Você está na página 1de 32

ESTUDO DAS OBRAS DE RAMATÍS

INVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO NOS PLANOS DA CRIAÇÃO

Sob a garantia histórica religiosa, o homem pode sentir-se um reflexo de Deus, uma
centelha da Energia Cósmica Divina, e tranqüilo candidato à felicidade eterna! Ele não
pode duvidar do seu Magnânimo Criador, que ativa incessantemente os sucessivos
"Grandes Planos" ou "Manvantaras" da Criação, com o propósito divino de conduzir as
suas criaturas à sublime condição angélica.

Na sucessão consecutiva de Grandes Planos (Manvantaras), substituindo-se uns aos


outros, se forjam as consciências individuais que, nascidas absolutamente virgens e
ignorantes, são lançadas na corrente evolutiva das cadeias planetárias. Em seguida
despertam, crescem, se expandem e absorvem a noção relativa do "bem" e do "mal", do
"belo" e do "feio", do "sadio" e do "enfermiço", até lograrem a consciência do seu próprio
destino e se alçarem às faixas superiores da angelitude.

Na seqUência, os espíritos já angelizados ainda galgam níveis cada vez mais sublimes
para atingirem as freqüências arcangélicas através de outros "Grandes Planos",
assumindo as responsabilidades de comandos planetários e até constelatórios.

Arcanjos emancipados e liberados de quaisquer condições opressivas e restritivas do


Universo, eles então passam a orientar e guiar as novas humanidades planetárias, almas
infantis, que vão surgindo e conquistando também a sua ventura, pelo despertamento da
consciência nessa sucessão de diástoles e sístoles cósmicas. Esta é a Lei eterna e justa:
os "maiores" ensinam os "menores" a escalonarem a senda evolutiva divina!

1. A CRIAÇÃO DAS CENTELHAS ESPIRITUAIS

Uma peculiaridade inerente à Força Criadora é a necessidade de expansão do Bem, que


é inesgotável, sem limites, pois tudo que é sutil, nobre, elevado, tende a se expandir
generosamente na multiplicação por amor. É essa característica que faz a Força Criadora
produzir, infinitamente, novas centelhas de vida, que, ao completarem o ciclo de evolução
retornando à Origem, serão instrumentos de reforço à expansão dessa Força Central da
Vida.

Os seres humanos são filhos de Deus, criados originalmente na forma de "centelhas",


"chamas" ou "partículas luminosas", eternas e indestrutíveis, em cujo âmago de sua
consciência individual, a Divindade Suprema é o fundamento eterno e a unidade espiritual
de todos os seres, pois, sendo da mesma natureza que a de Deus, pois que Dele
emanadas, trazem potencialmente latentes dentro de si todos os atributos divinos, que
são desenvolvidos num longo processo evolutivo consciencial no Cosmo, designado
apropriadamente de "campos de evolução do espírito".

Como o espírito do homem é centelha emanada da Chama Viva do Cosmo, que vem a
ser o próprio Deus, eternamente presente na sua Criação, também o homem participa e
vive da Sua Onisciência e Onipresença, embora presentemente ainda não esteja
capacitado o suficiente para usufruir de todo o conhecimento e poder nele existentes.
2. INVOLUÇÃO OU DESCENSO VIBRATÓRIO DAS CENTELHAS ESPIRITUAIS

Num processo evolutivo incessante, desde o instante cósmico de sua criação do seio da
Divindade, a centelha ou mônada espiritual passa por um estágio de "descenso
vibratório" por todos os planos da natureza, desde o Plano Divino, sucessivamente, até
atingir o Plano Físico material ou denso, onde recebe influenciações do estado sólido de
agregação molecular, seguindo por um estágio de "evolução vibratória", ascensionando
pelo reino mineral nos estados líquido e gasoso, e depois pelos reinos vegetal, animal,
hominal e angelical.
No sexto plano cósmico, onde se disciplina a primeira descida dos espíritos virginais a
caminho da matéria, através das sete regiões de ascensão angélica, os Engenheiros
Siderais, dotados de poder e da força criadora, condensam e avivam o espírito descido
até o microcosmo, e ativam-lhe a dinâmica ascensional.

A ação do Logos, em sua manifestação, consiste em nutrir as essências


espirituais até que possam atingir o grau de individualidade, tal qual mãe
extremosa que vela por seu filho, que o nutre enquanto embrião, até que ele
possa ter uma existência separada, como uma entidade autoconsciente.

O espírito do homem, como fragmento do espírito de Deus, descido à forma exterior da


matéria, possui, portanto, no seu invólucro perispiritual a miniatura de todas as energias e
substâncias do Cosmo. O espírito puro, nessa tradicional descida angélica até atingir a
substância física, vai incorporando gradativamente os elementos de todos os planos que
se situam no caminho. Em sentido contrário, as adaptações imaturas para o "mais alto"
sempre oferecem maiores dificuldades, porque exigem um processo de vigorosa
libertação das energias inferiores.

Vezes há em que a própria vontade e a capacidade do espírito são débeis para a


ascensão, enquanto que as adaptações para os planos inferiores são mais fáceis porque
ele comanda energias também inferiores e se deixa plasmar pelo vigor atuante do "mais
baixo".

O espírito é o "agente" que concretiza, progressivamente, todos os pensamentos contidos


na Mente Divina e que, como centelha, evolui da inconsciência de grupos instintivos de
reinos inferiores para a forma de consciência individual humana, quando então se dá o
despertar do raciocínio, da hipnose animal para a ascese angélica! Essa interminável
sucessão de movimentos ascensionais é sempre assistida por inteligências cada vez mais
altas na infinita hierarquia espiritual.

Assim como o espírito que ainda habita o organismo do homem das cavernas precisa de
um guia que lhe sobrepuje apenas a precária inteligência e o sentimento, e lhe conheça
de perto as primeiras necessidades, uma consciência tão ampla, como a de Jesus,
inspira-se pela sublime entidade que é o Arcanjo Gabriel, Espírito Planetário (Logos
Planetário da Terra), diretamente ligado ao Logos do Sistema Solar.

3. "DESCIDA ANGÉLICA" OU DESCENSO VIBRATÓRIO DO PSIQUISMO CÓSMICO

A metamorfose macrocósmica de Deus se dá no processo inverso da metamorfose


microcósmica do homem! Considerando-se que Deus é o Todo ilimitado, que interpenetra,
coordena e ativa a vida universal, é evidente que esse Psiquismo Cósmico gradua-se em
diversas freqüências vibratórias, a fim de poder governar tão eficiente e coerentemente
uma galáxia ou constelação de astros, como se ajustar às necessidades sutis e ínfimas
de um simples átomo de hidrogênio.

Para tanto, a Mente Universal exerce a sua ação criativa e aperfeiçoativa através de
entidades espirituais, numa ação psíquica "transformativa", que reduz vibratoriamente a
Energia Cósmica Divina até ajustar-se ao nível modesto de uma vida humana. Assim, as
indescritíveis consciências arcangélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e
receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam a ser os doadores de energia
sideral mais reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas.

O Psiquismo Cósmico, nessa transformação de voltagem sideral, e sem qualquer


alteração em sua Unidade Eterna, atinge a todos os núcleos de consciência e de vida.

Todas as formas de vida estão impregnadas dos princípios espirituais; tudo


tem alma e tudo evolui para os estados mais sublimes, desde o elétron que
rodopia no seio do átomo até as galáxias.

Assim, todos os orbes físicos estão interpenetrados entre si, não só pelo pensamento de
vida, de Deus, como por todas as energias que se incorporam na descida angélica para a
fase de matéria ou energia condensada.

No decrescimento vibratório, desde o Arcanjo até a consciência humana, o Psiquismo


Cósmico abrange desde as partículas subatômicas até a estrutura física dos orbes e da
singeleza unicelular e psíquica do vírus, e à complexidade do homem! E depois faz o
retorno pela "via interna", quando o potencial divino adormecido desperta no microcosmo,
em incessante ascensão para o macrocosmo.

Os velhos mestres da filosofia oriental já pressentiam a lógica do monismo, doutrina que


melhor resiste à lógica do pensamento humano ante o vertiginoso progresso científico,
inclusive da física nuclear, que assim verifica a incontestável fusão das concepções
espiritual e materialista na sutilíssima fase intermediária da energia.

Há um só comando em todo o Universo, que é monista! Para fins de mais fácil


compreensão, pode-se considerar o Universo governado pelo Psiquismo Cósmico, ou a
própria Consciência Espiritual de Deus.

Entretanto, não é o Psiquismo Cósmico que "desce" através de galáxias, constelações,


sistemas planetários e reinos da natureza, desde o mineral até o hominal! Sob tal
hipótese, então já deveriam preexistir essas galáxias e constelações muito antes do
Psiquismo Cósmico efetuar a sua descida vibratória. Na verdade, trata-se das próprias
fases ou etapas criativas, que ocorrem posteriormente no seio do Criador.

As galáxias, constelações ou sistemas planetários e os vários reinos da


natureza que constituem os orbes físicos, são manifestações ou
materializações do Psiquismo Cósmico, na sua descida vibratória criativa.

O Magnânimo Criador ativa incessantemente os sucessivos "Grandes Planos" ou


"Manvantaras" da Criação com o propósito divino de conduzir as suas criaturas à sublime
condição angélica.

O homem sente em sua intimidade essa potencialização, que o impulsiona para as


expressões mais sublimes da vida, a partir do próprio conflito entre o instinto que o
imanta à matéria e o espírito que o convoca para Deus, embora muitas vezes isso o leve
a praticar equívocos que exigirão futuras retificações, comandadas pela Lei do Carma.

Há um esquema sideral do Cosmo, sintetizado em cada ser, que o programa para


despertar e desenvolver o potencial de energias criativas, como reflexo do próprio
Deus.

4. ATUAÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NOS REINOS DA NATUREZA

Algum bom senso e um pouco de acuidade espiritual ajudam a comprovar que a Vontade,
Sabedoria, Beleza e Poder Divino estão latentes em toda a multiplicidade de expressões
macro ou microcósmicas da Vida. Em consequência, é sintomático que a mais sábia e
venturosa finalidade da existência é a transformação das potencialidades latentes na
intimidade de todos os seres em poderes ativos e com crescentes resultados criativos.

Há um sentido, um rumo ou objetivo criador de ordem superior, mesmo nos


seres mais execráveis, que comprova a generosa manifestação Divina, sem
qualquer preferência, no sentido de incessante evolução!

Nos próprios reinos da Natureza, onde para alguns tudo já está feito, pode-se observar
essa tendência de aprimoramento e beleza, como fatores de progresso que existem nas
espécies de organizações mais simples, ou mesmo nas criações consideradas mais
inúteis.

Há um ideal superior para a consciência do reino mineral, que se manifesta no brilho


facetado do quartzo ou do diamante; é a beleza e a solidez da forma.

Para a consciência vegetal, o seu ideal é a multiplicidade de estruturas e formas, numa


verdadeira orgia de criatividade, onde a forma, a beleza, a complexidade fundem-se no
fenômeno que manifesta as cores e a fragrância odorífera das flores.

Para a consciência animal vale o instinto das satisfações físicas e também o despertar da
sensibilidade.

Quando essas manifestações atingem a condição hominal ou humana, então surgem o


pensamento e o raciocínio, capazes de criar as mais complexas teorias no campo da
abstração, manifestação mais evidente dos poderes divinos latentes e criativos, que
dormitavam nos reinos anteriores.

A ação da lei do progresso e de economia da Vida, que age e interpenetra tudo,


comprova que Deus opera incessantemente sobre todos os seres e as coisas, no sentido
de maior sobrevivência e mais breve aperfeiçoamento da criação.

Na sua incessante "descida vibratória", o Psiquismo Cósmico parece fragmentar-se na


miniatura da humanidade, mas isso é tão somente redução de potencialidade que, sob
misteriosa atração, faz os seres se unirem para o retorno consciente à intimidade do
próprio Criador!
É a vontade conduzindo à onipotência, a sabedoria à onipresença e o intelecto à
onisciência!

Não existem fronteiras ou linhas divisórias rígidas e bem definidas entre os


diversos reinos da natureza; há uma incessante e sucessiva evolução do reino
mineral até o reino hominal.

Em cada reino se observa uma graduação que vai do mais simples ao mais complexo, do
menos organizado ao mais organizado, do menos sensível ao mais sensível,
demonstrando os diversos graus evolutivos e a passagem gradativa de um para outro
reino.

Sempre há um vínculo oculto e transcendente, que atua na intimidade da Vida, com a


finalidade de dirigir as forças criativas, embelezando e aperfeiçoando todas as
manifestações e expressões do Universo:

"A beleza da cor encontrada na forma das pedras preciosas, como a safira e a esmeralda,
após a longa experimentação da Consciência Psíquica no reino mineral, evolui
manifestando-se mais livre na variedade caleidoscópica dos incontáveis tipos de flores
que, vivas e perfumadas, a bailarem nas hastes dos vegetais, lembram pedras preciosas
irrequietas. Novo triunfo da Natureza ocorre quando as irisadas borboletas, em jubilosa
liberdade, simbolizam as próprias flores, desobrigadas da limitação das hastes dos
vegetais!"

O Psiquismo é que plasma, elabora todas as formas do mundo físico e intervém na


atividade morfológica criativa, efetuando experiências e promovendo iniciativas para o
incessante aperfeiçoamento da própria Criação.

Tudo evolui e se transforma em expressões mais apuradas! A pedra


sublima-se no vegetal, o vegetal no animal e o animal no homem!

Onde termina um reino, inicia-se o seguinte, porém intimamente ligados por uma
Consciência Psíquica que opera instintivamente no âmago de todas as espécies,
objetivando sempre o apuro e a beleza da forma.

Na realidade, o que se presume por "Natureza", é simplesmente a manifestação da


Sabedoria do Psiquismo, inata, que não atua por acaso, mas cria, coordena, orienta e
aperfeiçoa as espécies de todos os reinos sob a sua responsabilidade.

As diferentes manifestações de vida dos reinos vegetal e animal nos demonstram que
essa Natureza, tão providencial, não passa de uma Inteligência Sideral, um psiquismo
sábio, que promove a mobilização de recursos da motricidade, instinto defensivo e da
estratégia, que se completam pela riqueza dos meios de ataque e proteção.
É por isso que o homem nada inventa de original, mas apenas desenvolve em sua faina
racional o que a própria Natureza já compôs e providenciou, numa manifestação
aparentemente eventual ou intuitiva, porém profundamente sensata, inteligente, produtiva
e sobretudo diretiva.

Sob o aspecto de generosa providência na continuidade das espécies, essa Sabedoria do


Psiquismo modela nas plantas os órgãos que as firmam no solo ou nas paredes, e produz
os espinhos, verdadeiras garras que ferem, protegendo certas flores contra os impulsos
alheios da destruição; orienta o vegetal nos fenômenos do tropismo, onde os caules
heliotrópicos orientam-se para o Sol, as raízes geotrópicas infiltram-se na terra ou os tipos
hidrotrópicos buscam a água.

Essa Sabedoria do Psiquismo, em atuação no reino vegetal, ainda dissemina o pólen das
flores, numa clara demonstração de preocupação com a continuidade da mesma espécie:
ora os deposita nas patas dos insetos, ora os esparge ao mais leve tocar no dorso dos
animais ou nas asas das aves, ora através do caldo dos frutos, transformando todos os
seres em novos semeadores das espécies que devem sobreviver.

Num admirável sistema, as flores se destacam pelo fascínio da cor e pela produção de
perfume embriagante e atrativo, cuja finalidade é despertar a atenção de novos
propagadores de pólen, sempre com a finalidade criadora. As espécies vegetais
carnívoras também usam desses artifícios e assim prendem os insetos imprudentes para
sua alimentação.

O Comando Psíquico do reino vegetal ainda, através de entidades conhecidas na maioria


das lendas terrenas como gnomos, silfos, fadas e elementais, vitaliza, coordena e
aperfeiçoa as incontáveis espécies de plantas, árvores, flores, ervas ou frutos para fins
cada vez mais sublimes. No entanto, são entidades que obedecem a planos inteligentes
traçados pelos espíritos responsáveis pelo progresso do reino vegetal em concomitância
com o reino mineral.

Finalmente, após terminar suas experiências, desde o reino mineral até o reino hominal, a
Consciência Psíquica, cada vez mais evoluída e capacitada em sua sabedoria instintiva,
então finda a peregrinação evolutiva global, para atuar de modo mais particular no
homem, no controle do complexo metabolismo, que a própria ciência ainda não
conseguiu desvendar em toda a sua plenitude "psicofísica".

5. AÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NA FISIOLOGIA HUMANA

Sob o invólucro exterior do homem, permanece em ação instintiva e controlada esse


gênio invisível da Sabedoria do Psiquismo, ainda ignorado pelos mais abalizados
cientistas do mundo.

Após a multimilenária experiência pelos reinos da Natureza, o Psiquismo Cósmico atua na


intimidade humana, ali manifestando o seu conhecimento e habilidade, adquiridos através
de todos os reinos anteriores ao hominal:

ALGUNS EXEMPLOS DA AÇÃO DA CONSCIÊNCIA PSÍQUICA NA FISIOLOGIA


HUMANA

Fabrica linfa, sangue, hormônios, fermentos, bílis, insulina, sucos gástricos, ...
Providencia a drenação renal, filtração hepática, produção de enzimas, ...
Ativa o peristaltismo do intestino;
Regula a pressão de vesícula;
Controla a portinhola do piloro; Substitui as células e os tecidos gastos;
Extermina e desintegra os eritrócitos envelhecidos do baço;
Queima o excesso de glicose;
Exerce ação terapêutica, cicatrizante e anti-séptica ante o primeiro ferimento (mesmo que
ignorado pelo seu portador).

Tudo isso é efetuado sem o conhecimento consciente do homem, que assim não se
atrapalha em suas atividades cotidianas, exercendo-as plenamente enquanto na sua
intimidade o Gênio Psíquico trabalha, produzindo, controlando, retificando e, acima de
tudo, aperfeiçoando a maravilhosa armadura humana que veste o futuro anjo!

O homem é o produto final ou resultado superior da ação do Psiquismo Diretor através


dos reinos da Natureza, ou seja, da metamorfose incessante das espécies inferiores até
as elaborações superiores, processo em que a Natureza Divina despende milhões de
anos a fim de elaborar o maravilhoso maquinário carnal, que então serve para o espírito
finalmente individualizado organizar a mente humana e se manifestar educativamente nos
planetas, que funcionam como espécie de estabelecimentos pedagógicos.

A matéria sublima-se até organizar o corpo físico, resultante de um labor


minucioso e adequado à vida de relação e comunicação do homem!

O corpo humano, portanto, é uma organização produto de longa e seletiva pesquisa em


todos os reinos da chamada Natureza, que funcionam à guisa de verdadeiros
compartimentos laboratoriais das operações experimentais e criativas, desde o
protozoário ao animal, desde o homem até o arcanjo.

Em verdade, o percurso é fastidioso e quase imperceptível, até que o minério bruto,


passando pelo laboratório vegetal, termina a modelação de uma vestimenta carnal
compatível para um Cristo Jesus! Mas no convencionalismo do tempo e espaço, é ainda
mais longa e fatigante a senda para a centelha espiritual do homem despertar para a sua
responsabilidade consciente e criativa no seio do Universo.

Jamais a mente humana poderá aquilatar a escadaria infinita que toda alma
deve percorrer até a metamorfose indescritível do ser humano à condição de
arcanjo galaxial !

Ninguém pode definir e avaliar, em medidas compreensíveis à mente humana, o caminho


percorrido pelo binômio "alma-corpo", pelos vários reinos da Natureza, através dos
incontáveis "Grandes Planos" ou "Manvantaras", que abrangem a criação e o
desfazimento dos Universos físicos.
REINO REINO REINO REINO REINO
MINERAL ( VEGETAL ( ANIMAL ( HOMINAL ( ANGELICAL
(sensação) (irritabilidade) (instinto) (inteligência) (sabedoria)

Átomo por átomo, molécula por molécula, célula por célula, vão se organizando os
sistemas solares e, de auscultação em auscultação, experiência em experiência,
incessantemente repetidas e recapituladas, o Psiquismo Divino, após interpretar o
Universo e subdividir-se por todos os orbes e reinos dos mundos, em frequências
ajustadas aos mais variados fenômenos, tece e modela novos "deuses", numa apoteose
criadora, aumentando eternamente a corte do Magnânimo Senhor Autor da Vida!

6. A AÇÃO DO PSIQUISMO DIRETOR

Sem dúvida, há em cada reino da Natureza uma consciência psíquica instintiva e


particularizada, que atua em determinada faixa e freqüência vibratória, vinculada à Mente
Universal. Cumpre-lhe, especificamente aperfeiçoar as espécies minerais, vegetais e as
próprias espécies animais, coordenando a distribuição da Substância e orientando, num
sentido de despertamento e progresso, as espécies de cada reino.

Cada reino da Natureza possui o seu "Psiquismo Diretor" responsável pelas criações e
transformações ocorridas nesse reino, e que orienta a sua transposição para outro reino
mais evoluído:

REINO AÇÃO DO RESPECTIVO PSIQUISMO DIRETOR


MINERAL determina a composição e a configuração de todos os
minerais do orbe
VEGETAL plasma as inumeráveis espécies pertencentes à flora
ANIMAL responsável por todas as espécies zoológicas viventes no
planeta

Sob tal comando e progresso incessante, esse mesmo psiquismo instintivo amolda e
apura os minerais, incorporando-os aos vegetais e, em seguida, os ajusta às espécies
animais, providenciando a contextura do organismo carnal anátomo-fisiológico, que
deverá servir para o futuro homem.
É por isso que a própria ciência humana comprova que existe uma direção, um sentido
orientativo e disciplinado na cristalização de alguns minerais.

Observa-se uma espécie de "arquétipo oculto", que além de proporcionar a necessária


composição química, que se traduz por propriedades físico-químicas, ainda confere aos
minerais as características geométricas de cada tipo, a distribuição harmoniosa das cores,
os aspectos e as variedades peculiares de cada espécie.

Sob essa ordem, previamente esquematizada pela Lei Divina, é que opera a consciência
instintiva e diretora do reino mineral, ou seja, o seu Psiquismo Diretor. Nada é procedido
ao acaso, mas existe um método na criação, cujos princípios agora a ciência começa a
sentir e desvendá-los, eliminando a velha nomenclatura da mística dos alquimistas.
Em cada mineral criado, há outras características observáveis que, por força de valências
ou tipos atômicos, lhe confere nova qualidade ou propriedade particular, tal como
condutibilidade elétrica, brilho, estado de agregação molecular, etc ...

O Psiquismo "dorme" no mineral, "sonha" no vegetal,


"desperta" no animal, "vive" no homem e "cria" no anjo!

A ação psíquica dessa consciência instintiva, em operação em cada reino da Natureza,


difere em ação, capacidade, graduação, poder e resultado progressista de consciência
psíquica de um para outro reino, se confrontados seu estado físico e sua graduação
evolutiva.

Exemplificando, há considerável diferença entre o comando psíquico que atua


instintivamente no reino mineral, caracterizado somente pela forma, em relação ao
comando psíquico responsável pela complicada fisiologia do vegetal.

Igualmente, essa diversidade ainda é bem maior entre a ação da consciência psíquica
que atua no reino vegetal e a correspondente em atuação no reino animal, cujas espécies
estão desligadas do solo, ensaiam as primeiras simbolizações sonoras e já atuam em
conjuntos afins, sob o controle das "almas-grupo".

7. ALMA-GRUPO OU ESPÍRITO-GRUPO

Cada espécie que participa na composição de um reino da Natureza, constitui-se num


"todo vivo", governado por um centro de consciência instintiva, conhecida como "alma-
grupo" ou "espírito-grupo" desde os pródromos da humanidade oriental.

Esse centro psíquico ou "alma-grupo" é responsável pelas características, temperamento,


ações e reações de certa espécie do reino mineral, vegetal ou animal.

Enquanto cada Psiquismo Diretor é mais propriamente um "campo-psíquico"


total que abrange, interpenetra, incentiva, inter-relaciona e aperfeiçoa cada
reino da Natureza de forma global, a Alma-Grupo, em contrapartida, já é um
comando mais personalizado, mais particularizado, que governa cada espécie
desse reino.

No reino mineral, por exemplo, existe uma alma-grupo para cada tipo de minério; no reino
vegetal, o Psiquismo atua por diversos subcomandos psíquicos, conhecidos por almas-
grupo, que regem cada espécie vegetal, como a espécie pinheiro, pitangueira, repolho ou
cedro; e, finalmente, no reino animal governam as almas-grupo das águias, serpentes,
peixes e elefantes, por exemplo.

Por haver, ainda, diferenças de nutrição e de experiências psíquicas, a alma-grupo de um


certo tipo de mineral, de certa espécie de ave ou de animal, pode ainda substabelecer
comandos psíquicos menores, com o critério de velar e desenvolver espécies variadas do
mesmo gênero.

Particularizando, dentro do próprio reino animal há o subcomando psíquico que rege a


formação, desenvolvimento e progresso dos mamíferos, que se subdivide ainda em
outros comandos-grupos de raposas, cães, elefantes e outros componentes.

Igualmente, outro subcomando psíquico atua nos insetos e é constituído pelas almas-
grupo das borboletas, pulgas, gafanhotos, besouros, entre outros, e assim
sucessivamente, seguindo de modo aproximado a escala biológica estabelecida pelas
tentativas de sistematização zoológica ou fitológica engendradas pela Ciência.

Quanto mais apurada é a alma-grupo de uma espécie em particular, mais se


mostram hábeis, adaptáveis ou sensíveis os componentes que constituem o
seu corpo
coletivo, porque já é maior o fluxo ou a filtragem da sabedoria do seu
psiquismo diretor.

Exemplificando a ação particularizada de cada alma-grupo, enquanto a alma-grupo do


peixe "tainha" só consegue lhe proporcionar a melhor orientação possível para a sua
sobrevivência, tão somente lhe ativando o instinto de defesa ou fuga, nutrição ou
procriação, já a alma-grupo psiquicamente mais apurada da espécie golfinho chega a dar-
lhe condições de adquirir, sob treinamento, hábitos que indicam uma inteligência
rudimentar.

Enquanto o psiquismo-diretor comanda e incentiva a vida instintiva do reino vegetal ou


animal, a alma-grupo trabalha e governa mais particularmente cada tipo caracterizado à
parte, definindo-lhes as propriedades, que cumprem determinada função no esquema
global da criação do mundo físico.

Cada uma das unidades de vida de uma certa alma-grupo, quando aparece no mundo
ligada a um organismo, vem provida da soma total de experiências adquiridas por toda a
alma-grupo com a construção dos organismos precedentes.

Cada unidade, pela morte do organismo, volta à alma-grupo e lhe traz, como contribuição,
o que adquiriu em capacidade de reagir às excitações anteriores, conforme os métodos
novos.

8. AÇÃO DAS ALMAS-GRUPO x EVOLUÇÃO

Pode-se precipitadamente concluir que alguns animais já são espíritos movendo-se em


organismos em vias de aperfeiçoamento para a condição humana; entretanto, convém
entender que o espírito já é uma individualidade, um centro de consciência
particularizada, dotado de capacidade analítica de sentir-se e saber-se existente por meio
do próprio raciocínio.

No entanto, o animal ainda vive e sente através de sua alma-grupo, que pode ser
considerada o espírito global da sua espécie em particular.
Assim, todos os cães agem e reagem da mesma forma e entendimento, sem quaisquer
ações definidas ou à parte, que os distinguam de sua alma-grupo.

Para um cão ou um cavalo agir de modo individual, com características diferentes das que
a sua alma-grupo impõe coletivamente, então seria preciso que ele já possuísse alguma
substância mental, que é justamente a base fundamental do raciocínio e,
conseqüentemente, o princípio que permite a elaboração de uma consciência
particularizada.

Embora o pano de fundo da consciência psíquica coletiva dos reinos e das espécies de
seres do mundo, tanto quanto as consciências individualizadas dos homens, seja a
própria Consciência de Deus, há perfeita distinção entre o "psiquismo", que é a base da
vida espiritual, e o "espírito", entidade já distinguida no tempo e no espaço.

O organismo carnal do homem é o refinamento final de todos os testes e experiências do


psiquismo, após as múltiplas passagens através de todos os reinos da Natureza,
especialmente pelo reino animal, até lograr a metamorfose da consciência humana.

Como o homem representa a síntese de toda a escala evolutiva até o seu


estágio atual, cada homem tem o seu psiquismo representado pelas
experiências adquiridas e endereçadas para as novas experiências a
adquirir.

Na figura do macaco, a Sabedoria do Psiquismo ainda é instinto, que preserva e imita;


jamais cria e resolve simples problemas. Falta-lhe a riqueza de simbolização, que é a
base do pensamento intuitivo e lógico; também é mínima a substância que lhe irriga os
lobos frontais, o que lhe impede a síntese e análise de conceitos, fundamentos da razão
necessária à escalonada humana em direção à linhagem angélica. Em conseqüência, há
uma relação entre a estrutura orgânica e o nível evolutivo do ser, em que o êxito de sua
manifestação também requer uma organização que lhe corresponda às atividades
mentais e mesmo espirituais.

Os animais não são espíritos definitivos ou entidades conscientes, mas


apenas vinculadas à alma-grupo governante da espécie, por cujo motivo as
suas ações e reações são peculiares a todos da mesma espécie.

Exemplificando, há uma instintividade única numa manada de elefantes e num cardume


de peixes. Em tal caso, não há fragmentação do psiquismo coletivo, ou da alma-grupo,
que ali atua, pois a reação é semelhante e idêntica em qualquer membro da mesma
espécie, seja qual for a situação de defesa ou ataque pela sobrevivência.

É o caso do peixe: a reação de um peixe no oceano Atlântico, Pacífico ou Índico é


exatamente a mesma, isoladamente ou em cardume, porque, sob o estímulo global e
coordenador de sua alma-grupo, ele só manifesta uma reação coletiva idêntica ou
semelhante.
EXEMPLOS DA PRECISÃO DA AÇÃO GLOBAL DA ALMA-GRUPO

Todos os salmões nadam contra a correnteza e saltam para águas mais altas nos
rios da América do Norte por ocasião da desova;
Todas as abelhas constroem os seus favos de mel sob a mesma escala
matemática;
Todos os joões-de-barro fazem suas casas contra a próxima tempestade;
Todas as formigas possuem o mesmo instinto de orientação.

Em consequência, para que um determinado indivíduo manifeste reações diferentes dos


demais indivíduos da mesma espécie animal, seria preciso que já possuísse alguma
noção particular de si mesmo, o que o faria reagir de modo algo diferente do instinto
psíquico global de sua alma-grupo. Entretanto, os animais selvagens manifestam reações
uníssonas e semelhantes em qualquer circunstância de defesa, agressão, nutrição ou
procriação, porque todos os membros da mesma espécie constituem uma só
vestimenta física de sua alma-grupo, malgrado a diferença de latitudes e climas
geográficos.

Quando ainda se trata de espécie selvagem, sem qualquer influência do homem, só lhe
atua um instinto global que orienta os seus integrantes para a conduta mais certa ou
busca da sobrevivência, porque são apenas unidades físicas dirigidas pelo instinto
específico do mesmo comando grupal psíquico.

9. FRAGMENTAÇÃO OU DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-


GRUPO DAS ESPÉCIES MAIS EVOLUIDAS DO REINO ANIMAL

Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos, uma alcatéia de lobos, são exemplos


de espécies coletivas do reino animal que agem sob um mesmo caráter instintivo,
movem-se pela ação diretora de um só Psiquismo, com suas reações perfeitamente
idênticas.

É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de maior adiantamento, como os do


cão, do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da "consciência de
grupo", pois alguns componentes dessas espécies já revelam reações, gostos e
preferências nitidamente individuais.

Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do


conjunto, revelando emoções à parte: há o cão destemido que ataca de frente, e há o cão
traiçoeiro, vingativo, que agride pela retaguarda; enquanto o cão pacífico festeja o seu
dono, esquecido da surra que levou, outro cão guarda rancor para com ele e nunca mais
esquece seu algoz.

Só depois que os animais ultimam todas as experiências determinadas e


coordenadas por sua alma-grupo é que então se verificam as primeiras
oscilações ou características individuais, que esboçam alguma
individualização à parte; sob tal progresso psíquico, já é possível observar
alguma reação ou ação mais individualizada, em qualquer componente da
mesma espécie.
Encerrando o curso de instintividade global psíquica, regida pela alma-grupo de certa
espécie do reino animal, então se iniciam as primeiras fragmentações ou
diferenciações psíquicas no animal ou na ave, por exemplo um princípio de paixão,
simpatia ou antipatia, que discrepa dos demais membros do conjunto.

Na Consciência Total de Deus, vão-se constituindo ou se fragmentando novos grupos de


consciências espirituais coletivas, que então abrangem e coordenam de modo instintivo
todas as espécies de animais e demais seres, disciplinando-lhes o progresso em grupos
ligados pela mesma afinidade. Assim, permanece sempre ativa uma "consciência-grupo"
que dirige cada raça animal no mundo físico, seja a espécie bovina, a eqüina ou a do
peixe no oceano.

Entretanto, no seio dessas espécies ou raças, que são o prolongamento instintivo de uma
consciência diretora nos seus próprios componentes, vão-se destacando certas
características psíquicas isoladas, que pouco a pouco passam a constituir novas
consciências menores movendo-se na corrente da vida, e assumindo os deveres e as
responsabilidades compatíveis com o seu entendimento já desperto.

Desse modo é que a espécie cães selvagens é um conjunto animal mais fácil de ser
coordenado e dirigido pela sua consciência psíquica diretora, porque, embora formando
um agrupamento instintivo de vários milhares ou milhões de cães, ainda funciona e só
reage como uma peça homogênea, sem apresentar quaisquer distinções isoladamente
entre os seus componentes.

No entanto, quando se trata de espécie "cão doméstico", dispersa pelos lares humanos,
verifica-se que os seus descendentes já reagem consciencialmente entre si, quer ainda
estejam submetidos ao mesmo espírito-grupo e sejam oriundos da mesma prole. No seio
do psiquismo coletivo da espécie a que pertencem, os exemplares já prenunciam um
entendimento racional à parte,e em alguns até se observam os primeiros bruxuleios do
sentimento humano.

Enquanto os cães selvagens manifestam uma só índole instintiva, feroz e idêntica em


toda a sua espécie racial, os cães domésticos, sob a influência do homem, diferenciam-se
de modo notável. Há desde o cão heróico, o covarde, o valente, o flegmático e o jovial,
assim como o animal ressentido, que não olvida os maus tratos, até aquele que a dor
inesquecível o faz morrer junto à sepultura do dono a quem se afeiçoou.

À medida que, na mesma espécie animal, os seus componentes vão-se distinguindo pela
formação de uma consciência individual destacada do seu espírito-grupo diretor, também
a Lei Cármica que dirige o conjunto passa a atuar com mais particularidade para lhes
acelerar o progresso psíquico.

Ela os impulsiona para objetivos mais inteligentes e elevados sob a visão do homem e,
quando preciso, providencia até a transferência do animal para outros orbes, onde
encontra condições mais favoráveis para apressar a sua formação consciencial.

O que rege as espécies inferiores e coordena-lhes os movimentos evolutivos é o próprio


determinismo evolutivo, ou seja, a ação do Carma sobre os espíritos-grupo, que
coordenam e dirigem as espécies animais como uma só consciência coletiva, pois que
orienta todo o conjunto ou espécie animal pela qual é responsável, a fim de induzi-lo a
agir de modo mais acertado e proveitoso.
Mas, com o decorrer do tempo e a intervenção do homem, não tardam a se processar as
fragmentações psíquicas, que logo fazem distinguir as reações dos exemplares entre si e
os destacam individualmente no seio do psiquismo instintivo e uniforme do "espírito-
grupo" dirigente. Independentemente do controle geral da espécie ou raça, a Lei se
desdobra orientando cada exemplar para que consiga a sua emancipação individual.

10. DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-GRUPO DAS ESPÉCIES


DO REINO ANIMAL DOMESTICADAS OU SOB OS CUIDADOS DO HOMEM

Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos ou uma alcatéia de lobos, espécies


coletivas do reino animal, agem sob um mesmo caráter instintivo, movendo-se pela ação
diretora de um só psiquismo, com suas reações perfeitamente idênticas. É um
agrupamento que difere dos conjuntos animais de mais adiantamento, como os do cão,
do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da "consciência de grupo",
pois alguns componentes dessas espécies revelam reações, gostos e preferências
nitidamente individuais.

Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do


conjunto, revelando emoções à parte; há o cão destemido, que ataca de frente, e há o cão
traiçoeiro, vingativo, que agride pela retaguarda. Enquanto o cão pacífico festeja o seu
dono, esquecido da surra que levou, outro guarda rancor para com ele e nunca mais
esquece do seu algoz!

Uma ninhada de animais selvagens que, por exemplo, nasce no ambiente civilizado do
homem, se desvincula, pouco a pouco, do comando rígido e psíquico de sua alma-grupo
correspondente, devido aos novos estímulos, iniciativas e disciplinas próprias da vivência
humana. Os membros dessa ninhada principiam a reagir de modo mais individual entre si,
embora apagadamente, sob a influência cotidiana dos seus donos e dos demais
componentes do ambiente onde vivem. A própria forma de o animal ser tratado pelo seu
dono influi-lhe frontalmente nos seus hábitos, o que desperta no animal reações, defesas
e recursos bem diferentes dos costumes coletivos.

Sob a força do domínio do homem, em face de sua insegurança num meio estranho à sua
índole selvática, onde lhe cerceiam todo impacto instintivo e de sobrevivência natural, o
animal selvagem domesticado é obrigado a mobilizar recursos novos, muito além da
costumeira ação cômoda de sua alma-grupo.

O lobo, valente, feroz, livre e guiado instintivamente para solucionar da melhor maneira as
suas necessidades biológicas, quando domesticado, se transforma, à semelhança do cão
surrado, exaurido e temeroso, pois perdeu parte de sua característica instintiva, modelado
pelo treinamento compulsório do homem, num tipo dócil e obediente, diferente de sua
espécie original.

Assim, o lobo selvagem, depois de domesticado, vive mais tempo com sua prole e perde
o instinto atabiliário de enxotá-la, confiando nas facilidades proporcionadas pelo auxílio do
homem, criando assim um novo comportamento que o distingue visivelmente dos hábitos
de sua raça ainda selvagem.

O animal selvagem é violento e agressivo na defesa da prole e da própria vida e, após o


cio, costuma acomodar-se com certa tranqüilidade; sob a força ativadora de sua alma-
grupo, enxota os filhotes já crescidos para além do ninho ou da cova em que nasceram.
Isto é instinto global e único de todas as unidades da mesma espécie ou raça; entretanto,
devido à vivência junto ao homem que lhe controla as tendências primitivas sob a
amenidade do meio ambiente mais refinado, o instinto feroz tende a se amansar e a
violência a enfraquecer.

Atualmente, alguns animais como o elefante, o cavalo e o macaco já podem vislumbrar


algumas noções de razão, sob fundamento mental, pois já manifestam, de modo
insofismável, alguns bruxuleios de inteligência, dado que podem adquirir diferenças
instintivas, pelo treinamento ou comportamento orientando, de forma semelhante às
consciências humanas na fase de infância física.

Quanto ao afeto quase humano (e por vezes mais do que humano) que alguns animais
têm demonstrado, superando por vezes a própria afetividade do homem ainda tão
egoísta, isso demonstra que já revelam uma sensibilização fundamental na esfera do
sentimento. Inúmeros casos foram demonstrados de afeto incomum do animal pelo seu
dono, ou de animais de uma espécie que criam ou cuidam de filhotes de animais de outra
espécie.

Mesmo sob maus tratos de seus donos humanos, sob a guante da dor e do sofrimento, os
animais domésticos apuram o seu psiquismo, e apesar de toda a amargura, também
principiam a despertar os primeiros bruxuleios ou alvorada do sentimento, ante a
necessidade de melhor se adaptarem às condições adversas, problemáticas e às
surpresas da vida doméstica.

Os peixes, os mariscos e os crustáceos, por exemplo, são "corpos coletivos",


correspondentes de um só "espírito-grupo", que lhes dirige o instinto e lhes gera uma
reação única e igual em toda a espécie. Um peixe, fora d'água ou dentro dela, manifesta
sempre a mesma reação, igual e exclusiva de todos os demais peixes do mesmo tipo.
Entre milhões de peixes iguais, não se consegue distinguir uma única reação diferente no
conjunto.

No entanto, inúmeras outras espécies de animais já revelam princípios de consciência;


podem ser domesticadas e realizar tarefas distintas entre si. O boi, o suíno, o cão, o
carneiro, o cavalo, o elefante, o camelo já revelam certo entendimento consciencial à
parte, em relação às várias funções que são chamadas a exercer.

Eles requerem cada vez mais a atenção e o auxílio do homem, a fim de se firmarem num
sentimento evolutivo para outros planetas, nos quais as suas raças poderão alcançar
melhor desenvolvimento, no comando de organismos mais adequados às suas
características. Quando o seu psiquismo se credenciar para o comando de cérebros
humanos, as suas constituições psico-astrais poderão então retornar ao planeta Terra e
operar na linha evolutiva do homem terreno.

11. A DIFERENCIAÇÃO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DA CENTELHA ESPIRITUAL EM


ESPÍRITO IMORTAL E SUA EVOLUÇÃO NO REINO HOMINAL

Deus cria incessantemente novas consciências espirituais em todos os instantes da vida


cósmica, que então se constituem em outras "centelhas" ou "chamas", com a noção
individual de existirem no oceano de energia Divina. Após o apercebimento de si
mesmas, elas iniciam a amplificação de sua consciência através de incessante expansão
psíquica, e que se sucede por todos os reinos e todas as formas dos mundos.
É evidente que, embora se criem novos espíritos em todos os momentos da Vida
Universal, Deus permanece inalterável em Sua Essência Eterna e, sem qualquer
desgaste divino, as novas centelhas ou chamas particularizadas de Sua Luz então
passam a se sentir alguém no comando de sua consciência individual.

Sob determinado impulso íntimo criador, as partículas de Luz provenientes


do Espírito Cósmico de Deus em certo momento principiam a viver e a se
configurar como núcleos de consciências centralizadas no Universo.

O apercebimento ou a definição psíquica aumenta pelo relacionamento incessante com o


próprio mundo educativo das existências físicas, a fim de compor a sua memória
perispiritual no simbolismo do espaço e do tempo. Eis o início da jornada ininterrupta e
eterna do ser espiritual, que desenvolve tanta sabedoria e noção de existir, quantas sejam
as suas experiências educativas no comando dos corpos físicos, ou na vivência nos
mundos extrafísicos, quando desencarnados.

Na forma de "centelhas", "chamas" ou "partículas luminosas", eternas e indestrutíveis, os


homens são filhos de Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, a Luz Eterna e
Infinita. No âmago da consciência individual de cada homem, portanto, Deus é o
fundamento eterno e a unidade espiritual de todos os seres. Dessa forma, o homem é um
"mini-Deus", assim como a gota d'água do mar é um mini-oceano, pois o homem possui
em si mesmo a miniatura de todos os atributos do Criador.

Ao se criar um novo espírito no seio de Deus, ele já possui em si mesmo, latente e


microscosmicamente, o conhecimento e a realidade macrocósmica do Universo. Isso
acontece, porque a individualização espiritual do homem só ocorre depois que o
Psiquismo Cósmico efetua o seu completo descenso vibratório, ou seja, a inversão do
"macro" até o "microcosmo".
Os velhos mestres orientalistas já afirmavam, há milênios, que o "macrocosmo", ou o
mundo grande, está no "microcosmo", o mundo pequeno, ou seja, "o que está em Deus
está em sua criatura".

O "macrocosmo divino" existe e contém-se na realidade do "microcosmo


humano", que é o homem. O homem é a miniatura de Deus, e Deus a
amplificação cósmica do homem.

O centro de consciência humana, que se organiza individualmente no seio do Psiquismo


Cósmico, constitui-se num campo íntimo, ou na miniatura psíquica do próprio
macrocosmo: "O homem foi feito à imagem de Deus." Ao despertar individualmente, o
espírito humano já possui em si mesmo a miniatura potencializada do próprio Psiquismo
Cósmico de Deus.

A título de exemplificação algo simplista, o "macro-pinheiro" (a araucária), cujos ramos


buscam o alto, forte e resistente na sua configuração definitiva, existiu inteirinho na
"miniatura" do pinhão, ou seja, no "micro-pinheiro". Pode-se dizer que o pinhão é um
pinheiro em miniatura, pois contém dentro de si todos os atributos da araucária em estado
latente, apto e prestes a desenvolvê-los paulatinamente.

Assim que a semente do pinhão é plantada no solo, depois de certo tempo germina e,
gradativamente, vence as adversidades do meio nos seus ajustes para a emancipação,
até atingir a configuração gigantesca decisiva do pinheiro.
É evidente que esse acontecimento ou fenômeno só se concretiza porque na intimidade
do próprio pinhão há todo um pinheiro em estado de latência (em potencial), cujos
atributos criativos despertam, e se impõe na própria razão do crescimento da árvore.

De modo semelhante, o espírito do homem também é ajustado ao solo das lutas


cotidianas, onde deve romper a crosta da personalidade animal inferior e
desenvolver os atributos de Deus existentes em sua intimidade espiritual, até
alcançar a plenitude do anjo consciente, que é a sua Realidade Divina.

O "homem velho", produto dos instintos da animalidade, também deve


morrer, assim como no fundo da terra o pinhão se modifica de simples
semente até originar o pinheiro majestoso, para em seu lugar renascer o
"homem novo", onde predominam os sentimentos e a razão, meios para a
ascensão angélica!

A consciência individual, ainda virgem e ignorante, mas excitada pelo dinamismo


centrífugo, promove a sua ascese espiritual desde a transformação do átomo em
molécula, da molécula em célula, da célula ao organismo, do organismo animal ao tipo
humano, e depois, a metamorfose do homem até a configuração do arcanjo constelatório.

Os atributos divinos, miniaturizados no espírito do homem, despertam e se amplificam à


medida que ele desenvolve a sua consciência humana na experiência de mais vida,
sabedoria e poder. O espírito do homem, eterno e incorruptível, uma vez desperto, cresce
incessantemente, ampliando a consciência e o sentimento superior, desenvolvendo os
próprios atributos divinos, porque foi criado da essência eterna de Deus, pois o Criador é
o fundamento criativo e eterno de toda individualidade humana.

O espírito do homem é indestrutível, porque foi criado da essência eterna e inalterável de


Deus, mas, embora vinculado à "Consciência Cósmica", é sempre uma consciência
individual , que teve um princípio ou uma origem "pessoal" em certo espaço-tempo. Em
conseqüência, houve uma época ou um "momento" em que o homem começou a ter
noção de existir, como a criança a ter noção de si e do meio que a cerca.

O homem define-se e individualiza-se no Universo, figurando como entidade


de importância e a caminho de desenvolver, também, o potencial criativo
tanto quanto amplia sua consciência.

O espírito humano um dia iniciou sua conscientização, individualizou-se sob o impulso de


uma vibração centrípeta, e finalmente personalizou-se no seio da Divindade.

Em seguida, a consciência espiritual do homem, centro indestrutível de sua


individualização, prossegue no incessante crescimento psíquico qualitativo, e ao mesmo
tempo panorâmico, a fim de abranger cada vez maior volume ou porção da própria Mente
Universal, sob processo contínuo e inexorável!
Em consequência, o espírito do homem, embora seja eterno e indestrutível, possui uma
idade sideral a partir da época ou do tempo em que iniciou a sua consciência particular e
individualização no Cosmo, emancipando-se no tempo e no espaço, fichado nos
"Registros Cármicos" por um código sideral definitivo.

Os espíritos são classificados nos "Departamentos de Reencarnação", no mundo


espiritual, sob uma determinada sigla e número que lhes identifica a individualidade
permanente, pois os nomes e as personalidades transitórias são de menos importância.

Convém distinguir a idade que limita a personalidade humana transitória, a qual existe
somente entre o berço e o túmulo físico em cada encarnação, comparada à consciência
sideral, a entidade definitiva e inalterável, que se individualiza e se desenvolve na
sucessão de séculos, milhões, bilhões e trilhões de anos!

Através do perispírito, organismo que preexiste e sobrevive a todas as mortes físicas, a


consciência espiritual indestrutível manifesta-se em cada existência humana,
materializando um novo corpo físico transitório, mas sem perder o acervo e a memória
das experiências de todas as vidas anteriores.

No aprendizado periódico que o espírito do homem realiza na superfície dos


orbes materiais, ele desenvolve tanto os seus poderes latentes criativos,
como passa a conhecer cada vez mais a sua própria individualidade.

Tal qual imenso colar de contas que aumenta sucessivamente no tempo e no espaço pelo
acréscimo incessante de novas contas, cada uma representando uma vida humana, o
espírito imortal é o fio permanente que as une, sustentando as diversas personalidades
humanas encarnatórias, moduladas nas sucessivas existências físicas, através de
organismos carnais que se substituem sucessivamente na superfície dos orbes.

Enquanto essas contas ou encarnações físicas podem variar em sua forma, cor, raça ou
contextura personal transitória, o fio que as une, o espírito imortal, jamais se modifica.
Não importa se em cada encarnação ou cada conta desse suposto colar, a personalidade
humana transitória venha a ser conhecida por um determinado nome ou outro; o certo é
que o fio do colar é a individualidade eterna que se emancipa no tempo e no espaço.

Em cada existência física o espírito plasma um tipo de organismo cuja estrutura anátomo-
fisiológica depende também da herança biológica da família onde se encarna; em
seguida, recebe um nome adequado à raça ou parentela que lhe fornece a vestimenta
anatômica, sem que isso lhe altere a identificação individual definitiva e figurada nos
registros de ordem sideral. A individualidade do espírito não se enfraquece, mas se
desenvolve e se encorpa, tanto quanto for o seu comportamento periódico às sucessivas
vidas humanas.

Todos os espíritos progridem lenta e incessantemente, sob o mesmo processo evolutivo,


em consonância com a Sabedoria, Justiça e o Amor de Deus, pois não há discrepância,
privilégio ou graça na pedagogia divina; assim, as distinções de capacidade, inteligência e
cultura inata entre os homens são mais propriamente diferenças de idade sideral de
seus espíritos.
É o tempo de vida da consciência de cada espírito, ou mais propriamente a sua idade
sideral, que o situa na faixa vibratória eletiva ao seu maior entendimento psíquico, em vez
do conhecimento ou da aquisição obtida na precariedade de uma existência física.

O troglodita, por exemplo, ainda é um espírito infantil, que apura a sua sensibilidade
psíquica através do exercício dos cinco sentidos físicos em adestramento no mundo; é
criatura que mal engatinha no apercebimento de sua consciência sideral,
demasiadamente imatura para impor o seu princípio espiritual sobre a força milenária das
tendências animais.

Assim como a criança que, sob a disciplina do mundo, desenvolve-se protegida até
alcançar a condição de homem adulto, e se liberta das irresponsabilidades da infância,
todos os espíritos ainda crianças, ignorantes e virgens, também ingressarão no seio da
humanidade angélica, conscientes de sua vida imortal.

"Nenhuma ovelha será perdida no aprisco do Senhor"

Cada uma das criaturas humanas é um espírito indestrutível porque foi criado da própria
essência divina e eterna, mas variando conforme a idade sideral. Houve um tempo, ou
momento, há séculos, milênios, milhões, bilhões ou trilhões de anos do calendário
terrestre, em que então começamos a existir como indivíduos diferenciados no seio da
criação.

Assim, existem simultaneamente no Universo tantos espíritos novos e infantis, como


antigos e adultos, mas cuja graduação ou gabarito espiritual depende exatamente do
tempo em que eles principiaram a ter noção de existir.

Em todos os instantes da vida, nascem, surgem ou se iniciam novas consciências, isto é


novos espíritos se individualizam no Universo e adquirem a noção particular de existir,
embora continuem vinculados sempre à fonte criadora Divina.

Deus não concede privilégios especiais e extemporâneos, mas proporciona,


eqüitativamente e sem quaisquer preferências ou simpatias, os mesmos ensejos de
conscientização e aperfeiçoamento a todas as suas criaturas. Nenhum espírito é
originalmente superior a outro, mas todos possuem em estado latente o mesmo poderio, a
mesma capacidade, sabedoria e anseio evolutivo rumo à Fonte Criadora.

As consciências majestosas e interplanetárias dos anjos e arcanjos, que iluminam e


nutrem a intimidade psíquica dos orbes e das constelações astronômicas, não passam de
entidades emancipadas sob o mesmo processo espiritual e evolutivo que preside a
gestação e o desenvolvimento da consciência de todos os filhos de Deus.

Assim, aquele que hoje é um pecador, no futuro será um anjo! Ante o determinismo do
processo evolutivo, que é justo, equânime e sem privilégios para os filhos de Deus, a
centelha espiritual mais ínfima do Cosmo um dia há de ser um Logos Solar, embora essa
maturidade sideral só ocorra após a criação e a destruição de alguns Universos físicos
(Grandes Planos ou Manvantaras).
Ainda sob o invólucro de uma criatura primária e pecadora, Deus serve-se dos atributos
divinos ali existentes, e modela a criatura à sua imagem. Lenta e inexoravelmente, no
residual da própria animalidade, gesta-se a consciência radiosa de um anjo e o
comportamento sublime de um santo.

O homem ainda vive sob os impulsos e as excitações da energia criativa do instinto


animal, a qual lhe organiza a vestimenta de carne na face dos orbes físicos, mas, depois
que supera a animalidade, ele também se converte num transformador sideral, capaz de
absorver certo impacto energético do Psiquismo Cósmico, a fim de distribuí-lo, por sua
vez, gradativamente, na intensidade psíquica adequada à vida dos seres menos
evoluídos.

O Psiquismo Cósmico, em sua descida vibratória, filtra-se a atua através dos


diversos campos e reinos do mundo físico, até modelar a configuração do
espírito do homem.

Entretanto, o nascimento, a formação ou definição do espírito individualizado do homem


não é apenas um simples fato, primário ou conseqüente de súbito fenômeno ocorrido no
seio do Psiquismo Cósmico.

A centelha ou partícula espiritual, quando assinala o seu primeiro apercebimento íntimo e


consciência de existir e se diferencia do Todo Divino, já é a etapa final de um longo
processo em gestação através de todas as múltiplas formas do Universo.

Não se trata de um acontecimento miraculoso, a diferenciar um novo núcleo de


consciência particularizada no seio de Deus, mas essa individualização consciencial só
ocorre após o descenso vibratório psíquico, desde a forma galaxial, constelatória e
planetária até ultimar a sua filtração pela intimidade dos reinos mineral, vegetal, animal e
se definir no homem, como o produto mais precioso e avançado.

A alma humana, originária da essência angélica de Deus e portanto indissolúvel e


permanentemente ligada ao Criador, não reconhece "instantaneamente" a sua
consciência divina, mas fá-lo de modo gradual, à medida que passa por um processo ou
aprendizado espiritual gradativo pelos mundos planetários.

As almas dos homens são entidades espirituais "virgens" que se diferenciam no seio
da própria Consciência Cósmica e depois desenvolvem a sua consciência física e
individual pelo acúmulo de fatos e das imagens vividas nas existências carnais ou nos
intervalos de sua permanência no mundo astralino.

A sua memória cresce e se amplia no infinito do tempo e do espaço, até se consolidar


num apercebimento consciente do ser-indivíduo que dali por diante se sente uno e
inconfundível no seio do próprio Criador.

Durante a eclosão da luz crística que se manifesta na intimidade de toda criatura, num
processo endógeno (de "dentro para fora"), o espírito do homem vai se apercebendo do
mistério de sua origem divina e da coesão de conhecer-se a si mesmo.
Ele passa a reconhecer e compreender o processo que o torna um "ser-indivíduo", à
parte, no Cosmo, de modo gradativo, sem fundir-se com o Todo Criador, adquirindo a
consciência plena, global e completa.

Apesar do espírito do homem encontrar-se "ligado" eternamente com Deus, em cuja


fonte ele se originou e se alimenta, e que o torna a miniatura portadora dos mesmos
atributos da divindade, ele deve "reunir-se" ou "religar-se" com o Pai, ampliando e
divinizando a sua consciência pelo entendimento completo da vida e pelo sentimento
crístico incondicional, num estado de religiosidade, através da sublimação espiritual,
que o faz aproximar-se ou assemelhar-se com Deus.

O homem deve buscar a mobilização dos recursos sublimes do próprio ser, para então
gozar de maior intimidade com o seu Criador, num estado superior de espírito, quando ele
procura realmente maior aproximação com a "verdadeira" natureza de Deus.

Não importam os séculos e os milênios que já foram vividos na matéria em contato com a
animalidade, em que o homem desenvolve a sua consciência e enriquece sua memória
sideral, pois no momento oportuno de maturidade e progresso espiritual, a Faísca
Divina eclode na alma humana, fazendo com que o anjo que nela habita assuma
definitivamente o comando do seu ser.

O homem eleva-se ou afina-se em espírito, à medida que purga os seus pecados,


abandona os vícios ruinosos, domina as paixões perigosas e despreza os
prazeres lascivos da carne.

Comumente o homem excita os seus nervos tanto quanto seja o seu interesse em maior
contato com o turbilhão da vida, e principalmente devido à cobiça pelas coisas do mundo
material.

Aqueles que pretenderem uma existência tranqüila e quiserem libertar-se


dos ciclos aflitivos da vida física, precisarão orientar-se pela inteligente
advertência de Jesus, quando disse: "Buscai os tesouros que a traça não rói
e a ferrugem não consome!".

Conforme reza a tradição religiosa, o homem á inspirado à direita pela voz do anjo, que
então o aconselha à prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão
capciosa do mal, simbolizada na figura tenebrosa do Diabo mitológico.

Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões
da carne e alçar-se às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal, ou
Lúcifer, exige-lhe a submissão completa ao mundo das paixões crepitantes e dos vícios
sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há tantos milênios ele domina.

Trava-se desesperado convite entre a "luz" e a "treva", entre o "espírito" e a


"carne", pois no mundo oculto do ser, a personalidade humana impõe as suas
algemas tirânicas, enquanto o espírito tenta a sua libertação definitiva!

Os santos e os gênios podem explicar isso, pois eles se sentiram perturbados,


exauridos e desalentados quando, em sua luta titânica, tentaram a vitória do
espírito sobre o desejo animal.

Embora a alma forje a sua consciência de "ser" ou de "existir" no Cosmo, pela


disciplina e coação educativa da matéria, paradoxalmente ela só consegue a sua
libertação definitiva depois que foi escrava dos instintos!

A alma liberta só se move no trânsito sideral quando logra o perfeito equilíbrio


entre as suas duas asas, em que uma significa a razão, e a outra o sentimento,
emancipados.

Os credos, as religiões, os cursos iniciáticos e as doutrinas espiritualistas


ajudam o homem a distinguir a senda mais certa para sua ventura espiritual,
mas só a "auto-realização", a vivência em si mesmo dos ensinamentos
evangélicos, é que lhe concedem o direito de habitar planos paradisíacos.
Depois de conhecer o programa superior do hábito do Bem e dos preceitos evangélicos,
cabe-lhe a responsabilidade de executá-los em si mesmo na experimentação cotidiana, a
fim de expurgar os resíduos da vida animal inferior que serviram de base à formação de
sua consciência individual.
Todos os momentos que o homem vive na face dos mundos planetários
devem ser aproveitados na "auto-realização" superior, uma vez que já
conhece o programa espiritual que o conduz à felicidade!

A consciência humana, desde os seus primeiros bruxuleios de vida isolada no seio do


Cosmo, cresce continuamente em sentido esférico, passando por consciência grupal,
racial, continental, planetária e constelatória.

À medida que abrange maior área de conhecimento cósmico, também se despe dos seus
pontos de vista, caprichos e limitações personalísticas, para então doar-se à condição de
"divino alimento" às consciências menores que seguem na esteira da caminhada. Assim,
pouco a pouco, o espírito-indivíduo desperta, reconhecendo-se intimamente ligado ao Pai
e a todos os seres e coisas.

A sua potencialidade eterna está no pensamento único de Deus, o princípio gerador, o


primeiro princípio cósmico; a sua coesão está no amor, que reside no segundo princípio
crístico, e a sua força criadora é o espírito operante, que vem a ser o terceiro princípio,
componente da simbólica "divina trindade" numa só expressão, que é Deus, o Absoluto
Criador Incriado.

Tanto o perispírito como o corpo físico não passam de verdadeiros interruptores da visão
espiritual infinita, que reduzem a influência limitada da massa da Consciência Total do
Criador. Eles apenas "eliminam" o excesso de Onisciência, transferindo para o homem
apenas o conhecimento menor, e apropriado a consolidar a sua consciência individual.

É através desse conhecimento menor, mas incessantemente renovado e em expansão,


devido ao intercâmbio educativo com os mundos transitórios da matéria, que o espírito vai
compondo o seu campo consciencial e acumulando sua memória no seio da própria
Consciência Cósmica de Deus.

As consciências individuais, que se constituem nos espíritos destacados do próprio


Espírito Infinito, ampliam-se sideralmente à medida que mais se lhe flui o conhecimento
maior, fazendo-as progredir na percepção real do Sublime Princípio da Vida Imortal.

Assim é que os cérebros do perispírito e do corpo físico, como principais órgãos de


atração da consciência do homem no seio do Cosmo, funcionam então como verdadeiros
interceptadores e eliminadores do potencial máximo da Onisciência, assemelhando-se a
válvulas redutoras que graduam e transmitem só o conhecimento suficiente para a razão
coesiva do espírito individualizado em Deus.

Eles interrompem, no mundo astral e no físico, a excessiva massa de conhecimentos sem


limites, cumprindo-lhes eliminar o que ainda for inassimilável pelo núcleo espiritual
humano, ainda imaturo.

Ademais, no Cosmo, tudo já existe perfeito e eterno, pois Deus não retrograda nem
progride, mas é o próprio Conhecimento, o Poder e a Vontade, elevados ao máximo
potencial, e humanamente indescritível. Só ele pode suportar o máximo e o infinito de
"Ser" e de "Existir", além e acima de qualquer outro limite ou definição conceitual por
parte do homem.
Em consequência, o homem não é um produtor de ideias nem criador de acontecimentos
inéditos, mesmo submetendo-os a incessante progresso; mas, como tudo já existe num
estado de absoluta perfeição e imutabilidade, integrado no Conhecimento Total do
Criador, o espírito humano é apenas um captador da quantidade de conhecimento cabível
em sua mente finita, e que ele gradua conforme sua capacidade de suportação racional
ou de apreensão da própria consciência, forjada no simbolismo do tempo.

O cérebro físico é, pois, o redutor da Onisciência no mundo da matéria, sendo esta a


última fase da "descida angélica", ou seja, a mais grosseira manifestação da Divindade. O
cérebro perispiritual, no entanto, é o responsável por essa redução no plano da vida
astral.

Ambos selecionam, eliminam e ajustam somente aquilo que pode ser útil, suportável e
entendível no campo da consciência-indivíduo, e ajudam-na a se expandir e a despertar
no seio da Consciência Cósmica de Deus.

Embora existam ainda outros órgãos que cumprem o mesmo objetivo redutor em planos
ainda mais sutis, como no mental concreto e no mental abstrato, não convém alongar-se
na descrição de tais processos e veículos atuando na intimidade do Espírito Cósmico e
que também amoldam o conhecimento infinito, de modo suportável ao entendimento
humano.

Os espíritos criados no seio da Onisciência representam outras tantas miniaturas da vida


cósmica, que despertam para o auto-entendimento e progridem incessantemente,
alimentadas pelo próprio conhecimento infinito de Deus.

A consciência do homem nada pode criar de novo no seio do conhecimento perfeito e


infinito do Criador; no entanto, ele desperta sob os incessantes impulsos que se
manifestam do interior para o exterior, despertamento esse ininterrupto e que prossegue
por toda a eternidade, uma vez que Eterno é o próprio Deus!

Esse processo e expansividade inata e ininterrupta de despertamento da consciência


humana, os orientais têm consagrado através de vários conceitos tradicionalistas da vida
oculta, como estes: "Busca o caminho avançando resolutamente para o exterior"; ou
"Cresce como a flor, inconscientemente, mas ardendo em ânsias de entreabrir sua alma à
brisa"; ou ainda "Busca a integração no Existente antes de ti"!

Estas máximas referem-se ao convite incessante que a Consciência Total de Deus lança
na intimidade da consciência individual do homem que, na figura de verdadeiro filtro
ativado por inextinguível poder e inteligência, capta o conhecimento cósmico na
conformidade do grau de sua própria percepção.

A alma humana busca o conhecimento definitivo e pré-existente da Vida Real originada


do Sublime Princípio Eterno, mas sem lhe poder acrescentar qualquer novidade, pois se
pudesse fazer tal coisa, é evidente que também criaria algo desconhecido dentro do seio
do próprio Deus.

Então seria uma absurdidade que a centelha espiritual do homem, que é produto da
Criação, pudesse criar ineditismos no seio do próprio Criador donde emanou!
13. CARMA E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL NO REINO HOMINAL

O mundo, sem dúvida, seria um caos sem um planejamento antecipado que lhe aborda
sensatamente todos os esquemas de manifestação da vida, processada através das mais
variadas formas físicas compatíveis a cada tipo de orbe pulsante no Universo.

Examinando-se a história biológica e geológica da natureza do planeta Terra, apesar das


lacunas existentes, não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seu progresso
de estados inferiores para níveis superiores, pelos milênios, num processo evolutivo, e
deliberadamente num sentido de harmonia e beleza!

É fácil de se verificar esse evento progressista, pelo exame e comparação da vida do


homem das cavernas ao conhecido homem do concreto da atualidade!

A intervenção periódica e pessoal do homem corrigindo as coisas e melhorando os seres


do mundo físico, ele o faz somente dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na
fenomenologia da matéria, porque através dela também se derrama a Sabedoria Divina
ativando as energias latentes, que fluem pela intimidade das próprias formas, no milagre
da incessante transformação.

Sem dúvida, toda criação é intrinsecamente protegida por Deus, o Criador, que promove
os meios de subsistência e de sobrevivência adequados a cada espécie animal.

Embora ainda predomine no mundo a "lei do mais forte", em que as espécies mais débeis
são facilmente destruídas pelos tipos mais bem agraciados pela natureza, não há
prejuízos definitivos, porque destruindo os corpos carnais transitórios, o Psiquismo que
comanda cada espécie permanece inalterável.

Pode-se considerar que os corpos físicos dos seres em evolução são apenas
vestimentas passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de
servirem mais tarde às exigências das mentes individualizadas. É uma fase de evolução
em que esse Psiquismo se ativa pelas exigências vividas no orbe, inclusive nas próprias
situações dramáticas ou trágicas.

Além do cuidado fundamental da Divindade em proporcionar mais tempo de vida orgânica


à criatura, ainda exercita, pela vestimenta carnal mais instintiva, a ação de um futuro
Psiquismo melhor elaborado.

O Criador proporcionou na busca da vida um sistema de "autoproteção" particular a certas


espécies de animais que lhes permite uma defesa ou dissimulação mais adequada, para
maior probabilidade de sobrevivência no ambiente onde vivem: o fenômeno do
mimetismo, que as disfarça convenientemente de modo a iludirem ou desorientarem as
espécies mais fortes e agressivas que deles se alimentam. O mimetismo disfarça ou
confunde o ser no meio ambiente onde vive e o ajuda a passar despercebido na sua luta
pela sobrevivência.

Esse fenômeno, que serve de proteção à sobrevivência mais prolongada das mais
variadas espécies do reino animal, embora não induza a qualquer conclusão cósmica
definitiva, ou comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de
extrair ilações corretas e sensatas, quanto à indestrutível verdade de uma Inteligência
Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da Natureza.
A vida no campo denso da matéria, inegavelmente, é um gravoso palco de lutas
fatigantes de experimentações dificultosas, onde o espírito do homem é ativado pelas
energias que se atritam, requintam-se e se sublimam no sentido de ele superar o instinto
animal, que o protege, mas também o escraviza desairosamente às vibrações inferiores.

O homem luta até certa freqüência sob o impulso energético das forças primárias da
animalidade, as energias telúricas que eclodem da espécie animal instintivas e
implacáveis, e deve opor-se veementemente à força bruta da tirania do instinto animal,
que o ajuda mas o escraviza, para ativar e desenvolver em seu espírito o amor e a
sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo.

O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, é o autor de
sua própria conscientização, caso contrário não haveria para ele qualquer
valor.

Apesar do protesto justificável, de que não há mérito nem valiosidade no sofrimento da


criatura para depois ser venturosa, muito pior seria ela ter sido criada como um produto
automatizado e elaborado mecanicamente em série.

É a auto-realização, a transformação preliminar, a garantia de um futuro


venturoso, quando o espírito sentir conscientemente os seus poderes
criativos e sentir a possibilidade de plasmar nas formas do mundo toda a
intuição superior como poesia, arte e imaginação sublime.

Não importa se o homem, em princípio, confunde as quinquilharias dos mundos físicos


transitórios como valores autênticos de sua futura felicidade; o certo é que ele jamais se
perderá nos labirintos educativos das vidas materiais, porque o seu destino glorioso é a
angelitude, e a luz que o guia queima no próprio combustível de sua centelha interior!
Para tanto, precisa crer e confiar na pedagogia traçada pelo Criador, cujo resumo o ser
possui em sua própria intimidade espiritual, na síntese microcósmica do "reino divino".

Para a absoluta segurança de a criatura alcançar mais breve e corretamente a sua


ventura eterna, a Divindade estatuiu a Lei do Carma, que disciplina, corrige e ratifica os
atos insensatos e enfermiços que o espírito pratica nas vidas sucessivas na face dos
orbes físicos.

Nenhuma criatura deve invadir o direito alheio ou perturbar o destino dos seus
companheiros em curso de aperfeiçoamento espiritual. Ninguém pode, sequer, carregar a
cruz do seu irmão e sofrer por procuração quaisquer reações desagradáveis e
indesejáveis, que devem ser vividas pelos próprios responsáveis ou culpados.

O espírito do homem é o autor do seu próprio destino e pessoalmente


responsável pelos efeitos bons ou maus decorrentes dos seus atos
pregressos! Cumpre-lhe a tarefa de despertar e desenvolver em si mesmo os
valores íntimos que lhe devem assegurar a vivência futura entre as
humanidades siderais felizes.

O homem pode semear dores, júbilos, prazeres ou tragédias; porém sob a Lei do Carma,
que é inflexível e correta, mas justa e impessoal, ele se torna autor e, ao mesmo tempo, o
receptor de todos os acontecimentos ou males praticados a favor ou contra o próximo.

Ninguém pode alegar ignorância das sanções da Lei do Carma, num atribuir injustiças a
Deus, depois das advertências insistentes de todos os instrutores e mestres da
espiritualidade, que enunciaram que "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória",
e que "a cada um será dado segundo as suas obras". O mal é tão somente uma condição
transitória, de cujo reajuste resulta sempre um benefício futuro ao próprio autor.

Mesmo sob a perversidade humana, que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o
"traje" carnal provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o
Princípio de Causa e Efeito proporciona uma nova existência física para a vítima,
auferindo-lhe mais proveito e compensação, porque ela foi perturbada no seu ciclo de
evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é recolhido à oficina
do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda
dominada pelas ações negativas. Depois ele retorna para a mesma estrada de
aperfeiçoamento espiritual, prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da
imortalidade e alcançar a sua própria ventura.

O mal ou o sofrimento são etapas do mesmo processo evolutivo,


cuja ação é transitória e tende sempre a um resultado superior.

Pode-se considerar, por exemplo, que é um mal a agressividade dos insetos,


vermes e aves contra a planta na sua luta para crescer; no entanto, tudo isso não
passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal à maior concentração de
energia íntima na defesa, culminando no sucesso do seu próprio desenvolvimento.

O mal é tão somente acidente na escalonada evolutiva, a fase negativa que


perturba mas se corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece
tanto quanto o espírito firma a contextura definitiva de sua consciência.

Sob o princípio de "cada um colhe o que semeia", todo mal pode causar dor e sofrimento
para o seu próprio autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a
vítima; contudo, disso resulta também a purificação do pecador e conseqüente melhoria
de qualidade espiritual. Os considerados "atos malignos" causam prejuízos a outrem; mas
se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria imortalidade, então
desaparece o estigma detestável do "mal", que é compensado pelo "bem" mais breve a
que faz jus pelo seu sofrimento.

"O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro"; quando apanhado pela lei de
retificação espiritual, o autor do próprio ato destrutivo ou perverso é
submetido ao processo retificador, alcançando o reajuste e a redenção
espiritual.

Na inconsciência da prática do mal, o espírito do homem aprende a consciência do


próprio bem! A dor e o sofrimento indesejáveis, embora estigmatizados pelo homem, são
manifestações implacáveis que sublimam todos os produtos ou seres criados por Deus,
para ascensionar a estados e níveis siderais superiores.

Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou
feios, sadios ou enfermos, e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se
investiga e conclui sobre os fenômenos da própria vida.

São fatos que se sucedem num encadeamento ordeiro e inteligente, mas a convergir
sempre para um fim proveitoso e benfeitor da humanidade. Isso comprova os princípios
e as regras que fundamentam a Bondade de Deus e, ao mesmo tempo, o amparo
recíproco que existe entre todos os seres e as formas a serviço da conscientização do
espírito imortal encarnado na matéria.

Fontes bibliográficas:

Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo - Obra mediúnica ditada pelo espírito
Ramatís. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.

Você também pode gostar