Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O grupo de trabalho Língua(gem) e Ensino tem como objetivo discutir o ensino da Língua
Portuguesa nos mais diversos níveis de ensino, bem como o desenvolvimento de pesquisas em
áreas relacionadas ao ensino da língua materna.
Descrição GT 3: Estudos Linguísticos e Ensino de Língua Portuguesa
Professor Dr. Marlos de Barros Pessoa (UPE/Mata Norte)
Hoje é consenso entre professores e pesquisadores da área de língua portuguesa que um ensino
da língua não pode se sustentar em práticas tradicionais que tomem a gramática normativa como
modelo para o ensino. O desenvolvimento contínuo dos estudos lingüísticos e a formação
continuada de docentes passou a ofertar um manancial riquíssimo de alternativas para uma
prática profícua e eficaz do ensino da língua com base, sobretudo nos aportes da Linguística
Aplicada, há algumas décadas. Dessa forma, é fundamental a formação de professores com
ênfase nos conceitos básicos de Linguagem e Linguística. É propósito deste GT, Estudos
Linguísticos e Ensino de Língua Portuguesa, pois, que a formação básica desses componentes
na formação do docente de língua portuguesa se reflita em propostas que contemplem o ensino
da língua materna dentro de uma perspectiva científica, segundo preconizam os documentos
oficiais para as diretrizes e políticas da educação linguística na formação docente.
Descrição GT 4: Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas Estrangeiras
Professora Dra. Gisele Pereira de Oliveira (UPE/Mata Norte) / Professora Dra. Rita de Cássia
Freire de Melo (UPE/Mata Norte)
Este GT pretende reunir trabalhos que apresentem um debate em pesquisas teóricas e práticas,
atrelados a experiência de alunos e professores em projetos de pesquisas ou experiências de
sala de aula (experiências acadêmicas e profissionais) na área do discurso e ensino. Nesta
proposta, as investigações articulam diferentes perspectivas teóricas metodológicas ligadas a
educação e ao universo do ensino no Brasil, voltados para a ensino, o discurso e seus efeitos de
sentido como, estudos bakthiniano e análises discursivas contemporâneas. Serão aceitos
trabalhos desenvolvidos a partir de múltiplos e variados objetos, desde uma leitura sobre as
práticas cotidianas escolarizadas aos mais variados modos de letramento, ligados aos discursos
do cotidiano, que interferem no modo de constituição do ensino e, consequentemente, dos
sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Referências:
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.
SANTOS, Antonio G. Pinheiro; SILVA, Francisco Vieira; FREITAS, M. Eliza.
Discursividades em ensino: práticas de subjetivação e regimes de verdade na educação. São
Carlos: Pedro e João Editores, 2008.
SILVA, D. Sergio; GOMES, G. Ramos. Análises em Discursos: perspectivas, leituras,
diálogos. São Carlos: Pedro e João Editores, 2019.
Descrição GT 8: Literatura(s) na contemporaneidade
Professora Dra. Rafaella Teotônio (UPE/Mata Norte)
Para o crítico de arte, Hal Foster (2014), o contemporâneo revela, como uma tendência da arte
das últimas décadas, a preferência por apresentar personagens que são representações de
sujeitos marginalizados na sociedade, tendência também reconhecida por Linda Hutcheon
(1991) quando elabora o conceito de ex-cêntrico em Poética do Pós-modernismo. Para Foster
(2014), em seu ensaio O artista como etnógrafo, a produção artística, principalmente da
esquerda, perseguiu uma ideia de alteridade, na tentativa de dialogar com as discussões
propostas pelas Ciências Humanas quanto à questão do sujeito e do outro, bem como a assunção
de um modo político de fazer arte. Esse paradigma identificado por Foster assume a mesma
perspectiva da discussão proposta em anos anteriores por Walter Benjamim (2012) em seu
ensaio O autor como produtor. Para esses autores tais paradigmas confluem no mesmo ponto:
o lugar do artista em meio à transformação política da sociedade.
De acordo com Foster (2014), a alterização (othering) tornou-se o paradigma da arte na
contemporaneidade, preocupada em representar os lugares dos sujeitos que estão à margem na
sociedade. Compreende-se então que o momento histórico destaca uma profusão de debates
políticos em todas as esferas sociais sobre a antiga relação entre o sujeito e o outro cultural.
Trata-se de pensar sobre quem se fala, quem fala e de que lugar fala àqueles que se propõem a
construir o outro cultural. Pois, como elaborou a pesquisadora Regina Dalcastagné (2002, p.35),
“um dos sentidos de ‘representar’ é, exatamente, falar em nome do outro” e que este “falar de
alguém” ou “por alguém” é sempre um ato político”. No campo literário, essas questões
continuam a provocar polêmicas e em alguns sentidos limitam a condição do autor enquanto
produtor empenhado na transformação da sociedade. Desse modo, quando se pensa em
literatura, pensa-se também em produção de imagens, saberes e perspectivas.
Dessa forma, a ascensão de estudos sobre a produção e representação de grupos
excluídos na literatura procura revelar a posição do escritor na contemporaneidade. Teria, hoje,
o escritor, a capacidade de representar com legitimidade os grupos que não fazem parte do seu
lugar? E mesmo que a resposta seja não, qual a importância em discutir o lugar/posição do
escritor? E mais, qual o papel do escritor frente à urgência em fazer surgirem as vozes antes
silenciadas? Pensando nessas questões, já que a atividade literária, como já refletido, é uma
atividade de imaginar-se como outro para comunicar a outros, o peso que revela a escrita
literária na disseminação de imagens e estereótipos força a discussão sobre uma estratégia de
representação que vise à diversidade de perspectivas dos outros representados, ou seja, a
questão do lugar de fala, já elaborado por teóricas como Donna Haraway (1995) e Djamila
Ribeiro (2017). Este Grupo de trabalho espera acolher discussões sobre as literaturas
contemporâneas de diversas línguas, com o objetivo de pensar sobre alteridade, lugar de fala,
representações e autorrepresentações de minorias, além de temas diversos que suscitem as obras
de autores e autoras contemporâneas.
Palavras-chave: contemporâneo; alteridade; representação; minorias.