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FÓSFORO
Página
• Um nutriente essencial para as plantas .................................... 51
• Funções do fósforo nas plantas ................................................ 51
• Sintomas de deficiência nas plantas ......................................... 52
• Fontes e quantidades de fósforo nos solos ............................. 52
• Movimento do fósforo no solo ................................................... 54
• Fatores que afetam a disponibilidade do P .............................. 55
• Métodos de aplicação dos fertilizantes fosfatados ................. 59
• Fontes de fertilizantes fosfatados ............................................. 61
• Terminologia dos fertilizantes fosfatados ................................ 64
• Perguntas de revisão ................................................................... 65
FÓSFORO
FÓSFORO DEVOLVIDO AO
SOLO PELOS RESÍDUOS DAS
PLANTAS
FÓSFORO
DISPONÍVEL
NOS
FERTILIZANTES
20 A 30%
ABSORVIDO
PELAS
DECOMPOSTO PELOS LIBERADO PARA RAÍZES 70-80%
ORGANISMOS AS CULTURAS APROVEITA- ADICIONADO AO
DO SOLO MENTO LENTO RESERVATÓRIO
DO SOLO
ADICIONADO AO RESERVATÓRIO
COMPOSTOS DE FÓSFORO
COMPOSTOS DE FÓSFORO LIGADOS COM Ca, Fe, Al, Mn, etc.
ORGÂNICO
da matéria orgânica. Irá, também, se ligar com as su- Assim sendo, à medida que as raízes penetram no
perfícies reativas de certos minerais de argila tais como perfil do solo para usar o fósforo disponível, ele precisa
a caulinita, os óxido de ferro e alumínio nos solos ver- ser reposto de uma forma contínua. O fósforo da solu-
melhos dos trópicos, e com a alofana, a imogolita e ção do solo é reposto cerca de duas ou três vezes por
complexos húmus-Al em solos formados de cinzas vul- dia, ou cerca de 300 vezes durante a estação de cres-
cânicas. Essas reações diminuem a disponibilidade de cimento de culturas como o milho e a soja. Um solo
fósforo para as plantas porque ele é revertido ou trans- precisa repor ou manter os níveis suficientes de fósfo-
formado em formas fixadas. ro na solução do solo para assegurar as altas produ-
Compostos como fosfato bicálcico ou octocálcico, ções.
entretanto, são relativamente disponíveis às plantas. A Figura 4-2 mostra: (1) como o fósforo é reposto
Outras fontes de fósforo disponível incluem a matéria na solução do solo, (2) como ele torna-se não disponí-
orgânica em decomposição, o húmus, os microrganis- vel e (3) como ele é removido (ou perdido) do solo.
mos e outras formas de vida. A pesquisa demonstrou Note a seta dupla entre “Fósforo na solução do solo”
que os compostos orgânicos no solo podem ajudar a e “Minerais”. Lembre-se: o fósforo torna-se disponível
retardar as reações de fixação de fósforo. pela intemperização dos minerais e pela decomposi-
A camada arável da maior parte dos solos agricul- ção da matéria orgânica, mas ele também pode tornar-
táveis pode conter altas quantidades de P, chegando se não disponível, ou “fixado”, em formas que a planta
até a 2.800 kg ou mais de P total/ha em combinação não pode utilizar.
com outros elementos... mas a maioria em forma não
disponível para as plantas. Somente uma quantidade
MOVIMENTO DO FÓSFORO NO SOLO
muito pequena do fósforo total do solo está na solução
a qualquer momento... usualmente menos de 4 kg P/ha. O fósforo movimenta-se muito pouco na maioria dos
Somente uns poucos quilogramas de fósforo por hec- solos. Ele geralmente permanece onde é colocado pela
tare, na solução do solo, são usualmente adequados intemperização dos minerais ou pela adubação. Assim,
para o crescimento normal das culturas. O ponto cha- pouco fósforo é perdido por lixiviação, apesar dele po-
ve para a fertilidade, em relação ao fósforo, não é, en- der movimentar-se um pouco mais em solos arenosos
tão, ter grandes quantidades de fósforo na solução do do que em solos argilosos. A erosão superficial (es-
solo, mas sim, a habilidade de repor o fósforo na solu- corrimento superficial) pode remover partículas de solo
ção. contendo fósforo. A erosão e a remoção pelas culturas
Tabela 4-4. Absorção de P2O5 pela cultura da soja durante a estação de crescimento.
Absorção de P2O5 kg/ha Porcentagem da
Estádio de crescimento Dias absorção total
Por dia Total
Emergência a 3 folhas 40 0,17 6,80 4,6
3 folhas a 6 folhas 11 0,62 6,82 4,6
6 folhas a florescimento total 16 1,96 31,36 21,2
Florescimento total a início de formação da vagem 15 2,55 38,25 25,8
Enchimento da vagem à maturidade da semente 21 3,09 64,89 43,8
Total 103 - 148,12 100,0
New Jersey, EUA
A DISPONIBILIDADE DO FÓSFORO
VARIA COM O pH DO SOLO
O pH do solo influencia enormemente a solubili- globo terreste, mas estão também presentes nas
dade dos diferentes compostos de fósforo em áreas tropicais e subtropicais. Um programa ade-
solos dominados por argilas do tipo 2:1. Estes quado de calagem é essencial para diminuir a fi-
solos são predominantes na região temperada do xação de fósforo nesses solos.
Tabela 4-5. Respostas de produção com aplicações de fósforo em diferentes solos com alta capacidade de “fixação”.
Soja Arroz de sequeiro Arroz de sequeiro Batata
Ultisolo Ultisolo Oxisolo Andosolo
(Venezuela) (Panamá) (Brasil) (Equador)
Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção Dose de P2O5 Produção
kg/ha t/ha kg/ha t/ha kg/ha t/ha kg/ha t/ha
0 0,1 0 1,0 0 1,0 0 6,0
75 2,0 40 2,3 50 3,7 150 32,6
100 2,5 80 3,0 100 4,3 300 39,8
120 3,7 150 4,8 450 42,5
(1)
A adubação fosfatada corretiva, também chamada “fosfatagem”, é uma prática bastante comum nas áreas de expansão da
fronteira agrícola no Brasil. Esta prática consiste em se fazer uma distribuição do fertilizante fosfatado solúvel a lanço e
incorporado através de gradagem, sendo esta operação feita 60 a 90 dias após a calagem e logo antes do plantio da cultura
anual. A dose usual é de 4 kg de P2O5 solúvel para cada 1% ou 10 g/kg de argila.
Tabela 4-6. A localização do fósforo pode apresentar efeitos significantes na produção das culturas e na eficiência de
uso do fósforo.
Método de Brasil Colômbia Panamá Índia Kansas Alberta
aplicação Milho Milho Arroz-sequeiro Trigo Sorgo Cevada
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - t/ha - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
A lanço 6,0 1,8 3,1 1,9 5,4 2,4
Em faixa 8,1 3,9 4,2 2,1 6,3 3,7
Análise de solo para P: baixo em todos os locais.
(1)
As reservas medidas de fosfato de rocha no Brasil (em termos de P2O5) são da ordem de 130 milhões de toneladas, o que
representa 2 a 3% das reservas mundiais. Os maiores depósitos estão localizados em Patos de Minas, Tapira e Araxá (MG),
Catalão e Ouvidor (GO) e Jacupiranga (SP).
Tabela 4-7. Resposta do arroz de sequeiro à aplicação do superfosfato triplo (SFT) e do fosfato da Carolina do Norte
(NCPR) em um Oxisolo da Colômbia.
Dose de P, kg/ha Produção de arroz, t/ha
Fonte de P
1992 1993 1994 1992 1993 1994
Sem P - - - 2,51 2,14 1,50
SFT 100 50 50 4,54 3,21 3,53
SFT 200 100 100 4,85 4,20 3,97
NCPR 100 50 50 4,53 3,56 3,99
NCPR 200 100 100 4,91 4,60 3,88
pH do solo = 4,8; Análise de P no solo (Bray II) = 3 mg/dm . 3
PERGUNTAS DE REVISÃO