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“Vós sois todos irmãos e irmãs.” (Mt 23,8) Será que o temos sido?

A campanha da Fraternidade deste ano reverbera um tema insistentemente apresentado


pelo Papa Francisco: a amizade social (Cf. Encíclica Fratelli Tutti) que, no seu âmago,
relembra um valor inegociável para o cristianismo: a fraternidade. Por isso, dentre
outros, a amizade social é "uma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar
e amar todas as pessoas, independentemente da sua proximidade física. (FT, n.1)
Olhando as dificuldades que o Papa Francisco (e aqueles que o tem imitado) tem levado
por empreender esforços para a consolidação de uma fraternidade universal, respeitando
as diferenças e superandos as desigualdades, se percebe que a fraternidade tem sido
esquecida pelos cristãos atuais. E não é difícil apontar a causa: o individualismo, que
sob as roupagens do capitalismo, hoje sob a forma do neoliberalismo, desfigurou nossa
fraternidade.
Agora, de irmãos passamos a concorrentes. Na igreja, na escola, na família, na cultura,
na sociedade de modo geral, observemos: temos sido formados para concorrermos uns
com os outro. E nesta competição de quem vence só, o custo muito vezes é a eliminação
do outro. E encontramos uma forma refinada: a indiferença! Comportamos como Caim,
que vendo seu irmão como concorrente, o eliminou. Como Caim, nosso irmão já não
importa. Mas, o Pai de Todos pergunta: “Onde está o teu irmão?”
Quem quis que fôssemos irmãos de todos foi irmão de todos, dividindo sua mãe e seu
pai, sua vida e seus dons, defendendo os irmãos mais frágeis, indo ao encontro deles. E
nós, somos irmãos de todos? Que irmão somos para todos? Seja Cristo nosso modelo de
irmandade para que descubramos sempre o outro como irmão.

Esse é minha utopia cristã: que amemos ao próximo como a nós mesmos. Que
respeitando as diferenças e superando as desigualdades, nos descubramos, outra vez,
como irmãos e irmãos porque, em Cristo, não é a consaguinidade que nos une, mas o
amor.
Por isso, virtudes como a solidariedade e o amor fraterno não importam tanto, porque

vencer e, nesta competição, embora o prêmio seja sempre uma ilusão a custo de uma
vida,

E na concorrência, selvagem, diga-se de passagem,

e nos tornou concorrentes; acentuou o egoísmo em detrimento da solidariedade;


deu-nos por coração uma engrenagem, para que não paremos de produzir,
desumanizando-nos à medida em que vamos categorizando a humanidade por sua
capacidade de produção (e reprodução) de capital.

Jesus é o único filho de Deus. Por ele, porém, todos somos legitimados pela adoção
divina, pelo qual somos constituídos filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Porém,
aqueles que não professam fé conosco não deixam de ser nossos irmãos, pois ainda sim
Deus é pai de todos! Por essa razão, quem se afana de s

Por isso, cada vez que alguém adere ao cristianismo ele encontra irmãos ele se torna
irmão. Contudo, essa família não restringe-se somente à sua comunidade de fé, mas à
toda humanidade. Porém, jamais poderá

Os nossos dias são de fraternidade minada, cristandade cindida e um catolicismo


com espírito fraticida

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