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INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda sobre equipamentos de protecção usados nas linhas


de média tensão, tendo como estudo de caso, o Município de Saurimo, Província da
Lunda - Sul. O presente trabalho visa-se demonstrar bem como estudar a relevância
destes equipamentos na área da electricidade sendo estes indispensáveis quando se fala
transportação de energia.

Tendo em consideração os novos materiais que surgem no mercado, assim


como os novos equipamentos, a expansão e a manutenção da rede eléctrica devem
sempre acompanhar a evolução tecnológica existente ao longo dos anos (Ferreira,
2018).
A energia eléctrica produzida percorre longas distâncias, desde a geração até o
consumo, passando por sistemas complexos de transmissão e distribuição. Quando há
interrupção no fornecimento de electricidade, é notório o transtorno causado. Isso
ocorre por já estarmos acostumados com o conforto do constante provimento de energia
(Junior; Furlaneto; Prearo, 2009). Para evitar essas perturbações, é de extrema
importância estudos que objectivem o desenvolvimento das protecções de linhas de
transmissão e de todo sistema eléctrico de potência.
Kindermann (1999) apud (Ferreira, 2018), mostra que as protecções das linhas
de transmissão têm como objectivo manter o sistema de energia estável, protegendo-o
de possíveis falhas, e também fornecendo informações aos seus operadores, facilitando
a identificação de possíveis problemas.
As principais falhas em um Sistema Eléctrico de Potência (SEP) são curtos-
circuitos, sobrecargas, sub e sobretensão, sendo causadas, na maioria das vezes, por
fenômenos naturais, falhas em materiais e equipamentos e falhas humanas. Na maioria
das vezes, as interrupções têm origem nas linhas de transmissão, rede de distribuição,
barramento de subestações, transformador de potência e gerador. Portanto, é de extrema
importância que se tenha uma proteção bem projectada e dimensionada.
Autores como Filho e Mamede (2011) e Goes (2013) mostram que as
principais características para um projecto de protecção são: selectividade, velocidade,
sensibilidade, confiabilidade e precisão. Sendo essenciais para a detecção de falhas e
para facilitar a tomada de decisão, e assim atender todas as exigências de segurança,
mantendo o fornecimento constante de energia eléctrica.
Para a construção de um sistema eléctrico de potência completo, é necessário
um alto investimento financeiro, uma vez que os equipamentos necessários possuem
grandes valores.
Além de necessitarem de grande investimento de capital, um SEP está sujeito a
diversos eventos que possam comprometer a qualidade do sistema. Portanto, mais
importante que buscar retorno económico, é necessário operar de maneira segura
(Zanetta, 2016).
Neste contexto, o presente trabalho irá abordar aspectos como os equipamentos
de protecção usados nas linhas de média tensão na cidade de Saurimo e apresentar os
principais elementos que constituem as linhas de transmissão e seus métodos de
protecção.

JUSTIFICATIVA
Actualmente a energia eléctrica é de extrema importância para a sobrevivência
e desenvolvimento da sociedade. Portanto, torna-se necessário sistemas que consigam
levar essa energia dos pontos de geração até os pontos de consumo, da forma mais
segura possível.
Escolhemos estema em estudo porque tem uma grande relevancia para a nossa
área de formação, uma vez que nos possibilita a perfeiçoar os conhecimentos concernete
a rede de distribuíção de média tensão
Por isso, esse trabalho tem como justificativa trazer informações e contribuir
para os estudos na área dos sistemas eléctricos de potência e seus métodos de protecção,
fornecendo um material introdutório ao assunto.
Partindo de uma vasta revisão bibliográfica, esse trabalho reúne informações
de grandes autores e importantes trabalhos podendo, assim, colaborar no ensino e
pesquisas de outros estudantes que pretendem explorar essa temática, seja na intenção
de proporcionar melhorias ou apenas pela curiosidade.
Formulação do problema

Diante dessas situações, levantou-se o seguinte problema: quais os


equipamentos de protecção adequados devem ser usados nas linhas de média tensão?
Definição do tema
Sistema de protecções das linhas de transmissão de média tensão têm como
objectivo manter o sistema de energia estável, protegendo-o de possíveis falhas, e
também fornecendo informações aos seus operadores, facilitando a identificação de
possíveis problemas.
Delimitação Do Tema

O nosso tema está delimitado nos equipamentos de protecção usados nas linhas
de média tensão na cidade de Saurimo.

Objecto de estudo

Manter o sistema de energia estável, protegendo-o de possíveis falhas.


Campo de Acção e Delimitação Temporal do Estudo
Equipamentos de protecção usado nas linhas de média tensão empresa ENDE.EP

Objectivo geral

Analisar os equipamentos de protecção usados nas linhas de média tensão em


Saurimo.

Objectivos específicos
● Identificar quais os equipamentos de protecção usados nas linhas de média
tensão em Saurimo;
● Descrever o marco teórico sobre os equipamentos de protecção usados nas
linhas de média tensão;
● Sugerir a utilização correcta de equipamentos modernos e seguro de
protecção em linhas de média tensão em Saurimo.
Metodologia
De acordo com Lakatos e Marconi (2007), método é o caminho a seguir para
se alcançar determinados objectivos pretendidos.
Tipo de Pesquisa
Quanto aos meios: Pesquisa bibliográfica
Quanto aos fins: Pesquisa explicativa
Estrutura do trabalho
O presente trabalho está subdividido em 2 (dois) capítulos e estruturado da
seguinte forma:
Capítulo I – Fundamentação teórica. Apresenta revisão de literatura, buscando
fundamentar as ideias, ampliando a visão teórica acerca da proposta, dando o
embasamento para a discussão do tema. Nela é demostrado o que são equipamentos de
protecção usados em linhas de média tensão.
Capítulo II – Resultados: dentro deste capitulo será apresentado o resultado
final deste trabalho, as conclusões do trabalho e as recomendações.
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Rede de distribuição de energia eléctrica em média tensão

Os Sistemas Eléctricos de Energia, de acordo como, podem ser descritos como


sistemas que convertem em energia eléctrica outras formas de energia, transportando-a
desde os locais de geração até aos pontos de consumo. Estes, ainda segundo, deverão
garantir os seguintes requisitos:
 Controlar o equilíbrio entre potência activa e reactiva;
 Fornecer energia ao mais baixo custo, mas respeitando o ambiente;
 Satisfazer padrões mínimos de fiabilidade e estabilidade da tensão e frequência.

A rede de distribuição, constituindo uma das quatro etapas dos Sistemas


Eléctricos de Energia, segmentado em Produção, Transporte, Distribuição e Consumo é
a que mais contribui para a deterioração do nível de Qualidade de Serviço.

As distribuidoras em Angola operam mais com dois níveis de tensão que vão de
15kV á 30kV.

1.1.1. Classificação das redes de distribuição em MT quanto a sua localização.

Construtivamente, as redes de distribuição eléctrica podem ser:


 Redes aéreas;
 Redes subterrâneas.
Estas soluções apresentam custos de instalação e asseguram níveis de qualidade
de serviço bastante distintos pelo que de acordo com, as primeiras são implementadas
em ambientes urbanos, apresentando comprimentos entre os 3 e 10 km, ao contrário das
segundas que se encontram maioritariamente em zonas rurais e apresentam
comprimentos médios entre os 10 e 35 km.

1.1.1.1. Redes aéreas

São redes de distribuição primárias mais utilizadas porque possuem menor custo
de instalação e manutenção. As redes aéreas são normalmente em cabos isolados de
alumínios, apoiadas em postes de betão (mais comum) ou madeiras, sendo os
condutores suspensos ou apoiados por pinças.
São redes primárias e secundárias, cujo transporte de energia eléctrica das
subestações aos consumidores é feito, através, de condutores, geralmente de alumínio
nu, instalados em estruturas constituídas de postes, cruzetas, isoladores, ferragens e
acessórios.As redes áreas podem ser:
 Redes aéreas urbanas
São redes que atendem os consumidores residenciais, comerciais e industriais situados
na área urbana dos municípios. Utilizam, geralmente, transformadores trifásicos para o
abaixamento da tensão, para suprimento dos consumidores em BT, tanto residenciais,
como comerciais e industriais de pequeno porte. Utilizam, também, poste de concreto
do tipo circular ou duplo T.
 Redes aéreas rurais
São aquelas que suprem os consumidores situados na área rural dos municípios.
Devido abaixa densidade de cargas utilizam-se redes monofásicas (fase/neutro) e
transformadores monofásicos. Os postes das estruturas são, geralmente, de madeira.
Vantagem:
 Capacidade de poder transportar grande quantidade de energia (50-60MW);
 Defeito de pequena duração;
 Facilidade na identificação e reparação dos defeitos.
Desvantagem:
 Pouco estético, o que pode criar problemas em zonas urbanas;
 Maior frequência de defeitos em comparação com os cabos subterrâneos;
 Perdas de energia mais elevadas, visto que tem uma maior capacidade de
transportar energia.

1.1.1.2. Redes subterrâneas

É aquela que proporciona o maior nível de confiabilidade e também melhor


resultado estético, uma vez que a mesma fica enterrada.
A rede subterrânea, apresenta um custo muito mais elevado em comparação com a
anterior, sendo aplicável somente em regiões de altas densidades de carga, com grandes
consumidores e onde não é possível colocar rede aérea. Geralmente, é construído por
cabos blindados de alumínio.
Vantagem:
 Muito estético e assegura uma maior segurança para as pessoas;
 Menor frequência de defeitos em comparação com as linhas aéreas;
 As perdas de energia tendem a ser menores do que nas linhas aéreas, pois os
cabos subterrâneos têm menor capacidade de transporte de energia.
Desvantagem:
 Têm pouca capacidade para transporte de energia (25 – 30 MW por circuito);
 Interrupções de maior duração devido à dificuldade em localizar e reparar a
varia;
 Dificuldade na escavação em regiões rochosa.

1.1.2. Classificação das redes de distribuição em MTquanto a sua estrutura


topológica

As redes de distribuição podem ser:


 Rede de distribuição em Sistema Malha;
 Rede de distribuição em Sistema Anel;
 Rede de distribuição em Sistema Radial.

1.1.2.1. Rede de distribuição em Sistema Malha

Constituída por uma ou várias vias fechadas para o transporte ou distribuição de


energia eléctrica. Nas redes fechadas, desligamento de uma linha, não provoca
interrupção na distribuição de energia, tal como, cada consumidor pode receber a
alimentação simultaneamente em duas linhas e ou sentidos.
Vantagem: No ponto de vista técnico é a rede que garante mais qualidade em
termo de distribuição de energia eléctrica nos consumidores, e garante a fiabilidade,
menos perdas no transporte e menos blackout nos postos de transformação.
Desvantagem: No ponto de vista económica e mais caro em relação radial e anel.

Figura 1.1:Rede em Malha

1.1.2.2. Rede de distribuição em Sistema Anel

É o sistema no qual existe conexão entre os alimentadores de uma ou de outras


subestações. São utilizadas em áreas que demandem maiores densidades de carga ou
requeiram maior grau de confiabilidade devido as suas particularidades (aeroportos,
hospitais) e etc.
Vantagem: No ponto de vista técnico é a rede mais usada que garante a qualidade
e a fiabilidade no fornecimento da energia eléctrica, e no posto de vista económica e
mais barata em relação da malha.

Figura 1.2: Rede em Anel

1.1.2.3. Rede de distribuição em Sistema Radial

É o sistema no qual cada alimentador parte da subestação (SE) independente dos


demais para suprir um sector de carga. Neste caso, cada alimentador não possui conexão
com outros alimentadores que saem da mesma subestação ou de outras.
Vantagem: Do ponto de vista técnico é mais fácil de ser executada em
comparação com anel e malha, e gasta poucos materiais para sua execução, e no ponto
de vista económico e mais barato.
Desvantagem: Em termo de qualidade é muito fraca, caso haja uma anomalia na
rede todos os consumidores ficaram sem energia eléctrica.

Figura 1.3:Rede em Radial

1.2. Elementos que constituem a rede de distribuição em média tensão

Os elementos que constituem uma rede de distribuição em média tensão são:


 Condutores e cabos eléctricos;
 Isoladores;
 Pára-raios;
 Apoios;
 Poste de transformação(PT).

O dimensionamento e escolha do tipo de cabo são aspectos fundamentais para o


bom desempenho de uma Linha Aérea, a fim de se minimizarem as perdas de energia,
por efeito de Joule e “efeito de Coroa”, assim como controlar os níveis de rádio-
interferência e ruídos.
Além destes problemas também poderão surgir os mecânicos, pelo que os Cabos
terão de estar preparados para solicitação de grandes tracções.
 As perdas por efeito de Joule são controladas pela escolha de Cabos com áreas
de secções transversais (diâmetros) adequadas às correntes que deverão
conduzir. As correntes são proporcionais às Potências transmitidas e
inversamente proporcionais aos níveis de Tensão adoptados.
 As perdas por efeito Coroa, dependem do gradiente do potencial em redor dos
cabos condutores, aumentando com o nível das tensões e diminuindo com o
aumento do diâmetro dos mesmos.

As redes de distribuição quanto ao nível de tensão classificam-se em:

 Média Tensão (MT);


 1000V < Un ≤ 30.000V em Corrente Alternada (AC);
 1500V < Un < 75.000V em Corrente Continua (DC).

Cabos estão submetidos a forças axiais que podem variar com:


 A mudança das condições ambientais.
 Se a temperatura for baixa, aumenta a tracção nos Cabos e vice-versa.
 A incidência do vento sobre os Cabos funciona como uma pressão sobre os
mesmos, resultando no aumento da tracção axial.
 O vento pode ainda induzir vibrações de altas frequências que podem provocar
a ruptura dos Cabos, por fadiga, junto aos seus pontos de suspensão na cadeia
de isoladores.

Quanto menor for a tracção, maior será a flecha resultante.


A variação da temperatura é outro factor importante na escolha do tipo de Cabo,
uma vez que poderá influenciar possíveis quebras da sua resistência mecânica perante
altas ou baixas temperaturas. No caso de baixas temperaturas a formação de gelo sobre
os Cabos origina maior peso, resultando maiores tracções.
Porém existem, quatro metais merecem destaque por sua condutividade elevada:
 A prata;
 O ouro;
 O cobre;
 O alumínio;

Como a prata e o ouro são muito caros, o cobre e o alumínio são os principais
candidatos.

1.2.1. Cabos

1.2.1.1. Cabos de cobre

Apresentam uma elevada condutividade eléctrica. Hoje em dia, não são utilizados
em Linhas de Transporte, principalmente devido ao factor económico.
Os condutores de cobre têm uma densidade de 8,9𝑔𝑐𝑚3 uma densidade superior à
do alumínio, para transportar a mesma corrente o condutor de cobre chega a ter secção
60% menor em relação ao alumínio, mas teria o dobro do peso. A partir dessa realidade
física os condutores de cobres ficaram restritos a, redes internas das edificações das
edificações, redes subterrâneas por resultar em um sistema, mas compactam em termos
de dimensões. Outra vantagem do cobre ficou patente pela sua alta resistência a
corrosão, o que faz com que em várias aplicações em linhas aéreas em regiões costeiras
ou de alta poluição serem utilizados condutores de cobre ao invés de alumínio.

Figura 1.4- Cabo de cobre


1.2.1.2. Condutores de Alumínios

O alumínio apresenta uma condutividade de 61 % da do cobre. A resistência


mecânica do alumínio é praticamente metade da do cobre, facto que é ultrapassado
através da sua associação com o aço, resultando nos cabos de alumínio com alma de aço
(ou liga de alumínio com alma de aço).

Figura 1.5- Cabo de alumínio

As ligas de alumínio oferecem maior resistência mecânica que o alumínio, no seu


estado puro. O preço do alumínio por unidade de peso é aproximadamente metade do
cobre.
Os grandes problemas dos condutores de alumínios é a sua baixa resistência
mecânica, mas esse problema foi ultrapassado com a combinação do condutor de
alumínio com outros matérias e condutores assim surgiram os condutores com alma de
aço a fim de aumentar a resistência mecânica do condutor sendo que o alumínio seria o
responsável pela condução de corrente e o aço garantiria a resistência mecânica do
condutor.
Em locais cuja atmosfera, pela sua agressividade desaconselha o uso de zinco
como elemento protector dos cabos de aço (alma de aço), podem-se empregar fios
aluminizados ou fios aço-alumínio (“aluminium clad”).
Nos primeiros, a camada que reveste o aço é muito fina enquanto, nos segundos o
revestimento pode perfazer 25 % da área total do fio.

Figura 1.6- Cabo de alumínio com alma de aço


Capacidade Térmica dos Cabos “Ampacidade”
A corrente eléctrica ao percorrer os cabos, provoca perdas de energia por efeito de
Joule, pois existe uma geração de calor que resulta num aquecimento do cabo.
Esta situação deverá ser encarada segundo dois aspectos:

a) Económico: Neste caso a escolha do cabo deverá ter em conta a relação diâmetro
do mesmo com a corrente que o irá atravessar. Não fará qualquer tipo de lógica
escolher-se um cabo tendo como único fundamento as menores perdas de
energia possíveis, mas sim relacioná-las com o investimento que terá de ser
realizado na sua aquisição. Naturalmente que, quanto maiores forem os
diâmetros dos cabos, maior terá que ser o investimento, tanto em cabos como em
estruturas metálicas e isolamentos.
b) Técnico: Na fase de projecto a temperatura máxima que um cabo condutor pode
suportar em consonância com a corrente que o atravessa, são aspectos
fundamentais, pois desta temperatura dependerão os valores máximos das
flechas e, consequentemente, das distâncias mínimas ao solo.
Cada tipo de cabo operando em regime permanente terá sempre o seu limite
máximo de temperatura admissível, sem que surjam problemas mecânicos, os
quais serão sempre acompanhados da respectiva taxa de alongamento
admissível.

A “Ampacidade” (Ampacity) consiste na capacidade de condução de corrente


permitida pelo cabo, segundo condições ambientais conhecidas, ou seja, que não
ultrapasse o valor de máxima temperatura pré-definida em regime permanente.

Existem alguns factores que podem influenciar a temperatura de um cabo, dos


quais se salientam:
 A temperatura do ar;
 Nível de insolação;
 Velocidade do vento.
Um cabo atinge uma temperatura em regime permanente, quando houver
equilíbrio entre o calor ganho e o calor perdido por ele mesmo.
1.2.2. Isoladores

Todos os aparelhos do sistema eléctrico estão sujeitos a defeitos naturais e de


origem humana. Nos sistemas onde se verifica que os custos dos aparelhos têm uma
grande variação é importante proteger os elementos mais caros.
A sobretensão originada pela descarga atmosférica ou por manobras, é o factor
mais importante a ser considerado na escolha dos isoladores. Estes têm um critério na
escolha para que não falhem com amplitudes inferiores às amplitudes definidas para
cada nível de isolamento. Para elevadas amplitudes o isolador deverá contornar.
A escolha dos isoladores para tensões até 150 kV tem como principal critério as
descargas atmosféricas, enquanto para tensões superiores a atenção centra-se nas
sobretensões de manobra. Nos locais onde haja forte contaminação, para cada nível de
isolamento a escolha é determinada pelo seu comportamento à poluição.Estes isoladores
têm de estar preparados e dimensionados para as várias solicitações eléctricas internas
ou externas que possam ocorrer, tais como:
a) Sobretensões de frequência Industrial;
b) Sobretensões internas tipo impulso;
c) Sobretensões de impulso devidas às descargas atmosféricas.

Sobretensões de frequência Industrial - têm menor amplitude, mas maior duração.


Sobretensões internas tipo impulso - consequência de uma alteração brusca do
“estado do sistema”, por exemplo, de manobras que possam decorrer na linha
(manutenções). Comparativamente às primeiras, também apresentam grandes
amplitudes e com maiores durações, algumas centenas de micro segundo.
Sobretensões de impulso devidas às descargas atmosféricas - apresentam valores
muito elevados mas de curta duração, na ordem das dezenas de micro-segundos.
Além destas solicitações eléctricas, os isoladores devem também estar preparados para
solicitações mecânicas, de forma a resistirem a quaisquer esforços que possam surgir.

1.2.2.1. Porcelana vitrificada

São usados em linhas aéreas. O fabrico deste tipo de isoladores deve ter a especial
atenção de produzir corpos compactos e homogéneos, isento de bolhas de ar ou
impurezas no seu interior, que possam comprometer a rigidez dieléctrica do isolador.
Devem ser revestidos por uma camada de vidro (fica vitrificado), de maneira a
tornar a sua superfície impermeável. Será nesta fase que se conferirá a cor desejada ao
isolador, normalmente branco ou castanho. Este tipo de isolador apresenta dificuldade
em verificar ou inspeccionar os isoladores que possam estar danificados, podendo por
exemplo estar perfurados ou fissurados.

1.2.2.2. Material sintético

São constituídos basicamente por uma peça de alta resistência, feita em fibra de
vidro ou carbono, ligada por resina “epoxi” que poderá ser dimensionada de forma a
suportar grandes esforços. Esta peça (tubo central) é revestida pelas saias do isolador
que são manufacturadas por compostos poliméricos ou borrachas, à base de silicone.
Podem ser fabricados segundo uma peça única, sendo mais curtos que uma cadeia
de isoladores para o mesmo nível de isolamento. -São muito mais leves que as cadeias
de isoladores de porcelana ou vidro, o que facilita o transporte, o armazenamento e a
sua montagem.

1.2.2.3. Vidro temperado

Após serem fabricados são sujeitos a um tratamento térmico que lhes confere
maior resistência mecânica. A sua grande vantagem em relação aos de porcelana é a
fácil identificação de isoladores faltosos. Como se trata de vidro temperado, se existir
algum choque mecânico ou outro tipo de ocorrência, o prato de vidro do isolador
estilhaça. A rigidez dieléctrica do isolador de vidro é maior que a dos de porcelana e a
resistência mecânica é muito idêntica.
Existem três tipos de Isoladores:
 Isoladores de Cadeia;
 Isoladores tipo Coluna;
 Rígidos de eixo Vertical e Horizontal.

1.2.2.3.1. Isoladores de Cadeia

São compostos por uma peça isolante intermédia em porcelana ou vidro sobre as
quais são cimentadas as ferragens necessárias à sua montagem uns nos outros, de
maneira a formarem a cadeia.
Figura 1.7- Isoladores de roldana

As ferragens permitem grande liberdade de movimento entre os isoladores e


obriga que estes estejam sempre a trabalhar à tracção.

Figura 1.8- Ferragem de isoladores

1.2.2.3.2. Isoladores tipo Coluna

São muito pouco utilizados em Linhas aéreas. São construídos segundo uma peça
única em vidro, porcelana vidrada ou mesmo em composit.

Figura 1.9- Isoladores de coluna

1.2.2.3.3. Rígidos de eixo Vertical e Horizontal

São fabricados em porcelana e em vidro, somente utilizados em níveis de tensões


até 66 kV, pois a partir deste nível de tensão tornam-se muito grandes e volumosos.

Figura 1.10- Isoladores de eixo vertical


Estes isoladores são fixos nos Apoios por intermédio de um perno roscado de aço
galvanizado.
Como é visível, o perno roscado vai ligar num casquilho de chumbo colocado no
interior do isolador com o mesmo tipo de rosca.

Os isoladores apresentam as seguintes características:

a) Esforços Mecânicos, normalmente especificados e verificados pelos seguintes


ensaios normalizados:
 Carga de ruptura
 Resistência ao impacto
 Resistência aos choques térmicos

b) Intensos Campos Eléctricos, que poderão comprometer o isolador através:


 Da perfuração do dieléctrico, em função da qualidade do material. Por
exemplo, a porcelana garante 6 a 6,5 kV / mm e o vidro aproximadamente 14
kV / mm.

 Da disrupção superficial, em função do escoamento do isolador, ou seja, da


sua geometria, da tensão aplicada e da condição da superfície dos isoladores
(seco ou molhado). Quanto maior for a poluição maior deverá ser a sua
distância de escoamento.

1.2.4. Acessórios de cadeia

Para formar uma cadeia, há que completar as cadeias de isoladores com um


conjunto de peças que se destinam a ligá-la ao cabo e à estrutura metálica. Estas peças
são denominadas ferragens. Estas ferragens e os seus respectivos acessórios, não devem
apresentar irregularidades superficiais de forma a não permitirem a formação de grandes
gradientes de potencial.
As ferragens que estarão em contacto com os cabos de alumínio ou ligas de
alumínio, devem ser compatíveis electroliticamente entre eles, no sentido de não
provocar corrosão galvânica.
As cadeias de isoladores devem suportar os cabos e transmitir às estruturas todos
os esforços vindos destes.
Indicar-se-ão seguidamente alguns tipos de cadeias:
Cadeias de Suspensão – são aquelas quando fixada a estrutura de sustentação
permitem o livre deslocamento em relação a vertical através da rotação do seu
dispositivo de fixação.A cadeia de suspensão pode ser:
 Cadeia de suspensão simples

Figura 1.11- Cadeia de suspensão simples

 Cadeia de suspensão dupla (1 condutor)

Figura 1.12- Cadeia de suspensão dupla

 Cadeias de amarração dupla duplex a pórtico (2 condutores)

Figura 1.13- Cadeia de amarração dupla


 Cadeias de amarração dupla (1 condutor)

Figura 1.14- Cadeia de amarração dupla

Após montadas, ficam praticamente na horizontal, acompanhando a curva da


catenária. As ligações da cadeia à estrutura metálica são muito idênticas às cadeias de
suspensão, e do lado do cabo as pinças de amarração podem ser de dois tipos:

Figura 1.15- Pinças de aperto mecânico e por compressão

a) Pinças de amarração por aperto mecânico - Permitem a passagem do cabo


sem que se proceda ao corte do mesmo. A amarração do cabo é por aperto mecânico
(nas porcas/parafusos do estribo da pinça aplica-se o binário de aperto indicado pelo
fabricante de forma a que o cabo não deslize). Não é considerada à “prova de efeito
coroa” sendo, portanto, pouco utilizada em Linhas MAT.
b) Pinças de amarração por compressão - Neste tipo de pinças o cabo é cortado,
pelo que a continuidade da linha se fará pela sua patilha de derivação. No caso dos
cabos mono-metálicos, por exemplo, de alumínio ou ligas de alumínio, o cabo é
cortado, introduzido no tubo da pinça e, finalmente, comprimido através de uma prensa
hidráulica especializada para a função, com matrizes com chaves hexagonais precisas
para cada pinça (normalmente indicado pelo fabricante).

1.2.5. Apoio (Poste ou Torre)

É um conjunto constituído por postes, pela sua respectiva fundação e ainda pelos
elementos que sustentam ou suportam os condutores. Um apoio para uma linha eléctrica
de distribuição primária é constituído por seguintes elementos tais como:
 Cabeça - Parte superior do apoio onde se fixa as travessas ou os isoladores;
 Corpo - Parte intermédia do apoio colocada entre a cabeça e a base;
 Base - Parte do apoio que é enterrada.

Figura 1.16- Posto de betão


Os apoios estão classificados quanto o material de que são feitos em:
 Apoios de betão;
 Apoios metálicos.

Apoios de betão - por serem feitos de betão, os apoios de betão por sua vez podem
ser Circular ou Duplo T.
Apoios metálicos - os apoios metálicos utilizados em média tensão são apoios
metálicos de celosia sendo, portanto, estruturas metálicas de aço de baixo esforço.
Quanto a sua função os apoios podem ser:
a) Apoio de fim de linha→ Apoio capaz de suportar a totalidade dos esforços que
os condutores lhe transmitem de um só lado;
b) Apoio de cruzamento→ Apoio que limita um vão de cruzamento;
c) Apoio de derivação→ Apoio onde se estabelece uma ou mais derivações;
d) Apoio de ângulo→ Apoio situado num ângulo da linha e se destina a suportar os
condutores;
e) Apoio de reforço ou de amarração→ Apoio destinado a suportar esforços
longitudinais no caso da rotura de um condutor;
f) Apoio de alinhamento→ Apoio situado num troço rectilíneo da linha que se
destina a suportar os condutores;

Configuração dos apoios


 Apoio sem travessas: Apoio em que os isoladores são fixados directamente
na cabeça do apoio;

Figura 1.17- Configuração dos apoios

 Apoio com travessas: Apoio em que os isoladores são fixados numa


estrutura de suporte de aço ou de betão, por sua vez, é fixada ao apoio
directamente.

1.2.6. Seccionadores

São aparelhos destinados a interromper ou a estabelecer a continuidade de um


condutor ou a isolá-lo de outros condutores e que, por não terem poder de corte
garantido, não devem ser manobrados em carga.
Figura 1.18- Chave seccionadora
Só depois da corrente ter sido desligada por um interruptor, os seccionadores
devem ser manobrados.

Interruptor – Seccionador:São aparelhos destinados a ligar ou a desligar um


circuito em carga, dotados de poder de corte garantindo e tendo duas posições, uma de
abertura e outra de fecho, nas quais se mantêm sem a interferência de acções exteriores.
Podendo ser combinado com fusíveis de alta tensão, permitindo a protecção dos
circuitos nas situações de defeitos por sobrecarga ou curto-circuito.

Figura 1.19- Interruptor seccionador


Figura 1.20- Interruptor-seccionador tripolar

1.2.7. Disjuntores

São equipamentos destinados á interrupção e o restabelecimento das correntes


eléctricas num determinado ponto do Circuito.

1.2.7.1. Função

A função principal de um disjuntor é interromper as correntes de defeitos de um


determinado circuito durante o menor espaço de tempo possível. Ou seja os disjuntores
são também solicitados a interromper correntes de circuitos operando a plena carga e a
vazio, e a energizar os mesmos circuitos em condições de operação normal ou em falta.

Figura 1.21 - Disjuntor de Média Tensão

1.2.7.2. Classificação dos Disjuntores

1 - Quantos ao processo de interrupção podem ser:


a) Interrupção no óleo;
b) Interrupção no Gás SF6;
c) Interrupção no Vácuo.
2 - Quanto ao sistema de interrupção do arco os disjuntores podem ser:

a) Disjuntores de grande volume de óleo;


b) Disjuntores de pequeno volume de óleo;
c) Disjuntor a sopro magnético;
d) Disjuntor a vácuo;
e) Disjuntor de ar comprimido;
f) Disjuntor a hexafluoreto de enxofre(SF6).

1.2.8. Pára-raios

É um dispositivo que consiste de uma ou várias pontas metálicas,colocado no


ponto mais elevado do local a ser protegido ouSistema completo destinado a proteger
uma estrutura contra os efeitos das descargas Atmosféricas.
As linhas de transmissão tanto urbanas como rurais são vulneráveis às descargas
atmosféricas, e em determinadas condições podem causar sobretensões, ocasionando a
queima de equipamentos (concessionária de energia e consumidor). Para proteger os
sistemas eléctricos dos surtos de tensão, que podem ter origem durante manobras de
chaves seccionadoras e disjuntores.
Ele funciona ligado à terra por meio de um fio condutor, a outra extremidade do
fio condutor é ligada a uma barra ou uma placa metálica enterrada no solo.Quando uma
nuvem electrizada se aproxima do pára-raios,um campo eléctrico é estabelecido entre a
nuvem e terra torna-se intenso nas proximidades do pára-raios. O ar em torno das pontas
ironiza-se,tornando-se condutor e fazendo com que a descarga eléctrica se processe
através das pontas.Como o pára-raios está ligado ao solo, as cargas eléctricas recebidas
são transferidas para a terra sem causar danos.
Tem como objectivo encaminhar a energia do raio, desde o ponto que ele atinge a
edificação até o aterramento, o mais rápido e seguro possível.
Existem basicamente dois tipos de pára-raios
 Os pára-raios de zinco;
 Os pára-raios de óxido de zinco.
Para nossa rede utilizou se os pára-raios de zinco são mais utilizados actualmente
por ser mais simples e conduz a corrente a terra com menos danos comparado com o
pára-raios de óxido de zinco.

1.2.9. Transformador

É uma máquina estática que tem como função transferir energia eléctrica de um
circuito de entrada (primário) para um circuito de saída (secundário) por meio de um
processo denominado indução electromagnética. Tem grande aplicação dos aparelhos
electrónicos às redes de distribuição de energia eléctrica.
Então, o transformador é um conversor de energia electromagnética,cuja operação
pode ser explicada em termos do comportamento de um circuito magnético excitado por
uma corrente alternada.
Todo transformador é uma maquina eléctrica cujo principio de funcionamento
esta baseado nas leis de Faraday e Lenz (Indução Electromagnética):

Lei De Faraday:
Em todo condutor enquanto sujeito a uma variação de fluxos magnético e
estabelecida uma força electromotriz (tensão) induzida.

Lei De Lenz:
O sentido da corrente induzido e tal que origina um fluxo magnéticoinduzido, que
se opõe a variação do fluxo magnético indutor.
Quando uma corrente eléctrica alternada circula pela bobina primária cria-se um
campo electromagnético alternado. Por intermédio do núcleo ferromagnético, este
campo atinge as aspiras da bobina secundária.
Por meio do processo de indução electromagnética uma tensão surge nos
terminais da bobina secundária. A relação entre a tensão de entrada e tensão de saída do
transformador esta relacionada ao número de espiras da bobina primária e da bobina
secundária e denominamos relação de transformação.
Figura 1.22- Fluxo electromagnético num transformador

Chegou-se a conclusão de que:


Quando temos uma tensão de saída menor que a entrada, estamos na presença de
um transformador abaixador;
Up Np Ip
= =
Us Ns Is

Onde:
Up – Tensão no Primário
Us – Tensão no Secundário
Ip – Corrente no Primário
Is – Corrente no secundário
Np – Número de espiras no Primário
Ns – Número de espiras no secundário

Diagrama fasorial em carga Diagrama fasorial em vazio

Figura 2.23 - Diagrama fasorial em carga e em vazio

1.2.10. Posto de Transformação (PT)


Como é denominado “Posto de Transformação”, o mesmo serve para transformar
um nível de tensão para o outro mantendo a frequência constante, de forma segura, sem
meter em perigo a integridade física do manuseador.
Os PTs podem se classificar em função do:
 Do modo de construção.
 Da forma como é efectuada a entrada de energia eléctrica.
 Do tipo de serviço a desempenhar.

1.2.10.1. Quanto ao modo de construção

PT de distribuição rural - Todo o equipamento de média tensão é colocado em


postes, são utilizados nas redes rurais com tensões até 15 kV.
Existem dois tipos:
 Tipo CA1 para potências até 250 kVA;
 Tipo CA2 para potências de 400 a 630 kVA.

Figura 1.24 - PT rural tipo CA1

PT alvenaria ou monobloco - Todo o equipamento de média tensão é colocado


no interior, em celas cujas paredes são construídas em alvenaria e dotadas de portas ou
de estrutura manufacturada de metal.

Figura 1.25- PT monobloco


Figura 1.26- PT monobloco (aberto)

1.2.10.2. Quanto a forma como é efectuada a entrada de energia eléctrica

 Subterrânea: A entrada de energia em alta tensão é efectuada por cabos


eléctricos enterrados.
 Aérea: A entrada de energia em alta tensão é efectuada por linhas aéreas que são
amarradas à torre do PT.

1.2.10.3. Do tipo de serviço a desempenhar

 Postos de transformação cliente: que são explorados pelo próprio consumidor


como cliente directo de média tensão.
 Postos de transformação da rede pública:são explorados pela empresa
distribuidora de energia eléctrica e que alimentam directamente os consumidores
de baixa tensão.

1.2.11. Defeitos nas linhas de distribuição em média tensão

A mudança repentina do comportamento do Sistema Eléctrico de Energia (SEE)


caracteriza-se como uma situação de defeito. Em linhas de distribuição de Média
Tensão (MT) os defeitos poderão ser de origem interna ou externa. Os defeitos de
origem externa verificam-se nas linhas de MT, quando o elemento que o provoca é
externo à própria rede, tais como Descargas Atmosféricas, e contactos de elementos
externos ao próprio sistema. Os defeitos de origem interna têm origem no próprio
sistema e resultam de acções de manobra.

1.2.12. Tipos de sistemas de aterramento


Os diversos tipos de sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a
garantir a melhor ligação com a terra.
Os principais tipos são:
 Uma simples haste cravada no solo;
 Hastes alinhadas;
 Hastes em triângulo;
 Hastes em quadrado;
 Hastes em círculos;
 Placas de material condutor enterrado no solo.

Fios ou cabos enterrados no solo, formando diversas configurações, tais como:


 Estendido em vala comum;
 Em cruz;
 Em estrela;
 Quadriculados, Formando uma malha de terra.

2.2.13.1. Função do aterramento Eléctrico

Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da


viabilização de um caminho alternativo para terra, de descargas atmosféricas.
Descarregar cargas estáticas acumuladas das máquinas ou equipamentos para a terra.
Facilitar o funcionamento dos dispositivos de protecção (fusíveis, disjuntores, etc.),
através da corrente desviada para a terra.
CAPÍTULO II – RESULTADOS APRESENTADO

2.1. Caracterização da ENDE E.P


A ENDE (Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade) E.P, resulta da
fusão dos activos da extinta EDEL e da ENE, através do Decreto Presidencial nº 305/14,
publicado a 20 de Novembro de 2014, no âmbito do programa de transformação do
sector eléctrico (PTSE), desenvolvido deste 2012 sob a égide do Ministério da Energia e
água.
A empresa iniciou na sua actividade resultante de um processo de
restruturação do sector eléctrico angolano, num contexto de partida absorvido por um
conjunto de questões que merecem particular atenção por parte dos gestores da empresa,
nomeadamente:
 A insuficiência de recursos para fazer face as prementes necessidades da
empresa de forma a sustentar o seu arranque efectivo;
 A obsolência e degradação de muitas infra-estruturas eléctricas em
algumas províncias do País, decorrente do uso de equipamentos antigos e submetidos a
pouca manutenção;
 A reduzida qualidade do serviço prestado devido às frequentes
interrupções nos diversos sistemas de distribuição;
 O acelerado desenvolvimento urbanístico e a crescente procura de
electricidade.
2.2 Equipamentos de Protecção usados nas linhas de Média Tensão em
Saurimo.
Os actuais sistemas de distribuição de energia eléctrica para uso externo em
expansão são caracterizados por maiores densidades de demanda que resultam em mais
carga por quilómetro de rede, mais interconexões e mais redes laterais e ramificações.
Ao mesmo tempo, há uma crescente demanda por um grau ainda mais elevado de
confiabilidade do sistema.
Para a proteção do sistema de distribuição de energia elétrica, há a
necessidade da existência de vários equipamentos dos tipos: fusíveis, disjuntores, reles,
religadores, entre outros que tem a função de desacoplar o circuito onde ocorreu uma
falha, tendo como objectivo minimizar qualquer tipo de dano ocorrido devido à
anomalia.
Segundo a ENDE EP, entidade responsável pela distribuição de energia
eléctrica em Angola – Saurimo, identificam os seguintes equipamentos de protecção nas
linhas de média tensão utilizados em Saurimo:
 DST (Para Raios);
 XS (Seccionadores Fusível Cartucho).
2.2.1 Chave Fusível / Elo Fusível

Devido ao baixo custo e desempenho satisfatório para o nível de protecção o


qual se deseja, as chaves-fusíveis são os elementos mais utilizados na protecção de rede
de distribuição de energia elétrica em zonas urbanas e rurais, porém, em Saurimo os
tipos de chave fusível usados nestas linhas de média tensão são os fusíveis XS.

2.2.1.1 Critério de aplicação dos elos fusíveis

É necessário seguir alguns critérios básicos na aplicação dos elos fusíveis em


um sistema de distribuição, conforme descritos abaixo, segundo a ENDE EP – Saurimo,
os critérios de aplicação dos elos fusível executados em Saurimo são:
 Proteger as linhas e os equipamentos contra sobrecargas e curto circuitos;
 Deve-se dimensionar o elo fusível de maneira a prever o crescimento da
carga em um período de pelo menos cinco anos.
 Dimensionar o elo fusível para suportar cargas eventualmente
transferidas, em casos de manobras na rede de distribuição, nos casos de manutenções.

A chave fusível deve ter uma corrente nominal igual ou pelo menos a 150%
da corrente nominal da corrente do elo fusível.
2.2.2 Pára Raios

Os para-raios instalados em subestações em Saurimo, são destinados a


proteger os equipamentos de um circuito contra surto de tensão transitório de origem
externa provocado por descargas atmosféricas e/ou sobretensões de origem interna
provocadas por manobras e chaveamentos.

2.2.3 Disjuntores

Os disjuntores são dispositivos utilizados na protecção de sistemas elétricos e


que todo alimentador de distribuição deve conter.

Têm a função de desacoplar o circuito caso venha uma corrente excessiva, e


também a função de chave liga e desliga.

Em Saurimo, nas redes de distribuição de média tensão são aplicados as Celas


disjuntores. Porém, para que o sistema de protecção seja eficaz, deve-se respeitar os
seguintes requisitos:

 A tensão nominal do disjuntor deve ser no mínimo igual à do sistema.


 A capacidade de corrente do disjuntor deve ser superior a corrente
máxima que possa fluir pelo disjuntor, calculada pelo planeamento em longo prazo.
 A capacidade de interrupção do disjuntor deve ser no mínimo igual à
máxima corrente de curto-circuito no ponto de instalação do disjuntor.
 Os níveis de isolamento do disjuntor e do sistema devem ser compatíveis.

2.2.4 Seccionalizadores ou seccionadores automáticos

O seccionador automático se localiza na retaguarda de um dispositivo de


protecção, como por exemplo, atrás de uma chave fusível. Possui a função de desligar o
restante do circuito, em sua frente, quando sente que o dispositivo de protecção a sua
retaguarda foi aberto. Seu funcionamento é através de um elemento sensível a
sobrecorrente e um mecanismo de contagem de aberturas do mecanismo que está em
sua retaguarda.

Os tipos de seccionadores usados nas linhas de média tensão em Saurimo são


os seccionadores interruptores, estes seccionadores servem para abrir e fechar as linhas.
2.2.5 Isoladores

São elementos que tem como função elétrica isolar os condutores em relação
a estrutura de suporte, devido a diferença de potencial entre o condutor e a terra, ou
outros condutores de fase. São elementos cuja função é evitar a passagem de corrente
eléctrica do condutor para o apoio. Nas linhas de MT em Saurimo são aplicados os
seguintes tipos de isoladores:

 U70 de vidro;
 Procelária;
 Rígidos. Servem para isolar o nível de tensão e para que não estejam em
contacto com o post.

Os principais materiais utilizados na fabricação de isoladores são a cerâmica,


o vidro, epóxi fibra de vidro e poliméricos.

Os isoladores servem para fixar os condutores às estruturas, mantendo o


isolamento necessário entre eles, evitando a dissipação de energia através da estrutura
da torre. Normalmente, esses equipamentos são discos feito de vidro, porcelana ou
polímeros, devem garantir a rigidez dieléctrica e suportar o peso dos cabos.
2.2.6 Relés

Os reles são dispositivos de protecção mais complexo que a chave-fusível e o


disjuntor, podendo proteger a carga ou o circuito de diversas anomalias, por exemplo,
sobrecarga, sobretensão, subtensão, curto-circuito.

Existem diversos tipos de reles, cada um contendo uma característica técnica


individual que protege o sistema contra falhas, realizando tal tarefa dentro dos limites
exigidos pelos esquemas de coordenação e protecção.

Sendo assim, os tipos de relés aplicados nas linhas de média tensão em


Saurimo são os seguintes:

 Relés Sepam;
 G.E.

Estes relés servem para parametrizar as protecções das linhas.


Actualmente os reles mais utilizados são os reles de sobrecorrente, rele de
sobrecorrente direcional, reles de sobretensão, reles de subtensão, reles direcional de
potência, reles de distância, reles diferencial e reles de religamento.

CONCLUSÃO
Conclui-se que a bibliografia consultados e a metodologia usada para a
elaboração do presente trabalho permitiram o alcance dos objectivos ora pretendido.
No que diz respeito aos tipos de equipamentos de protecção usados nas linhas
de média tensão no sistema eléctrico em Saurimo, de salientar que alguns deles são
usados de maneira correcta o que permite então a distribuição e transportação de energia
eléctrica em diferentes pontos da nossa cidade de forma eficiente e eficaz.
Conclui-se ainda que a utilização de equipamentos e dispositivos modernos
seria uma grande valia de modos que a distribuição e transportação de energia fosse
com a maior qualidade tendo em conta a modernidade dos equipamentos fornecidos no
mercado.
Em suma, consideramos bastante satisfeito com o trabalho desenvolvido e
com o conhecimento adquirido ao longo do período de elaboração desta pesquisa,
estando sempre consciente que o mesmo resultou de um esforço genuíno do grupo
enquanto pesquisadores de conhecimentos. Consideramos que os objectivos delineados
nesta pesquisa foram alcançados e de certa forma produtivo, devido à orientação que
tivemos com os profissionais quer da ENDE, dos Professores bem como do nosso
Orientador que estiveram sempre disponível a contribuir com seus conhecimentos.
RECOMENDAÇÕES

 Todos os trabalhos em instalações eléctricas devem ser


executados por profissionais devidamente qualificados para o efeito e com a
instalação eléctrica fora de tensão, sempre que possível.

 Os trabalhos com instalações em tensão só podem ser feitos por


trabalhadores com habilitação para tal, que tenham recebido formação
específica e que utilizem ferramentas homologadas para os TET.

 A consignação de uma instalação eléctrica é normalmente


atestada pela emissão de um Boletim de Autorização de Trabalhos.

 De modo a garantir a segurança no trabalho, enquanto este decorrer é


fundamental respeitar as seguintes regras, conhecidas como 5 Regras de Ouro, para os
trabalhos fora de tensão: 1. Efetuar cortes visíveis isolando a instalação de fontes de
tensão, 2. Bloquear e sinalizar os aparelhos de corte, 3. Verificar a ausência de tensão,
4. Estabelecer ligações à terra e em curto-circuito e 5. Proteger contra as peças em
tensão e delimitar a zona de trabalhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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técnica: Brasília. Del.
Daniel e Rizzardi (2017). Sistema de Protecção da Rede de Distribuição de Energia
Eléctrica. São Paulo: Itatiba.
Ferreira, J.T.V. (2018). Redes de Distribuição de Energia Elétrica de Média e Baixa
Tensão. ISEC: Coimbra.
Filho, J.M & Mamede, D.R. (2011). Protecção de Sistema Eléctricos de Potência. Rio
de Janeiro: LTC.
Goes, A.R.G. (2013). Modernização da Protecção de Sistemas Eléctricos de Potência.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em:
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JOÃO MAMEDE FILHO, Instalações eléctricas industriais, 6ª Edição, 2008.
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