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ração pode prejudicar ou mesmo com
É interessante observar que as ten potência pode ser dividida em várias
subestruturas, baseadas, sobretudo, nos prometer totalmente a sua alimentação,
sões das redes de distribuição (em torno ao passo que se tal centro consumidor
de 11-14 kV) não diferem m uito das seus diversos níveis de tensão.
fizer parte de um sistema interligado
tensões de geração, ou seja, mesmo mo existirão "cam inhos" alternativos para o
dernamente, as grandes unidades gerado 3. Interligação dos sistemas elétricos
seu complexo suprimento.
ras têm tensões terminais da ordem de As interligações de sistemas elétricos
20-25 kV ou abaixo, tensões estas lim i A explanação feita no item anterior
também podem propiciar um melhor
tadas por problemas construtivos das sobre a estrutura "geração + transmissão
+ subtransmissão + distribuição" é geral: aproveitamento das disponibilidades
máquinas. No entanto, entre a geração
e a distribuição existem sistemas de ela é aplicável a um simples sistema radi energéticas de regiões com característi
transmissão em EAT (extra-alta-tensão: cal e isolado, isto é, uma usina conecta cas distintas. Como por exemplo, cita-se
500-750 kV) ou em AT (230 , 345 ou da a uma ou mais cargas por meio de a interligação dos sistemas Sudeste/Cen-
440 kV) e de subtransmissfo em 138, uma ou mais linhas de transmissão (LT ), tro-Oeste e Sul do Brasil: são sistemas
88, 69 ou 34.5 kV. A razão disso é que como também é aplicável aos chamados predominantemente hidrelétricos, carac
terizados por sensíveis diferenças de hi-
é impossível transm itir diretamente, sistemas interligados.
À medida em que aumenta a deman draulicidade de seus rios, istoé, não são
mesmo em distâncias modestas, a potên
coincidentes numa e noutras regiões as
cia elétrica gerada nas usinas, pois as da de energia, mais fontes necessitam ser
grandes vazões fluviais. Dessa forma,
quedas de tensão e as perdas na trans exploradas e mais LT's necessitam ser
construídas para conectar essas novas es através da interligação SE/CO-S pode-se
missão seriam inaceitáveis. Esse aspec
to é mais problemático quanto maior tações geradoras aos novos pontos de fazer uma adequada troca de energia,
sendo o superávit de uma exportado pa
for a potência a ser transmitida, ou distribuição e também ás estações já
ra a outra e vice-versa.
seja, quanto maior for a corrente elé existentes, surgindo, assim, a interliga
ção de sistemas. Se, por um lado, essas Relativamente aos sistemas isolados,
trica. Considerando que, por questões
interligações implicam uma maior com outras vantagens das interligações não
econômicas, as tendências mais recen
tes têm sido as de construir grandes plexidade de operação do sistema como são tão evidentes, mas são bastante im
complexos de geração de energia (Ilha um todo, por outro são economicamen portantes sob o aspecto econômico: ne-
Solteira, Paulo Afonso, T ucu ruí e Itai- te vantajosas, além de aumentarem a cessita-se de menos unidades geradoras
de reserva para o atendimento dos picos
pu, no caso brasileiro) e cada vez locali c o n fia b ilid a d e do suprimento às cargas.
Imagine-se, por exemplo, um centro de carga e menos máquinas nas usinas
zados mais longe dos centros consumi
trabalhando em vazio (reserva girante)
dores, é fundamental lim itar as corren consumidor alimentado radialmente:
qualquer falha na transmissão ou na ge para atender os requisitos dinâmicos do
tes elétricas em valores adequados. Isso
é conseguido com a elevação da tensão,
que é transformada da faixa de alguns FIGURA 1
kV, na geração, para níveis de algumas
centenas de kV, na transmissão, através
dos chamados transformadores-elevado- DEMANDA ( MW)
res. No exemplo acima citado, as ten
sões de transmissão são 440 kV para
Ilha Solteira, 500 kV para Paulo Afonso
e Tucuru í e 750 kV para Itaipu. Tratam-
se de linhas em corrente alternada (CA)
que, individualmente, podem transpor
tar potências na faixa de 700.000 kW
(700 MW) a 2000 MW (os sistemas de
corrente contínua — CC - são aborda
FREQUÊNCIA ( H l )
dos no item 5).
Por o utro lado, os consumidores re
querem potências mais baixas do que es
sas, mesmo as grandes indústrias, que
então são alimentadas em tensões infe
riores ás de transmissão. Para tanto,
existem as estações abaixadoras, nas
quais as tensões de transmissão são abai
xadas para níveis compatíveis com as
5*»
cargas que vão alimentar. Em particular,
as pequenas potências de distribuição I-
I
(linhas aéreas ou subterrâneas nas ruas I
ou avenidas) se adequam mais às baixas I___
16 : 15
tensões, também necessárias por ques 18:00 18 :0 5 T E M P 0 1 H Min )
tões de segurança.
Portanto, sob o ponto de vista fu n
cional e também operacional, vê-se que
a estrutura de um sistema elétrico de
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sistema, como, por exemplo, perdas de há intervenção manual. visão e controle ou de despacho automá
linhas de transmissão, aumentos súbitos A freqüência é controlada automati tico. O controle é feito por meio de
de carga, etc.... camente nos próprios geradores através computador, o qual monitora continua
dos reguladores de velocidade, equipa mente o carregamento das linhas de
4. Alguns aspectos sobre a operação de mentos que injetam mais ou menos transmissão e os montantes gerados nas
sistemas de transmissão água (ou vapor ou gás) nas turbinas que diversas usinas.
acionam as máquinas, dependendo do
Desde os grandes motores industriais aumento ou diminuição da demanda. 5. Tipos de transmissão: corrente alter
até os mais simples equipamentos eletro O controle da tensão pode ser feito nativa (CA) ou contínua (CC)
domésticos, todos são projetados e cons remotamente nas usinas, através dos re
truídos para trabalharem dentro de cer guladores automáticos de tensão, mas Apesar de nos primórdios (final do
tas faixas de tensão e freqüência, fora também pode ser efetuado a nível de século XIX) da eletricidade ter sido u ti
das quais podem apresentar funciona transmissão, subtransmissão e/ou d is tri lizada transmissão em corrente co nti
mento insatisfatório ou até mesmo se buição. De um modo geral, o controle nuai* ), foi a transmissão em CA que
danificarem. Essas exigências básicas im remoto não é suficiente e o controle apresentou um espetacular desenvolvi
põem, portanto, à operação dos sistemas jun to à carga é mais efetivo; automati mento desde então. A utilização da cor
elétricos, um adequado controle da ten camente, se realiza por meio de conden rente alternada em grande escala deveu-
são e da freqüência na rede, a qual está sadores síncronos ou compensadores de se principalmente aos seguintes aspec
sujeita as mais variadas solicitações. Es reativos estáticos controláveis e, manual tos:
sas solicitações, mesmo nas chamadas mente, por meio de conexão ou desco • As máquinas em CA, tanto gera
condições normais de funcionamento nexão de bancos de capacitores e/ou doras como motoras, são equipa
nas quais todos os elementos do sistema reatores em desativação. mentos bem mais simples do que
trabalham perfeitamente, mudam ano a Afora esses aspectos ligados a con as correspondentes em CC, espe
ano, mês a mês e, o que é mais im por trole de tensão e carga/freqüência, na cialmente as polifásicas (trifásicas)
tante, variam m uito durante um único operação das redes interligadas existe de grande potência;
dia (por exemplo, nos horários de pico o problema de como distribuir-se as • o surgimento dos transformadores
— 18/20 horas — é m uito grande a de cargas entre as diversas usinas do sis de potência, equipamentos estáti
manda no sistema, enquanto durante a tema, nas diversas situações de demanda cos (sem partes girantes) que to r
madrugada ela cai aos seus valores m í (máxima, média e m ínima). À alocação naram possível a transmissão' de
nimos). Além dessas variações razoavel dessa geração dá-se o nome de despacho energia em tensões bastante mais
mente bem previstas, existem outras de geração, de cujo estabelecimento de altas do que as de geração (ver im
mais ou menos aleatórias, como por pende m uito a operação racional e efi portância desse fato no item 2 an
exemplo a conexão ou desconexão de caz do sistema como um todo. Em par terior).
cargas, grandes ou pequenas. ticular, a operação econômica dos sis Nesse contexto, os sistemas de trans
A essas variações e oscilações de de temas nos quais é grande o número de missão em CA evoluíram e ainda conti
manda correspondem alterações na usinas térmicas (como nos EUA e em nuam evoluindo m uito, com emprego
freqüência e tensão. A títu lo de ilustra alguns países da Europa), cujo combus de tensões cada vez mais elevadas. No
ção, é mostrado na Figura 1 um exemplo tível, sabe-se ser bastante caro, é extre entanto, é reconhecidamente comprova
da correlação existente entre a solicita mamente dependente da alocação dos do que as linhas de transmissão em CA
ção de carga num sistema e a respectiva despachos de geração. são mais caras que as linhas CC, além do
freqüência (o fato é semelhante quanto É interessante ressaltar também que que a transmissão em CC é mais simples
às tensões). existem sistemas automáticos de super do que a CA. A partir de 1950/60, co-
Nota-se que, neste sistema, no qual a
freqüência nominal é 60 Hz, a demanda FIG U R A 2
média no intervalo de tempo mostrado é
de cerca de 1002 MW, porém com uma
leve flutuação em torno desse valor. Tal
CUSTO DO kWh NO RECEPTOR
flutuação, absolutamente normal nos
sistemas reais, se faz acompanhar de flu
tuações na freqüência. Em particular,
em torno das 18:10 há um acréscimo
rápido de cerca de 6 MW na curva de de
manda; pode-se notar a correspondente
queda na curva de freqüência.
Esse exemplo mostra as pequenas va
riações de demanda. No entanto, não é
raro ter-se variações proporcionalmente
m uito maiores, de modo a afetar mais
sensivelmente a freqüência e as tensões,
cujas oscilações dos equipamentos de
controle procuram minimizar. O contro
le normalmente é feito de forma auto
mática, mas existem situações em que
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meçaram então a surgir equipamentos acima), bem como da transmissão em do para o dimensionamento da transmis
(conversores CA/CC) que possibilitaram CC. Com exemplos desse tipo de apro são a longa distância.
o aproveitamento das vantagens tanto veitamento para produção de energia Finalizando, quantificações de custo
da corrente alternada como da co n tí elétrica podem ser citados o rio Zaire como essa apresentada acima permitem
nua, ou seja, geração e consumo perma (Inga), bacia do Amazonas, no Brasil, verificar sempre a viabilidade econômica
necem em CA, sendo somente a trans rios no Sudoeste da China, etc., além da transmissão a m uito longa distância e
missão feita em CC. de minas de carvão situadas remotamen do aproveitamento dos recursos energé
Os conversores são equipamentos es te. ticos remotos. No caso brasileiro, carac
táticos que num dos terminais da trans Conforme já mencionado anterior terizado por dois grandes sistemas elétri
missão (geralmente no lado gerador) re mente no item 1, a viabilidade econômi cos isolados entre si (N/NE e SE/CO/S),
tificam a corrente - conversão CA para ca dos aproveitamentos remotos e bara a transmissão entre Norte e Sudeste na
CC - e, no outro, fazem a inversão CC tos está condicionada unicamente ao distância de cerca de 2500 km , viável
para CA. Acontece no entanto, que as custo da transmissão e das perdas, desde tecnicamente, pode ser competitiva eco
estações conversoras são ainda bastante que a viabilidade técnica tenha sido al nomicamente. Para tanto basta fazer
caras, de modo que o conjunto "estação cançada. uma comparação análoga à da referên
+ linhas em CC" somente apresenta van cia (a), considerando-se os custos da ex
Na transmissão a m uito longa distân
tagens econômicas a partir de certas cia, um aspecto que passa a ter grande ploração hidrelétrica na # Amazônia,
condições específicas, caracterizadas importância é o da confiabilidade do su acrescidos dos da transmissão até o Su
principalmente por transmissão a gran primento. É mais ou menos evidente deste, com os custos, por exemplo, da
des distâncias. Para distâncias menores a que, à medida em que se aumenta a dis instalação e combustível de usinas nu
transmissão CA ainda é economicamen cleares localizadas no próprio Sudeste.
tância, aumenta os riscos de falhas na
te mais atraente. transmissão, sejam elétricas ou mecâni
Outra característica importante de cas. Assim, mais recentemente e visando (*) Inclusive, a geração era em CC, porém de
um elo CC é que o mesmo se constitui a uma melhor comparação econômica pequenas potências destinadas basicamen
numa ligação assíncrona, isto é, as fre do custo da energia entregue ao consu te à iluminação.
qüências dos lados CA do retificador e midor, entre as alternativas de geração
do inversor não necessitam ser iguais local ou remota, passoU-se a se levar em
(restrição básica das ligações síncronas conta também o chamado "custo do ris B IB LIO G R A F IA
em CA). Assim, sistemas com freqüên co " de falha. Isto é, são feitos estudos
cia nominal de 50 Hz, como a das má de confiabilidade, que envolvem trata a) L. Paris, G. Zini, M. Valtorta, G. Manzoni,
quinas paraguaias da ITAIPU Binacional, mento probabilístico das falhas de gera A. Invernizzi, N. de Franco e A. Vian,
podem ser interligados com sistemas a "Present Lim its o f Very Long Distance
ção e transmissão, resultando daí os n í Transmission Systems", paper 37-12, Cl-
60 Hz, como o restante do sistema elé veis de expectativa de cortes de carga. GRÉ, Paris, França, 1984.
trico brasileiro. No exemplo acima ci Associando-se custos a esses níveis de
tado, a potência transmitida pode ser energia não suprida, obtém-se os "cus
considerada bastante grande (6300
tos do risco".
MWj, que correspondente à metade da
Para exemplificar essa situação foram
capacidade instalada da usina de Itai- extraídas da referência (a) as curvas da
Pu, o mesmo não acontecendo com a Figura 2, que também ilustram o au
distância, que é da ordem de 800/900 mento do custo da energia entregue ao
entre a geração e as imediações de São consumidor em função da distância de
Paulo. No caso, a necessidade do elo transmissão. A unidade de custo consi
assíncrono é ditada pelas freqüências derada é mills/kW h, ou seja, miléssimos
50 Hz, no lado retificador, e 60 Hz, no de dólar por kWh.
inversor. O exemplo se refere à transmissão
Também julga-se importante mencio em CC para vários níveis de potência,
nar que as interconexões em CC, além com fator de utilização igual a 1.0 (8760
de não aumentarem as potências de horas/ano) e a partir de dois custos bási
curto-circuito das partes interligadas, cos de' geração: 2000 US$/kW ou
em^muito podem contribuir para a ope 22.8 mills/kWh e 750 US$/kW ou 8.2
ração estável dos sistemas. mills/kW h. Observa-se que o custo do
risco torna-se significativo apenas para
6. Transm issão a m uito longa distância distâncias maiores que 2000 — 3000
km , tendo ele sido calculado na base
O aproveitamento a baixos custos de unitária de 2 US$/kW h de energia cor
recursos energéticos disponíveis a m uito tada e referido a um sistema receptor
longa distância dos centros consumido com 48000 MW de carga máxima.
res pode se tornar com petitivo, com De um modo geral, o custo do risco
conseqüência dos altos custos das fontes depende do montante de potência trans
instaláveis próximas a esses centros e mitida em relação ao valor global da car
também como resultado dos recentes ga do sistema receptor. A seleção ade
avanços na tecnologia de transmissão a quada do(s) ponto(s) de entrega é tam
ultra-alta tensão em CA (1000 kV e bém um item relevante a ser considera
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