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RESUMO
Palavras- Chave: moradia estudantil; alojamento estudantil; ensino superior; UFRGS litoral;
INTRODUÇÃO
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2023, o espaço da antiga Colônia de Férias da UFRGS servia como alojamento aos estudantes
da UFRGS Litoral.
Além dessa introdução, o trabalho está dividido em outras quatro seções. A primeira
aborda o perfil dos alunos da UFRGS Litoral segundo a classe econômica, a segunda trata dos
municípios de residência atual, a terceira seção explana sobre as manifestações de necessidade
por parte dos alunos por uma moradia e alojamento estudantil. A quarta seção discute sobre os
fatores identificados pelos estudantes como causadores dessa necessidade. Por último, nas
considerações finais, retoma-se algumas reflexões sobre o tema.
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Fonte: Elaborado pelos autores
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Fonte: Elaborado pelos autores
MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA
No que tange aos municípios de residência atual dos alunos que responderam a
pesquisa, 4,3% são de municípios de fora do estado do Rio Grande do Sul (RS), 26,1%
residem em Tramandaí, 27,2% moram em Imbé e 42,4% são de outros municípios do RS,
conforme demonstrado na Figura 3.
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Fonte: Elaborado pelos autores
Os quatro alunos de fora do RS são de Santa Catarina do Sul (SC), Fronteira (MG), Boa
Vista (RR), Cachoeiro de Itapemirim (ES), sendo que três destes são calouros do semestre de
2023/1, que irão ingressar no curso de Biologia Marinha e um é do curso de Mestrado em
Dinâmicas Regionais e Desenvolvimento (PGDREDES). Já em relação aos alunos dos
municípios do entorno, que representam 42,4% dos respondentes, eles estão distribuídos entre
os municípios de Osório (9), Porto Alegre (7), Capão da Canoa (5), Xangri-lá (4), Canoas (3),
Guaíba (2), Gravataí (2), Balneário Pinhal (1), Três Forquilhas (1), São Leopoldo (1) , Campo
Bom (1), Morrinhos do Sul (1), Santo Antônio da Patrulha (1) e Quintão (1).
A vinda de novos alunos e a permanência destes é prejudicada pela falta de uma malha
de transporte público que conecte a UFRGS Litoral aos municípios do entorno. Para
exemplificar essa questão, podemos citar o caso dos estudantes que moram em Osório,
município vizinho de Tramandaí, que não possuem ônibus no período noturno e ficam
impossibilitados de voltar para a casa, utilizando o transporte público, nesse período.
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Tabela 1- Necessidade por moradia e alojamento estudantil
A partir dos dados levantados, podemos inferir que boa parte dos discentes que
necessitam de moradia e alojamento utilizariam esse tipo de assistência, caso esta fosse
disponibilizada pela universidade. Também chama atenção o número de estudantes que se
mostraram contemplados tanto pela moradia como pelo alojamento, apesar de ser necessária
uma investigação maior para afirmar os motivos, podemos deduzir que a necessidade de um
lugar para ficar se sobrepõe ao modelo que o aluno prefere, ou seja, mesmo sem o suporte que
uma moradia oferece, para estudar, os alunos utilizariam o alojamento.
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Figura 4- Fatores que influenciam na necessidade por moradia e alojamento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidente, a partir dos dados coletados, que a UFRGS Litoral possui demanda por
moradia e alojamento estudantil. Também foi verificado que o perfil dos estudantes que
necessitam desse tipo de assistência é o de classes econômicas mais desfavorecidas e, dentre
os fatores que mais influenciam nessa demanda, a renda e o transporte foram os mais citados.
No contexto atual, a situação dos estudantes se agravou, pois nem mesmo o acordo pelo
uso de alojamento, no antigo espaço da Colônia de Férias da UFRGS, foi mantido. A
justificativa para aquele espaço, que sempre foi utilizado pela UFRGS Litoral, seja
transformado em um centro de inovação, não se sustenta, pois o lugar está subutilizado e
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desperdiçando toda uma infraestrutura (móveis, eletrodomésticos, entre outros), própria para
atender a demanda latente e histórica do CLN.
Dentre os motivos para a instalação do centro de inovação naquele lugar está que se
trata de uma área nobre e que, na visão da PROIR, por isso, não seria adequado que alunos
fiquem ali. Na percepção do movimento estudantil é justamente o oposto, por ser uma região
que concentra serviços públicos, como posto de saúde, supermercados, agências bancárias,
entre outros, que o espaço, que conta com a infraestrutura adequada, deve ser prioritariamente
destinado à moradia estudantil.
A produção de pesquisa e laboratórios pode ser concentrada no CLN. Como o centro de
inovação se apropria do nome da UFRGS Litoral, nada mais justo que o projeto também
atenda as necessidades da comunidade, por exemplo, o CLN sofre com a falta de laboratórios
e a concentração da produção de pesquisa no campus iria ajudar também os estudantes que
têm aula naquele espaço. Por que dividir a produção científica em dois pólos se elas podem
ocorrer concomitante no CLN? Outro questionamento importante a ser feito é por que um
espaço que apenas precisa de reforma (um custo muito mais baixo que uma construção de
uma moradia do zero teria), que é reivindicado há anos pela UFRGS Litoral, é destinado a um
projeto que ainda não provou sua viabilidade?
Na universidade, o reitor possui o poder de destinar o patrimônio, porém esse poder não
está acima dos princípios da administração pública, que são a legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência. Cabe à reitoria escutar sua comunidade e as decisões
tomadas no CONSUN, para que não tome decisões desvantajosas para a própria UFRGS e
compreenda que existe uma demanda por moradia e alojamento estudantil, bem como um
espaço ideal para que tal medida seja tomada e que o movimento estudantil está
reivindicando.
O argumento que os alunos não são adequados a utilizar aquele espaço, por ser uma
região nobre, é um pensamento preconceituoso, que vai na direção oposta ao que a
universidade pública deve representar. O acesso à educação é um direito e a UFRGS deve
trabalhar em prol da democratização do ensino, inclusão social e combate às desigualdades. O
Litoral quer estudar e a luta não vai parar!
REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, Wilson Mesquita. Desigualdades Educacionais. In: ZIMERMAN, Artur (Org.).
Os ‘Brasis’ e suas Desigualdades. 1a. ed. São Bernardo do Campo: Editora da UFABC,
2017.
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ANEXO 1
A pesquisa proposta pelo Centro Estudantil do Campus Litoral Norte (CECLN) tem como objetivo
dimensionar a demanda por moradia e alojamento estudantil na UFRGS Litoral. Cabe ressaltar que um
alojamento estudantil possui a finalidade de abrigar estudantes por um período determinado
(provisório), para que estes possam participar das atividades acadêmicas de seus respectivos cursos,
portanto, o aluno não mora no alojamento, mas pernoita por alguns dias. Já a moradia estudantil é uma
residência contínua e permanente, com acompanhamento da PRAE. Os dados coletados por meio deste
formulário serão utilizados no Grupo de Trabalho destinado a debater a pauta da moradia e alojamento
para os estudantes da UFRGS Litoral.
OBS: Nomes e números de cartão serão mantidos em anonimato. As classes econômicas utilizadas são
da FGV social, Centro de políticas sociais.
Perguntas:
1- Nome
2- Cartão
3- Em qual município você reside atualmente?
Tramandaí
Imbé
Osório
Porto Alegre
Capão da Canoa
Canoas
Outros…
4- De acordo com a sua renda média familiar (per capita), em qual classificação você se
encaixa?
Classe E - Renda de R$ 0 a R$ 1254
Classe D - Renda de R$ 1.255 a R$ 2.004
Classe C - Renda de R$ 2.005 a R$ 8.640
Classe B - Renda de R$ 8.641 a R$ 11.261
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Classe A - Renda ≥ R$ 11.262
10- Quais fatores influenciam na sua necessidade por Moradia ou Alojamento estudantil?
Transporte
Renda
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Dinâmica de veraneio no litoral
Condições de vida/ moradia
Situação familiar
Não se aplica
Outros…
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