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² De acordo com Reis (2001), a educação dos sentidos deve ser apreendida como educação estética nos
termos do que Karl Marx expressa em nos Manuscritos econômico-filosóficos (ou Manuscritos de Paris).
Isto é, como forma de realização da essência humana que é a sua liberdade ou omnilateralidade. Para
Marx, deve-se não apenas considerar nesse quadro os cinco sentidos físicos (ver, ouvir, sentir, cheirar e
degustar) mas, também, os sentidos espirituais como pensar, intuir, perceber, querer, desejar e amar
(2004, pp.99-114).
As necessidades humanas intencionam as qualidades sensíveis do objeto através
de impulsos, os quais correspondem à razão fundamentada a partir do próprio corpo, ou
seja, da sensibilidade, proporcionando a realização humana. À medida que esta relação
se distancia, ou seja, em que os meios de produção separam homem e objeto, a noção de
totalidade humana diminui e, a sua efetividade se esvai. Assim, as particularidades
sensíveis do objeto não se mostram, o sentido do objeto se perde com o atrofiamento
dos sentidos humanos. A percepção sensível do homem se rompe e se corrompe no
intuito de saciar o que é de imediato. Ao mesmo tempo em que o homem produz
riqueza material, experimenta a pobreza desta mesma materialidade em uma
desapropriação corpórea, além do modo de produção capitalista esconder sua
materialidade concreta e, desta forma, as relações sociais que se estabelecem,
reduzindo-a a materialidade abstrata. A problemática se situa no ponto onde em uma
sociedade dividida em classes, o trabalhador vende no intuito de atender às suas
necessidades básicas, o que de fato efetiva a sua existência humana natural, o seu corpo,
isto é, os seus sentidos físicos e espirituais, ao capitalista como forma de luta por sua
sobrevivência, enquanto o parasita social desproporciona esta relação aumentando o seu
lucro, as suas propriedades e, no sentido de ao menos manter esta situação, priva o
trabalhador de usufruir daquilo que produz. O parasita social se retroalimenta na
desigualdade social.
Eagleton (1993), tendo como base o pensamento de Marx destaca que;
“Eu acho graça nesses caras, eles contrariam a lei em uma porção de coisas, mas na
hora de pagar o aumento, eles querem se apoiar na lei. Tião vai se preparando,
einh... Se eles continuam assim, eu não dou duas semanas e vai estourar uma baita
de uma greve. Aí, eu quero ver se eles vão dar o aumento ou não. Se não pagar,
greve! Assim que tem que ser”.