Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Formato
Coloque
todos
os
itens
pedidos
dentro
de
um
único
arquivo
com
a
formatação
definitiva,
o
que
inclui
capa
e
estrutura.
A
cada
semana,
apresente
uma
nova
versão
deste
arquivo.
Entregue
seu
documento
em
formato
facilmente
editável,
o
que
significa
comumente
MS
Word
(e
não
.pdf)
pois
o
documento
feito
a
cada
semana
ainda
passa
por
diversas
modificações.
As-‐
sim,
o
projeto
completo,
o
volume
para
qualificação
e
a
dissertação,
e
artigos
escritos
ao
longo
do
mestrado.
É
pretensioso
achar
que
não,
pois
a
visão
sobre
pesquisa
é
compartilhada
ao
me-‐
nos
com
a
pessoa
encarregada
de
orientar
você.
Faça
a
postagem
na
equipe
criada
no
sistema
Microsoft
Teams,
adotado
recentemente
pela
UFPR
como
plataforma
padrão.
A
plataforma
Google
Classroom
não
será
mais
usada.
Quando
concluir
e
for
entregar
exemplares
à
banca,
pergunte
a
cada
avaliador(a)
se
faz
ques-‐
tão
de
exemplar
impresso.
É
seu
dever
entregar
isto,
de
forma
a
facilitar
a
leitura
e
a
manifes-‐
tação
das
pessoas
da
banca,
em
especial
as
de
fora
do
PPGECC.
Prepare-‐se
para,
depois
da
defe-‐
sa,
receber
os
exemplares
de
volta
com
muitas
orelhas
nas
páginas,
post-‐it,
ou
mesmo
rabiscos.
O
ato
de
construção
de
conhecimento
é,
em
si,
antinatural
e
audacioso,
e
os
cientistas
-‐
diferen-‐
te
de
padres
ou
pastores,
que
não
abrem
espaço,
ou
ainda
de
jornalistas,
que
não
dão
sossego
-‐
se
expõem
sistematicamente
à
crítica
dos
colegas.
Ainda
mais
é
necessária
esta
exposição
quem
está
iniciando
sua
formação
para
a
atividade
na
ciência.
2. Estrutura
Observe
a
estrutura
pedida
com
capítulos
1
e
2,
e
este
último
com
uma
subdivisão
a
partir
de
2.1
Referencial
teórico
e
2.2
Estado
da
arte.
Adapte
seu
conteúdo
a
esta
estrutura
que
é
padrão
na
disciplina,
e
não
o
contrário.
Não
inove
no
formato.
Inicie
cada
novo
título
ou
subtítulo
com
texto.
O
que
aparece
no
Quadro
1
é
aceitável
somente
porque
foi
pedida
uma
estrutura
para
um
texto
ainda
incompleto.
Na
versão
definitiva,
debaixo
de
cada
título
ou
subtítulo
deve
haver
texto.
2.
REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
2.1
Referencial
teórico
2.1.2
Estudos
pioneiros
Quadro
1
-‐
estrutura
com
texto
ainda
incompleto
3. Referências
bibliográficas
Inicio
falando
do
aspecto
menos
relevante
(o
formato)
para
depois
passar
para
o
mais
relevan-‐
te
(a
pertinência
da
citação).
3.1
Forma
Apresento
a
seguir
uma
citação
errada
e
variações.
As
duas
últimas
formas
são
corretas.
FARRAG
et
at.
(1993)
menciona
falhas
no
método.
FARRAG
et
al.
(1993)
menciona
falhas
no
método.
FARRAG
et
al.
(1993),
mencionam
falhas
no
método.
FARRAG
et
al.
(1993)
mencionam
falhas
no
método.
Correta
também
é
a
citação:
Zhang
et
al.
(2018)
destacaram
que
a
utilização
de
fibras
de
aço
no
interior
do
concreto
pode
aumentar
sua
resistência
à
flexão
Ou:
Zhang
et
al.
(2018)
destacaram
que
a
utilização
de
fibras
de
aço
no
interior
do
concreto
pode
aumentar
sua
resistência
à
flexão
Ou
ainda:
A
utilização
de
fibras
de
aço
no
interior
do
concreto
pode
aumentar
sua
resistência
à
flexão
(ZHANG
et
al.,
2018)
Note
que
nas
normas
publicadas
pelo
sistema
de
bibliotecas
da
UFPR,
estranhamente,
se
reco-‐
menda:
-‐
uso
de
maiúsculas
fora
do
parêntesis
-‐
ponto
final
antes
de
abrir
parêntesis.
O
primeiro
exemplo
seria
redigido,
portanto,
assim:
há
falhas
no
método.
(FARRAG
et
al.
1993).
Tal
redação
tem
gerado
estranheza
entre
professores
da
instituição,
pois
além
de
contrastar
com
a
prática,
fere
regras
de
pontuação
do
Português,
do
Inglês
ou
de
vários
outros
idiomas.
Não
recomendo
adotá-‐las.
3.2
Pertinência
Ao
citar
trabalhos
recentes,
relacionados
como
estado
da
arte,
é
fácil
em
cada
obra
identificar
qual
a
contribuição
para
o
campo
de
estudo.
Isto
não
significa
que
tudo
o
que
figure
num
artigo
novo
possa
ser
citado
e
atribuído
a
quem
o
escreveu.
Caso
conste
num
artigo
novo
de
Tapanovics
(2020)
que
"força
é
igual
ao
produto
de
massa
por
aceleração",
e
você
considere
isto
relevante,
não
irá
reproduzir
tal
trecho
em
sua
dissertação
e
atribuir
autoria
ao
autor
do
artigo,
mas
irá
continuar
a
sua
busca
no
passado
até
chegar,
prova-‐
velmente,
em
Isaac
Newton,
o
autor
da
proposição.
Não
mencione
quem
não
se
tiver
detido
por
tempo
razoavelmente
longo
no
estudo
do
assunto
como
problema
de
pesquisa.
Tampouco
se
impressione
com
o
fato
de
alguma
equipe
de
cientistas
ser
frequentemente
citada
-‐
desconfie
se
tratar
um
fenômeno
social,
mais
do
que
o
impacto
de
sua
obra.
Os
fatores
de
im-‐
pacto
são
uma
maneira
de
avaliar
a
relevância
de
cada
artigo,
porém
se
apoiam
no
frágil
racio-‐
cínio
de
que
o
mais
citado
é
o
mais
impactante.
Há
diversas
histórias
de
fraude
na
ciência,
de
compra
de
prestígio,
as
famosas
e
as
veladas.
Considere
que
tais
fatos
estão
mais
próximos
de
si
do
que
alguém
de
boa
fé
possa
imaginar.
4.1
Crase
A
crase
é
a
contração
de
duas
vogais
idênticas,
sendo
uma
preposição,
e
a
outra
parte
do
artigo
feminino
a
ou
as,
ou
ainda
os
relativos
àquele,
aquela,
aqueles,
aquelas.
Uma
explanação
do
as-‐
sunto
seria
extensa.
Comumente
se
esclarece
se
há
crase
ao
trocar
o
substantivo
por
outro,
equivalente
em
significado,
que
seja
do
gênero
masculino.
largura variando de 150 cm à 300 cm: duplamente errado: palavra masculina e desprovida de artigo
Vou
à
Bahia
(eu
me
refiro
ao
estado
como
a
Bahia
e
não
somente
Bahia,
pois
não
é
uma
baía)
Vou
ao
Canadá
(eu
me
refiro
ao
país
como
o
Canadá
e
não
somente
Canadá)
Vou
a
Curitiba
(eu
me
refiro
à
cidade
como
Curitiba
e
não
a
Curitiba)
Vou
a
Diamantina
(eu
me
refiro
à
cidade
como
Diamantina
e
não
a
Diamantina)
A
razão
desta
diferença
está
em
parte
na
origem,
mas
principalmente
no
uso.
A
constatação
que
eu
faço
é
que
perto
de
metade
do
corpo
discente
escreve
seu
texto
e,
depois,
abre
uma
caixinha
de
crases
e
a
despeja
no
texto,
como
quem
põe
pimenta
do
reino
na
comida.
É
uma
pena,
pois
a
perfeição
no
uso
da
crase,
no
uso
do
idioma
de
maneira
geral
confere
muita
credibilidade
ao
trabalho
científico.
Prefiro,
de
novo,
recomendar
leitura
atenta
do
que
estender
a
explicação.
4.2
Vírgula
Este
sinal
de
pontuação
afeta
de
modo
bastante
sensível
o
significado
do
texto.
Há
vírgulas
obrigatórias
e
outras
opcionais.
Existe
um
hábito
dos
juristas
de
inserir
todas
as
vírgulas
opci-‐
onais
e
mais
algumas
que
inexistem
-‐
possivelmente
como
sinalização
de
pausa
na
leitura
em
voz
alta.
Recentemente,
um
ministro
do
STF
publicou
uma
instrução
com
vírgula
visivelmente
equivocada
(a
segunda):
Cumpre
advertir
que,
se
as
testemunhas
que
dispõem
da
prerrogativa
fundada
no
art.
221
do
CPP,
deixarem
de
comparecer,
sem
justa
causa,
na
data
por
elas
previamente
ajustada
com
a
autori-‐
dade
da
polícia
federal,
perderão
tal
prerrogativa
e
(...)
Apesar
de
se
tratar
de
um
sujeito
longo,
é
equivocada
a
primeira
vírgula:
Tanto
o
estudo
do
cálculo
diferencial
tradicional
quanto
o
do
cálculo
fracionário,
estão
associa-‐
dos
ao
conhecimento
das
suas
respectivas
funções,
suas
definições,
propriedades
e
característi-‐
cas.
Use
aposto
(explicação
entre
vírgulas)
para
facilitar
a
leitura;
mas
jamais
esqueça
a
segunda
vírgula,
deixando
com
que
separe
o
sujeito
do
predicado:
De
acordo
com
o
Relatório
Anual
de
Produtos
Florestais
elaborado
por
Clark
et
al.
(2012),
e
apre-‐
sentado
à
FAO
-‐
Organização
das
Nações
Unidas
para
Alimentação
e
Agricultura,
os
painéis
de
CLT
e
DLT,
foram
considerados
como
grandes
inovações
para
o
setor
da
construção
civil,
pois
possibilitam
a
execução
de
grandes
edificações
em
madeira
massiva.
Não
se
justifica
a
vírgula
antes
de
"foram".
Porém,
não
transforme
em
aposto
(separando
por
vírgulas)
informação
essencial
do
substanti-‐
vo:
É
importante
ressaltar
que
a
maioria
dos
artigos,
que
tratam
de
cálculo
fracionário
e
suas
aplica-‐
ções,
contam
essas
derivadas,
entretanto,
eles
contrastam
seu
modelo
utilizando
uma
abordagem
numérica
baseada
em
um
número
finito
de
termos
das
séries
que
definem
a
derivada
de
Grünwald-‐Letnikov
(ORTIGUEIRA,
2011).
Não
cabe
a
coordenação
por
vírgulas
de
orações
com
sujeitos
bem
distintos
ou
ações
bem
dis-‐
tintas,
ou
ambos.
Há
uma
separação
natural
de
ideias
que
a
pontuação
pode
expressar.
Não
for-‐
ce
a
união
com
vírgulas.
Use
períodos
distintos.
Relaciono
exemplos
de
trechos
em
que
se
co-‐
mete
este
erro,
mostrando
como
é
comum.
Leis constitutivas são, conforme Lai, Rubin e Kremp (2009), utilizadas para definir materiais ideali-
zados, esses, representam os principais aspectos do comportamento mecânico de materiais reais.
Perceba-se que mudou o sujeito. Neste caso, a coordenação por subordinação seria feita pela conjun-
ção que:
Leis constitutivas são, conforme Lai, Rubin e Kremp (2009), utilizadas para definir materiais ideali-
zados, que representam os principais aspectos do comportamento mecânico de materiais reais.
No
modelo
BIM
deixa
de
existir
um
desenho
que
representa
a
edificação
e
passa-‐se
a
ter
a
cons-‐
trução
virtual
do
modelo,
isso
acontece
devido
a...
A
categoria
final
de
modelo
descrita
por
Esposito
e
Hendrix
(2019)
são
os
baseados
em
modelos
reação-‐difusão
a
nível
de
produto
de
reação,
visam
simular
o
processo
químico,
a
formação
dos
produtos
de
reação
e
sua
expansão.
Segundo
SOTAYO
et.al.
(2019),
é
crescente
o
incentivo
à
pesquisa
e
ao
aprimoramento
desse
sis-‐
tema
construtivo
fabricado
inteiramente
em
madeira,
isso
se
deve,
possivelmente
ao
fato
desse
sistema
causar
menor
impacto
ambiental
(...)
O
corpo
de
teste
foi
modelado
no
software
Abaqus,
para
calibrar
o
modelo,
foram
realizados
en-‐
saios
estruturais
em
laboratório.
Existe
o
recurso,
consagrado
por
alguns
autores
da
literatura
brasileira
em
prosa,
de
se
trans-‐
formar
orações
coordenadas
e
subordinadas
em
períodos
formalmente
autônomos,
mas
que
semanticamente
dependem
uns
dos
outros.
Tal
recurso
imita
o
fluxo
do
pensamento,
mas
não
se
presta
para
o
texto
científico.
Anos mais tarde, Strachan (2008, p. 228) reconhece a importância do uso de células-teste como su-
porte a simulação computacional em estudos do desempenho térmico. Uma vez que os módulos de
teste, isoladamente, não são suficientes para determinar o comportamento de um edifício, ou com-
ponente deste, em diferentes localidades, sob variadas condições climáticas.
Seria mais natural e correto escrever:
Anos mais tarde, Strachan (2008, p. 228) reconhece a importância do uso de células-teste como su-
porte a simulação computacional em estudos do desempenho térmico, uma vez que os módulos de
teste, isoladamente, não são suficientes para determinar o comportamento de um edifício, ou com-
ponente deste, em diferentes localidades, sob variadas condições climáticas.
4.3
Concordância
Releia
sempre,
se
possível
em
voz
alta,
o
que
escreveu
e
editou,
para
verificar
se
continua
ha-‐
vendo
concordância.
4.8
Haver
Saiba
distinguir
há
(verbo
)
de
a
(preposição).
É
incorreto
escrever
Os
painéis
de
madeira
maciça
unida
por
cavilhas
chegaram
ao
mercado
da
construção
civil
no
centro
europeu
a
pelo
menos
uma
década.
Mas
é
correto
escrever
A
equipe
organizadora
se
reuniu
a
vinte
dias
da
abertura
do
congresso.
O
verbo
haver
dispensa
plural.
Seria
errado
escrever
Houveram
reclamações.
Mas
é
correto:
Além
da
gestão
do
processo
de
projeto,
exemplificado
por
uma
licitação
pública
de
nova
sede
de
uma
das
unidades
da
FIOCRUZ,
o
Centro
de
Pesquisa
René
Rachou
em
Minas
Gerais,
houve
ações
específicas
sobre
gestão
de
espaços,
ativos
e
manutenção.
Coletivos:
mobiliários,
vegetações
(pois
ambos
já
figuraram,
no
plural,
no
título
de
projetos
aqui
e
permaneceram
até
a
defesa).
O
plural,
em
palavras
desses
três
grupos,
é
comum
e
deselegante.
Evitar
a
transformação
de
embelezamento,
que
dispensam
explicação.
um
livro
não
é
uma
literatura
uma
fonte
de
energia
não
é
a
matriz
energética
um
tipo
não
é
uma
tipologia
(e
mesmo
assim
se
usa
muito
na
Arquitetura
tipologia)
um
corpo
não
é
uma
anatomia
um
funcionário
não
é
um
quadro
um
item
de
pauta
não
é
uma
pauta
um
potencial
não
é
uma
potencialidade
e,
mais
comum
um
método
não
é
uma
metodologia
5.3
Precisão
A
precisão
é
a
característica
mais
importante
e
essencial
no
texto
científico.
Considere
o
texto
a
seguir.
De acordo com Prudkin e Breunig (2019), o uso de veículos aéreos não tripulados (VANT), também
conhecidos como drone, são cada vez mais utilizados devido a sua mobilidade e facilidade de uso.
Há erro de concordância, mas quero enfatizar a fragilidade lógica.
Não
exagere:
Pelos
inúmeros
resultados
de
sucesso
nas
mais
diferentes
áreas
de
aplicação
Não
escreva
que
algo
é
evidente.
O
que
é
evidente
não
deveria
constar
no
trabalho
científico.
Com
a
ocorrência
de
diversos
acidentes
em
hospitais
públicos
brasileiros,
torna-‐se
evidente
a
rea-‐
lidade
da
situação
em
que
se
encontram.
Aqui
existe,
antes,
uma
suposição.
É
precipitado
falar
em
evidência
em
duas
linhas
de
texto.
No
trabalho
científico
nada
é
óbvio,
mas
se
é
óbvio,
não
cabe
no
trabalho
científico.
Em
termos
práticos,
a
fim
de
questionar
o
procedimento
normativo
vigente,
bem
como
para
a
eventual
confecção
de
um
novo
aparato
de
medição
de
resistividade,
é
obvio
que
será
necessário
tomar
ações
de
medição
de
resistividade
de
diversas
formas
e
condições
de
meio
ambiente,
cali-‐
brar
equipamentos,
interpretar
resultados,
entre
outras.
Evite
o
clichê.
Evite
afirmar
o
que
é
genérico
demais.
Isto
cansa
rapidamente
seu
público.
O
crescente
aumento
da
competitividade
do
mercado
da
construção
civil
faz
com
que
novas
práticas
de
construção
sejam
adotadas.
O crescente aumento da competitividade do mercado da construção civil faz com que novas práticas
de construção sejam adotadas.
A
construção
civil
busca
frequentemente
por
novas
formas
de
se
integrar
conforto,
qualidade
e
sustentabilidade,
passando
pela
inserção
de
materiais
sustentáveis
e
pela
utilização
de
fontes
re-‐
nováveis
de
energia.
Procure
adjetivos
precisos,
não
como
nestes
casos:
os
painéis
de
CLT
e
DLT
foram
considerados
como
grandes
inovações
para
o
setor
da
construção
civil
a
otimização
se
torna
um
processo
convidativo
e
interessante
Considere
que,
da
perspectiva
da
ciência,
não
se
pode
afirmar
evidenciando
a
necessidade
de
continuar
os
estudos
de
aprimoramento
estrutural
desse
sistema
inovador
no
âmbito
sustentável
Ainda
conforme
SOTAYO
et.al.
(2019)
o
potencial
sustentável
do
DLT
é
elevado,
pois
promove
o
sequestro
de
carbono
na
fase
pré-‐operacional,
Não
qualifique
nada
de
sustentável.
Primeiro,
fere-‐se
a
lógica
ao
adjetivar
algo
que
não
é
em
si
sustentável,
somente
se
refere
à
sustentabilidade.
Por
ser
sobre
sustentabilidade,
alguma
coisa
não
é
sustentável.
É
sobre
sustentabilidade,
para
sustentabilidade,
em
prol
da
sustentabilidade
Resultados
sustentáveis
é
ruim,
e
soluções
sustentáveis
é
péssimo.
Em
termos
dialéticos,
uma
solução
sustentável
é
um
absurdo:
se
é
uma
solução,
o
problema
deixa
de
existir,
e
a
solução
também.
A
sustentabilidade
é
um
conceito
comparável
com
a
lógi-‐
ca.
É
um
requisito
quase
óbvio
das
decisões
que
tomamos,
e
que
dispensa
justificativa.
Quem
for
escrever
sobre
sustentabilidade,
expresse
especificamente
qual
o
problema,
o
objeti-‐
vo,
a
unidade
de
análise
e
a
sua
contribuição.
Caso
se
trate
de
uma
sustentabilidade
econômica,
é
mais
aceitável,
porém
neste
caso,
cabe
caracterizar.
Procure
para
termos
utilizados
também
de
forma
coloquial
o
significado
mais
comum
na
ciên-‐
cia
ou
na
linguagem
técnica.
Considere
tanto
no
brasileiro
quanto
no
cenário
mundial
O
uso
mais
comum
de
cenário
na
ciência
é,
na
análise
de
sistemas,
o
de
um
futuro
hipotético,
mas
não
um
sinônimo
de
escopo
Ou:
Ter
um
parâmetro
da
percepção
térmica
média
dos
usuários
dos
ambientes
construídos
nos
per-‐
mite
orientar
corretamente
novas
edificações
bem
como
possibilitar
avaliações
térmicas
desses
ambientes
O
uso
mais
comum
de
parâmetro
é
como
variável
intermediária
(nem
a
dependente
y,
nem
a
independente
x),
que
produz
as
variantes
de
uma
função
y=f(x).
Por
exemplo,
em
y=ax+b,
a
e
b
são
parâmetros.
Ou
ainda:
Segundo
os
resultados
obtidos
através
do
método
indutivo,
cerca
de
60%
das
fibras
foram
orien-‐
tadas
segundo
a
direção
desejada
pela
aplicação
do
campo
magnético
de
500
mT.
Num
ambiente
em
que
se
discute
metodologia
científica,
e
também
na
sua
dissertação
ou
em
artigos,
método
indutivo
é
uma
expressão
fadada
ao
desentendimento.
Prefira
termos
técnicos.
Não
escreva
A
razão
entre
a
voltagem
e
a
corrente
descreve
a
resistência
elétrica
Mas
A
razão
entre
a
tensão
e
a
corrente
descreve
a
resistência
elétrica
Prefira
tensão
a
voltagem
corrente
a
amperagem
área
a
metragem
volume
a
cubagem
volume
a
cilindrada
potência
a
wattagem
peso
a
quilagem
medidor
de
nível
de
pressão
sonora
a
decibelímetro
Preserve
a
lógica.
Os
trechos
abaixo
são
pouco
compreensíveis.
O
Governo
Federal
possui
expressiva
quantidade
de
bens
imobiliários
sob
sua
gestão
que
carecem
de
melhorias
como
a
implantação
de
novas
tecnologias.
Não
deixe
imperfeitas
as
relações
como
em
Criar
um
método
que
seja
possível
a
implantação
do
BIM
no
canteiro
de
obra
Mas
dê
acabamento:
Criar
um
método
que
torne
possível
a
implantação
do
BIM
no
canteiro
de
obra
5.4
Clareza
A
clareza
vem
logo
depois,
em
importância,
da
precisão,
mas
não
é
menos
difícil
de
atingir.
No
texto
científico,
em
pouco
tempo
de
atividade,
as
pessoas
tendem
a
se
fechar
sobre
seus
conceitos,
seu
problema
de
pesquisa,
e
vão
perdendo
a
habilidade
de
comunicar
ideias
aos
ou-‐
tros,
mesmo
que
tenham
familiaridade
com
o
assunto.
Faça
períodos
até
três
linhas.
Cuida
das
vírgulas.
Os
trechos
seguintes
são
pouco
compreensí-‐
veis.
Os
autores
chegam
à
conclusão
que
das
duas
tecnologias
de
conversão
de
energia
analisadas,
a
fotovoltaica
é
a
que
apresenta
uma
melhor
relação
entre
custo
/
benefício,
mas
que
ambos
os
modelos
demandam
um
alto
investimento
inicial
e
um
longo
período
de
retorno,
isso
em
virtude
de
se
tratar
de
um
sistemas
de
baixo
consumo
energético,
as
duas
instalações
são
ambiental-‐
mente
viáveis,
mas
para
que
se
tenha
um
retorno
financeiro
satisfatório
é
recomendável
que
se
apliquem
essas
soluções
em
edificações
que
tenham
um
consumo
mínimo
de
400
kWh,
o
que
irá
propiciar
uma
redução
mais
significativa
do
valor
da
conta
de
energia
e
com
isso
um
retorno
mais
rápido
do
investimento.
Clark
et
al.
(2012)
apud
Pereira
(2019),
destacam
que
todos
os
sistemas
construtivos
de
madeira
engenheirada
recentes,
como
por
exemplo
os
painéis
de
CLT
foram
desenvolvidos
na
década
de
90,
exceto
um
modelo
de
painel
que
foi
elaborado
mais
recentemente,
na
década
de
2000,
chama-‐
do
de
“brettstapel”,
um
termo
alemão
usado
para
descrever
um
painel
de
tábuas
de
madeira
ma-‐
ciça
cruzadas
ou
paralelas
unidas
por
cavilhas
de
madeira
secas
em
estufas,
que
são
inseridas
em
furos
previamente
feitos,
e
assim
que
as
cavilhas
absorvem
a
umidade
do
ambiente,
incham,
le-‐
vando
o
painel
a
ter
uma
pressão
interna
que
mantém
as
lamelas
unidas.
A
primeira
categoria
de
modelos,
conforme
Esposito
e
Hendrix
(2019),
são
os
baseados
na
expan-‐
são
do
concreto,
voltados
para
a
análise
de
estruturas
massivas
como
barragens
de
concreto
e
tendo
como
parâmetros
de
entrada
o
efeito
mais
visível
das
RAA,
a
expansão
do
concreto,
desta-‐
cando,
principalmente,
a
dependência
da
expansão
do
concreto
nas
condições
ambientais
e
de
contorno.
Usar menos palavras torna a leitura mais fácil.
A complexidade de vários problemas práticos não torna possível obter uma solução analítica para
as equações diferenciais que os regem.
A complexidade de vários problemas práticos impossibilita uma solução analítica para as equações
diferenciais que os regem.
Inverter os dois últimos substantivos, além de fazer o período soar melhor, faz toda a diferença na
compreensão do que a autora quis dizer com isto:
A integração dos dados é explorada no âmbito da engenharia cartográfica para elaborar um mape-
amento tridimensional tanto de ruínas como de estruturas.
A integração dos dados é explorada no âmbito da engenharia cartográfica para elaborar um mape-
amento tridimensional tanto de estruturas como de ruínas.
5.5
Metáforas
Em
se
tratando
de
texto
científico,
as
metáforas
dão
muito
que
falar.
São
classificadas
como
fi-‐
guras
de
linguagem,
entretanto,
expressam
nossa
maneira
de
pensar
baseada
na
exemplifica-‐
ção
com
circunstâncias
que
nos
são
familiares,
e
isto
decorre
do
nosso
processo
de
desenvol-‐
vimento.
Pensamos
no
espaço
(entrar
na
reunião,
fora
do
contexto),
na
hierarquia
de
altura
(subiu
à
di-‐
retoria)
e
em
outras
circunstâncias
físicas
quando
queremos
expressar
relações.
Personifica-‐
mos
o
problema,
o
objetivo,
o
método,
as
coisas.
Com
metáforas
se
arrisca
em
precisão
para
conseguir
sublinhar
ideias.
No
entanto,
metáforas
desgastadas
prejudicam
o
texto
sem
nada
acrescer.
Possuir
é
comumente
usado
para
denotar
atributo,
como
sinônimo
de
ter,
e
mesmo
o
ter
permi-‐
te
mais
especificidade:
Normalmente
as
derivadas
e
integrais
de
ordem
inteira
possuem
interpretações
físicas
e
geomé-‐
tricas.
Melhor:
Normalmente
as
derivadas
e
integrais
de
ordem
inteira
permitem
interpretações
físicas
e
geomé-‐
tricas.
Normalmente
as
derivadas
e
integrais
de
ordem
inteira
comportam
interpretações
físicas
e
geo-‐
métricas.
Continua
havendo
metáfora
de
personificação,
porém
mais
razoável.
A
seleção
de
palavras
por
vezes
não
é
tarefa
simples.
Gerar
no
sentido
de
criar,
causar
é
uma
metáfora
desgastada
que
introduz,
comumente,
impre-‐
cisão.
O
rompimento
de
barragens
de
rejeitos
de
mineração
é
algo
que
ocorre
com
certa
frequência.
Es-‐
se
rompimento
faz
com
que
o
rejeito
adquira
comportamento
fluido,
o
que
aumenta
o
impac-‐
to
gerado,
pois
o
alcance
da
massa
rompida
não
se
restringe
ao
local
da
barragem
e
acaba
por
gerar
causar
danos,
tanto
ecológicos
como
econômicas,
se
falar
na
perda
de
vidas,
na
região.
Todos esses benefícios geram impactos no setor da construção civil, com retornos positivos
Muito
melhor
é
a
forma
Todos esses benefícios têm impactos no setor da construção civil, com retornos positivos
Difícil
pensar
que
alguém
gere
conscientemente
danos,
impactos,
desperdícios,
erros.
Assim,
é
inconsistente
o
uso
da
metáfora
gerar
em:
Os desperdícios podem ser gerados pela má qualidade da execução, falta de construtibilidade, má
gestão de materiais, perda de material, trabalho improdutivo, condições de trabalho, falta de segu-
rança.
Segundo Weidert e Gehlen (1999), medições sobre armadura (10 a 20 mm de profundidade) geram
erros da ordem de 2 a 6 vezes.
5.8
Maiúsculas
Nos
títulos,
vai
letra
maiúscula
só
na
primeira
palavra,
ou
em
nomes
que
naturalmente
peçam
maiúscula.
É
incorreto
escrever
2.1.2
Abordagem
por
Expansão
do
Concreto
Gestão
de
Facilidades
–
Espaços,
Ativos
e
Manutenção
em
Edificações
Públicas
Em
inglês
seria
diferente.
5.9
Aspas
Em
geral,
evite
aspas.
O
exemplo
seguinte
trata
do
discurso
direto,
caso
que
pede
aspas
nas
ci-‐
tações
de
extensão
inferior
a
três
linhas.
O
termo
“Lean
Constructionӎ
traduzido
para
o
português
como
“construção
enxuta”
Com
a
facilidade
de
edição,
as
citações
inferiores
a
três
linhas
são
correntemente
formatadas
em
itálico.
5.10
Estrangeirismos
Termos
como
BIM,
lean
,
green
não
são
usuais
na
norma
erudita
da
língua
Portuguesa.
Isso proporciona melhoria no desempenho energético, iluminação, circulação de ar e reúso de água
através da criação do modelo Lean + Green.
Precisam
ser
emoldurados
com
explicação
que
crie
acesso
do
leitor
a
eles.
Por
isto,
termos
es-‐
trangeiros
em
geral
são
colocados
em
itálico.
Mas
mesmo
assim
não
são
tratados
como
nomes
ou
adjetivos
correntes.
O
título
a
seguir
exemplifica.
Inserção do BIM no canteiro de obras em conjunto com práticas lean
Este título, pelo qual a dissertação é localizada numa biblioteca física ou virtual, exclui o leitor que
não saiba o que é BIM, nem o que é lean. Mas mesmo que se argumente que o trabalho científico é
feito para leitores informados, tais termos desnaturam o idioma.
Portanto, sempre é necessário emoldurar:
Inserção do conceito BIM no canteiro de obras em conjunto com práticas de construção enxuta
(lean construction)
Inserção da modelagem integrada do edifício no canteiro de obras em conjunto com práticas de
construção segundo a filosofia lean
5.11
Gerúndio
O gerúndio é utilizado para se formar o presente contínuo. É empregado sozinho como verbo numa
oração subordinada, adicionando comentário sobre a ação apresentada pela a oração principal. Não
é usado de modo independente, como verbo dono de um período:
Sendo o produto final (projeto) e o processo de descoberta destes aspectos construtivos igualmente
relevantes no contexto da pesquisa.
Tal oração é correta se coordenada com outra anterior, não assim (transformada em período).
5.12
Enumerações
Último,
mas
não
o
menos
importante
dos
tópicos.
Observe
o
trecho.
Dentro
da
construção
civil,
foi
primeiramente
introduzido
por
Koskela
(1992),
que
realizou
uma
pesquisa
sobre
a
aplicação
dos
conceitos
de
Lean
Production
dentro
da
indústria
da
construção
civil
adaptando-‐a
de
acordo
com
as
diferenças
entre
as
indústrias.
Ele
listou
os
principais
princípios
da
filosofia
Lean:
(1)
redução
de
atividades
que
não
agregam
valor;
(2)
aumentar
o
valor
do
produto
final
de
acordo
com
especificações
do
cliente;
(3)
redução
da
variabilidade;
(4)
redução
do
tempo
de
ciclo;
(5)
simplificar
o
número
de
etapas;
(6)
aumento
da
flexibilidade;
(7)
aumento
da
transparência
do
processo;
(8)
foco
no
controle
do
processo
geral;
(9)
melho-‐
ria
continua;
(10)
melhoria
no
fluxo
de
balanço;
e
(11)
benchmarking
Recebi
para
corrigir
um
texto
que
contém
outro
caso
de
enumeração
com
trinta
elementos,
co-‐
locados
em
tabela.
Enumerações
têm
o
efeito
dos
trilhos
de
trem
que
cruzam
a
ciclovia.
Tiram
ritmo,
apontam
um
caminho
que
de
antemão
se
sabe
que
não
será
tomado,
e
só
quebram
a
narrativa.
Tornam
a
lei-‐
tura
enfadonha.
Por
importante
que
seja
a
pessoa
que
enumerou,
evitem
citar.
As
enumerações
que
são
citadas,
não
analisadas
e
sequer
comentadas
são
horríveis
para
quem
lê
muitas
páginas
num
dia.
Depois
de
três
enumerações,
a
gente
tem
a
impressão
de
que
não
sabe
mais
nada.
Acima,
mencionei
que
do
texto
científico
se
espera,
necessariamente,
precisão
e
clareza.
Citei
a
característica
desejável
do
apelo.
É
um
requisito
um
tanto
mais
refinado
que
os
outros,
mas
está
relacionado
à
manutenção
de
uma
narrativa,
ao
ritmo
de
uma
conversa.
Uma
listagem
com
itens
prejudica
isto.
Também
é
prejudicial
o
excesso
de
divisões
em
subunidades,
que
aca-‐
bam
sendo
curtas
(menos
que
uma
página).