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Fidelto Alberto E Inguane

Formas de protecção contra incêndios


(Curso licenciatura em Engenharia Informática com Habilitações em Telecomunicações)

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Fidelto Alberto E Inguane

Formas de protecção contra incêndios

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado a Faculdade de Engenharias
e Ciências Tecnológicas, na cadeira de
Segurança nas Telecomunicações
lecionada pelo docente Eng. Faizal
Mulavua.

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice

1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1 Objetivo geral........................................................................................................................4

1.2 Objectivos específicos..........................................................................................................4

1.3 Metodologia..........................................................................................................................4

2. Incêndios e protecçao em Data Centers..................................................................................5

3. Sistemas activos......................................................................................................................6

4. Sistemas passivos....................................................................................................................6

5. Sistemas automáticos de detecção de incêndios.....................................................................7

6. Sistemas automáticos de extinção de incêndios......................................................................8

Conclusão..................................................................................................................................12

Bibliografia...............................................................................................................................13
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1. Introdução

Desastres naturais e eventos adversos, como incêndios, podem interromper gravemente


as comunicações, afectando a resposta a emergências e a vida quotidiana das pessoas.

Nesta pesquisa, explora-se como as redes de telecomunicações estão se tornando mais


resilientes, com foco especial na mitigação de riscos de incêndios, analisar estratégias de
prevenção, sistemas de alerta e medidas de recuperação que garantem a continuidade das
comunicações mesmo em situações críticas.
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1.1 Objetivo geral

 Estudar sobre os incêndios nas telecomunicações.

1.2 Objectivos específicos

 Abordar de protecção contra incêndios.

 Sistemas activos e passivos.

 Sistemas automáticos de detecção e extinção de incêndios.

1.3 Metodologia

Recorreu-se à revisão bibliográfica para a busca, seleção, leitura e síntese dos artigos,
livros para identificar as principais tendências, teorias e abordagens relacionadas ao tema em
questão, bem como as principais lacunas no conhecimento, as controvérsias existentes na
literatura e desenvolver uma compreensão mais profunda e abrangente sobre os incêndios nas
telecomunicações.

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2. Incêndios e protecçao em Data Centers

Na era da hiperconectividade, onde as telecomunicações são o tecido que mantém nossa


sociedade unida, a proteção dos bastidores dessa infraestrutura é frequentemente
negligenciada. Data centers, ocultos em grandes edifícios e salas protegidas, são os cofres
digitais que hospedam a engrenagem essencial para a comunicação moderna. Contudo, um
inimigo silencioso ameaça essa infraestrutura vital: o fogo.

Nos confins desses edifícios bem guardados, servidores e sistemas de armazenamento são
os guardiões das informações que flutuam em nossas redes. Proteger essas instalações é
preservar a espinha dorsal da comunicação.

De acordo com (Filho, 2004) incêndios são uma ameaça silenciosa, capazes de destruir
em minutos o que levou anos para ser construído. A proteção contra incêndios nos data
centers é o último reduto contra esse inimigo.

Data centers empregam tecnologia de supressão avançada, como sistemas de extinção de


fogo com agentes limpos, que extinguem o fogo sem deixar resíduos corrosivos, protegendo
os ativos críticos.

A detecção rápida e precisa de incêndios é crucial. Sistemas sofisticados de detecção e


respostas imediatas garantem que qualquer incêndio seja combatido antes de se alastrar.

Garantir energia de backup é fundamental para a continuidade das operações. Geradores e


baterias entram em ação em caso de interrupção de energia.

Data centers obedecem rigorosamente às normas e regulamentações de segurança contra


incêndios, garantindo a conformidade com os mais altos padrões de segurança.

Equipes treinadas e exercícios regulares de simulação de incêndio garantem que o pessoal


esteja preparado para agir com rapidez e eficiência em caso de emergência.

A proteção contra incêndios em data centers é o pilar invisível da segurança nas


telecomunicações, garantindo a continuidade das operações de comunicação, mesmo quando
o fogo ameaça. Salvaguardar a conectividade global depende de medidas de segurança
avançadas e estrita adesão às regulamentações de segurança.
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3. Sistemas activos

Segundo (Gonçalves, 2013) os sistemas activos desempenham um papel crítico na


proteção contra incêndios nas infraestruturas de telecomunicações, fornecendo medidas
preventivas e estruturais que complementam os sistemas passivos.

As barreiras corta-fogo são estruturas projectadas para evitar a propagação do fogo de um


ponto para outro. Elas são essenciais para manter o fogo contido em uma área específica,
impedindo que se espalhe para áreas críticas de telecomunicações.

Essas barreiras são feitas de materiais resistentes ao fogo, como gesso, cimento, ou
materiais compósitos especiais, que retêm suas propriedades estruturais e retardantes de
chama mesmo sob altas temperaturas.

A instalação estratégica de barreiras corta-fogo em torno de salas de servidores e áreas


críticas ajuda a manter o fogo sob controle, protegendo equipamentos e cabos vitais.

A compartimentação de áreas envolve a divisão da infraestrutura de telecomunicações em


compartimentos separados, cada um com proteção passiva. Isso reduz a probabilidade de
propagação do fogo entre áreas adjacentes.

As paredes resistentes ao fogo são uma parte fundamental da compartimentação de áreas,


garantindo que um incêndio em uma parte da instalação não afete as áreas vizinhas.

Portas corta-fogo selam a compartimentação, impedindo que o fogo e a fumaça passem de


um compartimento para outro.

4. Sistemas passivos

Sistemas passivos também abordam a proteção de cabos e rotas de comunicação críticas.


Isso envolve o uso de materiais de cabos resistentes ao fogo e a instalação de dutos ou
bandejas de cabos à prova de fogo.

Garantir que os cabos e rotas de comunicação permaneçam intactos durante um incêndio é


vital para preservar a conectividade e permitir que os sistemas de telecomunicações
continuem funcionando.

A proteção passiva inclui isolamento térmico adequado para evitar que altas temperaturas
afetem a integridade estrutural das instalações. Também abrange sistemas de ventilação
segura, projetados para minimizar a entrada de fumaça tóxica.
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O isolamento térmico ajuda a manter a estabilidade dos edifícios e infraestruturas,


garantindo que eles não se deteriorem rapidamente durante um incêndio.

Os sistemas passivos envolvem o selamento de aberturas, como fendas ou passagens para


cabos, para evitar que o fogo e a fumaça se espalhem de uma área para outra.

Materiais de selamento de aberturas são frequentemente impregnados com substâncias


retardantes de chama para melhorar a resistência ao fogo.

A implementação de sistemas passivos deve estar em conformidade com regulamentações


e normas de segurança contra incêndios para garantir a eficácia.

Além da instalação adequada, o treinamento de pessoal é crucial para garantir que as


medidas passivas sejam mantidas e inspecionadas regularmente.

A manutenção periódica desses sistemas é essencial para garantir que eles permaneçam
eficazes ao longo do tempo.

A incorporação estratégica de sistemas passivos na proteção contra incêndios nas


telecomunicações é fundamental para minimizar danos, garantir a continuidade das operações
e preservar a conectividade em caso de incêndio (Silva, 2006). Eles atuam em conjunto com
sistemas ativos para criar uma abordagem completa de segurança.

5. Sistemas automáticos de detecção de incêndios

Muitos sistemas automáticos de detecção de incêndios em ambientes de telecomunicações


empregam uma abordagem de detecção multicamada. Isso significa que eles usam uma
combinação de sensores de fumaça, calor e chamas para aumentar a precisão da detecção e
reduzir falsos alarmes. A detecção multicamada é especialmente eficaz na identificação
precoce de incêndios.

Alguns sistemas de detecção de incêndios incorporam câmeras de imagem térmica. Essas


câmeras podem detectar alterações na temperatura que podem indicar a presença de um
incêndio, mesmo antes que a fumaça seja visível. Isso é útil para ambientes onde a fumaça
pode não ser prontamente detectável.

Avanços recentes em tecnologia têm permitido a integração de inteligência artificial e


aprendizado de máquina em sistemas de detecção de incêndios. Esses sistemas podem analisar
continuamente dados de sensores para identificar padrões e comportamentos que indicam a
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ocorrência de um incêndio. Isso ajuda a reduzir falsos alarmes e aprimorar a detecção


precoce.

Alguns sistemas automáticos de detecção de incêndios são capazes de tomar ações


autônomas, como acionar sistemas de supressão de incêndio ou notificar automaticamente as
autoridades relevantes. Isso reduz o tempo de resposta e ajuda a conter o incêndio
rapidamente.

Para garantir que os sistemas de detecção estejam sempre em funcionamento, eles podem
incluir recursos de autodiagnóstico. Isso permite que o sistema identifique e relata problemas
de hardware ou software para manutenção imediata.

Os sistemas automáticos de detecção de incêndios são projetados para se adaptarem às


condições ambientais específicas da instalação de telecomunicações. Isso pode incluir a
calibração dos sensores para condições de umidade, poeira ou temperatura.

A integração com sistemas de controle centralizados é comum em ambientes de


telecomunicações. Isso permite que os sistemas automáticos de detecção de incêndios se
comuniquem com outros sistemas de segurança e controle em toda a instalação.

Para garantir que os sistemas automáticos de detecção de incêndios continuem


funcionando durante falhas de energia, eles geralmente são equipados com fontes de
alimentação de backup redundantes, como baterias e geradores.

Essas características tornam os sistemas automáticos de detecção de incêndios em


ambientes de telecomunicações altamente avançados, capazes de fornecer proteção eficaz e
confiável para equipamentos críticos e pessoal.

6. Sistemas automáticos de extinção de incêndios

Em ambientes de telecomunicações, onde a preservação de equipamentos é fundamental,


os sistemas automáticos de extinção de incêndios muitas vezes utilizam agentes de extinção
específicos, como o FM-200 ou o Novec 1230. Esses agentes são projetados para extinguir
incêndios de forma eficaz sem deixar resíduos prejudiciais ou causar danos aos equipamentos.

Para se dar inicio ao processo de extinção é necessário a confirmação de alarme por parte
de dois detetores automáticos de incêndio ou pela ativação manual do sistema. Os sistemas de
deteção automática de incêndios poderão ser coletivos ou endereçáveis.
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Num sistema coletivo, obrigatoriamente todos os detetores automáticos estão ligados à


central de extinção. A central de deteção deverá ter capacidade no mínimo para duas linhas ou
zonas, em stub (antena), devido à necessidade da dupla confirmação, ou seja, indicação de
alarme em zonas distintas. Neste tipo de sistema todos os comandos são realizados na central
de extinção, sendo que a indicação de alarme ou avarias do sistema só poderá ser observada
na mesma ou em painéis repetidores devidamente providenciados.

O sistema endereçável é mais versátil já que não existe a necessidade da ligação dos
detetores à central de extinção e o controlo do sistema pode ser efetuado na central de deteção
de incêndio ou na central de extinção.

A confirmação por parte de dois detetores de zonas distintas também é obrigatória, mas
por se tratar de um sistema endereçável.

Na utilização de sistemas endereçáveis, todos os elementos são endereçáveis, exceto os


botões de ativação e bloqueio da extinção.

Para além da escolha do tipo de sistema, é necessário especificar outros componentes


presente num Sistema Automático de Extinção de Incêndios, como as sirenes de alarme e os
painéis óticos-acústicos de informação de libertação do gás.

Os painéis ótico-acústicos são ativados depois da dupla confirmação de alarme de


incêndio na zona a proteger e são instalados nos locais de acesso às zonas de extinção. A
Figura 5 mostra um exemplo de um painel ótico-acústico

Não sendo a utilização dos contactos de porta obrigatória devem-se ter certos cuidados
aquando do processo de extinção.

Caso as portas de acesso não se encontrem fechadas o processo de extinção perderá efeito.

Assim, as portas de acesso devem possuir molas de fecho automático para que estas
estejam sempre fechadas, de forma a garantir que o agente extintor produz o efeito
pretendido.

No processo de extinção com agentes gasosos é ainda importante garantir o controlo sobre
a ventilação de modo a garantir a estanquidade da sal

Muitos sistemas automáticos de extinção de incêndios estão integrados aos sistemas de


detecção, criando uma abordagem de "detecção e extinção" totalmente automática. Quando
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um incêndio é detectado, o sistema pode ativar imediatamente a liberação do agente de


extinção adequado para suprimir o fogo.

Para aumentar a confiabilidade, os sistemas automáticos de extinção de incêndios em


telecomunicações geralmente incluem redundância de componentes críticos, como válvulas
de liberação de agentes extintores e sistemas de alimentação de energia. Isso ajuda a garantir
que o sistema esteja sempre pronto para responder a um incêndio.

Alguns sistemas automáticos de extinção de incêndios são projetados para a supressão


localizada, direcionando o agente de extinção apenas para a área onde o incêndio foi
detectado. Isso ajuda a minimizar o uso de agentes extintores e reduzir danos colaterais aos
equipamentos.

Os sistemas automáticos de extinção de incêndios em telecomunicações frequentemente


permitem monitoramento e controle remotos. Isso significa que os operadores podem verificar
o status do sistema e acionar a extinção de incêndio a partir de um local remoto em caso de
emergência.

Para garantir a funcionalidade contínua, esses sistemas realizam testes automatizados


regulares e autodiagnóstico. Se um problema for detectado, o sistema pode notificar
imediatamente a equipe de manutenção para resolução.

Os sistemas automáticos de extinção de incêndios são projetados para se adaptarem ao


ambiente específico da instalação de telecomunicações, levando em consideração condições
ambientais, como temperatura e umidade.

A velocidade de resposta é crítica, e esses sistemas são projetados para suprimir incêndios
rapidamente, minimizando os danos aos equipamentos e interrupções nos serviços de
telecomunicações.

Esses sistemas automáticos de extinção de incêndios desempenham um papel fundamental


na proteção de equipamentos críticos em ambientes de telecomunicações, garantindo que, em
caso de incêndio, a resposta seja rápida, eficiente e minimamente prejudicial aos ativos
eletrónicos.

Os agentes extintores gasosos são os meios de extinção mais utilizados para a extinção
em Data Centers, pois permitem uma rápida extinção, sem resíduos e por conseguinte sem
necessidade de limpeza.
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Garantem ainda que depois do processo de extinção os equipamentos que não foram
danificados pelo fogo continuam em funcionamento, minimizando assim os prejuízos.

No caso dos gases inertes, que são armazenados a elevadas a grandes pressões o
desenvolvimento de válvulas que permitem uma descarga de gás constante e a pressões mais
baixas do que aquelas a que o gás é armazenado, permitem uma redução do diâmetro das
tubagens e reduzem também os picos de pressão existentes na libertação do agente extintor.

A utilização de agentes extintores gasosos utilizados na extinção em Data Centers podem


interferir no funcionamento dos discos rígidos e em alguns casos danifica-los.

Estas falhas podem ser causadas pelo elevado ruído emitido pela libertação do gás no
processo de extinção.

A utilização de difusores especiais em conjunto com válvulas de libertação de gás a


pressão constante, permitem uma redução do pico de libertação do agente extintor e reduzem
o nível de ruído durante o processo de extinção, para um nível que seja adequado para estas
instalações.

Este tipo de sistemas e avanço da tecnologia oferecem inúmeras soluções e vantagens na


proteção de incêndio em Data Centers. A escolha do projetista relativamente aos sistemas de
segurança contra incêndio passará pelos sistemas referidos que apesar do seu elevado custo de
aquisição e instalação é inteiramente justificado pelo ainda maior custo de paragem ou
substituição dos equipamentos danificados em caso de incêndio.
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Conclusão

A educação e a conscientização desempenham um papel fundamental na segurança das


telecomunicações contra incêndios. Através de programas educacionais e campanhas de
conscientização, podemos informar o público sobre os riscos associados e as melhores
práticas para prevenção. Além disso, ao treinar profissionais da indústria e socorristas,
podemos melhorar a prontidão e a eficácia das operações de resposta a incidentes, garantindo
um ambiente mais seguro para todos.
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Bibliografia

carmo, j. p. (2018). sistema de telecomunicaçao. lisboa, portugal.

Filho, J. B. (2004). Segurança em Telecomunicações e Redes de Dados. Brasil.

Gonçalves, P. A. (2013). Segurança em telecomunicações. Rio de Janeiro.

Pires, J. J. (2006). Sistemas e Redes de Telecomunicaçoes. portugal.

Silva, R. d. (2006). Prevenção e Combate a Incêndios. Brasil.

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