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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE


DISCIPLINA: SUSTENTABILIDADE, CONFORTO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA I
PROFESSORA: DRA. SOLANGE GOULART
ALUNA: Jéssica Medeiros Araújo dos Santos
PERÍODO: 2023.2

Estratégias de Sustentabilidade a serem aplicadas ao Projeto

Natal/RN.
Janeiro de 2024.
JÉSSICA MEDEIROS ARAÚJO DOS SANTOS

AGENDA PARA A SUSTENTABILIDADE


Estratégias de Sustentabilidade a serem aplicadas ao Projeto

Relatório apresentado à disciplina


de Sustentabilidade, Conforto e
Eficiência Energética I como
requisito para avaliação final do
período letivo 2023.2.

Natal/RN.
Janeiro de 2024.

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................. 1


2. SOBRE O PROJETO ........................................................................................................... 1
3. SUSTENTABILIDADE APLICADA AO PROJETO ............................................................ 2
3.1 Conforto.......................................................................................................................... 2
3.2 Eficiência Energética .................................................................................................. 3
3.3 Flexibilidade Espacial .................................................................................................. 3
3.4 Gestão das Águas ....................................................................................................... 4
4. QUADRO RESUMO ........................................................................................................... 5
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 6
6. REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 6
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente relatório corresponde ao produto final da disciplina de


Sustentabilidade, Conforto e Eficiência Energética I ministrada pela Profa. Dra.
Solange Goulart. O objetivo da atividade gira em torno da elaboração de
diretrizes para incorporar os conceitos de sustentabilidade, assimilados ao longo
da disciplina, para o projeto final pretendido neste Mestrado Profissional.

A saber, serão apresentadas as estratégias de sustentabilidade a serem


adotadas no projeto, com base nos parâmetros do Selo Casa Azul da Caixa, e
justificadas em face das características do projeto (localização, condicionantes
ambientais, sociais e culturais locais, tipo de edifício, etc). Ademais, será
desenvolvida uma discussão acerca das influências destas estratégias na
concepção do projeto, e como estas irão refletir no partido ou forma da
edificação, além de identificar quais as dificuldades ou limitações que
possivelmente surgirão em relação às soluções adotadas.

2. SOBRE O PROJETO

O projeto que se pretende desenvolver ao longo do Mestrado


Profissional consiste em uma Instituição de Ensino Fundamental, com enfoque
na flexibilidade espacial, afim de responder a seguinte questão de partida:

Como a arquitetura escolar pode responder às constantes


“mutações” do ambiente de ensino (mediante a
necessidade de expandir, à versatilidade dos espaços e à
inserção de suportes tecnológicos)?

Destaca-se que, embora a escolha do terreno ainda não tenha sido


definida, deve-se considerar que o Projeto terá como localização base a
cidade de Natal/RN.
QUADRO RESUMO
TIPOLOGIA Institucional/Educacional
ENFOQUE Flexibilidade Espacial
PÚBLICO ALVO Crianças e Adolescentes
LOCALIZAÇÃO Natal/RN

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3. SUSTENTABILIDADE APLICADA AO PROJETO
De acordo com o Selo Casa Azul da Caixa, são inúmeras as
oportunidades para a promoção da sustentabilidade em um empreendimento,
e é com base em alguns critérios adotados na metodologia deste Selo que este
tópico do trabalho será desenvolvido.

Propõe-se, portanto, uma “Agenda do empreendimento”, isto é, um


texto que tem por objetivo identificar os aspectos de sustentabilidade relevantes
para a edificação (ou conjunto edificado) em questão, servindo de guia para
selecionar ações a serem adotadas no processo de projeto.

Nesse sentido, serão adotadas quatro categorias, apresentadas nos


subtópicos a seguir, a saber: (1) Conforto, (2) Eficiência Energética, (3)
Flexibilidade Espacial e (4) Gestão das Águas. Assim, diante de tantas
possibilidades, estas quatro categorias foram elencadas como essenciais para
o desenvolvimento do projeto, pois giram em torno da importância da
preocupação com o usuário, com o proprietário (fictício, neste caso) e com o
meio ambiente.

3.1 Conforto
Sabe-se que, conforme a NBR- 15220 – a qual dispõe sobre o
desempenho térmico das edificações -, Natal está localizada na Zona
Bioclimática 08, caracterizada por apresentar clima quente e úmido, além da
abundância de radiação solar durante o ano, por estar situada em uma região
de baixa latitude.
Infere-se então que, os aspectos bioclimáticos referentes ao terreno e
ao seu entorno condicionarão a solução do projeto a ser desenvolvido. Deste
modo, tais aspectos deverão ser analisados, com ênfase na trajetória solar e no
aproveitamento da ventilação natural, visando o favorecimento das condições
de conforto dos usuários.
Para a Zona Bioclimática 08, são feitas algumas recomendações, no
sentido de melhorar a sensação térmica nos ambientes, e que deverão
condicionar as soluções de Projeto. A saber:

- Grandes aberturas para ventilação;


- Ventilação cruzada;
- Sombreamento para as aberturas;

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- Utilização de vedações externas (paredes e coberturas) leves e refletoras;
- Utilização de paredes (externas e internas) e coberturas com maior massa
térmica, de forma que o calor armazenado em seu interior durante o dia seja
devolvido ao exterior durante a noite quando as temperaturas externas
diminuem.
Sendo assim, todo o processo de desenvolvimento do projeto será
permeado pelo conforto (térmico, acústico e luminoso), de modo a orientar e
adequar as soluções arquitetônicas, interferindo no projeto desde os estudos de
zoneamento e implantação até a fase de especificação de materiais.
A exemplo disto, no intuito de diminuir à incidência direta de radiação
solar nas aberturas das fachadas, possivelmente deverão ser colocados diversos
tipos de protetores solares, como caixas horizontais, brises, e elementos vazados,
além do uso de grandes beirais (no caso das salas de aula, principalmente).
Além disto, a própria implantação da edificação também deverá ser norteada
por esta necessidade de diminuir a incidência direta de radiação solar nas
maiores fachadas, o que certamente condicionará todo o partido
arquitetônico.
Quanto às limitações, tem-se que no caso do uso de brises, por exemplo,
há uma dificuldade em relação à segurança contra incêndio, de modo que
deverão ser projetados brises que sejam facilmente removíveis em caso de
sinistro.

3.2 Eficiência Energética


Os critérios de Conforto e Eficiência energética andas de mãos dadas,
de modo que, a maioria das estratégias para alcançar níveis satisfatórios de
conforto também promovem maior eficiência energética nas edificações. Para
além destas estratégias (citadas no tópico anterior, como ventilação cruzada e
sombreamento de aberturas, por exemplo), pretende-se que sejam utilizadas
placas fotovoltaicas para geração de energia e que se seja previsto o uso de
iluminação mais eficiente, com distribuição racional dos circuitos de
acionamento e uso de componentes em Led.

3.3 Flexibilidade Espacial


Diante do atual dinamismo das propostas metodológicas de ensino e
tecnologia que exigem constantes adequações no espaço físico, e da

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realidade da maioria das escolas que tem necessidade de expandir (ampliar)
com certa frequência, observa-se a importância da flexibilidade como diretriz
para o projeto arquitetônico do edifício escolar. Neste sentido, as soluções
adotadas devem estar presentes tanto nos espaços externos - áreas livres para
possíveis ampliações sem prejuízo de funcionalidade, estética, fluxo e de
conforto ambiental -, como na parte interna, através de ambientes amplos
visando possibilitar a separação, quando possível, de áreas com finalidades
diferentes.
Sendo assim, esta é, sem dúvida, a categoria que terá maiores
implicações na concepção do projeto, delimitando questões como partido
arquitetônico, modulação estrutural, escolha de sistemas construtivos e
disposição da edificação no lote.

O projeto deverá ser elaborado de forma a favorecer a adaptação da


edificação, da melhor maneira possível e sem grandes custos financeiros e de
material. O objetivo é que sejam previstas antecipadamente as ampliações
futuras e alterações no projeto.

3.4 Gestão das Águas


Tendo em vista que possivelmente haverão extensas áreas verdes, o
projeto deverá contemplar a locação de um sistema para captação e
armazenamento das águas cinzas (devidamente tratadas) e pluviais, para
reutilização em irrigação e outros fins. Além disso, é importante prever soluções
no projeto que visem o uso racional da água.

Assim, as possíveis soluções a serem adotadas são:

- Concepção de banheiros coletivos com mictórios para o público masculino.


- Especificação de dispositivos hidráulicos economizadores.
- Desenvolver a cobertura da edificação com características favoráveis à
captação de água da chuva: superfície lisa, com inclinação direcionada para
onde se locou o reservatório inferior de água.
Localização dos reservatórios em função da fonte de água e dos pontos a
serem alimentados.

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4. QUADRO RESUMO
O quadro a seguir é uma síntese de tudo o que foi descrito nos tópicos anteriores, de modo que, para cada categoria
foram mencionados os rebatimentos no projeto (por meio de soluções e estratégias) e as possíveis dificuldades envolvidas.

CATEGORIA REBATIMENTOS NO PROJETO DIFICULDADES/LIMITAÇÕES


PROJETO E - Grandes aberturas para ventilação; - Proteções solares (especificamente os brises)
CONFORTO - Ventilação cruzada; precisam ser bem pensadas, à ponto de não serem
- Uso de proteções solares em aberturas; obstáculo às soluções de segurança contra incêndio.
- Utilização de vedações externas (paredes
e coberturas) leves e refletoras;
EFICIÊNCIA - Uso de painéis fotovoltaicos; - Custos com manutenção.
ENERGÉTICA - Uso de iluminação racional; - Requer maior logística para execução.
- Construção com desperdício mínimo.

FLEXIBILIDADE - Sistema construtivo adequado (leve e - Possivelmente será empregado um sistema


ESPACIAL modular); construtivo com custo mais elevado.
- Modulação estrutural.

GESTÃO DAS - Armazenamento de águas pluviais, - Custos com execução e manutenção.


ÁGUAS - Reutilização de águas cinzas,

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

À guisa de conclusão, destaca-se que, de modo geral, pensar sobre a


“Agenda do empreendimento” foi uma forma de começar a refletir sobre as
possíveis soluções projetuais, sem perder de vista os critérios de sustentabilidade,
que, em muitos casos são “usados” (literalmente) apenas como ferramenta de
marketing para o empreendimento, sem serem considerados como peças
fundamentais desde o ponto de partida do projeto.

6. REFERÊNCIAS

SELO CASA AZUL - Manual – Boas Práticas para Habitação Mais Sustentável.
Disponível em https://labeee.ufsc.br/projetos/manual-selo-casa-azul-caixa

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