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AULA 6

GESTÃO E INTELIGÊNCIA NA
SEGURANÇA PRIVADA

Prof. Bruno Torelli dos Santos


TEMA 1 – MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SEGURANÇA
PRIVADA

Sabendo que você, provavelmente, deve ter pesquisado sobre o mercado


de trabalho e a atuação do profissional de segurança privada, é também provável
que tenha verificado que se trata de um setor que admite profissionais com
diferentes formações (justamente pela ausência de mão de obra especializada
nesse tipo de serviços).
Por outro lado, ao escolher uma especialização específica na área, você se
torna um tecnólogo especializado em segurança privada, com foco na segurança
patrimonial e pessoal.
Ou seja, por meio deste curso, você será preparado para identificar e
analisar riscos de segurança e definir as diretrizes de ações que objetivem a
prevenção de quaisquer danos, de maneira que se torna capaz de planejar, operar
e controlar todos os aspectos de proteção de uma organização ou de um
indivíduo.
Já em relação às possibilidades de campos de atuação, estas comumente
se concentram nas empresas de segurança, conforme já estudamos, podendo
atuar nas áreas de transporte de valores, escolta e proteção do patrimônio, além
da segurança pessoal, se lhe for de interesse.
Na mesma linha, tendo em vista a franca expansão do mercado de
segurança privada, ainda é possível atuar nos processos de segurança de
indústrias, shoppings e organizações em geral, inclusive em empresas
transportadoras que, normalmente, realizam a segurança de cargas durante o
transporte rodoviário, sendo este um promissor segmento, que vem demandando
novas tecnologias, como chips de rastreamento, por exemplo, com grande
crescimento na região sudeste.
O profissional de Segurança Privada pode, portanto, seguir carreira em
empresas de diversos setores, cuidando, por exemplo, da segurança de
indivíduos e grupos de pessoas em ambiente privados, segurança patrimonial,
prevenção de acidentes, segurança em ambientes eletrônicos e de eventos, entre
tantas outras possibilidades.
Nessa linha, no entanto, a crise econômica atual não poupou o setor de
segurança privada, segundo sites e blogs especializados em carreiras.
Indiscutivelmente, este é um mercado que mantém grande potencial de

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crescimento em função dos elevados índices de violência e da dificuldade do
governo de prover segurança à população, conforme já estudamos na evolução
histórica da segurança privada no Brasil.
Assim, há tendência de aquecimento do setor, crescendo a procura por
profissionais especializados e capacitados que possam buscar melhor relação de
custo-benefício às pessoas e suas organizações, principalmente por meio do uso
da tecnologia do setor.
Em decorrência de tais fatos, segundo a Federação Nacional de Empresas
de Segurança e Transporte de Valores, a Fenavist, existem no Brasil, de forma
registrada e legalizada, mais de duas mil empresas no segmento de segurança
privada.
Diante de tal fato, com a devida capacitação, abre-se mercado para que o
profissional de segurança privada também possa gerenciar equipes de segurança
patrimonial e pessoal terceirizadas, atuando, como já verificamos, em empresas
de segurança, transporte de valores, escolta e segurança pessoal.
Outro segmento que cresce de forma exponencial é o da Consultoria em
Segurança Privada, a qual, inclusive, estudaremos mais a fundo nos próximos
temas abordados.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a FGV, em pesquisa divulgada nesta
década (“A educação profissional e você no mercado de trabalho”), a
empregabilidade dos cursos de especialização em geral é de cerca de 90%,
contando com quase 80% dos graduados trabalhando na sua área de formação.
Dessa forma, elencamos a seguir, com breve explicação, um rol com os
principais segmentos e atividades em que o profissional da segurança privada
pode atuar:

I. Perícia: realizar perícias, avaliar e emitir laudos em questões que envolvem


segurança;
II. Segurança empresarial: planejar e supervisionar a segurança de uma
empresa, decidindo quais equipamentos e que tipo de profissionais são
necessários para isso;
III. Segurança patrimonial: prevenir furtos, assaltos, roubos e outros tipos de
ações violentas contra o patrimônio de uma organização (empresa, museu,
hospital etc.), com foco em coordenar esquemas de vigilância ostensiva e
definir controle de acessos a áreas do estabelecimento;

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IV. Segurança privada: atuar na segurança de residências e imóveis privados
para evitar riscos à integridade patrimonial. Cuidar da segurança de
empresários e suas famílias, montando o esquema de acompanhamento,
que deve prevenir assaltos e sequestros;
V. Gestão da Segurança Privada: em departamentos, setores e áreas
relacionadas à segurança patrimonial de empresas públicas e privadas;
VI. Segurança Pessoal: lidera equipes que cuidam da segurança e escolta de
indivíduos;
VII. Projetos de Segurança: por meio de análise socioeconômica, política,
cultural e de índices de violência e criminalidade, define políticas de
segurança e planos de ação;
VIII. Segurança do Trabalho: atua na prevenção de acidentes, preservação da
integridade física de funcionários e melhoria do ambiente de trabalho;
IX. Investigação e Perícia Judicial: apoia essas atividades como autônomo ou
em empresas de consultoria;
X. Eventos: gerenciamento de pessoas e processos de segurança coletiva ou
individual em eventos públicos e corporativos;
XI. Gestão de Equipes: lidera times de segurança privada, coordena o
trabalho, distribui tarefas, orienta e garante a execução dos procedimentos
de segurança;
XII. Tecnologia: gerencia a segurança em ambientes eletrônicos, envolvendo
procedimentos, definição de equipamentos e implantação de programas;
entre outros.

Já está claro que o exercício da atividade de segurança privada exige


diversas características específicas do indivíduo, em especial, equilíbrio
emocional e autocontrole, além de uma boa capacidade de liderança e articulação
de pessoas, tudo com uma visão estratégica de suas funções.
Ou seja, tendo em vista que este não é mais somente um trabalho
operacional/braçal, com o aumento da criminalidade no país, cresce a demanda
por profissionais especializados e qualificados, de maneira que se manter
atualizado é fundamental para garantir a participação no mercado.
No próximo tema, vamos estudar a gestão da segurança privada. Até lá!

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TEMA 2 – GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA

A Gestão da Segurança Privada é um segmento promissor do ramo da


segurança privada, englobando o planejamento e as estratégias utilizadas por
gestores da área para alcançar metas e objetivos relacionados à segurança de
uma organização.
Segundo pesquisas recentes, diante do aumento contínuo da
criminalidade, estima-se que os furtos e roubos, somente na área do varejo,
representem um prejuízo em torno de um bilhão de reais, comprometendo-se, em
média, 2,25% (dois vírgula vinte e cinco por cento) do faturamento anual líquido
das empresas no setor.
Diante de tais números, a segurança privada e sua correta execução se
mostram um mercado em franca expansão, com objetivo de evitar e repelir
situações como estas, de forma a fazer com que cada vez mais empresas invistam
na gestão da segurança privada para garantir a proteção de seu patrimônio
material e humano (sejam seus clientes, sejam seus colaboradores diretos e
indiretos).
É justamente pelo trazido no parágrafo anterior que o gerenciamento
correto de processos, colaboradores e serviços em alinhamento com as metas e
os objetivos da organização, reflete a necessidade de uma gestão da segurança
privada, relacionada ao desenvolvimento dos mais diversos planos que garantam
a proteção dos bens tangíveis e intangíveis de uma empresa.
A gestão da segurança privada deve ser realizada por empresas e/ou
profissionais especializados na área, objetivando a formulação, discussão e
implantação de estratégias junto às organizações contratantes.
Conforme já amplamente estudado anteriormente, é fundamental a
elaboração de um plano de segurança que seja eficiente na identificação de riscos
e vulnerabilidades da organização para que, de forma imediata e eficaz, sejam as
partes envolvidas capazes de identificá-los, avaliá-los e, é claro, controlá-los e
evitá-los.
É indiscutível que os crimes (em especial de roubo e furto) ocorridos em
detrimento das organizações acarretam enormes prejuízos e, até mesmo, na
paralização de suas atividades, como os roubos de fios elétricos da rede pública
que interrompem o fornecimento de energia a um raio considerável.

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Nesse sentido, o investimento das organizações na gestão da segurança
privada de seus bens (leiam-se todos os seus bens, intangíveis ou não) mostra-
se inerente à continuidade de suas atividades, posto que o profissional e/ou a
empresa de segurança privada devem estar inseridos nas decisões estratégicas
da empresa, todos com propósito único de prevenir qualquer tipo de perda, furto,
fraude, desvio, dentre outras ações criminosas.
Dessa forma, elencamos abaixo as ações essenciais que uma organização
que pretende minorar ao mínimo os seus riscos, por meio da
contratação/implantação de uma gestão de segurança privada, que deve:

I. Atender e adequar a companhia às leis e normas relacionadas à


segurança;
II. Direcionar os recursos de segurança de forma assertiva;
III. Elaborar um planejamento estratégico de segurança que conte com uma
análise criteriosa de indicadores sobre a conjuntura, políticas e propósitos
da empresa;
IV. Gerir o departamento e todos os processos de segurança patrimonial;
V. Criar discussões e definir, junto a gerências e setores da organização,
medidas preventivas e educativas com o objetivo de minimizar ou eliminar
riscos já em sua origem;
VI. Identificar e analisar riscos envolvidos na atividade fim e de apoio para
auxiliar na definição de normas de segurança que garantam a continuidade
das atividades;
VII. Criar ou assessorar projetos de segurança física e eletrônica;
VIII. Prevenir perdas patrimoniais e gerenciar crises e riscos relacionados à
integridade física de colaboradores;
IX. Envolver a segurança de pessoas, do patrimônio e informações das
organizações; dentre outras.

Dando continuidade ao processo de Gestão de Segurança Privada, agora


se torna fundamental conhecer o profissional de que a exerce, chamado de Gestor
de Segurança Privada, cujas características serão estudadas no próximo tema.
Até lá!

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TEMA 3 – O GESTOR DA SEGURANÇA PRIVADA

No último tema que estudamos, analisamos um dos segmentos que mais


cresce no tema estudado, a Gestão da Segurança Privada.
Analisamos o que é, onde aplicá-la e as principais atividades que podem
ser desenvolvidas no âmbito deste gerenciamento. Com base nesse tema,
passaremos a estudar o Gestor de Segurança Privada, que é o profissional
responsável pelo desenho deste setor.
Para que você possa se tornar um Gestor de Segurança Privada, é
importante conhecer também as competências necessárias para os profissionais
que atuam na área, de forma que um bom gestor de segurança deve possuir
amplas capacitações técnicas, em especial, ser graduado em Segurança
Empresarial ou cursos similares, dominando conhecimento gerais sobre diversos
setores inerentes às funções que vai exercer, tais como: administração de
empresas; logística; estatística; gestão; contabilidade; leis trabalhistas e
economia.
Para garantir que os serviços prestados sejam realmente eficientes, é
possível terceirizar a Gestão de Segurança Patrimonial, contando com
profissionais especializados e experientes nos procedimentos e gerenciamento
necessários. Além de contratar colaboradores que tiveram um treinamento
apropriado, a empresa ainda reduz custos administrativos e trabalhistas.
Nessa linha, em breve síntese, é possível conceituar o gestor de segurança
privada como o profissional que planeja, organiza, dirige e controla as atividades
da segurança privada, com objetivo de atingir os objetivos propostos pela
organização.
Assim, verifica-se que o planejamento da segurança privada é papel do
gestor da segurança que deve não somente gerir o presente, mas também se
preparar para o futuro, sempre objetivando a antecipação e a prevenção de riscos,
além da extinção das vulnerabilidades da organização.
A Gestão da Segurança Privada, conforme já estudamos no tema anterior,
é o processo de trabalhar com os outros a fim de atingir, de forma eficaz, os
objetivos estabelecidos pela empresa/organização contratante, utilizando, de
forma eficiente, todos os recursos à sua disposição.

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Cabe, portanto, ao gestor da segurança, realizar este processo de trabalhar
com as pessoas que compõem a organização, engajando-as nos objetivos e
metas da empresa.
Para tanto, ele deve dispor de conhecimentos não só teóricos, mas também
práticos para aplicação no seu processo de gestão, por meio do planejamento, da
organização, da direção e do controle das atividades de segurança privada.
Segundo o Consultor José Marcondes, o gestor da segurança privada tem
quatro funções principais: planejamento, organização, direção e controle.
Analisemos cada uma destas funções.

1. Planejamento da segurança: envolve a definição de objetivos e metas,


bem como a decisão sobre as tarefas a se realizar, por meio da seleção
dos recursos (humanos, financeiros, materiais, tecnológicos) necessários
para atingir tais objetivos.

O planejamento envolve identificar e avaliar vulnerabilidades, ameaças e


riscos.

2. Organização da segurança: é a forma como vão se desenvolver as


atividades para concretizar o que foi planejado, ou seja, consiste na
atribuição de tarefas, nos objetivos; examinar alternativas; definir
atividades; identificar as necessidades de recursos e criar estratégias para
alcance dos objetivos estabelecidas. Formação de equipes, na delegação
de autoridade e responsabilidade e na distribuição de recursos.

A organização envolve: criar estrutura organizacional; estabelecer políticas


e procedimentos; delegar autoridade e responsabilidades (por exemplo:
estabelecimento de cargos e funções); mobilizar recursos (humanos, materiais e
financeiros); e formar e capacitar equipes (seleção, treinamento, capacitação).

3. Liderança dos recursos humanos: refere-se ao processo de liderança


(direção) a ser desempenhado pelo gestor de segurança, com objetivo de
influenciar e motivar os colaboradores em suas atividades.
4. Controle das atividades e resultados: trata-se do processo de monitorar
as atividades de forma a acompanhar se os resultados estão de acordo
com o planejado. Controlar, aqui, significa garantir a execução do planejado
conforme sua concepção.

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Controle envolve: estabelecer indicadores de desempenho; elaborar
rotinas de monitoramento das atividades; atribuir responsabilidades de aferição
de resultados; e elaborar rotinas para aplicação de ações corretivas.
Ainda segundo o Consultor de Segurança Privada José Marcondes, o
gestor de segurança, para ser bem-sucedido e ter sucesso em sua área, deve
apresentar competências técnicas, humanas e conceituas. Estudemos cada uma
delas.

1. Competências técnicas: envolvem a necessidade de conhecimento (leia-


se: domínio) na área de segurança, o que se aufere quando o gestor está
apto a formar, direcionar e avaliar trabalhadores em cada uma das funções
necessárias à execução da segurança privada.
2. Competências humanas: é a capacidade do gestor de se relacionar e
trabalhar com pessoas, individualmente ou em equipe, com objetivo de
liderar, motivar, entusiasmar e gerar confiança aos indivíduos que com ele
laboram.
3. Competências conceituais: é a capacidade do gestor de analisar
situações e diagnosticar corretamente cada momento da organização e do
meio em que ele se insere, a fim de identificar clara e rapidamente
eventuais ameaças e vulnerabilidades, para buscar as melhores decisões
para a segurança da organização.

Na mesma linha, vamos entender, portanto, as principais atribuições do


gestor da segurança privada:

 Planejar, promover e gerenciar as atividades de segurança privada, em


estreita cooperação com os demais gestores da organização;
 Prover divulgação, orientação e treinamentos sobre segurança privada;
 Assessorar os demais gestores e a direção da organização nos assuntos
relacionados à segurança privada;
 Propor metodologias, processos e meios necessários à execução das
atividades da segurança privada;
 Elaborar e propor políticas, procedimentos e normas referentes à
segurança privada;
 Manter um canal de comunicação eficiente com as autoridades policiais da
região;
 Representar a organização nos assuntos referentes à segurança privada.

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Por fim, com a experiência de atuação no segmento, descrevemos a seguir
as qualidades que o mercado de trabalho espera que o gestor tenha:

 Capacidade de mediar e resolver conflitos;


 Iniciativa e proatividade;
 Autoconfiança;
 Capacidade de reter talentos;
 Liderança;
 Conhecimento da legislação;
 Manter-se atualizado e, principalmente;
 Gostar do que faz.

Diante do estudado neste tema, verifica-se que o processo de gestão da


segurança privada envolve um ciclo contínuo e ininterrupto de aplicação dos
principais elementos da gestão: planejamento, organização, liderança e controle,
de forma que seu funcionamento harmonioso garantirá o atingimento dos
objetivos de forma eficiente e eficaz.
Como você viu, a gestão de segurança privada em uma empresa deve ser
o mais eficiente possível, ao passo que cabe ao gestor evitar possíveis riscos ao
patrimônio e às pessoas; e sua eficiência pode depender dos seus
conhecimentos.

TEMA 4 – CONSULTORIAS DE SEGURANÇA PRIVADA

Segundo José Sérgio Marcondes, a Consultoria em Segurança Privada é o


serviço de diagnóstico, aconselhamento e orientação, para desenvolvimento e
implementação de soluções de segurança privada, de acordo com as
necessidades específicas de cada cliente. É a atividade desenvolvida por
especialista em segurança privada e/ou empresas de consultoria em segurança
privada.
A consultoria em segurança privada, de maneira ampla, é um serviço
prestado por um consultor de segurança privada autônomo ou empresa
especializada em segurança privada, qualificado para a identificação, avaliação e
tratamento de deficiências, potenciais ou existentes, nas atividades de segurança
privada.
Ou seja, a consultoria em segurança privada é uma prestação de serviços
na qual o especialista/gestor ajudará aos outros com o seu conhecimento, por

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meio do desenvolvimento e da viabilização de projetos de segurança, de acordo
com as necessidades específicas de cada cliente.
Trata-se de uma atividade em franca expansão, em decorrência do
crescimento e da evolução das ameaças, além das frequentes alterações de
ambiente e crescimento da competitividade e mudanças nas organizações, de
maneira que se torna absolutamente indispensável a adoção de medidas de
segurança mais profissionais, precisas e adequadas a cada organização.
Nessa linha, são princípios da consultoria em segurança privada:

 A consultoria é um serviço de orientação independente, implicando a


imparcialidade em relação ao cliente e seus componentes;
 A consultoria é um serviço de aconselhamento e orientação, não estando
incluídas em suas atribuições atividades executivas;
 A consultoria deve ser empenhada por pessoas qualificadas, que dominem
o assunto em questão;
 A consultoria eventualmente ajuda na implementação de soluções,
ressalvando o caráter temporário da ajuda;
 A consultoria não é um serviço de fornecimento de soluções milagrosas
para os problemas do cliente.

Assim, tem-se que os principais objetivos da consultoria em segurança


privada são:

 Identificar deficiências de segurança e propor soluções de melhoria;


 Sugerir melhorias e alternativas de segurança, de acordo com as
necessidades específicas de cada cliente;
 Oferecer as melhores soluções e práticas de segurança, de acordo com a
deficiência identificada e com relação custo benefício viável;
 Aprimorar e desenvolver as habilidades dos recursos humanos; e,
 Promover a melhoria contínua da eficiência da atividade da segurança
privada.

Desta feita, tem-se diversas áreas em que a consultoria de segurança


privada – de acordo com a especialização do gestor/consultor – pode atuar, tais
como: vigilância patrimonial; segurança pessoal privada; escolta armada de
cargas; transporte de valores.

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Vamos verificar juntos, portanto, os principais nichos de negócios da
consultoria em segurança privada segundo o consultor em segurança privada
José Sérgio Marcondes:

 Consultoria em Segurança Corporativa: é um conjunto de medidas de


segurança empresarial e de governança corporativa, destinadas a proteger
os ativos de uma Corporação contra ameaças decorrentes de ações
intencionais ou acidentais, visando garantir a continuidade dos negócios da
organização;
 Consultoria em Segurança Empresarial: é um conjunto de medidas de
segurança do trabalho, patrimonial e da informação, destinadas a proteger
os ativos da organização contra ameaças decorrentes de ações
intencionais ou acidentais, visando garantir sua segurança e a de seus
ativos;
 Consultoria em Segurança Patrimonial: é um conjunto de medidas e
práticas de inteligência, controle de acesso e vigilância patrimonial, capaz
de gerar um estado no qual o patrimônio de uma organização esteja livre
de danos, interferências e perturbações, com a finalidade de garantir a
incolumidade física das pessoas e a integridade do patrimônio;
 Consultoria em Segurança Condominial: é um sistema integrado de
segurança patrimonial de um conjunto de imóveis, estabelecidos em um
mesmo perímetro de segurança e que compartilhem das mesmas políticas,
procedimentos, normas e benefícios de segurança;
 Consultoria em Segurança Pessoal: consiste em qualquer atitude,
comportamento, ação ou atividade que tenha como objetivo a preservação
da integridade física e/ou moral das pessoas.

Nessas áreas, os serviços que podem ser oferecidos pela consultoria em


segurança são:

 Apoio e orientação na legalização e estruturação de atividades da


segurança privada;
 Diagnóstico situacional de segurança;
 Auditoria de segurança;
 Identificação, análise e avaliação de riscos;
 Planos de segurança;
 Projetos de Segurança;

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 Desenvolvimento e/ou revisão de políticas, procedimentos e/ou normas de
segurança;
 Facilitação/treinamento para implantação de novas
ferramentas/tecnologias/práticas de segurança;
 Aconselhamento sobre dúvidas relacionadas a soluções de segurança e/ou
atividades pontuais.

Diante de todo acima estudado, listamos as principais fases da consultoria


na prática:
Procurar ou ser procurado pelo cliente  Atuação em caráter preventivo ou
corretivo  Questionamento para entendimento da ameaça a ser neutralizada 
Análise crítica de todas as informações identificadas  Realização de Diagnóstico
 Indicação do tratamento necessário  Desenho de Cronograma  Coleta de
Indicadores Finais  Finalização da consultoria.
Finalizando o tema de hoje, denota-se que o trabalho de consultoria é um
trabalho de diagnóstico, aconselhamento e orientação, para a implantação de
soluções de segurança. Por outro lado, não pode o consultor ter um envolvimento
direto na execução das soluções necessárias, pois passaria a ser um empregado
do cliente.
No próximo tema, estudaremos, na prática, como evitar falhas na
segurança privada. Até lá!

TEMA 5 – EVITANDO FALHAS NA SEGURANÇA PRIVADA

Adentrando ao último tema a ser estudado nesta disciplina, vamos, na


prática, exemplificar e trabalhar nas falhas que podem acontecer antes, durante e
depois da implantação de um plano de segurança feita por você, consultor ou
gestor contratado.
Em síntese, para uma segurança privada eficaz, mostra-se necessário um
sistema de monitoramento e, preferencialmente, de vigilância, com objetivo de
passar a sensação de segurança a todo o ambiente da organização.
Conforme amplamente já estudado, inicialmente deve ser feito um estudo
de todas as possíveis vulnerabilidades da organização, entendendo toda e
qualquer deficiência na segurança que permita qualquer ação de um indivíduo
mal-intencionado.

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Ou seja, eventual vulnerabilidade encontrada (ex.: uma falha na cerca de
segurança; um ponto cego de câmeras; a proximidade com uma região perigosa;
etc.), indica um estado de fragilidade que pode se referir tanto à segurança
privada física quanto ao comportamento de pessoas e situações e, portanto, deve
ser reduzido ao máximo, pela descoberta, avaliação e, é claro, correção de tais
pontos vulneráveis.
Segundo o Consultor José Sérgio Marcondes, faz-se absolutamente
necessário estar sempre à frente de qualquer ameaça à segurança de uma
organização. Dessa forma, a seguir estão pontuadas as principais
vulnerabilidades que você, como consultor ou gestor da segurança privada de
uma organização, deve identificar:

1. Vulnerabilidade em Recursos Humanos (RH): envolvem a necessidade


de profundo envolvimento do setor de Recursos Humanos com o sistema
de segurança da empresa, de maneira que é fundamental a contratação de
profissionais qualificados, especializados e com a melhor conduta possível,
além dos esforços ao engajamento do quadro operacional da organização
na busca da segurança.

Abaixo, listamos alguns exemplos de vulnerabilidades no setor de


Recursos Humanos:

 Vigilantes mal remunerados e mal equipados;


 Falta de gestão de pessoas, principalmente nas políticas do RH;
 Colaboradores desmotivados e insatisfeitos;
 Ausência de integração e treinamentos de segurança;
 Processo de Recrutamento e Seleção ineficaz ou deficiente;
 Profissionais sem ciência de políticas, normas e procedimentos de
segurança.
2. Vulnerabilidade Física: envolve qualquer problema relacionado às
instalações físicas da organização, por exemplo:
 Portarias inadequadas ou mal estruturadas;
 Sistema de controle de acesso falho ou inexistente;
 Ausência ou condição precária de barreiras físicas;
 Perímetro empresarial malcuidado.

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3. Vulnerabilidade Estrutural: envolve qualquer problema relacionado à
estruturação da equipe de segurança privada e dos recursos necessários
para execução destes serviços, tais como:
 Falta de equipe especializada ou contingente menor do que o necessário;
 Deficiência ou mau uso de equipamentos e recursos materiais e
tecnológicos;
 Recursos Humanos inadequado para a necessidade de segurança
corporativa;
 Ausência ou falha nas normas e políticas de segurança;
 Falta de conhecimento das responsabilidades de segurança de cada
colaborador.
4. Vulnerabilidade no Planejamento: as vulnerabilidades de planejamento
acontecem normalmente por medidas de segurança impróprias e/ou mal
planejadas, que não condizem com a necessidade real da corporação e
possuem origem na falta de conhecimento das três vulnerabilidades que
estudamos anteriormente (RH, Física e Estrutural).

Ou seja, o bom funcionamento de monitoramento e vigilância é resultado


de uma administração de recursos materiais, tecnológicos e administrativos, em
conjunto com a alocação ideal de pessoas. Esses fatores operam em conjunto de
forma orgânica e com lógica, racionalidade e sistematização, resultando em
uma segurança privada eficaz.
Em organizações em que o planejamento não é feito, quando diante de um
sinistro, as decisões são tomadas aleatoriamente e com base em hipóteses,
representando uma brecha em todo o sistema de segurança privada.
Nessa linha, comumente com recursos esparsos destinados à segurança
privada da organização e com a intenção de reduzir custos, elas acabam se
deparando com vulnerabilidades e sendo vítimas de sinistros por conta da
insuficiência de recursos destinados à proteção.
Assim, saber exatamente todas as vulnerabilidades da organização
atendida é passo primordial para obter uma segurança privada eficiente e, por
meio deste ponto, é possível entender as reais necessidades e corrigir as falhas
verificadas.
Portanto, é papel do consultor e/ou do gestor da segurança privada
debater, sempre que necessário, com a organização todas as reais necessidades
de segurança, com fins de se eliminar todas ameaças e/ou vulnerabilidades,
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expressando, de forma clara, as justificativas, especialmente diante dos custos
que as correções podem ensejar.
Finalizamos nossa disciplina!
Obrigado!

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REFERÊNCIAS

APSEI – Associação Portuguesa de Segurança. Um bom sistema de segurança


física. Disponível em: <https://www.apsei.org.pt/areas-de-atuacao/seguranca-
eletronica/seguranca-fisica-e-protecao-perimetral/>. Acesso em: 27 ago. 2019.

_____. Segurança física e proteção perimetral. Disponível em:


<https://www.apsei.org.pt/areas-de-atuacao/seguranca-eletronica/seguranca-
fisica-e-protecao-perimetral/>. Acesso em: 27 ago. 2019.

BRASIL. Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983. Diário Oficial da União, Brasília,


DF, 20 jun. 1983.

_____. Ministério da Justiça. Instrução normativa n. 23/2005, de 1º de setembro


de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 set. 2005.

_____. Polícia Federal. Portaria n. 3233/2012-DG/DPF, de 10 de dezembro de


2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 dez. 2012.

_____. Agência Brasileira de Inteligência. Inteligência e contrainteligência.


Disponível em:
<http://www.abin.gov.br/atividadeinteligencia/inteligenciaecontrainteligencia/>
acesso em: 27 ago. 2019.

COMO evitar falhas de segurança privada na sua organização? Security, 29 jan.


2019. Disponível em: <https://www.sousecurity.com.br/blog/como-evitar-falhas-
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COMO funciona uma proteção perimetral? Ausec Redação, 22 set. 2016.


Disponível em: <http://blog.ausec.com.br/automacao/como-funciona-uma-
protecao-perimetral/245>. Acesso em: 27 ago. 2019.

GESTÃO de segurança privada. Guia do Estudante, 3 mar. 2016. Disponível em:


<https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/gestao-de-seguranca-privada/>.
Acesso em: 27 ago. 2019.

GESTÃO de processos da segurança patrimonial – segurança privada. Blog


Gestão de Segurança Privada, mar. 2017. Disponível em:
<https://gestaodesegurancaprivada.com.br/processos-da-seguranca-
patrimonial/> Acesso em: 27 ago. 2019.

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GESTÃO de segurança privada: o que é e como ingressar na área? Escola Brasil
de Segurança. Disponível em: https://blog.escoladeseguranca.com.br/gestao-de-
seguranca-privada/. Acesso em: 27 ago. 2019.

OLIVEIRA, W. Gestão de processos de negócios – BPM. Venki, 6 nov. 2014.


Disponível em: <https://www.venki.com.br/blog/gestao-de-processos-de-
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PERÍMETRO de segurança física: o que é e como funciona? Globalseg, 26 jun.


2018. Disponível em: <http://www.globalsegmg.com.br/perimetro-de-seguranca-
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SEGURANÇA privada. Guia da Carreira. Disponível em:


<https://www.guiadacarreira.com.br/cursos/seguranca-privada/>. Acesso em: 27
ago. 2019.

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