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Coimbra Business School – Instituto Superior de

Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC)

Política fiscal e sistemas fiscais comparados


o sistema fiscal português

Cidália Lopes 2020

1
ESTRUTURA

I – Política fiscal e sistemas fiscais comparados

II – Sistema fiscal português: visão global e quantitativa

III – Orçamento de Estado 2020: que medidas fiscais?

2
INTRODUÇÃO

OBJECTIVOS / PRINCÍPIOS A QUE DEVE UM BOM SISTEMA FISCAL

TRADICIONAIS (Adam Smith, 1776)


Financeiros
Equidade
Neutralidade

RECENTES
Simplicidade e custos de contexto
Concorrência fiscal
3
Política fiscal e sistemas fiscais comparados

Como comparar sistemas fiscais?

Política fiscal
É um ramo de política económica que define o
Orçamento de Estado (OE), as receitas públicas e os gastos
públicos, com o objetivo de

maior estabilidade económica


mais emprego
e inflação baixa.
4
Política fiscal e sistemas fiscais comparados

Como comparar sistemas fiscais?

Indicadores fiscais clássicos

Nível de fiscalidade = Receitas fiscais/PIB

Tax mix ou estrutura fiscal = Ts indiretos/ Ts diretos

Tax effort = Receitas fiscais/PIB percapita

5
Política fiscal e sistemas fiscais comparados

Como comparar sistemas fiscais?

Indicadores fiscais mais recentes

Doing Business
Carga fiscal
Total horas gastas com tarefas fiscais
Número interações com AT

PWC (2018) Paying Taxes


Política fiscal e sistemas fiscais comparados

Peso da receita fiscal no PIB em 2018 (%)

7
Fonte: Eurostat (2018)
Nível de Fiscalidade em Portugal (% PIB)

1965 1975 1985 1990 1995 2000 2003 2006 2018


15,8 19,7 25,2 27,7 31,7 34,1 35,0 34,5 35,5

12,4 12,9 18,7 20,2 22,1 23,8 23,8 23,5 24,3

8
Nível de Fiscalidade em Portugal, EU e OCDE
(2018)

PAÍSES RECEITAS FISCAIS %PIB


Suécia 49,1
Dinamarca 49,1
Bélgica 46,4
França 44,5
Áustria 43,9
Itália 42,6
Reino Unido 37,1
Islândia 35,0
Portugal 35,5
Grécia 33,2
Irlanda 31,9
Japão 27,9
Estados Unidos América 25,0
Média EU 27 38,5
ESTRUTURA FISCAL EM PORTUGAL
(Receitas Fiscais% PIB)

1990 1995 2000 2018

Impostos bens e 12,8 13,4 13,8 14,0


serviços

Impostos 7,5 8,5 10,1 8,5


rendimento e lucros

Impostos património 0,8 1,3 1,3 1,1

Outros 0,2 0,3 0,3 0,3

10
ANÁLISE COMPARATIVA NA OCDE E UE

Impostos 2018

Portugal OCDE UE 19 UE 15

Bens e serviços 14,5 11,4 12,3 12,3

Rendimento 9,4 13,0 13,0 13,8

Património 1,1 1,9 1,7 1,9

Outros 0,3 0,8 0,8 1,0

Total 24,7 24,7 27,8 29,2

11
ESTRUTURA FISCAL PORTUGUESA - Tax mix

OE/ OE/ OE/ OE/ OE/ OE/ OE/


Impostos
95 2002 2010 2015 2017 2018 2019

Diretos 37,2 42,1 42,9 46,6 43,9 42,4 43,1

Indiretos 62,8 57,9 57,1 53,4 56,1 57,6 56,9

12
Esforço fiscal – análise comparativa PT, EU (em %)

Esforço 2009 2010 2011 2012 2013


fiscal
EU 27 40 40 40 41 41
EU 15 37 37 37 38 38
Área Euro 37 37 38 39 39
17
Bélgica 39 39 39 40 41
Alemanha 35 34 34 33 33
Irlanda 23 23 24 24 24
Grécia 35 37 41 45 45
Espanha 31 33 32 33 33
Itália 42 43 43 46 47
Portugal 43 43 47 49 49
Finlândia 37 37 37 37 37
Áustria 36 35 34 34 34
13
Limite da carga fiscal, Curva de Laffer e
Portugal

Portugal ?

14
Taxas de imposto de sociedades na União Europeia
(EU)
Países 1995 2000 2004 2012
Irlanda 40 24 16 12,5
Chipre 25 29 28 15
Letónia 25 25 22 15
Lituânia 29 24 15 15
Polónia 40 30 28 19
Eslovénia 25 25 25 25
Portugal 39,6 35,2 33 27,5
Espanha 35 35 35 30
Itália 52,2 41,3 40,3 37,3
França 36,7 36,7 35,4 34,4
Reino Unido 33 30 30 28
Alemanha 56,8 51,6 38,3 30
15
RELATÓRIO PAYING TAXES – THE GLOBAL PICTURE 2018

• Relatório Paying Taxes 2018 publicado pela PWC,


World Bank e IFC – International Finance Corporation;

• Estudo único que compara regimes fiscais diferentes


em 185 países no mundo;

• Classifica estes países em função de um indicador:


“Facilidade no pagamento dos impostos”, (Doing
Business) com referência a legislação de 2017 e a
reformas fiscais de 2018
16
PAYING TAXES 2006-2018

Nível Fiscalidade (%) Tempo (número de horas) Número de pagamentos


(em média)
2018 2006 Variação 2018 2006 Variação 2018 2006 Variação

Imposto 16 19,4 -3,4 70 86 -16 3,4 4,1 -0,7


sociedades

Imposto 16,2 17,5 -1,3 99 120 -21 11,5 13,1 -1,6


trabalho e CSS

Outros 12,6 16,4 -3,8 108 125 -17 13,6 16,0 -2,4
Impostos s/
Consumo

Total 44,7 53,3 -8,5 267 331 54 27,2 33,2 -4,7

17
PAYING TAXES 2018

• Em termos médios, em 2018, a empresa “case


study”:

• Gasta 267 horas no cumprimento das suas


obrigações fiscais;

• Efectua 27,2 pagamentos de imposto;

• Suporta uma taxa total de imposto de 44,7%.


18
PAYING TAXES 2006-2018

• Desde 2006 a 2018:

• A taxa total de imposto reduziu 8,6 %;

• O tempo gasto diminuiu 64 horas (8 dias);

• O numero de pagamentos a efectuar desceu 6.

• Neste estudo mostra-se que taxas mais baixas originam


maiores níveis de crescimento económico, mas mais
crescimento resulta de menor peso do cumprimento das
obrigações e sistemas mais eficientes. 19
PAYING TAXES – THE GLOBAL PICTURE 2018

América do Norte, União


Europeia e EFTA África
Nível de pagamentos Nível de Pagamentos mais elevado (37)
Mais baixo (8,3) e (12,8)

América do Sul Europa do Leste


Maior n.º horas a cumprir (619 h) Menor n.º Horas para cumprir (158 h)
Brasil 2600 h; 1080h Bolivia; Venezuela
865h

Europa Norte
Ásia central e Europa Leste
Nível de fiscalidade mais
Sistemas fiscais com maior elevado
diminuição n.º horas (200 h)
Europa Leste
e n.º pagamentos (22,2) Níveis de fiscalidade mais baixos
20
PAYING TAXES 2018: Portugal no contexto internacional

• Devemos sublinhar que a metodologia seguida pelo “Doing


Business” deve ser tomada em conta por forma a obter
comparações mais fiáveis.

• Empresa “case study” :


• Empresa de média dimensão (5 sócios e 60 empregados);

• Sector industrial e comercial (margem bruta 20%);

• Opção pelo rendimento real determinado com base na


contabilidade.
21
PAYING TAXES 2018: Portugal no contexto
internacional

• Portugal está na 77.ª posição no ranking geral Paying


Taxes 2018 (74.ª em 2018)

Nível de Horas no Pagamentos


Fiscalidade cumprimento

2018 2006 2018 2006 2018 2006

Portugal 42,6 43,3 275 328 8 8

22
PAYING TAXES 2018: Portugal no contexto internacional

• Apesar do esforço feito em Portugal no sentido de agilizar e


facilitar o cumprimento (declarações e pagamentos por via
electrónica, Programa Simplex), os quais aumentaram a
confiança na relação Fisco-Contribuinte, mantêm-se alguns
problemas no cumprimento:

• O indicador Paying Taxes continua acima da média na Europa


e no Mundo devido entre outros:

• Falta de estabilidade legislativa a qual provoca incerteza e


abala a relação de confiança entre Fisco e contribuinte
• Aumento de contencioso fiscal o que também abala a relação
entre Fisco e contribuinte. 23
PAYING TAXES 2018: Portugal no contexto internacional

Nível de Fiscalidade Número Horas Número de


Pagamentos

Portugal 42,6 275 8

Europa e EFTA 42,6 184 12,8

Mundo 44,8 267 27,2

24
Custos de cumprimento: visão global e quantitativa

Tempo para cumprir na Europa e EFTA (184 h (média)

25
Paying Taxes (2018)
NÚMERO DE PAGAMENTOS NA EUROPA E EFTA (Média = 12,8)

26
PAYING TAXES 2018

(Em horas)

Preparação Preenchimento Entrega e Total


Pagamento

Imposto 50 7 7 63
sociedades

IVA 70 6 20 96

IRS/CC 102 7 7 116

27
PAYING TAXES 2018: Algumas reflexões

O IRS/IRC consome mais O IVA consome


tempo na preparação mais tempo nos
pagamentos

Melhorar e agilizar
identificar áreas de maior o cumprimento das
complexidade fiscal obrigações
legislativa acessórias

28
Orçamento de Estado (OE) 2020 - 2021: algumas
reflexões

• Um OE pode ser olhado de diferentes perspetivas.....

Política ou ideológica Jurídica

OE

Económica Técnica

29
Orçamento de Estado(OE) 2020: perspetiva jurídica

“O Orçamento de Estado é simultaneamente uma previsão


económica ou plano financeiro das receitas e despesas do
Estado para o período de um ano; a autorização política deste
plano visando garantir quer direitos fundamentais dos
cidadãos, quer o equilíbrio e a separação de poderes e ainda
a limitação dos poderes financeiros da Administração para o
período orçamental.”

Art.s 105.º a 107.º da CRP

30
Orçamento de Estado(OE) 2020-2021: perspetiva
económica

OE é um instrumento ao dispor dos


EM, é um documento que prevê
uma ESTRATÉGIA de
desenvolvimento de LONGO
PRAZO

Preveem
documento
Receitas
OE 2020-
Fixam-se 2021
Despesas Anual

31
Orçamento de Estado(OE) 2020: perspetiva económica

Mais interessante do que uma analise do OE (documento


anual) é o estudo:

PLANO DE ESTABILIDADE E CRESCIMENTO


2018 – 2030

GRANDES OPÇÕES DO PLANO


2018 – 2022

32
Orçamento de Estado(OE) 2020-2021: perspetiva
política

i) Escolha de medidas de política económica e fiscal de


acordo com a ideologia política

Esquerda Direita

33
Orçamento de Estado(OE) 2020-2021: perspetiva
técnica

Mais interessante do que uma analise do OE (documento


anual) é o estudo:

O OE não reflete uma certeza, mas uma previsão do futuro, o


qual é incerto, imprevisível e incontrolável, na esperança que
as medidas inseridas no OE possam influenciar esse mesmo
futuro.

A perspetiva de análise do OE por regra apresentada é a


técnica.

34
ESTRUTURA

1.1 Breve enquadramento macroeconómico e fiscal do OE


2020-2021

2. Apresentação das principais medidas fiscais OE

2.1 IRS
2.2 IRC
2.3 IVA
2.4 Outros: EBF

35
1. BREVE ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

• O OE 2021 está condicionado pela situação económica


Portuguesa e internacional dos últimos anos:

• História de défices orçamentais acumulados (%PIB);


• Elevados níveis de dívida pública (%PIB);
• Crescimento económico diminuto ou inexistente;

• Crise da dívida soberana na área da zona Euro e fraco


dinamismo da economia americana

36
DÉFICE ORÇAMENTAL EM PORTUGAL: EVOLUÇÃO
HISTÓRICA

37
DÉFICE ORÇAMENTAL EM PORTUGAL: EVOLUÇÃO
HISTÓRICA

• A balança comercial (Bens e Serviços) tem sido sempre


negativa (Importações > Exportações);
ES, GR, FR, IT ES, GR, FR, Angola, UK
• No período de 1910-2011, a média do défice comercial foi de
7,4% do PIB;

• No período pós Troika, 2011, iniciou-se uma trajetória de


descida do défice comercial atingindo uma média 2,5% do PIB.

• Em 2016, o défice comercial foi de 2,2% do PIB.

• Em 2017, o défice comercial previsto era 1,6% do PIB sendo


38
revisto para 1,4% do PIB.
ELEVADOS NÍVEIS DE DÍVIDA PÚBLICA

• Para se financiar um défice é necessário recorrer ao


crédito

• Estado recorre ao crédito através da emissão de


títulos de dívida (obrigações de dívida pública)

• Este crédito do Estado é a DÍVIDA PÚBLICA

(Todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros


(Nacionais (Dívida Pública Interna) e
Estrangeiros (Dívida Pública Externa)
39
PESO DA DÍVIDA PÚBLICA EM PORTUGAL

Anos % PIB Anos % PIB


2000 50,4 2009 83,1
2001 53,5 2010 93,3
2002 56,6 2011 111,4
2003 59,2 2012 126,2
2004 61,9 2013 129,0
2005 67,7 2014 130,6
2006 69,3 2015 128,8
2007 68,3 2020 117,5
2008 71,6 2020 114,5
DEO 2017 - 2018
Banco de Portugal
40
EVOLUÇÃO DO PESO DA DÍVIDA PÚBLICA EM
PORTUGAL

FMI 41
Crescimento Económico Mundial 2018-2020
(Projecções do FMI – World Economic Outlook)

Pais 2020
Economia Mundial 3,5

China 6,6

Japão 1,2

EUA 2,3
Zona Euro 1,7
Alemanha 1,6
França 1,4
Itália 0,8
Portugal 1,6
Espanha 2,6
FMI 42
Previsões Indicadores Económicos em Portugal (%)

2019 2020
BdP FMI MF BdP FMI OE 2020

PIB (saldo 2,5 2,5 1,9 2,0 2,0 2,0


primário)
Dívida Bruta 125,7 126,2 122,5 123,5
Consumo 1,9 2,2 2,2 1,7 1,8 1,9
Privado
Consumo 0,3 0,6 -0,2 0,6 0,5 -0,6
Público
Investimento 8,0 6,9 7,7 5,3 5,7 5,9
(FBCF)

43
Previsões Indicadores Económicos em Portugal (%)

2019 2020
Bdp FMI MF BdP FMI OE 20

Exportações 7,1 7,6 8,3 6,8 5,2 5,4


Importações 6,9 7,3 8,0 6,9 5,1 5,2
Taxa de 9,0 9,7 9,2 8,2 9,0 8,6
desemprego
Inflação 1,6 1,6 1,2 1,4 2,0 1,4
Saldo externo - -0,2 -0,1 - -0,2 1,0

44
Política Orçamental em Portugal em 2020

• Saldo estrutural (défice orçamental) baixou para -


0,1% do PIB, dado a revisão em baixa da despesa
superior à revisão em baixa da receita;

• Ajustamento em baixa no caso do investimento e dos


encargos com juros (8,8%), o equivalente a 0,4% do
PIB;

• Nota estes valores não têm em consideração a


recapitalização da CGD (efeito one-off de 2,1% do
PIB, colocando o défice em 3,5% do PIB)
Política Orçamental para Portugal em 2020

• Condicionantes ou limites da Política Orçamental

• Desaceleração do crescimento da economia (1,9%


passa 1,6%);
• Crescimento da procura interna (2,2%);
• Exportações e Investimento são os motores de
crescimento;
• Diminuição da taxa de desemprego (6,3% passa
5,9%)
Orçamento de Estado 2020 – vetores de
atuação

• Redistribuição e devolução de rendimentos;

• Redução de endividamento;

• Crescimento Económico;

• Combate à fraude e evasão fiscais.


47
Orçamento de Estado em Portugal
Evolução Receitas e Despesas 2018-2020

(%PIB)
2017 2018 2020

Receita Total 43,0 44,4 44,5

Despesa Total 45,0 44,8 44,5

Saldo Orçamental -2,0 -0,1 0,0

Ministério das Finanças

48
EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FISCAL (Tax Mix) EM
PORTUGAL (%PIB)

Impostos 2016 2017 2020

Directos 43,7 43,9 42,3

Indirectos 56,3 56,1 57,7

49
OPÇÔES DO ORÇAMENTO DE ESTADO EM
PORTUGAL 2020

• Aumento da receita fiscal • Diminuição da receita fiscal

• Aumento dos impostos • Alteração dos escalões de


indiretos; IRS;

• Produtos com elevado teor • Eliminação gradual da


de sal; sobretaxa de IRS.

• Impostos especiais sobre o


consumo.

50
OPÇÕES DO ORÇAMENTO DE ESTADO EM
PORTUGAL 2018

• Aumento da despesas

• Descongelamento gradual das carreiras (efeito


negativo de 211 milhões de Euros);

• Regra do emprego público em 2018: 2 entradas por


cada 3 saídas (efeito positivo de 23 milhões de
Euros).

51
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS
PESSOAS SINGULARES
IRS

52
IRS – Medidas Gerais

Aumento do número de escalões


Extinção definitiva da sobretaxa
Aumento de tributação de rendimentos de capital e de mais
valias
Regime simplificado

53
ESCALÕES E TAXAS (Art. 68.º CIRS)

• Aumento do número de escalões de taxas de 5 para 7 e


subida de taxas Aumento da Base tributável

OE 2017 OE 2018

Taxa mínima 14,5 14,5


Taxa máxima 48,0 48,0

Escalão inferior 7 091 7 091


Escalão superior 80 640 80 640

54
ESCALÕES E TAXAS (Art.º 68.º CIRS)

• Aumento do número de escalões de 5 para 7


Taxa normal (%) Taxa média (%)
Até 7 091 14,5 14,5
7 091 – 10 700 23 17,367
10 700 – 20 261 28,5 22,621

20 261– 25 000 35 24,967


25 000 – 36 856 37 28,838
36 856 - a 80 640 45 37,613
Superior a 80 640 48
55
TAXAS DE IRS – COMPARAÇÕES INTERNACIONAIS

06 07 08 09 10 11 13 14 15
Portugal 42 42 42 42 45, 48 50,5 53 53
9
Espanha 45 43 43 43 43 45 52 52 52
Itália 44,1 44,9 44,9 44,9 45, 47,3 47,3 47,3 47,3
2
França 45,8 45,8 45,8 45,8 45, 46,7 46,8 46,8 46,8
8
Reino Unido 40 40 40 40 50 50 50 50 50
Alemanha 44,3 47,5 47,5 47,5 47, 47,5 47,5 47,5 47,5
5

56
Escalões de IRS – comparações internacionais

Escalão Taxa Escalão Taxa


mínimo máximo
Portugal 7 091 14,5% 80 640 48%

Espanha 10 000 19% 80 000 45%


Itália 10 000 23% 200 000 43%
França 10 000 0,0% 200 000 45%
Grécia 12 000 10% 100 000 45%
Alemanha 10 000 14% 200 000 47,5%
Irlanda 10 000 20% 35 000 40,0% 57
Número de Escalões de IRS – comparações
internacionais
PAÍSES NUMERO DE ESCALÕES
Portugal 5 7
Espanha 5
França 5
Áustria 7
Bélgica 5
Alemanha 4
Finlândia 4
Irlanda 2
Itália 5
Holanda 4
58
Luxemburgo 19
Escalões de IRS e taxas efetivas IRS – comparações
internacionais
Solteiro sem filhos Casado com 2
(28 450 Euros) filhos (28 450
Euros)
Bélgica 26,8 15,1

Finlândia 22,0 21,9


Itália 21,6 14,7
EU 22 16,8 9,6
Portugal 16,6 4,3
Irlanda 15,2 6,8
Espanha 15,0 7,7
59
Alemanha 19,0 0,9
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS
PESSOAS COLETIVAS
IRC

60
IRC – Medidas Gerais

Taxas de IRC

Tributações autónomas

Regimes simpliifcados

61
Taxas de imposto de sociedades na EU
2006-2018

Países 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2015 2018

Portuga 27,5 26,5 26,5 26,5 29 29 31,5 33,5 35,5


l
Espanha 35 32,5 30 30 30 30 30 30 30

Itália 37,3 37,3 31,4 31,4 31,4 31,4 31,4 31,4 31,4

França 34,4 34,4 34,4 34,4 34,4 34,4 36,1 36,1 36,1

Reino 30 30 30 28 28 26 24 24 24
Unido
Alemanh 38,7 29,8 29,8 29,8 29,8 29,8 29,8 29,8 29,8
a

62
TAXA DE IRC

• ART. 87.º Taxa nominal

• Art. 87.º A – Derrama Estadual

• Art. 88.º - Taxa de tributação autónoma

63
EVOLUÇÃO PREVISIVEL DA TAXA DE IRC

• 21% em 2015;
• Entre 17% e 19% em 2020 (top 8 EU)
• .

• Depende da avaliação da reforma, da situação


económica do país e da evolução dos regimes
fiscais de IVA e IRS.
64
A DIVERSIDADE DE TAXAS EM IRC

Normativo legal Taxa


Taxa geral
Art. 87.º n.º 1 do CIRC – Lucro Tributável 23%
Taxa PME aplicável aos 15 000 Euros 17%
Derrama Estadual
Art. 87.º A – LT > 1 500 000 ou > 7 500 000 3% , 5%, 7%
Derrama Municipal
DL 2007 0% a 1,5%
Tributações avulsas
Art. 88.º do CIRC – Tributações Autónomas 0% a 70%
Despesas não documentadas 50% a 70%
Despesas VLP 10% , 27, 5%, 35%
Despesas de representação 10%
Indemnizações, compensações, bónus e outras 35%
remunerações aos gerentes, e distribuição de 65
lucros 23%
A DIVERSIDADE DE TAXAS EM IRC

Conclusão

A harmonização das taxas e a sua articulação com as


taxas de retenção na fonte seria desejável do ponto de
vista da simplificação do sistema fiscal!

66
TRIBUTAÇÃO DIFERENCIADA DAS EMPRESAS

• Será que devemos diferenciar a tributação


consoante

• PME e grandes empresas?

Justificação teórica para a diferenciação?


Que critério de diferenciação deve o sistema
fiscal recorrer?
67
JUSTIFICAÇÃO TEÓRICA PARA A DIFERENCIAÇÃO

As PME representam 99% do tecido empresarial


português e da União Europeia e contribuem 77%
emprego na EU

A REGRESSIVIDADE dos custos de cumprimento

Regimes simplificados que aliviem o peso dos custos de


cumprimento são, pois, cruciais quando aliviam o peso
das obrigações declarativas
68
CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO

1. Empresas individuais e empresas societárias?


2. Categoria Micro, pequena, média, grande?
Definição de PME? Difere consoante a medida em causa
Definição europeia (2003/361/CE)
Definição nacional (Despacho normativo n.º 38/58)
Definição contabilística (Regime ME e PE)
Definição “fiscal” (empresa não societária e societária e a
PME fiscal varia consoante as normas em causa)

69
REGIME SIMPLIFICADOS

Regimes simplificados de
apuramento da matéria colectável?
(estimação objectiva espanhola, avaliação forfaitaire)

Taxas especiais dirigidas às PME?


(6 EM recorrem taxas reduzidas para PME)
70
REGIMES SIMPLIFICADOS

Na União Europeia existe uma diversidade de regimes fiscais


simplificados para determinar a base de tributação, bem como
dos 27 EM 6 utilizam taxas de imposto reduzidas.

Na literatura internacional, não existem muitos estudos que


tenham tentado quantificar estas medidas. Temos:
European Commission (2001), Devereux and Griffith (1999,
2003), Devereux, M.; Elschner, C.; Endres, D.; Sengel, C. (2010)
Sorensen, P. (2009), OCDE (2009)

71
TAXAS REDUZIDAS PARA AS PME NA UNIÃO EUROPEIA

72
TAXAS ESPECIAIS REDUZIDAS

Em Portugal, foi introduzida, em 2008 (Lei OE 64-A/2008), uma


taxa reduzida de 12,5% para as micro entidades, cujo
rendimento fosse inferior a 12 500 Euros, a qual foi
posteriormente abolida. Hoje temos uma taxa de 17% para as
PME com condições!

Todavia, uma taxa especial para as microentidades poderá ser


repensada mas dirigida antes a uma classe ou categoria de
empresas e não por escalões. Não fazia muito sentido as
empresas que usufruíam de milhões de lucros beneficiarem de
taxa reduzida de imposto de sociedades.

73
REGIME SIMPLIFICADO EM IRC – âmbito de IRC (art.
86.º A do CIRC)

Podem optar (opting in) os sujeitos passivos:

i) Residentes
ii) Não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação
iii) Que exerçam a título principal uma actividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola

74
REGIMES SIMPLIFICADOS? CRITÉRIOS
SIMPLIFICADOS?

Regime simplificado IRC VN ≤ 200 000 Euros;


Regime contabilidade de Caixa VN ≤ 500 000 Euros;
SNC ME VN < 500 000 Euros;
Nova Directiva Contabilidade 2013/014/EU VN < 350
000 Euros;
Dispensa de certificação facturação VN < 125 000
Euros;
Regime isenção IVA VN ≤ 10 000 Euros;
Regime dos Pequenos Retalhistas V C < 50 000 Euros.
75
BASE DE INCIDÊNCIA ALARGADA E REVISÃO DOS BENEFÍCIOS
FISCAIS ÀS EMPRESAS

• Existe uma multiplicidade, diversidade e instabilidade na


disciplina dos benefícios fiscais, o que não ajuda na
competitividade das empresas e na atracção de investimento
(CIRC, EBF, Portarias e Regulamentos)

• Exemplos: SIFIDE, RFAI, Remuneração convencional do capital,


CFI (art. 41.º EBF), BF criação líquida postos trabalho (art.º
19.º)

• Rever os BF e introduzi-los TODOS no EBF


76
BASE DE INCIDÊNCIA ALARGADA E REVISÃO DOS BENEFÍCIOS
FISCAIS

• Forte limitação aos benefícios fiscais (Movimento Reformas


Fiscais anos 80 “BBRR”)

• RESULTADO DA LIQUIDAÇÃO (art. 92.º CIRC)

• O resultado apurado não pode ser inferior a 90% do resultado


que teria sido apurado sem BF
Anos Resultado da Liquidação (%)
2005 60%
2010 75%
2011, 2012, 2013, 2014 90%

77
REGIMES DO REPORTE DE PREJUÍZOS em vigor

• Regime de Reporte de Prejuízos (Going Concern)


Anos Período de reporte Limite

31 de Dezembro de 6 anos -
2009
1 de Janeiro de 2010 4 anos -

1 de Janeiro de 2011 4 anos Certificação Legal


Contas
1 Janeiro de 2012 5 anos 75% do Lucro
1 de Janeiro de 2013 5 anos Tributável
1 de Janeiro de 2014 12 anos 70% do Lucro
Tributável

Instabilidade legislativa e regimes transitórios


introduzem custos de cumprimento elevados! É
obrigatório a dedução dos prejuízos fiscais mais antigos 78
com o novo IRC!
REGIME DO REPORTE DE PREJUÍZOS: análise comparativa

Sistema de Carry Back Sistema Carry Foward


Espanha (18 anos)
EUA Holanda (ilimitado)
Canadá Bélgica (ilimitado)
Reino Unido (4 anos)
Luxemburgo (ilimitado)
Polónia (5 anos)

Portugal - Reporte de Prejuízos menos limitativo, com


horizonte temporal mais alargado, Reforçar a
competitividade e atracção de investimento estrangeiro
79
IMPOSTO SOBRE O VALOR
ACRESCENTADO
IVA

80
IVA – Medidas Gerais

Taxas de IVA

Lista I e II

81
Evolução da taxa normal de IVA – comparações
internacionais UE

Países / Anos 2010 2015


Dinamarca 25 25
Alemanha 19 19
Espanha 18 21
Grécia 21 23
Itália 21 22
Portugal 21 23
Finlândia 23 24
Malta 18 18
82
Evolução da taxa reduzida de IVA –
comparações internacionais UE

Países / Anos 2010 2015


Dinamarca - -
Alemanha 7 7
Espanha 4 4
Grécia 5,5 6,5
Itália 4 4
Portugal 6 6
Finlândia 13 14
Malta 5 5
83
MEDIDAS FISCAIS FUTURAS ....o que poderá trazer o
OE 2021?
• Simplificação das taxas e dos escalões de IRS

• Deduções fiscais (saúde, educação, habitação) mais restritas


ou mesmo eliminadas

• Redução das taxas de IVA de 3 para 2 escalões (eliminar a taxa


reduzida ou a intermédia)

• Nas empresas, vai ser o relatório BEPS a traçar as linhas


futuras.....

• Novos impostos e novas formas de tributação (taxas e


contribuições) 84

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