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Campo Grande – MS
2021
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Campo Grande – MS
2021
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RESUMO
O objetivo do presente estudo é o de compreender as experiências vivenciadas por estudantes
de um curso de Ciências Contábeis de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) na
adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE) durante a pandemia do Covid-19. Para atingir
tal objetivo, propõe-se uma pesquisa de natureza qualitativa, com a construção dos dados feita
por meio de relatos de experiências escritos por estudantes do referido curso, de forma
voluntária. Para a análise dos relatos, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo (Bardin,
1977). (INSERIR AQUI OS PRINCIPAIS RESULTADOS ENCONTRADOS DE
FORMA RESUMIDA). O presente estudo visa contribuir com o cenário do modelo do ERE,
no que tange as discussões acerca da experiência de estudantes de uma IFES que já ofertou 3
semestres consecutivos nessa modalidade. Os dados construídos das perspectivas dos
respondentes geraram debates que podem aprimorar essa modalidade de ensino, bem como
criar insights para um possível Ensino Híbrido, em um futuro pós crise sanitária.
1 INTRODUÇÃO
A pandemia de COVID-19 foi declarada oficialmente como tal por Tedros Adhanom,
diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), em uma quarta-feira, 11 de março de
2020. Causou e ainda causa muitas perdas e dificuldades em todos os países, com milhões de
mortes ao redor do planeta, bem como a devastação econômica da maior parte das nações do
globo, algo que não havia acontecido neste século. Essa geração vivencia pela primeira vez
uma doença nessas proporções, sendo a última, a Gripe Espanhola, que se iniciou pela
mutação do vírus influenza, em que os primeiros casos foram nos Estados Unidos. A
pandemia da Gripe Espanhola aconteceu entre 1918 e 1919, deixando, no mínimo, 50
milhões de mortos (Goulart, 2005).
O Brasil, bem como qualquer outro país, não estava preparado para o colossal
problema e antes mesmo do vírus aparecer, o país já enfrentava dificuldades econômicas e
em vários setores há alguns anos, por conta da inflação que se instaurou em 2015, o que
levou a aumentar os gastos das famílias e o aumento da taxa de desemprego (Mendonça,
2018).
Na educação, o ensino público superior em particular, vinha sofrendo com cortes de
verba significativos antes da Pandemia, sobrevivendo com grandes dificuldades. (Oliveira,
2019). A pandemia também piorou a precariedade do ensino, trazendo fraquezas ao ensino
presencial, ao forçar a adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE). O ERE foi uma
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adaptação temporária que serviu como uma alternativa para que fosse possível a realização
de atividades de uma forma remota, que se não fosse pela pandemia, seria ministrada de
forma totalmente presencial ou híbrida (Valente, Moraes, Sanchez, Souza & Pacheco, 2020).
Por se tratar de uma mudança radical, muitos professores que não possuíam
familiaridades com a modalidade remota e ferramentas de ensino digital, sentiram
dificuldades para migrar o ensinamento do modo presencial para o remoto, porém os
docentes relatam que essa experiência de aprendizado de novas técnicas é desafiadora e
enriquecedora (Rondini, Pedro & Duarte, 2020).
Então, como problemática de pesquisa, podemos identificar que não há nenhum
contexto que não tenha sido afetado com o caos da pandemia. As universidades assim como
as demais instituições de ensino, buscam se adaptar em todas as áreas do conhecimento.
Professores precisaram de usar meios tecnológicos, alguns pela primeira vez, para poder
lecionar suas aulas de forma remota, fazendo com que saíssem de sua zona de conforto por
terem que fazer uma rápida transição para o ensino remoto sem o conhecimento de como
lidar com essas tecnologias educacionais.
Por conta dessa mudança drástica de realidade e rotina educacional, como muitos
dizem, “trocar o pneu com o carro em movimento”, buscou-se fazer um estudo dos impactos
dessa pandemia no ambiente de ensino, pela ótica dos estudantes que experienciaram essa
mudança no ensino.
Sabendo que a área de Ciências Sociais Aplicadas está voltada para as diversas
realidades humanas, e objetiva também analisar e interpretar relações sociais. É importante
então, tratar da percepção da maior problemática atual do mundo. Sendo a Ciência Contábil,
uma Ciência Social Aplicada, se debruça na relação de nossa sociedade e a esse respeito faz-
se a seguinte reflexão: Como foi a experiência de estudantes do curso de Ciências
Contábeis de uma IFES, com a adoção do Ensino Remoto Emergencial durante a
Pandemia?
Objetivando compreender as experiências vivenciadas por estudantes de um curso de
Ciências Contábeis de uma IFES na adoção do Ensino Remoto Emergencial. Especificamos
analisar as experiências dos estudantes, recebidas por meio dos relatos; categorizar as
análises, utilizando a técnica de Template (King, 2004) e identificar impactos, positivos e
negativos que, na percepção dos estudantes, foram mais fortes no processo de adoção do
Ensino Remoto Emergencial.
A importância do estudo é justificada, dado que a Ciência Contábil é uma Ciência
Social Aplicada, ela objetiva se envolver com os interesses dos seres humanos (Coliath,
2014). No âmbito educacional, a qualidade do ensino influencia diretamente a sociedade
(Dias & Pinto, 2019). Dito isso, o presente estudo buscará compreender o cenário que envolve
os impactos que a Covid-19 trouxe para o curso de Ciências Contábeis, olhando para as
experiências dos estudantes, no que envolve o Ambiente de Aprendizagem, as Relações com
colegas e professores, Desigualdades sociais, as Ferramentas (TICs) adotadas, entre outros.
É esperado contribuir para que mais alunos dessa e de outras áreas, sintam o interesse
para buscar entender e apontar as dificuldades e impulsionadores coletivos e individuais que a
pandemia causou no ensino superior durante esse período, para que seja possível visualizar os
problemas, soluções e semelhanças nas adversidades enfrentadas. Entender o impacto da
Covid-19 no ensino de Ciências Contábeis ajuda alunos e professores a identificar fraquezas e
obstáculos, gerando mais debates e assim criando soluções mais eficazes que consigam atingir
a todos (Neto et al., 2021).
Esse estudo é relevante por se tratar de um assunto atual dentro do maior foco mundial
que nos deparamos de várias formas todos os dias e que nos vemos com dificuldades de
conciliar todas essas mudanças que aconteceram de uma forma bem rápida. O tema se adere
perfeitamente a perspectiva da formatação do curso por justamente tratar do ensino remoto
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que tivemos que passar durante 2020 e 2021, as dificuldades e problemas que docentes e
discentes estão enfrentando e as consequências disso no futuro (Hodges, 2020).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Pandemia
Para prosseguir com o presente estudo, se faz necessário entender os estudos já feitos
sobre a temática. Assim, destacamos o estudo de Neto et al. (2021) que teve como objetivo
analisar a percepção dos discentes, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, em
relação a adaptação ao Ensino Remoto Emergencial (ERE), o estudo usou uma abordagem do
tipo quali-quantitativa, do tipo exploratória e descritiva, realizada por meio de um formulário
eletrônico, com perguntas objetivas e discursivas, que foram distribuídos para 42 acadêmicos
do curso. Com base nas respostas do formulário, se teve algumas respostas como, a maioria
dos discentes não assistiram a nenhum tutorial produzido pela instituição, grande parte deles
dizem não ter recebidos algum livro virtual ou periódico, muitos dos discentes se
desconcentram fácil e ocorre oscilação de internet e de que não é sempre que professores
fazem o uso de metodologia ativa.
Outro trabalho analisado foi a pesquisa de Médici, Tatto & Leão, 2020, feita buscando
verificar as percepções de estudantes mato-grossenses do Ensino Médio de diferentes redes de
ensino sobre as dificuldades dos alunos no processo do Ensino Remoto Emergencial. É uma
pesquisa descritiva e exploratória, feita em 2020 que envolveu 118 estudantes de escolas
públicas e privada de Querência, Mato Grosso. Foi utilizado um formulário eletrônico,
contendo 8 questões fechadas. De resultados importantes, podemos notar de que alunos de
escolas particulares se adaptaram mais facilmente ao ERE, enquanto os alunos de escola
pública tiveram mais dificuldades por falta de preparo dos professores.
Valorizamos também o estudo de Girardi (2021), ela avalia a forma que os docentes
do curso de Ciências Contábeis da UTFPR do Brasil e do ISCAP de Portugal, percebem do
uso de TIC no processo de Ensino Remoto Emergencial, a pesquisa usa de abordagem
qualitativa e quantitativa, submetendo um questionário aos docentes dessas universidades. Ao
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3 METODOLOGIA
Quadro 1
Perguntas direcionadoras do Relato de Experiência
QUESTÃO
Como foi, para você, receber a notícia de que em 17/março/2020 todas as aulas presenciais estavam
suspensas e seriam migradas para um formato remoto? Fale dos seus sentimentos naquele momento.
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Se você é ingressante 2021, conte sobre seus sentimentos ao realizar a matrícula e saber que as aulas
seriam remotas.
Relate como tem sido seus estudos na modalidade remota. Como são as aulas, quais metodologias você
2 se adaptou melhor, como você organiza seu tempo de estudo. Pode listar alguns benefícios das aulas
remotas? E malefícios (dificuldades)?
E como são as relações no formato remoto? Com professores, com colegas, com grupos de
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trabalho/estudo? Pode fazer um comparativo dessas relações no formato presencial e no remoto?
Como você avalia, na sua percepção, o impacto do ensino remoto na sua formação profissional
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contábil? Tem algum impacto positivo, negativo, é indiferente?
Analisando o cenário hoje em dia, após 3 semestres na modalidade remota, qual a sua opinião sobre a
5 adoção do ensino remoto emergencial? Foi a melhor escolha, talvez fosse melhor paralisar as aulas? E
sobre a forma como foi a adoção, você sentiu falta de alguma política/ação da UFMS ou do curso?
Como você imagina os impactos do ensino remoto no que tange ao seu processo de formação
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profissional em um futuro próximo?
Fonte: elaboração própria
solicitado à coordenação do curso que o faça via e-mail institucional e grupo de whatsapp.
Para análise dos dados, foi utilizado a técnica de análise de conteúdo (Bardin, 1977).
4 ANÁLISE DE DADOS
Figura 2
Gráfico: “Pergunta objetiva do Relato de Experiência: Essa é a sua primeira graduação?”
7.89%
.
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Em relação a faixa etária dos respondentes, 26 (68%) tem até 30 anos, 8 (21%) estão
entre 30 e 40 anos e 4 (11%) encontram-se acima dos 40 anos, sequenciados graficamente na
Figura 2.
Figura 2
Gráfico: “Faixa etária dos respondentes”
8
30
26
25
20
15
10 8
5 4
0
Até 30 Anos Entre 30 e 40 anos A partir de 40 anos
.
Fonte: dados da pesquisa (2021)
15; 39%
Sim, mas ele nã o é tã o
tranquilo assim
23; 61%
Sim, tenho um espaço
bastante tranquilo
.
Fonte: dados da pesquisa (2021)
seguinte: "O impacto é uma possível piora no profissional futuro da área, acredito eu que
dependerá muito de cada um de nós em se esforçar para melhorar nossos conhecimentos, hoje
a nossa formação é equiparada como a de medicina, onde para se manter no mercado você
necessita diariamente estar em busca do conhecimento" ele aponta ainda que os estudantes de
Ciências Contábeis precisam estar sempre se atualizando pois acontecem muitas mudanças na
área e que se intensificou nessa pandemia. A última questão também abordou se o ERE ou o
ensino híbrido deveria ser implementado definitivamente no curso de Ciências Contábeis.
Muitos respondentes alegaram que o ensino híbrido deveria ser implementado, porém, em
matérias mais teóricas, além de flexibilizar os horários, ajudando de alguma forma quem
trabalha ou faz estágio, como aponta o respondente 12: "Acho q o ensino híbrido seria muito
bom, matérias mais fáceis de se entender poderiam ser dadas on-line, e ainda tem o bônus de
ter mais controle do nosso tempo, de quando iremos assistir a aula gravada, ótimo para quem
está estagiando ou trabalhando enquanto estuda"
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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