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Cap.

5- Relações Interespecíficas

Relações Interespecíficas- São as interações ou associações que ocorrem


entre indivíduos de espécies diferentes.

● Harmônicas: Efeitos positivos, garantindo sobrevivência, crescimento e


reprodução de uma população.

● Desarmônicas: Ocorrem impactos negativos para alguns (ou todos) os


envolvidos.

Relações Interespecíficas Harmônicas

Mutualismo (+/+)- É uma relação em que organismos de espécies diferentes


interagem em benefício mútuo. As espécies podem se envolver com diferentes
graus de obrigatoriedade de interação e intimidade física. Existe uma necessidade
do envolvimento, pelo menos uma das espécies não sobrevive sem a outra, ou seja,
se houver mudanças em uma espécie provavelmente afetará a sobrevivência e a
reprodução da outra.

Ex.: Liquens, associações entre fungos e algas ou cianobactérias.

Protocooperação ou Mutualismo Facultativo (+/+)- É uma relação que não é


obrigatória, mesmo que traga benefícios para os indivíduos.

Ex.: Relação entre o caranguejo-paguro e as anêmonas-do-mar. Nessa relação


tanto o caranguejo quanto a anêmona são capazes de sobreviver sozinhos, já que
possuem mecanismos próprios de defesa e de busca por alimentos. No entanto, a
relação melhora a vida de ambos.

Comensalismo (+/0)- É uma relação cuja finalidade é a obtenção de alimento, na


qual uma espécie recebe benefício de outra, que não é beneficiada nem
prejudicada.

Ex.: Associação entre tubarões, rêmoras e peixes-piloto. O peixe-piloto nada


próximo ao tubarão, também se aproveitando de restos de alimentos, mas sem
entrar em contato com ele. Desse modo, para os tubarões, não há efeito
mensurável dessa relação, pelo menos enquanto o número de rêmoras ou de
peixes-piloto não for exagerado.
Inquilinismo (+/0)- É uma relação em que uma espécie recebe benefício, mas a
outra não é beneficiada nem prejudicada. A associação ocorre para obter proteção,
abrigo ou suporte físico.

Ex.: Peixe fierásfer, que vive comumente no interior de pepinos-do-mar, saindo para
se alimentar e retornando em seguida.

Relações Interespecíficas Desarmônicas

Competição (-/-)- Ambas sofrem redução na taxa de sobrevivência, crescimento e


reprodução. Ela ocorre quando os indivíduos dessas populações apresentam nichos
ecológicos iguais ou muito semelhantes e os recursos utilizados por eles, como
alimento, espaço, luz, entre outros, são limitados. A intensidade da competição
aumenta conforme a densidade populacional, já que a maior quantidade de
indivíduos vai aumentar a disputa por recursos. Geralmente é assimétrica, ou seja,
uma população é mais prejudicada que a outra.

● Princípio da Exclusão Competitiva: Gause formulou um princípio que ficou


conhecido como Princípio da Exclusão Competitiva (ou Princípio de Gause),
segundo o qual duas espécies podem ter o mesmo habitat, mas não ocupar o
mesmo nicho ecológico. Se elas ocuparem o mesmo nicho e os recursos
forem escassos, uma delas será eliminada por competição.

Ex.: Pode ser visto em parques, quando árvores de espécies diferentes disputam
pela obtenção de água.

Predação (-/+)- É a interação em que um indivíduo (predador) consome todo ou


parte de outro indivíduo vivo (presa), se beneficiando, e obviamente reduzindo a
sobrevivência, o crescimento e a reprodução da presa. A predação é estabelecida
pela forma de consumir, e não pelo tamanho do indivíduo. Apesar de
individualmente os efeitos para a presa serem geralmente negativos, para a
população de presas eles podem ser positivos, uma vez que as presas
sobreviventes podem experimentar uma diminuição da competição por recursos ou
produzir uma prole maior.

Ex.: Animais como leões, tigres, ursos e onças são frequentemente lembrados como
exemplos de predadores, mas outros menores, como aranhas, também são
predadores que matam suas presas.

Parasitismo (-/+)- É a relação em que um indivíduo, o parasita, vive à custa de


outro, o hospedeiro, extraindo alimento de forma a prejudicá-lo. O parasita não
mata, já que ele também morre se o hospedeiro morrer. Por isso, essa relação
costuma ser íntima, duradoura e, geralmente, obrigatória ao parasita. Indivíduos
parasitados têm menor taxa de sobrevivência e sucesso reprodutivo, pois costumam
adoecer.

Amensalismo ou antibiose (-/0)- É a relação em que a população de uma


espécie (inibidora) libera substâncias que matam ou inibem o crescimento de uma
população de outra espécie (amensal). Nesse tipo de relação, a população amensal
é prejudicada, mas a inibidora não possui benefícios nem malefícios.

Ex.: O fenômeno da maré vermelha.

Cap.6- Biomas Brasileiros

Os biomas são definidos como o conjunto de vegetações em grandes áreas


contínuas, com fauna e flora similares, determinadas pelas condições físicas
predominantes nessas regiões.
Outros fatores, como aqueles ligados ao clima (representado principalmente pela
temperatura e pela pluviosidade), produzem ampla variedade de condições
ecológicas associadas aos diferentes tipos de biomas terrestres.
No Brasil, a grande extensão territorial faz com que o país tenha latitude, clima e
relevo variados. Há grande diversidade de biomas, definidos, sobretudo, pelo tipo de
cobertura vegetal.
Existem seis biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e
Pantanal. Com exceção da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, os demais
podem ser encontrados em outros países.

Floresta Amazônica- Conhecida por sua biodiversidade, é uma floresta tropical


localizada predominantemente na Região Norte do Brasil, encontrando-se também
nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Apesar de ser chamado de “floresta”, esse
bioma também é composto por outros ecossistemas, como campos alagados,
várzeas, savanas etc. No entanto, recebe esse nome devido à predominância
florestal. A cobertura vegetal é tão densa que pouca luz solar chega ao solo e com
isso tem-se a diminuição do efeito erosivo da chuva abundante na região. Então,
como consequência, também há diminuição do carreamento de minerais em direção
aos rios. E embora o solo da área seja considerado pobre, é rico em matéria
orgânica, denominada popularmente serrapilheira.

● Ameaças: Tendo o desmatamento como uma das suas principais ameaças,


ela se torna um bioma muito frágil. Desmatamento, queimadas e cultivo de
curto prazo são prejudiciais à floresta, principalmente quando realizados em
larga escala para plantar pasto, soja, milho e cana-de-açúcar. Como
consequências eles trazem a diminuição de chuvas na região amazônica e
no Centro-Oeste do Brasil, a retirada da cobertura original da área e a
diminuição da biodiversidade do ecossistema.

● Conservação: Para conservar esse bioma, as atividades devem ser


sustentáveis, como estabelecer regiões delimitadas e controladas para a
coleta extrativista de frutos e de madeira, combater o desmatamento ilegal e
a invasão de áreas protegidas, fortalecer as comunidades locais por meio de
políticas públicas que incentivem atividades econômicas sustentáveis etc.

Cerrado- A paisagem típica dele é constituída de árvores esparsas de pequeno a


médio porte, com troncos retorcidos de casca grossa e folhas espessas. Essas
folhas costumam ter uma camada de cera e tricomas (uma espécie de pelo
responsável pela absorção de água e nutrientes) na superfície. As rochas são
predominantemente sedimentares, formando relevos de chapadas e vales de rios,
os solos dessa região são pobres. O clima é tropical semiúmido, em que se
percebem duas estações: o inverno (seco) e o verão (úmido). A primeira dura de
maio a outubro, enquanto a segunda dura de novembro a abril. Nesse bioma, a
queimada ocorre naturalmente, devido ao calor e à vegetação ressecada. O fogo é
tão relevante para a região que muitas plantas só conseguem produzir flores e
frutos após um evento de incêndio. Durante a transição entre as estações úmida e
seca, a chance de ocorrer queimadas é maior, já que há maior incidência de raios
durante chuvas.

● Ameaças: O desmatamento para comercialização de madeira, a extração de


carvão, a criação de pastos para a agropecuária e a urbanização
desordenada são as principais ameaças ao bioma. Como consequência, há
devastação da flora e da fauna. Essas ações podem ser minimizadas com a
devida fiscalização da atividade humana na área e com a demarcação de
terras próprias à extração de recursos.

Caatinga- É o único bioma exclusivamente brasileiro e é conhecida pelo aspecto


esbranquiçado da vegetação durante o período seco. É potencialmente fértil e pode
sustentar a agricultura, desde que sejam desenvolvidas técnicas adequadas e que
haja um suprimento regular de água. A irrigação do solo, por exemplo, pode
fomentar a produção de milho, feijão, mandioca e algodão. É composta
principalmente por arbustos de pequeno porte, que se distribuem em áreas abertas.
Também há a presença de árvores de grande porte, mas em menor número. A
vegetação está adaptada ao clima quente e seco, por isso é comum ver diversos
tipos de cactos nesse bioma, como o xique-xique e o mandacaru.

● Ameaças: O desmatamento e as queimadas têm causado a desertificação


da Caatinga, ou seja, transformado a área em um deserto. A caça ilegal, a
pecuária extensiva e a prática agrícola com manejo inadequado do solo
também colaboram para a degradação desse bioma, impossibilitando o
desenvolvimento de solos e a fixação de vegetação.

Mata Atlântica- O bioma é relativamente variado, apresentando formações como


florestas e ecossistemas associados, como manguezais, vegetação de restinga e
campos de altitude. Uma das formações mais típicas da área é a Mata de
Araucárias.

● Ameaças: É uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Ela


está intimamente ligada aos ciclos socioeconômicos do Brasil, sendo utilizada
como fonte de renda desde o Período Colonial, há mais de 500 anos. Outro
motivo de devastação da área é a construção de grandes centros
metropolitanos, além de polos industriais, petroquímicos ou portuários. Hoje,
as iniciativas de defesa desse bioma tentam incentivar a recuperação e
proteger as poucas áreas remanescentes. As áreas originais desse bioma
estão espalhadas em vários locais, então elas são vulneráveis às alterações
antrópicas, como poluição e caça predatória.

Manguezal- É um ecossistema costeiro de grande importância ecológica e


socioeconômica nas regiões estuarinas, ou seja, de transição entre rio e mar. A
relevância do mangue é por se caracterizar como transição entre os biomas
terrestre e marinho, além de funcionar como uma barreira à energia das ondas. Os
manguezais são ambientes que oferecem condições ideais para o desenvolvimento
de inúmeros organismos. Nessas áreas, os organismos encontram proteção,
alimento e um ambiente favorável à reprodução.

Pampa- Caracteriza-se pelos campos de gramíneas, arbustos esparsos de


pequeno porte, distribuição regular de chuvas e pelas estações do ano bem
demarcadas. Nesse bioma, há diversos animais que cavam tocas, a exemplo do
tatu e de diversos roedores. Entre os animais carnívoros, são exemplos o
gato-dos-pampas e o guaxinim. Quanto às aves, temos o marreco, o tachã e o
quero-quero.
Pantanal-

● Alagadas: áreas de vegetação rasteira que permanecem encharcadas


mesmo durante a estação seca;

● De eventuais alagamentos: áreas de vegetação rasteira com arbustos e


palmeiras, que alagam esporadicamente;

● Que não sofrem alagamento: áreas próximas do Cerrado, que contam,


inclusive, com vegetação desse outro bioma; em locais mais úmidos, contam
com a vegetação típica da floresta tropical. Essa região não alaga e serve de
abrigo para animais durante o período de enchente.

● Ameaças: A destruição da fauna pela caça clandestina e pela pesca


intensiva é um dos principais problemas da região. Os garimpos clandestinos
de ouro e de diamante também têm provocado o assoreamento de rios, a
erosão do solo e a contaminação da fauna.

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