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Quem foi Edgard Raffaelli Jr

Article · October 2006

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Raimundo Pereira Silva-Néto


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HOMENAGEM ESPECIAL

Quem foi Edgard Raffaelli Júnior

Raimundo Pereira da Silva Neto


Neurologista e Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Diretor e fundador do Centro de Neurologia e Cefaléia do Piauí - Teresina-PI

O sonho de ser piloto

Edgard Raffaelli Júnior, o criador da teoria límbica que revolucio-


nou a fisiopatologia da enxaqueca, nasceu na cidade de São Paulo no
dia 2 de março de 1930. Este descendente de italianos deixa um legado
no campo da cefaliatria que permanecerá por várias gerações, pois ex-
pressões como "migrânea", "cefaléia em salvas", "sálvico", "cefalêico"
e "cefaliatria" foram todas criadas por este gênio.
Quando criança manifestou uma disfunção límbica com cefaléia.
Inicialmente, era uma cefaléia do tipo tensional episódica (CTTE), mas
que aos 19 anos passou a ser uma cefaléia do tipo tensional crônica
(CTTC). Somente aos 29 anos veio a ter a primeira crise de migrânea sem
aura; lembra-se de três crises isoladas de cefaléia em salvas em uma
semana, aos 34 anos, e que nunca mais se repetiram; aos 43 anos teve
Edgard Raffaelli Júnior, em seu consultório uma cefaléia cervicogênica às custas do nervo occipital menor direito
após um whiplash e, a partir também dessa idade, começou sentir cefaléia
idiopática em facada. Não esquece que desde a adolescência tem uma migrânea cardíaca que ainda, às
vezes, o incomoda – só ela, porque todas as outras ele resolveu uma a uma.
Ainda na infância sonhava em ser piloto de avião. Sempre teve uma paixão pelo Spitfire e como
aeromodelista vivia construindo pequenos Spitfires. Na era de 1945, quando a 2ª Guerra Mundial ainda
rugia na Europa, saía no jornal A Gazeta o seguinte anúncio: "A Real Força Aérea Canadense tem mais
Spitfires do que pilotos e está aceitando voluntários. Idade mínima: 18 anos".
Naquele ano, Raffaelli ainda não estava na maioridade, mas não teve dúvidas, alterou sua certidão de
nascimento para 18 anos (possuía corpo e aparência de 20 anos) e procurou o Ministério da Aeronáutica
onde aceitavam inscrições para a Real Força Aérea Canadense. Foi submetido a vários testes, incluindo
acrobacias aéreas no Aeródromo Campo de Marte, em São Paulo. Foi aprovado em todos, com exceção do
exame oftalmológico. A miopia o reprovou.
Tiveram razão aqueles examinadores. Se Raffaelli tivesse sido piloto, provavelmente a cefaliatria brasi-
leira não teria alcançado tão alto vôo.
No início da adolescência despertou o interesse pelas línguas estrangeiras, dentre elas o italiano, o
francês e o inglês. Este último estudou na Cultura Inglesa de São Paulo durante sete anos e, após seu
término, foi avaliado através de prova escrita e oral por professores da Universidade de Cambridge, da
Inglaterra, em 1949, recebendo o Certificate of Proficiency in English. Graças ao seu domínio nas línguas
pôde lecionar inglês durante todo o curso de medicina, para a sua sobrevivência, como também desbravar
o mundo. Viajou por vários países sempre em busca de conhecimentos.
Quando viu seu sonho de piloto desmoronar-se partiu em busca de novos horizontes. O sonho havia
acabado, mas a paixão pelo Spitfire permaneceria por toda a sua vida. Uma prova disso é que hoje guarda
como recordação na sua cabeceira um quadro de 40 x 90 cm mostrando um Spitfire em pleno vôo.

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QUEM FOI EDGARD RAFFAELLI JÚNIOR

O ingresso na faculdade

Decidiu que iria ser médico para estudar o cérebro. Somente aos 24 anos (em 1954) ingressou na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Naquele tempo, a maioria dos formandos
da USP estava concluindo o curso médico com essa idade. Inicialmente, pensou em ser psiquiatra, mas no
decorrer da faculdade optou por neurologia.
Em 1956, no 3º ano da Faculdade, resolveu consultar aquele que lhe disseram ser um dos melhores
neurologistas do Hospital das Clínicas (HC) para tratar a sua cefaléia (na época era uma CTTC), e ele, após
perguntar o que tinha, pediu-lhe um líquor suboccipital. Quando lhe levou o resultado, ele disse: "A pressão
está meio alta. Vá colher outro líquor". Obedientemente submeteu-se a outra punção e quando lhe levou o
resultado, ele disse: "O líquor está normal, nem sífilis tem! Vá tratar sua cefaléia na Psiquiatria". Saiu da sala
dele dizendo a si mesmo que se os melhores neurologistas do HC não conheciam cefaléia, ele iria estudá-la
– e por isso faz 50 anos que se dedica ao assunto.

A vida profissional

Formou-se em medicina em 1959 e, imediatamente, resolveu especializar-se em Neurocirurgia. Concluiu


a Residência Médica no Hospital das Clínicas da USP, em 1962. A partir daí exerceu suas atividades em
diversos hospitais de São Paulo. Foi médico auxiliar, por concurso público, da Clínica Neurológica do HC-
USP, até 1965; neurologista e neurocirurgião do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, no
período de 1963 a 1970; professor auxiliar de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo de 1966 a 1969; chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital e
Maternidade Brasil de Santo André de 1970 a 1976.
O Doutoramento em medicina ocorreu em 1973 pelo Departamento de Neuropsiquiatria da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, com a tese: "Aneurismas Infecciosos".
Fundou a primeira clínica especializada no tratamento das cefaléias na América Latina, em 1975, em São
Paulo, e que mantém ligações internacionais com o Migraine Trust de Londres (Dra. Márcia Wilkinson),
Centro de Cefalee de Florença (Prof. Federigo Sicuteri), Centro de Cefalee de Turim (Prof. Giovani Nattero),
Headache Clinic of the Faulkner Hospital, Boston (Dr. John Graham), Headache Clinic of Chicago (Dr.
Seymour Diamond), Headache Clinic of Hospital Mount Sinai, New York (Dr. David Coddon), Headache
Clinic of Surrey County Hospital, Guildford, Inglaterra (Dr. J. Desmond Carroll), Headache Clinic Encino,
Califórnia (Dr. Lee Kudrow), Grupo Australiano, liderado por Dr. James Lance e o Grupo Escandinavo
(Noruega), liderado por Ottar Sjaastad.
A sua clínica tornou-se referência no tratamento de pacientes com cefaléia. Ele foi, seguramente, o
primeiro médico na América Latina a usar o propranolol como droga preventiva da migrânea, com início em
1968. Esta medicação ele usou em si próprio até 1976, quando teve a última crise de cefaléia, de curta duração
e de fraca intensidade.
Enquanto Raffaelli usava propranolol no Brasil, John Graham também usava com a mesma finalidade
nos EUA, mas que logo abandonou porque naquele país não se pode prescrever uma medicação que não é
aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA) para aquele uso.
Raffaelli passou a enfrentar problemas com a prescrição de propranolol porque na sua bula não havia
nenhuma referência de sua indicação para cefaléia. Alguns pacientes se recusavam a usá-lo por não terem
hipertensão arterial ou alguma doença cardíaca. A partir de 1970, tal problema foi solucionado ao formular
todas as suas prescrições. Naquele tempo, as farmácias de manipulação de São Paulo só preparavam
fórmulas magistrais (aquelas que apareciam nos livros de medicina). Raffaelli foi o primeiro médico brasileiro
a criar fórmulas não magistrais.
A partir de 1973 já não conseguia mais progredir no estudo das cefaléias aqui no Brasil. Desde então
começou a participar de todos os congressos de cefaléia na Europa e nos Estados Unidos (em média quatro
ao ano), sem jamais encontrar outro brasileiro (e isso continuou assim até 1983), e só duas ou três vezes
encontrando outro latino-americano, o Prof. Gustavo Poch, catedrático de Neurologia na Universidade
Ramos Mejia, de Buenos Aires.
Naquele ano saiu do Brasil pela primeira vez para participar do Congresso Panamericano de
Otoneurologia, em Santiago (Chile), com apresentação de um trabalho. Em seguida foi à Europa participar do
Meeting de Cefaléia durante o X Congresso Internacional de Neurologia, em Barcelona, onde apresentou

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RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO

dois trabalhos; num deles, "Evolutive clinical picture of chronic headache", pela primeira vez lançou sua
teoria de que a migrânea tem sua origem no sistema límbico. Neste congresso de Barcelona não existiam mais
do que 30 médicos interessados por cefaléia no mundo e, desse pequeno grupo pioneiro, do qual se orgulha
de pertencer, é que existe a plêiade de 2.000 a 3.000 participantes nos congressos atuais. Também foi em
Barcelona que conheceu o norueguês Ottar Sjaastad, do qual é amigo pessoal há 33 anos, o australiano
James Lance e o italiano Federigo Sicuteri. Estes dois últimos foram chairman quando da apresentação dos
seus trabalhos.
Dentre os inúmeros congressos de que participou vale a pena destacar o XVI Annual Meeting da
American Association for the Study of Headache na cidade de Chicago, em 1974, quando ministrou a
conferência "Migraine and the limbic system", a convite de John R. Graham, que era o secretário dessa
importante associação fundada em 1960. Nessa ocasião, foi proposto e aceito para membro da American
Association for the Study of Headache. Enquanto no Joint Meeting da American Association for the Study
of Headache, realizado em Bergen (Noruega), em 1975, foi proposto e aceito para membro da Scandinavian
Migraine Society.
A sua última viagem ao exterior foi para participar do XI Congresso Internacional de Cefaléia, que
aconteceu em Roma (Itália), em setembro de 2003. E nesses 30 anos participou de mais de 60 congressos
sobre cefaléia na Europa e nos Estados Unidos e em inúmeros congressos e cursos no Brasil e na América
Latina.

A organização da SBCe

Cansado de procurar outro brasileiro que se interessasse por cefaléia, pediu a um amigo seu ortopedista,
Júlio Casoy, que era médico do Laboratório Sandoz, que lhe ajudasse. O Casoy, com dificuldade, encontrou
dois colegas no Brasil que estavam também trabalhando com cefaléia: o Wilson Farias da Silva, em Recife,
e o Gilberto Rebello de Mattos, em Salvador. Isto ocorreu em 1976 quando marcaram um encontro com os
dois em Salvador e nesse encontro combinaram em montar uma Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Naquela época já existiam no mundo outras sociedades para o estudo da cefaléia, dentre as quais se
destacam a americana (The American Association for the Study of Headache - AASH, fundada em 1959), a
britânica (British Migraine Society, fundada em 1965), a escandinava, a italiana e a canadense fundadas
entre 1965 a 1978.
Não foi uma tarefa fácil; só em 1978 Raffaelli conseguiu reunir 14 colegas (alguns muitos, outros
poucos) interessados em cefaléia e, no dia 19 de maio de 1978, criou a Sociedade Brasileira de Cefaléia e
Enxaqueca (SBCe). A adenda "e Enxaqueca" foi para evitar que algum outro grupo inventasse criar uma
Sociedade Brasileira de Enxaqueca, omitindo a cefaléia. Somente em 1992, não mais temendo que se fundas-
se outra Sociedade no Brasil, mudou-se o nome para Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Raffaelli foi o comandante que determinou o plano de vôo da SBCe, pois dos 14 fundadores, sete
compareceram apenas à reunião de fundação da Sociedade, assinaram a ata, mas não persistiram no assun-
Tabela 1 to. A lista dos fundadores da SBCe com suas respectivas especiali-
Relação dos 14 fundadores da Sociedade Brasileira de Cefaléia com suas dades encontra-se na Tabela 1.
respectivas especialidades
Membro Cidade Especialidade
Em 1979, nos dias 9 e 10 de março, organizou o 1º Congresso
Edgard Raffaelli Jr São Paulo - SP Neurologista Brasileiro de Cefaléia, no Hospital do Servidor Público Estadual, em
Wilson Farias da Silva Recife - PE Neurologista São Paulo, para o qual convidou John Graham, Federigo Sicuteri e
Roberto Melaragno Filho São Paulo - SP Neurologista Gustavo Poch. Teve medo de não conseguir uma platéia adequada,
Wilson Luiz Sanvito São Paulo - SP Neurologista mas, para sua surpresa, tiveram 126 inscrições. Entusiasmado pelo
Nelson Augusto Pedral
Sampaio
São Paulo - SP Ginecologista bom resultado obtido, no mesmo ano de 79 organizou outro curso
Orlando J. Martins São Paulo - SP Neurologista de Cefaléia que teve lugar no Hospital Albert Einstein, em São Pau-
Reinaldo de Souza Correia São Paulo - SP Psiquiatra lo. A partir daí, a Sociedade Brasileira de Cefaléia passou a organizar
Gilberto Rebello de Mattos (*) Salvador - BA Neurologista uma reunião anual (simpósio, curso ou congresso), conforme Tabe-
Luís Gustavo Hummed (*) São Paulo - SP Otorrinolaringologista la 2.
Osmar Trojan (*) São Paulo - SP Ginecologista
Foram muitos os convidados estrangeiros (Tabela 3) que con-
Julio Casoy (*) São Paulo - SP Ortopedista
seguiu trazer, através de sua amizade pessoal, para ministrarem au-
Ozir Scarante (*) São Paulo - SP Neurologista
José Ivan Cipoli Ribeiro (*) Londrinas - PR Neurologista
las nos congressos de cefaléia; dentre eles o Dr. Ottar Sjaastad, que
Antonio Douglas Menon (*) São Paulo - SP Otorrinolaringologista veio ao Brasil seis vezes (duas vezes pagando sua própria passa-
(*) Compareceram apenas à reunião de fundação da SBCe gem). Além de Sjaastad, todos os outros conferencistas vieram so-

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QUEM FOI EDGARD RAFFAELLI JÚNIOR

mente pela amizade; nenhum deles pediu qualquer grant pela sua colaboração. Ele queria trazer mais confe-
rencistas do exterior, mas suas possibilidades financeiras eram limitadas. O Laboratório Sandoz, que tinha
sido seu aliado firme desde 1973, desinteressou-se da cefaléia assim que a Sociedade foi fundada, em 1978.
Não foi tarefa fácil conseguir apoio de outros laboratórios farmacêuticos: simplesmente não havia interesse
comercial pelo assunto.
Um dos maiores problemas era traduzir os nomes das cefaléias do inglês para o português. Ele mesmo
se encarregou dessa tarefa e, em 1974, criou o termo "cefaléia em salvas" para o cluster headache. Foi um
nome que custou para "pegar", mas que hoje está consagrado. Em 1985 criou as palavras sálvico, migrânea,
cefaliatria, cefaliatra, que hoje estão sendo cada vez mais usadas. Publicou o nome "cefaléia em salvas", pela
primeira vez, em 1979, na primeira monografia jamais escrita em português sobre cefaléia, e que ocupou
quase um número inteiro da revista Ars Curandi, de São Paulo. Os outros termos que criou foram publica-
dos num dos anais dos congressos da SBCe, editado pelo Laboratório Aché, em 1985. Mais tarde, em 1980,
veio a escreveu a monografia "Enxaqueca", com 40 páginas e editada pelo Laboratório Fontoura-Wyeth,
onde destaca mais uma vez o papel do sistema límbico na gênese da migrânea.
Criou (e batizou com esse nome) a revista Migrâneas & Cefaléias, com a ajuda do Laboratório Glaxo
do Brasil S.A. Seu primeiro exemplar foi publicado em março de 1994 e tinha como redatores o próprio Edgard
Raffaelli e Orlando J. Martins. Nesse número, a matéria de capa tratava do Congresso de Cefaléia Brasil-
Itália, realizado nos dia 15 e 16/04/94 e que foi presidido por Edgard Raffaelli.
Nos últimos anos participou como membro titular das seguintes bancas examinadoras de teses de
mestrado: Dr. Marco Antônio Arruda, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (21/10/1994); Dr. Jano Alves
de Sousa, Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (14/11/1995); Dra. Carla da Cunha
Jevoux, Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (06/11/1996); Dra. Maria Eduarda
Nobre, Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (14/12/1999) e do Dr. Abouch Valenty
Krymchantowski, Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (16/05/2000). Participou de
uma banca examinadora de tese de doutorado, a do Dr. Marco Antô-
Tabela 2
nio Arruda, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (12/03/1999). Relação dos Simpósios, Cursos de atualização e Congressos da
Durante o XII Congresso Brasileiro de Cefaléia (Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Cefaléia
1998) recebeu uma homenagem da SBCe, que criou o "PRÊMIO Evento Data Local
I Simpósio 09 e 10/03/79 Hospital Servidor Público Estadual
EDGARD RAFFAELLI JR.": um incentivo aos pesquisadores brasi-
I Curso 11 a 13/10/79 Hospital Albert Einstein
leiros no campo da cefaléia. II Curso 17 e 18/10/80 Foz do Iguaçu
II Simpósio 20 e 21/11/81 Recife - PE
A fundação da Sociedade Internacional de Cefaléia III Curso 25 e 26/11/82 Laboratório Ache
III Simpósio 25 e 26/11/83 Laboratório Ache

Raffaelli fez parte de um seleto grupo que batalhou para a cria- IV Curso 30/11 e 01/12/84 Laboratório Ache
IV Simpósio 29 e 30/11/85 Laboratório Ache
ção de um organismo mundial que abrigasse os estudiosos de
V Curso 28 e 29/11/86 Centro de Convenções Rebouças
cefaléia e as suas sociedades nacionais. A idéia era antiga e come- V Simpósio 13 e 14/11/87 Centro de Convenções Rebouças
çou em 1975 com o norueguês Ottar Sjaastad que, aos poucos, foi VI Curso 11 e 12/11/88 Centro de Convenções Rebouças
influenciando outras pessoas. Finalmente, em 1980, Federigo Sicuteri, VI Simpósio 24 e 25/11/89 Centro de Convenções Rebouças
em congresso que estava sendo por ele organizado em Florença VII Curso 16/03/91 Ribeirão Preto - SP
(Itália), criou um comitê para discutir a fundação de uma Sociedade VII Simpósio 08 e 09/11/91 Associação Paulista de Medicina
VIII Curso 23 e 24/03/93 Associação Paulista de Medicina
Internacional de Cefaléia. Esse comitê foi formado por cinco mem-
VIII Simpósio 15 e 16/04/94 Associação Paulista de Medicina
bros, entre eles Edgard Raffaelli Jr, juntamente com Ottar Sjaastad, IX Congresso 31/03 e 01/04/95 Associação Paulista de Medicina
(Noruega), Federigo Sicuteri (Itália), Robert Kunkle (EUA) e J. Desmond X Congresso 29 e 30/03/96 Associação Paulista de Medicina
Carroll (Inglaterra). Em 1982, o Comitê Organizador reuniu-se em XI Congresso 05/97 Ribeirão Preto - SP
Londres, fundou a International Headache Society (IHS) e nomeou XII Congresso 28 a 30/05/98 Ribeirão Preto - SP
a primeira Diretoria, da qual Edgard Raffaelli fez parte até 1996. XIII Congresso 13 a 15/05/99 Salvador - BA
XIV Congresso 01 a 03/06/00 São Paulo - SP
Como membro da diretoria, Raffaelli ajudou a organizar o pri-
XV Congresso 27 a 29/09/01 Rio de Janeiro - RJ
meiro congresso internacional, que aconteceu na cidade de Muni-
XVI Congresso 25 a 27/07/02 Rio de Janeiro - RJ
que, na Alemanha, em 1983, para o qual compareceram vários brasi- XVII Congresso 21 a 23/08/03 Recife - PE
leiros. Nesse primeiro congresso Raffaelli foi chairman de sessão e XVIII Congresso 05 a 07/08/04 Curitiba - PR
nomeado membro da Comissão de Ensino da Sociedade Internacio- XIX Congresso 15 a 17/09/05 Fortaleza - CE
nal de Cefaléia e membro do corpo editorial da revista Cephalalgia, XX Congresso 19 a 21/10/06 Belo Horizonte - MG

editada em Oslo, Noruega, e que seria o órgão oficial desta socieda- Nota: Não houve nenhuma reunião da SBCe nos anos de 1990 e 1992;
O XXI Congresso será em Florianópolis - SC, no período de 20 a 22/09/07 e o
de. Mais tarde veio a se tornar membro do corpo editorial da revista XXII Congresso, em Natal - RN, no ano de 2008

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RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO

Functional Neurology, editada na Itália, desde 1986. E hoje, Raffaelli é colaborador e editor associado de
várias revistas de Cefaléia e Neurologia.
Teve participação ativa na elaboração da segunda classificação internacional das cefaléias, em 1988,
como membro do Comitê Organizador no período de 1986 a 1988.
Após o congresso de Munique, em 1983, os congressos seguintes têm sido realizados em anos ímpares
e, até hoje, já aconteceram 12 congressos, dos quais Raffaelli participou de oito (Tabela 4). Atualmente,
detém os títulos de organizador e fundador da Sociedade Internacional de Cefaléia, além de ser seu único
membro honorário vitalício na América Latina.

Saída da Diretoria da SBCe e da IHS

Durante vinte anos comandou a SBCe (esse Ce foi criado por ele para diferenciar a Sociedade Brasileira
de Cefaléia da SBC, Sociedade Brasileira de Cardiologia) ora como presidente ora como secretário. Ao referir-
se aos outros sócios fundadores afirma: "Durante esses vinte anos, o Sanvito e o Farias ocuparam, às vezes,
a presidência, mas deixaram que eu tocasse a Sociedade para frente porque sabiam que ela era a menina dos
meus olhos".
Em 1996 saiu da diretoria da SBCe e entregou-a nas mãos de gente mais jovem e extremamente dedicada
(Bordini, Arruda e Ciciarelli) que levou a Sociedade à altura em que ela está hoje. Nesse mesmo ano também
deixou a diretoria da IHS, e o Dr. Carlos Alberto Bordini, de Ribeirão Preto (SP), que assumiu a presidência da
Sociedade Brasileira, passou a ser o representante do Brasil na Sociedade Internacional.
Perguntaram-lhe mais de uma vez: "Por que, Raffaelli, você entregou a Sociedade a outros quando ela
estava pronta para decolar, se foi você quem a construiu peça por peça até ela estar pronta para voar e na
pista de decolagem?" Sua resposta: "Chega a hora em que os velhos
Tabela 3
Relação dos convidados estrangeiros pela SBCe para soldados precisam entregar o bastão aos jovens não se preocupando em
ministrarem aulas nos congressos de cefaléia colher lucros pelo seu trabalho passado. Não me arrependo; fiz o que foi
Nome do convidado País de origem melhor para a Sociedade, e todos são testemunhas de que eu não poderia
Alan M. Rapoport Stamford (EUA) ter melhores seguidores do que esses rapazes de Ribeirão Preto, que trans-
André Pradalier Paris (França) formaram nossa Sociedade numa das mais atuantes do Brasil".
Cristina Perez Uruguai Deixou de vez o comando da Sociedade e foi agraciado com o título
David W. Dodick EUA
de presidente honorário da Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Elza Raimundi Argentina
Uma das características de Edgard Raffaelli é a amizade e a gratidão
Federigo Sicuteri Florença (Itália)
que sente por muitos de seus discípulos, como é o caso do baiano José
Gennaro Bussone Milão (Itália)
Giuseppe Nappi Pavia (Itália)
Martônio Ferreira de Almeida, que foi responsável pela divulgação da
Gustavo Poch Buenos Aires (Argentina)
cefaléia em vários estados do Nordeste. Sabe-se que a SBCe foi fundada
James Lance Sidney (Austrália) em São Paulo e que ficou restrita a este estado e ao Rio de Janeiro, com
Jane R. Gill EUA pequenas incursões pelo sul do País. Ele precisava de alguém que lhe
John Edmeads Toronto (Canadá) abrisse o Norte e o Nordeste, e há cerca de 15 anos pediu ao José Martônio,
John Ruskin Graham Boston (EUA) que freqüentava os cursos há muitos anos, que organizasse cursos em
Jorge Alberto Leston Buenos Aires (Argentina) Salvador e, se possível, nos outros estados acima dele. E assim o fez. Além
José M. Pereira Monteiro Porto (Portugal) de abrir as portas de Salvador, levou a SBCe a Sergipe, Alagoas e ao Rio
Lee Kudrow Califórnia (EUA) Grande do Norte, emprestando ainda o seu auxílio para que a Paraíba e o
Lucas Bonamico Buenos Aires (Argentina) Ceará também entrassem na SBCe.
Luis Carlos Sanín Posada Bogotá (Colômbia) É dessa maneira que se refere ao Martônio: "um verdadeiro pé-de-
Marcia Wilkinson Londres (Inglaterra) boi, um idealista, se tivéssemos mais Martônios pelo Brasil afora não
Margarida Sanchez del Rio Espanha
estaríamos hoje confinados à área litorânea, com todo o Centro-Oeste e
Maria Nicolodi Florença (Itália)
grande parte do Norte ainda praticamente virgens no campo da cefaléia".
Massino Leone Pavia (Itália)
Sempre ajudou àqueles que quiseram desbravar os caminhos da
Michael Moskowitz Boston (EUA)
cefaléia. Assim aconteceu ao encaminhar médicos brasileiros para a Esco-
Mônica Diez Argentina
Ninan T. Mathew Houston (EUA)
la de Cefaléia que Sjaastad montou em Trondheim, na Noruega. Na primei-
Osvaldo Carlos Bruera Buenos Aires (Argentina)
ra leva de alunos o Brasil foi representado pela Yara Dadalti Fragoso, que
Ottar Sjaastad (7 vezes) Trondheim (Noruega) deixou lá a fama de trabalhadora, inteligente e incansável. A ela seguiram-
Raymond Maciewicz Harvard (EUA) se o Deusvenir de Carvalho, o Carlos Alberto Bordini e o Maurice Vicent.
Vincenzo Di Monda Brescia (Itália) Não existiria uma SBCe sem este homem que se aventurou a ser mal
Vincenzo Guidetti Roma (Itália) falado numa época em que cefaléia não era bem vista pela classe médica.

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QUEM FOI EDGARD RAFFAELLI JÚNIOR

Graças à sua seriedade e honestidade, emprestando o seu nome à SBCe, a cefaléia brasileira hoje é a 2ª/3ª do
mundo: somando-se o número de associados da International Headache Society (IHS), vê-se que, depois
dos Estados Unidos, o Brasil e a Inglaterra estão empatados.
Raffaelli não gozava de uma boa saúde nos últimos anos. Hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus, insuficiência renal crônica e síndrome da fadiga crônica eram algumas de suas doenças. Na primei-
ra semana de dezembro de 2006 apresentou extrema apatia, sem condições de tomar nenhuma atitude. Foi
internado no dia 08/12/06 devido aos exames laboratoriais constatarem um comprometimento acentuado de
sua função renal. Iniciou hemodiálise. Evoluiu com confusão mental e sonolência. Teve alta hospitalar após
13 dias, mas no dia seguinte (22/12/06) teve piora clinica e retornou ao hospital, desta vez para um Centro de
Terapia Intensiva.

No dia 29/12/06, às 23h28min, infelizmente, Edgar Raffaelli Júnior não resistiu à septicemia. E morre
aquele que possuiu todos os os méritos para ser considerado o pai da cefaléia na América Latina.

Bibliografia
1. Raffaelli Jr E. Aneurismas Infecciosos. São Paulo, 1973. Tese (doutoramento) - Departamento de Neuropsiquiatria,
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.
2. Raffaelli Jr. E. Evolutive clinical picture of chronic headache. In: X Congresso Internacional de Neurolo-gia,
Barcelona (Espanha), 1973.
3. Raffaelli Jr. E. Pizotifen and chronic headache. In: X Congresso Internacional de Neurologia, Barcelona
(Espanha), 1973.
4. Raffaelli Jr E. Atualização em enxaqueca - introdução. Ars Curandi (Supl. especial), 1974;6(12):1-4.
5. Raffaelli Jr E. Atualização em enxaqueca - tratamento. Ars Curandi (Supl. especial), 1974;7(2):11-2.
6. Raffaelli Jr E. Migraine and the limbic system. Aula ministrada no XVI Annual Meeting da American As-sociation
for the Study of Headache, Chicago (EUA), 1974, a convite do Dr. John R. Graham.
7. Raffaelli Jr E. Menon AD. Migraine and the limbic system. Headache, 1975;15(1):69-78.
8. Raffaelli Jr E. O papel da serotonina na cefaléia vascular. A Folha Médica, 1976;72(4):377-80.
9. Raffaelli Jr E. Manifestaciones nocturnas de las jaquecas.
Tabela 4
Aula ministrada no VI Congresso Peruano de Psiquiatria,
Relação dos congressos realizados pela Sociedade Internacional de Cefaléia
Neurologia e Neurocirurgia e I Congresso Ibero-America-
Evento Data Local Organizador
no de Neurologia, Lima (Peru), 1976, a convite do Prof.
I Congresso
Gustavo Poch. Internacional*
14 a 16/09/1983 Munique (Alemanha) Volker Pfaffenrath
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Endereço para correspondência


Raimundo Pereira da Silva Neto
Clínica Neurocentro
Rua Olavo Bilac, 173
764001-280 – Teresina-PI – Brasil
Tel./fax: + 55 86 3226.143
E-mail: neurocefaleia@terra.com.br

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