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NOVIDADES
A passagem do naturalismo para o historicismo se realiza através da consideração das exigências imprescindíveis da realidade do homem, que é, antes
de tudo, um ser natural vivente (ativo) e não pode portanto, ter realidade ele mesmo se não é real o mundo que está fora dele, e que representa o seu
objeto; e em segundo lugar o homem é um ser humano, e como tal vive e opera dentro da espécie humana.
O homem é antes de tudo um ser natural. Como ser natural vivente, ele é em parte provido de forças naturais, de forças vitais, como impulsos. Em parte
ele é, enquanto o ser natural, e objetivo dotado de corpo e sentidos, um ser passivo, condicionado e limitado, um ser real e objetivo dotado de forças
naturais, de sentidos, significa que ele tem por objeto do seu ser, das suas manifestações vitais, outros objetos reais e sensíveis e que ele possa
expressar a sua vida unicamente sobre os objetos reais e sensíveis. O fato de sermos objetivos, naturais e sensíveis, e ao mesmo tempo termos objeto,
natureza, e sentido fora de nós, ou sermos nós mesmos objeto, natureza e sentidos em relação a terceiros, é a mesma coisa. A natureza fora de si, de
um objeto fora de si, para poder satisfazer-se e acalmar-se..
Um ser que não tenha a própria natureza fora de si, não é um ser natural, não participa do ser da natureza. Um ser que não tenha o objeto fora de si não
é um ser objetivo. “ um ser não objetivo é um não ser”.
Mas o homem não é apenas um ser natural, é também um ser natural humano, isto é, um ser que é por si mesmo, e em seguida um ser genérico; como
tal, ele deve atuar e confirmar-se tanto no seu ser como no seu saber.
Nem a natureza objetivamente, nem a natureza subjetivamente, é imediatamente presente ao ser humano de forma adequada. E como tudo isso que é
natural deve ter uma origem, assim também o homem tem seu ato de origem, a história, que toda via, é por si um ato de origem de que ele tem
consciência. “A história é uma verdadeira história do homem”.
Devemos começar a reconhecer o primeiro pressuposto de toda exigência humana e, portanto, de toda história, isto é, que os homens devem estar em
condições de viver para poder fazer “história”. Mas para viver é antes de tudo comer, beber, ter habitações, etc. O primeiro fato histórico, portanto, é a
produção da própria vida material, e sem dúvida é isto um fato histórico, uma condução fundamental de toda história que ainda hoje, como milhares de
anos, deve ser cumprida cada dia e cada hora para manter somente os homens é que se observe o alcance e se leve ao reconhecimento dos seus
direitos.
A criação prática de um modo objetivo, a transformação da natureza, a ignorância é a demonstração de que o homem é um ser genérico dotado de
consciência, é justamente na transformação do mundo objetivo que o homem se mostra como um ser genérico. É esta produção que constituição a sua
vida ativa como ser genérico. Através dessa natureza aparece como a sua obra e a sua realidade. Marx se preocupa também em sempre distinguir o
homem dos animais por causa da consciência, da religião ou do que mais se queira. Mas na realidade os homens começam a produzir os seus meios de
sobrevivência. “Enquanto os homens produzem os seus meios de vida, produzem indiferentemente a sua própria vida material”.
Dá-se, assim, a passagem da estoicidade dos animais ao dinamismo próprio dos homens. Os animais dependem estaticamente da natureza, sempre
iguais. O homem, ao invés, com sua criação, encontra-se em relação com este ambiente social, com a sociedade, modificando a sua própria ação,
desenvolvendo as suas capacidades e suas produções; numa palavra deve entrar na história. A criação do homem é uma criação da sua própria vida,
uma criação progressiva. Assim das diversas relações espirituais, políticas, etc. Não há, absolutamente, uma história própria, não há qualquer
desenvolvimento próprio; mas são os homens que modificam com esta realidade por eles criada, também o seu pensamento e os produtos do seu
pensamento. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.
Neste desenvolvimento da consciência aparece em toda a sua evidência a natureza social que a caracteriza. A consciência humana não se desenvolve
no indivíduo isolado, mas unicamente nas relações.
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22/10/2018 A Natureza do Homem em Karl Marx
Desde o começo o espírito leva em si a maldição de ser “contaminado pela matéria”, na qual se manifesta a esta altura sobre formas de camadas de
movimento de sons, em suma, de linguagem.
A linguagem é tão velha quanto a consciência. A linguagem como a própria consciência nasce em primeiro lugar da necessidade da urgência do manter
comércio com os seus outros homens. A consciência portanto, é desde o início um produto social e permanecerá como tal enquanto existirem homens.
Como a sociedade produz o homem enquanto homem, assim produz a sociedade. Há também uma reciprocidade completa, um intercâmbio de ação e
interdependência. A atividade e o espírito são sociais tanto pelo seu conteúdo como pela sua origem; a essência humana da natureza existe unicamente
para o homem, e a existência natural do homem torna-se para ele em existência humana; a natureza transforma-se em homem. Assim a sociedade é a
unidade essencial que chegou à sua realização, estabelecendo a identificação do homem. Como a natureza, alcançando a verdadeira ressurreição da
natureza, realizando o naturalismo completo do homem e o humanismo completo da natureza.
Mas o necessário é recordar aqui que não se trata de considerar o indivíduo passivamente submisso à sociedade, isto é, não se trata de ver nisso um
mero produto da sociedade. Marx afirma decisivamente a reciprocidade da ação que se exerce entre o homem e a sociedade.
A doutrina materialista, segundo qual os homens são produto do ambiente e da educação, mudam com o mudar de ambiente e da educação, esquece
que o ambiente vem mudando justamente pelos homens e que o próprio educador deve ser educado, ou seja, há uma troca continua de ações e reações
entre homens e ambiente, entre indivíduo e sociedade. O homem é um produto da sociedade e a sociedade é um produto do homem.
A sociedade contribui para a transformação do homem, mas é o homem que produz essas modificações.
Portanto, Marx, como mestre, relutava em utilizar a análise estratégica a sério em aplicação a problemas normativos. Isso porque, como ele tendia a
chamada abordagem do contrato, o método repousa em postular uma decisão de uma situação do estado de matéria inicial; mas, como afirma Marx, a
presunção de um indivíduo fora da sociedade é um absurdo, pois as pessoas jamais, podem ser concebidas em abstrato.
Mestrando em Filosofia-PUC/SP
Bibliografia
MONDIM, Batista, Curso de filosofia - 3, 5ª edição, Edições Paulinas, 1981, São Paulo
MARX, Os Pensadores
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, e Martins, Maria Helena Pires. Introdução a Filosofia, 2ª edição, Editora Moderna, 1993, São Paulo
PADOVANI, Umberto, e CASTAGNOLA, Luís. História da Filosofia, 17ª edição, Editora Melhoramentos, 1998, São Paulo
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22/10/2018 A Natureza do Homem em Karl Marx
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