Anais do I CoBICET - Trabalho completo

Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia

Evento online – 31 de agosto a 04 de setembro de 2020

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM UMA EDIFICAÇÃO EM LIGHT

STEEL FRAME1
Francisco Daniel de Oliveira Alves2,
Resumo: Um dos métodos que a construção civil vem adotando é o Light Steel Frame. Este
apresenta uma proposta de construção limpa, onde praticamente não se usa água no
processo, além de gerar poucos resíduos. O trabalho tem como objetivo realizar uma análise
de iluminação natural em uma residência por meio do software Revit®. Através das
simulações vimos que a residência possui uma boa iluminação natural e através das
estratégias adotadas e nos dados obtidos uma eficiência energética satisfatória.

Palavras-chave: Light Steel Frame; Iluminação natural; Eficiência energética;

termo eficiência energética em edificações e a

INTRODUÇÃO
O tema será desenvolvido através de uma análise da
eficiência energética em Uma residência unifamiliar
na cidade de Mossoró/RN, onde foi utilizada a técnica
da Estrutura de Aço Leve (em inglês, Light Steel
Frame - LSF) como sistema construtivo. Este é um
método de construção a seco constituído por uma
estrutura leve, estruturado por perfis de aço
galvanizado formados a frio. Composto por painéis
estruturais e não estruturais, vigas, pisos, treliças e
outros elementos projetados para suportar a carga da
edificação e trabalhar em conjunto com outros
subsistemas. Sobre os painéis, são fixadas placas de
fechamento internas e externas, isolamentos
termoacústicos e barreiras, gerando uma construção
com acabamento final excelente e semelhante ao
método convencional. O Light Steel Frame, é
considerado um sistema construtivo eficiente, isso
ocorre porque sendo industrializado se torna muito
rápido, além de ser sustentável e de alto desempenho.
Para manter a qualidade térmica no interior das
habitações estruturadas em aço, podem-se utilizar
diversos recursos de projeto, como os dispositivos de
proteção solar (brises e telas metálicas), elementos
arquitetônicos que melhorem as condições de
iluminação e ventilação natural, materiais isolantes,
dentre outros.
Frente a necessidade de atender o conforto térmico da
residência e ao meio ambiente que consiste em
verificar se as condições dos ambientes internos
atendem as exigências de conforto térmico de seus
usuários. Começaram a surgir estudos abrangendo o
identificação de alternativas de melhoria através de
simulações termo energética (SCHELLER,2015).
Para profissionais da construção civil que tenham por
objetivo adotar caminhos mais sustentáveis, a
plataforma BIM pode contribuir significativamente
para a aplicação direta dos conceitos de
sustentabilidade em projetos arquitetônicos. Isso
porque, com o uso de um modelo que passe por todas
as fases do ciclo de uma edificação, é possível chegar
à etapa final com o máximo aproveitamento das partes
da obra, ou ainda por exemplo, com a destinação final
de elementos construtivos para reciclagem.
Além disso, podem ser feitas várias simulações do
projeto durante o processo, como a simulação
energética, acústica e estrutural. É o chamado
interoperabilidade, na qual o autor Eastman et al.
(2014, p.65) diz que “representa a necessidade de
passar dados entre aplicações, permitindo que
múltiplos tipos de especialistas e aplicações
contribuam para o trabalho em questão”.
OBJETIVOS
Realizar uma análise da eficiência energética em uma
residência unifamiliar em Light Steel Frame (LSF)
através da plataforma BIM e promover possíveis
estratégias para melhoria, caso seja necessário.
MATERIAL E MÉTODOS
Tomaremos como ponto de partida a leitura dos
teóricos que tratam para técnicas de conforto e
construções sustentáveis, utilizaremos autores como
Lamberts (2004), Keller e Burque (2010), Cunha

1 Artigo Científico apresentado ao Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e

Tecnologia, em 2020.
2 Arquiteto e Urbanista pela Universidade Potiguar, em Mossoró/RN, Brasil, Especialista em

Iluminação e Conforto Ambiental, pela Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, em Mossoró/RN,
Brasil e Discente em Tecnologia em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, Mossoró/RN, Brasil. E-mail:
danieloliveira.arquitetura@gmail.com.
(2006) e Fuentes e Thomas (2009). E por fim
trataremos sobre o uso da plataforma BIM, para tanto
utilizaremos o autor Eastman et al. (2004).
Para a simulação, realizaremos uma análise de
iluminação natural por meio do plugin Lighting
Analysis no programa Revit® da Autodesk®, de uma
residência unifamiliar em Light Steel Frame. O
programa utiliza como critério de análise o selo LEED
v4 para cálculos de luminância que estarão entre 300
lux e 3.000 lux para 9h00 e 15h00, ambos no
equinócio de primavera (22/09).
Figura 1: Pontos para área de piso com luz natural:
cálculo de luminância
Fonte: https://www.gbcbrasil.org.br/wp-
content/uploads/2019/08/LEED_v4_BDC_10_01_14
_PT_3_24_17.pdf
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Arquiteto possui um papel fundamental na
utilização das novas técnicas, pois para Santiago
(2012, p.10), a utilização dos sistemas construtivos
diferenciados requer profissionais especializados,
projetos bem representados e integrados, minimizando
perdas, otimizando o tempo e obedecendo prazos.
Além disso podemos destacar que cada vez mais os
Arquitetos vêm se preocupando em realizar trabalhos
sustentáveis.
Tendo em vista os desgastes com o meio ambiente
ocasionado pelas ações das pessoas, tem se buscado
alternativas, através das novas tecnologias para
amenizar os desastres já causados ao mundo, através
de construções que tenham maior eficiência energética
e que agridam menos o meio ambiente. O debate em
questão nos insere na discussão sobre o termo
“Arquitetura Sustentável” que segundo Lamberts,
Dutra e Pereira (2013, p.22), surgiu a partir dos anos
90 como um meio de reconhecer na construção umas
das principais fontes de degradação dos recursos
ambientais e, principal fonte de renovação dos
mesmos.
Em muitos países, já existem construções que são
desenvolvidas a partir de conceitos sustentáveis, como
a arquitetura bioclimática, que utiliza elementos
arquitetônicos para aproveitar o clima local, visando
proporcionar conforto e poupar energia. Porém, nem
sempre construir uma casa sustentável significa ter
grandes tecnologias ou propostas inovadoras de
design e materiais, muitas vezes basta seguir os
conceitos mais básicos da arquitetura para se ter uma
edificação construída de forma rápida e com baixo
impacto ambiental. Gonçalves e Duarte (2010, p. 54)
nos diz que o desempenho ambiental da arquitetura
unido à eficiência energética dentro do conceito de
sustentabilidade, partindo da fase conceitual e do
partido arquitetônico, o projeto de um edifício deve
incluir o estudo dos seguintes tópicos:
(a) orientação solar e aos ventos;
(b) forma arquitetônica, arranjos espaciais,
zoneamento dos usos internos do edifício e geometria
dos espaços internos;
(c) características, condicionantes ambientais
(vegetação, corpos d'água, ruído, etc.) e tratamento
do entorno imediato;
(d) materiais da estrutura, das vedações internas e
externas, considerando desempenho térmico e cores;
(e) tratamento das fachadas e coberturas, de acordo
com a necessidade de proteção solar;
(f) áreas envidraçadas e de abertura, considerando a
proporção quanto à área de envoltória, o
posicionamento na fachada e o tipo do fechamento,
seja ele vazado, transparente ou translúcido;
(g) detalhamento das proteções solares considerando
tipo e dimensionamento;
(h) detalhamento das esquadrias.
Algumas estratégias bioclimáticas podem ser
implantadas nos projetos, buscando construções mais
sustentáveis e propor uma melhor eficiência
energética, levando em consideração as zonas
bioclimáticas 7 (Z7) onde o clima é quente e seco
durante a maior parte do ano, como é o caso da cidade
de Mossoró no Rio Grande do Norte.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas
Técnicas, através da NBR 15220:2003 – Desempenho
térmico de edificações, mostra algumas das estratégias
visando o conforto térmico: Sombreamento, inércia
térmica, resfriamento evaporativo, ventilação seletiva.
Apresenta também, estratégias para eficiência
energética: Iluminação natural e4artificial,
condicionamento de ar.
De acordo com Lamberts, Dutra e Pereira (2013,
p.22), “A eficiência energética pode ser entendida
como um atributo inerente à edificação representante
do seu potencial em possibilitar conforto térmico,
visual e acústico aos usuários com baixo consumo de
energia”. Com esse conceito, afirma-se que uma
edificação se torna mais eficiente energeticamente do
que outra, quando proporciona as mesmas condições
ambientais, consumindo menos energia.
Deve-se ainda verificar o desempenho da edificação,
levando em consideração a vida útil para os principais
elementos, conforme a Associação Brasileira de
Normas Técnicas, através da NBR 15.575:2013 –
Edificações habitacionais – Desempenho, na qual está
dividida em seis partes, a primeira tratando dos
quesitos gerais e as outras cinco referentes aos
sistemas que compõem a edificação como (estruturas,
pisos, coberturas, vedações, instalações
hidrossanitárias). Na norma, são apresentados os
conceitos de vida útil do projeto, definição de
responsabilidades e parâmetros de desempenho
mínimo, intermediário e superior, associando a
qualidade de produtos ao resultado que eles conferem
ao consumidor, através de instruções claras de como
realizar essa avaliação.
Ainda falando sobre novas tecnologias construtivas, Figura 02: Temperatura local
quando aliadas a novos métodos projetuais, Fonte: Projetee
contribuem para a melhoria do ambiente construído na
área de eficiência energética, desempenho térmico e
impactos ambientais (FREIRE, M.; AMORIM, A.,
2011).
SIMULAÇÕES DO PROJETO
Para a simulação foi analisada uma residência
unifamiliar em Light Steel Frame, esse método
construtivo por sua vez, visa uma melhor eficiência no
conforto térmico e acústico. Buscou-se ainda o
aproveitamento máximo de iluminação e ventilação
natural, como também elementos da arquitetura
bioclimática para melhorar o conforto, além de Figura 03: Chuvas
elementos para uma arquitetura mais sustentável e Fonte: Projetee
ecologicamente correta.
No projeto foram observadas as condições climáticas
da região, para o melhor aproveitamento da energia
solar, ventos e águas pluviais. A otimização dos
espaços, a forma e o conforto dos ambientes,
pretendem contribuir com o desenvolvimento
intelectual e produtivo dos usuários, usufruindo, para
tanto, de todos os métodos construtivos atuais.
CONDICIONANTES FÍSICOS E AMBIENTAIS
De acordo com dados obtidos através do site da
Prefeitura Municipal de Mossoró, o clima da região foi
definido em pesquisa desenvolvida pela equipe do
IDEMA em 2008. Foi constatado que “o clima é muito Figura 04: Rosa dos ventos (Dia)
quente e semiárido. O período chuvoso vai de Fonte: Projetee
fevereiro a abril. Em média, a temperatura é de 27,4
°C, atingindo 36,0 °C e 21,0 °C, máxima e mínima,
respectivamente. A umidade relativa foi verificada em
70%”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET), a temperatura mínima registrada em
Mossoró foi de 8,9°C, ocorrida no dia 21 de julho de
1981. Já a máxima foi de 39,4°C, observada dia 16 de
dezembro de 1974. Os ventos predominantes para a
região são provenientes do Nordeste durante o dia e ao
Leste durante a noite.

Figura 05: Rosa dos ventos (Noite)

Fonte: Projetee
 ESTUDO DE INSOLAÇÃO Tabela 1. Análise solar realizado no Autodesk Revit
LEED v4 EQc7 opt2
Nesta etapa foram desenvolvidas simulações
ambientais da luz natural utilizando o próprio software 9 a.m.: 47% e 15 p.m.: 50% dos pontos que estão entre 300-3000 lux
Revit® da Autodesk. A princípio foi informado ao Valore solares (W/m2): 22/09 9am GHI: 433, DNI: 605, DHI: 87 - 22/09 15pm
software as coordenadas onde está localizada a 3 GHI: 366, DNI: 553, DHI: 84
Área
edificação, como a latitude, longitude e a direção do total
Nome Resultados 9 a.m. Resultados 15 p.m.
norte geográfico. A partir disto, foi solicitado uma do
piso
análise solar para verificar a eficiência energética da Início Meio Fim Início Meio Fim
edificação através da iluminação natural. Á
Áre Áre Áre
% Área % re % % % Área %
a a a
Essa análise foi feita através do plugin “Lighting a
PAVI
Analysis”, onde é possível realizar o estudo de MENT
109 73 1 17 19 78 2
insolação com base na certificação LEED – O
m²
67
m² 6 m²
17
m²
72
m²
8 9 m² 20
m²
SUPE
Leadership in Energy and Environmental Design RIOR
(Liderança em Energia e Design Ambiental), este é um TERR 239 914 5
11
30 95 108 37
38 9 13 39 45 15
selo de certificação de projetos que atendem uma série EO m² m² 0
m²
m² m² m² m²
de requisitos sustentáveis. O estudo do caminho do sol
e sombreamento foram realizados no equinócio de
primavera (22 de setembro de 2020). Os horários
utilizados para a simulação estão entre às 9h00e
15h00.

Figura 07: Análise solar Pav. Térreo (09am e 15pm)

Figura 06: Configuração Lighting Analysis no

Revit®
O programa nos dá uma análise completa da qualidade
dos ambientes interiores com luz natural, baseada na
certificação LEED. Os dados obtidos pelo software
estão descritos abaixo:

Figura 08: Análise solar Pav. Superior (09am e

15pm)
Através dos gráficos apresentados na análise solar,
realizados no Revit®, mostram que a maior parte dos
ambientes internos, cujo os valores de iluminância
estão entre 300 e 3.000 lux, estão de acordo com as
especificações do LEED v4.
 Figura 09: Fachada frontal (09am)
Figura 10: Fachada frontal (15pm)
Figura 11: Fachada lateral direita (09am)
Figura 12: Fachada lateral direita (15pm)
Figura 13: Fachada lateral esquerda (09am)
Figura 14: Fachada lateral esquerda (15pm)
3 É um dispositivo arquitetônico utilizado para impedir a incidência direta de radiação solar nos
interiores de um edifício, de forma a evitar a manifestação de um calor excessivo. (Wikipédia).
Figura 15: Fachada posterior (09am)
Figura 16: Fachada posterior (15pm)
A partir do estudo solar, realizado através do Revit®,
de acordo com o equinócio de primavera, pudemos
verificar que, entre 09 horas da manhã e 15 horas da
tarde, período em que os raios solares estão mais
fortes, as fachadas lateral esquerda e posterior são as
que recebem maior incidência de sombra no período
da manhã. Já as fachadas lateral direita e frontal
recebem o sol da manhã e foram adorados o uso de
brises como forma de sombreamento.
À tarde as fachadas frontal e lateral direita, ficam
sombreadas e as fachadas posterior e lateral esquerda
recebem o sol da tarde e foram utilizados brises,
caramanchão e molduras nas esquadrias, para
promover o sombreamento.
SOLUÇÕES AMBIENTAIS
Foram adotadas algumas soluções para melhorar o
conforto térmico da edificação, como o uso de brises,
molduras nas esquadrias, uso de vidros insulados com
tratamento térmico e acústico, caramanchão, telhas
termoacústicas pintadas na cor branca, entre outras.
Na fachada posterior para a cobertura da área gourmet,
foi utilizada cobertura com vidro habitat reflexivo,
laminado e temperado na cor cinza, onde é um vidro
que reduz em até 99% os raios UV, além de possuir
alta resistência e para melhorar o conforto térmico nos
períodos mais quentes do dia e foi implantado toldo
articulado com blackout sob a cobertura, este será
controlado por controle remoto. Para a proteção da
área técnica, foi utilizado painel muxarabi como brise-
soleil 3para a proteção do ambiente, fazendo
sombreamento e permitindo a ventilação dos
equipamentos que serão instalados.
Ainda na área de lazer, próximo a piscina, foi instalado
um caramanchão com ripado de madeira na região
posterior e lateral direita, que receberá maior
insolação na parte da tarde.
Na fachada frontal, localizada à nascente e de maior
incidência dos ventos predominantes durante o dia, foi
utilizado uma pele de vidro insulado duplo da linha
habitat reflexivo e laminado na cor cinza da Cebrace.
Para ajudar no sombreamento e controlar a entrada de
luz natural, foi colocado brises verticais, em madeira
com tratamento especial, para impermeabilização e
proteção solar, dispostos horizontalmente a cada
0,95cm de altura. O elemento para sombreamento
(brise) de toda a extensão da fachada lateral direita e
parte da fachada frontal é constituído pelo mesmo
material e também possui função de sombreamento.
Em todas as janelas da edificação serão colocadas
molduras em concreto, com 0,20cm de espessura e
pintadas na cor branco, para melhorar o
sombreamento. Algumas técnicas sustentáveis foram
utilizadas na edificação, como descrito abaixo:
Na fachada da residência à nascente, foi utilizado o
vidro insulado4 duplo, da linha habitat refletivo cinza,
de alta proteção solar, com 8mm (dois vidros
laminados de 4mm (monolítico temperado 2mm +
monolítico temperado 2mm). O sistema de vidro foi
escolhido após estudo com as mais novas tecnologias
e realizado simulações no site da Cebrace.
Com design diferenciado, versatilidade, modernidade
e estética, os vidros Habitat valorizam o projeto e
deixam a residência mais bonita, podendo ser usados
na versão neutras ou refletivas, além de poderem ser
aplicados laminado, temperado, serigrafado e duplo.
Figura 17: Calculo de espessura de vidro
Fonte:
http://www.cebrace.com.br/#!/simulador/calculo-de-
espessura
4
O vidro Insulado é insuperável quando a intenção é aproveitar ao máximo a luz natural, com
bloqueio do calor proveniente da radiação solar. Também proporciona grande conforto acústico, com
maior bloqueio do som. Trata-se de um sistema de duplo envidraçamento, com o benefício da camada
interna de ar desidratado. Disponível em: http://www.divinalvidros.com.br/produtos/duplo-insulado/.
Acesso em: 26 de set. de 2017.
De acordo com as especificações encontradas, pode-
se verificar que é um vidro semelhante ao vidro
comum, aproveitando a luz natural e integrando os
ambientes externos e internos. O vidro possui um
aspecto espelhado, oferecendo privacidade, pois inibe
a visão de fora para dentro durante o dia, sem
prejudicar a visibilidade no interior do ambiente.
De acordo com o site da Cebrace (2020), os vidros da
linha habitat, reduzem de 30 a 70% a entrada do calor
para dentro do ambiente, ou seja, diminuem em até 10
graus a temperatura interna, mantendo o interior da
residência mais fresco e confortável em todas as
épocas do ano. Barram em até 99% os raios UV, que
são prejudiciais a pele e responsáveis pelo
desbotamento dos materiais como móveis, tecidos,
tapetes e objetos. São responsáveis por uma redução
no consumo de energia e de luz artificial, com mais
luz e menos calor, gerando economia de 15 a 30% na
conta de energia elétrica.
Tabela 2. Desempenho
Vidro habitat refletivo cinza
Espessura 6 mm / 8 mm
Fatores Luminosos
Transmissão luminosa % 20 / 20
Reflexão Externa % 32 / 32
Reflexão interna % 27 / 27
Fatores energéticos
Fator solar (SF) 0,29 / 0,29
Valor U W (m²K) 5,2 / 5,1
Fonte: Cebrace, 2020
CONCLUSÃO
Para este trabalho, tínhamos como foco principal
realizar simulações em uma residência unifamiliar em
Light Steel Frame na cidade de Mossoró/RN. E com a
tecnologia BIM, através do plugin Insight no Software
Revit® poder realizar simulação de iluminação
natural visando identificar se as estratégias adotadas
no projeto para melhorar o conforto e a eficiência
energética da edificação eram eficientes.
A partir disto, estudamos o método Light Steel Frame,
baseados nos referenciais teóricos e constatamos as
suas vantagens e desvantagens para a construção.
Confirmamos que os fatores positivos, relacionados a
esse método construtivo, se sobressaem aos negativos
sendo um método eficaz e de rápida execução.
O uso de software para análise de desempenho térmico
de edificações traz muitos benefícios quando
comparado ao método simples de medição in loco. O
uso do software, consegue levar em consideração a
influência climática em longos períodos, permite a
análise de diversos materiais em curto espaço de <http://www.prefeiturademossoro.com.br/mossor
tempo, são usados muitos parâmetros como dados de o/geografia/>. Acesso em: 17 mar. 2020.
entrada e consequentemente apresenta resultados
KELLER, Marian; BURKE, Bill. Fundamentos de
muito mais detalhados e fidedignos.
Projeto de Edificações Sustentáveis. Porto
Por fim, acreditamos com base no que foi apresentado, Alegre, Rs: Bookman, 2010. 362 p. Tradução
que a residência em estudo possui uma boa iluminação técnica: Alexandre Salvaterra.
natural, também podemos verificar através das
LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA,
estratégias adotadas e nos dados obtidos uma
Fernando O.R. Eficiência Energética na
eficiência energética satisfatória e está dentro das
Arquitetura. 2. ed. São Paulo, Spp.: Prolivros,
possibilidades espaciais, temporais e financeiras dos
2004. 192 p. Ilustrações: Luciano Dutra.
pesquisadores, bem como a metodologia e referencial
teórico se encontram bem delineados. PREFEITURA MUNICIPAL DE MOSSORÓ.
Geografia. Disponível em: <
REFERÊNCIAS
http://www.prefeiturademossoro.com.br/mossoro/
ANALYSIS 1.5. Disponível em geografia/>. Acesso em: 17 mar. 2020.
<http://www.labeee.ufsc.br>. Acesso em 27 de
SANTIAGO, A.K.; FREITAS, A.M.S.; CASTRO,
mar. 2020.
C.M. Steel Framing: Arquitetura. Rio de Janeiro:
CEBRACE. Simulador: Calculo solar. Disponível Instituto Aço Brasil / CBCA, 2012.
em Prefeitura Municipal de Mossoró. Geografia.
GONÇALVES, Joana Carla Soares; DUARTE,
Disponível em:
Denise Helena Silva. Arquitetura sustentável:
<http://www.cebrace.com.br/#!/simulador/calculo
uma integração entre ambiente, projeto e
-solar>. Acesso em: 17 mar. 2020.
tecnologia em experiências de pesquisa, prática e
CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM ensino. Ambiente Construído, Porto Alegre, v.6,
AÇO (Org.). Construção em aço: Vantagens. n.4, p.51-81 out./dez. 2006.
Disponível em: <http://www.cbca-
acobrasil.org.br/site/construcao-em-aco-
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CUNHA, Eduardo Grala da (Org.). Elementos de
Arquitetura de Climatização Natural. 2. ed.
Porto Alegre, Rs: Masquatro, 2006. 188p.
EASTMAN, Chuck; TELCHOLZ, Paul; SACKS,
Rafael; LISTON, Kathleen. Manual de BIM: Um
guia de modelagem da informação da construção
para arquitetos, engenheiros, gerentes,
construtores e incorporadores. Porto Alegre, Rs:
Bookman, 2014. 483 p. Título original: BIM
Habdbook: A Guide to Building Information
Modeling for Owners, Managers, Designs,
Engineers and Contractors.
FRANSOZO, Hélder Luíz. Avaliação de desempenho
térmico de habitações de baixo custo estruturadas
em aço. 2003. 191 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Escola de Minas,
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto,
2003.
FUENTES, Manuel; THOMAS, Stephanie.
Ecohouse: A casa ambientalmente sustentável. 3.
ed. Porto Alegre, Rs: Bookman, 2009. 488 p.
Tradução de Alexandre Salvaterra.
FREIRE, M.R.; AMORIM, A.L. A abordagem BIM
como contribuição para a eficiência energética
no ambiente construído. TIC- 2011. Encontro de
Tecnologia de Informação e Comunicação na
Construção. Salvador, 2011.
INMET. Geografia. Disponível em Prefeitura
Municipal de Mossoró. Geografia. Disponível em: