DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO PARA ESPECIFICAÇÃO DE
CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS DE COMPONENTES DE A PARTIR
DE DADOS DO CLIMA 
Autor: Joana Sanagiotto Pastre
Orientador: Leandro Carlos Fernandes.
Palavras-Chave: Resistência Térmica, Massa Térmica, Simulação, Conforto Ambiental.
1 Introdução
O desempenho térmico das edificações é um tema muito
debatido atualmente. No entanto, esse debate ainda não
resultou em uma cultura projetual, com práticas de projeto
disseminadas e voltadas para a melhoria da qualidade das
edificações brasileiras. Uma das barreiras para o
estabelecimento dessas práticas de projeto é a falta de
informações claras e de fácil acesso, embora existam
estudos de grande relevância sobre o assunto. O Brasil, que
possui um território vasto e diverso, é composto por várias
zonas bioclimáticas que em teoria devem nortear a
elaboração de projetos de acordo com as demandas locais.
Apesar disso, o que realmente acontece são métodos
construtivos semelhantes em todo o território nacional,
resultando, em muitos casos, em edificações com baixo
desempenho térmico.
2 Objetivo Geral
Este projeto propõe uma pesquisa para elaborar um método
alternativo, mais acessível que os existentes, para
especificar as propriedades térmicas das paredes internas
(capacidade térmica) e externas (capacidade térmica e
resistência térmica) a partir de dados do clima de uma
região.
2.1 Objetivos específicos
a) Identificar quais os processos e materiais que podem
melhorar a resistência térmica de uma edificação.
b) Simular diferentes materiais com o objetivo de alcançar
o melhor desempenho para a edificação.
c) Comparar resultados afim de propor a melhor forma de
execução para o local onde a edificação está inserida.
3 Justificativa
O projeto arquitetônico deve ser concebido com um mínimo
de conforto ambiental, o Brasil segundo a Norma NRB
15220-3 foi dividido em oito zonas bioclimáticas diferentes
definidas de acordo com o clima e com a necessidade
humana de conforto (ABNT 2005). Tal diversidade gera um
modelo de projeto diferente em cada região bioclimática que
nos força em teoria, a utilizar estratégias de projeto distintas
para cada região. Atualmente o que a realidade apresenta é
muito distante do ideal de projeto, as edificações são
projetadas com as mesmas características e materiais em
1
zonas bioclimáticas completamente diferentes, originando
ambientes sem nenhum tipo de conforto ambiental.
Percebe-se também que os estudos voltados para o
desempenho térmico de materiais até hoje publicados
possuem foco em uma estratégia ou região específica,
deixando muitas lacunas para a ampla variedade de
temperaturas e clima que o Brasil possui.
Para suprir a deficiência de informações claras e de fácil
execução este trabalho irá propor uma metodologia de projeto
e sugestão de materiais para os profissionais de arquitetura,
engenharia e áreas correlatadas possam de forma simples
identificar e executar estratégias de projeto de acordo com o
local onde o projeto está inserido, medindo, testando a
capacidade térmica e determinando uma variedade de
materiais que irão auxiliar na execução destes projetos.
4 Revisão da Literatura
O conforto térmico de acordo com Lamberts (2016 p. 6), “se
refere ao estado mental que expressa a satisfação do homem
com o ambiente térmico que o circunda”.
Lamberts também destaca que o estudo do conforto térmico
tem como objetivo analisar e estabelecer condições para a
criação de ambientes termicamente confortáveis e também a
elaboração de métodos para melhores analises térmicas.
LAMBERTS, 2016)
Atualmente algumas normas são utilizadas para nortear os
estudos em conforto térmico de ambientes. A NBR 15575
Partes 1, 2, 3, 4, 5 e 6, trata do desempenho térmico de
alguns elementos de edificações como pisos, cobertura,
vedações, entre outros. Ela foca nos requisitos dos usuários e
seus sistemas, seu comportamento durante o uso, também
estabelece o desempenho pensado por meio da definição de
requisitos, critérios e métodos de avaliação que permitem a
mensuração do seu atendimento. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013).
A NBR 15520-3 Zoneamento bioclimático brasileiro e
diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de
interesse social, é uma das principais normas a serem
consideradas para este trabalho, é importante ressaltar que
esta norma está em revisão, também estabelece
recomendações quanto ao desempenho térmico em fase de
projeto, assim como a divisão do zoneamento bioclimático
brasileiro, recomendações e diretrizes construtivas.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2005).
Grigoletti, aponta em seu estudo sobre desempenho
higrotérmico em habitações de interesse social, que é muito
importante o desenvolvimento do processo de projeto em
etapas para a implementação de melhorias e diretrizes de
melhoramento de conforto térmico e também que a inércia
térmica é um dos requisitos mais importantes a serem
avaliados em uma edificação, bem como orientação solar e Junho x
ventilação. (GRIGOLETTI, 2010) Julho x
Agosto x
Setembro x
5 Metodologia
Outubro x
Os métodos que serão utilizados para desenvolver o Novembro
trabalho são: Dezembro

a) Pesquisa bibliográfica e elaboração de referencial

teórico.

b) Realizar a execução de um protótipo de ambiente para

Referências
a realização de testes com diferentes materiais e
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
abordagens de execução.
TÉCNICAS. NBR 15220-3: Desempenho térmico de
c) Simulação de materiais e de composição de materiais edificações Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e
a fim de determinar a resistência/capacidade térmica. diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de
interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 23 p.
d) Análise e comparação dos dados obtidos através dos
testes com o protótipo. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR-15575-1: Edifi cações habitacionais —
e) Elaboração de diretrizes de projeto com base nos Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro:
resultados obtidos. ABNT, 2013. 42 p.
GRIGOLETTI, Giane de Campos; SATTLER, Miguel
6 Resultados esperados Aloysio. Método de avaliação global de desempenho
higrotérmico de habitações de interesse social para Porto
Ao final deste trabalho são esperados resultados que Alegre - RS - Brasil. Ambiente Construído v. 10, n. 2, p.
facilitem a especificação da resistência e capacidade térmica 101–114 , 2010.
para edificações residenciais em função do clima. Através
LAMBERTS, Roberto et al. Desempenho Térmico de
da simulação é estimado encontrar materiais com melhor
Edificações. Florianópolis: LABEEE, 2016.
desempenho, isolamento e capacidade térmica para
execução de edificações, melhorando fatores como
flutuação e massa térmica. Com isso os projetistas e
executores poderão aprimorar seus processos consolidando
as estratégias propostas neste trabalho na prática.

7 Cronograma
Tabela 1 – Cronograma

Atividade a b c d e
2022
Janeiro
Fevereiro
Março x
Abril x
Maio x
Junho x
Julho x
Agosto x
Setembro x
Outubro x
Novembro x
Dezembro x
2023
Janeiro x
Fevereiro x
Março x
Abril x
Maio x