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Sob a garantia histórica religiosa, o homem pode sentir-se um reflexo de Deus, uma
centelha da Energia Cósmica Divina, e tranqüilo candidato à felicidade eterna! Ele não
pode duvidar do seu Magnânimo Criador, que ativa incessantemente os sucessivos
"Grandes Planos" ou "Manvantaras" da Criação, com o propósito divino de conduzir as
suas criaturas à sublime condição angélica.
Na seqUência, os espíritos já angelizados ainda galgam níveis cada vez mais sublimes
para atingirem as freqüências arcangélicas através de outros "Grandes Planos",
assumindo as responsabilidades de comandos planetários e até constelatórios.
Como o espírito do homem é centelha emanada da Chama Viva do Cosmo, que vem a
ser o próprio Deus, eternamente presente na sua Criação, também o homem participa e
vive da Sua Onisciência e Onipresença, embora presentemente ainda não esteja
capacitado o suficiente para usufruir de todo o conhecimento e poder nele existentes.
2. INVOLUÇÃO OU DESCENSO VIBRATÓRIO DAS CENTELHAS ESPIRITUAIS
Num processo evolutivo incessante, desde o instante cósmico de sua criação do seio da
Divindade, a centelha ou mônada espiritual passa por um estágio de "descenso
vibratório" por todos os planos da natureza, desde o Plano Divino, sucessivamente, até
atingir o Plano Físico material ou denso, onde recebe influenciações do estado sólido de
agregação molecular, seguindo por um estágio de "evolução vibratória", ascensionando
pelo reino mineral nos estados líquido e gasoso, e depois pelos reinos vegetal, animal,
hominal e angelical.
No sexto plano cósmico, onde se disciplina a primeira descida dos espíritos virginais a
caminho da matéria, através das sete regiões de ascensão angélica, os Engenheiros
Siderais, dotados de poder e da força criadora, condensam e avivam o espírito descido
até o microcosmo, e ativam-lhe a dinâmica ascensional.
Assim como o espírito que ainda habita o organismo do homem das cavernas precisa de
um guia que lhe sobrepuje apenas a precária inteligência e o sentimento, e lhe conheça
de perto as primeiras necessidades, uma consciência tão ampla, como a de Jesus,
inspira-se pela sublime entidade que é o Arcanjo Gabriel, Espírito Planetário (Logos
Planetário da Terra), diretamente ligado ao Logos do Sistema Solar.
Para tanto, a Mente Universal exerce a sua ação criativa e aperfeiçoativa através de
entidades espirituais, numa ação psíquica "transformativa", que reduz vibratoriamente a
Energia Cósmica Divina até ajustar-se ao nível modesto de uma vida humana. Assim, as
indescritíveis consciências arcangélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e
receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam a ser os doadores de energia
sideral mais reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas.
Assim, todos os orbes físicos estão interpenetrados entre si, não só pelo pensamento de
vida, de Deus, como por todas as energias que se incorporam na descida angélica para a
fase de matéria ou energia condensada.
Algum bom senso e um pouco de acuidade espiritual ajudam a comprovar que a Vontade,
Sabedoria, Beleza e Poder Divino estão latentes em toda a multiplicidade de expressões
macro ou microcósmicas da Vida. Em consequência, é sintomático que a mais sábia e
venturosa finalidade da existência é a transformação das potencialidades latentes na
intimidade de todos os seres em poderes ativos e com crescentes resultados criativos.
Nos próprios reinos da Natureza, onde para alguns tudo já está feito, pode-se observar
essa tendência de aprimoramento e beleza, como fatores de progresso que existem nas
espécies de organizações mais simples, ou mesmo nas criações consideradas mais
inúteis.
Para a consciência animal vale o instinto das satisfações físicas e também o despertar da
sensibilidade.
Em cada reino se observa uma graduação que vai do mais simples ao mais complexo, do
menos organizado ao mais organizado, do menos sensível ao mais sensível,
demonstrando os diversos graus evolutivos e a passagem gradativa de um para outro
reino.
"A beleza da cor encontrada na forma das pedras preciosas, como a safira e a esmeralda,
após a longa experimentação da Consciência Psíquica no reino mineral, evolui
manifestando-se mais livre na variedade caleidoscópica dos incontáveis tipos de flores
que, vivas e perfumadas, a bailarem nas hastes dos vegetais, lembram pedras preciosas
irrequietas. Novo triunfo da Natureza ocorre quando as irisadas borboletas, em jubilosa
liberdade, simbolizam as próprias flores, desobrigadas da limitação das hastes dos
vegetais!"
Onde termina um reino, inicia-se o seguinte, porém intimamente ligados por uma
Consciência Psíquica que opera instintivamente no âmago de todas as espécies,
objetivando sempre o apuro e a beleza da forma.
As diferentes manifestações de vida dos reinos vegetal e animal nos demonstram que
essa Natureza, tão providencial, não passa de uma Inteligência Sideral, um psiquismo
sábio, que promove a mobilização de recursos da motricidade, instinto defensivo e da
estratégia, que se completam pela riqueza dos meios de ataque e proteção.
É por isso que o homem nada inventa de original, mas apenas desenvolve em sua faina
racional o que a própria Natureza já compôs e providenciou, numa manifestação
aparentemente eventual ou intuitiva, porém profundamente sensata, inteligente, produtiva
e sobretudo diretiva.
Essa Sabedoria do Psiquismo, em atuação no reino vegetal, ainda dissemina o pólen das
flores, numa clara demonstração de preocupação com a continuidade da mesma espécie:
ora os deposita nas patas dos insetos, ora os esparge ao mais leve tocar no dorso dos
animais ou nas asas das aves, ora através do caldo dos frutos, transformando todos os
seres em novos semeadores das espécies que devem sobreviver.
Num admirável sistema, as flores se destacam pelo fascínio da cor e pela produção de
perfume embriagante e atrativo, cuja finalidade é despertar a atenção de novos
propagadores de pólen, sempre com a finalidade criadora. As espécies vegetais
carnívoras também usam desses artifícios e assim prendem os insetos imprudentes para
sua alimentação.
Finalmente, após terminar suas experiências, desde o reino mineral até o reino hominal, a
Consciência Psíquica, cada vez mais evoluída e capacitada em sua sabedoria instintiva,
então finda a peregrinação evolutiva global, para atuar de modo mais particular no
homem, no controle do complexo metabolismo, que a própria ciência ainda não
conseguiu desvendar em toda a sua plenitude "psicofísica".
Fabrica linfa, sangue, hormônios, fermentos, bílis, insulina, sucos gástricos, ...
Providencia a drenação renal, filtração hepática, produção de enzimas, ...
Ativa o peristaltismo do intestino;
Regula a pressão de vesícula;
Controla a portinhola do piloro; Substitui as células e os tecidos gastos;
Extermina e desintegra os eritrócitos envelhecidos do baço;
Queima o excesso de glicose;
Exerce ação terapêutica, cicatrizante e anti-séptica ante o primeiro ferimento (mesmo que
ignorado pelo seu portador).
Tudo isso é efetuado sem o conhecimento consciente do homem, que assim não se
atrapalha em suas atividades cotidianas, exercendo-as plenamente enquanto na sua
intimidade o Gênio Psíquico trabalha, produzindo, controlando, retificando e, acima de
tudo, aperfeiçoando a maravilhosa armadura humana que veste o futuro anjo!
Jamais a mente humana poderá aquilatar a escadaria infinita que toda alma
deve percorrer até a metamorfose indescritível do ser humano à condição de
arcanjo galaxial !
Átomo por átomo, molécula por molécula, célula por célula, vão se organizando os
sistemas solares e, de auscultação em auscultação, experiência em experiência,
incessantemente repetidas e recapituladas, o Psiquismo Divino, após interpretar o
Universo e subdividir-se por todos os orbes e reinos dos mundos, em frequências
ajustadas aos mais variados fenômenos, tece e modela novos "deuses", numa apoteose
criadora, aumentando eternamente a corte do Magnânimo Senhor Autor da Vida!
Cada reino da Natureza possui o seu "Psiquismo Diretor" responsável pelas criações e
transformações ocorridas nesse reino, e que orienta a sua transposição para outro reino
mais evoluído:
Sob tal comando e progresso incessante, esse mesmo psiquismo instintivo amolda e
apura os minerais, incorporando-os aos vegetais e, em seguida, os ajusta às espécies
animais, providenciando a contextura do organismo carnal anátomo-fisiológico, que
deverá servir para o futuro homem.
É por isso que a própria ciência humana comprova que existe uma direção, um sentido
orientativo e disciplinado na cristalização de alguns minerais.
Sob essa ordem, previamente esquematizada pela Lei Divina, é que opera a consciência
instintiva e diretora do reino mineral, ou seja, o seu Psiquismo Diretor. Nada é procedido
ao acaso, mas existe um método na criação, cujos princípios agora a ciência começa a
sentir e desvendá-los, eliminando a velha nomenclatura da mística dos alquimistas.
Em cada mineral criado, há outras características observáveis que, por força de valências
ou tipos atômicos, lhe confere nova qualidade ou propriedade particular, tal como
condutibilidade elétrica, brilho, estado de agregação molecular, etc ...
Igualmente, essa diversidade ainda é bem maior entre a ação da consciência psíquica
que atua no reino vegetal e a correspondente em atuação no reino animal, cujas espécies
estão desligadas do solo, ensaiam as primeiras simbolizações sonoras e já atuam em
conjuntos afins, sob o controle das "almas-grupo".
7. ALMA-GRUPO OU ESPÍRITO-GRUPO
No reino mineral, por exemplo, existe uma alma-grupo para cada tipo de minério; no reino
vegetal, o Psiquismo atua por diversos subcomandos psíquicos, conhecidos por almas-
grupo, que regem cada espécie vegetal, como a espécie pinheiro, pitangueira, repolho ou
cedro; e, finalmente, no reino animal governam as almas-grupo das águias, serpentes,
peixes e elefantes, por exemplo.
Igualmente, outro subcomando psíquico atua nos insetos e é constituído pelas almas-
grupo das borboletas, pulgas, gafanhotos, besouros, entre outros, e assim
sucessivamente, seguindo de modo aproximado a escala biológica estabelecida pelas
tentativas de sistematização zoológica ou fitológica engendradas pela Ciência.
Cada uma das unidades de vida de uma certa alma-grupo, quando aparece no mundo
ligada a um organismo, vem provida da soma total de experiências adquiridas por toda a
alma-grupo com a construção dos organismos precedentes.
Cada unidade, pela morte do organismo, volta à alma-grupo e lhe traz, como contribuição,
o que adquiriu em capacidade de reagir às excitações anteriores, conforme os métodos
novos.
No entanto, o animal ainda vive e sente através de sua alma-grupo, que pode ser
considerada o espírito global da sua espécie em particular.
Assim, todos os cães agem e reagem da mesma forma e entendimento, sem quaisquer
ações definidas ou à parte, que os distinguam de sua alma-grupo.
Para um cão ou um cavalo agir de modo individual, com características diferentes das que
a sua alma-grupo impõe coletivamente, então seria preciso que ele já possuísse alguma
substância mental, que é justamente a base fundamental do raciocínio e,
conseqüentemente, o princípio que permite a elaboração de uma consciência
particularizada.
Embora o pano de fundo da consciência psíquica coletiva dos reinos e das espécies de
seres do mundo, tanto quanto as consciências individualizadas dos homens, seja a
própria Consciência de Deus, há perfeita distinção entre o "psiquismo", que é a base da
vida espiritual, e o "espírito", entidade já distinguida no tempo e no espaço.
Todos os salmões nadam contra a correnteza e saltam para águas mais altas nos
rios da América do Norte por ocasião da desova;
Todas as abelhas constroem os seus favos de mel sob a mesma escala
matemática;
Todos os joões-de-barro fazem suas casas contra a próxima tempestade;
Todas as formigas possuem o mesmo instinto de orientação.
Quando ainda se trata de espécie selvagem, sem qualquer influência do homem, só lhe
atua um instinto global que orienta os seus integrantes para a conduta mais certa ou
busca da sobrevivência, porque são apenas unidades físicas dirigidas pelo instinto
específico do mesmo comando grupal psíquico.
Entretanto, no seio dessas espécies ou raças, que são o prolongamento instintivo de uma
consciência diretora nos seus próprios componentes, vão-se destacando certas
características psíquicas isoladas, que pouco a pouco passam a constituir novas
consciências menores movendo-se na corrente da vida, e assumindo os deveres e as
responsabilidades compatíveis com o seu entendimento já desperto.
Desse modo é que a espécie cães selvagens é um conjunto animal mais fácil de ser
coordenado e dirigido pela sua consciência psíquica diretora, porque, embora formando
um agrupamento instintivo de vários milhares ou milhões de cães, ainda funciona e só
reage como uma peça homogênea, sem apresentar quaisquer distinções isoladamente
entre os seus componentes.
No entanto, quando se trata de espécie "cão doméstico", dispersa pelos lares humanos,
verifica-se que os seus descendentes já reagem consciencialmente entre si, quer ainda
estejam submetidos ao mesmo espírito-grupo e sejam oriundos da mesma prole. No seio
do psiquismo coletivo da espécie a que pertencem, os exemplares já prenunciam um
entendimento racional à parte,e em alguns até se observam os primeiros bruxuleios do
sentimento humano.
À medida que, na mesma espécie animal, os seus componentes vão-se distinguindo pela
formação de uma consciência individual destacada do seu espírito-grupo diretor, também
a Lei Cármica que dirige o conjunto passa a atuar com mais particularidade para lhes
acelerar o progresso psíquico.
Ela os impulsiona para objetivos mais inteligentes e elevados sob a visão do homem e,
quando preciso, providencia até a transferência do animal para outros orbes, onde
encontra condições mais favoráveis para apressar a sua formação consciencial.
Uma ninhada de animais selvagens que, por exemplo, nasce no ambiente civilizado do
homem, se desvincula, pouco a pouco, do comando rígido e psíquico de sua alma-grupo
correspondente, devido aos novos estímulos, iniciativas e disciplinas próprias da vivência
humana. Os membros dessa ninhada principiam a reagir de modo mais individual entre si,
embora apagadamente, sob a influência cotidiana dos seus donos e dos demais
componentes do ambiente onde vivem. A própria forma de o animal ser tratado pelo seu
dono influi-lhe frontalmente nos seus hábitos, o que desperta no animal reações, defesas
e recursos bem diferentes dos costumes coletivos.
Sob a força do domínio do homem, em face de sua insegurança num meio estranho à sua
índole selvática, onde lhe cerceiam todo impacto instintivo e de sobrevivência natural, o
animal selvagem domesticado é obrigado a mobilizar recursos novos, muito além da
costumeira ação cômoda de sua alma-grupo.
O lobo, valente, feroz, livre e guiado instintivamente para solucionar da melhor maneira as
suas necessidades biológicas, quando domesticado, se transforma, à semelhança do cão
surrado, exaurido e temeroso, pois perdeu parte de sua característica instintiva, modelado
pelo treinamento compulsório do homem, num tipo dócil e obediente, diferente de sua
espécie original.
Assim, o lobo selvagem, depois de domesticado, vive mais tempo com sua prole e perde
o instinto atabiliário de enxotá-la, confiando nas facilidades proporcionadas pelo auxílio do
homem, criando assim um novo comportamento que o distingue visivelmente dos hábitos
de sua raça ainda selvagem.
Quanto ao afeto quase humano (e por vezes mais do que humano) que alguns animais
têm demonstrado, superando por vezes a própria afetividade do homem ainda tão
egoísta, isso demonstra que já revelam uma sensibilização fundamental na esfera do
sentimento. Inúmeros casos foram demonstrados de afeto incomum do animal pelo seu
dono, ou de animais de uma espécie que criam ou cuidam de filhotes de animais de outra
espécie.
Mesmo sob maus tratos de seus donos humanos, sob a guante da dor e do sofrimento, os
animais domésticos apuram o seu psiquismo, e apesar de toda a amargura, também
principiam a despertar os primeiros bruxuleios ou alvorada do sentimento, ante a
necessidade de melhor se adaptarem às condições adversas, problemáticas e às
surpresas da vida doméstica.
Eles requerem cada vez mais a atenção e o auxílio do homem, a fim de se firmarem num
sentimento evolutivo para outros planetas, nos quais as suas raças poderão alcançar
melhor desenvolvimento, no comando de organismos mais adequados às suas
características. Quando o seu psiquismo se credenciar para o comando de cérebros
humanos, as suas constituições psico-astrais poderão então retornar ao planeta Terra e
operar na linha evolutiva do homem terreno.
Assim que a semente do pinhão é plantada no solo, depois de certo tempo germina e,
gradativamente, vence as adversidades do meio nos seus ajustes para a emancipação,
até atingir a configuração gigantesca decisiva do pinheiro.
É evidente que esse acontecimento ou fenômeno só se concretiza porque na intimidade
do próprio pinhão há todo um pinheiro em estado de latência (em potencial), cujos
atributos criativos despertam, e se impõe na própria razão do crescimento da árvore.
Convém distinguir a idade que limita a personalidade humana transitória, a qual existe
somente entre o berço e o túmulo físico em cada encarnação, comparada à consciência
sideral, a entidade definitiva e inalterável, que se individualiza e se desenvolve na
sucessão de séculos, milhões, bilhões e trilhões de anos!
Tal qual imenso colar de contas que aumenta sucessivamente no tempo e no espaço pelo
acréscimo incessante de novas contas, cada uma representando uma vida humana, o
espírito imortal é o fio permanente que as une, sustentando as diversas personalidades
humanas encarnatórias, moduladas nas sucessivas existências físicas, através de
organismos carnais que se substituem sucessivamente na superfície dos orbes.
Enquanto essas contas ou encarnações físicas podem variar em sua forma, cor, raça ou
contextura personal transitória, o fio que as une, o espírito imortal, jamais se modifica.
Não importa se em cada encarnação ou cada conta desse suposto colar, a personalidade
humana transitória venha a ser conhecida por um determinado nome ou outro; o certo é
que o fio do colar é a individualidade eterna que se emancipa no tempo e no espaço.
Em cada existência física o espírito plasma um tipo de organismo cuja estrutura anátomo-
fisiológica depende também da herança biológica da família onde se encarna; em
seguida, recebe um nome adequado à raça ou parentela que lhe fornece a vestimenta
anatômica, sem que isso lhe altere a identificação individual definitiva e figurada nos
registros de ordem sideral. A individualidade do espírito não se enfraquece, mas se
desenvolve e se encorpa, tanto quanto for o seu comportamento periódico às sucessivas
vidas humanas.
O troglodita, por exemplo, ainda é um espírito infantil, que apura a sua sensibilidade
psíquica através do exercício dos cinco sentidos físicos em adestramento no mundo; é
criatura que mal engatinha no apercebimento de sua consciência sideral,
demasiadamente imatura para impor o seu princípio espiritual sobre a força milenária das
tendências animais.
Assim como a criança que, sob a disciplina do mundo, desenvolve-se protegida até
alcançar a condição de homem adulto, e se liberta das irresponsabilidades da infância,
todos os espíritos ainda crianças, ignorantes e virgens, também ingressarão no seio da
humanidade angélica, conscientes de sua vida imortal.
Cada uma das criaturas humanas é um espírito indestrutível porque foi criado da própria
essência divina e eterna, mas variando conforme a idade sideral. Houve um tempo, ou
momento, há séculos, milênios, milhões, bilhões ou trilhões de anos do calendário
terrestre, em que então começamos a existir como indivíduos diferenciados no seio da
criação.
Assim, aquele que hoje é um pecador, no futuro será um anjo! Ante o determinismo do
processo evolutivo, que é justo, equânime e sem privilégios para os filhos de Deus, a
centelha espiritual mais ínfima do Cosmo um dia há de ser um Logos Solar, embora essa
maturidade sideral só ocorra após a criação e a destruição de alguns Universos físicos
(Grandes Planos ou Manvantaras).
Ainda sob o invólucro de uma criatura primária e pecadora, Deus serve-se dos atributos
divinos ali existentes, e modela a criatura à sua imagem. Lenta e inexoravelmente, no
residual da própria animalidade, gesta-se a consciência radiosa de um anjo e o
comportamento sublime de um santo.
As almas dos homens são entidades espirituais "virgens" que se diferenciam no seio
da própria Consciência Cósmica e depois desenvolvem a sua consciência física e
individual pelo acúmulo de fatos e das imagens vividas nas existências carnais ou nos
intervalos de sua permanência no mundo astralino.
Durante a eclosão da luz crística que se manifesta na intimidade de toda criatura, num
processo endógeno (de "dentro para fora"), o espírito do homem vai se apercebendo do
mistério de sua origem divina e da coesão de conhecer-se a si mesmo.
Ele passa a reconhecer e compreender o processo que o torna um "ser-indivíduo", à
parte, no Cosmo, de modo gradativo, sem fundir-se com o Todo Criador, adquirindo a
consciência plena, global e completa.
O homem deve buscar a mobilização dos recursos sublimes do próprio ser, para então
gozar de maior intimidade com o seu Criador, num estado superior de espírito, quando ele
procura realmente maior aproximação com a "verdadeira" natureza de Deus.
Não importam os séculos e os milênios que já foram vividos na matéria em contato com a
animalidade, em que o homem desenvolve a sua consciência e enriquece sua memória
sideral, pois no momento oportuno de maturidade e progresso espiritual, a Faísca
Divina eclode na alma humana, fazendo com que o anjo que nela habita assuma
definitivamente o comando do seu ser.
Comumente o homem excita os seus nervos tanto quanto seja o seu interesse em maior
contato com o turbilhão da vida, e principalmente devido à cobiça pelas coisas do mundo
material.
Conforme reza a tradição religiosa, o homem á inspirado à direita pela voz do anjo, que
então o aconselha à prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão
capciosa do mal, simbolizada na figura tenebrosa do Diabo mitológico.
Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões
da carne e alçar-se às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal, ou
Lúcifer, exige-lhe a submissão completa ao mundo das paixões crepitantes e dos vícios
sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há tantos milênios ele domina.
À medida que abrange maior área de conhecimento cósmico, também se despe dos seus
pontos de vista, caprichos e limitações personalísticas, para então doar-se à condição de
"divino alimento" às consciências menores que seguem na esteira da caminhada. Assim,
pouco a pouco, o espírito-indivíduo desperta, reconhecendo-se intimamente ligado ao Pai
e a todos os seres e coisas.
Tanto o perispírito como o corpo físico não passam de verdadeiros interruptores da visão
espiritual infinita, que reduzem a influência limitada da massa da Consciência Total do
Criador. Eles apenas "eliminam" o excesso de Onisciência, transferindo para o homem
apenas o conhecimento menor, e apropriado a consolidar a sua consciência individual.
Ademais, no Cosmo, tudo já existe perfeito e eterno, pois Deus não retrograda nem
progride, mas é o próprio Conhecimento, o Poder e a Vontade, elevados ao máximo
potencial, e humanamente indescritível. Só ele pode suportar o máximo e o infinito de
"Ser" e de "Existir", além e acima de qualquer outro limite ou definição conceitual por
parte do homem.
Em consequência, o homem não é um produtor de ideias nem criador de acontecimentos
inéditos, mesmo submetendo-os a incessante progresso; mas, como tudo já existe num
estado de absoluta perfeição e imutabilidade, integrado no Conhecimento Total do
Criador, o espírito humano é apenas um captador da quantidade de conhecimento cabível
em sua mente finita, e que ele gradua conforme sua capacidade de suportação racional
ou de apreensão da própria consciência, forjada no simbolismo do tempo.
Ambos selecionam, eliminam e ajustam somente aquilo que pode ser útil, suportável e
entendível no campo da consciência-indivíduo, e ajudam-na a se expandir e a despertar
no seio da Consciência Cósmica de Deus.
Embora existam ainda outros órgãos que cumprem o mesmo objetivo redutor em planos
ainda mais sutis, como no mental concreto e no mental abstrato, não convém alongar-se
na descrição de tais processos e veículos atuando na intimidade do Espírito Cósmico e
que também amoldam o conhecimento infinito, de modo suportável ao entendimento
humano.
Estas máximas referem-se ao convite incessante que a Consciência Total de Deus lança
na intimidade da consciência individual do homem que, na figura de verdadeiro filtro
ativado por inextinguível poder e inteligência, capta o conhecimento cósmico na
conformidade do grau de sua própria percepção.
Então seria uma absurdidade que a centelha espiritual do homem, que é produto da
Criação, pudesse criar ineditismos no seio do próprio Criador donde emanou!
13. CARMA E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL NO REINO HOMINAL
O mundo, sem dúvida, seria um caos sem um planejamento antecipado que lhe aborda
sensatamente todos os esquemas de manifestação da vida, processada através das mais
variadas formas físicas compatíveis a cada tipo de orbe pulsante no Universo.
Sem dúvida, toda criação é intrinsecamente protegida por Deus, o Criador, que promove
os meios de subsistência e de sobrevivência adequados a cada espécie animal.
Embora ainda predomine no mundo a "lei do mais forte", em que as espécies mais débeis
são facilmente destruídas pelos tipos mais bem agraciados pela natureza, não há
prejuízos definitivos, porque destruindo os corpos carnais transitórios, o Psiquismo que
comanda cada espécie permanece inalterável.
Pode-se considerar que os corpos físicos dos seres em evolução são apenas
vestimentas passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de
servirem mais tarde às exigências das mentes individualizadas. É uma fase de evolução
em que esse Psiquismo se ativa pelas exigências vividas no orbe, inclusive nas próprias
situações dramáticas ou trágicas.
Esse fenômeno, que serve de proteção à sobrevivência mais prolongada das mais
variadas espécies do reino animal, embora não induza a qualquer conclusão cósmica
definitiva, ou comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de
extrair ilações corretas e sensatas, quanto à indestrutível verdade de uma Inteligência
Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da Natureza.
A vida no campo denso da matéria, inegavelmente, é um gravoso palco de lutas
fatigantes de experimentações dificultosas, onde o espírito do homem é ativado pelas
energias que se atritam, requintam-se e se sublimam no sentido de ele superar o instinto
animal, que o protege, mas também o escraviza desairosamente às vibrações inferiores.
O homem luta até certa freqüência sob o impulso energético das forças primárias da
animalidade, as energias telúricas que eclodem da espécie animal instintivas e
implacáveis, e deve opor-se veementemente à força bruta da tirania do instinto animal,
que o ajuda mas o escraviza, para ativar e desenvolver em seu espírito o amor e a
sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo.
O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, é o autor de
sua própria conscientização, caso contrário não haveria para ele qualquer
valor.
Nenhuma criatura deve invadir o direito alheio ou perturbar o destino dos seus
companheiros em curso de aperfeiçoamento espiritual. Ninguém pode, sequer, carregar a
cruz do seu irmão e sofrer por procuração quaisquer reações desagradáveis e
indesejáveis, que devem ser vividas pelos próprios responsáveis ou culpados.
O homem pode semear dores, júbilos, prazeres ou tragédias; porém sob a Lei do Carma,
que é inflexível e correta, mas justa e impessoal, ele se torna autor e, ao mesmo tempo, o
receptor de todos os acontecimentos ou males praticados a favor ou contra o próximo.
Ninguém pode alegar ignorância das sanções da Lei do Carma, num atribuir injustiças a
Deus, depois das advertências insistentes de todos os instrutores e mestres da
espiritualidade, que enunciaram que "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória",
e que "a cada um será dado segundo as suas obras". O mal é tão somente uma condição
transitória, de cujo reajuste resulta sempre um benefício futuro ao próprio autor.
Mesmo sob a perversidade humana, que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o
"traje" carnal provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o
Princípio de Causa e Efeito proporciona uma nova existência física para a vítima,
auferindo-lhe mais proveito e compensação, porque ela foi perturbada no seu ciclo de
evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é recolhido à oficina
do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda
dominada pelas ações negativas. Depois ele retorna para a mesma estrada de
aperfeiçoamento espiritual, prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da
imortalidade e alcançar a sua própria ventura.
Sob o princípio de "cada um colhe o que semeia", todo mal pode causar dor e sofrimento
para o seu próprio autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a
vítima; contudo, disso resulta também a purificação do pecador e conseqüente melhoria
de qualidade espiritual. Os considerados "atos malignos" causam prejuízos a outrem; mas
se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria imortalidade, então
desaparece o estigma detestável do "mal", que é compensado pelo "bem" mais breve a
que faz jus pelo seu sofrimento.
"O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro"; quando apanhado pela lei de
retificação espiritual, o autor do próprio ato destrutivo ou perverso é
submetido ao processo retificador, alcançando o reajuste e a redenção
espiritual.
Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou
feios, sadios ou enfermos, e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se
investiga e conclui sobre os fenômenos da própria vida.
São fatos que se sucedem num encadeamento ordeiro e inteligente, mas a convergir
sempre para um fim proveitoso e benfeitor da humanidade. Isso comprova os princípios
e as regras que fundamentam a Bondade de Deus e, ao mesmo tempo, o amparo
recíproco que existe entre todos os seres e as formas a serviço da conscientização do
espírito imortal encarnado na matéria.
Fontes bibliográficas:
Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo - Obra mediúnica ditada pelo espírito
Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.