7vos
de7dos pelos Fundos de Inves7mento, devendo ser diligente e realizar todas as ações
necessárias para o exercício desse direito, observadas as exceções aplicáveis.

Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referentes ao exercício do


direito de voto em assembleias para os A7vos integrantes das carteiras de inves7mento.

903
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Diretrizes ANBIMA de Apreçamento
O Apreçamento dos A7vos (nome an7go de “Marcação a Mercado”) consiste em registrar
todos os a&vos, para efeito de valorização e cálculo de cotas dos fundos de
inves&mento, pelos respec&vos preços negociados no mercado em casos de a7vos
líquidos ou, quando este preço não é observável, por uma es7ma7va adequada de preço
que o a7vo teria em uma eventual negociação feita no mercado. O principal obje7vo é
evitar a transferência de riqueza entre os co&stas dos fundos de inves7mento, além de
dar maior transparência aos riscos embu7dos nas posições.

O Manual de Apreçamento deve conter, no mínimo:


Ø Descrição da governança adotada pelo administrador Fiduciário no Apreçamento
de a7vos financeiros, informando as áreas envolvidas e suas responsabilidades,
como a ins7tuição assegura a hierarquia e a independência das decisões, descrição
da cons7tuição do comitê ou organismo, incluindo regras de hierarquia e alçada;
Ø Periodicidade das reuniões ordinárias;
Ø Descrição do processo de Apreçamento, detalhando as metodologias u7lizadas;
Ø Descrição do procedimento adotado nos casos de novos a7vos financeiros
adquiridos pelos Fundos sem método de apreçamento definido.

904
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Diretrizes ANBIMA de Apreçamento
O Administrador Fiduciário é o responsável pelo Apreçamento dos a7vos financeiros
integrantes das carteiras de inves7mento dos Fundos, podendo contratar, sem prejuízo de
sua responsabilidade, terceiro devidamente qualificado para desempenhar esta a7vidade.

O Administrador Fiduciário deve possuir em sua estrutura área que seja responsável pelo
Apreçamento dos a7vos financeiros dos Fundos, que deve possuir:
Ø Independência da mesa de operação;
Ø Estrutura nsica e tecnológica adequada aos riscos e complexidade do negócio; e
Ø Profissionais tecnicamente capacitados para o exercício desta a7vidade.

905
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Diretrizes ANBIMA de Apreçamento
Os a7vos financeiros integrantes da carteira dos Fundos de Inves7mento devem ser
apreçados, no mínimo, na periodicidade de divulgação de sua cota ao Valor Justo,
reconhecendo-se contabilmente a valorização ou a desvalorização em contrapar7da à
adequada conta de receita ou despesa no resultado do período.

O Valor Justo do a7vo financeiro não deve ser alterado para refle7r os Custos de
Transação.

Regra Geral: nas situações em que determinados a7vos financeiros reconhecidamente


não apresentarem negociações regulares no mercado, ou haja dificuldade na coleta de
preços, o Administrador Fiduciário deverá definir um modelo ou processo de
apreçamento, para tratar estas situações, que tenha parâmetros claramente iden7ficados.

906
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Administração de Recursos de Terceiros


Diretrizes ANBIMA de Apreçamento
Manual de Apreçamento: o Administrador Fiduciário deve implementar e manter, em
documento escrito, regras, procedimentos e metodologias que serão adotadas no
Apreçamento dos a7vos financeiros dos Fundos de Inves7mento sob sua administração

O Manual deve conter no mínimo:

Ø Descrição da governança adotada pelo administrador Fiduciário no Apreçamento de


a7vos financeiros
Ø Descrição da cons7tuição do comitê ou organismo que tenha como obje7vo discu7r
os assuntos referentes ao Apreçamento de a7vos financeiros das carteiras dos
Fundos de Inves7mento.
Ø Descrição do processo de Apreçamento, detalhando as metodologias u7lizadas; e
Ø Descrição do procedimento adotado nos casos de novos a7vos financeiros
adquiridos pelos Fundos sem método de apreçamento definido.

907
CFG – Cer5ficação de Fundamentos de Gestão
Administração de Recursos de Terceiros
Diretrizes ANBIMA de Apreçamento
É vedado o uso de metodologias não descritas no Manual de Apreçamento, incluindo os
métodos alterna7vos que não tenham, além da previsão formal, fundamentação obje7va
que jus7fique seu uso.

Caso ocorra uma excepcionalidade e o Administrador Fiduciário tenha que adotar método
alterna7vo não previsto no Manual de Apreçamento, deverá previamente à u7lização do
método, manter registros e jus7fica7vas que fundamentem esta excepcionalidade,
incluindo, mas não se limitando, a memória dos cálculos que foram u7lizados.

Caso o Administrador Fiduciário iden7fique que a adoção de uma disposição prevista no


Manual de Apreçamento possa resultar em (i) informações distorcidas, (ii) apuração
inadequada do valor patrimonial da cota ou (iii) distribuição não equita7va dos resultados
entre os inves7dores, poderá deixar de aplicar tal disposição, desde que jus7fique essa
ação para área de compliance da ins7tuição e mantenha essa análise e jus7fica7va à
disposição da ANBIMA.

908
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Capítulo 12:
Legislação e Regulação

909
12.1 Normas legais e infralegais

910
910
910
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Capítulo I – Disposições Gerais
A Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e
cria a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desde então, a lei, que ficou conhecida
como Lei do Mercado de Capitais, sofreu inúmeras atualizações, mas ainda é o principal
marco legal do mercado de valores mobiliários.

São fiscalizadas e disciplinadas de acordo essa lei as seguintes aMvidades:


Ø Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
Ø Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
Ø Negociação e intermediação no mercado de derivaMvos;
Ø Organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;
Ø Organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e
Futuros;
Ø Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
Ø Auditoria das companhias abertas;
Ø Serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

911
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:
Ø Ações, debêntures e bônus de subscrição;
Ø Cupons, direitos, recibos de subscrição e cerMficados de desdobramento relaMvos
aos valores mobiliários;
Ø CerMficados de depósito de valores mobiliários;
Ø Cédulas de debêntures;
Ø Cotas de fundos de invesBmento em valores mobiliários ou de clubes de
invesMmento em quaisquer aMvos;
Ø Notas comerciais;
Ø Contratos futuros, de opções e outros derivaBvos, cujos aMvos subjacentes sejam
valores mobiliários;
Ø Outros contratos derivaMvos, independentemente dos aMvos subjacentes; e
Ø Quando ofertados publicamente, quaisquer outros [tulos ou contratos de
invesMmento coleMvo, que gerem direito de parMcipação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos
advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.

912
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Capítulo I – Disposições Gerais
Excluem-se do regime desta Lei:
Ø Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; e
Ø Títulos cambiais de responsabilidade de insMtuição financeira, exceto as debêntures.

Os emissores dos valores mobiliários, bem como seus administradores e controladores,


sujeitam-se à disciplina prevista nesta Lei, para as companhias abertas. Compete à Comissão
de Valores Mobiliários expedir normas para a execução do disposto nessa Lei, podendo:
Ø Exigir que os emissores se consMtuam sob a forma de sociedade anônima;
Ø Exigir que as demonstrações financeiras dos emissores, ou que as informações sobre
o empreendimento ou projeto, sejam auditadas por auditor independente nela
registrado;
Ø Dispensar, na distribuição pública dos valores mobiliários referidos neste arMgo, a
parMcipação de sociedade integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários; e
Ø Estabelecer padrões de cláusulas e condições que devam ser adotadas nos [tulos ou
contratos de invesMmento, desMnados à negociação em bolsa ou balcão, organizado ou
não, e recusar a admissão ao mercado da emissão que não saMsfaça a esses padrões.

913
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
É condição de validade dos contratos derivaMvos celebrados a parMr da entrada em vigor
da Medida Provisória no 539, de 26 de julho de 2011, o registro em câmaras ou
prestadores de serviço de compensação, de liquidação e de registro autorizados pelo
Banco Central do Brasil (BCB) ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Compete ao Conselho Monetário Nacional:


Ø definir a políMca a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de
valores mobiliários;
Ø regular a uMlização do crédito nesse mercado;
Ø fixar a orientação geral a ser observada pela CVM no exercício de suas atribuições;
Ø definir as aMvidades da CVM que devem ser exercidas em coordenação com o BCB;
Ø aprovar o quadro e o regulamento de pessoal CVM, bem como fixar a retribuição do
presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores; e
Ø estabelecer, para fins da políMca monetária e cambial, condições específicas para
negociação de contratos derivaMvos, independentemente da natureza do invesMdor,
podendo, inclusive determinar depósitos sobre os valores nocionais dos contratos e
fixar limites, prazos e outras condições sobre as negociações dos contratos
derivaMvos.
914
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Capítulo I – Disposições Gerais
O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as
atribuições previstas na lei para o fim de:
Ø EsMmular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
Ø Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e
esMmular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias
abertas sob controle de capitais privados nacionais;
Ø Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
Ø Proteger os Mtulares de valores mobiliários e os invesMdores do mercado contra
emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e
acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira
de valores mobiliários e o uso de informação relevante não divulgada no mercado de
valores mobiliários.
Ø Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação desMnadas a criar condições
arMficiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;
Ø Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados
e as companhias que os tenham emiMdo;

915
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as
atribuições previstas na lei para o fim de:
Ø Assegurar a observância de práMcas comerciais equitaMvas no mercado de valores
mobiliários; e
Ø Assegurar a observância no mercado, das condições de uMlização de crédito fixadas
pelo Conselho Monetário Nacional.

916
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Distribuição de Valores Mobiliários
Nenhuma emissão pública de valores mobiliários será distribuída no mercado sem
prévio registro na Comissão.

São atos de distribuição: a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição,


assim como a aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários, quando
os praMquem a companhia emissora, seus fundadores ou as pessoas a ela equiparadas.

Equiparam-se à companhia emissora: o seu acionista controlador e as pessoas por ela


controladas; o coobrigado nos [tulos; as insMtuições financeiras e demais sociedades que
tenham por objeto distribuir emissão de valores mobiliários; e quem quer que tenha
subscrito valores da emissão, ou os tenha adquirido à companhia emissora, com o fim de
os colocar no mercado.

Caracterizam a emissão pública: a uMlização de listas ou boleMns de venda ou subscrição,


folhetos, prospectos ou anúncios desMnados ao público; a procura de subscritores ou
adquirentes para os [tulos por meio de empregados, agentes ou corretores; a negociação
feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, ou com a uMlização dos
serviços públicos de comunicação.
917
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Distribuição de Valores Mobiliários
A emissão pública só poderá ser colocada no mercado através do sistema de distribuição
de valores mobiliários, podendo a CVM exigir a parMcipação de insMtuição financeira.

Compete à CVM expedir normas para a execução do disposto neste arMgo, podendo:
definir outras situações que configurem emissão pública, para fins de registro, assim como
os casos em que este poderá ser dispensado, tendo em vista o interesse do público
invesMdor; fixar o procedimento do registro e especificar as informações que devam
instruir o seu pedido, inclusive sobre:
Ø a companhia emissora, os empreendimentos ou aMvidades que explora ou pretende
explorar, sua situação econômica e financeira, administração e principais acionistas;
Ø as caracterísMcas da emissão e a aplicação a ser dada aos recursos dela
provenientes;
Ø o vendedor dos valores mobiliários, se for o caso; e
Ø os parMcipantes na distribuição, sua remuneração e seu relacionamento com a
companhia emissora ou com o vendedor.

918
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Distribuição de Valores Mobiliários
A CVM poderá subordinar o registro a capital mínimo da companhia emissora e a valor
mínimo da emissão, bem como a que sejam divulgadas as informações que julgar
necessárias para proteger os interesses do público invesMdor.

O pedido de registro será acompanhado dos prospectos e outros documentos quaisquer a


serem publicados ou distribuídos, para oferta, anúncio ou promoção do lançamento.

919
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Administração de Carteiras e Custódia
O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras
pessoas está sujeito à autorização prévia da CVM

Tal regra se aplica à gestão profissional de recursos ou valores mobiliários entregues ao


administrador, com autorização para que este compre ou venda valores mobiliários por
conta do comitente.

Compete à CVM: estabelecer as normas a serem observadas pelos administradores na


gestão de carteiras e sua remuneração; e autorizar a aMvidade de custódia de valores
mobiliários, cujo exercício será privaMvo das insMtuições financeiras, enMdades de
compensação e das enMdades autorizadas, na forma da lei, a prestar serviços de depósito
centralizado.

Salvo mandato expresso com prazo não superior a um ano, o administrador de carteira e
o depositário de valores mobiliários não podem exercer o direito de voto que couber às
ações sob sua administração ou custódia.

920
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Dos Crimes contra o Mercado de Capitais
O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras
pessoas está sujeito à autorização prévia da CVM.

Manipulação do Mercado: Realizar operações simuladas ou executar outras manobras


fraudulentas desMnadas a elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volume
negociado de um valor mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si
ou para outrem, ou causar dano a terceiros:
Ø Pena: reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da
vantagem ilícita obMda em decorrência do crime.

Exercício Irregular de Cargo, Profissão, ABvidade ou Função :Exercer, ainda que a [tulo
gratuito, no mercado de valores mobiliários, a aMvidade de administrador de carteira,
agente autônomo de invesMmento, auditor independente, analista de valores mobiliários,
agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, aMvidade ou função, sem estar, para
esse fim, autorizado ou registrado na autoridade administraBva competente, quando
exigido por lei ou regulamento:
Ø Pena: detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

921
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Dos Crimes contra o Mercado de Capitais
Uso Indevido de Informação Privilegiada: UMlizar informação relevante de que tenha
conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou
para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros,
de valores mobiliários:
Ø Pena: reclusão, de 1 a 5 anos e multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita
obMda em decorrência do crime.
Ø Incorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relaMva a fato relevante a
que tenha Mdo acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de
valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança
com o emissor.
Ø A pena é aumentada em 1/3 se o agente comete o valendo-se de informação
relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.

Nos casos de reincidência, a multa pode ser de até o triplo dos valores fixados.

922
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei do Mercado de Capitais


Penalidades Aplicáveis pela CVM
A CVM poderá impor aos infratores das normas desta Lei do Mercado de Capitais, da Lei
Lei de Sociedades por Ações, de suas resoluções e de outras normas legais cujo
cumprimento lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas ou cumulaMvamente:
Ø Advertência;
Ø Multa;
Ø Inabilitação temporária, até o máximo de 20 anos, para o exercício de cargo de
administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de enMdade do sistema
de distribuição ou de outras enMdades que dependam de autorização ou registro na
CVM;
Ø Suspensão da autorização ou registro para o exercício das aMvidades de que trata esta
Lei;
Ø Inabilitação temporária, até o máximo de 20 anos, para o exercício das aMvidades de
que trata esta Lei;
Ø Proibição temporária, até o máximo de 20 anos, de praMcar determinadas aMvidades
ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras enMdades
que dependam de autorização ou registro na CVM; e
Ø Proibição temporária, até o máximo de 10 anos, de atuar, direta ou indiretamente,
em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.
923
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Penalidades Aplicáveis pela CVM
A multa deverá observar, para fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e os moMvos que jusMfiquem sua
imposição, e não deverá exceder o maior destes valores:
Ø R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
Ø O dobro do valor da emissão ou da operação irregular;
Ø 3 vezes o montante da vantagem econômica obMda ou da perda evitada em
decorrência do ilícito; ou
Ø O dobro do prejuízo causado aos invesMdores em decorrência do ilícito.

Nas hipóteses de reincidência, poderá ser aplicada multa de até o triplo dos valores.

A CVM, após análise de conveniência e oportunidade, com vistas a atender ao interesse


público, poderá deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a
tomada da decisão de primeira instância, o procedimento administraBvo desMnado à
apuração de infração prevista nas normas legais e regulamentares cujo cumprimento lhe
caiba fiscalizar, se o invesMgado assinar termo de compromisso no qual se obrigue
a cessar a práBca de aMvidades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores
Mobiliários e corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
924
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Lei de Liberdade Econômica


Fundos de InvesBmentos
O fundo de invesMmento passou a ser entendido como uma comunhão de recursos,
consMtuído sob a forma de condomínio de natureza especial, desMnado à aplicação em
aMvos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. Isso significa que os fundos
deixam de seguir as regras previstas no Código Civil para os condomínios em geral.
Foi um grande avanço para a indústria de fundos, que Bnha que seguir regras e se
submeter a regulações de condomínios gerais como, por exemplo, de apartamentos.

Dentre as mudanças, o registro dos regulamentos dos fundos de invesMmentos na CVM


passou a ser condição suficiente para garanMr a sua publicidade e a oponibilidade de
efeitos em relação a terceiros.

O regulamento do fundo de invesMmento poderá estabelecer:


Ø limitação da responsabilidade de cada invesBdor ao valor de suas cotas;
Ø limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua aferição, dos
prestadores de serviços do fundo de invesMmento, perante o condomínio e entre si,
ao cumprimento dos deveres parMculares de cada um, sem solidariedade; e
Ø classes de cotas com direitos e obrigações disBntos, com possibilidade de consMtuir
patrimônio segregado para cada classe.
925
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Âmbito e Finalidade
A Resolução CVM 21 dispõe sobre o exercício profissional de administração de carteiras
de valores mobiliários, revogando uma série de Instruções CVM sobre esse assunto, como
a ICVM 557, ICVM 558, ICVM 597, entre outras. Ela se aplica a praMcamente todo
administrador e gestor de fundo de invesMmento

A administração profissional de carteiras de valores mobiliários consiste no exercício


profissional de aMvidades relacionadas, direta ou indiretamente, ao funcionamento, à
manutenção e à gestão de uma carteira de valores mobiliários, incluindo a aplicação de
recursos financeiros no mercado de valores mobiliários por conta do invesMdor.

O registro de administrador de carteiras de valores mobiliários pode ser requerido em


ambas ou em uma das seguintes categorias:
Ø Administrador fiduciário;
Ø Gestor de recursos.

926
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
A administração de carteiras de valores mobiliários é aMvidade privaMva de pessoa
autorizada pela CVM.

O registro na categoria gestor de recursos autoriza a gestão de uma carteira de valores


mobiliários, incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado de valores
mobiliários por conta do invesMdor.
Ø O registro na categoria administrador fiduciário autoriza o exercício de todas essas
aBvidades, com exceção da aBvidade de gestão de recursos.

O administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente na


categoria gestor de recursos poderá gerir as carteiras administradas de que é gestor,
desde que:
Ø Mantenha disponível o manual de precificação dos aMvos das carteiras de valores
mobiliários que administra, ainda que este manual tenha sido desenvolvido por
terceiros;
Ø Siga as regras definidas nessa resolução para o Administrador Fiduciário (veremos
mais à frente); e
Ø Descreva a políMca de seleção, contratação e supervisão de prestadores de serviços.
927
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Natural
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o administrador de
carteiras de valores mobiliários, pessoa natural, deve atender os seguintes principais
requisitos:
Ø ser domiciliado no Brasil;
Ø ser graduado em curso superior ou equivalente, em insMtuição reconhecida
oficialmente no País ou no exterior;
Ø ter sido aprovado em exame de cerMficação, cuja metodologia e conteúdo tenham
sido previamente aprovados pela CVM;
Ø ter reputação ilibada;
Ø não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em insMtuições
financeiras e demais enMdades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central
do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ou pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC;
Ø não haver sido condenado por crime falimentar, prevaricação, suborno, concussão,
peculato, “lavagem” de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
Ø não estar incluído em relação de comitentes inadimplentes de enMdade
administradora de mercado organizado.
928
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Natural – Dispensa de Requisitos
A Superintendência de Supervisão de InvesMdores InsMtucionais pode , excepcionalmente,
dispensar o atendimento aos requisitos de ser graduado e aprovado em exame de
cerMficação, desde que o requerente possua:
Ø Comprovada experiência profissional de, no mínimo, 7 anos em aMvidades
diretamente relacionadas à gestão de carteiras administradas de valores mobiliários
e fundos de invesMmento; ou
Ø Notório saber e elevada qualificação em área de conhecimento que o habilite para o
exercício da aMvidade de administração de carteiras de valores mobiliários.

929
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Jurídica
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o administrador de
carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve atender os seguintes principais
requisitos:
Ø ter sede no Brasil;
Ø ter em seu objeto social o exercício de administração de carteiras de valores
mobiliários e estar regularmente consMtuído e registrado no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas - CNPJ;
Ø atribuir a responsabilidade pela administração de carteiras de valores mobiliários a
um ou mais diretores estatutários autorizados a exercer a aMvidade pela CVM;
Ø atribuir a responsabilidade pelo cumprimento de regras, políMcas, procedimentos e
controles internos e desta Resolução a um diretor estatutário; e
Ø caso o registro seja na categoria “gestor de recursos”, atribuir a responsabilidade
pela gestão de risco a um diretor estatutário.

930
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Jurídica
Mais alguns pontos muito relevantes:

Ø É vedada a uMlização de siglas e de palavras ou expressões que induzam o invesMdor


a erro na denominação da pessoa jurídica.
Ø O diretor responsável pela administração de carteiras de valores mobiliários não
pode ser responsável por nenhuma outra aBvidade no mercado de capitais, na
insBtuição ou fora dela.
Ø Os diretores responsáveis pela gestão de risco e pelo cumprimento de regras,
políMcas, procedimentos e controles internos e desta Resolução devem exercer suas
funções com independência e não podem atuar em funções relacionadas à
administração de carteiras de valores mobiliários, à intermediação e distribuição ou à
consultoria de valores mobiliários, ou em qualquer aMvidade que limite a sua
independência, na insBtuição ou fora dela; e
Ø O administrador de carteiras de valores mobiliários registrado concomitantemente
nas categorias gestor de recursos e administrador fiduciário deve indicar um diretor
responsável exclusivamente pela aBvidade de administração fiduciária.

931
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Prestação de Informações
As informações divulgadas pelo administrador de carteiras de valores mobiliários devem
ser:
Ø verdadeiras, completas, consistentes e não induzir o invesMdor a erro;
Ø escritas em linguagem simples, clara, objeMva e concisa; e
Ø não podem assegurar ou sugerir a existência de garanMa de resultados futuros ou a
isenção de risco para o invesMdor.
Caso as informações divulgadas apresentem incorreções ou impropriedades que possam
induzir o invesMdor a erro, a SIN pode exigir:
Ø a cessação da divulgação da informação; e
Ø veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar a
informação original, de reMficações e esclarecimentos, devendo constar, de forma
expressa, que a informação está sendo republicada por determinação da CVM.

932
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Prestação de Informações
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve manter página
na rede mundial de computadores com as seguintes informações atualizadas:
Ø Formulário de referência;
Ø Código de éMca;
Ø Regras, procedimentos e descrição dos controles internos, elaborados para o
cumprimento desta Resolução;
Ø PolíMca de gestão de risco (exceto para o administrador de carteiras de valores
mobiliários registrado exclusivamente na categoria administrador fiduciário)
Ø PolíMca de negociação de valores mobiliários por administradores, empregados,
colaboradores e pela própria empresa;
Ø Manual de precificação dos aMvos das carteiras de valores mobiliários que
administra, ainda que este manual tenha sido desenvolvido por terceiros (exceto
para o administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente
na categoria gestor de recursos) ; e
Ø PolíMca de rateio e divisão de ordens entre as carteiras de valores mobiliários (exceto
para o administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente
na categoria administrador fiduciário).

933
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Prestação de Informações
O administrador de carteiras de valores mobiliários deve enviar à CVM, até o dia 31 de
março de cada ano, por meio de sistema eletrônico disponível na página da CVM na rede
mundial de computadores, formulário de referência.

O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa natural, que atue


exclusivamente como preposto ou empregado de administrador de carteiras de valores
mobiliários que se organize sob a forma de pessoa jurídica está dispensado do envio do
formulário de referência.

934
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira de valores mobiliários deve: exercer suas aMvidades com boa
fé, transparência, diligência e lealdade em relação aos seus clientes. Além disso, deve
desempenhar suas atribuições de modo a:
Ø buscar atender aos objeMvos de invesMmento de seus clientes; e
Ø evitar práMcas que possam ferir a relação fiduciária manMda com seus clientes;
Ø cumprir fielmente o regulamento do fundo de invesMmento ou o contrato
previamente firmado por escrito com o cliente, contrato este que deve conter as
caracterísMcas dos serviços a serem prestados, dentre as quais se incluem:
Ø a políMca de invesMmentos a ser adotada;
Ø descrição detalhada da remuneração cobrada pelos serviços;
Ø os riscos inerentes aos diversos Mpos de operações com valores mobiliários nos
mercados de bolsa, de balcão, nos mercados de liquidação futura e nas
operações de emprésMmo de ações que pretenda realizar com os recursos do
cliente;
Ø o conteúdo e a periodicidade das informações a serem prestadas ao cliente; e
Ø informações sobre outras aMvidades que o administrador exerça no mercado e
os potenciais conflitos de interesse existentes entre tais aMvidades e a
administração da carteira administrada.
935
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira deve desempenhar suas atribuições também de modo a:
Ø manter atualizada, em perfeita ordem e à disposição do cliente, na forma e prazos
estabelecidos em suas regras internas e na regulação, toda a documentação relaMva
às operações com valores mobiliários integrantes das carteiras administradas nas
quais o cliente seja invesMdor;
Ø contratar serviço de custódia ou cerMficar que sejam manMdos em custódia, em
enMdade devidamente autorizada para tal serviço, os aMvos financeiros integrantes
das carteiras sob sua administração, tomando todas as providências úteis ou
necessárias à defesa dos interesses dos seus clientes;
Ø transferir à carteira qualquer benercio ou vantagem que possa alcançar em
decorrência de sua condição de administrador de carteira;
Ø no caso de carteira administrada, estabelecer contratualmente as informações que
serão prestadas ao cliente, perMnentes à políMca de invesMmento e aos valores
mobiliários integrantes da carteira administrada;
Ø informar à CVM sempre que verifique, no exercício das suas atribuições, a ocorrência
ou indícios de violação da legislação que incumbe à CVM fiscalizar, no prazo máximo
de 10 dias úteis da ocorrência ou idenMficação; e

936
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira deve desempenhar suas atribuições também de modo a:
Ø no caso de administrador, pessoa jurídica, estabelecer políMca relacionada à
negociação de valores mobiliários por parte de administradores, empregados,
colaboradores, sócios controladores e pela própria empresa.

A prestação de serviço de administração de carteira de valores mobiliários com a


uMlização de sistemas automaMzados ou algoritmos está sujeita às obrigações e regras
previstas na presente Resolução e não miMga as responsabilidades do administrador.

O código-fonte do sistema automaMzado ou o algoritmo deve estar disponível para a


inspeção da CVM na sede da empresa em versão não compilada.

937
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras de Conduta
É vedado ao administrador de carteiras de valores mobiliários:
Ø atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em negócios com carteiras que
administre, exceto quando se tratar de administração de carteiras administradas de
valores mobiliários e houver autorização, prévia e por escrito, do cliente; ou quando,
embora formalmente contratado, não detenha, comprovadamente, poder
discricionário sobre a carteira e não tenha conhecimento prévio da operação;
Ø modificar as caracterísMcas básicas dos serviços que presta sem a prévia formalização
adequada nos termos previstos no contrato e na regulação;
Ø fazer propaganda garanBndo níveis de rentabilidade, com base em desempenho
histórico da carteira ou de valores mobiliários e índices do mercado de valores
mobiliários;
Ø fazer quaisquer promessas quanto a retornos futuros da carteira;
Ø contrair ou efetuar emprésMmos em nome dos seus clientes;
Ø prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma em relação aos
aMvos administrados, exceto no que se refere às hipóteses previstas no regulamento
do FGP (Fundo GaranMdor de Parcerias Público-Privadas), se houver;

938
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras de Conduta
É vedado ao administrador de carteiras de valores mobiliários:
Ø negociar com os valores mobiliários das carteiras que administre com a finalidade de
gerar receitas de corretagem ou de rebate para si ou para terceiros; e
Ø negligenciar, em qualquer circunstância, a defesa dos direitos e interesses do cliente.

Os administradores de carteira podem uBlizar os aBvos das carteiras de valores


mobiliários para prestação de garanBas de operações das próprias carteiras, bem como
emprestar e tomar `tulos e valores mobiliários em emprésBmo, desde que tais
operações de emprésMmo sejam cursadas exclusivamente:
Ø por meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM; ou
Ø se o aMvo for negociado no exterior, por meio de serviço autorizado a operar com o
emprésMmo de [tulos e valores mobiliários em seu país.

Nos casos de distribuição pública em que a pessoa jurídica responsável pela administração
de carteiras de valores mobiliários, ou partes relacionadas, parMcipe do consórcio de
distribuição, é admiMda a subscrição de valores mobiliários para a carteira, desde que em
condições idênBcas às que prevalecerem no mercado ou em que o administrador
contrataria com terceiros.
939
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve garanBr, por
meio de controles internos adequados (e devidamente formalizados e documentados), o
permanente atendimento às normas, políMcas e regulamentações vigentes, referentes às
diversas modalidades de invesMmento, à própria aMvidade de administração de carteiras
de valores mobiliários e aos padrões éMco e profissional.

O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve exercer suas


aMvidades de forma a:
Ø assegurar que todos os profissionais que desempenhem funções ligadas à
administração de carteiras de valores mobiliários atuem com imparcialidade e
conheçam o código de éBca e as normas aplicáveis, bem como as políMcas previstas
por esta Resolução e as disposições relaMvas a controles internos; e
Ø idenBficar, administrar e eliminar eventuais conflitos de interesses que possam
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à
administração de carteiras de valores mobiliários.

940
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve estabelecer
mecanismos para:
Ø assegurar o controle de informações confidenciais a que tenham acesso seus
administradores, empregados e colaboradores;
Ø assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de
informações, em especial para os manMdos em meio eletrônico; e
Ø implantar e manter programa de treinamento de administradores, empregados e
colaboradores que tenham acesso a informações confidenciais, parMcipem de
processo de decisão de invesMmento ou parMcipem de processo de distribuição de
cotas de fundos de invesMmento.

941
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O diretor responsável pela implementação e cumprimento de regras, políMcas,
procedimentos e controles internos e desta Resolução deve encaminhar aos órgãos de
administração do administrador de carteiras de valores mobiliários, até o úlMmo dia úMl
do mês de abril de cada ano, relatório relaMvo ao ano civil imediatamente anterior à data
de entrega, contendo:
Ø As conclusões dos exames efetuados;
Ø as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de
cronogramas de saneamento, quando for o caso; e
Ø manifestação do diretor responsável pela administração de carteiras de valores
mobiliários ou, quando for o caso, pelo diretor responsável pela gestão de risco a
respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas
planejadas, de acordo com cronograma específico, ou efeMvamente adotadas para
saná-las.

942
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O gestor de recursos deve implementar e manter políBca escrita de gestão de riscos que
permita o monitoramento, a mensuração e o ajuste permanentes dos riscos inerentes a
cada uma das carteiras de valores mobiliários. A políMca deve ser consistente e passível de
verificação e estabelecer, no mínimo o seguinte:
Ø os procedimentos necessários à idenMficação e ao acompanhamento da exposição aos
riscos de mercado, de liquidez, de concentração, de contraparte, operacionais e de
crédito, que sejam relevantes para as carteiras de valores mobiliários e as respecMvas
técnicas, instrumentos e estruturas para implementação de tais procedimentos;
Ø os limites de exposição a risco das carteiras administradas e dos fundos de
invesMmento que não tenham, respecMvamente, no contrato e nos documentos do
fundo, limites expressos;
Ø organograma dos cargos das pessoas envolvidas na gestão de riscos e respecMvas
atribuições e prerrogaMvas e, se for o caso, o nome do terceiro contratado para
monitorar e mensurar os riscos inerentes a cada uma das carteiras de valores
mobiliários;
Ø a frequência e quais pessoas, além do diretor responsável pela administração de
carteiras de valores mobiliários do gestor de recursos, devem receber relatório da
exposição ao risco de cada carteira de valores mobiliários sob gestão;
943
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O diretor responsável pela gestão de risco deve:
Ø verificar o cumprimento da políMca escrita de gestão de riscos;
Ø encaminhar relatório da exposição a risco de cada carteira de valores mobiliários sob
gestão para as pessoas indicadas na políMca de gestão de riscos em frequência, no
mínimo, mensal; e
Ø supervisionar diligentemente, se houver, terceiro contratado para mensurar os riscos
inerentes a cada uma das carteiras de valores mobiliários.
O diretor responsável pela administração de carteiras de valores mobiliários do gestor de
recursos deve tomar as providências necessárias para ajustar a exposição a risco das
carteiras, com base nos limites previstos na políMca de gestão de riscos, nos contratos de
carteira administrada e nos regulamentos dos fundos de invesMmento.
O administrador fiduciário deve:
Ø supervisionar diligentemente a gestão de riscos implementada pelo gestor de recursos
contratado; e
Ø gerir, em conjunto com o gestor de recursos, o risco de liquidez, nos termos previstos
no contrato de gestão e na regulação, o qual deverá prever os mecanismos necessários
para assegurar a troca de informações entre administrador fiduciário e gestor,
necessárias à implementação da gestão do risco de liquidez.
944
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
Os profissionais responsáveis por monitorar e mensurar os riscos inerentes a cada uma das
carteiras de valores mobiliários:
Ø devem exercer sua função com independência;
Ø não podem atuar em funções relacionadas à administração de carteiras de valores
mobiliários, à intermediação e distribuição ou à consultoria de valores mobiliários,
ou em qualquer aBvidade que limite a sua independência, na insBtuição ou fora
dela; e
Ø podem exercer as mesmas funções em sociedades controladoras, controladas,
coligadas ou sob controle comum.

945
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O exercício da administração de carteiras de valores mobiliários deve ser segregado das
demais aBvidades exercidas pela pessoa jurídica, por meio da adoção de procedimentos
operacionais, com o objeMvo de:
Ø garanBr a segregação bsica de instalações entre a área responsável pela
administração de carteiras de valores mobiliários e as áreas responsáveis pela
intermediação e distribuição de valores mobiliários;
Ø assegurar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais de
um setor da empresa;
Ø preservar informações confidenciais e permiMr a idenMficação das pessoas que tenham
acesso a elas; e
Ø restringir o acesso a arquivos e permiMr a idenMficação das pessoas que tenham
acesso a informações confidenciais.
A segregação rsica de instalações não é necessária entre a área responsável pela
administração de carteiras de valores mobiliários e a área responsável pela distribuição de
cotas de fundos de invesMmento de que a pessoa jurídica seja administradora ou gestora.
O administrador de carteiras de valores mobiliários deve manter manuais escritos, que
detalhem as regras e os procedimentos adotados relaMvos à segregação das aMvidades e à
confidencialidade, definindo regras de sigilo e de conduta.
946
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
No caso das carteiras administradas, o administrador de carteiras de valores mobiliários
pode contratar com terceiros, devidamente habilitados e, se for o caso, autorizados ao
exercício de suas respecMvas aMvidades para a prestação de serviços auxiliares à
administração de carteiras de valores mobiliários.

A contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares deve ser submeMda ao


prévio consenMmento do cliente, quando:
Ø a remuneração do prestador de serviços correr por conta do cliente; ou
Ø o prestador de serviço for responsável pela gestão ou pelas aMvidades de custódia e
de controladoria de aMvos da carteira de valores mobiliários.
O prévio consenMmento deve se dar mediante a apresentação das seguintes informações:
Ø jusMficaMva para a contratação de terceiro;
Ø escopo do serviço que será prestado;
Ø qualificação da pessoa contratada; e
Ø descrição da remuneração e da forma de pagamento do serviço contratado.
Aplicam-se aos clubes e fundos de invesMmento as regras de contratação de terceiros
dispostas em suas respecMvas normas específicas.

947
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Administrador Fiduciário
O administrador fiduciário deve exercer suas aMvidades de forma a:
Ø idenMficar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a
implementação da políMca de invesMmentos; e
Ø assegurar que seus administradores, empregados e colaboradores tenham acesso a
informações relevantes, confiáveis, tempesMvas e compreensíveis para o exercício de
suas funções e responsabilidades.

As aBvidades de custódia e de controladoria de aBvos e de passivos devem estar


totalmente segregadas das aBvidades de gestão de recursos.

948
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Administrador Fiduciário
O administrador fiduciário deve fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados
em nome do fundo ou do Mtular da carteira administrada, de forma a verificar, no mínimo,
que:
Ø os limites e condições estabelecidos na regulação e no regulamento do fundo ou no
contrato de carteira administrada sejam cumpridos pelos prestadores de serviços;
Ø o prestador de serviço possui recursos humanos, computacionais e estrutura
adequados e suficientes para prestar os serviços contratados;
Ø o gestor de recursos adota políMca de gerenciamento de riscos consistente e passível
de verificação, que é efeMvamente levada em conta no processo de tomada de
decisões de invesMmento;
Ø o gestor de recursos adota políMca de gerenciamento de riscos compa[vel com a
políMca de invesMmentos que pretende perseguir; e
Ø o custodiante possui sistemas de liquidação, validação, controle, conciliação e
monitoramento de informações que assegurem um tratamento adequado, consistente
e seguro para os aMvos nele custodiados.

949
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Distribuição de Cotas de FI
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, pode atuar na
distribuição de cotas de fundos de invesMmento de que seja administrador ou gestor, desde
que observe as seguintes normas específicas da CVM:
Ø cadastro de clientes, de conduta e de pagamento e recebimento de valores aplicáveis
à intermediação de operações realizadas com valores mobiliários em mercados
regulamentados de valores mobiliários;
Ø dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do
cliente (suitability);
Ø idenMficação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os limites e a
responsabilidade administraMva referentes aos crimes de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Know your client);

Além disso, o administrador de carteiras precisa, nesse caso, indicar um diretor responsável
pelo cumprimento de tais normas.

E, caso não seja insMtuição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, o
administrador de carteiras de valores mobiliários não pode contratar agente autônomo de
invesBmento para distribuir cotas de fundos de invesBmento.
950
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 21
Penalidades e Multa Cominatória
Considera-se infração grave o exercício das aMvidades reguladas por esta Resolução por
pessoa não autorizada ou autorizada com base em declaração ou documentos falsos, bem
como a infração às seguintes normas:
Ø Deveres do administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Vedações ao administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Exercício das aMvidades do administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Implementação de manutenção de políMca escrita de gestão de riscos;
Ø Segregação da administração de carteiras de valores mobiliários das demais aMvidades
exercidas pela pessoa jurídica;
Ø Exercício das aMvidades do administrador fiduciário;
Ø Distribuição de cotas de FI pelo administrador de carteiras de valores mobiliários,
pessoa jurídica;
Ø Manutenção de pelo menos 5 anos, ou por prazo superior por determinação expressa
da CVM, de todos os documentos e informações exigidos por esta Resolução.
O administrador de carteiras de valores mobiliários está sujeito à multa diária prevista na
norma específica que trata de multas cominatórias em virtude do descumprimento dos
prazos previstos nesta Resolução para entrega de informações periódicas, sem prejuízo do
disposto das penalidades previstas na Lei do Mercado de Capitais (6.385/76).
951
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
12.2 Ofertas Públicas

952
952
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Mercado Primário e Secundário


Conceito
q MERCADO PRIMÁRIO (IPO): é aquele em os valores mobiliários de uma nova emissão
são negociados diretamente entre a companhia ou Banco Central (quando se tratar de
[tulos públicos) e os invesMdores. Em resumo:
Ø Finalidade de dinamizar o fluxo de poupança em direção aos invesMmentos
produMvos, viabilizando o crescimento empresarial;
Ø Emissor emite [tulos pela primeira vez ou está realizando uma nova captação de
recursos (novas ações, debêntures, CRI, CRA, [tulos públicos...);
Ø Há entrada de recursos no caixa do emissor.

q MERCADO SECUNDÁRIO: local onde os invesMdores negociam e transferem entre si os


valores mobiliários (transferência de propriedade e de recursos), sem ter parMcipação da
companhia. Assim sendo, o mercado secundário oferece liquidez aos [tulos emiMdos no
mercado primário. Em resumo:
Ø Finalidade de dar liquidez às ações e [tulos emiMdos no mercado primário;
Ø Onde ações são negociadas após sua emissão (bolsa ou mercado de balcão);
Ø Transferência de posse das ações entre invesMdores;
Ø Não há entrada de recursos no caixa da empresa.

953
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Mercado Primário e Mercado Secundário
Gráfico
Decide captar
Bancos de
recursos via
InvesMmento;
emissão de [tulos
Agente Bancos MúlMplos;
EMPRESA
UnderwriBng DTVM, CTVM
R$
vai
p ara Emite as ações no

IPO
ae mercado primário
mp
$ res (underwri4ng)
a
C CTVM Bolsa de
Ações Valores / Mercado
Mercado Primário
Ações C
de Balcão
V CTVM
Mercado secundário:
$
[tulos passam a ser negociadas
entre os invesMdores

954
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

IPO – Ini$al Public Offering


Definição
IPO é a sigla em inglês para Ini4al Public Offering, ou Oferta Pública Inicial em português.
Um IPO de ações é o momento em que a empresa abre seu capital e passa a ser listada na
Bolsa de Valores. Esta é uma das formas que as empresas tem como alternaMva para
captar recursos e assim financiar seus invesMmentos. A outra é a busca de emprésMmo ou
venda de [tulos de dívida, que diferentemente da emissão de ações, considerada
“captação através de recursos próprios”, é considerada “captação através de recursos de
terceiros”.

A Resolução CVM 160 dispõe sobre as ofertas públicas de distribuição de valores


mobiliários, nos mercados primário e secundário, e tem por finalidade assegurar a
proteção dos interesses do público invesBdor e do mercado em geral, através do
tratamento equitaBvo aos ofertados e de requisitos de ampla, transparente e adequada
divulgação de informações sobre a oferta, os valores mobiliários ofertados, a companhia
emissora, o ofertante e demais pessoas envolvidas. Como regra geral, somente depois do
registro da oferta na CVM é que poderá ser ofertado ao público.

955
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
IPO – Ini$al Public Offering
Vantagens
q VANTAGENS: O maior benefício deste tipo de captação é que a empresa não possui
mais a obrigação de remuneração como havia através da captação de dívidas, pois agora
irá remunerar através do lucro da empresa, diferentemente de quando são dívidas, paga-
se independentemente dos resultados. As demais vantagens são:
Ø Maior número de investidores potenciais (investidores institucionais)
Ø Maior profissionalização de gestão, pois é transparência necessária às empresas
de capital aberto.
Ø Alta liquidez patrimonial, vide que há conversão de ações em dinheiro, além da
maior visibilidade no mercado.

q DESVANTAGENS: No entanto, o que era benefício na forma de captação de recursos de


terceiros (dívidas), neste momento são desvantagens, tais como:
Ø Diluição do lucro por acionista, caso o acionista não subscreva seu direito;
Ø Divulgação obrigatória de informações estratégicas da empresa ao público
(inclusive à concorrência);
Ø Aumento dos custos administrativos:
o Publicação de demonstrações financeiras e auditorias;
o Pouco significativos para a empresa de grande porte.
956
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

IPO – Ini$al Public Offering


Estruturação da Operação
q ORDEM CRONOLÓGICA PARA OFERTAS:
1. Análise interna e processo decisório: preparação da empresa e definição da
estrutura (Decisão dos Sócios);
2. Mandato para InsMtuição Financeira;
3. Transformar a empresa em S/A;
4. Preparar a documentação e registro junto à CVM e à B3;
5. Realizar apresentações para potenciais invesMdores (road show);
6. Formar consórcio de distribuição;
7. Elaborar o prospecto da emissão;
8. Anúncio de início de distribuição;
9. Anúncio de encerramento da distribuição.

957
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
IPO – Ini$al Public Offering
Tipos de Colocação
A operação para o lançamento de novos títulos (ações, debêntures, CRI, CRA,...) envolve
riscos relacionados a procura dos investidores pelos papeis da empresa. Cumprindo os
procedimentos legais da operação e avaliando a viabilidade econômico-financeira, a
empresa deve procurar uma instituição financeira que a auxilie a diminuir o risco de
demanda pela oferta. Esta instituição financeira pode ser um banco de investimentos ou
uma corretora (CTVM).

O processo de subscrição pública desses títulos podem ocorrer através principalmente


dos seguintes mecanismos:
Ø Bookbuilding;
Ø Leilão holandês;
Ø Competitive bids;
Ø Private placement;
Ø Garantia Firme (Straight);
Ø Melhores Esforços (Best Efforts).

958
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Processo de subscrição
Bookbuilding, Leilão Holandês, Compe00ve
Bids e Private Placement
Quando a empresa está buscando novos recursos, ela deve escolher qual o procedimento
para a precificação para a venda destes [tulos, que podem ser ações, debêntures, CRI,
etc. Para esse procedimento, temos as seguintes formas possíveis:
Ø BOOKBUILDING: mesmo o nome não sendo familiar, este é o processo mais
comum para precificação de [tulos. Aqui a empresa emissora define as condições
básicas da oferta e os invesMdores encaminham suas ofertas para a insMtuição
coordenadora da emissão, construindo assim, um “livro de ofertas”. Caso a demanda
seja maior que a oferta, a empresa comunicará o rateio, junto com o resultado do
bookbuilding.
Ø LEILÃO HOLANDÊS: também chamado de leilão descendente, ele segue a ordem
inversa de um leilão tradicional. O lance inicial é o máximo esMpulado pelo vendedor
e progressivamente o preço vai sendo reduzido, até que um dos parMcipantes esteja
disposto a aceitar o valor.
Ø COMPETITIVE BIDS x PRIVATE PLACEMENT: o primeiro se refere à colocação do
[tulo de forma compeMMva, via oferta pública; já o segundo, somente para
invesMdores e insMtuições pré-selecionados.

959
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Processo de subscrição
GaranBa Firme (Straight)
Na garantia firme de colocação (Straight), o agente financeiro responsável se compromete
a adquirir todo o valor do título que foi ofertado. Dessa forma, a empresa tem a garantia
de que todos os títulos emitidos serão vendidos, ou seja, a empresa captará todos os
recursos necessários e o RISCO SERÁ DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE INTERMEDIU A
OPERAÇÃO.

Este regime é pouco comum para a emissão de ações, pois o agente financeiro só
assumirá o risco se houver uma demanda estimada pelas ações muito maior do que o
volume da oferta

q RESUMO: instituição financeira subscreve integralmente a emissão da empresa para


revendê-la posteriormente ao público, assumindo todo o risco da operação.

960
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Processo de subscrição
Melhores Esforços (Best Efforts)
No Regime de Melhores Esforços, a insMtuição financeira se compromete a fazer tudo que
está ao seu alcance para que as ações da oferta sejam colocadas no mercado. Desta
forma, não há garanMa de que a empresa conseguirá vender todos os [tulos objeto da
oferta.

Diferente da garanMa firme, OS RISCOS DA ACEITAÇÃO OU NÃO DOS TÍTULOS LANÇADOS


NO MERCADO É DA EMPRESA. Dependendo das condições de mercado, há um risco
importante de que não haja demanda pelo total das ações. Também pode ocorrer que o
preço da ação na oferta fique abaixo da faixa mínima esMpulada. Numa situação dessas, é
muito comum que a oferta seja cancelada ou postergada.

q RESUMO: Nos Melhores Esforços não há um compromeMmento por parte do


intermediário de que haverá a colocação efeMva de todas as ações; o risco é da própria
empresa.

961
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Regras de distribuição
Green Shoe e Hot Issue
Ø GREEN SHOE: termo que se refere ao lote suplementar de ações. Ele é acionado
para estabilizar o preço das ações em caso de excesso de demanda e pode
representar um complemento de até 15% no valor inicialmente previsto para
distribuição;
Ø HOT ISSUE: também conhecido por lote adicional de ações, permite que a
empresa aumente a quantidade de ações ofertadas em até 25%. Diferentemente do
green shoe, o principal objetivo do hot issue é aumentar o volume da captação de
recursos pela companhia.

962
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

12.3 Ofertas Públicas


Resolução CVM 160
963
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Âmbito, Definições e Finalidade
Âmbito
A Resolução CVM 160 regula as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários, a
negociação dos valores mobiliários ofertados nos mercados regulamentados e tem por
fim assegurar a proteção dos interesses do público invesBdor em geral e promover a
eficiência e o desenvolvimento do mercado de valores mobiliários.

O disposto nesta Resolução se aplica a toda e qualquer oferta pública de distribuição de


valores mobiliários e de [tulos e instrumentos financeiros cuja regulamentação da
distribuição pública seja atribuída por lei à CVM.

Contudo, o disposto nesta Resolução não se aplica quando a oferta dos valores
mobiliários e dos referidos [tulos e instrumentos financeiros forem expressamente
tratados em regulamentação específica diversa.

As ofertas públicas de distribuição devem ser realizadas em condições que assegurem


tratamento equitaBvo aos desBnatários e aceitantes das ofertas, permiMda a concessão
de prioridade àqueles que já sejam Btulares de valores mobiliários objeto da oferta.

964
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Âmbito, Definições e Finalidade


Ofertas não Sujeitas à Resolução 160
Não estão sujeitas a esta regulamentação ofertas de valores mobiliários com as seguintes
caracterísMcas:
Ø iniciais e subsequentes de cotas de fundos de invesMmento fechados exclusivos,
conforme definidos em regulamentação específica;
Ø subsequentes de cotas de fundos de invesMmento fechados desMnada
exclusivamente a coMstas do próprio fundo nos casos de fundos ou classes de cotas
com menos de 100 coMstas na data da oferta e cujas cotas não estejam admiMdas à
negociação em mercado organizado;
Ø decorrentes de plano de remuneração desMnado aos administradores,
funcionários e pessoas naturais que prestem serviços ao emissor ou à empresa
coligada, controlada ou controladora do emissor e enMdades sem fins lucraMvos por
ele manMdas;
Ø de lote único e indivisível de valores mobiliários desMnado a um único invesMdor;
Ø de valores mobiliários oferecidos por ocasião de permuta no âmbito de oferta
pública de aquisição de ações (“OPA”), sem prejuízo das disposições de norma
específica sobre OPA, e desde que tais valores mobiliários estejam admiMdos à
negociação em mercados organizados brasileiros.

965
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Âmbito, Definições e Finalidade
Ofertas não Sujeitas à Resolução 160
Também não estão sujeitas a esta regulamentação ofertas de valores mobiliários com as
seguintes caracterísMcas:
Ø iniciais ou subsequentes de valores mobiliários emiMdos e admiMdos à negociação
em mercados organizados de valores mobiliários estrangeiros, com liquidação no
exterior em moeda estrangeira, quando adquiridos por invesMdores profissionais
residentes no Brasil por meio de conta no exterior, sendo vedada a negociação
destes aMvos em mercados regulamentados de valores mobiliários no Brasil após a
sua aquisição; e
Ø de ações de propriedade da União, Estados, Distrito Federal, municípios e demais
enMdades da administração pública, que, cumulaMvamente:
Ø não objeMve colocação junto ao público em geral; e
Ø seja realizada em leilão organizado por enMdade administradora de mercado
organizado, nos termos da legislação que estabelece normas gerais sobre
licitações e contratos administraMvos.

Nesses casos, não é permiBda a uBlização de material publicitário. Por fim, usa-se no
mercado o termo Safe Harbor, pois a CVM determinou expressamente quais ofertas
públicas não estão sujeitas à Resolução 160 (algo que não exisMa no passado).
966
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Âmbito, Definições e Finalidade


Ofertas não Sujeitas à Resolução 160
Em tais ofertas não sujeitas à Resolução CVM 160, não é vedada a submissão prévia e
voluntária a registro de oferta pública de distribuição, que deve seguir o rito de
distribuição adequado ao Mpo de valor mobiliário e público-alvo conforme esta Resolução

Caso, nos 180 dias seguintes ao encerramento de oferta de lote único e indivisível de
valores mobiliários desMnado a um único invesMdor, o mesmo ofertante venha a realizar
nova oferta de lote único e indivisível de mesma espécie de valor mobiliário de um
mesmo emissor, a nova oferta não será considerada abrangida nessa seção de ofertas não
sujeitas à Resolução CVM 160.

E, por fim, nesse mesmo Mpo de oferta (de lote único e indivisível de valores mobiliários
desMnado a um único invesMdor), é vedada a negociação fracionada do lote em mercados
regulamentados pelo prazo de 180 dias da data de subscrição do lote de valores
mobiliários.

967
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Âmbito, Definições e Finalidade
Definições
Coordenador Líder é a insMtuição intermediária, atuando em nome do ofertante na
qualidade de líder na condução da oferta pública, e para quem a CVM deve direcionar
comunicações referentes à oferta.

Coordenadores da Oferta são as insMtuições intermediárias signatárias do contrato de


distribuição na qualidade de coordenadores e registradas na CVM nos termos de
regulamentação específica

Documentos da Oferta são documentos elaborados pelo ofertante ou pelos


coordenadores, desMnados ao fornecimento de informações relaMvas ao emissor ou à
oferta a potenciais invesMdores, como, por exemplo, o prospecto, a lâmina da oferta, os
demais documentos submeMdos com o requerimento de registro, o aviso ao mercado, o
anúncio de início de distribuição, o material publicitário, os documentos de suporte a
apresentações para invesMdores e quaisquer outros documentos contendo informações
que possam influenciar na tomada de decisão relaMva ao invesMmento;

Convênio é um termo que se refere a um convênio ou acordo de cooperação técnica


firmado entre a CVM e enMdade autorreguladora para fins de análise de requerimento de
registro de oferta pública de distribuição.
968
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Âmbito, Definições e Finalidade


Definições
Encerramento da Oferta - considera-se encerrada a oferta pública após a distribuição de
todos os valores mobiliários objeto da oferta, inclusive daqueles constantes do lote
adicional, assim como o eventual exercício da opção de distribuição do lote suplementar,
ou após o cancelamento do saldo de valores mobiliários não colocado, no caso de
distribuição parcial, e a publicação do anúncio de encerramento da distribuição.

Oferta a Mercado é período da oferta em que podem ser realizados esforços de venda,
inclusive sendo admiMdas reservas, e que se inicia com a divulgação do aviso ao mercado,,
se houver, abrangendo também o período de distribuição.

Período de Distribuição é o período da oferta no qual ocorre a subscrição ou aquisição


dos valores mobiliários objeto da oferta, iniciando-se após, cumulaMvamente, a obtenção
do registro e a divulgação do anúncio de início de distribuição e encerrando-se após a
distribuição de todos os valores mobiliários objeto da oferta, inclusive daqueles
constantes do lote adicional, assim como o eventual exercício da opção de distribuição do
lote suplementar, ou após o cancelamento do saldo de valores mobiliários não colocado,
no caso de distribuição parcial, e a publicação do anúncio de encerramento da
distribuição.

969
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Âmbito, Definições e Finalidade
Definições
Ofertantes são o Emissor, no caso de distribuição primária; os Vendedores por sua
própria conta, no caso de distribuição secundária; e o Administrador e o Gestor do
Fundo, no caso de oferta primária de distribuição de cotas de fundo de invesMmento.

Pessoas Vinculadas: controladores, diretos ou indiretos, ou administradores dos


parMcipantes do consórcio de distribuição, do emissor, do ofertante, bem como seus
cônjuges ou companheiros, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 2º grau,
sociedades por eles controladas direta ou indiretamente e, quando atuando na emissão
ou distribuição, as demais pessoas consideradas vinculadas na regulamentação da CVM
que dispõe sobre normas e procedimentos a serem observados nas operações realizadas
com valores mobiliários em mercados regulamentados.

Procedimento de Precificação (Bookbuilding) é o procedimento de coleta de intenções de


invesMmento para precificação do valor mobiliário e que não se confunde com o
recebimento de reservas quando a oferta está a mercado.

970
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Âmbito, Definições e Finalidade


Definições
Prospecto DefiniBvo é o prospecto cuja divulgação é requisito para o início da
distribuição.

Prospecto Preliminar é o prospecto disponível para consulta do público em geral.

SPAC (Sociedade com Propósito de Aquisição de Companhia): emissora em fase pré-


operacional consMtuída com a finalidade exclusiva de parMcipar futuramente no capital
social de sociedade operacional pré-existente.

EGEM (Emissores com Grande Exposição ao Mercado): emissor de ações e demais valores
mobiliários de parMcipação no capital que atenda aos requisitos previstos para tais
emissores na regulamentação da CVM que dispõe sobre o registro de emissores de
valores mobiliários admiMdos à negociação em mercados regulamentados de valores
mobiliários.

971
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Ofertas Públicas
Configura oferta pública de distribuição o ato de comunicação oriundo do ofertante, do
emissor, quando este não for o ofertante, ou ainda de quaisquer pessoas naturais ou
jurídicas, integrantes ou não do sistema de distribuição de valores mobiliários, atuando
em nome do emissor, do ofertante ou das insMtuições intermediárias, disseminado por
qualquer meio ou forma que permita o alcance de diversos desBnatários, e cujo
conteúdo e contexto representem tentaBva de despertar o interesse ou prospectar
invesBdores para a realização de invesBmento em determinados valores mobiliários.

É considerada pública a oferta que venha a obter registro junto à CVM nos termos desta
Resolução.

Toda oferta pública de distribuição de valores mobiliários, cujos desMnatários sejam


invesMdores residentes, domiciliados ou consMtuídos no Brasil, deve ser submeBda
previamente a registro ou objeto de dispensa junto à CVM nos termos desta Resolução.
Além disso, deve contar com a coordenação de ao menos uma enBdade registrada a
atuar como coordenador de ofertas de valores mobiliários.

972
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Ofertas Públicas
São exemplos que caracterizam uma oferta como pública:
Ø a uMlização de material publicitário dirigido ao público invesBdor em geral;
Ø a procura, no todo ou em parte, de invesBdores indeterminados para os valores
mobiliários, por meio de quaisquer pessoas naturais ou jurídicas, integrantes ou não
do sistema de distribuição de valores mobiliários, atuando em nome do emissor, do
ofertante ou das insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição;
Ø a consulta sobre a viabilidade da oferta ou a coleta de intenções de invesBmento
junto a potenciais subscritores ou adquirentes indeterminados;
Ø a negociação feita em loja, escritório, estabelecimento aberto ao público, página na
rede mundial de computadores, rede social ou aplicaMvo, desMnada, no todo ou em
parte, a subscritores ou adquirentes indeterminados; e
Ø a práMca de quaisquer atos descritos nos úlMmos três tópicos, ainda que os
desMnatários da comunicação sejam individualmente idenMficados, quando
resultante de comunicação padronizada e massificada.

973
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Pilot Fishing
É permiMda, mesmo antes do protocolo do requerimento de registro da oferta pública, a
consulta sigilosa a potenciais invesBdores profissionais para apurar a viabilidade ou o
interesse em uma eventual oferta pública de distribuição. Essa práMca é chamada Pilot
Fishing.

A consulta pode ser realizada:


Ø pelos ofertantes;
Ø por insMtuições intermediárias agindo em nome de ofertante; ou
Ø até o momento do protocolo, por pessoas contratadas pelos ofertantes e que com
estes estejam trabalhando ou os assessorando para a realização da consulta.

Essa consulta, contudo, não pode vincular as partes, sendo vedada a realização ou
aceitação de ofertas, bem como o pagamento ou o recebimento de quaisquer valores,
bens ou direitos de parte a parte.

974
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Pilot Fishing
Além disso, a parte que realiza a consulta deve obter de seus interlocutores o
compromisso de manter em sigilo as informações recebidas na consulta e a possibilidade
de realização de oferta pública de distribuição de valores mobiliários até a divulgação do
aviso ao mercado ou do anúncio de início de distribuição.

Finalmente, a parte que realiza a consulta deve manter à disposição da CVM:


Ø lista com informações que possibilitem a idenMficação das pessoas consultadas, bem
como a data e a hora em que foram consultadas; e
Ø as apresentações e os materiais uMlizados.

975
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Publicidade e Documentos da Oferta
Exigência de Prospecto e
Documento de Aceitação
Os valores mobiliários não podem ser ofertados ao público sem a divulgação de um
prospecto e a uBlização de um documento de aceitação da oferta, exceto:
Ø nas ofertas desMnadas exclusivamente a invesMdores profissionais;
Ø nas ofertas de cotas de fundo de invesMmento financeiro fechado desMnadas
exclusivamente a invesMdores qualificados; e
Ø nas ofertas que atendam cumulaMvamente os seguintes requisitos:
Ø sejam desMnadas exclusivamente a credores de emissores em recuperação
judicial ou extrajudicial, nos termos de plano de recuperação judicial ou
extrajudicial homologado em juízo; e
Ø não tenham por objeto ações ou cerMficados de depósito de ações.

Nessas exceções, o invesMdor deve ser informado de que foi dispensada a divulgação de
um prospecto para a realização da oferta, de que a CVM não realizou análise dos
documentos da oferta nem de seus termos e condições e que pode haver restrições que
se aplicam à revenda dos valores mobiliários, descrevendo quais são estas, quando
aplicáveis.

976
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Publicidade e Documentos da Oferta


Exigência de Prospecto e
Documento de Aceitação
A exceção prevista da divulgação de um prospecto prevista nas ofertas desMnadas
exclusivamente a invesMdores profissionais não se aplica às ofertas iniciais de distribuição
de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis ou permutáveis em ações e de
cerMficados de depósito sobre esses valores mobiliários.

A uBlização de um documento de aceitação da oferta não é exigida em relação a


invesBdores profissionais, ainda que a oferta não seja a eles exclusivamente desMnada.

E, por fim, nos casos mencionados de exceção à regra de exigência de prospecto e


documento de aceitação, caso o ofertante opte por divulgar um prospecto, este deve ser
elaborado de acordo com as determinações desta Resolução.

977
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Publicidade
Considera-se que foi dada publicidade a uma oferta quando for promovido, por qualquer
meio ou forma, ato de comunicação que busque despertar interesse na subscrição ou na
aquisição de determinados valores mobiliários ofertados ou a serem ofertados.

Como regra geral, o ofertante, as insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição e


as pessoas contratadas que com estes estejam trabalhando ou os assessorando de
qualquer forma em relação à oferta devem abster-se de dar publicidade à oferta,
inclusive por meio de manifestações a respeito do emissor, no período:
Ø que se inicia na data mais anMga entre:
Ø o momento em que a realização da oferta foi aprovada por meio de ato
deliberaMvo ou, no caso de oferta exclusivamente secundária em que não haja
tal ato deliberaMvo, o momento do engajamento ou contratação do
coordenador líder; ou
Ø o 30º dia que antecede o protocolo do requerimento de registro da oferta junto
à CVM ou à enMdade autorreguladora autorizada pela CVM para análise prévia
do requerimento de registro; e
Ø que se encerra na data do anúncio de encerramento da distribuição.

978
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Publicidade
Não configuram infração ao disposto anteriormente as comunicações que atendam
cumulaMvamente os seguintes requisitos:
Ø sejam efetuadas pelo emissor, pelo prestador de serviços essenciais ao fundo de
invesMmento, ou por administradores ou empregados de tais pessoas jurídicas, sem
o envolvimento de insMtuição intermediária que venha a integrar o consórcio de
distribuição;
Ø não contenham a menção a uma oferta pública de valores mobiliários; e
Ø sejam realizadas antes do 30º dia que antecede o protocolo do requerimento de
registro da oferta junto à CVM ou à enMdade autorreguladora autorizada pela CVM
para análise prévia do requerimento de registro.

979
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Publicidade
A abstenção de dar publicidade à oferta, também conhecida como Período de Silêncio,
não se aplica às divulgações realizadas por emissor registrado na CVM e por prestador de
serviço essencial a fundo de invesMmento, bem como pelos representantes destes
agentes:
Ø das informações periódicas e eventuais exigidas do emissor pela CVM ou por outra
autoridade reguladora ou autorreguladora competente;
Ø de informações do interesse do público invesMdor em geral divulgadas
roMneiramente pelo emissor no curso de seus negócios, desde que realizadas de
modo consistente com as divulgações prévias; e
Ø de campanha de promoção publicitária, manifestações na mídia ou publicações
jornalísMcas sobre os produtos e serviços oferecidos pelo emissor ou pelos
prestadores de serviços essenciais do fundo, desde que não mencione uma oferta
pública de valores mobiliários.

980
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Publicidade
Durante o Período de Silêncio e até a data da divulgação do aviso ao mercado, o
ofertante, as insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição e as pessoas
contratadas que com estes estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer forma
em relação à oferta devem limitar a revelação e uBlização de informação relaBva à
oferta estritamente para os fins relacionados com a preparação da oferta, adverBndo os
desBnatários sobre o caráter reservado da informação transmiBda.

O emissor dos valores mobiliários objeto da oferta, ainda que não seja o próprio
ofertante, também se sujeita ao Período de Silêncio, a parMr do período que se inicia na
data mais anMga entre:
Ø o momento em que tenha sido solicitado, pelo ofertante ou por aqueles que com
estes estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer forma, a fornecer
informações e documentos necessários para elaboração dos documentos da oferta; e
Ø o 30º dia que antecede o protocolo do requerimento de registro da oferta junto à
CVM ou à enMdade autorreguladora autorizada pela CVM para análise prévia do
requerimento de registro.

981
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Publicidade
Após o início do período de oferta a mercado, é permiMdo ao ofertante, às insMtuições
parMcipantes do consórcio de distribuição e às pessoas contratadas que com estes
estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer forma dar ampla publicidade à
oferta, nas condições estabelecidas por este arBgo, inclusive por meio da disseminação:
Ø do prospecto e da lâmina da oferta;
Ø de material de caráter explicaMvo e educacional que contenha aspectos úteis e
relevantes para o apropriado entendimento das caracterísMcas do valor mobiliário
objeto da oferta e para o acompanhamento do desempenho do invesMmento;
Ø de material publicitário;
Ø de apresentação para invesMdores, incluindo os documentos de suporte a tais
apresentações; e
Ø de entrevistas na mídia.

Os remetentes de tais comunicações devem se idenMficar, incluindo informações pelas


quais possam ser contatados, bem como explicitar a sua ligação com o ofertante e com a
insMtuição parMcipante do consórcio de distribuição e o fato de que está parMcipando, ou
espera parMcipar, do esforço de venda da oferta pública de distribuição do valor
mobiliário.

982
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Publicidade
As comunicações permiBdas devem:
Ø ser consistentes com o conteúdo do prospecto e das informações periódicas do
emissor requeridas pela legislação e regulamentação em vigor;
Ø usar linguagem serena e moderada;
Ø observar os princípios de qualidade, transparência e equidade de acesso à
informação; e
Ø abster-se de:
Ø uMlizar linguagem que omita ou que não reflita adequadamente a existência de
riscos;
Ø conter afirmações que afastem as responsabilidades do ofertante e das
insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição sobre as informações
fornecidas;
Ø afirmar que não se trata de oferta pública;
Ø afirmar que as informações constantes da comunicação são confidenciais;
Ø conter linguagem de natureza contratual que implique percepção de anuência
tácita de reserva ou colocação de ordem; e
Ø usar informações falsas, imprecisas ou que induzam o invesBdor a erro.

983
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Publicidade
O material publicitário, se uBlizado, deve:
Ø nas ofertas em que é obrigatória a divulgação de prospecto, afirmar que um
prospecto preliminar ou definiMvo foi divulgado, conforme o caso, e indicar onde ele
pode ser obMdo, além da advertência em destaque: “Leia o prospecto antes de
aceitar a oferta e em especial a seção dos fatores de risco”;
Ø conter referência expressa de que se trata de material publicitário, não devendo se
confundir com o prospecto; e
Ø adverMr que se trata de invesMmento de risco.

Na promoção publicitária que uMlize materiais na forma audiovisual, as advertências


requeridas acimas realizadas de forma oral não podem comprometer a clareza e o
destaque dos avisos, e, nos casos de advertência de forma escrita, o tamanho da fonte
deve ser adequado para não comprometer a leitura.

A uMlização das comunicações permiMdas independe de aprovação prévia pela


Superintendência de Registro de Valores Mobiliários – SRE, porém os materiais
publicitários devem ser encaminhados à CVM em até 1 dia úMl após a sua uMlização.

984
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Publicidade
As divulgações requeridas por esta Resolução, inclusive do prospecto preliminar, quando
houver, e do prospecto definiMvo, devem ser feitas, com destaque e sem restrições de
acesso, na página da rede mundial de computadores:
Ø do ofertante;
Ø do fundo de invesMmento cujas cotas estejam sendo ofertadas, quando for o caso;
Ø das insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição, sendo aceita a remissão à
página do coordenador líder que contenha as divulgações no caso de parMcipantes
que não sejam coordenadores;
Ø das enMdades administradoras de mercado organizado de valores mobiliários nos
quais os valores mobiliários do emissor sejam admiMdos à negociação, quando
aplicável; e
Ø da CVM.

Tais obrigações não impedem a divulgação em outros meios de comunicação e mídias


digitais. As divulgações devem ser feitas, sempre que possível, antes da abertura ou após
o encerramento do pregão.

985
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Publicidade
A Superintendência de Registro de Valores Mobiliários – SRE pode, a qualquer momento,
por decisão moMvada, requerer reMficações, alterações, a cessação da publicidade ou
mesmo suspender a oferta pelo período necessário para esclarecimentos e nova
disseminação de informações, sem prejuízo da possibilidade de apuração de
responsabilidades em sede de processo administraMvo sancionador.

O ofertante e o coordenador líder da oferta são responsáveis pelo cumprimento do


disposto nesta Resolução, no que se refere à publicidade da oferta, não afastando a
responsabilidade das demais insBtuições parBcipantes do consórcio de distribuição por
eventuais infrações às obrigações que deem causa.

986
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Prospecto
O prospecto deve ser elaborado pelo ofertante em conjunto com o coordenador líder e
conter a informação necessária, suficiente, verdadeira, precisa, consistente e atual,
apresentada de maneira clara e objeMva em linguagem direta e acessível, de modo que os
invesMdores possam formar criteriosamente a sua decisão de invesMmento.

O prospecto deve, de maneira que não omita informações relevantes, nem contenha
informações imprecisas ou que possam induzir a erro, conter os dados e informações
sobre:
Ø a oferta, incluindo seus termos e condições;
Ø os valores mobiliários objeto da oferta e os direitos que lhes são inerentes;
Ø o ofertante, caso diferente do emissor;
Ø o emissor e sua situação patrimonial, econômica e financeira;
Ø os terceiros garanMdores de obrigações relacionadas com os valores mobiliários
objeto da oferta, se houver, incluindo sua situação patrimonial, econômica e
financeira;
Ø os principais fatores de risco relacionados com o emissor, com o valor mobiliário,
com a oferta, e com o terceiro garanMdor; e
Ø os terceiros que venham a ser desMnatários dos recursos da oferta primária.
987
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Prospecto
O conteúdo mínimo do prospecto depende das caracterísMcas do emissor, da operação,
do Mpo de valor mobiliário e do público-alvo, devendo conter as informações
discriminadas nos Anexos desta Resolução.

A SRE pode exigir do ofertante e do emissor, quando este não for ofertante, inclusive com
vistas à inclusão no prospecto, as informações adicionais que julgar adequadas, além de
advertências e considerações que entender cabíveis para a análise e compreensão do
prospecto pelos invesMdores desMnatários da oferta.

Caso haja previsão de aumento da quanBdade ofertada de valores mobiliários, bem


como no caso de outorga de opção de distribuição de lote suplementar, a quanBdade
máxima de valores mobiliários adicionais que podem vir a ser distribuídos deve constar
do prospecto.

As condições esMpuladas no prospecto devem ser observadas pelo emissor, ofertante,


insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição e demais pessoas vinculadas à
oferta, nas suas respecMvas esferas de competência, mesmo após o encerramento da
oferta.

988
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Prospecto – Fatores de Risco
Os principais fatores de risco elencados no prospecto devem ser:
Ø específicos em relação ao valor mobiliário, à oferta, ao emissor e ao terceiro
garanMdor; e
Ø materiais para a tomada de decisão de invesMmento.
A materialidade de cada fator de risco relaBvo ao emissor deve ser compa`vel com o
conteúdo do respecBvo formulário de referência, nos casos em que esse é exigido pela
regulamentação.
O ofertante deve avaliar a materialidade dos fatores de risco durante a elaboração do
prospecto com base na probabilidade de ocorrência e na magnitude do impacto negaMvo,
caso concreMzado.
Deve ser apresentada uma descrição adequada de como cada fator de risco elencado
pode afetar o emissor, o valor mobiliário, e o terceiro garanBdor, sendo aceito que a
materialidade seja expressa em uma escala qualitaMva de risco “menor, médio e maior”.
Os fatores de risco devem ser dispostos de maneira que o fator de maior materialidade
seja apresentado em primeiro lugar, seguido pelos demais em ordem decrescente.

989
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Prospecto Preliminar
O prospecto preliminar deve atender a todas as condições de um prospecto definiMvo,
exceto por não conter:
Ø o número de registro da oferta na CVM; e
Ø o preço ou a taxa de remuneração definiMvos.

O preço ou a taxa de remuneração podem ser apresentados sob a forma de faixa de


variação, hipótese em que as demais informações que dela dependam devem ser
apresentadas, no mínimo, com base no valor médio da faixa de variação.

O prospecto preliminar deve ser uMlizado, até a divulgação do anúncio de início, nas
ofertas em que a divulgação de prospecto seja exigida e em que haja previsão de:
Ø recebimento de reservas;
Ø procedimento de precificação, com ou sem recebimento de reservas; ou
Ø uMlização de material publicitário.

990
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Lâmina
A lâmina da oferta deve ser elaborada pelo ofertante em conjunto com o coordenador
líder em adição ao prospecto e de forma consistente com ele, servindo para sinteBzar o
seu conteúdo e apresentar as caracterísBcas essenciais da oferta, a natureza e os riscos
associados ao emissor, às garanBas, e aos valores mobiliários.

A lâmina da oferta não é obrigatória nas ofertas em que a elaboração do prospecto é


dispensada.
A lâmina da oferta deve:
Ø ser úMl para fins da decisão de invesMmento;
Ø ser escrita de forma clara, concisa e efeMva quanto ao objeMvo de permiMr que o
público invesMdor em geral compreenda a oferta;
Ø ser precisa, apropriadamente balanceada na ênfase dada a informações posiMvas e
negaMvas, e não deve induzir o invesMdor a erro;
Ø ser de fácil leitura e escrita em linguagem simples, abstendo-se de fazer comentários
por referência ao prospecto nas seções desMnadas a sinteMzar as informações
solicitadas.

991
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Lâmina
A lâmina da oferta também deve deve:
Ø seguir o modelo e os requisitos de tópicos abordados na ordem apresentada nos
Anexos da Resolução;
Ø estabelecer, adicionalmente, os termos e condições gerais da oferta; e
Ø ser elaborada de forma a permiMr a leitura adequada inclusive em disposiMvos
eletrônicos móveis, programas e aplicaMvos em geral.

A descrição dos fatores de risco na lâmina da oferta deve ser relevante para a oferta em
questão e ser exclusivamente elaborada em benebcio da compreensão da oferta por
parte dos invesBdores, abstendo-se o ofertante de formular declarações de caráter
genérico sobre os riscos de invesMmento, e de limitar sua responsabilidade ou de
quaisquer pessoas que atuem em seu nome.

Devem ser listados os 5 principais fatores de risco, em ordem decrescente de


materialidade, com base na probabilidade de ocorrência e na magnitude do impacto
negaBvo, caso concreBzado. A probabilidade de ocorrência e a magnitude do impacto
negaMvo dos fatores de risco devem ser expressas em uma escala qualitaMva de níveis
“menor, médio e maior”, quando requerido nos anexos a esta Resolução.

992
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Lâmina
Em linhas gerais, a lâmina deve conter informações sobre:
Ø Elementos essenciais da oferta: emissor, quanMdade ofertada (volume), lote
suplementar, lote adicional, entre outros;
Ø Propósito da oferta: principalmente no que diz respeito à desMnação dos recursos da
oferta;
Ø Detalhes relevantes sobre o emissor: por exemplo, como gera receita, quem são os
principais clientes e principais concorrentes;
Ø Governança e principais acionistas;
Ø CaracterísBcas do valor mobiliário: se tem direito à voto, se possui alguma restrição
à livre negociação, entre outros; e
Ø Informações sobre o invesBmento e calendário da oferta.

993
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Responsável sobre as informações
O ofertante é o responsável pela suficiência, veracidade, precisão, consistência e
atualidade dos documentos da oferta e demais informações fornecidas ao mercado
durante a oferta pública de distribuição.

O coordenador líder deve tomar todas as cautelas e agir com elevados padrões de
diligência, respondendo pela falta de diligência ou omissão, para assegurar que as
informações prestadas pelo ofertante, inclusive aquelas eventuais ou periódicas
constantes da atualização do registro do emissor na CVM e as constantes do estudo de
viabilidade econômico-financeira do empreendimento, se aplicável, são suficientes,
verdadeiras, precisas, consistentes e atuais, permiMndo aos invesMdores uma tomada de
decisão fundamentada a respeito da oferta.

Em caso de oferta secundária que não seja realizada pelo emissor ou pelo seu acionista
controlador, cabe ao ofertante, no que se refere a informações do emissor, tomar as
devidas cautelas mencionadas acima.

994
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Registro da Oferta
O registro de oferta pública de distribuição deve ser requerido à CVM pelo ofertante, em
conjunto com o coordenador líder da distribuição, sendo os documentos exigidos para
requerimento e concessão do registro da oferta submeMdos à CVM pelos meios e
formatos de transmissão eletrônica por ela especificados, de acordo com o rito de registro
uMlizado.

A definição do rito de registro e da documentação que deve ser preparada para fins da
oferta dependem da natureza do emissor, do Mpo de valor mobiliário ofertado e do
público desMnatário da oferta.

As ofertas públicas de emissores não registrados na CVM apenas podem ser desBnadas
a invesBdores profissionais.

995
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Rito de Registro AutomáBco
O Rito de Registro AutomáMco é aquele em que o registro da oferta não se sujeita à
análise prévia da CVM e a distribuição pode ser realizada automaBcamente se
cumpridos determinados requisitos e procedimentos nos casos de oferta pública:
Ø IPO de ações com análise via convênio;
Ø Subsequente de ações;
Ø Subsequente de ações EGEM (Emissor Com Grande Exposição ao Mercado);
Ø Debêntures simples de emissor frequente de dívida;
Ø Debêntures simples;
Ø Inicial e subsequente de cotas de fundo fechado;
Ø Inicial e subsequente de fundo fechado desMnada ao público invesMdor em geral com
análise via convênio;
Ø Títulos de securiMzação;
Ø Debêntures IncenMvadas emiMdas por SPE (Sociedade de Propósito Específico);
Ø Dívida de emissor não registrado;
Ø BDR Patrocinado Nível I e Nível II;
Ø Subsequente de BDR Patrocinado Nível III;
Ø Sobras de aumento de capital privado; e
Ø Emissores em plano de recuperação judicial.
996
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Rito de Registro Automático
Detalhando melhor cada um dos casos de oferta pública previstos na Resolução CVM 160,
o registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos nos
casos de oferta pública:
Ø inicial de distribuição de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis ou
permutáveis em ações e de cerMficados de depósito sobre estes valores mobiliários
de emissores registrados em fase operacional quando o requerimento de registro for
previamente analisado por enMdade autorreguladora autorizada pela CVM nos
termos do convênio;
Ø subsequente de distribuição de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis
ou permutáveis em ações e de cerMficados de depósito sobre estes valores
mobiliários de emissores em fase operacional desMnada exclusivamente a
invesMdores profissionais, qualificados (sujeita a apresentação de determinados
documentos) ou ao público invesMdor em geral, quando o requerimento de registro
for previamente analisado por enMdade autorreguladora autorizada pela CVM nos
termos do convênio.

997
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Rito de Registro AutomáBco
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø subsequente de distribuição de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis
ou permutáveis em ações e de cerMficados de depósito sobre estes valores
mobiliários de emissor de ações com grande exposição ao mercado - EGEM
desMnada exclusivamente a invesMdores profissionais ou inclusive ao público
invesMdor geral, sujeita a apresentação de determinados documentos;
Ø distribuição de debêntures não-conversíveis ou não-permutáveis em ações, ou de
outros Mpos de valores mobiliários representaMvos de dívida de emissor frequente
de valores mobiliários de renda fixa - EFRF desMnada exclusivamente a invesMdores
profissionais ou inclusive ao público invesMdor geral, sujeita a apresentação de
determinados documentos;

998
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Rito de Registro Automático
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø de distribuição de debêntures não-conversíveis ou não-permutáveis em ações, ou de
outros Mpos de valores mobiliários representaMvos de dívida de emissor em fase
operacional registrado nas Categorias A e B desMnada exclusivamente a invesMdores
profissionais, qualificados ou inclusive ao público invesMdor em geral quando
Ø o requerimento do registro for previamente analisado por enMdade
autorreguladora autorizada pela CVM nos termos do convênio;
Ø se tratar de [tulos com caracterísMcas idênMcas exceto pela taxa de
remuneração, inclusive com o mesmo vencimento, aos distribuídos em oferta
pública anterior desMnada público invesMdor em geral;
Ø se tratar de [tulo padronizado, de acordo com modelo definido por enMdade
autorreguladora e que seja previamente aprovado pela CVM.

999
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Rito de Registro AutomáBco
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø inicial de distribuição de cotas de fundo de invesMmento fechado não exclusivo
desMnada exclusivamente a invesMdores profissionais, qualificados ou inclusive ao
público invesMdor em geral, quando o requerimento de registro for previamente
analisado por enMdade autorreguladora autorizada pela CVM nos termos do
convênio;
Ø subsequente de distribuição de cotas de fundo de invesMmento fechado não
exclusivo desMnada exclusivamente a invesMdores profissionais, qualificados, ao
público invesMdor em geral, desde que tenha havido oferta anterior objeto de análise
prévia por parte da CVM e não tenha havido ampliação de público-alvo do fundo ou
alteração em sua políMca de invesMmento ou ao público invesMdor em geral quando
o requerimento de registro for previamente analisado por enMdade autorreguladora
autorizada pela CVM nos termos do convênio.

1000
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Rito de Registro Automático
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø de distribuição de [tulos de securiMzação emiMdos por companhias securiMzadoras
registradas na CVM desMnada exclusivamente a invesMdores profissionais,
qualificados ou inclusive ao público invesMdor em geral quando:
Ø o requerimento de registro for previamente analisado por enMdade
autorreguladora autorizada pela CVM nos termos do convênio;
Ø se tratar de [tulos com caracterísMcas idênMcas, exceto pela taxa de
remuneração, inclusive com mesmo instrumento de lastro, vinculado a risco
corporaMvo único e mesma data de vencimento, aos distribuídos em oferta
pública anterior desMnada público invesMdor em geral; ou
Ø o devedor do lastro for único e se enquadrar como EFRF ou EGEM.

1001
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Rito de Registro AutomáBco
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø de debêntures não conversíveis emiMdas pelas Sociedades de Propósito Específico,
também conhecidas como Debêntures IncenMvadas, relacionadas à captação de
recursos com vistas a implementar projetos de invesMmento na área de
infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e
inovação, considerados como prioritários na forma regulamentada pelo Poder
ExecuMvo Federal, desMnada exclusivamente a invesMdores qualificados;
Ø de valores mobiliários representaMvos de dívida quando o emissor não for registrado
na CVM;
Ø de distribuição de CerMficados de Depósito de Valores Mobiliários no âmbito de
programa de BDR Patrocinado Nível I e Nível II’
Ø subsequente de distribuição de cerMficados de depósito de valores mobiliários no
âmbito de programa de BDR Patrocinado Nível III, exclusivamente nos casos de
programa BDR Nível III em que houve oferta inicial por rito de registro ordinário

1002
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Rito de Registro Automático
O registro da oferta não se sujeita à análise prévia da CVM e a distribuição pode ser
realizada automaBcamente se cumpridos determinados requisitos e procedimentos
também nos casos de oferta pública:
Ø desMnada inclusive ao público invesMdor em geral para colocação em bolsa de
valores de ações oriundas de distribuição primária decorrente de aumento de capital
privado, em volume superior a 5% da emissão e inferior a 1/3 das ações em
circulação no mercado, considerando as novas ações ofertadas para o cálculo das
ações em circulação, desde que os valores mobiliários já estejam admiMdos à
negociação em mercado organizado; e
Ø distribuição de valores mobiliários representaMvos de dívida desMnada
exclusivamente a credores de emissor em recuperação judicial ou extrajudicial, nos
termos de plano de recuperação judicial ou extrajudicial homologado em juízo.

1003
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Requerimento de Registro AutomáBco
Os seguintes documentos e condições são exigidos para requerimento e concessão do
registro da oferta pública de distribuição que siga o rito automáMco:
Ø caso o público-alvo da oferta seja composto exclusivamente por invesMdores
profissionais:
Ø pagamento da taxa de fiscalização;
Ø formulário eletrônico de requerimento da oferta; e
Ø nos casos de ofertas de emissores registrados, declaração de que o registro de
emissor encontra-se atualizado.
Ø caso o público-alvo da oferta não seja composto exclusivamente por invesMdores
profissionais, além dos documentos acima, são exigidos:
Ø lâmina da oferta;
Ø prospecto definiMvo ou preliminar; e
Ø declaração contendo memória de cálculo demonstrando que o emissor se
enquadra na definição de EGEM ou de EFRF, quando for o caso.

A lâmina e os prospectos preliminar e definiBvo não são exigidos nas ofertas de cotas de
fundo de invesBmento financeiro fechado desBnadas exclusivamente a invesBdores
qualificados.

1004
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Rito de Registro Ordinário
O rito de registro ordinário de distribuição de valores mobiliários é aquele que se sujeita à
análise prévia da CVM para a obtenção do registro e deve ser obrigatoriamente seguido
nos casos de oferta pública:
Ø inicial de distribuição de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis ou
permutáveis em ações e de cerMficados de depósito sobre estes valores mobiliários,
que não aqueles previstos para tais aMvos no Rito de Registro AutomáMco;
Ø subsequente de distribuição de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis
ou permutáveis em ações e de cerMficados de depósito sobre estes valores
mobiliários
Ø em que exista obrigação de elaboração de estudo de viabilidade econômico-
financeira;
Ø desMnada ao público em geral, desde que não se enquadre no Rito de Registro
AutomáMco.
Ø de distribuição de debêntures ou de outros Mpos de valores mobiliários
representaMvos de dívida de emissor registrado nas Categorias A e B desMnada ao
público invesMdor em geral, desde que não se enquadre no Rito de Registro
AutomáMco.

1005
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Rito de Registro Ordinário
O rito de registro ordinário de distribuição de valores mobiliários é aquele que se sujeita à
análise prévia da CVM para a obtenção do registro e deve ser obrigatoriamente seguido
também nos casos de oferta pública:
Ø inicial ou subsequente de distribuição de cotas de fundos de invesMmento fechados
desMnada ao público invesMdor em geral, desde que não se enquadre no Rito de
Registro AutomáMco;
Ø de distribuição de [tulos de securiMzação emiMdos por companhia securiMzadora
registrada na CVM desMnada ao público invesMdor em geral, que não aqueles
previstos para tais aMvos no Rito de Registro AutomáMco;
Ø inicial de distribuição de cerMficados de depósito de valores mobiliários desMnada ao
público invesMdor em geral no âmbito de programa de BDR Patrocinado Nível III; e
Ø de distribuição de quaisquer outros valores mobiliários que não aqueles previstos no
Rito de Registro AutomáMco.

1006
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Requerimento de Registro Ordinário
Os seguintes documentos e condições são exigidos para requerimento do registro da
oferta pública de distribuição que siga o rito de registro ordinário:
Ø pagamento da taxa de fiscalização;
Ø formulário eletrônico de requerimento da oferta;
Ø cópia do documento original da deliberação sobre a aprovação da emissão ou
distribuição dos valores mobiliários tomada pelos órgãos societários competentes do
ofertante e das decisões administraMvas exigíveis, com todos os documentos que
fizeram ou serviram de base para as referidas deliberações;
Ø cópia de documento da emissão e seus aditamentos, tais como escritura de
debêntures, termos de securiMzação e nota promissória, quando aplicáveis,
acompanhado do protocolo de requerimento de registro perante as autoridades
competentes;
Ø lâmina da oferta;
Ø prospecto definiMvo ou preliminar, neste caso se for empregado procedimento de
coleta de intenções de invesMmento.

1007
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Requerimento de Registro Ordinário
Os seguintes documentos e condições também são exigidos para requerimento do
registro da oferta pública de distribuição que siga o rito de registro ordinário:
Ø estudo de viabilidade econômico-financeira do emissor, quando o emissor não for
uma SPAC e:
Ø a oferta tenha por objeto a consMtuição do emissor;
Ø o emissor seja companhia em fase pré-operacional; ou
Ø os formulário eletrônico de requerimento da oferta;
Ø recursos captados na oferta sejam preponderantemente desMnados a invesMmentos
em aMvidades ainda não desenvolvidas pelo emissor e que sejam alheias aos
negócios ordinários do emissor; e
Ø outras informações ou documentos exigidos pela CVM em regulamentação
específica.

1008
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Dispensa de Registro e de Requisitos
Considerando as caracterísMcas da oferta pública de distribuição de valores mobiliários, a
CVM pode, a seu critério e sempre observados o interesse público, a adequada
informação e a proteção ao invesBdor, dispensar o registro ou alguns dos requisitos para
a concessão deste, inclusive divulgações, prazos e procedimentos previstos nesta
Resolução.

Em tais casos, a CVM deve considerar, cumulaMva ou isoladamente, as seguintes


condições especiais da operação pretendida, sem prejuízo de outros elementos:
Ø o valor unitário dos valores mobiliários ofertados ou o valor total da oferta;
Ø o plano de distribuição dos valores mobiliários;
Ø a realização da distribuição em mais de um mercado, de forma a compaMbilizar os
diferentes procedimentos envolvidos, desde que assegurada, no mínimo, a igualdade
de condições com os invesMdores locais;
Ø caracterísMcas da oferta de permuta;
Ø o público desMnatário da oferta, inclusive quanto à sua localidade geográfica ou
quanMdade;
Ø o público desMnatário da oferta ser formado exclusivamente por invesMdores
qualificados; ou
Ø restrições previstas à negociação dos valores mobiliários adquiridos na oferta.
1009
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Análise Reservada
Caso seja requerida, a análise do requerimento do registro de oferta pública de
distribuição seguindo o rito de registro ordinário pode ser conduzida pela SRE de forma
reservada até a data em que ocorrer o deferimento do registro ou a divulgação de
prospecto, preliminar ou definiBvo, o que ocorrer primeiro.

É facultado ao ofertante dar publicidade à existência do pedido de oferta, restringindo o


tratamento reservado apenas aos documentos submeMdos à SRE para fins de análise do
requerimento do registro. Além disso, o ofertante pode requerer, a qualquer momento, o
término do caráter reservado da análise do requerimento do registro da oferta por parte
da SRE.

As enMdades administradoras de mercados organizados em que são admiMdas à


negociação os valores mobiliários objeto da oferta pública de distribuição também devem
adotar procedimentos para garanMr o sigilo do pedido de análise de registro da oferta
pública.

1010
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Análise Reservada
Caso o requerimento de registro de oferta pública de distribuição submeMda à análise
reservada tenha escapado do controle, o ofertante deve, observadas as regras aplicáveis
acerca da divulgação de informações, proceder à imediata divulgação sobre o
requerimento de registro, bem como informar à SRE para que seja dada publicidade ao
requerimento de registro, conforme o caso, sem prejuízo da avaliação de eventuais
responsabilidades e da eventual suspensão da análise de pedido da oferta.

No caso em que se tenha perdido o controle da informação, é possível a manutenção do


tratamento reservado, por parte da CVM, dos documentos que subsidiam a análise do
requerimento do registro, caso o ofertante assim o solicite.

1011
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Condução da Oferta
Os coordenadores, com anuência do ofertante, devem elaborar plano de distribuição, no
âmbito do qual:
Ø possam ser estabelecidas parcelas (tranches) prioritárias a funcionários do emissor,
acionistas diretos e indiretos, ou quaisquer outros grupos que levem em
consideração relações de natureza comercial ou estratégica em relação ao emissor;
Ø possa ser estabelecida prioridade na forma de percentual de alocação diferenciado
sobre a reserva aos invesMdores que aceitarem se submeter a uma restrição de
negociação (lock up); e
Ø caso a oferta se desMne ao público invesMdor em geral e esteja prevista a
possibilidade de rateio ou de outro procedimento para lidar com o excesso de
demanda, devam ser estabelecidas regras que garantam o tratamento equitaMvo dos
invesMdores, sendo permiMdo o estabelecimento de limite máximo para os pedidos
de reserva.

1012
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Condução da Oferta
As relações com clientes e outras considerações de natureza comercial ou estratégica,
tanto dos coordenadores como do ofertante, não podem ser consideradas na alocação
dos invesBdores na parcela desBnada ao público invesBdor não qualificado no âmbito
do plano de distribuição, devendo este fato estar claro nos documentos da oferta.

1013
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Lote Adicional e Lote Suplementar
A quanMdade de valores mobiliários a ser distribuída pode, a critério do ofertante e sem a
necessidade de novo requerimento de registro ou de modificação dos termos da oferta,
ser aumentada, até um montante que não exceda em 25% a quanBdade inicialmente
requerida (lote adicional), excluído o eventual lote suplementar. O lote adicional também
é conhecido no mercado por Hot Issue.

Nas ofertas desMnadas exclusivamente a invesBdores profissionais, é dispensada a


observância do limite de 25%, devendo o valor máximo do lote adicional estar previsto
nos documentos da oferta, assim como a especificação da desMnação dos recursos
adicionais.

O emissor ou o ofertante podem outorgar aos coordenadores opção de distribuição de


lote suplementar (também conhecido no mercado por Green Shoe), a ser exercida em
razão da prestação de serviço de estabilização de preços dos valores mobiliários objeto da
oferta, nas mesmas condições e preço dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até
um montante pré-determinado que consta obrigatoriamente nos documentos da oferta e
no prospecto, e que não pode ultrapassar 15% da quanBdade inicialmente ofertada.

1014
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Tratamento de Conflitos de Interesse
O ofertante, as insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição e as pessoas
contratadas que com estes estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer forma na
oferta pública devem abster-se de negociar com valores mobiliários do mesmo emissor e
da mesma espécie daquele objeto da oferta pública, nele referenciados, conversíveis ou
permutáveis, ou com valores mobiliários nos quais o valor mobiliário objeto da oferta
seja conversível ou permutável.

Essa vedação:
Ø se inicia, para o ofertante e as pessoas contratadas que com estes estejam
trabalhando ou os assessorando de qualquer forma, na data mais anMga entre a data
de deliberação da oferta e o trigésimo dia que antecede o protocolo do
requerimento de registro da oferta junto à CVM ou à enMdade autorreguladora
autorizada pela CVM para análise prévia do requerimento de registro;
Ø se inicia, para as insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição e as pessoas
contratadas que com estes estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer
forma, na data da contratação ou do seu engajamento na oferta;
Ø se encerra com a divulgação do anúncio de encerramento de distribuição.

1015
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Tratamento de Conflitos de Interesse
São exceções a essa vedação:
Ø a execução de serviço de estabilização previsto nos documentos da oferta;
Ø a alienação total ou parcial de lote de valores mobiliários objeto de garanMa firme;
Ø a negociação por conta e ordem de terceiros;
Ø as operações claramente desMnadas a acompanhar índice de ações, cerMficado ou
recibo de valores mobiliários;
Ø as operações desMnadas a proteger posições assumidas em derivaMvos contratados
com terceiros;
Ø as operações realizadas como formador de mercado, nos termos da regulamentação
aplicável;
Ø a administração discricionária de carteira de terceiros;
Ø a aquisição de valores mobiliários solicitada por clientes com o fim de prover
liquidez, bem como a alienação dos valores mobiliários assim adquiridos;
Ø a arbitragem entre valores mobiliários e seus cerMficados de depósito ou índice de
mercado e contrato futuro nele referenciado.

1016
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Tratamento de Conflitos de Interesse
São também exceções a essa vedação:
Ø as operações desMnadas a cumprir obrigações assumidas antes do início do período
de vedação decorrentes de:
Ø emprésMmos de valores mobiliários;
Ø exercício de opções de compra ou venda por terceiros; ou
Ø contratos de compra e venda a termo; e
Ø a negociação das cotas de outras classes de um mesmo fundo que não sejam aquela
objeto de oferta pública e que não sejam nela conversíveis nem por ela permutáveis.

É vedada a colocação de valores mobiliários para pessoas vinculadas no caso de


distribuição com excesso de demanda superior em 1/3 (um terço) à quanBdade de
valores mobiliários inicialmente ofertada, sem levar em consideração a opção de
distribuição de lote suplementar ou a colocação do lote adicional.

1017
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Oferta a Mercado
A oferta pública de distribuição de valores mobiliários está a mercado a parMr da data em
que o aviso ao mercado for divulgado, sendo que as insMtuições parMcipantes do
consórcio de distribuição devem, simultaneamente, dar ampla divulgação à oferta.
O aviso ao mercado é um aviso resumido que dá ampla divulgação ao prospecto
preliminar ou, no caso de oferta desMnada a invesMdores profissionais, ao requerimento
do registro automáMco, e que deve conter, no máximo, as seguintes informações:
Ø o valor mobiliário ofertado e idenMficação do ofertante;
Ø a indicação da forma de obtenção do prospecto e da lâmina da oferta, quando
requeridos;
Ø o rito de registro de distribuição adotado;
Ø o cronograma da oferta; e
Ø o seguinte aviso: “Foi dispensada divulgação de prospecto e da lâmina da oferta para
a realização desta oferta”, em caso de oferta desMnada exclusivamente a invesMdores
profissionais.

1018
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Período de Distribuição
O período de distribuição, caracterizado pela possibilidade de efeMva liquidação da
operação de subscrição ou aquisição dos valores mobiliários objeto da oferta pública,
somente pode ter início após observadas, cumulaBvamente, as seguintes condições:
Ø obtenção do registro da oferta na CVM;
Ø divulgação do anúncio de início de distribuição; e
Ø quando aplicável, disponibilização do prospecto definiMvo para os invesMdores.

Nos casos em que exigido por esta Resolução, o prospecto definiMvo deve estar disponível
para os invesMdores pelo menos 5 dias úteis antes do prazo inicial para a aceitação da
oferta:
Ø se não houver sido uMlizado prospecto preliminar; ou
Ø se houver sido uMlizado prospecto preliminar e as informações constantes do
prospecto definiMvo forem substancialmente diferentes das informações daquele,
observadas as regras referentes à modificação de oferta.

1019
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Período de Distribuição
O anúncio de início de distribuição é um aviso resumido que comunica o início da
distribuição e dá ampla divulgação ao prospecto definiBvo, nos casos em que tal
documento é exigido, devendo conter, no máximo, as seguintes informações:
Ø o valor mobiliário ofertado e idenMficação do ofertante;
Ø a indicação da forma de obtenção do prospecto definiMvo e da lâmina da oferta;
Ø o rito de registro de distribuição adotado;
Ø o cronograma da oferta;
Ø esclarecimento de que maiores informações sobre a distribuição podem ser obMdas
com os coordenadores e demais insMtuições parMcipantes do consórcio de
distribuição, ou com a CVM;
Ø número e data do registro na CVM, de forma destacada; e
Ø se for o caso de oferta desMnada exclusivamente a invesMdores profissionais o
seguinte aviso: “Foi dispensada divulgação de um prospecto para a realização desta
oferta”.

1020
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Recebimento de Reservas
O recebimento de reservas para subscrição ou aquisição de valores mobiliários objeto de
oferta pública é admissível desde que:
Ø tenha sido requerido o registro da distribuição;
Ø a oferta esteja a mercado; e
Ø tal fato esteja divulgado na lâmina da oferta.

As reservas são efetuadas de acordo com os termos e condições definiMvas da oferta,


facultada a exigência de depósito do montante reservado.

O depósito dos recursos para reservas, se houver, é realizado em conta bloqueada,


remunerada ou não, em insMtuição indicada pelo coordenador líder e sob sua
responsabilidade, cuja movimentação deve obedecer às seguintes normas:
Ø apurados os montantes das reservas e das sobras disponíveis e efetuado o rateio, se
for o caso, o coordenador líder deve autorizar a liberação das importâncias
correspondentes às subscrições a serem efetuadas por intermédio de cada
insMtuição consorciada; e
Ø o coordenador líder deve autorizar, no prazo de 3 dias úteis, a liberação do saldo não
uMlizado dos depósitos, a favor dos respecMvos depositantes.

1021
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Recebimento de Reservas
A solicitação de reserva consBtui ato de aceitação dos termos e condições da oferta
pública de valores mobiliários e tem caráter irrevogável, como regra geral.

Mesmo que o prospecto preliminar não esMpule a possibilidade de desistência do pedido


de reservas, esta pode ocorrer, sem ônus para o subscritor ou adquirente, caso haja
divergência relevante entre as informações constantes do prospecto preliminar e do
prospecto definiBvo que altere substancialmente o risco assumido pelo invesBdor ou a
sua decisão de invesBmento.

1022
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Distribuição Parcial
O ato que deliberar sobre a oferta pública deve dispor sobre o tratamento a ser dado no
caso de não haver a distribuição total dos valores mobiliários previstos para a oferta
pública ou a captação integral do montante previsto para a oferta pública, especificando,
se houver previsão de distribuição parcial, a quanBdade mínima de valores mobiliários
ou o montante mínimo de recursos para os quais será manBda a oferta pública.

Na hipótese de não terem sido distribuídos integralmente os valores mobiliários objeto da


oferta e não tendo sido autorizada a distribuição parcial, ou, caso tenha sido autorizada a
distribuição parcial e não tenha havido o aMngimento do montante mínimo, os valores,
bens ou direitos dados em contraparBda aos valores mobiliários ofertados devem ser
integralmente resBtuídos aos invesBdores, na forma dos termos e condições constantes
dos documentos da oferta e do prospecto.

Essas condições não se aplicam em caso de oferta desBnada exclusivamente a


invesBdores profissionais, exceto se disposto de modo diferente nos documentos da
oferta.

1023
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
Encerramento da Oferta
O resultado da oferta deve ser divulgado no anúncio de encerramento da distribuição tão
logo se verifique o primeiro entre os seguintes eventos:
Ø encerramento do prazo esMpulado para a oferta; ou
Ø distribuição da totalidade dos valores mobiliários objeto da oferta, inclusive daqueles
constantes do lote adicional, assim como o eventual exercício da opção de
distribuição do lote suplementar.

1024
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Instituições Intermediárias
O relacionamento do ofertante com as insBtuições intermediárias deve ser formalizado
mediante contrato de distribuição de valores mobiliários que contenha obrigatoriamente
as cláusulas constantes nesta Resolução CVM 160.

Todas as formas de remuneração, ainda que indiretas, devidas pelo ofertante às


insMtuições parMcipantes do consórcio de distribuição devem ser explícitas e divulgadas
no prospecto ou nos documentos da oferta, neste caso, quando a divulgação de um
prospecto é dispensada, incluindo qualquer outra forma de pagamento, benercio ou
direito.

As insBtuições intermediárias podem se organizar sob a forma de consórcio com o fim


específico de distribuir os valores mobiliários no mercado ou garanMr a subscrição da
emissão.

Não é considerada parBcipante da oferta a insBtuição que realiza apenas a liquidação


financeira de ordem a pedido de insMtuição parMcipante do consórcio de distribuição,
desde que orientada nesse senMdo por seus clientes.

1025
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
InsBtuições Intermediárias
O coordenador líder, os demais coordenadores e as demais insMtuições parMcipantes do
consórcio de distribuição devem zelar para que as informações divulgadas e a alocação
da oferta não privilegiem pessoas vinculadas, em detrimento de pessoas não vinculadas.
Ao coordenador líder cabem, entre outras, as seguintes obrigações:
Ø avaliar, em conjunto com o ofertante, a viabilidade da distribuição, suas condições
e o Bpo de contrato de distribuição a ser celebrado;
Ø solicitar, juntamente com o ofertante, o registro de oferta pública de distribuição
devidamente instruído, assessorando-o em todas as etapas da distribuição;
Ø formar o consórcio de distribuição, se for o caso;
Ø nas ofertas submeMdas ao rito de registro ordinário, informar à SRE
(Superintendência de Registro de Valores Mobiliários), até a obtenção do registro, os
parMcipantes do consórcio, discriminando por Mpo, espécie e classe a quanMdade de
valores mobiliários inicialmente atribuída a cada um;
Ø comunicar imediatamente à SRE qualquer eventual alteração no contrato de
distribuição, ou a sua rescisão.

1026
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Instituições Intermediárias
Ao coordenador líder também cabem as seguintes obrigações:
Ø remeter mensalmente à CVM, no prazo de 15 dias após o encerramento do mês, a
parMr da divulgação do anúncio de início de distribuição, relatório indicaMvo do
movimento consolidado de distribuição de valores mobiliários;
Ø parBcipar aBvamente, em conjunto com o ofertante e demais coordenadores, na
elaboração do prospecto e na verificação da suficiência, veracidade, precisão,
consistência e atualidade das informações dele constantes, ficando responsável
pelas informações prestadas;
Ø adotar diligências para verificar o atendimento às condições impostas por esta
Resolução para a realização da oferta, inclusive o público-alvo da oferta;
Ø divulgar, quando exigido por esta Resolução, os avisos nela previstos;
Ø acompanhar e controlar o plano de distribuição da oferta;
Ø controlar os atos de subscrição, em conjunto com as demais insMtuições
parMcipantes do consórcio de distribuição.

1027
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Ofertas Públicas
InsBtuições Intermediárias
Ao coordenador líder também cabem as seguintes obrigações:
Ø suspender a oferta na ocorrência de qualquer fato ou irregularidade, inclusive após
a obtenção do registro, que venha a jusMficar a suspensão ou o cancelamento do
registro;
Ø comunicar imediatamente a ocorrência do ato ou irregularidade à SRE, que deve
verificar se a ocorrência do fato ou da irregularidade é sanável;
Ø manter à disposição da CVM, pelo prazo de 5 anos após o encerramento da oferta,
toda a documentação relaMva ao processo de registro de distribuição pública, de
elaboração do prospecto e demais documentos requeridos por esta Resolução, nos
termos da regulamentação específica que dispõe sobre o registro de coordenadores
de ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários; e
Ø informar à CVM, até o dia posterior ao do exercício da opção de distribuição de lote
suplementar, a data do respecMvo exercício e a quanMdade de valores mobiliários
envolvidos.

1028
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Ofertas Públicas
Restrições à Negociação
A negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários de emissores em fase
pré-operacional que não sejam SPACs somente pode ser realizada entre invesMdores
qualificados, cessando tal restrição a parMr da data em que, cumulaMvamente:
Ø o emissor se torna operacional;
Ø tenham decorrido 18 meses seguintes ao encerramento da oferta pública inicial; e
Ø tenham decorrido 18 meses da admissão à negociação do valor mobiliário em bolsa
de valores.

A negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários emiBdos por SPACs


somente pode ser realizada entre invesBdores qualificados, cessando tal restrição
quando decorridos 6 meses da operação societária que resulte na combinação de
negócios entre a SPAC e sociedade operacional.

1029
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
InvesBmentos e Limites de Alocação
A Resolução CMN 4.661 deve ser seguida pelas enBdades fechadas de previdência
complementar (EFPC), na aplicação dos recursos correspondentes às reservas técnicas,
provisões e fundos dos planos que administram.

Os invesMmentos dos recursos dos planos administrados pela EFPC devem ser classificados
nos seguintes segmentos de aplicação:
Limite em relação aos
Segmento
recursos de cada plano
Renda Fixa 100%
Renda Variável 70%
Estruturados 20%
Imobiliários 20%
Operações com participantes 15%
Exterior 10%
Veremos agora os limites por segmento e por aplicações de cada um dos segmentos.
1030
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


Investimentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Renda Fixa (limite global: 100%)
Ø Títulos da dívida pública mobiliária
federal interna 100%
Ø ETF Renda Fixa
Ø Títulos de Instituições Financeiras
Ø Títulos Privados de empresas de capital
80%
aberto (inclusive securitizadoras)
Ø Cotas de ETF Renda Fixa
Ø Títulos das dívidas públicas mobiliárias
estaduais e municipais
Ø Títulos de Renda Fixa de Instituições
não bancárias
20%
Ø Debêntures de empresas de capital
fechado
Ø FIDC, FIC-FIDC, CCB, CCCB, CPR, CDCA,
CRA, WA

1031
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
InvesBmentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Renda Variável (limite global: 70%)
Ø Ações listadas em segmentos de
governança corporativa diferenciada
70%
Ø Cotas de ETF referenciado em ações com
governança corporativa diferenciada
Ø Ações
50%
Ø Cotas de ETF referenciado em ações
Ø BDR Níveis II e III 10%
Ø Certificados representativos de ouro
3%
físico

1032
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


InvesBmentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Estruturados (limite global: 20%)
Ø Fundos de Investimento em Participações (FIP)
Ø Fundos Multimercado (FIM) e Fundos de Investimento
15%
em Cotas de Fundos Multimercados (FIC-FIM)
Ø Fundos de Investimentos Ações – Mercado de Acesso
Ø COE (Certificado de Operações Estruturadas) 10%

Limites adicionais – Imobiliário (limite global: 20%)


Ø Fundos de Investimento imobiliário (FII) e Fundos de
Investimento em Cotas de Fundos de Investimento 20%
Imobiliário (FICFII
Ø CRI e CCI 10%

1033
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Investimentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Operações com Participantes (limite global: 15%)
Ø Empréstimos pessoais e financiamentos imobiliários
concedidos com recursos do plano de benefícios aos seus 15%
participantes e assistidos

Limites adicionais – Exterior (limite global: 10%)


Ø Fundos de Investimento e Fundos de Investimento em
Cotas de Fundos de Investimento Renda Fixa – Dívida 10%
Externa
Ø Fundos classificados como Investimento no Exterior 10%
Ø Fundos de investimento classificados como Investimento
no Exterior, que invistam, no mínimo, 67% do seu
10%
patrimônio líquido em cotas de Fundos de Investimento
constituídos no exterior;
Ø BDR Nível I e Fundos Ações - BDR Nível I 10%

1034
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


InvesBmentos e Limites de Alocação
Limite de Concentração por Emissor
Ø Capital total e do capital votante, incluindo os bônus de
subscrição e os recibos de subscrição, de uma mesma
25%
sociedade por ações de capital aberto admitida ou não à
negociação em bolsa de valores
Ø Instituição financeira bancária, não bancária e de cooperativa
de crédito
Ø FIDC ou FICFIDC
Ø ETF Renda Fixa 25%
Ø Fundo de investimento ou fundo de investimento em cotas de
fundo de investimento classificado no segmento estruturado;
Ø FII e FICFII
Ø Emissões de certificado de recebíveis com a adoção de regime
fiduciário 15%
Ø Fundo de Investimento constituído no exterior

1035
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
DerivaBvos
A EFPC pode manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por meio de fundo
de investimento, desde que observadas, cumulativamente, as seguintes condições:
Ø avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø existência de sistemas de controles internos adequados às suas operações;
Ø registro da operação ou negociação em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros
ou em mercado de balcão organizado;
Ø atuação de câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação como
contraparte central garantidora da operação;
Ø margem requerida limitada a 15% da posição em títulos da dívida pública mobiliária
federal, ativos financeiros de emissão de instituição financeira e ações aceitos pela
Clearing; e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% da posição em títulos da dívida
pública mobiliária federal, ativos financeiros de emissão de instituição financeira e
ações da carteira de cada plano ou fundo de investimento.

1036
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


Fundos de Investimentos Constituídos no Brasil
Os fundos de invesMmento objeto de aplicação por parte das EFPC devem ser registrados na
CVM e os invesMmentos por eles realizados devem observar os requisitos dos aMvos
financeiros estabelecidos nesta Resolução.

A EFPC deve avaliar os custos decorrentes de aplicações em fundos de invesMmentos em


relação aos níveis de aplicação e divulgar as despesas de terceirização dos invesMmentos
por plano de benercios.

Os invesMmentos realizados por meio de fundos de invesMmentos e de fundos de


invesMmentos em cotas de fundos de invesMmentos devem ser consolidados com as
posições dos aMvos das carteiras próprias e carteiras administradas para fins de verificação
dos limites estabelecidos nesta Resolução, exceto as posições em:
Ø ETF de Renda Fixa e de Renda Variável;
Ø FIDC e FICFIDC; e
Ø FII e FICFII.

1037
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Taxa de Performance
A aplicação de recursos pela EFPC em fundos de investimentos ou em carteiras
administradas, quando os regulamentos ou contratos contenham cláusulas que tratem de
taxa de performance, está condicionada a que o pagamento da referida taxa atenda às
seguintes condições:
Ø rentabilidade do investimento superior a valorização de, no mínimo, 100% do índice
de referência;
Ø montante final do investimento superior ao capital inicial da aplicação ou ao valor do
investimento na data do último pagamento (linha d’água)
Ø periodicidade, no mínimo, semestral; e
Ø conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não sejam
considerados qualificados.

As duas últimas condições não se aplicam aos fundos de investimento cujos regulamentos
estabeleçam que a taxa de performance será paga somente após a devolução aos cotistas
da totalidade de seu capital integralizado no fundo.

1038
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


Desenquadramento Passivo
Não são considerados como inobservância aos limites estabelecidos nesta Resolução os
desenquadramentos passivos decorrentes de:
Ø valorização de aMvos relaMvamente aos recursos garanMdores do plano;
Ø recebimento de ações em bonificação;
Ø conversão de bônus ou recibos de subscrição;
Ø exercício do direito de preferência;
Ø reestruturação societária na qual a EFPC não efetue novos aportes;
Ø as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra forma de reorganização
societária, relaMvas às enMdades fechadas; reMradas de patrocinadores; e
transferências de patrocínio, de grupo de parMcipantes, de planos e de reservas entre
enMdades fechadas;
Ø resgate de cotas de fundos de invesMmento nos quais a EFPC não efetue novos
aportes; e
Ø recebimento de aMvos provenientes de operações de emprésMmos realizados com
parMcipantes.
Tais excessos devem ser eliminados no prazo de dois anos da ocorrência do
desenquadramento, ficando a a EFPC fica impedida, até o respecMvo enquadramento, de
efetuar invesMmentos que agravem os excessos verificados.
1039
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Vedações
Por meio de carteira própria, carteira administrada e fundos de investimento e fundos de
investimento em cotas de fundo de investimento, é vedado à EFPC:

Ø realizar operações de compra e venda, ou qualquer outra forma de troca de ativos


entre planos de uma mesma EFPC;
Ø realizar operações de crédito, inclusive com suas patrocinadoras, ressalvadas as
operações de empréstimos e financiamentos a participantes do plano;
Ø aplicar em ativos financeiros de emissão de pessoas físicas;
Ø aplicar em ativos financeiros de emissão de sociedades limitadas, ressalvados os casos
expressamente previstos nesta Resolução;
Ø aplicar em ações e demais ativos financeiros de emissão de sociedades por ações de
capital fechado, ressalvados os casos expressamente previstos nesta Resolução;
Ø como regra geral, realizar operações com ações, bônus de subscrição em ações,
recibos de subscrição em ações, certificados de depósito de valores mobiliários não
admitidos à negociação por intermédio de mercado de balcão organizado ou bolsa de
valores autorizada a funcionar pela CVM;
Ø aplicar no exterior, ressalvados os casos expressamente previstos nesta Resolução;
Ø prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer forma;
1040
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


Vedações
Também é VEDADO à EFPC:
Ø Manter posições em mercados derivaBvos, diretamente ou por meio de fundo de
invesMmento a descoberto ou que gerem possibilidade de perda superior ao valor do
patrimônio da carteira ou do fundo de invesBmento ou que obriguem ao coBsta
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo;
Ø Realizar operações de compra e venda de um mesmo aMvo financeiro em um
mesmo dia (operações day trade), excetuadas as realizadas em plataforma eletrônica
ou em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros devidamente jusMficadas em
relatório atestado pelo AETQ (Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado);
Ø Locar, emprestar, tomar emprestado, empenhar ou caucionar aMvos financeiros;
Ø Atuar como incorporadora, de forma direta ou indireta; e
Ø Adquirir terrenos e imóveis.

Tais vedações, com exceção da primeira (sobre compra e venda ou troca de aMvos entre
planos), não se aplicam aos FIDC e FICFIDC, FII e FICFII, FIM e FICFIM classificados no
segmento estruturado, fundos de invesMmento classificados como "Ações - Mercado de
Acesso" e fundos de invesMmentos consMtuídos no exterior.

1041
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Alocação de Recursos e PolíBca de InvesBmentos
A Resolução CMN 3.922 deve ser seguida pelos Regimes Próprios de Previdência Social
(RPPS) instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Observadas as limitações e condições estabelecidas nesta Resolução, os recursos dos


regimes próprios de previdência social devem ser alocados nos seguintes segmentos de
aplicação:
Ø Renda fixa;
Ø Renda variável e investimentos estruturados; e;
Ø Investimentos no exterior.

São considerados investimentos estruturados os fundos de investimento:


Ø Multimercado;
Ø Em participações (FIP); e
Ø Classificados como Ações – Mercado de Acesso.

1042
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 3.922


Alocação de Recursos e Política de Investimentos
Os responsáveis pela gestão do regime próprio de previdência social, antes do exercício a
que se referir, deverão definir a políMca anual de aplicação dos recursos de forma a
contemplar, no mínimo:
Ø Modelo de gestão a ser adotado e, se for o caso, os critérios para a contratação de
pessoas jurídicas autorizadas nos termos da legislação em vigor para o exercício
profissional de administração de carteiras;
Ø Estratégia de alocação dos recursos entre os diversos segmentos de aplicação e as
respecMvas carteiras de invesMmentos;
Ø Parâmetros de rentabilidade perseguidos, que deverão buscar compaMbilidade com
o perfil de suas obrigações, tendo em vista a necessidade de busca e manutenção do
equilíbrio financeiro e atuarial e os limites de diversificação e concentração previstos
nesta Resolução;
Ø Limites uMlizados para invesMmentos em [tulos e valores mobiliários de emissão ou
coobrigação de uma mesma pessoa jurídica;
Ø A metodologia, os critérios e as fontes de referência a serem adotados para
precificação dos aMvos;

1043
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Alocação de Recursos e PolíBca de InvesBmentos
Os responsáveis pela gestão do regime próprio de previdência social (RPPS), antes do
exercício a que se referir, deverão definir a políBca anual de aplicação dos recursos de
forma a contemplar, no mínimo:
Ø A metodologia e os critérios a serem adotados para análise prévia dos riscos dos
invesMmentos, bem como as diretrizes para o seu controle e monitoramento;
Ø Metodologia e os critérios a serem adotados para avaliação e acompanhamento do
retorno esperado dos invesMmentos; e
Ø Plano de conMngência, a ser aplicado no exercício seguinte, com as medidas a serem
adotadas em caso de descumprimento dos limites e requisitos previstos nesta
Resolução e dos parâmetros estabelecidos nas normas gerais dos regimes próprios de
previdência social, de excessiva exposição a riscos ou de potenciais perdas dos
recursos.

A políMca anual de invesMmentos dos recursos do regime próprio de previdência social e


suas revisões deverão ser aprovadas pelo órgão superior competente, antes de sua
implementação.

1044
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 3.922


Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Fixa
Ø Títulos de emissão do Tesouro Nacional registrados no
Selic
Ø Fundos de investimento compostos exclusivamente por 100%
títulos de emissão do Tesouro Nacional
Ø ETF Renda Fixa
Ø Operações Compromissadas lastreadas em títulos
5%
públicos de emissão do Tesouro Nacional
Ø Fundos de Renda Fixa Referenciado e ETF de Renda Fixa
(carteira composta por títulos não atrelados à taxa de 60%
juros de um dia)
Ø Fundos de Renda Fixa e ETF de Renda Fixa 40%

1045
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Fixa
Ø Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) 20%
Ø Certificado de Depósito Bancário (CDB) 15% (limitado ao montante
Ø Depósito de Poupança garantido pelo FGC)
Ø Cota de classe sênior de FIDC
Ø Fundo de investimento Renda Fixa Crédito Privado 5%
Ø Fundo de Debêntures Incentivadas

1046
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 4.661


Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Variável e Investimentos Estruturados
Ø Fundo de Ações e ETF indexado a índices de Renda Variável
30%
(mínimo de 50 ações)
Ø Fundo de Ações indexado a índices de Renda Variável 20%
Ø Fundo de investimento Multimercado sem alavancagem 10%
Ø Fundo de Investimento em Participações
Ø Fundo de Investimento Imobiliário 5%
Ø Fundo de Ações – Mercado de Acesso

Segmento de Investimentos no Exterior


Ø Fundo de investimento e Fundo de investimento em cota
de Fundo de Investimento Renda Fixa – Dívida Externa
Ø Fundo de Investimento classificado como Investimento no 10%
Exterior
Ø Fundo de investimento Ações – BDR Nível I

1047
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Limites Gerais e da Gestão
As aplicações dos recursos realizadas diretamente pelos RPPS, ou indiretamente por meio
de fundos de invesMmento ou de fundos de invesMmento em cotas de fundos de
invesMmento, devem ser consolidadas com as posições das carteiras próprias e carteiras
administradas para verificação do cumprimento dos limites, requisitos e vedações
estabelecidos na resolução.

As aplicações dos RPPS em fundos de invesMmento em cotas de fundos de invesMmento


serão admiMdas desde que seja possível idenMficar e demonstrar que os respecMvos fundos
mantenham as composições, limites e garanMas exigidas para os fundos de invesMmento de
que trata esta Resolução.

As aplicações em cotas de um mesmo fundo de invesMmento, fundo de invesMmento em


cotas de fundos de invesMmento ou fundo de índice não podem, direta ou indiretamente,
exceder a 20% das aplicações dos recursos do RPPS.

O total das aplicações dos recursos do RPPS em fundos de invesMmento e carteiras


administradas não pode exceder a 5% do volume total de recursos de terceiros gerido por
um mesmo gestor ou por gestoras ligadas ao seu respecMvo grupo econômico.
1048
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CMN 3.922


Taxa de Performance
A aplicação de recursos pela EFPC em fundos de invesMmentos ou em carteiras
administradas, quando os regulamentos ou contratos contenham cláusulas que tratem de
taxa de performance, está condicionada a que o pagamento da referida taxa atenda às
seguintes condições:
Ø rentabilidade do invesMmento superior a valorização de, no mínimo, 100% do índice
de referência;
Ø montante final do invesMmento superior ao capital inicial da aplicação ou ao valor do
invesMmento na data do úlMmo pagamento (linha d’água)
Ø periodicidade, no mínimo, semestral; e
Ø conformidade com as demais regras aplicáveis a invesMdores que não sejam
considerados qualificados.

As duas úlMmas condições não se aplicam aos fundos de invesMmento cujos regulamentos
estabeleçam que a taxa de performance será paga somente após a devolução aos coMstas
da totalidade de seu capital integralizado no fundo, devidamente atualizado pelo índice de
referência e taxa de retorno neles previstos.

1049
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Limites Gerais e da Gestão
A gestão das aplicações dos recursos dos RPPS poderá ser:
Ø Própria, quando as aplicações são realizadas diretamente pelo órgão ou enMdade
gestora do regime próprio de previdência social;
Ø Por enBdade autorizada e credenciada, quando as aplicações são realizadas por
intermédio de insMtuição financeira ou de outra insMtuição autorizada nos termos da
legislação em vigor para o exercício profissional de administração de carteiras; e
Ø Mista, quando as aplicações são realizadas, parte por gestão própria e parte por
gestão por enMdade autorizada e credenciada.

Os RPPS somente poderão aplicar recursos em cotas de fundos de invesMmento quando


atendidas, cumulaMvamente, as seguintes condições:
Ø o administrador ou o gestor do fundo de invesMmento seja insMtuição autorizada a
funcionar pelo BCB obrigada a insMtuir comitê de auditoria e comitê de riscos;
Ø o administrador do fundo de invesMmento detenha, no máximo, 50% dos recursos sob
sua administração oriundos de RPPS; e
Ø o gestor e o administrador do fundo de invesMmento tenham sido objeto de prévio
credenciamento e sejam considerados pelos responsáveis pela gestão de recursos do
RPPS como de boa qualidade de gestão e de ambiente de controle de invesMmento.
1050
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Instrução CVM 555
De acordo com a Instrução CVM 555 e posteriores atualizações, consideram-se
Previdenciários os fundos consMtuídos para aplicação de recursos de:

Ø EnMdades abertas ou fechadas de previdência privada;


Ø Regimes próprios de previdência social insMtuídos pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou por Municípios;
Ø Planos de previdência complementar aberta e seguros de pessoas, de acordo com a
regulamentação editada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados; e
Ø FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual.

Nos fundos vinculados a planos de previdência administrados por enMdades abertas de


previdência complementar e a seguros de pessoas, de acordo com as regulamentações
editadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, na emissão e no resgate de cotas do
fundo pode ser uMlizada cota de abertura.

1051
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 432
A Resolução CNSP 432 dispõe sobre provisões técnicas, aMvos redutores da necessidade de
cobertura das provisões técnicas, capitais de risco, patrimônio líquido ajustado, capital
mínimo requerido, planos de regularização, limite de retenção, critérios para a realização de
invesMmentos, normas contábeis, auditoria contábil e auditoria atuarial independentes e
Comitê de Auditoria aplicáveis a Sociedades Seguradoras, EnBdades Abertas de
Previdência Complementar, Sociedades de Capitalização e Resseguradores.

A Resolução também define claramente o conceito de FIE - Fundo de InvesMmentos ou


Fundo de InvesMmentos em cotas de Fundos de InvesMmentos consMtuído especificamente
para a recepção, direta ou indireta, dos recursos provenientes de enBdades
supervisionadas.

1052
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CNSP 432
A Resolução também trata das Condições Especiais para FIE.
Não poderão ser classificados como manBdos até o vencimento, os aMvos integrantes,
direta ou indiretamente, da carteira de:
Ø FIE desMnado a recepcionar a aplicação dos recursos de planos abertos de previdência
complementar e de seguros de pessoas com cobertura por sobrevivência,
estruturados na modalidade de contribuição variável, cuja remuneração esteja calcada
na rentabilidade de carteiras de invesMmentos;
Ø FIE desMnado a recepcionar a aplicação de planos abertos de previdência
complementar ou de seguros de pessoas com cobertura por sobrevivência nos
períodos em que prevejam a reversão total ou parcial de resultados financeiros;
Ø FIE desMnado a recepcionar a aplicação de planos de Seguro Vida Universal; e
Ø Fundo de invesMmento especialmente consMtuído para acolher recursos dos FIE
abordados acima (FIFE).
Ficam dispensados de tais vedações os FIEs e FIFEs desMnados a aplicação de recursos de
planos abertos de previdência complementar e de seguros de pessoas, com cobertura por
sobrevivência, durante o período de pagamento, respecMvamente, do benercio e do
capital segurado, desde que não haja previsão de reversão total ou parcial de resultados
financeiros neste período.
1053
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 432
A supervisionada pode manter posições em mercados derivaBvos desde que observadas,
cumulaMvamente, as seguintes condições:
Ø avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø existência de sistemas de controles internos adequados às suas operações;
Ø registro da operação ou negociação em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros
ou em mercado de balcão organizado;
Ø atuação de câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação como
contraparte central garanMdora da operação;
Ø margem requerida limitada a 15% da posição invesMda diretamente pela enMdade em
[tulos da dívida pública mobiliária federal, aMvos financeiros de emissão de insMtuição
financeira, ações aceitas pela contraparte central garanMdora da operação e FIEs de
[tulos públicos, nos termos regulamentados pelo CMN; e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% da posição invesMda
diretamente pela enMdade em [tulos da dívida pública mobiliária federal, aMvos
financeiros de emissão de insMtuição financeira, ações aceitas pela contraparte central
garanMdora da operação e FIEs de [tulos públicos.

1054
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CNSP 348
A Resolução CNSP 348 trata das regras de funcionamento e os critérios para operação da
cobertura por sobrevivência oferecida em plano de seguro de pessoas (dentre eles, o mais
conhecido é o VGBL).
Os planos serão dos seguintes Mpos:
Ø Vida Gerador de Benebcio Livre (VGBL), quando, durante o período de diferimento, a
remuneração da Provisão MatemáMca de Benercios a Conceder for baseada na
rentabilidade da(s)carteira(s) de invesMmentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m)
aplicada(s) a totalidade dos respecMvos recursos, sem garanMa de remuneração
mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na modalidade de
contribuição variável;
Ø Vida Gerador de Benebcio Livre Programado (VGBL Programado), quando, durante o
período de diferimento, a remuneração da Provisão MatemáMca de Benercios a
Conceder for baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de invesMmentos de
FIE(s),no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respecMvos recursos, sem
garanMa de remuneração mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável, e que ofereça a possibilidade de contratação,
durante o período de diferimento, de pagamentos financeiros programados na forma
definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial;
1055
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 348
Os planos serão dos seguintes Mpos:
Ø Vida com Remuneração GaranBda e Performance (VRGP), quando garanMr aos
segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da contratação
de índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de
resultados financeiros;
Ø Vida com Remuneração GaranBda e Performance semAtualização (VRSA), quando
garanMr aos segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da
contratação de taxa dej uros e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e
sempre estruturado na modalidade de contribuição variável;
Ø Vida com Atualização GaranBda e Performance (VAGP), quando garanMr aos
segurados, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice de
preços, apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados
financeiros;
Ø Dotal Puro, quando garanMr ao segurado, durante op eríodo de diferimento,
remuneração por meio da contratação de índice de atualização de valores, taxa de
juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de resultados financeiros,
sendo o capital segurado pago ao segurado sobrevivente ao término do período de
diferimento, e sempre estruturado na modalidade de benercio definido;
1056
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CNSP 348
Os planos serão dos seguintes Mpos:
Ø Dotal Misto, quando garanMr um capital segurado que será pago em função da
sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua morte
ocorrida durante aquele período, sem reversão de resultados financeiros, e sempre
estruturado na modalidade de benercio definido e no regime financeiro de
capitalização;
Ø Dotal Misto com Performance, quando garanMr um capital segurado que será pago
em função da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da
sua morte ocorrida durante aquele período, com reversão, parcial ou total, de
resultados financeiros durante o período de diferimento, e sempre estruturado na
modalidade de benercio definido e no regime financeiro de capitalização;
Ø Vida com Renda Imediata (VRI), quando, mediante prêmio único, garanMr o
pagamento do capital segurado, sob a forma de renda imediata; e
Ø Vida com Desempenho Referenciado (VDR), quando apresentar, durante o período de
diferimento, garanMa mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e
a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável.

1057
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 349
A Resolução CNSP 349 trata das regras de funcionamento e os critérios para operação da
cobertura por sobrevivência oferecida em plano de previdência complementar aberta
(dentre eles, o mais conhecido é o PGBL).
Os planos serão dos seguintes Mpos:
Ø Plano Gerador de Benebcio Livre (PGBL), quando, durante o período de diferimento, a
remuneração da Provisão MatemáMca de Benercios a Conceder for baseada na
rentabilidade da(s)carteira(s) de invesMmentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m)
aplicada(s) a totalidade dos respecMvos recursos, sem garanMa de remuneração
mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na modalidade de
contribuição variável;
Ø Plano Gerador de Benebcio Livre Programado (PGBL Programado), quando, durante o
período de diferimento, a remuneração da Provisão MatemáMca de Benercios a
Conceder for baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de invesMmentos de
FIE(s),no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respecMvos recursos, sem
garanMa de remuneração mínima e de atualização dev alores e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável, e que ofereça a possibilidade de contratação,
durante o período de diferimento, de pagamentos financeiros programados, na forma
definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial;
1058
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CNSP 348
Ø Plano com Remuneração GaranBda e Performance (PRGP), quando garanMr aos
parMcipantes, durante o período de diferimento, remuneração por meio da
contratação de índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial
ou total, de resultados financeiros;
Ø Plano com Remuneração GaranBda e Performance sem Atualização (PRSA), quando
garanMr aos parMcipantes, durante o período de diferimento, remuneração por meio
da contratação de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros
e sempre estruturado na modalidade de contribuição variável;
Ø Plano com Atualização GaranBda e Performance (PAGP), quando garanMr aos
parMcipantes, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice de
preços, apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados
financeiros;
Ø Plano de Renda Imediata (PRI), quando, mediante contribuição única, garanMr o
pagamento do benercio por sobrevivência, sob a forma de renda imediata; e
Ø Plano com Desempenho Referenciado (PDR), quando apresentar, durante o período
de diferimento, garanMa mínima de desempenho, segundo critérios definidos no
plano, e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre estruturado
na modalidade de contribuição variável.
1059
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
A Resolução CMN 4.444 dispõe sobre as normas que disciplinam a aplicação dos recursos
das reservas técnicas, das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das
sociedades de capitalização, das enBdades abertas de previdência complementar e dos
resseguradores locais, sobre as aplicações dos recursos exigidos no País para a garanMa das
obrigações de ressegurador admiMdo e sobre a carteira dos Fundos de Aposentadoria
Programada Individual (Fapi).

Na aplicação dos recursos as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as


enMdades abertas de previdência complementar e os resseguradores devem:
Ø observar os princípios de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez, diversificação,
adequação à natureza de suas obrigações e transparência;
Ø exercer suas aMvidades com boa fé, lealdade e diligência;
Ø zelar por elevados padrões éMcos;
Ø adotar práMcas que visem garanMr o cumprimento de suas obrigações, considerando,
inclusive, a políMca de invesMmentos estabelecida, observadas as modalidades,
segmentos, limites e demais critérios e requisitos estabelecidos neste Regulamento; e
Ø observar, sempre que possível, os aspectos relacionados à sustentabilidade
econômica, ambiental, social e de governança dos invesMmentos.
1060
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CMN 4.444
A emissão, a distribuição e a negociação dos [tulos e valores mobiliários devem observar as
normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Os [tulos e valores mobiliários devem ter liquidação financeira, ou a previsão para entrega
dos respecMvos aMvos financeiros subjacentes, desde que sejam passíveis de serem aceitos
como garanMdores dos recursos das reservas técnicas, das provisões e dos fundos,
conforme disposto nas respecMvas leis que tratam do assunto, das sociedades seguradoras,
das sociedades de capitalização, das enMdades abertas de previdência complementar e dos
resseguradores.

Não serão considerados como aMvos garanMdores as ações, [tulos, valores mobiliários ou
qualquer obrigação de emissão da própria sociedade seguradora ou da sociedade de
capitalização ou da enMdade aberta de previdência complementar ou do ressegurador local,
bem como as ações, [tulos, valores mobiliários e obrigações emiMdos por partes
relacionadas ou adquiridos através de transações comerciais ou financeiras com partes
relacionadas.

1061
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Somente serão considerados aMvos garanMdores os aMvos financeiros que sejam registrados
em sistemas de registros, objeto de custódia ou objeto de depósito centralizado, em todos
os casos em insMtuições autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de
Valores Mobiliários, nas suas respecMvas áreas de competência, para desempenhar as
referidas aMvidades.

Os [tulos e valores mobiliários devem ser objeto de registro, com idenMficação do Mtular,
de depósito centralizado em conta individualizada em nome da seguradora, da sociedade
de capitalização, da enMdade aberta de previdência complementar ou do ressegurador
local, ou objeto de custódia, em todos os casos em insMtuições autorizadas pelo Banco
Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respecMvas áreas de
competência, para desempenhar as referidas aMvidades.

É vedada a aquisição de cotas de fundos de invesBmento cuja atuação, direta ou indireta,


em mercados de derivaMvos gere, a qualquer tempo, a possibilidade de perda superior ao
valor do patrimônio líquido do fundo de invesBmento ou que obrigue o coBsta a aportar
recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

1062
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CMN 4.444
As sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as enMdades abertas de
previdência complementar e os resseguradores locais deverão aplicar os recursos de que
trata este Regulamento, conforme cada um dos segmentos e limites máximos por
modalidade a seguir:
Limite por Modalidade
Segmento Participantes Aplicações em
Regra geral
Qualificados moeda estrangeira
Renda Fixa 100% 100% 100%
Renda Variável 70% 100% 49%
Imóveis 20% 40% 20%
Investimentos 20% 40% 100%
sujeitos à variação
cambial
Outros 20% 0% 20%

Veremos agora os limites por segmento e por aplicações de cada um dos segmentos.

1063
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Renda Fixa
Ø Títulos Públicos Federais e respectivo ETF
100%
Ø Créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional
Ø Valores Mobiliários emitidos por Oferta pública registrada na
CVM ou que tenha sido objeto de dispensa 75%
Ø Debêntures de Infraestrutura
Ø Títulos de instituições financeiras
Ø Fundos de Renda Fixa 50%
Ø ETF de Renda Fixa
Ø Valores Mobiliários emitidos por Sociedade de Propósito
Especifico (SPE)
Ø CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário)
Ø CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) 25%
Ø FIDC (classe sênior) e FIC-FIDC
Ø Títulos ou valores mobiliários que contenham cobertura
integral de seguro de crédito

1064
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CMN 4.444
Segmento de Renda Variável
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Novo Mercado da B3 (e 100%
fundos que apliquem exclusivamente em tais títulos)
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Nível II da B3 (e fundos 75%
que apliquem exclusivamente em tais títulos)
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Nível I da B3 (e fundos
que apliquem exclusivamente em tais títulos) 50%
Ø Fundo de Índice de Ações
Ø ETF de Renda Variável
Ø Demais ações negociadas em bolsa (e fundos que apliquem
em tais títulos)
25%
Ø Debêntures conversíveis ou permutáveis em ações
Ø Debênture com participação nos lucros

1065
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Imóveis
Ø Fundo de Investimento Imobiliário (FII)
Ø Fundo de Investimento em cota de Fundo de Investimento 100%
Imobiliário (FICFII)

Segmento Outros
Ø Fundo Multimercado
100%
Ø COE
Ø FIP e Fundo de Ações – Mercado de Acesso 75%
Ø COE (valor Nominal em Risco)
Ø Reduções Certificadas de Emissão (RCE)
25%
Ø Créditos de Carbono negociados em bolsa de valores
Ø Fundos de Investimento em Empresas Emergentes

1066
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CMN 4.444
Segmento de Investimentos sujeitos à Variação Cambial
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal cuja remuneração
seja associada à variação da cotação de moeda estrangeira
Ø Fundo de InvesMmento Cambial
Ø Fundo de Renda Fixa – Dívida Externa
100%
Ø Fundo de InvesMmento no Exterior
Ø ETF de InvesMmento no Exterior
Ø Fundo MulMmercado com risco cambial
Ø COE com variação cambial
Ø BDR
75%
Ø Fundo de Ações BDR Nível I
Ø Títulos de Dívida Corporativa de empresas brasileiras emitidos
50%
no exterior
Ø Títulos em moeda estrangeira emitidos ou garantidos por
25%
instituição financeira no exterior

1067
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Com relação aos limites de alocação por emissor, temos o seguinte:
Limites de Alocação por Emissor
Ø Governo Federal
Ø FIE formado apenas por títulos públicos; 100%
Ø FIE Exclusivos de EAPC e de Seguradoras
Ø Instituição Financeira 49%
Ø Companhia aberta não financeira
25%
Ø Sociedade de Propósito Específico (debêntures de infraestrutura)
Ø Organizações Financeiras Internacionais
Ø Companhia Securitizadora
Ø FIDC e FICFIDC
Ø FII e FICFII 10%
Ø Sociedade de Propósito Específico
Ø FIP
Ø Fundo de Ações – Mercado de Acesso
Ø Demais emissores 5%

1068
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Resolução CMN 4.444
Com relação aos limites de concentração por emissor, temos o seguinte:
Limites de Alocação por Emissor
Ø FIDC e FICFIDC;
25% do patrimônio
Ø FII e FICFII
em cada aplicação
Ø FIP
Ø Certificado de Recebíveis (limite do patrimônio separado
constituído pela totalidade dos créditos submetidos ao regime 25%
fiduciário que lastreiam a emissão)
Ø Capital total de uma mesma companhia aberta
Ø Capital votante de uma mesma companhia aberta; e 20%
Ø Patrimônio líquido de uma mesma instituição financeira
Na aplicação de recursos, deve ser o observado o limite de 25% de uma mesma classe ou
série de [tulos ou valores mobiliários, exceto nos seguintes casos: Títulos da dívida pública
mobiliária federal; Créditos securiMzados pela Secretaria do Tesouro Nacional; ações, bônus
de subscrição de ações e recibos de subscrição de ações; e debêntures de infraestrutura.
Será permiMda alocação de no máximo 5% em um mesmo COE com Valor Nominal em Risco.

1069
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A aplicação dos recursos de planos abertos de previdência complementar e de seguros de
pessoas com cobertura por sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição
variável, cuja remuneração esteja calcada na rentabilidade de carteiras de invesMmentos
deve ser feita, durante o prazo de diferimento, sempre em cotas de fundos de
invesBmento especialmente consBtuídos, sob forma de condomínio aberto, dos quais as
sociedades seguradoras e as enMdades abertas de previdência complementar sejam, direta
ou indiretamente, os únicos coMstas (FIEs).

Os FIEs de planos desMnados aos ParBcipantes Qualificados, na forma definida pelo


Conselho Nacional de Seguros Privados, devem ser exclusivos para esse Mpo de
parMcipante.

1070
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Planos de Previdência Privada (legislação)


Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A atuação do FIE ou FIFE em mercados de derivaMvos:
Ø deverá observar a avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø estará condicionada à existência de sistemas de controles adequados às suas
operações;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de perda superior ao valor do
patrimônio líquido do fundo de invesMmento;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de que o coBsta seja obrigado a
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo;
Ø não pode realizar operações de venda de opção a descoberto; e
Ø não pode ser realizada sem garanBa da contraparte central da operação.

Os contratos derivaMvos devem ser registrados, compensados e liquidados


financeiramente em sistemas autorizados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão
de Valores Mobiliários, nas suas respecMvas áreas de competência, e que tenham convênio
com a Superintendência de Seguros Privados, devendo ser possível a idenBficação do
contrato derivaBvo realizado.

1071
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A exposição resultante da uMlização de instrumentos derivaMvos deve ser considerada para
fins de enquadramento da carteira dos fundos de invesBmento especialmente
consBtuídos, observados os requisitos dos aMvos, os limites de alocação por modalidade e
segmento, os limites por emissor e invesMmento e os prazos de que trata essa Resolução.

As posições do FIE ou FIFE em mercados derivaMvos devem observar as seguintes


condições:
Ø margem requerida limitada a 15% do valor do patrimônio líquido de cada FIE ou FIFE;
e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% do valor do patrimônio líquido
de cada FIE ou FIFE.

1072
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Resolução CVM 30
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) a um grupo específico de invesMdores pessoa rsica ou jurídica. Este grupo tem
acesso a invesMmentos com mais risco, como por exemplo, invesMmentos em FIDC
(Fundos de InvesMmentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de InvesMmentos em
ParMcipações).

São considerados InvesMdores Qualificados:


Ø INVESTIDORES PROFISSIONAIS (trataremos a seguir esse conceito);
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam invesMmentos financeiros em valor
superior a UM MILHÃO DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de invesBdor qualificado mediante termo próprio;
Ø Pessoas naturais que foram aprovadas em exames de qualificação técnica ou
possuam cerMficações aprovadas pela CVM para agente autônomo de invesMmento,
administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários em relação a
seus recursos próprios (Ancord, CEA, CGA, CNPI, CFP® e CFA®); e
Ø Clubes de invesMmento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais
coMstas, que sejam invesMdores qualificados.

1073
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 30
Conceito
INVESTIDOR PROFISSIONAL também é uma classificação da CVM e se diferencia do
INVESTIDOR QUALIFICADO na possibilidade de operações mais arrojadas ainda, como por
exemplo, parMcipar de captação de recursos através da ICVM 476, na qual não exige tanta
documentação nas ofertas abertas ao público em geral.

São considerados invesMdores profissionais:


Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam invesMmentos financeiros em valor
superior a DEZ MILHÕES DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de invesBdor profissional mediante termo próprio;
Ø InsMtuições Financeiras e demais insMtuições autorizadas a funcionar pelo BC;
Ø Companhias Seguradoras e Sociedades de Capitalização;
Ø EnMdades abertas e fechadas de Previdência Complementar;
Ø Fundos de InvesMmento;
Ø Clubes de invesMmento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
Ø Agente autônomo de invesMmento, administrador de carteira, analista e consultor
de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; e
Ø InvesMdor não residente.
1074
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

12.4 Compliance

1075
1075
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Compliance para gestoras e administradoras
Código Anbima Administração de
Recursos de Terceiros
As InsBtuições ParBcipantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m)
responsável(is) por seus controles internos e/ou Compliance, que devem:

Ø Ter estrutura que seja compa[vel com a natureza, porte, complexidade e modelo de
negócio das InsMtuições ParMcipantes;
Ø Ser independente(s);
Ø Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
das aMvidades relacionadas à função de controles internos e/ou de Compliance;
Ø Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de
administração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das
aMvidades relacionadas à função de controles internos e/ou de Compliance,
incluindo possíveis irregularidades ou falhas idenMficadas;
Ø Ter acesso regular à capacitação e treinamento; e
Ø Ter autonomia e autoridade para quesBonar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela insMtuição.

1076
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Conceito
Em 1988, através da Convenção de Viena, iniciou-se o debate sobre como a Lavagem de
Dinheiro estava diretamente interligado com o tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópicas, como problema social. Diante disso, a Lavagem de Dinheiro
passou a ser um esforço internacional para coibir esse crime, já que, se o criminoso não
conseguisse utilizar os recursos ilícitos, haveria uma diminuição deste crime.

Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obtidos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em ativos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.

No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garantir que as instituições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (ICVM 617 – no âmbito do mercado de valores mobiliários).

1077
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se idenMficar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
Ø (1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objeMvo
inserir o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a idenMficação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, uMlização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Ø (2) OCULTAÇÃO: A segunda etapa consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos, quebrando a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de invesMgações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os aMvos para contas anônimas ou
de terceiros (vulgo laranjas), preferencialmente, em países com lei de sigilo bancário;
Ø (3) INTEGRAÇÃO: na úlMma etapa, os aMvos são incorporados formalmente ao
sistema econômico. As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam
invesMr em empreendimentos que facilitem suas aMvidades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legiMmar o dinheiro ilegal.

1078
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
partir de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).

As regras do Bacen, através da circular 3.978, dispõe sobre a política, os procedimentos e


os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a
prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a
Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260/16.

A CVM, através da Resolução CVM 50, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado de
valores mobiliários; o estabelecimento da política de PLD-FT, da avaliação interna de risco
e de regras, procedimentos e controles internos; a identificação e o cadastro de clientes,
assim como as diligências contínuas visando à coleta de informações suplementares e, em
especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais; o monitoramento, a
análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta Instrução; e o
registro de operações e manutenção de arquivos.
1079
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Circular 3.978
A circular 3.978 do Bacen, que entrou em vigor em 2020, compilou diversas circulares,
mas também “desengessou” o modelo controles sobre a PLD-FT. Agora as próprias
insMtuições financeiras devem estabelecer seu conjunto de políMcas e procedimentos,
devendo implementar e manter uma políMca formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a uMlização da sua insMtuição financeira para práMcas
desses crimes. Diante disso, agora cada um dos itens abaixo deverá ser feito uma
AVALIAÇÃO DE RISCO, que são:
Ø clientes,
Ø insMtuição,
Ø canais uMlizados
Ø operações, transações, produtos e serviços; e
Ø funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

Esta nova políMca deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da insMtuição ou,
na falta deste, por sua diretoria. Além disso, esta circular exige a criação de uma estrutura
de governança para assegurar o cumprimento da referida políMca, DEVENDO SER
INDICADO AO BACEN O DIRETOR RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS NOVAS
OBRIGAÇÕES INTRODUZIDAS POR ESSA CIRCULAR.
1080
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Quem está sujeito ao crime?
Vale ressaltar que com a nova Lei (12.683/12), em seus parágrafos 1º e 2º, incorre na
mesma pena quem:
Ø ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
§ os converte em ativos lícitos;
§ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
§ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
Ø utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
Ø participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

Ou seja, todas as pessoas que participarem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.

1081
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Penalização
Às pessoas que incorrem do crime de Lavagem de dinheiro, terão de Pena de reclusão (de
3 a 10 anos) e multa. Esta multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não
superior:
Ø ao dobro do valor da operação;
Ø ao dobro do lucro real obMdo ou que presumivelmente seria obMdo pela
realização da operação; ou
Ø ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

Vale ressaltar que esta pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem comeMdos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa. Porém, ela poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou subsMtuí-la, a qualquer
tempo, por pena restriMva de direitos, se o autor, coautor ou par[cipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à idenMficação dos autores, coautores e par[cipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime

1082
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
Ø A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
Ø A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou
instrumento cambial;
Ø A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em
caráter permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia,
intermediação, ou administração de carteiras , que são funções DO ADMINISTRADOR
FIDUCIÁRIO, GESTOR, CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Ø Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Ø Bolsas de valores, seguradoras & entidades de previdência complementar,
corretoras de seguros, administradoras de cartão de crédito, administradoras de
consórcios, factorings.
q OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(rating) não são atividades sujeitas as atividades de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).

1083
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
COAF
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À
LAVAGEM DE DINHEIRO e sua composição é feita por servidores públicos de reputação
ilibada e reconhecida competência. Ele está vinculado ao Banco Central (mas com
autonomia técnica e operacional) e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
ilícitas previstas na Lei em setores obrigados como:
Ø Joias, pedras e metais preciosos;
Ø Fomento comercial (factoring);
Ø Bens de luxo ou alto valor;
Ø Setores que não tem regulador próprio.

1084
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Comunicação de Operações Financeiras
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem comunicar ao COAF:
Ø as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
Ø as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos,
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e
Ø a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)

Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa,
inclusive àquela à qual se refira a informação, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO)
HORAS, a proposta ou realização, sendo que esta comunicação deverá ser feita através do
SISCOAF – Sistema de Controle de Atividades Financeiras. Vale ressaltar novamente que,
NÃO SE DEVE COMUNICAR O CLIENTE!

1085
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (I)
Através da Carta Circular Nº 4.001, o Bacen divulga uma relação de operações e situações
que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro. A lista é
muito vasta, mas também muito interessante de ser lida, pois ela é construída através de
casos reais. Diante de tantos exemplos, selecionamos os que entendemos serem os mais
relevantes:
Ø depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
aMpicidade em relação à aMvidade econômica do cliente ou incompaMbilidade com a
sua capacidade financeira;
Ø depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam aMvidade
comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
Ø depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou
ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
maços desorganizados e não uniformes;
Ø depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer
Mpo de Pessoas Expostas PoliMcamente (PEP)

1086
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (II)
(...) continuação:
Ø abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;
Ø aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Ø fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Ømovimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
Ø oferecimento de informação falsa;
Ø operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou lega;
Ø representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
Ø resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.

1087
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (III)
(...) conMnuação:
Ø informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação familiar ou comercial;
Ø negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem
denominados em moeda estrangeira, que não apresentem compaMbilidade com a
natureza declarada da operação;
Ø negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significaMva em relação às
praMcadas pelo mercado;
Ø saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
Ø registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas
naturais ou jurídicas, sem jusMficaMva razoável para tal ocorrência.

Este são alguns de tantos exemplos que criminosos uMlizam para burlar o sistema. Vale
ressaltar que, estes atos quando jusMficáveis, não caracterizam como operações suspeitas,
como por exemplo, se houver uma enchente em uma cidade e um marceneiro depositar
R$ 2.000,00 em notas molhadas um dia depois, isso não deverá ser considera como uma
operação suspeita.
1088
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Registro das Operações
As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Ø Tipo;
Ø Valor, quando aplicável;
Ø Data de realização;
Ø Nome;
Ø CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Ø Canal utilizado.

As instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes


solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das
operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Vale ressaltar que devem
manter registro de todas as operações, inclusive nas situações em que a operação ocorrer
no âmbito da mesma instituição.

1089
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas PoliBcamente (PEP) aquelas que desempenha ou
tenha desempenhado, nos úlMmos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes de primeiro grau, cônjuge, companheiro e
enteado) e outras pessoas de seu relacionamento próximo.

As insMtuições financeiras devem obter de seus clientes permanentes informações que


permitam caracterizá-los ou não como pessoas expostas poliMcamente (PEP) e idenMficar
a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados

O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do


Terrorismo (GAFI/FATF), organismo internacional no qual o Coaf representa o Brasil,
enaltece que as medidas envolvendo Pessoas Expostas PoliMcamente são prevenMvas e
não devem ser interpretadas como uma forma de classificar PEP como pessoas com
potencial de se envolver em aMvidade suspeita.

1090
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Pessoas Altamente Expostas
São considerados Pessoas Altamente Expostas clientes Brasileiros que trabalhem em
cargos públicos relevantes, tais como: Políticos (Presidente, Ministros, Deputados,
Senadores, etc); Presidentes e Vice-Presidentes de autarquias (Ex. CVM), empresas
públicas de economia mista (Ex. Petrobrás), entre outros.

Investidores estrangeiros também são “Pessoas Altamente Expostas”, sendo que, as


instituições financeiras deverão adotar pelo menos uma das seguintes providências:
Ø Solicitas declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;
Ø Recorrer a informações publicamente disponíveis;
Ø Consultar bases de dados comercias sobre pessoas politicamente expostas;
Ø Considerar pessoa politicamente exposta aquela que exerce ou exerceu
importantes funções públicas em uma país estrangeiro (definição do GAFI).

1091
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Processo de Identificação dos Clientes
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem implementar procedimentos
desMnados a conhecer seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida
diligência na sua idenMficação, qualificação e classificação. Esses procedimentos devem
ser compa[veis com:
Ø o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes
classificados em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de
risco;
Ø a políMca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;
Ø a avaliação interna de risco.

Além disso, as insMtuições financeiras deverão idenMficar seus clientes, representantes e


manter cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades
competentes. Tratando de invesMdor Pessoa Jurídica, as informações cadastrais devem
abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus controladores,
diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência significaMva,
até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final (salve exceções, por
exemplo, empresas S/A de capital aberto).

1092
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a insMtuição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a insMtuição financeira não deve aceitá-lo.

O procedimento de CONHEÇA SEU CLIENTE, em inglês “Know Your Customer” (KYC), é


feito junto com o cadastro, buscando idenMficar e conhecer a origem e consMtuição do
patrimônio e dos recursos financeiros do cliente, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou víMmas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser
realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objeMvo de conhecer
detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações
apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.

Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.

1093
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As insMtuições financeiras devem implementar procedimentos desMnados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de idenMficação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compa[veis com a
políMca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.

As insMtuições referidas também devem classificar as aMvidades exercidas por seus


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco
definidas na avaliação interna de risco e quando forem terceiros não sujeitos a
autorização para funcionar do Banco Central do Brasil, parMcipantes de arranjo de
pagamento do qual a insMtuição também parMcipe, devem:
Ø ter informações que possam compreender a natureza da aMvidade e da reputação;
Ø verificar se o terceiro foi objeto de invesMgação ou de ação de autoridade
supervisora relacionada com LD-FT;
Ø quando for o caso, cerMficar que o mesmo tem licença do insMtuidor para operar;
Ø conhecer os controles adotados pelo terceiro relaMvos à PLD-FT;
Ø dar ciência do contrato ao diretor responsável.

1094
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A Lei 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de aMvos
de pessoas naturais e jurídicas e de enMdades, e a designação nacional de pessoas
invesMgadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.

Esta lei faz com que às insMtuições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
Ø monitorar listas de sanções CSNU;
Ø dispor de controles aptos a efeMvar imediatamente bloqueio de aMvos; e
Ø comunicar imediatamente a indisponibilidade de aBvos e as tentaBvas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da JusBça e
Segurança Pública e ao Coaf.

Da mesma forma, o Ministério da JusMça e Segurança Pública também deve ser


comunicado sem demora sempre que, por qualquer razão, a insMtuição regulada deixar
de dar cumprimento imediato às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções.

1095
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro – CVM
Resolução CVM 50/21
Já a CVM, através Resolução nº 50, de 31 de agosto de 2021, também dispôs sobre a
prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da
proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP), mas no âmbito do mercado de
valores mobiliários.

O ponto mais central desta resolução, está na definição de palavras, como por exemplo:
Ø CLIENTE ATIVO: o cliente que nos úlBmos 12 (doze) meses tenha:
Ø Efetuado movimentação, em sua conta-corrente ou em sua posição de
custódia;
Ø Realizado operação no mercado de valores mobiliários; ou
Ø Apresentado saldo em sua posição de custódia.
Ø InvesBdor: pessoa natural ou jurídica, fundo ou veículo de invesMmento coleMvo ou
o invesMdor não residente em nome do qual são efetuadas operações com valores
mobiliários.

1096
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Práticas Irregulares
Resolução CVM 62
A Resolução CVM 62 veda as práMcas de criação de condições arMficiais de demanda,
oferta ou preço de valores mobiliários, manipulação de preço, realização de operações
fraudulentas e uso de práMcas não equitaMvas.
Ø Condições arBficiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários: aquelas
criadas em decorrência de negociações pelas quais seus parMcipantes ou
intermediários, por ação ou omissão dolosa provocarem, direta ou indiretamente,
alterações no fluxo de ordens de compra ou venda de valores mobiliários;
Ø Manipulação de preços: a uMlização de qualquer processo ou arMrcio desMnado,
direta ou indiretamente, a elevar, manter ou baixar a cotação de um valor mobiliário,
induzindo terceiros à sua compra e venda;
Ø Operação fraudulenta: aquela em que se uMlize ardil ou arMrcio desMnado a
induzir ou manter terceiros em erro, com a finalidade de se obter vantagem ilícita de
natureza patrimonial para as partes na operação, para o intermediário ou para
terceiros; e
Ø PráBca não equitaBva: aquela de que resulte, direta ou indiretamente, efeMva ou
potencialmente, um tratamento para qualquer das partes, em negociações com
valores mobiliários, que a coloque em uma indevida posição de desequilíbrio ou
desigualdade em face dos demais parMcipantes da operação.
1097
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Conceito
Além das penalizações da CVM, os profissões e os invesMdores no mercado de capita,
também poderão ser sancionados através do Código Penal. Existem diversos crimes,
principalmente na parte de manipulação de aMvos financeiros. Diante do nosso edital,
iremos separar em 4 grupos possíveis e suas respecMvas Mpificações, sendo elas:
Ø USO INDEVIDO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA:
▪ Insider Trading Primário & Secundário
▪ Front Running;
▪ Repasse de Informação Privilegiada.
Ø MANIPULAÇÃO DO MERCADO:
▪ Criação de condições arMficiais (Money Pass)
▪ Manipulação de preço (Spoofing, Layering & Manipulação de Benchmark)
▪ Operações fraudulentas (Churning)
Ø EXERCÍCIO IRREGULAR DE CARGO, PROFISSÃO, ATIVIDADE OU FUNÇÃO REGULADA
Ø OMISSÃO IMPRÓPRIA

1098
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Uso Indevido de Informação Privilegiada
Segundo o código penal, o crime por “USO DE INDEVIDO DE INFORMAÇÃO
PRIVILEGIADA” ocorre ao utilizar informação relevante de que tenha conhecimento,
ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou para outrem,
vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores
mobiliários. Veremos a seguir, três formas que uma pessoa poderá incorrer desse crime,
com as suas seguintes nomenclaturas, que são:
Insider Trading (Primário & Secundário);
Front Running; e/ou
Repasse de Informação Privilegiada.

Quem comete esse crime, incorrerá na pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime. No
entanto, a pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente comete o crime valendo-se
de informação relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.

❑ OBSERVAÇÃO: Importante ressaltar que não é ilegal ter informações privilegiadas. O


que é ilegal é obter ganhos no mercado financeiro através destas informações.

1099
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Insider Trading: Conceito
O crime por “Insider Trading” ocorre devido a uMlização de uma informação privilegiada
(em inglês, Insider Informa4on) de dentro da companhia, como por exemplo, uma fraude
em um balanço, a venda da companhia a um terceiro, etc. Essas são informações
relevantes que ainda não foram divulgadas ao público em geral, que somente
funcionários, familiares ou profissionais acabam tendo acesso primariamente.

Algumas dessas informações são de cunho estratégico e devem manter sigilo (negociação
de venda da companhia), outras há o dever de divulgação ao público o mais rápido
possível através de um fato relevante, como por exemplo, uma fraude no balanço.

Se uma dessas pessoas Mver esse Mpo de informação privilegiada e uMlizar para benercio
próprio, ela estará incorrendo no que chamamos de “INSIDER TRADING PRIMÁRIO”. No
entanto, o que também pode ocorrer, é uma segunda pessoa que não tem relação direta
com a empresa, receber a informação privilegiada do “Insider primário” e a uMlizar para
Mrar proveito. Essa segunda pessoa será uma “INSIDER TRADING SECUNDÁRIO”.

Vale ressaltar que mesmo que a informação recebida por essa segunda pessoa seja de
forma acidental (escutando a conversa de outras pessoas em um bar), ela não poderá
uMlizar para Mrar proveito. Caso contrário, incorrerá do crime de Insider Trading.
1100
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Insider Trading: Exemplo
Para deixar mais claro o crime de Insider Trading, vamos trazer dois exemplos:
Exemplo 1: o MPF-SP denunciou Eike Batista por uso de informações privilegiadas,
pois ele teria vendido ações sem informar perspectivas negativas da OSX. Segundo o
MPF, o empresário obteve um lucro de R$ 8,7 milhões ilegalmente. Com isso, Eike
Batista foi denunciado pelo crime de INSIDER TRADING PRIMÁRIO.
Exemplo 2: Gustavo, diretor da empresa XYZ, comenta a seu irmão Rodrigo, que a
sua empresa será comprada pelo dobro do valor que está sendo negociada na bolsa
de valores. Com isso, seu irmão compra as ações antes desta notícia ser divulgada ao
mercado financeiro, tendo um lucro por esta informação privilegiada (insider
information). Após a operação, Rodrigo repassa parte do lucro ao seu irmão Gustavo.
Desta forma, por terem tido um benefício ao utilizar uma informação privilegiada,
Gustavo e Rodrigo cometeram o crime de Insider Trading. No entanto, Gustavo
(diretor) seria considerado um “INSIDER PRIMÁRIO” e Rodrigo (irmão), seria
considerado um “INSIDER SECUNDÁRIO”.

1101
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Front Running
Das mesma forma que o Insider Trading, o Front Running (tradução literal: correr na
frente) também é uma prática ilegal de obtenção de informações privilegiadas (Insider
Information). No entanto, o que diferencia um crime do outro, é a fonte da informação
privilegiada. Enquanto que a informação do Insider Trading parte de “dentro da
companhia”, relacionada a informações que impactam no resultado da empresa, a
informação do Front Running ocorre de um pedido de execução de uma grande ordem
de um cliente, no qual impactará nos preços das ações.

O crime ocorre quando um cliente solicita a realização de uma grande ordem de compra
ou de venda de uma certo ativo financeiro e o operador, sabendo que essa ordem irá
impactar nos preços desse ativo, decide, antes de realizar a operação do cliente, se
beneficiar dessa informação comprando ou vendendo para si (ou outra pessoa próxima),
“correndo na frente”, colocando assim o seu interesse pessoal acima do clientes (violando

❑ EXEMPLO: Um cliente passa uma ordem para comprar R$ 10 milhões de ações da RToro
Education S/A na bolsa de valores. O funcionário sabendo que essa ordem impactará no
preço do ativo, compra primeiro para si e depois executa a ordem do cliente. Com isso, ele
tem um retorno financeiro ilegal e cometeu o crime Front Running.

1102
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Repasse de Informação
Outra forma de ser enquadro pelo crime de uso indevido de informação privilegiada está
relacionada, não a utilizam para si, mas sim, ao REPASSE DE INFORMAÇÃO. O código
penal diz que “incorre na mesma pena, quem repassa informação sigilosa relativa a fato
relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor
de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança
com o emissor”.

Desta forma, por exemplo, se o diretor financeiro de uma companhia repassa uma
informação privilegiada a um amigo, ele estará incorrendo do crime de “Uso indevido de
informação privilegiada” por “REPASSE DE INFORMAÇÃO”, mesmo não sendo beneficiado
financeiramente. Caso seja beneficiado financeiramente, seria classificado por “INSIDER
PRIMÁRIO”.

1103
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Manipulação do Mercado
Segundo o código penal, o crime por “MANIPULAÇÃO DO MERCADO” ocorre quando
alguém realiza operações simuladas ou executa outras manobras fraudulentas desMnadas
a elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volume negociado de um valor
mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou
causar dano a terceiros.

As formas possíveis de manipulação do mercado são diversas, como por exemplo:


CRIAÇÃO DE CONDIÇÕES ARTIFICIAIS: Money Pass
MANIPULAÇÃO DE PREÇO: Spoofing, Layering, Manipulação de Benchmark
OPERAÇÕES FRAUDULENTAS: Churning

Quem comete esse crime, incorrerá na pena de reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e
multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita obMda em decorrência do crime.

1104
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Money Pass
O Money Pass é uma prática caracterizada pela realização de operações na bolsa para
ocultar a transferência de recursos.

Um exemplo real envolveu um acusado que colocaria as ordens de compra e venda de sua
conta e da conta de sua esposa em lados opostos do livro de ofertas, com uma diferença
de poucos segundos entre elas.

As operações feitas com as duas empresas, de baixa liquidez, envolveram movimentações


atípicas tanto nos preços quanto nas quantidades de ações negociadas. Com isso, o
acusado teria conseguido realizar os negócios com baixa probabilidade de interferência de
outros investidores.

1105
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Spoofing ou Layering
Spoofing é uma práMca abusiva que cria liquidez arMficial com ofertas de tamanho fora do
padrão, com o objeMvo de influenciar invesMdores a superar essa oferta inicial e gerar
negócios nesse preço manipulado. Após ser realizado tal negócio, a oferta realizada fora
do padrão é cancelada.

Em linhas gerais, primeiro é inserida a oferta desejada; na sequência, há a criação de falsa


liquidez no lado oposto, a parMr de uma oferta ou conjunto de ofertas fora do tamanho
normalmente negociado do aMvo. Os invesMdores então reagem à falsa liquidez e uma
negociação acaba sendo fechada no preço arMficialmente manipulado. Por fim, o
contraventor cancela as ordens.

Já Layering também é uma práMca abusiva, bem semelhante ao Spoofing, mas com a
diferença que a liquidez arMficial é criada via camadas (layers) de ofertas em vários níveis
de preços.

Quem for condenado pela práMca de spoofing ou layering é enquadrado em crimes de


manipulação de mercado, cuja pena é de 1 a 8 anos de prisão.

1106
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Churning
Churning, no mercado financeiro, é uma prática de negociação cujo objetivo é auferir
taxas de corretagem em detrimento do interesse dos investidores. Em outras palavras, são
operações cujo objetivo é gerar taxas de corretagem e não necessariamente obter melhor
retornos para o cliente.

Ele pode ser detectado, por exemplo, quando ocorrer um volume excessivo de operações
da carteira.

A expressão vem do verbo inglês to churn, que significa sacudir, agitar, ou seja,
caracterizando o aumento do volume de operações com o objetivo de gerar corretagem.

No Brasil, Churning é enquadrado como sendo uma operação fraudulenta.

1107
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Crimes no Mercado de Capitais
Exercício Irregular
Exercer, ainda que a `tulo gratuito, no mercado de valores mobiliários, a aMvidade de
administrador de carteira, de assessor de invesMmento, de auditor independente, de
analista de valores mobiliários, de agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão,
aBvidade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado na autoridade
administraBva competente, quando exigido por lei ou regulamento. Quem comete esse
Mpo de infração, incorrerá na pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Da mesma forma que uma pessoa não pode exercer a aMvidade de um médico sem a
devida habilitação, exercer uma dessas aMvidades acima também incorrerá de crime no
mercado de capitais. A CVM tem fiscalizado as aMvidades de diversos “digital influencers”,
pois se entende que diversos poderias estar realizando a função de analista de valores
mobiliários, dizendo quais aMvos deveriam ser adquiridos por estarem “baratos” ou
caros”, mas sem a devida cerMficação (CNPI).

1108
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Crimes no Mercado de Capitais


Omissão Imprópria
Um dos crimes citados no código penal e também possível a ser aplicado no mercado de
capitais é o de OMISSÃO IMPRÓPRIA. A omissão é penalmente relevante quando o
omitente DEVIA E PODIA AGIR PARA EVITAR O RESULTADO, MAS NÃO O FEZ. Segundo a
legislação, esse dever de agir incumbe a quem:
Ø tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
Ø de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
Ø com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Perceba que este é o mesmo crime que incorre o cidadão que atropela acidentalmente e
se omite, não prestando socorros (“com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado”). Também é o crime que um médico comete, ao não prestar
socorros a uma pessoa que está infartando (“tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância” e “de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado”).

Perceba que podemos ter esses mesmos fatos no mercado de capitais, como por
exemplo, quando um Analista CNPI verifica uma fraude em um balanço, mas não faz a
divulgação através de um fato relevante, se omitindo.

1109
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
12.5 Tributação de Renda Fixa
1110
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Fixa


Introdução
A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda fixa, os
aMvos que tenham como caracterísMca remunerações definidas (prefixado, pós-fixado ou
híbrido) e com a relação de credor & devedor. Desta forma, os principais aMvos são:
Ø TÍTULOS PÚBLICOS:
o LTN (Tesouro Prefixado);
o LFT (Tesouro Selic);
o NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
o NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
o NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).
Ø TÍTULOS PRIVADOS:
o Caderneta de Poupança;
o CDB, Letra de Câmbio (LC), Notas Promissórias (CP), Debêntures, Cédula de
Crédito Bancário (CCB), Letras Financeiras (LF), ....;
o Títulos do Agronegócio (LCA, CRA, CDCA, CPR);
o Títulos Imobiliários (LCI, CRI, CCI, LIG);
o Aluguel de ações (DOADOR);
o Demais [tulos ou operações: COE; SWAP; Box de 4 pontas (opções)

1111
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Fixa
Alíquotas e Isenções
A tributação do IMPOSTO DE RENDA na renda fixa, ocorre da seguinte forma:
o IR = BASE TRIBUTÁRIA (lucro menos IOF) × ALÍQUOTA (tabela regressiva)
q INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Ø Responsável pelo recolhimento: InsMtuição financeira que paga o rendimento ou
que está custodiando o [tulo (Exemplo: aplicações pelo Tesouro Direto);
Ø Compensação de perdas: NÃO HÁ!
Ø IR: O recolhimento do IR sempre será na fonte ;
Ø IOF: regressivo e incide antes do IR;
Ø Isenção: somente poderá ocorrer para pessoas rsicas.

TABELA REGRESSIVA ISENÇÃO de imposto (IR e IOF) para PESSOAS FÍSICAS


Até 180 dias 22,50% Ø Poupança;
De 181 a 360 dias 20,00% Ø Imobiliários: LCI, CRI, LH, CCI;
De 361 a 720 dias 17,50% Ø Agronegócio: LCA, CRA, CDA, WA, CDCA, CPR;
Mais de 720 dias 15,00% Ø Debêntures Incentivadas (infraestrutura).

1112
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Fixa


Fato Gerador
O conceito de fato gerador é “ocorrência, em si, que traz a tona a exigência do respecMvo
ônus para o contribuinte”, podendo ocorrer nos aMvos de renda fixa nos seguintes casos:
Ø Recebimento do rendimento no vencimento do [tulo
Ø Recebimento de juros, como por exemplo, cupom dos [tulos públicos.
Ø Resgate, venda, repactuação, cessão com rendimento, por exemplo, resgate CDB e
venda de uma NTN-F.
Ø Conversão de debêntures em ações;
Ø Vencimento de operações conjugadas com rendimento prefixado, por exemplo,
operações de Box de quatro pontas com opções.

Importante ressaltar que não há fato gerador quando se transfere a custódia de uma
insMtuição financeira para outra, desde que seja para o mesmo CPF ou CNPJ. Por exemplo,
transferência de [tulos do Tesouro Direto entre insMtuições financeiras.

1113
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Aluguel de Ações (BTC)
Doador e Tomador
O aluguel de ações é um contrato no qual existem duas partes:

Ø DOADOR: InvesMdor proprietário das ações que as empresta em troca de uma


remuneração fixa, com prazo e garanMas definidas. Desta forma, seus rendimentos
serão tributados como renda fixa (tabela regressiva). Importante ressaltar que os
dividendos e a JCP ainda são de recebimento do Doador e a bonificação de ações, os
valores são corrigidos e repassados apenas na data de liquidação.

Ø TOMADOR: É aquele que não possui as ações e as toma emprestadas para vender,
para posteriormente recomprar (um dos moMvos é tentar lucrar com a queda dos
preços). Assim, sua tributação será como renda variável, podendo incorporar ao
custo da operação, as despesas com o aluguel. Se houver dividendos ou JCP pagos
durante o período em que o tomador possui as ações, este valor deverá ser
descontado do tomador, após o pagamento do Imposto de Renda.

1114
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Aluguel de Ações (BTC)


Exemplo
Um invesMdor A possui 10.000 ações da RToro Educa4on e as aluga (doa) para um terceiro
(invesMdor B) pelo preço de R$ 100.000,00 a taxa de 1% para 30 dias. Ao final do período,
o proprietário das ações (invesMdor A) as recebe de volta MAIS R$ 1.000,00 pelos juros do
emprésMmo pagos pelo invesMdor B. Portanto, o invesMdor A precisa recolher o IR dos
R$ 1.000,00 recebidos e o invesMdor B poderá incrementar em sua operação os custos dos
juros pagos.
Ø InvesBdor A: R$ 1.000,00 x 22,5% = R$ 225,00 recolhidos de imposto
Ø InvesBdor B: irá incrementar no custo da sua operação.

1115
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
IOF: Imposto sobre Operações Financeiras
Conceito
O IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF) incide sobre operações de crédito
(cartão de crédito, cheque especial, emprésMmos, financiamentos), câmbio, seguros,
compra e venda de [tulos e valores mobiliários. As alíquotas do IOF variam conforme a
operação realizada. O lançamento é diário, mas o recolhimento do IOF é mensal ou, no
caso dos invesMmentos em valores mobiliários, no momento do resgate.

O IOF funciona como um instrumento para regular a economia. Com base na arrecadação
desse imposto, o governo federal acompanha com mais precisão a demanda e a oferta de
crédito. Por se tratar de um imposto regulatório, o IOF pode ser alterado a qualquer
momento, sem depender da aprovação do Congresso Nacional. Isto facilita o controle de
crédito.

Nos invesMmentos ([tulos de valores mobiliários), o IOF ocorrerá somente em aplicações


classificados pela receita federal como renda fixa. Importante ressaltar, que o seu
desconto ocorrerá sobre o lucro e antes da aplicação do Imposto de Renda, sendo ele
isento a parMr do 30º dia de aplicação.

1116
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):


Introdução
q Regra do 4-3-3.

Dias Alíquota Dias Alíquota Dias Alíquota


1 96% 11 63% 21 30%
2 93% 12 60% 22 26%
3 90% 13 56% 23 23%
4 86% 14 53% 24 20%
5 83% 15 50% 25 16%
6 80% 16 46% 26 13%
Último dia
7 76% 17 43% 27 10%
de Cobrança
8 73% 18 40% 28 6%
9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0%

1117
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):
Alíquota Zero
Os ativos ou operações que possuem isenção ou alíquota zero no IOF são:
Ø Caderneta de Poupança;
Ø CRI, CRA, CPR e CDCA;
Ø Debentures;
Ø Letra Financeira;
Ø Operações de renda variável com característica de renda fixa e swaps;
Ø Resgate de cotas dos fundos e clubes de ações;
Ø Operações de renda variável realizadas em bolsa ou balcão organizado;
Ø FIP;
Ø Operações de titularidade de Instituição Financeira e Fundos de Investimentos.

1118
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):


Exemplo
Um investidor aplicou R$ 100.000,00 em um CDB por 18 dias e resgatou R$ 101.000,00.
Qual o valor resgatado, líquido do IOF?

Ø Valor do IOF = R$ 1.000,00 x 40% (18 dias)= R$ 400,00

Ø Valor do IRRF = (R$ 1.000,00 – R$ 400,00) × 22,50%


Logo: R$ 600,00 × 22,50% = R$ 135,00

Ø Valor líquido do resgate:


= R$ 100.000,00 + R$ 1.000,00 – R$ 400,00 – R$ 135,00
= R$ 100.465,00

q OBS: Para não inverter as ordens de IOF e IR, lembre-se do alfabeto, primeiro vem a
letra F para depois vir o R, ou seja, primeiro o ioF e depois o iR.

1119
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
12.6 Tributação de Renda Variável
1120
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Introdução
A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda variável os
ganhos líquidos auferidos por qualquer beneficiário (inclusive pessoas jurídicas isentas),
em operações realizadas nas Bolsas de Valores, de Mercadorias, de Futuros e
assemelhados, existentes no Brasil. Os principais ativos que veremos são:
Ø Alienação de Ações;
Ø Alienação de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em bolsa;
Ø Derivativos:
o Mercado a Termo;
o Mercado Futuro;
o Mercado de Opções.

Relembrando que o derivativo Swap e a operação com opções na estratégia “box de 4


pontas” são tributados como renda fixa.

1121
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Alíquota
MERCADO A VISTA DAY TRADE
IR total IRRF IR total IRRF
Alíquotas Renda Variável (1) 15% 0,005% 20% 1%
Responsável pelo Recolhimento (2) Investidor Inst. Financeira Investidor Inst. Financeira
Valor mínimo pagamento IR:
IR total – DARF R$ 10,00 R$ 1,01 R$10,00 Não tem
IRRF – retenção na fonte
IR Futuro/Termo/Opção
15% 0,005% 20% 1%
Sobre ajuste/prêmio recebido
IR Ações:
Sobre a Venda Não 0,005% Não Não
Sobre o Lucro 15% Não 20% 1%
Isenção: (ação) e (ouro):
Sim sim não não
R$ 20.000,00/mês cada (3)
Compensação de Perdas Permitida Permitida
(1) IRRF (“dedo duro”) é deduzido no pagamento do IR total a ser recolhido pelo investidor via DARF mensal
(2) Investidor: até o último dia útil do mês subsequente para pagar IR (DARF)
Instituição Financeira: 3º dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador para repassar IRRF
(3) Somente para Pessoa Física: Considera valor bruto de venda, sem descontar despesas.

1122
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Mercado a vista (não Day Trade)
Mercado a vista, também chamadas de “não Day-trade”, ocorrem quando o investidor
compra e vende as suas ações em dias diferentes. Por exemplo, Rafael comprou 500
ações da XYZ a R$ 5,00. Após um mês, ele vendeu toda sua posição por R$ 11,00 por ação,
lucrando R$ 6,00 por cada. Desta forma, o lucro será tributado como NÃO DAY-TRADE.
q IR (Imposto de Renda):
Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);
Ø Alíquota: TOTAL de 15% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: o próprio é o investidor através da DARF, que será
o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00.
Ø Pessoas físicas possuem isenções do IR caso suas VENDAS no mês (Ações e Ouro),
somando-se todas as operações, não ultrapasse R$ 20 mil.
q IRRF (IR Retido na Fonte):
Ø Base Tributária: o valor total das VENDAS!
Ø Alíquota: 0,005% sobre o valor da alienação, com valor mínimo de R$ 1,01.
Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira.

1123
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Day Trades
Day-trade ocorre quando o investidor compra e vende as suas ações no mesmo dia. Por
exemplo, Rafael comprou 1.000 ações da Petrobrás a R$ 10,0. Antes de acabar o dia, ele
vendeu todas as ações por R$ 11,00, gerando um lucro de R$ 1,00. Este lucro será
tributado como DAY-TRADE, pois Rafael encerrou a operação no mesmo dia em que
iniciou ela.
q IR (Imposto de Renda):
Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);
Ø Alíquota: TOTAL de 20% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: o próprio é o investidor através da DARF, que será
o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00;
Ø Não HÁ isenções em Day Trades.
q IRRF (IR Retido na Fonte):
Ø Base Tributária: Lucro Líquido!
Ø Alíquota: 1% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: não tem.

1124
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Compensação de Perdas
É possível fazer a compensação de prejuízos passados, com os lucros futuros para se pagar
menos Imposto de Renda. O investidor deverá manter os registros das operações,
lançando ano após ano, na sua Declaração de Ajuste Anual, até a sua devida utilização
para compensação. Além disso, somente é permitido a compensação de prejuízos entre
operações com mesma alíquota, ou seja, day trade com day trade e não day trade com
não day trade.

q EM RESUMO:
Ø Perdas incorridas: pode compensar perdas no próprio mês ou nos meses
subsequentes. Compensar day trade com day trade e não day trade com não day
trade;
Ø Tempo para compensação: não há prazo. O investidor pode transferir o saldo para
o ano seguinte (ou anos seguintes) até efetivar a compensação do prejuízo, desde
que lançado na Declaração de Ajuste Anual.
Ø NÃO É POSSÍVEL COMPENSAR PREJUÍZOS FUTUROS COM LUCROS PASSADOS, ou
seja, se o investidor lucrou R$ 50.000,00 em janeiro/2020 e teve um prejuízo de
R$ 50.000,00 em fevereiro/2020, deverá pagar o imposto sobre o lucro de janeiro e
manter o “crédito” do prejuízo a compensar para o futuro.
1125
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Compensação do IRRF
Da mesma forma, o invesMdor poderá compensar o IR ReMdo na Fonte (IRRF), respeitando
as seguintes regras:
Ø IRRF não day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Compensado na declaração de ajuste anual do IR se, após as deduções ou
compensações, houver saldo do imposto reMdo até 31/12.
Ø IRRF day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Se houver saldo de IRRF a compensar em 31/12, a pessoa rsica deverá solicitar
sua resMtuição diretamente à RFB.

1126
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Exemplo 1: Mercado à Vista
Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 9.800 × 15% = R$ 1.470,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 1.470,00 – R$ 2,00 = R$ 1.468,00

1127
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Exemplo 2: Day Trade
Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Educa4on S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (invesBdor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 9.800,00 × 20% = R$ 1.960,00
Ø IRRF (insBtuição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 9.800,00 = R$ 98,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 1.960,00 – R$ 98,00 = R$ 1.862,00

1128
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Exemplo 3: Mercado à Vista
Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)
o Imposto Total: R$ 0,00 × 15% = R$ 0,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: 0,00

1129
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Exemplo 4: Day Trade
Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Educa4on S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (invesBdor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)
o Imposto Total: R$ 0,00 × 20% = R$ 0,00
Ø IRRF (insBtuição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 0,00 = R$ 0,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 0,00

1130
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Tributação: Renda Variável


Exemplo 5: Mercado à Vista
Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, (1) qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael? Caso
Rafael tivesse vendido as ações por R$ 20.100,00, (2) quais seriam os novos valores?
q Resposta (1): Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:
Ø IR da operação (investidor): Operação Isenta! Pois vendeu até R$ 20 mil.
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% × R$ 20.000,00 = R$ 1,00 (não recolhe)
q Resposta (2):
Ø IR da operação (investidor): + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS
o +R$ 20.100,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 20.100,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.900,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 14.900,00 × 15% = R$ 2.235,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 20.100,00 = R$ 1,01
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 2.235,00 – R$ 1,01 = R$ 2.233,99

1131
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Tributação: Renda Variável
Exemplo 6: Day Trade
Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Educa4on S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (invesBdor): Não há isenção em Day Trade.
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 20.000,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 20.000,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 14.800,00 × 20% = R$ 2.960,00
Ø IRRF (insBtuição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 14.800,00 = R$ 148,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 2.960,00 – R$ 148,00 = R$ 2.812,00

1132
CFG – Cer(ficação de Fundamentos de Gestão

Você também pode gostar