Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Carmen Lúcia de Oliveira Cabral
CONSÓRCIO:
1
Copyright © 2007. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do Piauí (UFPI). Nenhuma
parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e
outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor.
Inclui bibliografia
CDU: 32
2
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
EQUIPE DE APOIO
Liana Cardoso
Luana Monteiro
Cleidinalva Oliveira
Rafael Barreto Marques
Nádia Cataryna Nogueira e Silva
3
Apresentação
Este texto é destinado aos estudantes aprendizes que
participam do programa de Educação a Distância da Universidade
Aberta do Piauí (UAPI) vinculada ao consórcio formado pela
Universidade Federal do Piauí (UFPI) Universidade Estadual do
Piauí (UESPI), Centro Federal de Ensino Tecnológico do Piauí
(CEFET-PI), com apoio do Governo do estado do Piauí, através da
Secretaria de Educação.
4
Unidade 1: A Especificidade da Filosofia. Como Filosofar:
analisa os modos como se instituir sentido à realidade, distinguindo-
os em suas caracterizações especifica como filosófico, científico e o
senso comum, dando ênfase ao processo de produção do
conhecimento filosófico.
5
educativa. Em um segundo momento, analisa as orientações
político-ideológicas com que as propostas educacionais são
elaboradas, da mesma forma as finalidades que visam em suas
efetivações nos diversos espaços educativos, no Brasil.
6
Sumário
APRESENTAÇÃO
UNIDADE 1: A ESPECIFICIDADE DA
FILOSOFIA. COMO FILOSOFAR?
1.1 Orientação ao estudo de Filosofia
1.2 O Filosófico, o Científico e o Senso Comum
1.3 Gênese e Conceito de Filosofia: a atitude e a
reflexão filosófica
UNIDADE 2: AS QUESTÕES DO
CONHECER E O ESTATUTO DA
FILOSOFIA: AS RACIONALIDADES
HISTÓRICAS
2.1 Gênese do Conhecimento: racionalismo e
ceticismo
2.2 Racionalismo Empírico, Racionalismo Idealista,
Romantismo
2.3 Razão: posições históricas
2.3.1 Razão e Pensamento: método
2.3.2 Pensamento, Verdade e Ideologia
7
4.3.2 A Pedagogia e as Ciências da Educação
4.3.3 A Cientificidade da Pedagogia
UNIDADE 6: A FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO NO BRASIL
6.1 A Tradição Filosófica da Educação Brasileira
6.2 O Discurso Ideológico na Educação Brasileira
6.2.1 Conceituando a Ideologia: concepções
clássicas e contemporâneas
6.2.2 As Contradições Político-Ideológicas do
Discurso sobre a Educação
6.2.3 A Articulação entre o Discurso Ideológico e o
Discurso sobre a Formação Docente:
autonomia, competência
6.4 Problemáticas Filosófico-Educacionais: a
infância, a adolescência e a formação
UNIDADE 7: A FILOSOFIA NA
FORMAÇÃO DOCENTE
7.1 A Relação Teoria-Prática na Formação Docente
7.2 As Dimensões Ético-Políticas e Estéticas da
Prática Educativa
REFERÊNCIAS BÁSICAS
DICIONÁRIOS
PERIÓDICOS
SITES
8
Unidade 1
A Especificidade da
Filosofia.
Como Filosofar?
9
Resumo
10
Sumário
UNIDADE I – A ESPECIFICIDADE DA FILOSOFIA. COMO
FILOSOFAR
11
UNIDADE 1: A ESPECIFICIDADE DA FILOSOFIA. COMO
FILOSOFAR
Dimensão
Simbólica A modalidade dos recursos não-materiais refere-se à
Expressa a
realidade como produção de sentido, conceitos, pensamento, linguagem, que por
uma relação de sua vez, vão expressar as normas, o conhecimento, de uma forma
sentido instituído
em um contexto geral, constitui a dimensão simbólica, do imaginário, da
cultural imaginação, com que o ser humano elabora e expressa sua
compreensão de realidade, bem como sua prática e agir no mundo.
13
A formalidade como um dos critérios situa-se na linguagem
empregada na sistematização e externalização do sentido da
realidade, caracterizando-se como formal e informal, segundo os
preceitos sócio-históricos e culturais do contexto em que se origina.
Nestas condições, considerando o caráter das interações supra,
seguindo o grau crescente de formalidade tem-se o: senso comum,
mítico, místico, artístico, filosófico e cientifico.
15
realidade, que distanciava as respostas dadas do raciocínio
argumentativo, discursivo que expressa, de fato, o modo de
sistematizar o pensar e a externalização do pensamento humano.
16
Destes dois modos de conduzir a construção e os fins do
pensar humano, sobressai-se como propriamente filosófico este
procedimento que se volta para a busca da verdade, enquanto
expressão da essencialidade dos seres e das manifestações de
sentido de ser da realidade.
17
Para Refletir
Atividade 1
Saiba Mais
18
Unidade 2
As Questões do Conhecer e
o Estatuto da Filosofia: As
Racionalidades Históricas
19
Resumo
As discussões desta Unidade envolvem a gênese do conhecimento
pela razão humana, situando-a nas abordagens históricas que visam
a explicar sua origem, diante do que distribui o conteúdo nos tópicos:
- Gênese do Conhecimento: Ceticismo e Racionalismo;
- Racionalismo Empírico, Racionalismo Idealista e
Romantismo
- Razão: posições históricas;
- Razão e Pensamento: o método;
- Pensamento, Verdade e Ideologia.
Na busca de orientar a apreensão deste conteúdo
programático propõe as seguintes metas:
- Discutir a Gênese do Conhecimento nas Abordagens
Clássicas: o Racionalismo e o Empirismo;
- Compreender o Conceito de Razão e Suas Relações
Históricas com a Verdade e a Ideologia e o Método;
- Explicar a Especificidade Conceitual das Abordagens
Teóricas que Orientam o Exercício do Filosofar;
- Compreender a Constituição do Campo do Conhecimento
Filosófico como Estruturação das Bases Teóricas de
Elaboração de Sentido das Realidades;
20
Sumário
UNIDADE 2: AS QUESTÕES DO CONHECER E O ESTATUTO DA
FILOSOFIA: AS RACIONALIDADES HISTÓRICAS
21
UNIDADE 2: AS QUESTÕES DO CONHECER E O ESTATUTO DA
FILOSOFIA: AS RACIONALIDADES HISTÓRICAS
22
A Phisis Grega:
refere-se à época, era percebida constituída por duas naturezas: a physis
natureza, o grega, expressando tudo que existe sem intervenção humana, até o
mundo não
criado pelos próprio ser humano, a ordem natural em si; e, o nomos grego, que
humanos. significa a realidade criada pelo ser humano, a ordem cultural, o
O nomo grego: mundo simbólico, das convenções humanas.
refere-se ao
mundo da
cultura, da Estas duas posturas dos pensadores pré-socráticos
norma, inauguraram o modo racional, argumentativo e discursivo, de se
simbólico criado
pelos humanos. elaborar a apreensão da realidade e de expressá-la. Eram os físicos
explicando os fenômenos da natureza de forma especulativa, sem a
constatação de fato, instituindo três campos de conhecimento – a
meteorologia, a cosmologia e a cosmogonia; ou inferindo sobre a
constituição primeira de tudo que existe, o princípio primeiro que
dota de existência as coisas tais como elas são. É a arché grega.
23
A prática destes sábios por se caracterizar como desprendida
dos questionamentos e busca da verdade, bem como por se fazer
na formalidade do discurso persuasivo, historicamente, mesmo
influenciando o campo da educação, não é vista como uma prática
de natureza filosófica.
25
Com este questionamento surge uma interpretação
dicotômica da constituição do ato de conhecer, dando funções
distintas aos sentidos e a razão, da mesma forma em relação à
origem das idéias durante o processo de elaboração do
conhecimento verdadeiro.
27
2.3 Razão: posições históricas
28
outras nomeações, sendo alguns deles: Arthur Schopenhauer, Sören
Kierkegaard, Friedrich Nietzsche.
Estas posições filosóficas da razão encontram-se como base
Modernidade:
período histórico teórica de pensadores contemporâneos, ainda na perspectiva da
em que se modernidade, que procuram elaborar uma síntese desta
desenvolve uma
reação à diversidade de modos de apreender as realidades – humana e
escolástica e ao natural. Entre estes pensadores Edmund Russerl elabora uma
espírito
medieval; exalta concepção de filosofia como ciência rigorosa, extraindo elementos
a razão, o da lógica, da matemática e dos conceitos de Kant e Hegel, nomeada
sujeito do
conhecimento, o como fenomenologia.
espírito crítico,
tendo como
expressões Em uma perspectiva mais sociopolítica e cultural, filósofos
máximas o como Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, procuram
Iluminismo e as
Ciências, situa- explicar a construção da razão como consciência instituída
se entre os historicamente, segundo os determinantes do contexto em que as
séculos XVI e
XVIII. pessoas vivem.
29
Por esta análise estruturalista, filósofos como Michel Foucault,
Jacques Derrida, Gilles Deleuze, concebem a criação científica,
filosófica, artística, técnicas, bem como das sociedades como
inserida em um contexto histórico descontínuo, cada momento
histórico destas criações se fundam em uma razão estrutural
sincrônica.
30
o que faz por proceder de forma organizada e segura de um fim a
atingir, seja com uma garantia de validade histórica, seja com uma
garantia incerta. Assim, pode-se afirmar que a razão conduz a
percepção humana na apreensão da realidade, atividade que se
configura como o ato de pensar, de elaborar o pensamento.
33
Com esta certeza de que a razão proporciona a verdade, o
que, aliás, predomina durante a modernidade, tem-se a tendência
filosófica dos Iluministas ou Enciclopedistas – D’Alembert,
Condorcet, Rousseau, Kant, Voltaire, entre outros.
34
Da mesma forma, a base do pensamento, ou organização do
sentido de realidade, expressa na linguagem, nos processos de
abstração estão permeados de sentimentos, emoções, valores,
interesses e outras tendências de natureza imprecisa, não
observáveis, logo não factuais, a que Freud chamou de
inconsciente.
Assim, a constatação destas dimensões sociopolítica e
psíquica, respectivamente, a ideologia e o inconsciente, desvela a
fragilidade da razão o lugar de produção da verdade, bem como o
conceito de verdade não mais traduz a realidade, tornando-se
conceitos particulares, comprometidos com o contexto sociocultural
e histórico em que for produzida.
Para Refletir
As transformações espirituais que demarcam o
capital cultural da humanidade têm definido
mudanças radicais nas concepções de mundo,
sociedade, vida e do próprio ser humano, por esta
perspectiva a humanidade caracteriza-se, na
atualidade, como detentora de uma espiritualidade
emancipada?
35
Atividade 1
1. Pesquise os pensadores pré-socráticos e discuta
a repercussão de suas idéias no campo de
conhecimento filosófico e científico.
2. Escolha um filósofo empirista e um filósofo
racionalista e elabore um confronto do conceito
de razão.
3. Comente a consistência da apreensão do sentido
de ser e de realidade elaborada pela atitude
filosófica irracionalista.
4. Analise a relação entre a razão cética e a
racionalidade científica.
5. Explique as implicações dos conceitos de
ideologia e inconsciente nas crenças de liberdade
e emancipação humana fins da racionalidade
moderna.
6. Caracterize a condição pós-moderna em
confronto com o pensamento da modernidade.
Saiba Mais
FREITAS, Luiz Carlos de. Pós-modernidade e
libertação: reconstruindo as esperanças. Campinas
(SP): Autores Associados, 2005.
36
Unidade 3
Filosofia da Educação:
Conceito, Tarefas e a
Educabilidade Humana
37
Resumo
A Unidade apresenta uma concepção de Filosofia da
Educação como campo de conhecimento e suas contribuições para
o entendimento das finalidades do educar e das inflexões com que o
exercício do filosofar pensa a educação. Para tanto distribui as
discussões nos tópicos:
- Filosofia da educação: Conceituando a Educação;
- O Ser e Vir-a-Ser Humano: A Educabilidade
- Exercício do filosofar na educação: exercício do filosofar
da educação: as inflexões filosóficas
Com o que visa a atingir as seguintes metas:
- Apropriar-se dos conceitos de filosofia da educação com o
fim de confirmar sua significação e sentido no campo da
formação docente;
- Entender os conceitos de teoria e pedagogia, enquanto
dimensões das propostas e práticas educativas.
- Reelaborar o entendimento de educação em sua
dimensão ontológica e antropológica;
- Refletir a finalidade da educação na perspectiva filosófica.
38
Sumário
UNIDADE 3: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO: CONCEITUANDO A
EDUCAÇÃO
39
UNIDADE 3: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO: CONCEITUANDO A
EDUCAÇÃO
40
qual se expressa de forma autônoma e emancipada nos ambientes
Hominizar:
Transmitir as sociopolíticos e culturais.
qualidades de ser
humano – a
espiritualidade, A natureza epistemológica da relação entre filosofia e
tornando-o mais
educação explicita-se na atitude reflexiva e crítica com que deve
do que um ser
natural – um conduzir o processo formativo – o devir humanizador – do ser
complexo
natural em ser humano pela assimilação da cultura. Para a
psíquicobiológico.
concretização consciente e comprometida dessa formação, o
educador, mediador do processo, deve saber caracterizar, identificar
e avaliar as abordagens teóricas, metodológicas e instrumentais que
dão suporte às propostas e práticas educativas.
42
pelas inflexões que realiza ao analisar crítica e reflexivamente o
projeto educativo.
Este exercício ou inflexões do filosofar, com a finalidade de
explicitar o sentido e realidade de ser do educativo, enquanto ato
formativo, implica na definição interpretativa destes dois indicativos:
o “para quê” da educação no ambiente da existencialidade do ser
humano; “o quê” educativo conforme as exigências sócio, políticas,
culturais e históricas do contexto em que se realiza.
45
Desta forma, a pedagogia torna-se um conhecimento que tem
como finalidade não só explicar ou expressar uma compreensão de
uma determinada realidade, mas também avaliar, planejar e conduzir
a realização desta realidade. Definindo, assim, uma especificidade
fundada em uma razão teórico-prática.
Diretório DiTudo –
<http://www.ditudo.etc.br/ciencia/ciencias_humanas/filosofia.html>
Scielo Brasil -
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_home/lng_pt/nrm_iso >
Para Refletir
47
Atividade
1. Discuta a concepção de educação
trabalhada no texto.
2. Explique as dimensões antropológica,
política, axiológica e epistemológica da
educação.
3. Comente a ocupação da educação com a
hominização e humanização do ser
humano.
4. Discuta o conceito de educabilidade como
finalidade da educação.
5. Explique as inflexões filosóficas em relação
à educação.
6. Analise a concepção de pedagogia
relacionando-a com a formação e prática do
professor.
Saiba Mais
48
Unidade 4
Os Paradigmas do
Conhecimento e a
Pedagogia
Resumo
49
Esta Unidade faz uma abordagem epistemológica da
pedagogia, procurando resgatar sua construção histórica desde as
origens filosóficas até os movimentos que visam a instituir um
suporte teórico que confirme sua inserção no campo da
cientificidade do conhecimento. Diante do que analisa sua
aproximação às Ciências Humanas em seus procedimentos de
produção de conhecimento, desta forma, inaugura o campo das
Ciências da Educação.
Sumário
50
UNIDADE 4: OS PARADIGMAS DO CONHECIMENTO E A
PEDAGOGIA
51
4.1. A Epistemologia: Conceito, Questionamentos e Significação
52
A pertinência de tais questionamentos se justifica
principalmente na modalidade de conhecimento que se quer
criterioso, rigoroso, objetivo, produzindo por procedimentos
definidos, elaborados para determinados fins, ou seja, que se
elabora de forma sistemática e metódica.
Círculo de
Viena: 4.2.1 Tendência Analítica
Associação de
filósofos que 53
tem como objeto
de estudo os
enunciados
A tendência analítica volta-se ao estudo da validação das
estruturas formais com que se delineia a linguagem científica, de
forma que, os aspectos históricos e contextuais do conhecimento
não se apresentam como significativos. Esta tendência se preocupa
com uma dimensão que, essencialmente, visa a atingir o critério de
objetividade do conhecimento.
desejo de
instituir uma
Para este filósofo o reconhecimento de cientificidade das
teorias, outra preocupação epistemológica, se afirmaria não pela
verificabilidade ou confirmabilidade, mas pelo critério da
falseabilidade, o que seria vivenciada na experiência. A refutação
pela testagem fornece garantia de que as teorias apresentam a
estrutura lógica necessária para se constituírem como científicas.
55
As mudanças das bases conceituais do conhecimento
científico afetam toda a estrutura organizacional do conhecimento,
afetando mesmo o modo de ser do cientista diante da realidade e de
elaboração teórica.
Thomas Kuhn
Para saber mais Outros dois aspectos da tendência analítica questionados são
acesse: os princípios do monismo metodológico e da concepção única feita,
http://
pt.wikipedia.org/ principalmente por Paul Feyerabend. A ciência não se concentra
wiki/Thomas_Kuhn em um único método, diante da constituição diversificada da
realidade, o modelo da física e/ou da matemática não apresenta
consistência teórico-metodológica para ser o modelo de produção do
conhecimento. Esta perspectiva se firma nos modelos de
cientificidade da biologia, da antropologia e etnografia.
58
Esta preocupação em definir objetivos para a prática educativa
e aplicar procedimentos específicos, próprios desta prática,
caracteriza o modo de ser pedagógico, historicamente visto como a
prática ou a arte de conduzir o educando criança, jovem ou adulto,
primeiramente para o ambiente de estudo, com a ampliação do
conhecimento torno-se a condução intelectual, moral, ética.
59
Por essa perspectiva, a pedagogia vai se consolidando como
uma realidade de sentido complexo devido envolver-se com a
gestão (sistematizar, organizar, conduzir, controlar, avaliar) do
conhecimento a ser trabalhado como saber educativo, com o plano
da teorização da prática educativa, estendendo-se com o tempo aos
procedimentos operacionais dessa prática nos aspectos de
organizar e administrar os espaços educativos.
61
ciência dentro das exigências da positividade que caracteriza tal
modalidade de conhecimento em meados do século dezenove.
Hermenêutica:
Termo usado no 63
vocabulário
filosófico com o
significado e efeito destas normas e fins dentro da processualidade
histórica do agir humano no mundo, situando-se na perspectiva
hermenêuticas de análise da realidade.
64
Entretanto, com o conceito de ciência fundado na visão
empírico-naturalista dos fenômenos naturais e humanos, os esforços
para dotar o conhecimento da pedagogia de uma base científica
rigorosa ganham estímulos significativos com a consolidação dos
princípios epistemológicos das ciências positivas, que se sobrepõem
em reconhecimento de sua validade à perspectiva de ciência
segundo a orientação compreensivista/hermenêutica.
65
suporte sociológico ao psicológico e ao histórico, a “teoria prática” da
educação superaria a natureza filosófica, normativa e teleológica
que lhe vinha definindo, validando, assim, o status como
conhecimento sistemático.
66
4.4 A Cientificidade da Pedagogia
67
pedagógico em tantos fragmentos quantos forem necessários,
visando ao controle dos meios de cada um desses fragmentos para
garantir a realização dos objetivos/fins previstos.
Para Refletir
Atividade
72
Unidade 5
As Orientações Filosóficas
E As Teorias Educacionais
Resumo
As discussões desenvolvidas nesta Unidade procura explicitar
a importância da teorização da educação como uma atividade do
trabalho pedagógico, apresentando a vinculação entre as
73
concepções de ser humano e as concepções de formação dos
filósofos que pensam a educação. Com esta preocupação distribui
as discussões nos tópicos:
Sumário
UNIDADE 5: AS ORIENTAÇÕES FILOSÓFICAS E AS TEORIAS
EDUCACIONAIS
74
5.1 A Teorização no Campo Educacional: Conceito e Função da
Pedagogia
5.2 As Ontologias do Ser Humano e as Abordagens Filosóficas da
Educação
5.2.1 Abordagens Essencialistas da Educação
5.2.2 Abordagens Positivas, Existencialistas e Histórico-Críticas da
Educação
5.2.3 Abordagens Sistêmicas da Realidade Educacional
4.2.4 Abordagens Filosóficas Emergenciais
75
Nesta perspectiva de considerar o processo educativo como
Devir:
No sentido uma práxis, intencionalmente estruturada, observa-se a necessidade
etimológico do de um suporte teórico-metodológico e instrumental com vistas à
latim chegar;
aplicado por concretização do ato educativo, enquanto elaboração de um projeto
Heráclito com o de formatação, bem como a realização prática desse projeto. Desta
sentido de
movimento, forma, a educação se transforma em um objeto de análise, que deve
expressando ser pensado, planejado, organizado, executado e avaliado, com a
algo que existe
em processo. finalidade de proporcionar o devir formativo humano.
faculdade de
julgar na busca
acontecimento necessita ser sistematizada, pois não se dar
naturalmente, como um fenômeno espontâneo. O educar é um ato
intencionado, planejado e tecnicamente conduzido à finalidade
preestabelecida para atingir.
77
Com a concepção de que os fins da educabilidade seja
Ser Social:
Condição promover a formação humana na perspectiva de atingir a totalidade
humana após se do ser social, constituído na contextualidade histórico-cultural,
sujeitar às
orientações encontram-se orientações diferenciadas do deve ser ou de como
socioculturais, deve ser o devir formativo do ser humano. Sendo esse definido
políticas e
históricas da conforme um conjunto de conceitos e valores selecionados por
sociedade. princípios político-ideológicos hegemônicos ou que visam a
confrontar as concepções e crenças que dão sustentação ao
momento histórico.
78
Na concepção existencialista a dimensão empírica humana,
sua atuação no mundo com todas as implicações que os desejos, os
Retidão:
Característica prazeres, os sentidos em geral possam vir a ter nas decisões e
da razão reta, escolhas do bem e da retidão, torna-se a referência para a
justa, que age
com prudência, construção dos conceitos. O ser humano elabora as concepções de
que contem bem, de mundo, de vida a partir de sua prática concreta,
virtude moral
e/ou virtude considerando os aspectos indefinidos da irracionalidade humana,
intelectual. dos quais a razão não consegue extrair ou imprimir sentido de ser
justificável.
Concepção
Cosmológica: Diante desta proposição, considerando a diversidade
Usada no
sentido ontológica supra, um modo de classificar estas teorias consiste no
interpretativo da uso das concepções cosmológicas e antropológicas em que se
estruturação e
organização das fundam como princípios de articulação ou disjunção entre elas.
dimensões
sociocultural,
política e 5.2.1 Abordagens Essencialistas da Educação
histórica da
realidade
humana Com uma visão de mundo e de ser humano constituída por
uma essencialidade imutável, atemporal, logo com a pretensão de
intocáveis pelas oscilações históricas da existencialidade humana no
interior de um contexto sociocultural, encontram-se, de um lado, os
modelos formativos centrados em base racionalista, vendo na
intelectualidade, o aperfeiçoamento espiritual enquanto
emancipação como fins.
81
instintos naturais, as manifestações passionais, considerando a
razão como a faculdade mais elevada.
82
Ainda fundados nas ontologias de mundo e de ser humano
essencialistas, enfatizando, entretanto, as manifestações psíquicas
como os instintos e as pulsões, não a razão, surgem dois novos
modelos antropológicos em suas concepções de formação humana.
84
condição de ser reduzido a uma realidade orgânica, empírica,
podendo ser explicada como as demais realidades naturais,
fenomênicas.
85
Em pensadores como Rousseau, a concepção naturalista de
ser humano afirma-se como instinto, sentimento, espontaneidade. A
partir destes referenciais, elabora um conceito de sociedade
danificada pelas transformações cientítico-tecnológicas, e uma
noção de natureza humana que deve ser resguardada dos
malefícios que o convívio social pode provocar. Diante do que
propõe uma educação que deve estimular a curiosidade espontânea
da criança, para pensar e produzir o conhecimento.
87
O princípio de interesse exaltado por Rousseau, Claparède,
M. Montessori (1870-1852), O. Decroly (1871-1932), J. Dewey
(1859-1952) e G. Kerschensteiner (1854-1932), Binet, entre outros
pensadores e práticos da educação, expressa uma orientação
pragmatista, que afirmar que só conhecemos os efeitos e
conseqüências dos conceitos que damos aos objetos, não a eles
propriamente. Com esta perspectiva, defendem a idéia de verdade
como as conseqüências satisfatórias que obtemos atuando no
mundo.
89
Outra postura filosófica que insurge do confronto com as
concepções de mundo, de ser humano e de sociedade dominante na
modernidade, põe em questão o conceito de realidade objetiva, em
que os seres humanos constroem suas histórias de vida. Com estes
pressupostos e a aplicação dos princípios da lógica dialética e das
Retificação: concepções materialistas e históricas da existência e produção
Termo derivado
do latino res que humana, os filósofos políticos Karl Marx (1818-1883) e F. Engels
significa coisa, (1820-1895) elaboraram um projeto sociopolítico e cultural
usado como
transformação revolucionário do contexto socioeconômico dominante.
das ações
humanas em
coisas com vida Tal proposta origina-se das conclusões a que chega ao
própria, que analisar a sociedade capitalista, afirmando que as relações travadas
passam a
determinar a em seu interior se caracterizam como de dominação, reificadoras,
vida humana. levando à construção de uma falsa consciência da realidade social.
Instala-se, assim, uma prática fetichizada, que oculta à verdadeira
Fetichismo:
No vocabulário finalidade das instituições sociais e das relações no seu interior.
marxista
significa a perda
das origens da Com esta visão de falsa consciência, Marx imprime um
produção – sentido diferenciado do tradicional ao conceito ideologia, passando a
material e
imaterial -, significar um recurso mediador da dominação, ao propagar na forma
ganhando um de discurso e práticas diversas os conceitos e valores das classes
tom de natural,
anulando suas dominantes como verdades universais. A base teórica do
origens sociais. pensamento de Marx contempla os princípios do materialisto
histórico dialético, que considera a consciência como uma produção
resultante da prática humana no mundo.
91
Estes adeptos elaboraram concepções educacionais a partir
de princípios, conceitos e finalidades das práticas sociopolíticas e
culturais, que colocam a cultura capitalista sob críticas
desestruturantes e revolucionárias, culminando na proposta de outra
sociedade, fundada nas concepções socialistas e comunistas
pregadas por Marx.
92
típico destas abordagens está na intenção de anular ou neutralizar
as interferências subjetivas, não se envolvendo com a dimensão
individual do ser humano.
93
Com esta interpretação de realidade como sistema,
apresentando uma organização que gera modelos de seu modo de
ser tanto nos aspectos constitutivos quanto em sua funcionalidade.
Para Refletir
A filosofia da educação em sua função de instituir
sentido crítico, reflexivo, sistemático das realidades
apreciadas, tem, historicamente, elaborado uma
96
diversidade de abordagens teóricas tanto sobre o ser
humano quanto o para quê da educação, assim, como
Atividade 1
Elabore um quadro demonstrativo relacionando as
abordagens filosóficas da educação e os tipos de
educação que orientam, expondo as
características, filósofos, os educadores e as
épocas que viveram.
SAIBA MAIS
ARANHA, Maria Lúcia de A. Filosofia da educação. 3. ed. rev.
ampl. São Paulo: Moderna, 2006.
Unidade 6
97
Filosofia da
Educação no Brasil
Resumo
98
As discussões deste capítulo, primeiramente situam a filosofia
da educação na realidade educacional brasileira, explicitando as
abordagens teórico-filosoficas que orientam o exercício de filosofar
no Brasil. Em um segundo momento, analisa as abordagens político-
ideológicas com que as propostas educações vêm sendo aplicadas
no Brasil. E, de forma sucinta proporciona um referencial de análise
para o estudo da filosofia em sua substancialidade política e
pedagógica, discutindo questões como a infância, a adolescência, a
formação. Com vistas a contemplar estas abordagens da teorização
educacional distribui o conteúdo nos tópicos:
- Abordagens Filosóficas e a Educação Brasileira
- Os Filósofos da Educação Brasileira: Anísio Teixeira,
Joel Martins, Dermeval Saviani, Paulo Ghiraldelli Jr., Antonio
Joaquim Severino, Marilena Chauí, Olgária Matos, etc.;
- Contradições Político-Ideológicas da Educação. O
Discurso Ideológico na Educação Brasileira;
- A problemática filosófico-educacional na realidade
brasileira: a infância, a formação e a adolescência.
Desta forma procura atingir as seguintes metas:
- Descrever a constituição do campo da filosofia da
educação no Brasil. Os filósofos brasileiros;
- Refletir sobre os problemas educacionais brasileiros: as
influências teóricas e o contexto sociopolítico e cultural.
- Confrontar as concepções de ideologia;
- Examinar as contradições sociopolíticas e históricas do
sistema educacional brasileiro.
Sumário
99
UNIDADE 6 ABORDAGENS FILOSÓFICO-EDUCACIONAIS NA
REALIDADE BRASILEIRA
101
A formação humanista clássica corresponde à assimilação do
estilo de pensar e dos valores dominantes na cultura clássica
grego-romana. Esta base cultural, entretanto, era trabalhada
somente após uma revisão literária, em que se excluíam as idéias
pagãs, fazendo uma releitura, uma ressignificação segundo os
preceitos cristas.
102
Na continuidade da formação intelectual brasileira vão
confrontar-se de forma mais radical, com um comprometimento mais
político-ideológico do que com o livre pensar filosófico, a
racionalidade humanista propalada pelos representantes do
catolicismo, principalmente como fundamentação da educação
formal, escolar, e a racionalidade positivista, introduzida no Brasil
somente no final do século XVIII, após as reformas pombalinas em
Portugal.
103
No campo político, os princípios do liberalismo penetram
nos ideais dos grupos, fortalecendo a visão de sociedade urbano-
industrial e democrática, levando-os ao confronto com a política
Marie Jean tradicionalista, conservadora do estilo aristocrático, que emperra os
Antoine Nicolas de
Caritar, Maques movimentos inovadores, principalmente no setor econômico,
de Condocet, preservando o modelo agroexportador da monocultura.
filósofo iluminista e
ideólogo da
Revolução No plano propriamente educacional somente entre as
Francesa, no
século XVIII. décadas de 20 e 30 do século XX vão surgir movimentos
questionadores das bases filosóficas das políticas hegemônicas do
setor que assiste o campo educacional. Como expoentes no campo
da educação, nesta época, temos Francisco Campos, Gustavo
Capanema, ampos ministro da educação, que têm suas atuações
destacadas na organização político-administrativa da educação,
juntamente com outros educadores, como Lourenço Filhos, Anísio
Teixeira.
108
concepção de sujeito pulsional libidinoso, que nega a supremacia da
razão na busca pelo desejo.
109
As inovações teóricas no campo educacional brasileiro vêm
introduzindo novas concepções de formação nas dimensões
antropológicas, epistemológicas e axiológicas, como o paradigma
da complexidade proposto por Edgar Morin (1921), a proposta de
formação centrada na categoria de competência de Phillippe
Perrenoud (1944), influenciadas pelas perspectivas
neopragmáticas de Richard Rorty (1931-2007).
110
intencional, tem suas dimensões conceitual e valorativa avaliadas
quanto ao alcance e implicações do sentido. Isto porque a educação
também desempenha a função sociopolítica de transmissão do
modelo de sociedade, garantindo seu fortalecimento e continuidade.
111
ser humano para uma convivência harmoniosa e consonante com o
modelo de sociedade.
112
uma falsa consciência da realidade sociopolítica, ao situar a origem
dos fatos nas idéias.
113
ideológico se faz presente em todo e qualquer orientação prática e
política, enquanto um elemento intrínseco, próprio das construções
simbólicas, que requerem interpretações dentro de contexto
sociocultural e político.
114
identificando a realização existencial do ser humano com a posse
dos instrumentos técnicos.
116
conformação dos modelos socioculturais que venham a ser
dominante ou não.
117
pedagógica de condução intelectual, o que a torna um campo sólido
e fértil para incorporar o discurso ideológico.
118
A relação entre a educação e ideologia tornou-se um tema
analisado com acepções diferentes, em Grasmci o consenso social
gira em torno da visão de mundo, que se constitui na ideologia. Para
Louis Althusser a discussão da ideologia deve ser feita no campo da
ciência, considerando a atuação ideológica como mistificadora da
realidade, servindo como instrumento de dominação no interior da
sociedade de classe. Com uma interpretação política da sociedade
de classes, explica a estrutura social composta por aparelhos
ideológicos e aparelhos repressivos do Estado.
121
As políticas de
formação do
pedagogo devem pedagogia na realidade brasileira, constituem um campo aberto de
ser pesquisadas confronto político e epistemológico complexo.
também nos sites:
www.mec.gov.br
http://www.lite.fae. Esta divergência no norteamento político da formação do
unicamp.br
pedagogo expressa as concepções de profissionais da educação,
mais precisamente de pedagogo, instituídas pelos teóricos no
interior dos momentos históricos, no quais se delineiam um conjunto
de necessidades e interesses gerados pelos modelos sociopolíticos,
econômicos e culturas que vêm orientando a estruturação e
organização da sociedade brasileira. Diante deste argumento pode-
se enumerar quatro diretrizes político-ideológicas, que
cronologicamente forma oficializadas, em:
122
Estes indicativos oficiais descrevem concepções de pedagogo
A instalação do curso enquanto um dos profissionais que atuam nos espaços educativos,
de Pedagogia no bem como a estruturação e organização dos cursos de Pedagogia,
sistema de ensino
superior, na em que se pode constatar, em cada um destas medidas oficiais, um
universidade, discurso permeado de valores, visão de sociedade, visão de cidadão
representa uma das
conquistas de e concepção de profissional que o momento histórico exigia das
diversos movimentos instituições educativas e necessários para o funcionamento destas
dos educadores da
época entre 1920 e instituições segundo os princípios administrativos adotados pelas
1040, conhecidos políticas públicas.
como Pioneiros da
Educação, entre eles:
Fernando de Estas medidas oficiais consideradas como discursos que
Azevedo, Anísio
Teixeira, Lourenço revelam os valores e concepções teóricas da formação docente,
Filho, Francisco apresentam tipos diferentes de pedagogo, entre eles o técnico visto
Campo.
não como o instrumentalista, com atuação exclusiva no campo
burocrático-administrativo da educação, mas por imprecisão do
sentido de pedagogia, bem como de sua posição na área da
cientificidade, os primeiros profissionais formados assim foram
nomeados. Historicamente, situa-se no momento de confronto entre
a tradição essencialista-neotomista da educação católica e o
cientismo sustentáculo da proposta educativa escolanovista.
123
No período de consolidação deste modelo de sociedade,
correspondendo às três últimas décadas do século XX e os
primeiros anos do século XXI, os educadores através das entidades
representativas, entre elas: a Anfope, Forumdir, Cedes, Anped,
promovem diversos encontros, em que a formação dos educadores
era debatida em suas dimensões de identidade, campo de atuação,
propostas curriculares. Observa-se que, estes debates, em suas
primeiras ocorrências, foram organizados pela entidade
governamental representativa do setor educacional – o Conselho
Federal de Educação, através de seu órgão a Secretaria de
Educação Superior (SESu).
124
De forma que, no atual contexto das políticas educacionais, a
formação do pedagogo acompanha os princípios dominantes que
norteiam a formação docente, oriundas da teorização menos
politizadas, mais pragmáticas, menos críticas, mais formais e
instrumentais, enfim, acomodadas e coniventes com as concepções
hegemônicas que propagam a autonomia, a emancipação, a
atuação crítico-reflexiva, no interior de um contexto estrutural-
funcionalista e neo-tecnicista. Estas últimas características
configuram o modelo de sociedade globalizada neo-liberal.
125
de leitura e escrita; a aprendizagem, explorando também as
condições psicossociais favoráveis e desfavoráveis apresentadas
pelo educando; a relação entre a teoria e a prática dos processos
educativos; a diversidade cultural e as diferenças econômicas
retratam a complexidade da relação entre o Estado, a Sociedade e a
Educação.
126
Diante destas novas perspectivas e exigências do tipo de
profissional adequado ao modelo de sociedade, o Brasil ainda
preserva uma política de dominação econômico-política e cultural. A
denúncia desta realidade encontra-se no nível e tipo de interesse
que as políticas estatais demonstram no trato das questões sociais
e, dentre estas, as educacionais.
127
Desta forma, a preocupação com a intervenção ideológica, e,
conseqüente, despolitização das propostas de formação dos
profissionais da educação, entre eles o pedagogo, considerando-se
que o compromisso social destes profissionais abarca desde a
elaboração das propostas educacionais até a condução das práticas
formativas nas dimensões de planejamento, organização, execução
e avaliação.
Além de se apoiar nestes aspectos supra que enfocam a
constituição do trabalho docente, a prática educativa se realiza com
a formação da geral e partícula do ser social, o que implica na
construção de sujeitos consciente, críticos e reflexivos, visto que a
atuação destes implica na consolidação de concepções e modelos
de sociedade, bem com do próprio ser social e da perspectiva de
formação oferecida na sociedade.
Para Refletir
128
autonomia intelectual do educando, situando a questão
em uma perspectiva histórica?
Atividades De Avaliação
Saiba Mais
129
ARANHA, Maria Lúcia de A. Filosofia da educação. 3.
ed. rev. ampl. São Paulo: Moderna, 2006.
BREZEZINSKI, Iria. Pedagogia, pedagogos e formação
de professores. Campinas, SP: Papirus, 1996.
CAPALBO, Creusa. Ideologia e educação. São Paulo:
Convívio, 1978.
CURY, Carlos R. J. Ideologia e educação brasileira:
católicos e liberais. São Paulo: Cortez: Campinas (SP):
Autores Associados, 1986.
DUATE, Newton. Sociedade do conhecimento ou
sociedade das ilusões? Campinas, SP: Autores
Associados, 2003.
FULLAT, Octavi. Filosofias da educação. Petrópolis:
Vozes, 1995.
KONDER, Leandro. Filosofia e educação: de Sócrates a
Habermas. Rio de Janeiro: Forma & Ação, 2006.
OLIVEIRA, Ivanilde A. de. Filosofia da educação:
reflexões e debates. Petrópolis: Vozes, 2006.
ROMÃO, José E.; OLIVEIRA, José E. (Coords.).
Questões do século XXI. São Paulo: Cortez, 2003.
SAVIANI, DERMEVAL. A filosofia da educação no Brasil e
sua veiculação pela Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos. Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos, Brasília, v. 65, n. 150, p. 273-290,
maio.ago. 1984.
SEVERINO, Antonio J. Educação, ideologia e contra-
ideologia. São Paulo: EPU, 1986.
SILVA, Carmen S. B. da. Curso de Pedagogia no Brasil:
história e identidade. Campinas, SP: Autores Associados,
1999.
Unidade 7
130
A Filosofia na Formação
Docente
Resumo
As discussões deste capítulo analisam a relação entre a teoria
e prática na formação docente, considerando-a como um principia
que demonstra a complexidade tanto da formação em si, quanto da
131
prática docente. Da mesma forma que, procura demonstrar, como
uma característica intrínseca do ser e do fazer docente, as questões
ético-políticas e estéticas da educação. Com esta perspectiva
distribui o conteúdo nos tópicos:
- A Relação Teoria e Prática na Formação do Docente;
- As Dimensões Ético-Política e Estética da Prática
Educativa;
Com vistas a atingir as seguintes metas:
- Entender como se realiza a relação teoria e prática;
- Identificar os elementos que definem a relação entre
teoria e prática na formação docente;
- Demonstrar como se apresentam as dimensões ético-
política na prática educativa;
- Refletir sobre a Interferência da sensibilidade na
educação.
Sumário
UNIDADE 6: A FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DOCENTE
132
6.1 A Relação Teoria e Prática na Formação do Docente;
6.2 As Dimensões Ético-Política e Estética da Prática Educativa;
135
A estruturação da abordagem disciplinar e da abordagem
interdisciplinar apresenta características que as tornam formalmente
distintas: nos aspectos epistemológicos com que interpreta a
realidade; na concepção e produção de conhecimento; nos
princípios de organização curricular; no significado do cotidiano ao
relacionar os saberes; nas questões metodológicas da cientificidade
(OLIVEIRA, 2006).
136
Ética:
Condição de
algo que se
acrescenta uma natureza política por se fazer como interação entre
pessoas, envolvendo, assim, valores, interesses, princípios e
conceitos que expressam atitudes particulares, implicando, desta
forma, em uma necessária postura ética.
137
Estas características e propriedades abstraídas da formação
docente delineiam um tipo de profissional que deve demonstrar
competência e compromisso no desempenho das funções que
assume no conjunto das atividades educativas, considerando que a
práxis educativa representa a mediação entre o indivíduo e sua
transformação em pessoa, cidadão e profissional.
Para Refletir
Para o professor exercer suas funções docentes
precisa de uma formação específica?
Como o conhecimento filosófico articula-se com o
processo de formação do professor? E,
especificamente, com a formação do professor do
campo das ciências naturais?
Atividade 1
1. Analise a afirmação de que a formação docente é de
natureza complexa.
2. Explique as dimensões ética-política e estética como fatores
que contribuem na definição conceptual da prática docente.
3. Caracterize a formação docente segundo as teorias
expostas no Capitulo das Abordagens Filosóficas da
Educação.
4. Explique como o princípio de interdisciplinaridade pode ser
aplicado no processo de formação docente.
138
5. Analise a natureza de práxis com que se caracteriza a
formação docente.
Saiba Mais
Sobre a autora
Carmen Lúcia de Oliveira Cabral
Referências Básicas
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang
Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
140
ARANHA, Maria Lúcia de A.; MARTINS, Maria Helena P.. São Paulo
Filosofando: introdução à filosofia: Moderna, 1986.
141
FRITZEN, Celdon; CABRAL, Gladir C. (Orgs.). Infância: imaginação
e educação em debate. Campinas (SP): Papirus, 2007.
142
MENDES, Durmeval T. (Coord.). Filosofia da Educação Brasileira.
3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987.
143
SEBARROJA, Carbonell et al. Pedagogias do século XX. Trad.
Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Dicionários
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
144
DUROZOI, Gerard; ROUSSEL, André. Dicionário de filosofia.
Campinas (SP): Papirus, 1993.
Revistas
NOVA ESCOLA, São Paulo, Fundação Victor Civita, n. 10 – Especial
2006. v. 2.
MENTE CÉREBRO & FILOSOFIA, São Paulo, Duetto Ed, 2007. [n.
1,2,3,4,5,6]
Sites
http://www.filosofia.pro.br/
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/
http://www.mundodosfilosofos.com.br/
145
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/textos.htm
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/convite.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
www.tvebrasil.com.br/salto/boletim2002/crê
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemologia
www.diminiopublico.gov.br/pesquisa
www.cefa.org.br
http://www.anped.org.br
http://www.scielo.br
http://www.pedagogiaemfoco. pro. br
http://www.mec.gov.br
http://www.lite.fae.unicamp.br
http//www.prossiga.br/anisioteixeira/fran/MartaCarvalho
http://www.uberaba.mg.gov.br/webmenn/mestres
146