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CURSO DE EXTENSÃO DE

GRANDES EVENTOS
2024
Ementa do Curso de Extensão em Segurança em Grandes Eventos:
Baseado na Legislação Brasileira de Segurança Privada e na Portaria da
Polícia Federal nº 18.045/2023

Justificativa
A crescente realização de grandes eventos no Brasil, como shows,
festivais, jogos esportivos e conferências, impulsiona a demanda por
profissionais especializados em segurança. Essa necessidade se torna ainda
mais evidente diante da complexa natureza dos desafios que tais eventos
apresentam, desde o aumento do terrorismo e da violência até os riscos de
incêndio e desastres, grandes concentrações de pessoas e a diversidade de
tipos de eventos.
Para suprir essa carência de profissionais qualificados, o Curso de
Extensão em Segurança em Grandes Eventos oferece uma formação completa
e especializada, abrangendo temas como planejamento e organização da
segurança, gestão de multidões, segurança contra incêndio e desastres,
legislação e normas de segurança, e tecnologia aplicada à segurança. O objetivo
é preparar profissionais para lidar com os desafios da segurança em grandes
eventos de forma eficaz, utilizando as melhores práticas e tecnologias
disponíveis.
O curso é direcionado a profissionais de segurança privada, estudantes
de cursos de segurança pública e privada, empreendedores e organizadores de
eventos, e entusiastas da área que buscam aprimorar seus conhecimentos e
habilidades. Ao se qualificarem no Curso de Extensão em Segurança em
Grandes Eventos, os profissionais garantem a segurança do público, dos
participantes e do patrimônio, além de aumentarem suas oportunidades de
emprego em um mercado promissor e em constante expansão.
Em suma, o Curso de Extensão em Segurança em Grandes Eventos se
apresenta como uma solução essencial para suprir a demanda por profissionais
qualificados nesse mercado em crescimento, oferecendo uma formação
completa e especializada que prepara os profissionais para atuar de forma eficaz
na segurança de grandes eventos, contribuindo para a segurança da sociedade
e para o desenvolvimento de eventos cada vez mais seguros e profissionais.

Público-alvo:
• Profissionais de segurança privada
• Gestores de eventos
• Empreendedores do setor de eventos
• Estudantes de áreas afins

Objetivo:
Capacitar os participantes para planejar, implementar e gerenciar a segurança
em grandes eventos, com base na legislação brasileira de segurança privada e
nas melhores práticas do mercado.
Conteúdo programático:

Módulo 1: Legislação Brasileira de Segurança Privada

1
• Lei nº 7.102/1983 (Lei de Segurança Privada)
• Decreto nº 89.055/1983
• Portaria da Polícia Federal nº 3.233/2012
• Portaria da Polícia Federal nº 18.045/2023
• Normas da ABNT relacionadas à segurança privada

Módulo 2: Segurança em Grandes Eventos


• Conceitos e definições
• Planejamento de segurança
• Implementação da segurança
• Gestão da segurança
• Monitoramento e avaliação da segurança

Módulo 3: Operações de Segurança em Grandes Eventos


• Controle de acesso
• Segurança patrimonial
• Segurança pessoal
• Segurança VIP
• Segurança contra incêndio e pânico
• Brigada de incêndio
• Atendimento pré-hospitalar
• Controle de distúrbios civis
• Segurança de grandes eventos específicos (esportivos, culturais, etc.)

Módulo 4: Gestão de Riscos em Grandes Eventos


• Identificação de riscos
• Análise de riscos
• Plano de mitigação de riscos

Módulo 5: Legislação Específica para Grandes Eventos


• Estatuto do Torcedor
• Código Civil
• Código Penal
• Lei das Contravenções Penais

Módulo 6: Ética e Responsabilidade Social na Segurança Privada


• Código de Ética e Conduta do Profissional de Segurança Privada
• Responsabilidade social da segurança privada

Metodologia:
• Aulas expositivas
• Palestras com especialistas
• Estudos de caso
• Simulações
• Visitas técnicas

Carga horária:

2
• 80 horas

Avaliação:
• Participação em aula
• Trabalhos individuais e em grupo
• Simulações
• Prova final

Certificação:
• Certificado de conclusão de curso

Benefícios do curso:
• Capacitação para atuar na área de segurança em grandes eventos
• Atualização sobre a legislação brasileira de segurança privada
• Networking com profissionais do setor
• Aprimoramento de habilidades e conhecimentos

Investimento:
• R$ 700,00
Informações e inscrições:
• [Insira aqui o site ou contato para inscrição]

Observações:
• A ementa poderá sofrer alterações sem aviso prévio.
• O curso poderá ser cancelado caso não haja número mínimo de inscritos.

Esperamos por você!

Metodologia expositiva
Material Didático: Curso de Extensão em Segurança em Grandes Eventos
Item 1: Legislação Brasileira de Segurança Privada
• Lei nº 7.102/1983 (Lei de Segurança Privada)
o Resumo da lei
o Principais artigos
o Análise crítica
• Decreto nº 89.055/1983

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o Resumo do decreto
o Principais artigos
o Análise crítica
• Portaria da Polícia Federal nº 3.233/2012
o Resumo da portaria
o Principais artigos
o Análise crítica
• Portaria da Polícia Federal nº 18.045/2023
o Resumo da portaria
o Principais artigos
o Análise crítica
• Conteúdo específico:
▪ Requisitos para a contratação de empresas de segurança privada
para grandes eventos
▪ Atribuições dos profissionais de segurança privada em grandes
eventos
▪ Deveres dos organizadores de grandes eventos
▪ Normas de segurança para grandes eventos
• Normas da ABNT relacionadas à segurança privada
o NBR 15.595:2011 - Segurança privada - Requisitos para a
prestação de serviços de segurança patrimonial
o NBR 16.798:2020 - Segurança privada - Sistemas de
videomonitoramento - Requisitos mínimos de projeto, instalação e
operação
o NBR 17.240:2015 - Segurança privada - Transporte de valores -
Requisitos mínimos de segurança
Item 2: Segurança em Grandes Eventos
• Conceitos e definições
o O que é um grande evento
o Tipos de grandes eventos
o Características de um grande evento
o Desafios da segurança em grandes eventos
• Planejamento de segurança
o Elaboração de um plano de segurança
o Avaliação de riscos
o Definição de recursos
o Estabelecimento de procedimentos
• Implementação da segurança
o Contratação de empresas de segurança privada
o Treinamento de profissionais de segurança
o Aquisição de equipamentos
o Implementação de medidas de segurança
• Gestão da segurança
o Monitoramento da segurança
o Controle de acesso
o Segurança patrimonial
o Segurança pessoal

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o Segurança VIP
o Segurança contra incêndio e pânico
o Brigada de incêndio
o Atendimento pré-hospitalar
o Controle de distúrbios civis
o Segurança de grandes eventos específicos (esportivos, culturais,
etc.)
• Monitoramento e avaliação da segurança
o Identificação de falhas
o Correção de falhas
o Aprimoramento da segurança
Item 3: Operações de Segurança em Grandes Eventos
• Controle de acesso
o Credenciamento de participantes
o Revista pessoal
o Controle de entrada e saída
o Segurança de perímetros
• Segurança patrimonial
o Proteção de bens materiais
o Prevenção de furtos e roubos
o Monitoramento de áreas críticas
• Segurança pessoal
o Proteção de autoridades e VIPs
o Escolta de pessoas e bens
o Prevenção de agressões
• Segurança VIP
o Escolta de autoridades e personalidades
o Proteção de áreas VIP
o Atendimento personalizado
• Segurança contra incêndio e pânico
o Prevenção de incêndios
o Plano de combate a incêndio
o Brigada de incêndio
o Atendimento a emergências
• Brigada de incêndio
o Treinamento de brigadistas
o Equipamentos de combate a incêndio
o Plano de evacuação
• Atendimento pré-hospitalar
o Noções básicas de primeiros socorros
o Equipamentos de primeiros socorros
o Atendimento a emergências médicas
• Controle de distúrbios civis
o Técnicas de controle de distúrbios
o Equipamentos de proteção individual
o Negociação com manifestantes

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• Segurança de grandes eventos específicos (esportivos, culturais,
etc.)
o Características de cada tipo de evento
o Requisitos específicos de segurança
o Planejamento e implementação da segurança
Item 4: Gestão de Riscos em Grandes Eventos
• Identificação de riscos
o Brainstorming

CURSO EXTENSÃO DE GRANDES EVENTOS

INTRODUÇÃO
A indústria de eventos brasileira alcançou destaque no cenário global,
atingindo a 7ª posição no ranking internacional da ICCA em 2012, impulsionada
por sua competência e profissionalismo. Essa ascensão traz consigo
significativas oportunidades e responsabilidades, pois ao integrar-se à elite
mundial de eventos, o Brasil assume o compromisso de seguir padrões de
excelência e atender a um público cada vez mais exigente.
Nesse contexto, a segurança emerge como um pilar essencial para o
sucesso de qualquer evento, visando garantir a proteção de todas as pessoas
envolvidas, preservar a reputação das empresas organizadoras e proteger os
ativos materiais e imateriais do evento. Uma segurança eficaz impede a entrada
de indivíduos não autorizados, assegura a integridade dos equipamentos e
proporciona um ambiente tranquilo para que os participantes desfrutem dos
recursos disponíveis sem preocupações, além de prevenir e mitigar riscos como
incêndios, tumultos e outros incidentes que possam ameaçar vidas e
propriedades.
A responsabilidade pela segurança do evento recai sobre os
organizadores, que devem contratar profissionais qualificados e elaborar planos
abrangentes de segurança. Por sua vez, os profissionais de segurança são
encarregados de avaliar e implementar medidas eficazes de proteção.
Ao reconhecer a importância da segurança como um elemento crucial
para o êxito de qualquer evento, o Brasil reforça sua posição como um dos

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protagonistas da indústria global de eventos, proporcionando experiências
memoráveis e seguras para todos os participantes.

Segurança em Eventos
É crucial garantir a proteção e diversão de milhões de pessoas durante
festas, shows e celebrações de fim de ano. A segurança em eventos assume um
papel fundamental nesse período, marcado por uma ampla variedade de
ocasiões festivas. Por trás da atmosfera festiva em shows, festas e espetáculos
pirotécnicos, há toda uma infraestrutura dedicada a assegurar que esses
momentos sejam desfrutados com segurança e lembrados de maneira especial.
A implementação eficaz de medidas de segurança, como controle de acesso,
monitoramento, equipes treinadas e planos de emergência, é essencial para
garantir a tranquilidade e a proteção de todos os participantes. A segurança em
eventos não apenas visa prevenir incidentes, mas também contribui para a
criação de experiências positivas e inesquecíveis para o público presente..
Medidas de Segurança
As medidas de segurança em eventos abrangem um planejamento que
se estende antes, durante e depois do evento. O cerne de qualquer evento com
aglomeração de pessoas reside na busca por patrocinadores e fornecedores, no
controle de despesas e na divulgação, seguido por uma abordagem tática na
execução de tarefas durante a produção e realização. Embora as
particularidades de segurança em eventos possam variar, é crucial a
observância de leis e normas comuns em todos os casos, visando assegurar a
ordem e prevenir acidentes.
Pré-Evento
Nesta etapa crucial, o organizador de eventos e o gestor de segurança
devem colaborar com a equipe de produção para estabelecer definições
essenciais. Isso envolve uma análise abrangente do ambiente, desde o conceito
inicial do projeto até os detalhes específicos do planejamento, incluindo o local,
a infraestrutura disponível, os acessos, as ações/atividades planejadas e a
elaboração do roteiro de tempos e movimentos, entre outros aspectos. É
fundamental lembrar que, nesse estágio, a maioria das decisões ainda está no
âmbito das ideias, e todas as definições devem ser registradas formalmente em
atas para cada reunião realizada.
Evento
Nessa etapa da gestão, é crucial priorizar a coordenação e a
implementação de medidas para ajustar o planejamento conforme necessário.
Além disso, é essencial realizar um acompanhamento contínuo do progresso do
trabalho e uma avaliação eficaz do plano, garantindo a execução adequada das
ações sem perdas, desperdícios, retrabalho ou atrasos.
Pós-Evento
Após o término do evento para o público, as responsabilidades da equipe
organizadora continuam. Iniciando com a saída do público, seguem-se as etapas
de desmontagem e desmobilização do local, culminando na entrega do espaço.
Assim como muitos realizam uma lista de verificação para a montagem, é
essencial fazer o mesmo durante a desmontagem. Além disso, é crucial
consolidar um relatório abrangente com todos os acontecimentos para avaliação

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futura e aprimoramento. Uma desmobilização bem planejada e supervisionada
de perto ajuda a evitar a concretização de riscos e gastos adicionais
desnecessários.

1. PRÉ-EVENTO
1.1 Conceito do Evento
Quando os organizadores de eventos são encarregados de planejar e
realizar um evento, é essencial incluir o Gestor de Segurança na equipe desde
o início. Sua presença desde a concepção dos conceitos, idealização da
dinâmica do trabalho e discussão do planejamento é fundamental para garantir
a segurança do evento e prevenir surpresas, reduzindo os riscos.
1.1.1 Definição do Local
Auditório, centro de convenções, pavilhão de exposições, salas de
reunião, casa de espetáculos, ginásio esportivo, salão de clubes, casas de
recepções, igrejas, ou áreas livres, independentemente do tipo de local, é
imperativo considerar diversos fatores que podem impactar a qualidade e a
segurança do evento. Estes fatores incluem a infraestrutura de transporte
disponível na região, a acessibilidade ao local, os índices de criminalidade locais,
a disponibilidade de estacionamento, a iluminação circundante, a integridade das
instalações elétricas, as rotas de evacuação, a sinalização adequada, a
conformidade legal e as condições climáticas durante o período do evento, bem
como a disponibilidade de água e eletricidade. Para determinar a capacidade do
local, recomenda-se uma taxa de ocupação de quatro pessoas por metro
quadrado. Uma inspeção prévia ao local do evento é essencial para avaliar a
capacidade do espaço, sua infraestrutura, acessibilidade, medidas de segurança
contra incêndios, documentação relevante e histórico de incidentes.
1.2. Política de Segurança
A Política de Segurança, composta por diretrizes que orientam a
utilização de recursos humanos, técnicos e organizacionais, desempenha um
papel fundamental na garantia da segurança durante eventos. A definição dessa
política recai sobre o patrocinador e/ou organizador do evento, que deve
formalizar as diretrizes para o funcionamento do evento e estabelecer as
prioridades em segurança. A abordagem da política pode variar conforme o tipo
e local do evento, o perfil do público, as condições de realização e a cultura do
patrocinador e/ou organizador. Exemplos incluem o controle de acesso,
prevenção de incêndios, segurança contra furtos, combate à atividade de
cambistas, atendimento ao público e patrocinadores, segurança no trajeto do
estacionamento ao local do evento, e gestão do fluxo de entrada dos
participantes.
1.3. Análise de Risco
1.3.1 Ambiente Externo
Comece a análise considerando uma avaliação abrangente de toda a
região ao redor do local do evento, uma vez que diversos riscos podem estar
relacionados à área onde ele será realizado. Aspectos como o perfil
socioeconômico do bairro, tipos de residências, estabelecimentos comerciais,
condições das vias de acesso, disponibilidade de estruturas de emergência e
serviços essenciais, pontos de táxi e ônibus, delegacias, hospitais, Corpo de

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Bombeiros, postos da Polícia Militar, Defesa Civil e instalações de
concessionárias de serviços públicos são exemplos importantes do que deve ser
investigado e considerado antes do evento.
1.3.2. Ambiente Interno
Realize uma análise minuciosa das condições de funcionamento do evento
e do espaço onde ele será realizado, a fim de garantir que tudo esteja em ordem.
No que diz respeito ao funcionamento do evento, as informações essenciais
serão fornecidas pelo próprio organizador no dossiê de planejamento. Essa
avaliação tem como objetivo identificar a estrutura disponível no espaço e as
possíveis vulnerabilidades que precisam ser endereçadas para assegurar a
segurança do evento e manter os riscos sob controle.
É fundamental solicitar ao responsável pelo local do evento as autorizações
e alvarás necessários. Além disso, é importante realizar inspeções detalhadas
nas instalações elétricas, hidráulicas, sistema de ar-condicionado, medidas de
prevenção e combate a incêndios, bem como na segurança eletrônica (câmeras,
alarmes). É recomendável conhecer as pessoas que trabalham no local e suas
respectivas funções. Faça perguntas sobre os procedimentos operacionais do
espaço, segurança da informação, responsáveis pela vigilância das portarias,
abastecimento da caixa d’água, desligamento do disjuntor, rota de entrada de
caminhões, local de descarga de materiais para a montagem do evento, entre
outros detalhes relevantes.
1.3.3. Identificação dos Riscos
Após a avaliação minuciosa das condições dos ambientes externo e
interno, procedemos à identificação dos riscos, os quais podem ser classificados
em quatro categorias distintas: riscos humanos, relacionados a pessoas e
comportamentos; riscos técnicos, ligados a falhas em equipamentos e sistemas;
riscos naturais, provenientes de eventos ambientais como tempestades e
terremotos; e riscos biológicos, associados a agentes patogênicos e questões
de saúde pública.
a) Riscos Humanos
Originados de ações tanto intencionais quanto não intencionais, direta ou
indiretamente ligadas a indivíduos, esses eventos podem ocorrer não somente
durante o evento, mas também antes ou depois dele. Exemplos incluem furto e
roubo, assédio em situações envolvendo artistas, personalidades ou
autoridades, vandalismo, sabotagem, ameaças de bomba, incidentes de saúde
súbita, manifestações políticas e uso de substâncias ilícitas.
b) Riscos Técnicos
Estes riscos estão relacionados ao uso inadequado ou à falta de
manutenção de instalações e equipamentos, tais como o palco, bastidores, salas
de reunião, áreas de recepção, banheiros, cozinhas, salas de alimentação, entre
outros. Incluem-se nesses riscos as instalações elétricas e os equipamentos de
iluminação e som.
c) Riscos Naturais
São provocados por fenômenos da natureza como tempestades, raios,
enchentes, deslizamentos de terra e terremotos.

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d) Riscos Biológicos
Esses riscos estão relacionados à exposição das pessoas a intoxicações
ou contaminações por microrganismos, como alimentos, bebidas, água, ar-
condicionado, cozinha, lixeiras, sistema de esgoto e banheiros. Após a
identificação dos riscos, diversos métodos podem ser empregados para realizar
a análise. O método mais apropriado deve ser selecionado para cada tipo de
risco: quando há estatísticas disponíveis sobre a ocorrência do risco, métodos
estatísticos podem ser utilizados; caso não haja estatísticas, métodos subjetivos
baseados na percepção e sensibilidade do analista devem ser empregados nos
itens listados nos checklists previamente elaborados.

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MAPA DE RISCO
Risco Físico

Risco Químico

Risco Biológico

Risco Ergonômico

Risco de Acidente

GRAU DE RISCO

FONTE AGENTE DE Nº MAPA CONTROLE


GERADORA RISCO

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1.4. Planejamento
1.4.1 Autorizações e Licenças
Para realizar eventos, especialmente de grande porte, é fundamental obter
as licenças especiais concedidas por autoridades e órgãos públicos
competentes. A ausência das autorizações necessárias pode acarretar em
pesadas multas ou até mesmo no cancelamento do evento. Em situações em
que ocorram problemas resultando em prejuízos, ferimentos ou fatalidades a
terceiros durante um evento não autorizado, os organizadores podem enfrentar
processos criminais e não terão cobertura de seguro para indenizar os danos,
pois as seguradoras geralmente excluem essas situações de suas apólices.
1.4.2. Legislação
É essencial familiarizar-se com a legislação vigente no estado e na cidade
onde o evento será realizado. Muitas vezes, existem diferenças significativas e
a regulamentação específica para o tema pode ser escassa. Recomenda-se
sempre documentar o evento junto aos órgãos competentes e manter registros
dos protocolos e respostas recebidas, incluindo contatos com a Polícia Militar,
Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Ministério Público, ECAD (Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição) e ANVISA.
1.4.3. Credenciamento
a) Equipe de Trabalho
Existem diferentes tipos de crachás que devem ser categorizados por áreas
de atuação no evento para garantir o controle de acesso adequado. Veja
exemplos de categorização:
➢ Direção: destinado aos profissionais responsáveis pela direção do
evento;
➢ Staff: utilizado por prestadores de serviços envolvidos no evento, como
equipe de limpeza, montagem, técnicos, carregadores, recepcionistas,
equipe de fotografia e filmagem, entre outros;
➢ Imprensa: designado para os profissionais dos veículos de comunicação
convidados;
➢ Convidados: destinado aos convidados da direção, organização,
patrocinadores, autoridades e artistas, bem como seus acompanhantes
e convidados.
b) Itens de Segurança
A inclusão do nome e da foto no crachá garante sua intransferibilidade; o
prazo de validade restringe o acesso do portador aos dias de trabalho
designados; a diferenciação de cores por setor facilita a identificação rápida; e a
indicação da área de acesso limita a circulação dos prestadores de serviço aos
locais específicos. Como medida adicional de segurança no controle de acesso,
pode-se utilizar um porta-crachá personalizado com o nome do evento, da
promotora ou de um patrocinador. Os tipos de crachá empregados variam de
acordo com o perfil do evento. Outros recursos que contribuem para a segurança
do crachá incluem tecnologias como RFID (Identificação por Radiofrequência),
códigos de barras, entre outros.
c) Público
A segurança dos ingressos é um aspecto que demanda cada vez mais
atenção devido ao aumento de ocorrências de ingressos e inscrições

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falsificados. Além de causar transtornos ao público e prejuízos ao organizador,
que perde receita, a má organização do evento pode resultar em
responsabilização legal e possíveis indenizações a indivíduos prejudicados por
ingressos ou inscrições fraudulentas. A equipe de segurança do evento deve
estar ciente das medidas de segurança aplicadas nos ingressos e garantir uma
fiscalização rigorosa no momento da entrada.
1.4.4. Brigada Contra Incêndio
Assim como é comum contratar uma empresa de segurança patrimonial
para garantir a segurança, também é recomendável contratar os Bombeiros Civis
para eventos. O dimensionamento desses profissionais, juntamente com os
equipamentos de combate e resgate, deve seguir um plano específico e
treinamento adequado, integrados ao Plano de Segurança do Evento. Os
Bombeiros Civis são profissionais treinados em prevenção e combate a
incêndios, primeiros socorros e resgate de emergência, atuando de forma
complementar aos Bombeiros Militares em situações de emergência em eventos
e locais públicos.

1.4.5. Plano de Contingências


Este plano tem como objetivo fornecer os procedimentos a serem adotados
para prevenir que os riscos identificados e classificados resultem em perdas de
vidas e danos ao patrimônio das empresas e entidades envolvidas no evento.
Os procedimentos padrão para situações de contingência a serem executados
pelas equipes de segurança e bombeiros incluem: isolar e sinalizar a área
afetada, comunicar o gestor ou a Central de Comando e Controle, orientar as
pessoas para evacuar o local, preservar a cena do incidente e acionar as
autoridades competentes. O plano de contingência descreve os procedimentos
a serem seguidos em caso de incidentes graves, como incêndios,
desabamentos, tumultos ou ameaças de bomba. Ele identifica os riscos, define
estratégias para minimizar os danos e estabelece ações como isolar áreas de
perigo, prestar socorro aos feridos e garantir a evacuação segura das pessoas.
2. EVENTO
2.1. Monitoramento dos Riscos
a) Varredura de Ambiente: Contra Agentes Químicos,
Bacteriológicos e Antibomba
Embora possa parecer uma medida pouco comum no Brasil, em eventos
envolvendo autoridades públicas, ONGs, entidades religiosas ou que possam
atrair ações de extremistas, é recomendável realizar uma varredura no local do
evento após uma análise minuciosa dos riscos e implicações feita pelo gestor de
segurança. Essa vistoria pode ser conduzida por empresas privadas ou
solicitada às autoridades competentes, como as Unidades de Forças Especiais
das Polícias Militares, o Esquadrão Antibomba da Polícia Civil e outras unidades
especializadas. Normalmente, são utilizados cães farejadores, detectores
portáteis de explosivos e agentes químico-biológicos, além de outras tecnologias
para garantir a segurança do evento.
b) Bilheteria
A bilheteria é uma área crítica, especialmente no dia do evento. A equipe
responsável pela organização deve monitorar de forma contínua a venda de

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ingressos e inscrições antecipadas, incluindo as transações online, e
compartilhar essas informações com o gestor de segurança. Este profissional
pode sugerir a ampliação do número de bilheterias em caso de trocas de
ingressos no dia do evento, planejar a disposição de filas e barricadas para
gerenciar o público, e providenciar sinalização e orientação adequadas para os
participantes. É importante prestar atenção especial à atuação de cambistas
durante o evento.
c) Backstage
A área de backstage, localizada atrás do palco, geralmente fica restrita,
pois além da equipe de produção, também pode haver a presença de diversos
outros públicos. É essencial gerenciar o fluxo de pessoas nos bastidores, que
devem estar devidamente identificadas por crachás, evitando que circulem em
áreas onde não são necessárias e possam interferir no trabalho de outros.
Portanto, alguns dias antes do evento, é recomendável realizar uma reunião com
os assessores dos palestrantes, autoridades ou artistas para apresentar os
procedimentos de segurança da organização do evento e explicar como será a
circulação das pessoas nos bastidores. É fundamental que a equipe de
segurança esteja ciente dessas diretrizes não apenas para cumpri-las, mas
também para minimizar possíveis impactos na proteção do evento.

2.2.Distribuição das Equipes


A gestão e logística das equipes de segurança e brigadistas são de extrema
importância, especialmente em eventos de grande porte. A escala de chegada
deve ser planejada com horários intercalados, garantindo a cobertura do evento
antes, durante e após sua realização. A mobilização da equipe deve seguir um
fluxo da área externa para a interna, conforme definido no planejamento
operacional. É recomendável que, antes da abertura do evento, o efetivo esteja
posicionado em seus postos de trabalho designados e já tenha recebido as
orientações básicas sobre os procedimentos a serem seguidos.

2.3. Comunicação
Durante o evento, o sistema de comunicação por rádio é essencial para
facilitar a comunicação imediata entre os membros da equipe de segurança e a
brigada de incêndio. Manter um canal aberto entre a organização do evento e a
Central de Comando e Controle é crucial para atender a ajustes de última hora,
comuns em eventos de grande porte. É importante utilizar uma comunicação
simples e direta, além de manter disciplina rigorosa e verificar constantemente
as comunicações. Se possível, é recomendável estabelecer uma rede
secundária de comunicação, utilizando outra tecnologia de rádio ou celulares.

2.4 Controle de Acesso


O controle de acesso de pessoas no local do evento é uma das áreas mais
críticas da segurança e geralmente requer a maior parte dos recursos investidos.
Esse controle pode ser dividido em duas categorias:
1) Pessoas envolvidas nas etapas pré-evento, durante o evento e pós-
evento;
2) O público em geral, incluindo pagantes e convidados.

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O controle de acesso realizado pela equipe de segurança também deve
lidar com autoridades do serviço público, exigindo atenção especial. É
importante registrar em um livro próprio todas as autoridades que solicitaram
entrada para serviço/trabalho no evento. O acesso ao estacionamento também
deve ser controlado, abrangendo veículos de participantes, convidados, da
equipe organizadora do evento, viaturas da Polícia, Corpo de Bombeiros e
ambulâncias de socorro médico.
2.5. Evento
a) Abertura de Portas e Portões: É um momento de muita atenção em
função do publico estar em expectativa para adentar o espaço de realização do
evento qualquer que seja ele. Por isso a abertura só deve ocorrer após o
checklist da segurança e a certificação de que todo o efetivo está devidamente
posicionado, incluindo as equipes de recepção e coordenação do evento.
b) Roteiro de Tempos e Movimentos: a elaboração desse roteiro facilita a
visualização da dinâmica do evento, possibilitando a ação da segurança de modo
sincronizado, bem como executar a implantação da equipe de segurança de
forma organizada e cronológica de acordo com os acontecimentos do evento.
c) Palco: principalmente em eventos transmitidos ao vivo, o palco precisará
de uma atenção extra para evitar o excesso de pessoas e/ou riscos de natureza
técnica relacionados às estruturas do palco. A atenção nesse tópico ocorre antes
e durante as apresentações.

2.6. Central de Comando e Controle


A Central de Comando e Controle tem como finalidade a concentração de
todas as informações do evento para agilizar a tomada de decisão em conjunto.
A central, além de contar com o sistema de CFTV (Circuito Fechado de
Televisão) deverá concentrar os seguintes membros: o gestor da segurança; um
responsável da empresa organizadora do evento; um membro da Polícia Militar;
um membro da Polícia Civil e outros órgãos e setores envolvidos diretamente no
resultado do evento.

2.7. Brigada Contra Incêndio


A equipe de brigada tem uma forte atuação durante os eventos. Seu foco é
preventivo e reativo. Cada item de risco que for detectado deverá ser
imediatamente corrigido. Casos como superaquecimento de cabos elétrico,
utilização de fogos, infraestrutura de palco, princípios de incêndio, mal súbito,
entre outros, deverão estar no radar dos brigadistas para o pronto atendimento.
Uma forte Supervisão da equipe e a Integração com a segurança é a chave para
o sucesso.
2.8. Término do Evento
Toda a equipe deverá aguardar instruções para desativar os respectivos
postos de trabalho e fazer o encerramento. Se necessário, será realizado um
cordão de varredura para liberação da área. Ao término do evento permanecerá
no local a segurança e ou bombeiros dos postos de guarda de materiais até a
desmontagem final de acordo com a avaliação da supervisão operacional.
Enfatiza-se a necessidade de uma constante fiscalização do posicionamento das
equipes de segurança, evitando-se o abandono do posto.

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O evento só terminará para equipe de segurança, mediante comando. A
desmobilização das equipes poderá ser em etapas, obedecendo ao
planejamento feito anteriormente.

3. PÓS-EVENTOS
3.1. Saída do Público
Tão importante quanto a chegada do público é a saída. Neste momento
todas as equipes deverão estar posicionadas e preparadas para acompanhar
essa atividade. A saída do público é mais rápida que a chegada, por isso atente
para o seguinte:
a) Externa Todo entorno do local onde está ocorrendo o evento deve ser
monitorado por seguranças e/ou câmeras. Via de regra, o estacionamento é
considerado como área do evento, mesmo que esteja do outro lado da rua e que
não faça parte do mesmo projeto. Tem sido frequente o registro de ocorrências
de assaltos no trajeto do local do evento até o local de deslocamento: carro,
metrô ou ônibus, onde a segurança deverá monitorar
b) Interna Certifique-se que tanto o público quanto o pessoal de serviço não
ficaram nos
c) banheiros, fumódromos, sala de imprensa, camarotes e outros pontos
dentro do evento.
A segurança deverá checar cada local, antes de encerrar suas atividades.

3.2. Saída de Convidados Vips, Autoridades e Artistas


O assédio aos artistas, convidados VIPs e autoridades são previsíveis na
maioria dos eventos. Para evitar tumultos e ataques de tietagem na porta do
evento, o uso de barricadas mantém os curiosos a uma distância segura da
entrada e saída dos veículos. Sempre que possível, solicite o apoio dos agentes
de trânsito, policiais militares ou reforce a equipe de segurança para atender
esse item.
3.3. Controle de Patrimônio
A segurança só poderá ser responsável pelos equipamentos que foram
confiados a ela, mediante um inventário e clara definição do seu papel de guarda
e/ou proteção. Atente para questões como: uma pessoa que diz ter deixado um
tablet em cima de uma mesa e sumiu! Cada pessoa/empresa deverá ser
responsável pelo seu material dentro do evento!
3.4. Desmontagem da Infraestrutura
A atuação do gestor de segurança não se restringe ao dia do evento, mas
começa bem antes e termina depois da desmontagem da infraestrutura que foi
utilizada. É uma atuação que também vai muito além da vigilância tradicional,
relacionando-se com o trabalho de todos os envolvidos na organização.

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CURSO DE GERENTE DE SEGURANÇA.

Um Curso de Segurança para o Corpo de Segurança que viesse a atuar


em Espetáculos Públicos teria como finalidade orientar o planejamento e a
execução do serviço da segurança, bem como tratar de assuntos a este
diretamente relacionado, de modo a fornecer subsídios a quem, direta ou
indiretamente tenha participação na realização dessa modalidade de segurança
e proteção. Para melhor entendimento e padronização seriam definidos os
conceitos no tocante ao Local de Espetáculos Públicos e no Tipo de Espetáculos
Públicos.
Todo evento é uma forma de lazer e o homem, cercado de problemas
de toda natureza, quer na vida comum, quer na vida profissional, necessita
liberar suas tensões através desse mesmo lazer.
Sozinho, o indivíduo nem sempre consegue se desinibir para manifestar
certos sentimentos reprimidos que o dia a dia impõe; mas no meio da massa tais
sentimentos podem ser mais facilmente liberados, uma vez que nestas
condições, certas limitações impostas pela sociedade são mais fáceis de serem
superadas; daí a existência do espetáculo público concentrando multidões onde
o Corpo de Segurança deve atuar junto a Polícia Militar, zelando pela
preservação da ordem, durante a sua realização.
O preparo do homem para esse tipo de serviço, por esta razão, exige
disciplina, senso de cooperação, espírito de sacrifício, abnegação, iniciativa e
tolerância.
O agente deve adquirir confiança no seu chefe e nos seus
companheiros.
O agente deve manter-se imparcial quanto à competição.
As multidões geram condições para que indivíduos mal intencionados e
criminosos atuem fora da lei, aproveitando-se dessas circunstâncias propícias;
o agente de segurança necessita, pois, nas várias situações sugeridas, estar em
condições de decidir por si mesmo, quando isolado e, quando no conjunto, agir
em cooperação com os demais companheiros, tendo em vista a missão a
cumprir.

Conhecimento dos locais de espetáculos públicos


Tipos de locais:

Quanto à classificação, cobertura, estrutura, ao acesso ao interior do


local específico do espetáculo, aos planos de pavimentos, ao acesso de público,
etc.
Características dos locais de espetáculos públicos:

Quanto ao planejamento específico, planos de evacuação e


hospitalização, estudo minucioso de suas dependências, planos de
estacionamentos de veículos, horário de chegada e saída das delegações e da

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arbitragem, horários de abertura das bilheterias e dos portões de acesso ao
público, planos de ações com as respectivas alternativas, referentes a atividades
como controle de tumultos e de pânico e operações especiais;
O critério para a designação do espetáculo público quanto ao público,
de acordo com a Polícia Militar será:
Espetáculo pequeno - até 10.000 espectadores;
Espetáculo médio - entre 10.000 e 30.000 espectadores;
Espetáculo grande - mais de 30.000 espectadores;
Espetáculo clássico - independe do número de espectadores e liga-se
ao alto grau de motivação que o espetáculo desperta e ao momento
histórico do mesmo.

Características comuns dos locais: Além de suas características


próprias, um mesmo local em ocasiões diferentes apresentará peculiaridades
também diferentes.
Existe uma série de características comuns a todos os locais e
ocasiões, variando somente com relação a número e espécie.
Divisão em setores: Todos os locais, para todas as ocasiões, devem ter
uma divisão, para fins de segurança, por setores.
Os postos de serviço serão fixados conforme a classificação do
espetáculo.
Um mesmo posto, que requeira determinado efetivo num determinado
espetáculo, em outro poderá necessitar de efetivo maior, em razão de
peculiaridade deste.
Os postos que normalmente devem ser vigiados são: Estacionamentos
de veículos oficiais, de veículos de delegações e de veículos especiais, se
localizados no interior do local de espetáculo público; postos de arrecadação,
catracas e locais de entrada de público, locais de acesso da imprensa e de
autoridades, embocaduras e corredores, vestiários d e árbitros e de atletas,
cabines de som e da imprensa escrita, falada e televisiva, bares, se internos,
arquibancadas, local da competição, locais de aglomeração, que permitam a
ação de punguistas, trombadinhas, assaltantes e outros, se interno e outros.
Constitui competência natural da administração dos locais de
espetáculos públicos entre outras funções empenhar todos os seus esforços no
sentido de garantir a integridade física dos espectadores, com vista a incêndios,
desmoronamentos e outros eventos catastróficos.

Estudo do público:

O espectador, quando envolvido numa massa, geralmente deixa de


raciocinar e agir como indivíduo isolado, passando a reagir na proporção em
que a massa reage, uma vez que sofre influências de fatores psicológicos.
Os fatores psicológicos levam os espectadores a reagir agressiva e até
violentamente.

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A euforia pode gerar os seguintes tipos de ocorrências: Brigas e
desordens, Pânico, Invasões de campo, Tumulto e distúrbios, Agressões a tiro,
Ilícitos e contravenções penais.

Quanto a reuniões e instrução:

Reuniões do Gerente de Segurança com todas autoridades e


interessados no bom resultado do serviço, antes de cada evento para se
estabelecer linhas de ação mais apropriadas para a atualidade;
Reuniões após a realização de cada evento, para as críticas positivas e
negativas a respeito dentro do princípio de se procurar corrigir futuras falhas;
Instruções contínuas do efetivo a ser empregado procurando-se abordar
novos enfoques mesmo em assuntos já explorados.
Quaisquer que sejam os efetivos que forem trabalhar no evento, novatos
ou veteranos, devem receber instrução necessária e adequada, aplicada às
peculiaridades da operação de que irão participar.

Determinação do efetivo a ser empregado:

O cálculo do efetivo a ser empregado em locais de espetáculos públicos


sofre a ação de inúmeras variáveis, podendo enumera r entre outras: natureza
da disputa a ser realizada; tipo de público específico, quanto à quantidade e
nível social; características do local; momento psicológico; interesse de
terceiros; local; etc.
Deve-se, ainda, considerar o tempo em que o efetivo estará
empenhado, se haverá ou não rendição ou alimentação no local.
Deve o Gerente de Segurança possuir uma reserva móvel, para reforçar
os postos fixos ou móveis, empregando como força de reação onde se fizer
necessário e possa dispor, sempre que as circunstâncias o exijam, de um grupo
de seguranças tipo “operações especiais”, que deverá ser empregado em ações
que necessitem dessa especialidade.

Das matérias para a instrução.

Na instrução do efetivo, deverão ser abordados assuntos específicos ao


serviço a ser executado em locais de espetáculos públicos em todos os níveis
(Diretoria, Chefia, seguranças, funcionários, etc.).
A instrução versará entre outras, as seguintes matérias: Relações
Públicas; Relações Humanas; Imunidade Diplomática e Parlamentar;
Legislações Desportivas; Noções sobre controle de Distúrbios Civis; Educação
Física; Defesa Pessoal; Calamidades Públicas; Prevenção e combate de
incêndios; Atualidades; Primeiros Socorros, Características dos locais e outras
matérias julgadas necessárias.

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Assuntos que ainda poderão ser explorados no manual:

Análise de Riscos, Plano de Contingência, negociação, liderança,


controles, Isolamento do local de espetáculos públicos (gramado, palco, etc.),
Prisão e apreensão de infratores, Término da operação, Sala de operações,
Conduta do Corpo de Segurança, Os Meios de Comunicação, Relatórios
(Responsáveis pelos relatórios, Finalidade dos relatórios, Conteúdo dos
relatórios e Arquivo dos relatórios), Objetos e Documentos encontrados,
Menores de Idades (Estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente),
Legislação pertinente ao serviço, Primeiros Socorros, Comunicação por Rede
Rádio, etc.

Do planejamento do evento

O planejamento do evento com vistas a segurança nos locais de


espetáculos públicos é não só interessante como também necessário, uma vez
que uma operação dessa modalidade reúne diversas características.
Todas as fases da execução devem ser previstas, de modo que o
executante possa se ver livre e desembaraçado de providências administrativas,
ficando, portanto, com a sua atenção voltada única e exclusivamente à atividade
operacional.

Fases do Planejamento:

O requerimento do policiamento e contatos externos: De acordo com a


Legislação vigente as solicitações de policiamento devem ser requeridas, com
a devida assinatura e reconhecimento de firma, pelos organizadores do
espetáculo público à organização Policial Militar responsável pelo policiamento
e contendo documentos que serão estudados no curso.
Além do Contato com a Polícia Militar devem ser realizados contatos
possíveis com os responsáveis pelo acontecido, bem como manter
relacionamento com a imprensa especializada; a diretoria do clube; autoridades
civis, militares e desportivas vinculadas ao evento; administração do local; os
patrocinadores e os promotores do evento; comerciantes ligados ao evento;
terceiros ligados ao evento, desde que por sua posição, possam influir no êxito
da operação.
Definir as Funções dos funcionários de apoio ao Ger ente de Segurança,
que deverão estar divididos entre as várias funções existentes.
Manter a Diretoria do Clube ciente dos trabalhos e apresentar-lhe os
estudos feitos para conhecimento e auxílio na decisão final.
Reunir o efetivo, sempre que necessário, para discussões sobre os
pormenores referentes ao aperfeiçoamento de futuras operações.

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Elaborar a escala nominal do pessoal que concorre ao serviço em locais
de espetáculos públicos esclarecendo devidamente suas funções e locais onde
deverão permanecer.
Manter registro atualizado, de cada homem, das operações de que já
tenha participado.
Estar em condições de providenciar substituições e reforços de efetivos
em tempo hábil.
Obter as informações e informes quanto à área desportiva e afins,
procurando empenhar seus recursos no levantamento de dados, referentes à
competição, quanto a possíveis problemas e crises que possam ocorrer.
Se possível agir dentro da Área de Inteligência com pessoas infiltradas
nas torcidas uniformizadas conseguindo prévias informações a respeito das
ações, participações e outras atividades que aqueles grupos vierem a promover.
Estar sempre acompanhando e atualizado quanto à vistoria prévia e
orientar o promotor do evento quanto ao pagamento da taxa de fiscalização e
serviços diversos passando-lhe inclusive o valor a ser recolhido.
Organizar e manter arquivo referente às operações, mantendo para
cada operação, uma pasta contendo toda documentação necessária.
Manter contatos no sentido de informar a imprensa e, se possível, ao
público do evento quaisquer determinações da Diretoria do Clube, tais como:
locais de entrada, materiais proibidos, etc.;
Providenciar, com a antecedência devida, os meios necessários à
operação, como: alimentação, transportes, comunicações, manter uma equipe
de filmagem a disposição do Gerente de Segurança, etc.

A Gerencia de Segurança do Evento

O Gerente de Segurança em Eventos Desportivos comandará a Unidade


de Controle Operacional dos estádios, e exercerá as seguintes funções:

• Manter as relações e comunicações necessárias com o dirigente


representante do Clube e com o Chefe do Serviço de Segurança,
para avaliação das medidas de segurança adotadas pelo clube e
que possam afetar a segurança geral do espetáculo.
• Presidir as reuniões de coordenação com os órgãos participantes
do evento: Polícia, Bombeiros, Forças e Corpos de Segurança,
Defesa Civil, Cruz Vermelha, Corpo de Voluntários e Serviços
Sanitários.
• No dia do evento, conhecer e apoiar dentro do possível o efetivo
policial na área externa, dentro da previsão feita pelo comandante
do policiamento.

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• Monitorar a venda de bilhetes de modo que a ocupação não
supere a capacidade do recinto.
• Supervisionar o cumprimento estrito das obrigações afetas aos
organizadores.
• Recomendar medidas para o acesso organizado dos torcedores
no recinto.
• Verificar previamente as condições do local do evento, prestando
especial atenção ao setor destinado à separação dos torcedores.
• Comandará e Supervisionará os Comissários de Estádio que
atuarão no evento.
• Supervisionar a atuação dos responsáveis contratados pelo clube
na área de separação das torcidas.
• Auxiliar e apoiar o policiamento para que seja cumprida a
proibição da venda e ingresso no local do evento de bebidas
alcoólicas, bem como a venda de bebidas, alimentos e qualquer
outro produto em vasilhame de vidro.
• Apoiar para que os responsáveis pelo recinto e o policiamento
proíbam a entrada de faixas e bandeiras que incitem à violência
ou possam ser usados como armas pelos torcedores.
• Manter contato permanente com as Unidades de Intervenção na
área externa e informa-los da situação no interior do recinto, para
o emprego adequado das forças em face de alguma
anormalidade.

• Identificar, com os meios técnicos da Unidade de Monitoramento


e do recinto desportivo, os grupos ou pessoas em atitudes
violentas e que provoquem os torcedores da equipe visitante.
• Recomendar ao público assistente, através do sistema de
megafonia, que respeitem as medidas de segurança coletiva.
• Supervisionar a saída do público do estádio, procurando sua
normalidade.
• Remeter Relatório do serviço aos seus superiores, com as
novidades e com sugestões para aperfeiçoamento do serviço.
• Propor a abertura de processo para aplicação de sanções contra
os proprietários das instalações desportivas, clubes e
organizadores, assim como contra os assistentes que tenham
praticado infrações.
• Suspender, após prévia consulta com seus superiores, a
realização ou prosseguimento do evento, caso se verifique falta
de garantias para a segurança do público.

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Comissários de Estádio.

Um gerenciamento de segurança eficaz requer o emprego de Comissários


de Estádio (previsto no Estatuo do Torcedor) para auxiliar na circulação e
acomodação dos espectadores, na redução da possibilidade de incidentes e
desordens, prevenir a superlotação de setores e outras áreas de circulação e
tomar medidas imediatas nos casos de emergência.
O Comissário deve estar sempre atento e assegurar o cuidado, conforto e
bem estar de todos os espectadores, sendo que suas responsabilidades e
tarefas devem estar acordadas entre a Gerência de Segurança do clube e a
Polícia Militar.
Devem ser pessoas, homens ou mulheres, com bom preparo físico, não ter
menos de dezoito anos nem mais de sessenta e ter temperamento adequado às
funções.
A prática internacional tem demonstrado que o padrão e a qualidade que
se pode esperar estão diretamente ligados à remuneração e ao nível de
reconhecimento que recebem e o status que lhes é atribuído.
A título de orientação, há pelo menos dez funções básicas para um
Comissário de Estádio:
➢ - Entender suas responsabilidades básicas em relação à
segurança e bem estar de todos os espectadores;
➢ - Realizar todas as revisões e conferências de segurança
necessárias antes de cada evento;
➢ - Controlar e direcionar espectadores que estejam entrando ou
saindo do estádio, e ajudar na busca de fluxos homogêneos de
pessoas indo, saindo ou dentro das áreas de visibilidade do campo
de jogo;
➢ - Auxiliar na segurança operacional do estádio como um todo, não
se preocupando em assistir às partidas;
➢ - Ocupar áreas de entradas, saídas e outros pontos estratégicos,
conforme descrição de suas tarefas, colaborando para garantir maior
segurança em passagens continuamente abertas;
➢ - Reconhecer as condições da multidão de modo a garantir sua
dispersão e prevenção de superlotação, particularmente em áreas
sem encadeiramento;
➢ - Auxiliar todos os serviços de emergência, sempre que
requisitado para tal;
➢ - Fornecer os primeiros socorros (deverão ser treinados para isto);
➢ - Reagir às emergências tomando as atitudes necessárias e
previstas no Plano de Contingência;
➢ - Assumir funções específicas quando em emergência conforme
orientação da Gerência de Segurança ou da autoridade policial no
comando da segurança do estádio.

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Comissários de Estádio são representantes da Gerência de Segurança do
estádio e, em certos momentos, o único ponto de contato entre o público e a
administração; é, portanto, recomendável que eles tenham um código de
conduta com exigências básicas:
• - Educação e cordialidade; - Cuidados na apresentação pessoal;
• - Não assistir os jogos. Devem se concentrar nas suas próprias
funções;
• - Não vestir as cores de qualquer dos times;
• - Não comemorar gols ou quaisquer outros lances;
• - Não beber álcool antes ou durante o evento;
• - Não usar linguagem ofensiva ou chula.
A coordenação dos Comissários de Estádio deve ser feita a partir da Sala
de Controle, através da cadeia de comando apropriada.
Comissários devem se facilmente identificáveis; devem usar coletes
impermeáveis de cor laranja; os coletes devem ter numeração adequada à
distribuição nas diversas áreas do estádio e à cadeia de comando e; Comissários
responsáveis pela entrada do público e orientação junto a bilheterias devem ter
megafones para facilitar a comunicação com o público; os coletes devem trazer
a identificação clara do posto: Gerente de Segurança, Chefe dos Comissários,
Supervisor ou Comissário.
Se Comissários de Estádio de clube visitante acompanharem a equipe
visitante, necessariamente devem participar da preleção antes da abertura dos
portões; Comissários visitantes não contam como substitutos dos Comissários
locais.
A preleção para os Comissários é componente obrigatória para o eficaz
gerenciamento da segurança. Se o número de Comissários for maior do que
cinquenta é recomendável que o grupo seja dividido e a preleção feita em
grupos; Na preleção são feitas as recomendações específicas de cada evento;
é recomendável que um oficial da Polícia Militar acompanhe as preleções.
É importante que ao final de cada jogo, os Supervisores e o Chefe de
Comissários elaborem a súmula do evento, reportando todas as ocorrências;
este documento será muito importante para a alimentação do Banco de Dados;
cada Comissão deve preencher formulário próprio para o relato de incidentes por
ele atendidos.
Todos os Comissários devem receber orientações por escrito, contendo no
mínimo as seguintes informações:
• - Introdução ao estádio, leiaute e cada responsável pela
administração de cada área;
• - Responsabilidades do Comissário do Estádio;
• - Orientação sobre a comunicação por rádio;
• - Funções antes, durante e depois de cada partida;
• - Plano de contingência e procedimentos de emergência;

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• - Conhecimento da estrutura da cadeia de comando num dia de
jogo;
• - Prevenção e combate a incêndios;
• - Planta completa do estádio, com destaque para as saídas;
• - Posição dos pontos-chave de telefonia, alarmes contra incêndio e
geradores de energia.
Cada Comissário de Estádio deve ter um cartão do tipo check list com todas
as suas tarefas e instruções especiais e/ou de emergência, bem como os
números de telefone e/ou de rádio da estrutura de segurança do estádio e do
policiamento de serviço; todo Comissário de Estádio deve estar treinado para os
cuidados necessários para com crianças, idosos e pessoas necessitando de
cuidados especiais.

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