Você está na página 1de 12

GERENCIAMENTO DE PÚBLICO

1. INTRODUÇÃO

2. ORGANZAÇÃO E PLANEJAMENTO

3. OBJETIVOS E CONTEÚDO

O presente Planejamento Estratégico fornece um resumo geral das principais medidas e


atividades a serem implementadas pelas autoridades e organizações envolvidas, em todos os
níveis de Governo, para a organização dos eventos. Norteará as ações antes, durante e após as
partidas, para garantir a realização pacífica e segura da competição. O cenário do
planejamento é a descrição das situações que exigirão concentração de esforços e as medidas
a serem aplicadas nas doze cidades-sede. Em princípio, o conteúdo deste planejamento
também é aplicável aos municípios vizinhos às cidades-sede, pois estes poderão ser destinos
turísticos e/ou serão locais de hospedagem de seleções, delegações, centros de treinamento,
etc.

4. ESCOPO DA AÇÃO

* Propiciar a realização harmoniosa e pacífica dos jogos, mediante a integração das estruturas
e processos já aprovados em grandes eventos, tais como o Carnaval, Reveillon, Festivais de
Música (Rock in Rio, Festival de Verão, FIFA Fan Fest), Jogos Pan-americanos e Parapan-
americanos Rio 2007;

* Possibilitar a prestação de uma segurança pública eficaz, baseada nos princípios da


proporcionalidade, da discrição e do respeito aos Direitos Humanos;

* Implementar medidas de ação sistemática contra desordeiros;

* Prevenir e combater a violência, a criminalidade em geral, o turismo sexual e a prostituição


infanto-juvenil, especificamente;

4.1. Objetivos do Poder Público

*Garantir o funcionamento seguro e contínuo da rede de mobilidade urbana;

*Garantir os primeiros socorros às pessoas feridas;

* Alcançar um grau máximo de harmonização das normas de segurança nos Estados


Federados, visando à padronização dos serviços de segurança pública ofertados aos visitantes.

*Realizar investimentos que representem avanços tecnológicos duradouros para a área de


segurança pública.

4.2. Eixos de ação

São três os grandes eixos de ação a serem trabalhados pelas estruturas governamentais:

1º Eixo- Ameaças Externas

2º Eixo – Proteção de portos, aeroportos e fronteiras

1
3º Eixo- Ameaças Internas

4.2.1. Primeiro Eixo: Ameaças Externas 5.2.1.1. Relações Internacionais

Aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização do tráfego internacional de pessoas,


materiais e capitais, mediante a destinação de recursos para a implentação de sistemas de
dados voltados à difusão de informações criminais.

Aperfeiçoar os mecanismos de cooperação internacional na área de segurança pública

4.2.2. Segundo Eixo: Proteção de Portos, Aeroportos e Fronteiras combate às organizações


terroristas; crime organizado; combate ao narcotráfico; ao tráfico de armas; ao tráfico de
pessoas ; contrabando/descaminho; segurança das fronteiras

4.2.3. Terceiro Eixo: ameaças internas – segurança interna e estabilidade

Greves, Manifestações

4.3. Responsabilidades das Autoridades Públicas

A realização pacífica e segura da Copa de 2014 nas doze cidades-sede só será possível com o
trabalho de todas as instituições envolvidas, integradas em um sistema cooperativo e
funcionando como uma verdadeira rede de Segurança Pública.

A SESGE/MJ deverá coordenar todas as tarefas operacionais afetas aos órgãos de Segurança
Pública, objetivando a adoção das medidas necessárias em nível federal, estadual e municipal.

As Forças Armadas e a Força Nacional de Segurança Pública atuarão de acordo com as suas
atribuições constitucionais e legais.

4.4 Responsabilidades de Agências Privadas

No que se refere às medidas de segurança nos locais de interesse, a FIFA, através da Gerência
Geral de Segurança do Comitê Organizador da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, terá
responsabilidade pelas ações de segurança privada nos perímetros privados dos locais de
interesses, ou seja, perímetro externo e interno dos estádios, escritórios da FIFA/COL, hotéis
das seleções e da família FIFA, campos oficiais de treinamento e centro de treinamento de
seleções. Se, por qualquer motivo, a segurança no interior de um estádio ou outro local sob a
responsabilidade da FIFA não for garantida por esta entidade, as autoridades públicas de
segurança assumirão e avocarão a responsabilidade e o controle dessas áreas.

Atuação dos Órgãos Policiais

Todo o planejamento e as operações de segurança pública voltadas para a Copa das


Confederações FIFA Brasil 2013, Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 e eventos subordinados
deverão ser orientados por este Planejamento Estratégico de Segurança.

Integração de Sistemas

Será a base de um plano nacional de combate à violência, cujo modelo será o mesmo adotado
na Copa do Mundo.

Centros de Comando e Controle

2
Forjada em conceitos militares, a doutrina de Comando e Controle apresenta um modelo de
estratificação do comando em cadeia, envolvendo basicamente três componentes: autoridade,
processos e estrutura. Esses Centros terão a finalidade de proporcionar uma imagem fiel e em
tempo real do panorama local e global dos eventos e dos recursos envolvidos nas operações e
incidentes relacionados à segurança pública, defesa civil, segurança privada e mobilidade
urbana, a fim de embasar a tomada de decisão por parte das instituições.

Centro Integrado de Inteligência

Haverá também um Centro Integrado de Inteligência, coordenado pela ABIN. Tal estrutura será
responsável pelo levantamento de informações de interesse da segurança dos grandes
eventos, em parceria com às demais forças de segurança pública das três esferas de Governo.

Centro de Cooperação Policial Internacional

Composto por representantes de forças de Segurança Pública de todos os países envolvidos na


Copa e de países limítrofes com Brasil.

Engajamento da Força Nacional de Segurança Pública/SENASP

Atuação dos Órgãos não policiais

Defesa Civil

Corpos de Bombeiros Militares (CBM)

Serviços Médicos

Engajamento das Forças Armadas

Cooperação com as agências privadas de segurança.

A segurança dentro e ao redor dos estádios.

Atualmente, a Segurança Pública em dia de eventos é realizada integralmente pelos Órgãos de


segurança pública. No entanto, o Regulamento de Segurança da FIFA estabelece um modelo
diferenciado de realização, com atribuições específicas para a segurança pública e segurança
privada.

O Brasil ainda não tem tradição com esse modelo integrado de segurança nas instalações
esportivas, no qual os órgãos de segurança pública fazem a segurança da cidade e das vias
públicas, até a porta dos estádios, e as equipes de segurança privada desempenham suas
funções de segurança patrimonial e de vigilância no domínio territorial do estádio. Esse
modelo inaugurará um novo conceito de atuação conjunta das forças públicas e privadas.

Segurança física e patrimonial

A segurança de todos os usuários do estádio de futebol deve ser priorizada acima de tudo
durante o projeto e na administração, independente do volume de recursos disponíveis. As
Normas de Segurança FIFA devem ser adotadas para garantir que os Eventos FIFA sejam
seguros.

Estádios seguros: uma exigência fundamental

3
O grau de luxo e conforto implementado durante a construção de um estádio dependerá dos
recursos financeiros disponíveis, mas a exigência fundamental a ser satisfeita independente
dos recursos disponíveis é que o estádio seja seguro sob todos os aspectos para os seus
usuários, sejam eles o público, os jogadores, as autoridades, os representantes da mídia, os
funcionários ou outros.

Requisitos de segurança específicos

Todas as partes do estádio, incluindo entradas, saídas, escadas, saídas de emergência, tetos e
todas as áreas e salas públicas e de acesso restrito devem satisfazer as normas de segurança
locais adequadas e as recomendações internacionais de melhor prática, quando homologadas.

Corredores e escadas de acesso para torcedores devem ser adequadamente sinalizados, assim
como todos os portões de acesso das áreas de torcedores ao campo e às saídas do estádio.
Todos os espaços públicos, como passagens, corredores, escadas, portas e portões devem ser
mantidos desobstruídos para a livre circulação de espectadores. As saídas do estádio e todos
os portões das áreas de torcedores para o campo devem dar acesso ao lado externo do estádio
e devem permanecer destrancados enquanto o público estiver no estádio. Para impedir a
entrada clandestina ou intrusos em dias sem jogos, deve haver dispositivo de travamento
interno de operação simples e rápida.

Requisitos de segurança específicos

• Todas as saídas devem ser guardadas por funcionários especialmente designados para
evitar abusos e assegurar rotas de fuga imediata em caso de evacuação de emergência. As
saídas jamais devem ser trancadas durante a permanência de torcedores no estádio.

• OBS: Os portões de saída jamais devem ficar trancados quando os torcedores


estiverem no estádio.

Prevenção contra incêndios

As instalações de combate a incêndios disponíveis dentro do estádio e as precauções contra


incêndios, assim como as normas de segurança contra incêndios de todas as partes do estádio,
devem ser aprovadas e certificadas pelo corpo de bombeiros local. É importante para as
autoridades do corpo de bombeiros que o plano contra incêndios considere o estádio tanto
durante jogos como vazio, assim como todas as instalações, sejam permanentes ou
temporárias.

Circuito fechado de segurança

Um estádio moderno deve contar com câmeras de segurança a cores fixas internas e externas
com movimentos de inclinação e rotação. As câmeras devem monitorar todas as aproximações
do estádio e todas as áreas públicas internas e externas, inclusive os eixos de transportes,
estações ferroviárias, áreas de estacionamento e vias expressas.

O sistema de circuito fechado deve possuir alimentação independente e circuito exclusivo e


ser operado e controlado a partir da sala de controle do estádio, onde devem estar situados os
monitores. deve ser possível fotografar tanto o exterior quanto o interior do estádio.

Centro médico para o público

4
Todo estádio deve ser equipado com um centro médico para atendimento aos espectadores. O
ideal é, no mínimo, um centro médico por setor, mas a quantidade, dimensões e a localização
dessas salas devem estar em conformidade com as autoridades de saúde locais. O estádio
deve contar com desfibriladores uniformemente distribuídos, de fácil acesso e em localização
segura. As autoridades locais e a administração do estádio lidarão com situações de catástrofe
de massa em conjunto.

Orientação e estacionamento

Os estádios devem ser projetados para permitir a chegada, circulação e saída tranquila e
eficiente de milhares de pessoas e veículos em um curto espaço de tempo.

Sinalização e indicações de direção nos bilhetes

Deve haver sinalização clara e compreensível em toda a proximidade, ao redor e por todo o
estádio, indicando o caminho para os diferentes setores. A sinalização deve ser visível e clara
para guiar os espectadores às instalações sanitárias, pontos de vendas e outros serviços
existentes.

Acesso e saída do público

O perímetro externo de um estádio moderno deve ser delimitado por uma cerca localizada a
certa distância. As primeiras verificações de segurança e, quando necessárias, revistas
corporais serão feitas nessa cerca externa. A segunda verificação será realizada nas catracas do
estádio. deve haver espaço suficiente para o movimento livre dos torcedores entre a cerca do
perímetro externo e as catracas do estádio. As dimensões do espaço são determinadas pelas
autoridades locais.

Deve-se ter em mente que, enquanto o processo de entrada pode ocorrer ao longo de uma
hora ou mais, na saída, todos desejarão sair mais ou menos ao mesmo tempo. O espaço de
circulação próximo aos portões de saída deve ser suficiente para prevenir o esmagamento de
espectadores e permitir a saída confortável.

Acesso e saída do público

Em todas as situações, deve ser possível evacuar o estádio no tempo máximo acordado com as
autoridades de segurança local. devem ser tomadas medidas preventivas para evitar
aglomerações nas entradas. Este objetivo pode ser alcançado com um sistema de barreiras
para afunilar o acesso dos espectadores aos pontos de entrada.

Estacionamento para espectadores

Todos os locais de estacionamento devem ser no próprio estádio, permitindo o acesso direto
dos espectadores. Os estacionamentos ao redor do estádio devem ter iluminação adequada e
sinalização clara, com setores identificados por números ou letras e devem ser vigiados contra
invasão ilegal.

Estacionamento VIP

O estacionamento VIP é um componente particularmente importante do programa de


marketing. É da maior importância ter estacionamento próximo ao estádio para os portadores
de entradas VIP.

5
Deve haver, próximo à entrada VIP e separado dos estacionamentos comuns, espaço de
estacionamento suficiente para ônibus e carros utilizados pelos VIPs. Preferencialmente, estes
veículos devem estacionar dentro do estádio.

Acesso aos vestiários

Deve haver uma área privada e protegida com acesso de entrada e saída para ônibus dos
times, carros de participantes dos jogos e ambulâncias do estádio em segurança, longe do
público, da imprensa e de pessoas não autorizadas.

Vestiários, toaletes e áreas de banho deverão ter segurança masculino e feminino nestes
locais.

GESTÃO DE MULTIDÃO

Gestão é sinônimo de administração e pode ser definida como a ciência social que estuda e
sistematiza as práticas usadas para administrar negócios, pessoas ou recursos com o objetivo
de alcançar metas desejadas.

A definição de multidão tem se provado problemática para os pesquisadores com descrições


variáveis e até de certa forma nebulosa.

Características comuns para uma definição completa

• a. Número considerável de pessoas;

• b. Reunidos em um mesmo local, num espaço físico comum;

• c. Por um período de tempo mensurável;

• d. Possuem objetivos e interesses comuns;

• e. Demonstram comportamentos similares ou agem como um grupo único;

• f. Interagem uns com os outros.

TIPOS DE MULTIDÃO Descrição

Ambulatória; Pessoas caminhando, geralmente calmas.

Limitada; As pessoas têm seus movimentos limitados

Espectadora; Assistindo uma atividade específica.

Expressiva; Contêm um fator emocional associado como um funeral.

As pessoas participam do evento como protestos Agressiva/Hostil


Participativa;
Inicialmente verbal, podendo conduzir a crimes.

Demonstrativa; Organizada de certa forma como uma marcha

Densa/Sufocante; Densidade elevada podendo ocorrer desmaios e morte.

Em fuga/Apressada; Ocorrência de uma emergência real ou imaginária.

6
Saqueando/Pilhando; Pessoas cometendo crimes de saques e danos.

Violenta; Atacando ou aterrorizando.

Mais importante que procurar uma classificação no meio acadêmico é o responsável por
esta multidão, seja um ente privado ou público, conhecer previamente o público com que esta
lidando e ter a capacidade de enfrentar os problemas decorrentes caso uma multidão
espectadora mude de comportamento e passe a ser agressiva ou em fuga, por exemplo.

COMPORTAMENTO DA MULTIDÃO

• TAMANHO E DENSIDADE

Definições de tamanho e densidade são tão importantes para uma boa gestão de multidão que
seu cálculo deveria ser acompanhado por um colegiado. Superestimar ou subestimar o público
reunido em grandes eventos conforme os interesses prejudicam a aplicação de boas práticas
de segurança.

Você sabe como se calcula a quantidade de pessoas em uma multidão?

A contagem de multidões é algo difícil e polêmico, já que a quantidade de participantes é uma


forma de medir a relevância do evento. Quem organiza o evento tem estímulo para
superestimar o número. A polícia, por sua vez, costuma subestimar o número.

De acordo com engenheiros e estudiosos, o número de pessoas que cabem em 1 m², em um


local com grande concentração de pessoas, é de no máximo 7 pessoas. Isso com as pessoas se
espremendo umas nas outras. É mais objetivo levar em consideração um número de 3 a 4
pessoas, mas este número ainda pode variar.

MOVIMENTO EM EMERGÊNCIA

EVACUAÇÃO

Na ocorrência de uma emergência, real ou imaginária, o fator tempo torna-se preponderante e


cria-se uma multidão competitiva. Na teoria do pânico em massa as pessoas se comportam de
forma irracional diante um perigo, tendendo a aumentar a sua velocidade, aumentar o contato
físico com movimentos descoordenados em especial em locais afunilados. Com a dificuldade
para sair o desespero toma conta e as pessoas começam a se exaltar empurrando uma as
outras, o fluxo diminui com a queda de alguns e eles começam a ser pisoteados. Este padrão
parece ter sido o encontrado no incêndio da boate Kiss.

METODOS E PROCEDIMENTOS

Principais fatores que levam a um desastre com multidão:

a. Planejamento inadequado

b. Multidão excitada;

c. Ausência de gestão de multidão e controle;

7
d. Falha ou risco no ambiente

TREINAMENTO E SIMULADOS

Uma gama de peritos no assunto aponta como altamente recomendável o treinamento do


pessoal e a simulação de incidentes para provar a segurança de um evento. Simular desde
pequenos problemas como acúmulo de pessoas no ingresso do evento a uma ameaça de
bomba fornecem os elementos vão levar ao aperfeiçoamento do seu plano de emergência. Os
treinamentos devem ser conduzidos por especialistas da área de segurança e gestão de
multidão. Simular de forma real alguns incidentes aumenta a consciência situacional da sua
equipe, ou seja, a capacidade de reagir frente a uma emergência conforme o protocolo. Para
níveis gerenciais um simulado de mesa pode apontar erros ou falhas na própria compreensão
do atendimento emergencial em caso de incidente

ACESSO

Antes mesmo de chegar ao local do evento algumas medidas podem ser necessárias como o
controle do trânsito e do estacionamento. O acesso deve ser controlado e possuir entradas
suficientes para dar vazão ao público em horário de pico. Sistemas de segurança como MAG &
BAG(magnéticos e bolsas) são demorados e devem possuir estações suficientes. A cobrança de
ingresso, mesmo em eventos gratuitos, deve ser obrigatória. Eventos abertos ao público sem
controle de entrada podem acabar em superlotação e um consequente desastre. No acesso
também deve ser feito o controle de itens proibidos como armas de fogo e objetos que
possam ser usados em agressão como pilhas, mastros de bandeiras ou que possam incitar a
violência como faixas preconceituosas.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Possuir uma quantidade adequada de saídas de emergências pode parecer algo óbvio, mas a
história demonstra que nem sempre é respeitado. Manter todas as saídas destrancadas e com
stewards apontando a saída é uma boa prática.

Estádios e arenas possuem uma área enorme e grande parte do público presente. Por
familiaridade e instinto as pessoas procurarão a saída por onde entraram. As normas
brasileiras estão tendendo a adotar que 2/3 das saídas de emergências estejam localizados na
mesma face da entrada principal por este motivo. Sinalização e iluminação de emergência
complementam a orientação do público para tomar uma saída de emergência.

SERVIÇOS DE SEGURANÇA–SECURITY

Uma grande concentração de público irá trazer pessoas com diversos objetivos, inclusive de
furtar, brigar e algumas vezes até matar. Possuir um pessoal capacitado para lidar com
situações de controle de multidão é requisito primordial para uma efetiva gestão de multidão.
Uma proporção adequada entre a quantidade de seguranças e a de público preserva o
ambiente e demonstra força para aqueles que estejam propensos acometer desvios.

A equipe de segurança não deve estar preparada somente para verificar situações de security,
mas também de safety.

Conhecer a localização das saídas de emergência, equipamento de combate a incêndio, como


agir em uma emergência médica e como identificar os avisos de que pode haver um
esmagamento é essencial.

8
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Dentro de qualquer análise de risco para um evento o incêndio sempre aparecerá como uma
emergência prioritária de ser tratada mesmo sendo de probabilidade baixa, suas
consequências são devastadoras. Organizadores de eventos à céu aberto e em estádios
tendem a negligenciara segurança contra incêndio com a desculpa de que se não edifícios não
há o que queimar e estruturas de concreto não pegam fogo respectivamente. Porém simples
equipamentos como geradores podem incendiar e provocar um grande volume de fumaça
intoxicando as pessoas próximas e gerando pânico.

SERVIÇOS BÁSICOS – ALIMENTAÇÃO E BANHEIROS

A temporalidade de um evento com multidão pode ser de poucas horas ou as vezes de dias.
Neste meio tempo as pessoas irão procurar atender suas necessidades fisiológicas. Não
oferecer ou oferecer pouca quantidade de serviços sanitários e de alimentação podem gerar
problemas. Deste uma briga na fila do banheiro até desmaios por falta de alimentação e
hidratação.

CONTROLE DO FLUXO – BARREIRAS

As barreiras estão para a gestão de multidão assim como os extintores estão para a segurança
contra incêndio. Limitam e conduzem o fluxo da multidão, mas mais importante, evitam o
esmagamento.

SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE

O sistema de comando e controle na gestão de multidão funciona como um cérebro com todas
as outras ferramentas auxiliando na tomada de decisão e na sua execução. Fica fácil
compreender ao relacionar com o corpo humano as funções de cada um; o video
monitoramento seriam os olhos, a comunicação, os ouvidos, a informação, a boca e os serviços
de segurança e saúde os braços e pernas da gestão de multidão.

Para que o sistema de comando e controle funcione realmente como um cérebro é preciso
que tenha este poder de decisão, que estejam presentes nele as pessoas das agências (polícia,
bombeiro e serviço médico) que possam decidir e que estejam integrados como se fosse uma
rede de neurônios em que a mensagem é transmitida.

Papel do Vigilante na Estrutura de Segurança em Recintos em Grandes Eventos

Visão do Vigilante

Vigilantes em Ação

Bebidas Alcoólicas

Controle de Acesso

9
Revista privada feita por agente de segurança privada

Introdução

Procedimentos para Revista Privada

Bastão e Detector de Metais

Posse de armas

Entorpecentes

10
ANEXO I

PARECER: Nº 694/2013 - DELP/CGCSP

REF. PROC.: Nº 08105.002230/2013-70

INTERESSADO: Prosegur Brasil S/A - Transportadora de Valores e Segurança

ASSUNTO: Revista Privada realizada por vigilantes a serviço de empresas de segurança privada.

Vale lembrar que a busca pessoal, como regra, por constituir violação à privacidade e à
intimidade da pessoa, protegidas pelo art. 5°, X da Constituição Federal, é ato vedado pelo
nosso ordenamento jurídico, exceto quando há permissão da própria pessoa ou nos casos em
que a lei ampare a busca pessoal contra a vontade do agente.

E a principal norma que rege o assunto é o Código de Processo Penal. Dispõe o referido
diploma que:

• Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

• (...)

• § 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém


oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo
anterior.

• Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar


pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.

• Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes.

• Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando


houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou
papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de
busca domiciliar.

• Outro aspecto importante, é que o referido diploma prevê tanto a busca pessoal
quando a busca domiciliar involuntárias como ações exclusivamente estatais, a serem
realizadas através das autoridades judiciárias ou policiais. E as forças policiais são unicamente
aquelas que constam do art. 144 da Constituição Federal:

• Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:

• I - polícia federal;

• II - polícia rodoviária federal;

• III - polícia ferroviária federal;

11
• IV - polícias civis;

• V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

• Desta forma, podemos concluir que a revista preventiva feita por seguranças de
shows, casas noturnas, ou mesmo as revistas repressivas feitas nas saídas de lojas de
departamento são ilegais, eis que realizadas por agentes não estatais, que não detém poder de
polícia ou mesmo qualquer delegação estatal para o exercício da atividade policial, esta que é
ação típica de estado e, por isso, indelegável.

• Entretanto, alguns mecanismos lícitos podem ser utilizados pelos agentes de


segurança privada, como forma de proteção do patrimônio do seu contratante. Veremos.

• No caso das festas em casas noturnas ou shows particulares, estamos diante de


eventos privados. E a compra de um ingresso ocorre tal qual um contrato de prestação de
serviços: a pessoa paga pelo ingresso e tem direito a entrar para consumir bebidas, alimentos
e a assistir o espetáculo.

• Se, no ato da compra do ingresso, de forma verbal ou escrita, for posta como condição
para acesso ao estabelecimento o consentimento do consumidor de que seja realizada uma
verificação dos seus pertences pessoais, com o fim de evitar a entrada de armas, drogas e
produtos não desejados pelo dono do estabelecimento (como, por exemplo, bebidas), tal
negociação se dá no âmbito privado e tem validade, desde que o segurança privado não
exceda o que foi acordado no ato da compra do ingresso. Havendo recusa do cliente em ter
seus pertences verificados, tem o dono do estabelecimento o direito de negar sua entrada,
mas jamais revistá-lo contra a sua vontade.

• Já no caso da prevenção de furtos em lojas de departamentos, não pode o dono do


estabelecimento determinar a “revista forçada” de um consumidor que suspeita ter furtado
alguma mercadoria, o que ele pode fazer é, diante de um flagrante delito, impedir a saída do
cliente trancando as portas, e chamar imediatamente a polícia. Essa faculdade, aliás, é dada a
qualquer cidadão pois, em resumo, os atos permitidos aos seguranças privados são
exatamente aqueles permitidos a qualquer cidadão. Assim, vale citar o art. 301 do Código de
Processo Penal:

• Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

• Vale lembrar ainda que, tanto os organizadores de festas e eventos, como os donos de
lojas, podem utilizar de mecanismos de controle e vigilância eficazes, tais como portais de
raios-X, portas giratórias com detector de metal, câmeras de segurança, selos magnetizados
embutidos nos produtos - para que estes emitam sinal sonoro quando da saída sem passar
pelo caixa -, etc. Enfim, vários são os meios de tornar eficiente o trabalho do segurança
privado, de forma que não seja necessária a busca pessoal privada que, como dito, é ato ilegal
e pode configurar até mesmo o crime de constrangimento ilegal.

12

Você também pode gostar