Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENCONTRO AO ACASO
Rosalind Noonan
JOGO DE SEDUÇÃO
(Miracle on Man street)
Cole Winston está profundamente atraído pela tímida Sophie. A atração é
recíproca, mas Sophie não acredita que Cole irá se interessar por ela. Então ela decide se
fazer passar por uma fictícia irmã gêmea de si mesma, com uma personalidade
totalmente oposta à sua. Mas Cole não tarda a descobrir a verdade, e Sophie não tarda a
descobrir que ele sabe...
Digitalização: Vicky
Revisão: Jaque
1
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Querida leitora.
Encontros ao Acaso é o título perfeito para este livro, com duas histórias de
amor super românticas! Em Um Romance Perfeito, Michelle passa por inúmeras
adversidades na vida, até encontrar um grande amor, e em Jogo de Sedução, a tímida
Sophie "inventa " uma irmã gêmea para conquistar o homem que ela ama. Romantismo,
sensualidade e paixão é o que não falta neste romance maravilhoso!
Leonice Pompônio Editora
2
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Capítulo I
3
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Aquela voz suave penetrou sua alma, e ela levantou o olhar bem devagar.
Uísque quente descreveria a cor dos olhos de Cole, iluminados por finos reflexos pretos e
emoldurados por cílios escuros e espessos. Ela engoliu em seco.
— Olá.
Ele abriu um sorriso ao ver o folheto que ela apertava na mão.
— Bom.
Seu tom de voz demonstrava uma viril satisfação enquanto ele mantinha o
olhar fixo no dela, impedindo-a de desviar a atenção.
— Você vai participar? — ele quis saber.
Aquela era a parte complicada, porém o único modo para que ela atingisse o
seu objetivo. Um relacionamento entre eles dificilmente seria viável. Ela não podia
simplesmente deixar de ser uma pessoa reservada e passar a ser extrovertida sem
confundi-lo e se arriscar a passar vergonha.
Desde pequena, aprendera com sua tia Maude a importância de valores
como o amor-próprio e o respeito. Se mudasse e fosse mal sucedida, perderia também o
conforto de vir àquele bar todas as noites, além das pequenas e excitantes conversas e a
intensidade de suas fantasias. Se Cole a rejeitasse, não poderia simplesmente dar a volta
por cima e continuar como se nada tivesse acontecido. Algo muito precioso para ela, o
relacionamento deles, ficaria destruído antes mesmo de começar. Todos que ela amara,
com quem tivera intimidade, haviam ido embora. Não queria perder a amizade gostosa
que dividia com Cole na atmosfera do bar.
No entanto, Sophie acreditava que se ganhasse, se ele se interessasse por
ela, não duraria muito tempo. Cole tinha fama de ser um solteirão convicto, ou seja, não
se envolvia a fundo com ninguém. Aos trinta e seis anos, dedicava-se com afinco a ficar
sozinho. Era óbvio que gostava dessa vida e procurava permanecer assim.
Ao rejeitá-la, um abismo se abriria entre os dois, e ela não queria arriscar.
Então, precisava fingir.
— Não poderia — respondeu, colocando o folheto colorido ao lado.
Lambendo os lábios com nervosismo, brincou com a xícara de chocolate, certificando-se
de acertar o centro do guardanapo. — Eu me sentiria tola.
O sorriso de Cole era indulgente e ostensivamente sedutor. Ele puxou uma
cadeira da mesa ao lado e sentou-se em frente a ela, assumindo uma posição
confortável, mas não menos sexy, com as pernas relaxadas e os braços cruzados.
— Por quê? — Ele estava tão próximo que Sophie podia sentir o seu cheiro,
de pele máscula e colônia, uma combinação que ela até então não apreciava ou não
havia notado antes de conhecê-lo.
Respirou fundo e sentiu um frio no estômago, como se aquele aroma por si
só pudesse saciá-la. :
— Só precisa de uma foto para participar — sugeriu ele, inclinando a cabeça
de um jeito sedutor. — Posso tirá-la aqui mesmo, no bar. Haverá dúzias de fotos
espalhadas por aí. Cerca de vinte mulheres já se inscreveram. Vou pendurar todos os
retratos na sala de bilhar e, no Dia dos Namorados, votaremos no mais bonito.
— Isso não tem sentido — disse Sophie, sem querer. Ela tentava acabar a
frase quando percebeu o efeito em Cole, que emitiu um murmúrio de desaprovação.
Ele envolveu-lhe o queixo com as mãos, levantando seu rosto, o olhar tão
terno e caloroso que seu coração disparou, fazendo-a ofegar.
4
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Zane, de vinte e quatro, era o mais briguento e dividia o dia de trabalho entre seu negócio
próprio de computadores, que ainda estava no início, e o salário certo vindo do bar. Aos
vinte e sete anos, Chase, apenas um ano mais velho que Sophie, dividia todas as
responsabilidades com Cole. Embora este fosse o dono do bar, sempre consultava o
irmão antes de tomar a maioria das decisões. Diferente de Cole, Chase era sossegado e,
na maioria das vezes, trabalhava atrás do balcão, preparando bebidas e escutando mais
do que falando.
Apesar do pouco tempo em que os conhecia, Sophie achava que os irmãos
se davam incrivelmente bem e, em conjunto, poderiam levar ao delírio a população
feminina de Thomasville, no Kentucky.
— Eles até sugeriram que fizéssemos topless — contou Cole.
Sophie cobriu a boca num esforço para conter uma risada. Os jornais da
cidade passavam boa parte do tempo zombando das qualidades dos irmãos Winston.
Implicavam com a bela aparência e com a impressionante clientela feminina, e insistiam
para publicar artigos sobre suas vidas particulares. Os irmãos sempre se recusavam a
qualquer exposição desse tipo.
Cole parecia decepcionado com a insinuação, mas Sophie achou que a idéia
não era tão ruim. Quem sabe a popularidade atual não dobrasse, com os irmãos
desfilando de peito nu? Era um pensamento tentador.
— Zane está ameaçando ficar sem camisa o dia inteiro. E as mulheres o
estão provocando. Conhecendo-o bem, acho que ele é capaz disso. Mas preciso tomar
cuidado para que não acabe fazendo um strip-tease e o bar seja fechado.
Dessa vez, não havia motivos para Sophie segurar o riso. Ela também
fotografaria Zane tirando a roupa! Ele era um tremendo paquerador e, como os irmãos,
tinha seu séquito de admiradoras.
— Você não ri muito.
Sophie mordiscou o lábio. O olhar de Cole era tão intenso e intimidador que
ela sentiu a as pernas formigar. Ele era capaz de causar uma sensação única e ela
amava aquilo! Nenhum outro homem jamais a ouvira com tanta atenção, mostrando tanto
interesse por seus pensamentos, idéias e sentimentos. Ele a fazia se sentir tão especial...
Ela não sabia o que dizer e, felizmente, não precisou porque a concentração de Cole foi
interrompida por Mack, que chegara a seu lado.
— Os rapazes da entrega estão aqui.
Olhando para Sophie, Cole apontou a direção com um gesto de cabeça.
— Tenho de ir lá. — Ele esperou até Mack sair e se inclinou, a mão apoiada
na cadeira atrás dela, a outra espalmada sobre a mesa. — Participe da competição,
Sophie.
Ela sentiu a respiração dele em seu rosto e, rapidamente, afastou-se.
Manteve os olhos fixos na mesa, e as mãos em qualquer lugar que evitasse o encontro
com aquele olhar devastador e tão íntimo.
— Minha irmã chegará esta noite. Ela vai participar.
Cole endireitou-se devagar e ela o ouviu suspirar.
— Tudo bem. Não que eu vá desistir de você, mas diga a ela para me
procurar quando chegar. Gostaria de conhecê-la.
Sophie observou-o indo embora, apreciando os movimentos de suas longas
pernas, o cabelo escuro caindo sobre o pescoço, a extensão das costas e os ombros
6
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
fortes. Enquanto ele passava por entre as mesas, as mulheres o observavam, lançando
olhares furtivos de admiração. Ele parava para conversar com quase todas, espalhando
risadas e sorrisos sonhadores por onde passava. Sophie percebeu que ele as estava
convencendo a participar do concurso. Aquele era o jeito dele, atencioso com todos,
sempre disponível para uma conversa.
Tudo bem, ele conheceria sua irmã. Aliás, ela mal podia esperar para que
isso acontecesse.
Cole ficou surpreso quando Chase empurrou para as suas mãos a lata
congelada de creme, desviando sua atenção de Sophie.
— O que foi?
— Você ficou salivando desde o momento em que ela ergueu a colher.
Sempre me perguntei por que você colocava tanto creme no chocolate dela. Agora eu sei.
Cole nem se preocupou em negar a acusação. Droga, ele estava sofrendo
desde que Sophie experimentara a primeira colher de creme. Aquela boca sexy, carnuda
e macia e... ele estava obcecado, maldição!
Lembrou-se da primeira vez em que se viram, quando ela acabara de
comprar a butique algumas lojas abaixo, do outro lado da rua. Sophie entrara no bar
depois do trabalho, elegante e muito atraente. Pedia sempre uma xícara de chocolate
quente, mesmo no clima abafado do verão. Encantado, ele servia uma dose extra de
cobertura de creme batido, e observava fascinado enquanto ela saboreava a bebida,
passando a ponta da língua sobre o lábio superior, fechando, os olhos a cada gole.
Sophie não percebia que ele a examinava, e fazia já sete meses que ele permitia que ela
o atormentasse todas as noites com o ritual.
— Assim que ela acabar, você sai correndo para colocar mais.
Cole balançou a cabeça, preferindo ignorar a provocação.
— Isso é óbvio. Se ela tivesse noção do quanto eu gosto de observá-la,
jamais pediria chocolate quente de novo.
— Ou talvez acabasse logo com o seu tormento e o levasse para casa.
Cole disparou um olhar para o irmão. Chase costumava ser calado, mas
estava irritante de tão palpiteiro naquela noite.
— Há alguma razão especial para você me provocar neste momento?
Chase deu um riso forçado.
— Além do fato de você ficar admirando a moça furtivamente, como um
garoto em uma loja de doces, cheio de vontade e sem dinheiro para comprar nada? Não!
Nenhum outro motivo!
— Ela não quer participar do concurso.
— Que pena... — Chase deu um passo para o lado, anotando um pedido,
antes de retornar para o lado do irmão. — Não conseguiu convencê-la?
Cole balançou a cabeça, distraído.
— Ela tem uma irmã gêmea.
— Ah, não, duas Sophies? Agora está ficando interessante! Elas são
idênticas?
Cole deu uma cotovelada no irmão.
— Sim. E tire isso da sua cabeça.
7
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
8
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
11
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
13
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
evitar isso, aproximou-se dele e começou a fazer coisas que sempre sonhara, mas nunca
tivera a ousadia de fazer em sua própria pele.
Espalmou uma das mãos sobre o peito dele e ficou impressionada com a
firmeza de seus músculos, com o calor que emanava em ondas. Nem precisou forçar a
voz para que saísse rouca, pois isto aconteceu naturalmente.
— Vou adorar — respondeu.
Com cuidado, ele soltou-lhe a mão.
— A câmera está no meu escritório. Espere aqui um momento.
— Preferia ir com você.
A auto preservação brigava com a curiosidade. Precisava ficar longe dele,
aceitar a dor da rejeição sozinha. Mas sempre quisera conhecer o escritório, que era uma
extensão do homem. Sabia que o lugar revelaria muito sobre o dono.
Sabia que lá havia um sofá grande e confortável. Por várias vezes, ouvira os
irmãos dele contando piadas sobre cochilos no sofá, especialmente referentes à Mack,
que precisava fazer os trabalhos da faculdade, mas insistia em contribuir com o serviço no
bar.
Muitas vezes, Sophie o imaginara no escritório, atrás da sólida porta de
madeira, dormindo no sofá ou sentado na escrivaninha, em meio aos seus papéis. Agora,
queria saber se a realidade era igual à fantasia.
Embora relutante, Cole concordou:
— Tudo bem. — Ele a conduziu com uma das mãos em suas costas. Aquele
toque leve e simples a fez pensar em outras coisas. A mão grande e forte envolveu-lhe a
cintura.
Ele era grande, suas mãos eram duas vezes maiores que as dela. Com um
pequeno tremor, Sophie imaginou aquele toque rude em seu corpo, em toda a sua pele.
Sentiu palpitações no peito e um vazio cortante espalhando-se em seu interior.
A luz estava apagada, e a escuridão aconchegante a envolveu quando
entraram no pequeno quarto. Não saberia explicar como fizera, mas virou-se assim que
Cole fechou a porta, e seus corpos colidiram. Sentia os pés colados ao chão.
— Shelly...
A voz dele era grave, parecia alterada. Ela nem precisou respirar fundo para
sentir aquele perfume masculino que a deixou ofegante, os pulmões expandindo,
estimulados pelo contato do tórax musculoso contra o seu corpo.
Sem conseguir resistir, ela ficou na ponta dos pés e roçou o nariz no pescoço
de Cole. A sensação era tão maravilhosa quanto ela imaginara, o cheiro refrescante e
provocante, a pele ardente ao contato!
Cole pousou as mãos nos ombros de Shelly, envolvendo-a com os dedos
quase por completo.
— O abajur fica na escrivaninha — ele murmurou, as palavras saindo com
dificuldade.
Ela tentou se afastar, certa de que não era aquilo o que Cole desejava,
brigando para aceitar sua frustração. Mas ele inclinou o rosto e tocou o queixo
suavemente em sua cabeça. Ela respirou fundo diante daquele carinho que havia
esperado por tanto tempo. O desejo sexual era novo para ela, nunca havia experimentado
14
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
aquela atração por alguém até conhecer Cole. Precisava saciar a vontade irresistível e
apagar a chama acesa dentro dela, que a estava deixando louca.
Moveu-se levemente. Sentiu o abdômen tocar a parte inferior do corpo de
Cole e levou um choque ante a extensa e rígida ereção. Ofegante, empurrou seu corpo
para mais perto dele, procurando intensificar o contato, encorajada pelas descobertas.
Cole tornou a praguejar. No minuto seguinte, levantou o rosto de Shelly com
uma das mãos e suspirou quando seus lábios cobriram os dela, devorando-a,
saboreando-a, mantendo-a paralisada para o próximo e frenético movimento de sua
língua.
Sophie havia fantasiado muitas vezes aquele momento, mas nunca
imaginara que um simples beijo pudesse suscitar tantos desejos desconhecidos. Sentiu o
coração bater em descompasso, o estômago contrair. Sem defesas, abriu os lábios e
aceitou-o, pressionando todo o seu corpo no dele, amando sentir o entusiasmo de Cole, o
membro rígido contra seu ventre.
Ele interrompeu o beijo, sem a intenção de encerrar os carinhos.
— Cole... — ela sussurrou, enquanto os lábios dele queimavam sobre seu
queixo, seu pescoço, mordendo, lambendo. Sentia as mãos dele deslizando em suas
costas, segurando-lhe os quadris, aproximando-se de sua pélvis, os dedos trilhando sua
pele enquanto ele a puxava para si.
Ela agarrou-lhe os ombros, atordoada com a crescente urgência e com a
doce revelação de que ele de fato a queria!
Gemeu quando ele ajustou a postura, pressionando-a para que as pernas
dela abrissem espaço para o seu quadril vigoroso, puxando-a para que ela subisse nele.
A timidez não iria atrapalhar, mesmo diante de tanta novidade e intimidade.
Estava com Cole, que era tudo o que ela desejara desde a noite em que se
conheceram. Segundo sua tia Maude, ele era exatamente o tipo de homem que ela
deveria evitar: um pacote de tentações envolvido em uma embalagem máscula e
sedutora. Mas também era o homem mais incrível, gentil, magnífico e cuidadoso que
conhecera. Forte em todos os sentidos. Queria que cada fantasia pecaminosa que
imaginara com ele se tornasse realidade...
Cole afastou com a boca a gola do suéter de Sophie, para pressionar a boca
em sua pele macia. Ela imaginou se ele a havia deixado marcada, e desejou que sim.
Inclinou a cabeça para facilitar a tarefa, sentindo os dedos dos pés se curvarem para
baixo dentro dos sapatos.
— Maldição... — ele sussurrou.
Cole parecia adivinhar o desejo de Sophie e, segurando-a firme com uma
das mãos em seus quadris, ergueu a outra mão para circundar-lhe os seios,
proporcionando-lhe uma excitação inexplicável. Ele roçou a palma deliberadamente sobre
um mamilo, e quando ela gemeu de prazer, passou a afagá-lo com suavidade. Suas
bocas se encontraram novamente e ela ficou sem ar quando ele beliscou seus mamilos,
puxando-os e envolvendo-os com os dedos. Cole passeou a língua quente e úmida pela
boca de Sophie, que a aceitou com avidez.
Estavam apoiados contra a porta, envoltos por um intenso calor, protegidos
pela escuridão, quando ouviram uma batida que os fez interromper o beijo.
— Já tranquei tudo e estou indo embora. Só queria avisar. — Após um riso
discreto, Chase prosseguiu: — Podem continuar.
15
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
16
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Ah, nós nos veremos novamente. Você se esqueceu de tirar a minha foto.
Voltarei amanhã à noite, pode ser? — De brincadeira, tentando parecer arrojada e
garantir a credibilidade de sua estratégia, ela apanhou a luva de couro e afagou-lhe o
peito. — Talvez, então, possamos continuar de onde paramos...
Ele contraiu o maxilar e, quando saiu, Sophie o ouviu murmurar um
impropério.
Ela fechou a porta e ligou o carro. Seu coração ainda batia forte, o peito
formigava e tinha uma sensação estranha em seu íntimo, um vazio que precisava ser
preenchido. A noite havia sido deliciosa e ela queria mais.
Queria Cole Winston.
Capítulo II
A noite tinha sido terrível. Cole tomava café enquanto tentava ordenar os
pensamentos. Mas a falta de sono e a grande frustração sexual deixavam seu cérebro
lento, dificultando o raciocínio. Os acontecimentos no bar, a excessiva sensualidade e,
depois, a culpa galopante conspiravam contra ele, fazendo-o balançar com a vontade de
fazer amor com uma mulher que parecia, sentia e tinha o gosto de Sophie, mas reagia de
outra maneira. Todos esses elementos provocavam-lhe devaneios altamente eróticos e
ele acordara com um gemido preso na garganta, o corpo banhado em suor, todos os
músculos tensos.
Ainda podia sentir o sabor, o calor molhado dos lábios e da língua de Shelly,
a temperatura contagiante de seu corpo quando roçava no dele. Os seios dela tinham o
tamanho exato de suas mãos, os mamilos túrgidos, ávidos por sua boca. Queria tanto
sugá-los, afagá-los, até ela implorar por mais...
Engoliu em seco e fechou os olhos, sentindo o calor invadi-lo em ondas.
Suas mãos tremeram quando tateou procurando pela caneca de café. Tomou um gole
escaldante.
Precisava conversar com Sophie. Quando lhe dissesse o quanto estava
atraído por ela, como a queria, ela talvez reconsiderasse. Se não estivesse interessada
nele, poderiam deixar de ser amigos, embora essa não fosse exatamente a sua vontade.
Mas, pelo menos, sua confissão poderia afastar Shelly, acabando com a tentação. Não
agüentaria passar por aquilo de novo, arriscando-se a perder o controle. Droga, estivera a
ponto de deitá-la sobre a mesa, de deslizar as calças por suas longas pernas. Num
acesso de desejo, poderia ter feito amor com ela, e tinha a impressão de que teria sido
muito bom.
Mas não podia substituir uma mulher por outra, não seria justo com nenhuma
das duas. Na verdade, o desejo por Shelly era porque ela se parecia com Sophie. Mas as
duas não eram a mesma pessoa e Cole não podia confundi-las e perder a oportunidade
com Sophie.
Assim que terminou a terceira xícara de café extra forte, olhou para o relógio.
Por causa do trabalho noturno no bar, raramente se levantava tão cedo, mas naquela
noite fora impossível dormir. A cafeína ainda não fizera efeito, mas já eram quase nove e
meia e, até que chegasse à loja, Sophie já estaria lá. Shelly tinha razão: sua irmã era
como um pássaro matutino. Era melhor ele ir logo, antes que perdesse a coragem.
Aquele pensamento o fez rir, afinal, nenhuma mulher o deixara assim
nervoso desde os dezesseis anos. Mas também, nenhuma delas havia sido tão
17
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
importante quanto Sophie. Fazia sete meses que esperava por ela. Aquilo era ridículo.
Estava na hora de colocar um ponto-final.
Meia hora mais tarde. Cole abriu a porta entalhada de carvalho e vidro da
butique, ouvindo o tilintar dos sinos suspensos. Era um estabelecimento elegante e
pequeno, que exalava um aroma feminino e, naquela ocasião, estava decorado para o
Dia dos Namorados. No canto, uma mulher loira, de estatura baixa, preparava-se para
vestir um manequim nu com um elegante traje a rigor. Ela lançou-lhe um olhar por sobre a
borda dos óculos redondos.
— Já vou atendê-lo — disse, com a boca repleta de alfinetes, presos nos
dentes.
— Vim ver Sophie. Ela está?
A mulher se endireitou, mostrando interesse, e rapidamente dobrou a peça
de roupa em sua mão, colocando-a de lado, com os alfinetes por cima.
— Não, sinto muito. Ela vai chegar um pouco mais tarde hoje. Pediu-me que
abrisse a loja. Ela o estava esperando?
Cole negou com a cabeça. Não era do feitio de Sophie chegar tarde, e uma
ponta de preocupação lhe invadiu a mente.
— Ela está doente?
— Não, imagino que esteja apenas cansada. — A mulher sorriu e estendeu a
mão. — Sou a assistente dela, Allison. Muito prazer. Você não é o mais velho dos irmãos
Winston, donos da taverna? Vi sua foto há pouco tempo nos jornais.
Cole curvou os lábios em um sorriso maroto, tão bem utilizado para seduzir o
público feminino.
— Sou eu mesmo! Espero que tenha ignorado o artigo. Os jornais adoram
pegar a mim e aos meus irmãos desprevenidos.
O sorriso de Allison aflorou enquanto ela o brindava com um olhar
embaraçado e malicioso.
— Era uma bela foto. Eu guardei o artigo.
O flerte ostensivo não o incomodou; Cole sabia como se esquivar de
interesses femininos de modo gentil, sem jamais ferir os sentimentos de uma garota.
Infelizmente, não havia conseguido fugir de Shelly.
Abruptamente, mudou de assunto.
— Você sabe a que horas Sophie vai chegar?
— Desculpe, mas não sei. Ela apenas disse "mais tarde" em meio a um
grande bocejo. Acho que está um pouco zonza e precisando dormir um pouco mais esta
manhã.
— Ela provavelmente ficou até tarde com a irmã.
Cole franziu a testa com o pensamento. E se Shelly já tivesse relatado os
eventos da noite passada? Se tivesse contado como ele a havia beijado... Elas
provavelmente haviam ficado sentadas até tarde, falando mal dele e de sua maldita falta
de controle.
Droga, Shelly não deveria interferir no descanso da irmã. Cole sabia que
Sophie trabalhava muito e, se alguém tivesse de perturbar seu sono, seria ele!
Allison riu.
18
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Não deve ter sido por isso, já que ela não tem irmã. Sophie é filha única.
Cole ficou surpreso por Allison não conhecer bem sua chefe, mas lembrou-se
do quanto Sophie era reservada, o quão pouco falava, e entendeu.
— Shelly é sua irmã gêmea. Ela está na cidade para uma rápida visita.
Allison balançou a cabeça e colocou as mãos sobre os quadris.
— Não sei quem andou mentindo, mas Sophie é totalmente sozinha. Ela
perdeu a família quando era criança. Sua tia a acolheu e a criou, mas ela morreu há um
ano.
O coração de Cole disparou, depois tornou a se estabilizar.
— Tem certeza disso? — ele quis saber, esforçando-se para controlar o
nervosismo.
— Absoluta. — Bombardeado por uma mistura de sentimentos, a maioria
deles confusos. Cole apoiou as mãos no balcão e inclinou a cabeça para a frente,
pensando profundamente. Não existe nenhuma irmã gêmea.
— Ei, está tudo bem?
Ele concordou com a cabeça e esboçou um sorriso casual, tentando parecer
normal, mas, na verdade, estava desnorteado. Reviu a cena da noite anterior e percebeu
que uma crescente ternura ameaçava dominá-lo. Sophie estava totalmente sozinha no
mundo, sem nenhum parente ao redor. Ele também havia perdido os pais, então, sabia
como isso era devastador. Mas sempre contou com os irmãos e eram mais próximos do
que muitas famílias completas. Queria proteger Sophie, confortá-la, dizer que ela nunca
mais ficaria só.
Em seguida, seus pensamentos se desviaram para o calor e a volúpia da
noite anterior. Um fluxo de lascívia incandescente forçou-o a agarrar com força o balcão.
Se Sophie não tinha uma irmã, então seu dia adquiria uma nova perspectiva. A ansiedade
comprimiu-lhe o peito.
— Você conhece bem Sophie? — Tomou cuidado para a pergunta parecer
despretensiosa, para não levantar suspeitas. Allison deu de ombros.
— Claro. Trabalho com ela desde que comprou o ponto, há cerca de sete
meses.
— Eu me lembro de quando a loja foi inaugurada.
Cole podia sentir o sangue ferver nas veias. Sentiu o corpo enrijecer,
pressionando o rústico zíper do jeans, mas ele não podia evitar. Moveu-se,
desconfortável, lembrando-se da noite anterior, de como havia tocado Sophie, beijado...
Sophie. Conhecia aqueles seios e o modo como se aninhavam perfeitamente na palma de
suas mãos. A textura de seus delicados quadris, o gosto de sua pele...
E sabia que Sophie Sheridan, atriz e impostora, o desejava o suficiente para
fingir ser outra pessoa.
Cole clareou a garganta duas vezes antes de voltar a falar.
— Sophie e eu nos conhecemos razoavelmente bem. Mas eu poderia jurar
que ela havia mencionado alguma coisa sobre uma irmã.
— Não. — Cheia de segredos, Allison sentou-se no banquinho da caixa
registradora e apoiou os cotovelos no balcão.
— A tia era sua única parente, e as duas eram muito ligadas. Sophie foi
morar com ela quando ela ficou doente. Mas a pobre senhora morreu no ano passado. Foi
19
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
um baque terrível para Sophie, que pegou a herança e se mudou para cá, para ficar longe
das lembranças. — Allison sacudiu a cabeça. — Está interessado nela?
Sim, ele estava interessado! Sabia que seus olhos brilhavam quando sorriu
para Allison, fazendo-a corar.
— Somos amigos, mas eu queria lhe fazer uma surpresa no Dia dos
Namorados, alguma coisa mais... pessoal. Poderia me fazer um grande favor e não
mencionar que estive aqui ou que perguntei por ela? Não quero estragar a surpresa.
Com os olhos muito abertos, Allison fez o sinal da cruz sobre o peito, com o
dedo indicador.
— Não direi uma palavra. Sophie merece um pouco de diversão.
Ah, ele com certeza lhe proporcionaria diversão! Cole saiu da loja, com
vontade de saltitar e esfregar as mãos de ansiedade. Sophie Sheridan estava prestes a
conseguir o que procurava. Mas não sua parte tímida, pensou, lembrando-se de como ela
se recusara a participar do concurso, de como se retraía quando ele a tocava. E, sim, a
sexy Shelly!
Cole sorriu, sem imaginar como agüentaria esperar o dia inteiro. Só de
pensar que a noite poderia pôr um fim em suas frustrações, traçava uma estratégia para
que nada saísse errado. Havia lidado com Shelly à noite, e agora Sophie lidaria com ele
de manhã.
Ele faria uma surpresa no Dia dos Namorados que ela não esqueceria
jamais!
Sophie estava se arrastando na hora em que saiu do trabalho. A combinação
da madrugada, do estresse da decepção e da ansiedade de começar tudo de novo
deixara sua cabeça e seu corpo esgotados. Tia Maude acreditava nas palavras de
Benjamin Franklin, aqueles que dormiam cedo e acordavam cedo se tornavam pessoas
mais saudáveis, prósperas e sábias.
Sempre aderira a essa filosofia, feliz em fazer o máximo para agradar à
pessoa que a havia criado e amado. Mas tinha se deitado quase às duas da manhã e não
conseguira pregar o olho, por causa de tanto desejo reprimido. Não estava acostumada
com aqueles fortes sentimentos que a mantiveram acordada. Em vez de se entregar ao
sono, ficara recordando a deliciosa sensação do corpo forte e quente de Cole pressionado
ao seu, as coxas musculosas entre as suas, as mãos grandes em seus seios. Havia
sentido um tremor diferente que perdurara toda a madrugada.
Allison fora prestativa, mas estivera muito alegre o dia inteiro, sorridente e
barulhenta, e Sophie ficara aliviada ao colocar a placa de "Fechado" na vitrine da frente
da loja.
Apesar do cansaço, estava ansiosa para encontrar Cole, agora que haviam
travado certo conhecimento mais pessoal. Conhecera o toque de seu corpo, a avidez com
que a beijara e seu sabor impetuoso.
Quando entrou no bar, tremendo por causa da noite gelada. Cole
imediatamente a fitou, atraindo-a com seu olhar flamejante. Ela teve a sensação de que
ele a estava procurando e sentiu o coração disparar. Seu sorriso estava diferente, mais
caloroso e íntimo. Imaginou se aquilo seria resultado do "efeito Shelly".
Por um instante, teve ciúmes de si mesma.
Quando Cole apanhou uma caneca para colocar o chocolate quente,
libertando-a de seu olhar, ela sentou-se à mesa de sempre. Sentia o ventre formigando e
o peito pesado enquanto aguardava que ele a servisse. Tinha de aparentar ser ela
20
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
mesma, pensou, restringindo a conversa, bebendo seu chocolate quente como se nada
tivesse acontecido.
Só que, desta vez, ele não lhe serviu a bebida e saiu depois de dizer
algumas palavras gentis. Ao contrário, colocou a xícara na frente dela e sentou-se à sua
frente, escorando o queixo no largo punho cerrado, sorrindo diretamente para dentro de
seus olhos atordoados. Cole a examinou até ela se contorcer, todos os sentimentos da
última noite penetrando seus músculos como uma brasa ardente. Ela sentiu a respiração
ficar rápida e curta, e os mamilos se retesar. Arqueou os ombros, esforçando-se para
esconder os seios.
Cole sorriu com malícia, a expressão sensual e intensa, observando-a como
se nunca a tivesse visto antes. Para quebrar a tensão, ela apontou com a cabeça para a
caneca fumegante.
— Obrigada. Passei o dia inteiro esperando por isto.
— Eu também...
Ela fez uma pausa antes de levar a colher cheia de creme à boca. Porém,
antes que conseguisse completar o movimento. Cole se debruçou sobre a mesa e, com a
mão larga, envolveu a dela e levou a colher até sua boca, o olhar fixo em seus lábios.
Como um zumbi, ela aceitou a oferta, obediente. Devagar, Cole retirou a
colher vazia por entre os lábios cerrados e a colocou no pires; seus olhos emanavam
tanto calor que ela se sentiu acarinhada por inteiro. Com o polegar, ele cuidadosamente
removeu um pouquinho do creme que havia ficado no canto de sua boca. O gesto foi tão
sexy que ela experimentou uma excitação extraordinária. Com o polegar, ele ociosamente
esfregou seu lábio inferior, e por alguns segundos Sophie sentiu a visão embaralhar e
teve que fechar os olhos para readquirir o equilíbrio. Se ele continuasse por mais um
segundo que fosse, acabaria por perder os sentidos aos pés dele.
— Você já namorou, Sophie? — ele quis saber, fazendo uso de uma voz
suave, quase um suspiro.
As mãos dele permaneciam abertas sobre a mesa e ela o observou
aproximando os longos dedos em direção aos seus. Manteve as mãos a salvo, pousando-
as no colo. Se ele a tocasse de novo, imploraria por mais, acabando com o disfarce.
— Por que a pergunta?
— Curiosidade. — O sorriso pernicioso de Cole era sexy demais para
aquelas palavras, mas também divertido. — O encontro com sua irmã na última noite me
fez imaginar por que vocês duas são tão... diferentes.
— Então você gostou de Shelly? — perguntou, já sabendo a resposta.
Se Chase não os tivesse interrompido, suspeitava que a intimidade entre os
dois teria sido total. O que haviam desfrutado tinha sido muito bom, mas também muito
frustrante. Os incríveis sentimentos que ele havia despertado estavam aumentando, e
Sophie queria saber o que aconteceria, a imensidão do que poderia se tomar. Desejava
sentir aquele corpo masculino nu, tracejar com a ponta dos dedos os músculos salientes,
pele na pele. Seu perfume era mais forte no pescoço e ela imaginou como seria em
outras partes do corpo, no tórax, no abdômen e onde aquela potente ereção a havia
pressionado.
Sophie quase ficou sem ar quando Cole se aproximou e tocou com os dedos
um cacho de cabelos que caía sobre seu ombro.
— É verdade, gostei de Shelly. Mas gosto de você também.
21
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
artifício era desnecessário. Ele soube que ela era a mulher de sua vida desde que haviam
se conhecido. Tudo o que ela precisava fazer era sorrir ou pedir seu chocolate quente
para ele se sentir hipnotizado por seu encanto.
— Se eu não estiver errado, Sophie está tentando conseguir uma coisa sem
perder a outra.
— E você seria essas duas coisas? Ele assentiu com a cabeça.
— Ela foi superprotegida por uma tia idosa e não namorou muito. E não quer
se arriscar a perder o conforto das visitas ao bar todas as noites. Imagino que sua vida
social se limite a isso. Sophie deve imaginar que não poderá mais vir aqui se provocar
uma situação embaraçosa entre nós dois. Mas, se tivermos um caso, as coisas podem
mudar. Quando eu lhe explicar tudo, ela verá como está sendo tola.
— Vai confessar que sabe que ela é filha única?
— Por Deus, não! — Cole descartou a idéia. Em toda a sua inocência,
Sophie estava lhe oferecendo uma fantasia e ele não iria, de modo algum, atrapalhar a
pequena encenação. Além disso, queria ver até onde ela iria. — Pretendo mostrar que eu
a quero, não importa quem ela seja.
— Acho que você só está considerando o seu lado. Há uma grande
probabilidade de ferir os sentimentos da garota.
— E você tem muita experiência no assunto?
Os namoros de Chase eram mais restritos do que os de Cole. A morte dos
pais o abalara profundamente e, desde então, ele ficara quase recluso. Não que fosse um
monge; era, apenas, muito seletivo e bastante volúvel. Era difícil lembrar-se de uma
mulher com a qual Chase houvesse saído mais do que três vezes.
Chase balançou a cabeça.
— Não precisa ser um gênio para perceber que ela ficará constrangida. E as
mulheres têm um comportamento estranho em questões como essa. Ela pode perdoá-lo
por machucá-la sem querer com uma brincadeira estúpida. Mas experimente ferir seus
sentimentos e ela jamais esquecerá!
Como não era bem isso que Cole esperava ouvir, ignorou o aviso. Sophie
tinha dois lados e ele pretendia satisfazer a ambos.
Naquele instante, ela entrou no bar e, por incrível que parecesse, estava
mais bonita do que na noite anterior. Lógico que agora ele a estava observando de um
modo diferente. Aquela era a sua Sophie, tão tímida e doce, mesmo com um visual
incrivelmente sexy! Aquela combinação era a garantia de problemas.
Ela usava o mesmo casaco longo de couro, dessa vez sobre uma blusa
branca abotoada na frente, saia preta curta e sapatos pretos de plataforma. Estava
sensualmente feminina e apetitosa...
— Lá vêm Sophie e Shelly, então, é melhor controlar os olhares... e o resto.
Com as palavras de Chase, Cole desviou o olhar de Shelly Sophie e voltou-
se para os irmãos.
Mack foi o primeiro a falar, fascinado com a imagem daquela mulher
fantástica.
— O que aconteceu com ela? Está parecendo muito mais bonita!
24
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Vou contar — prontificou-se Zane. — Ela sempre foi atraente, mas parecia
não estar consciente disso. Ela sempre foi muito... contida. Agora, seu lado de mulher
fatal está aflorando.— Ele riu. — Eu gosto disso!
Cole não se preocupou em responder a cada irmão.
— Vou fotografá-la. Gostaria de ter privacidade enquanto estivermos no
escritório.
Mack sorriu com malícia, de orelha a orelha.
— Precisa de privacidade para tirar uma foto?
Zane deu um peteleco no irmão, que lhe lançou um olhar de desagrado e
devolveu o safanão.
— Não o provoque, Mack — disse Zane, roçando-lhe o ombro. — Droga, fico
contente em vê-lo finalmente liberando as amarras. — Virando-se para Cole, prosseguiu:
— Você parece mais um avô do que um irmão mais velho.
— Uau, obrigado! Mack riu novamente.
— Prometemos dar todo o espaço que precisar. Ainda bem que hoje é sexta-
feira. Posso fechar o bar junto com Chase, se você quiser.
— Boa idéia. Obrigado — Cole afastou-se dos irmãos para encontrar Sophie.
Alguém ligou a máquina de música tipo jukebox e Cole precisou gritar para
que ela o ouvisse.
— Vejo que recebeu meu recado!
Ela o encarou, devorando-o com o olhar, e ele já sabia como interpretar os
sinais.
— Sim. Ah... Sophie me pediu para vir um pouco mais tarde. A que horas
fecha o bar?
— Acho que em poucos minutos.
Um casal dançava arrastado perto deles, agarrados um ao outro, mal se
movendo enquanto fingiam interesse pela música. Cole sorriu, malicioso.
— Você dança?
Enquanto aguardava a resposta, pegou-a pelas mãos, trazendo-a para perto
dele. Ela empalideceu.
— Não, eu não... é que...
— Ninguém está prestando atenção — ele a persuadiu. Puxou-a para seus
braços ao mesmo tempo em que via, sobre os ombros dela, o olhar extasiado dos irmãos.
Aquilo também não importava. Franziu o cenho e balançou a cabeça para eles. Os três
retribuíram o gesto, expressando vários graus de humor e curiosidade.
Sophie aninhou a cabeça nos ombros dele.
— Não sei dançar muito bem.
— Está indo bem. — Ele pousou o rosto na têmpora dela, desfrutando aquele
calor, aspirando o doce e conhecido aroma. Ela despertava seus instintos primitivos, e ele
queria, de alguma forma, marcá-la como sendo sua. Apertou-a mais forte, os
pensamentos correndo soltos, cheios de planos para a noite. — Gosto de abraçar você.
Sentindo um leve arrepio, ela se inclinou para trás para poder observá-lo.
25
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Assim, abraçou-a com mais força, uma das mãos apoiando-lhe a nuca, os
dedos entrelaçados em seus cabelos sedosos; com a outra mão, pressionava-lhe a base
da coluna, impelindo o corpo dela a um contato mais íntimo com o seu.
E ela, prontamente, entregou-se. Não ofereceu nenhuma resistência. Ele
colocou a língua entre os lábios dela, lambendo-lhe a boca com movimentos profundos,
exploratórios e excitantes. Ela pôs as mãos em seu peito másculo, puxando o tecido da
camisa.
— Cole...
Uma batida na porta anunciou a chegada das bebidas. Ele vislumbrou o olhar
sonhador e as faces avermelhadas de Sophie e sorriu.
— Não saia daí.
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
Cole abriu a porta e apanhou a bandeja que Chase lhe entregava.
Sorriu outra vez ao voltar-se para ela e colocou a bandeja na escrivaninha.
Puxou-a para si de novo, tocando a pele suave do rosto e do queixo. O rosto dela era tão
precioso! Beijou-a novamente e empurrou-a com delicadeza em direção à escrivaninha.
Sophie se agarrou a ele e, quando ele a levantou para que ela sentasse na beira do
móvel, apenas suspirou.
— Fico feliz que esteja de saia, garota. — Ele trilhou um caminho de beijos
por sobre o queixo, descendo para o pescoço...
— Por quê? — ela quis saber, já quase sem fôlego.
Ele a fitou, divertido com sua inocência, encantado com seus olhos
semicerrados e a expressão confusa. Com vagar, escorregou uma das mãos pela lateral,
até os joelhos dela e, para baixo de sua saia.
— Ah!
Ele forçou o riso, mas aquilo fora difícil. Os quadris de Sophie eram quentes
e macios, e enquanto seus dedos os exploravam, ele percebeu que ela usava meias de
náilon. Ofegou baixinho e a beijou, arqueando-a sobre a escrivaninha, louco de desejo.
Com a saia levantada, era fácil abrir-lhe as pernas e encaixar os quadris. Fez uma pausa
na fantástica exploração daquelas pernas para tocar-lhe os pequenos e perfeitos seios.
— Posso sentir seu coração disparado — disse, próximo aos lábios dela.
Sophie pressionou o rosto contra o peito viril.
— Adoro sentir o seu toque.
— Então, vai gostar mais ainda disto. — Ele abriu um botão para libertá-la da
blusa de gola em "V".
Sophie segurou a respiração. O botão seguinte se abriu, mostrando a pele
suave e sedosa de seu colo, no vão entre os seios. Cole afundou os dedos e acariciou-a
por inteiro, aproximando-se o suficiente dos mamilos para fazê-la tremer de expectativa.
— Não há nada mais macio e doce na Terra do que os seios de uma
mulher... — ele contemplou, enquanto continuava com os carinhos, contornando e
envolvendo-os com a palma das mãos, maravilhado com a resistência daquela pele
macia.
Sophie soltou um discreto gemido, e Cole abriu outro botão. O sutiã era
branco e rendado, a lingerie mais sexy que ele já havia visto. Imaginou se combinava com
a liga e a calcinha.
27
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Ele abriu os últimos botões da blusa, tirou-a e jogou-a longe, para então
cobrir-lhe os seios com as mãos.
— Tão bonita... — Suspirou, cheio de desejo.
Sophie sentiu o peito tremer pela respiração profunda. Cole roçou o fecho do
sutiã com a ponta dos dedos.
Quando a música no bar cessou, ela levantou a cabeça, assustada.
— Shhh, está tudo bem. Eles estão fechando. Está na hora de todo mundo ir
para casa.
Ela piscou seguidas vezes como se quisesse conciliar os pensamentos.
— Você também precisa ir?
— Não, se você não quiser... — Ele lhe deu um caloroso e leve beijo. — Mas
eu gostaria de levá-la para casa comigo, querida. Meu apartamento fica a apenas
algumas quadras daqui. O sofá do escritório é bom para um rápido cochilo, mas eu não
pretendo dormir e não quero que nada seja rápido esta noite. — Ele tocou-lhe o rosto, a
ponta dos dedos deslizando sobre a parte inferior do queixo. — Não quero apressá-la. Sei
que as coisas estão caminhando um pouco rápido demais. — Depois de um pequeno
sorriso, prosseguiu: — Afinal de contas, acabamos de nos conhecer. Mas eu quero você,
e você obviamente me quer também. Você iria para a minha casa? Passaria a noite
comigo?
Ela abriu bem os olhos, as sobrancelhas se arqueando. Cole podia ver a
pulsação forte em seu pescoço.
— Sim... — Ela engoliu em seco e sorriu. — Eu adoraria ir.
Cole sorriu, sarcástico, ante os modos refinados de Sophie, querendo caçoar
dela, mas se sentindo incapaz de fazer qualquer tipo de brincadeira.
Era perceptível o quanto ela estava sem jeito. Cole queria que ela
acreditasse nele, queria possuí-la de corpo e alma.
Ela permaneceu em silêncio enquanto ele estacionava e a conduzia ao
segundo andar do prédio. O silêncio não era tão desconfortável, mas misturava-se à
tensão e à excitação. Um instinto primitivo queria ser saciado ao ver Sophie em sua casa,
em seu território, em sua cama. Ele queria celebrar a posse e pretendia fazer tudo certo.
Nunca agira como um selvagem, mas, naquele momento, conseguia se visualizar uivando
e matando dragões para provar o seu amor.
Sophie olhava ao redor enquanto ele abria a porta e a convidava a entrar.
— Minha casa é bastante simples. Não sou muito ligado em decoração, e até
pouco tempo atrás, meus irmãos moravam comigo. Mack se mudou para o campus no
ano passado e foi o último a sair.
Cole observou enquanto ela conferia cada detalhe, a mobília de couro
escuro, as mesas de carvalho, os prêmios e troféus que os irmãos haviam conquistado
nos esportes e nos estudos.
A cozinha americana aparecia através de uma passagem em forma de arco.
Os quartos ficavam no fundo, após um pequeno corredor.
— É muito agradável.
Cole tirou a jaqueta e, em seguida, pegou o casaco dela, colocando-os sobre
o braço da cadeira.
28
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Zane costuma zombar de mim dizendo que sou um dono de casa, mas eu
gosto de manter o ambiente em ordem e, na verdade, ele também é assim. Ensinar
aqueles três a lavar as roupas, limpar o chão e cozinhar foi uma tarefa e tanto, mas valeu
à pena.
Ele forçou um sorriso para deixá-la relaxada, fazê-la conhecê-lo melhor.
Estava contando coisas que nunca havia conversado com nenhuma outra mulher e,
verdade seja dita, ela parecia fascinada.
— Quantos anos você tinha quando seus pais morreram?
— Vinte e dois. Havia acabado de terminar a faculdade. Mack e Zane ainda
estavam no ensino fundamental, mas Chase estava no ensino médio.
— Deve ter sido muito difícil.
Ele concordou com um gesto de cabeça, sem querer reviver o passado e
todos os problemas que brotavam diariamente.
— Conseguimos passar por isso. Eles eram bons garotos, apenas um pouco
desorientados pelos acontecimentos. Levou um tempo até as coisas se acertarem, até
superarmos a perda.
Cole teve vontade de perguntar a ela sobre suas tristezas, mas como não
podia mostrar que conhecia a verdade, engoliu a frustração. Poderiam aproveitar a
oportunidade para construir uma intimidade e não para se esconderem atrás de segredos.
— Você está com fome? Ou gostaria de beber algo? — indagou, de repente.
Após alguns momentos de hesitação, aquele intrigante rubor deixou as faces
de Sophie rosadas. Subitamente, ela se lançou até ele. Seus braços envolveram firme o
pescoço de Cole, quase o sufocando.
— Tudo o que eu quero é terminar o que começamos no bar. — Ela o
assediou com frenéticos beijos no pescoço, nariz, orelhas, fazendo-o rir e, ao mesmo
tempo, suspirar com um incrível ímpeto de desejo. — Quero que você se deite comigo,
me toque e...
— Querida, pare antes que eu fique maluco.
Para garantir a cumplicidade, ele a beijou, segurando seu rosto e
pressionando a língua profundamente, sentindo o seu gosto, fazendo amor com os lábios.
As palavras de Sophie o haviam tocado, fazendo com que seu corpo ardesse de desejo.
Ele arrancou-lhe a blusa de dentro da saia e, com rapidez, abriu os botões,
retirando-a pelos ombros. Ela o ajudou, levantando os braços e tentando manter as bocas
unidas.
— Calma, querida. Temos a noite inteira. Não precisa ter pressa.
Ele a acalmou acariciando com as mãos suas costas nuas, distribuindo
beijos pequenos e úmidos sobre sua pele. Sophie o agarrou pelos quadris, obrigando-o a
se aproximar, fazendo-a sentir sua rígida ereção, aninhada em seu ventre macio.
Ela gemeu com excitação e deleite.
— Cole?
— Diga... — ele murmurou, entretido com o sabor, a textura e o aroma da
pele dela.
— Tire a sua camisa também...
Ele hesitou, com medo de perder o controle caso ela começasse a tocá-lo
demais. Mas os olhos dela, delicados e enormes, o fitavam, instigando, exigindo. Seria
29
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
uma luta titânica resistir. Com o coração batendo forte, desabotoou parte da camisa e a
tirou pelos ombros. Depois arrancou a camiseta pela cabeça, jogando as roupas ao chão.
Sophie o examinava intensamente e com intimidade.
— Pode me tocar, querida.
Como ela parecia tímida, ele segurou a mão delicada, beijou-lhe a palma e a
colocou estendida sobre seu peito. Sophie lambeu os lábios enquanto o acariciava.
— Você é tão rígido e quente...
Ele riu. "Ardente" seria uma definição melhor e não havia dúvida do quanto
estava "rígido". Sentia como se a calça jeans fosse estourar a qualquer minuto. Com
dificuldade, manteve o controle e levou as mãos aos botões laterais da saia dela.
— Cole... — Ela se retesou, a voz cheia de ansiedade.
— Quero vê-la nua só para mim — confidenciou ele. Cobriu-lhe o rosto com
as mãos e puxou-a para mais perto. — Você é muito linda. Poderia passar a vida inteira
olhando para você e não seria o suficiente.
— E nós, certamente, não temos todo esse tempo, não é mesmo? Eu... eu
vou partir em alguns dias.
Quando é que ela iria parar com aquela fantasia ridícula? Era muito difícil
não chamá-la pelo nome, não confessar o quanto se importava com ela. Mas aquela era a
fantasia dela. Cole procurou convencer-se, e estava determinado a continuar com a farsa,
ajudando-a a atingir seus objetivos, dando a ela tudo o que ela sempre quisera.
— Tem certeza de que não pode ficar mais tempo na cidade?
— Não — ela o interrompeu de imediato e com firmeza, colocando-se atrás
dele para abraçá-lo pela cintura. — Não, nós só temos esta noite, mas é tudo o que eu
preciso. Apenas uma noite. Uma experiência excitante para nós dois e nada mais.
Cole sentiu a autoconfiança diminuir. Será que não havia entendido direito?
Será que ela realmente só queria um caso breve?
As palavras "apenas uma noite" ecoavam em sua cabeça. Ao contrário
dele,talvez Sophie tivesse permanecido solteira por escolha própria. Deus era testemunha
de que ela poderia atrair todos os homens que quisesse. Se ele descobrira sua
sensualidade oculta sob a personalidade reservada, outros homens também já deviam tê-
la visto da mesma maneira.
A raiva o invadiu. O artifício dela não parecia mais tão inocente, e ele estava
ficando cada vez mais determinado a deixá-la totalmente satisfeita, tão saciada que não
seria capaz de negá-lo nunca mais. Daria o que ela queria e muito mais. Antes de a noite
terminar, ela estaria tão viciada quanto ele.
Uma única noite.
— Tire a saia, querida. Deixe-me tocá-la.
As palavras murmuradas soaram pesadas, até Sophie relaxar e ceder. Cole
deu um passo para trás para permitir que ela se movesse com liberdade. Os olhos dela
pareciam mais cinza do que azuis quando encontraram os dele, à procura de um
incentivo. Diante do sorriso de Cole, ela cuidadosamente liberou o botão do cós da saia e
abriu o zíper. A roupa escorregou por seus quadris, parando nos tornozelos. Cole a
apoiou pelas mãos para que ela tirasse os pés da saia, livrando-se também dos sapatos.
As meias escuras e sensuais cobrindo suas longas e esbeltas pernas, o
fizeram suspirar, mas foi a visão de sua cintura fina e do ventre liso que abalou seu
autocontrole. A calcinha era clara e o pequeno triângulo de penugem castanha era visível
30
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
31
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Capitulo III
33
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
34
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
35
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
abaixo da cintura, já que ele não o havia abotoado e nem fechado o zíper. Seus pés
descalços eram grandes e afastados, o dorso salpicado com pelos negros.
Sophie queria gemer de prazer; queria dizer a ele para ficar ali parado,
deixando-a admirá-lo até não poder mais.
— Estava pensando no seu corpo e no quanto foi injusto não poder tê-lo
tocado mais.
Ele parou por um instante, depois estremeceu com a idéia. Seus olhos
fecharam e abriram, perigosamente brilhantes.
— Se quiser mesmo fazer isso, vai ter a sua oportunidade. — Ele espalhou
bastante creme sobre uma das canecas de chocolate, formando uma pequena montanha,
e a serviu com uma colher. Sophie sentou-se e encostou-se na cabeceira da cama,
equilibrando a xícara quente entre as mãos. Inclinando-se para frente, ela sorveu o
creme, consciente do olhar de Cole.
Ele tocou-lhe uma das faces com a mão, afastando o cabelo dela para trás
da orelha.
— Gostaria de fazer amor com você até de manhã, doçura, se estiver pronta
para isso.
Sophie detectou um brilho diferente nos olhos dele. Cole parecia muito
estimulado, e ela colocou a caneca na mesinha de cabeceira para lhe dedicar total
atenção.
— Eu também adoraria. Quero que esta noite seja o suficiente para
permanecer como tatuagem na minha lembrança.
— Você nunca esteve com outro homem, não é? — Cole sussurrou,
acariciando-lhe as coxas. — Não diga nada — pediu, colocando o dedo sobre os lábios
delicados quando ela tentou contestar. — Não estou julgando ou pedindo maiores
detalhes. Mas eu conheço o corpo das mulheres, querida. Ou você era virgem ou não tem
estado com um homem há muito tempo. Receio tê-la machucado.
Sophie sentiu a alma tocada. Ele era tão maravilhosamente atencioso, tão
decididamente másculo! Tinha um jeito protetor e viril e ela poderia viver feliz para sempre
ao lado dele. Cole já dera a entender que gostaria de continuar o relacionamento com
Shelly e ela estava muito tentada. Mas como conseguiria gerenciar a situação? Estava
exausta por ter de manter aquele jogo por alguns dias. Havia perdido mais horas de sono
do que nunca. A loja demandava sua atenção durante as manhãs e ela não podia
conciliar as noitadas com Cole e seu turno normal de serviço. E quanto mais tempo
passasse com ele, maior o risco de ser descoberta. O que ele pensaria se soubesse que
ela estava se passando por duas pessoas? Tremeu com a mera possibilidade.
— Quero tudo o que você puder me dar esta noite. Meu pequeno desconforto
não é nada em comparação ao que sinto fazendo amor com você! — suplicou ela com os
olhos marejados.
Os músculos dos ombros e do pescoço de Cole se contraíram ainda mais.
Abruptamente, ele se levantou e apanhou a câmera.
— Me dê um sorriso, querida.
Sophie sorriu, com certo esforço. A óbvia excitação sexual de Cole disparou
a dela. Depois de tirar a foto, ele olhou o resultado, meneando a cabeça com satisfação,
colocando a câmera Polaroid de lado.
36
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Agora, vamos terminar nossas bebidas... depois que você se livrar dessa
camisa.
Mais uma vez, ele desabotoou-lhe a blusa, brincando com ela, beijando cada
parte de pele recém-descoberta,tentando-a. Sophie se deleitou com a atenção a cada
detalhe. Cole se ajoelhou em frente a ela para remover a cinta e as meias de seda.
— Dessa vez, eu a quero completamente nua...
Para sua surpresa, quando Cole acabou de despi-la, não tentou fazer amor
com ela de imediato; ao contrário, quis observá-la com a caneca de chocolate quente.
Sophie ria toda vez que ele levava uma colher cheia de creme à boca. Mas ele era
persistente, persuadindo-a, e antes que as bebidas acabassem, ela estava se deliciando
e provocando-o sem piedade, lambendo a colher e, às vezes, os dedos dele, fazendo-o
gemer em reação. Ela nunca havia namorado assim e gostava daquilo.
E a julgar pelo comportamento de Cole, ele também estava adorando.
Sophie se lembrou das noites que passara no bar, apreciando sua bebida, e
sabia que, a partir de agora, teria de abandonar seu programa preferido. A exemplo do
que a cafeína fazia com outras pessoas, o chocolate sempre lhe dava coragem para
enfrentar o resto da noite depois de um longo dia de trabalho. Mas agora, se Cole a
olhasse daquele jeito no bar, ela se lembraria de seu toque, de seu beijo. Embora aquilo
estivesse acontecendo com "Shelly", é claro que ela, Sophie, seria afetada. Infelizmente
teria de mudar sua rotina. Mas valeria a pena perder seu pequeno conforto pelo prazer
daquele momento.
— O modo como você faz isso deveria ser proibido pelo bem da
humanidade. — Ele sorriu. — Você é muito sensual.
— Eu? Você é o único que ainda está de roupa. Inclinando-se para frente,
ele a beijou, a língua deslizando em seus lábios e, depois, penetrando-lhe a boca
profundamente, antes de se afastar.
— Este é um problema muito fácil de resolver.
Cole se levantou e despiu as últimas peças de roupa. Sophie ficou sem ar ao
vê-lo. Ele já estava pronto, rígido, e o corpo dela reagiu, queimando em brasa.
— Agora vamos terminar o que eu comecei e não pude completar.
Ela não conseguia imaginar o que seria. Tudo parecia tão completo. Sophie
sentiu todas as terminações nervosas vibrar ao lembrar como ele a tocara e a beijara.
Seus olhos se arregalaram quando ele a envolveu, deitando-a rente na cama. Ele cruzou
uma das pernas dela sobre seu colo e manteve a outra atrás dele. Sem dizer uma
palavra, inclinou-se e, com gentileza, mordiscou-lhe a orelha, a língua explorando e
acariciando. Fechou uma das mãos sobre um seio, esfregando os dedos ao redor dos
mamilos, até vê-la se contorcer de prazer.
Sophie fechou os olhos, excitada pelo toque e por perceber a rapidez com
que ele a excitava. Nunca imaginara sentir aquilo em sua vida!
Cole passou a explorar outras partes de seu corpo, descendo para o
pescoço, os ombros, lugares que ela nem desconfiava serem tão sensíveis. E toda vez
que ele beijava sua pele, a cada mordiscar, ela sentia um fluxo de sensações
atravessando seu corpo, concentrando-se entre suas coxas.
— Há muitas coisas que eu queria fazer com você, amor.
— Sim...
37
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Amaria tudo o que ele quisesse fazer; Cole parecia saber coisas sobre seu
corpo que ela jamais imaginara.
— Seu gosto é muito doce — ele murmurou, alcançando-lhe os seios.
Ele tinha a respiração acelerada e a boca emanava calor quando cobriu o
mamilo. Sophie reagiu arqueando as costas e ele a tranqüilizou, sussurrando até que ela
relaxasse novamente, embora sentisse seus batimentos ainda galopantes.
— Fique tranqüila e me deixe fazer amor com você, garota. Tranqüila? Ela
sentia o corpo inteiro tenso e sensível. Então, ele aproximou os dentes afiados de seu
mamilo e foi o suficiente para alarmá-la. Com a sensação, ela gritou, mas ele continuou a
atormentá-la delicadamente. Ela tentou segurar-lhe a cabeça, mas Cole prendeu as mãos
de Sophie com um dos punhos e segurou-as embaixo do travesseiro. Depois, passeou a
língua ao redor de seus seios.
Ele não estava com pressa e ela não podia fazer nada além de aceitar
aquele particular tipo de tortura. Ela ainda tentou protestar quando ele deixou os seios
para beijar-lhe o ventre, mas não tinha como impedi-lo.
Sophie jogou seu corpo contra o dele, querendo que ele a penetrasse sem
demora. Sua vontade era maior agora que já sabia o que antecipar. Enrijeceu-se inteira
quando a boca dele chegou ao topo de sua coxa. Com um dos dedos, alcançou seu ponto
mais sensível e, com suavidade, roçou para a frente e para trás.
No instante seguinte, a boca de Cole tomou o lugar dos dedos, deslizando
por entre as pernas de Sophie. Foi então que ela perdeu o controle, sem conseguir conter
os gritos.
Após livrar as mãos, entrelaçou-as nos cabelos dele, como se quisesse reger
os movimentos. Ele aproveitou a curta distância para prová-la, saboreá-la, mordiscá-la.
Com doçura, ele a sugou enquanto introduzia um dedo dentro dela, depois outro.
Pressionou fundo, devagar, adicionando pressão e prazer.
As contrações vieram em ondas, e ela gritou a plenos pulmões quando
alcançou o clímax, vagamente consciente da expressão de satisfação dele, do modo
como ele pressionava o próprio corpo contra o colchão.
Sophie soltou os quadris e Cole a segurou com seus longos dedos,
mantendo-a próxima. O prazer parecia interminável e ele não pararia até que ela
golpeasse seus ombros, estremecesse e implorasse.
Alguns segundos depois, ele a cobriu com seu corpo e envolveu-lhe a face
com as mãos.
— Olhe para mim, Sophie.
Ela deu um jeito de abrir os olhos, embora isso tivesse lhe custado muito
esforço. As palavras dele soaram confusas em seu cérebro desnorteado, mas percebeu
que ele queria a sua atenção. Cole parecia selvagem, o rosto ruborizado num tom
vermelho escuro, as narinas dilatadas como se lutasse para respirar. Ele a penetrou e,
mais uma vez, ela sentiu seu corpo reagir, os pés batendo no colchão enquanto se
esforçava para ficar grudada nele. O clímax que havia acabado de experimentar tão
fatigante, voltou em um lampejo de calor e uma sensação indescritível. Ela se agarrava a
Cole enquanto ele aprofundava os movimentos, fitando-se com olhares cúmplices. Era
uma conexão que ia além do físico, que unia tanto seus corações como seus corpos.
Ele gemeu e repetiu o nome dela várias vezes, como se não pudesse evitar.
— Sophie, Sophie...
38
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
Quando ele bocejou e se espreguiçou, Sophie gelou, rezando para que ele
não acordasse. Ele colocou um dos braços em cima da cabeça e virou de costas.
Sophie respirou aliviada, embora um pouco zonza. Esperou alguns minutos
sem se mover, mas ele continuou a dormir.
Cole também estava exausto. E costumava dormir até mais tarde, já que o
bar o mantinha acordado durante a noite. Devagar, segurando a respiração, ela
escorregou uma das pernas para a beira da cama.
Quando ele parou de se mexer, ela moveu a outra perna. Por sorte, a cama
era firme e não arqueou nem balançou com seus movimentos. Após longos minutos, ela
conseguiu se levantar. Ficou em pé e olhou para ele. Cole murmurou algo, esfregou o
peito nu e respirou pesado.
O que ela havia feito?!
Fugir era o único pensamento claro que passava por sua mente. Precisava
de tempo, ficar longe dele, de seu magnetismo. Precisava pensar. Na ponta dos pés,
apanhou as roupas e escapou pelo corredor. Lá, vestiu-se apressada e apanhou o
casaco. Nem se preocupou em olhar para o espelho. Como não podia fazer nada a esse
respeito, não iria se preocupar.
Quando abriu a porta da frente, a fechadura fez um discreto clique e seu
coração quase pulou do peito. Mas não percebeu nenhuma reação em resposta e
presumiu que Cole continuava dormindo.
Correu uns poucos quarteirões para pegar o carro, ainda estacionado no bar,
o frio penetrando-a, lágrimas quase imperceptíveis escorrendo pelo rosto. Para sua
tranqüilidade, as ruas estavam praticamente desertas. Não havia ninguém para
testemunhar sua humilhação quando chegou ao carro e derrubou as chaves duas vezes
até conseguir abri-lo.
Dirigiu feito uma louca, ansiosa para chegar em casa, ao refúgio de seu
quarto, onde poderia ordenar os pensamentos com privacidade. Quando por fim chegou
ao estacionamento, o carro ainda estava gelado e ela tremia de frio. Ainda eram seis e
meia da manhã.
Não conseguia suportar a idéia de TR
abalhar, sem saber se Cole se sentiria obrigado a procurá-la depois do jeito
como fugira. Ou se ele não se importaria com aquilo. Ligou para Allison e pediu que a
assistente a substituísse o dia inteiro. Teria de pagar horas extras, mas esse era o menor
de seus problemas.
Depois tirou as roupas e tomou um banho quente, que não serviu para livrá-
la do terrível frio em seu íntimo. Arrastou-se até a cama. Tinha de decidir o que fazer,
como explicar, que desculpa dar para um truque tão covarde.
Mas antes, ela chorou.
— O que há de errado com você? Está com cara de poucos amigos. Os
clientes o estão evitando.
Sem responder. Cole afastou-se do irmão. Estava tão magoado e tão vazio
que não sabia como lidar com aquilo.
Chase, é claro, não desistiria tão facilmente. Seguiu o irmão até o escritório,
abriu a porta e entrou, sem entender as óbvias indiretas. Puxou uma cadeira e se sentou.
— Desista, Cole, e me conte qual é o problema.
40
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Quer saber os malditos detalhes? Está bem. Ela foi embora de repente —
rugiu ele com os olhos falseando de ódio.
— Sophie? — Cole ergueu as mãos.
— Não, a primeira-dama. É claro que eu estou falando de Sophie.
— E você foi atrás dela e disse como se sente, certo?
— Eu estava dormindo. Ela fugiu de mim — respondeu, enviando ao irmão
um olhar de intensa contrariedade.
— Entendi.
— Quando acordei pela manhã, fui até a butique e a assistente disse que
Sophie estava doente. Não tenho o telefone dela e nem sei onde ela mora. — Ele riu sem
humor. — Depois de sete meses, e depois da noite passada, eu não tenho o maldito
endereço dela!
— Pergunte para a assistente.
— "É contra a nossa política interna dar informações pessoais, mas prometo
que direi a ela que esteve aqui." — Cole imitou a voz de Allison.
Chase franziu a testa.
— Ela se recusou a dar o número de Sophie?
— Sim. E não importava o que eu alegasse, não teve jeito.
— Então é assim? Droga, eu também poderia enganar você. Não pode
desistir agora.
— Não é nada disso, mas não sei o que fazer neste exato momento. Não
acho bom esperar. Não tenho idéia do que ela pode estar pensando.
— Tudo bem. Eu cuido disso. — Ao ver o olhar incrédulo do irmão, Chase
acrescentou: — Irei até lá e conversarei com a assistente. Vou pegar o número de Sophie
para você.
— E como exatamente pretende fazer isso?
— Não se preocupe. Apenas imagine o que quer dizer a ela quando
telefonar. Se desperdiçar a oportunidade, vou ficar realmente desapontado com você.
Mack e Zane chegaram ao escritório bem na hora de ouvir o comentário.
— Desapontado com o quê?
Chase deixou o escritório para pegar o casaco e fazer o prometido. Os três
irmãos o seguiram como se ele fosse o flautista de Hamelin.
— O que está havendo entre vocês dois? Para onde Chase está indo?
Quando chegaram atrás do balcão. Cole se voltou para Mack.
— Para uma missão impossível, embora ele não acredite. Mas mudará de
idéia depois que conhecer Allison.
Zane interferiu, com um semblante confuso.
— Quem é Allison?
— A assistente de Sophie.
Mack riu com sarcasmo, enquanto Chase apanhava o casaco e as luvas.
— Você e Sophie tiveram uma briga ou algo parecido?
— Não é da sua conta, Zane. Ele deu de ombros.
41
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Está bem. Só pensei se haveria alguma razão para que você evitasse
servi-la. Se preferir, levarei a bebida para ela. É só me avisar. Mas não gosto de ignorar
uma mulher bonita.
Cole olhou para cima e procurou pelo lugar preferido de Sophie. Ela estava
lá, sentada, as mãos entrelaçadas sobre a mesa, a expressão serena, embora seu rosto
estivesse pálido e os olhos vermelhos. Cole sentiu um nó na garganta.
— Há quanto tempo ela está ali? — Chase quis saber.
— Há cerca de dez minutos. Geralmente, Cole a serve de imediato, então, eu
não sabia...
As palavras desapareceram no instante em que Cole pulou sobre o balcão,
em vez de dar a volta, fazendo com que vários clientes saíssem do caminho e tentassem
segurar suas bebidas, para que não derramassem. Seus passos eram largos e enérgicos,
seu olhar focava o caminho até a mesa de Sophie. A cada passo, sentia a pulsação
quase ensurdecedora em seus ouvidos. Quando a alcançou, ela o encarou e Cole viu que
seus olhos estavam inchados.
Ela havia chorado... As palavras, as explicações, tudo estava desordenado
em sua mente e ele não conseguia ter um único pensamento coerente. Por fim, apenas
se curvou e a beijou. Firme. Possessivo. Manteve uma das mãos na mesa em frente a
ela, a outra nas costas da cadeira, prendendo-a, evitando que escapasse.
Mas dessa vez ela não tentou fugir. Suas pequenas mãos avançaram e
agarraram-lhe a camisa, puxando-o para mais perto.
Cole ouviu um burburinho de vozes e percebeu que vinha do bar.
Interrompeu o beijo para olhar ao redor e viu uma grande quantidade de pessoas, a
maioria homens, liderados por seus terríveis e mal-intencionados irmãos, é claro, sorrindo
com satisfação.
Ele riu malicioso e virou-se para Sophie. Ela tentou falar, mas ele cobriu-lhe a
boca com um dos dedos.
— Eu te amo, Sophie. — Os olhos dela se dilataram, mas ele não a deixou
falar antes de terminar: — Esperei sete meses para passar a noite com você e valeu a
pena. Mas ficarei louco se tiver que esperar mais. Eu te amo e te quero. Agora e para
sempre, independentemente do nome que você use, do modo como se vista. Você é
minha e eu sou seu. Acostume-se a isso.
Cole aguardou, mas os olhos grandes de Sophie não evitaram os seus.
Sophie estava completamente tranqüila, exceto pela pulsação visível em seu pescoço.
Com cuidado, ele levantou o dedo.
— Tudo bem?
Ela engoliu em seco.
— Tudo bem.
Devagar, a expressão dele suavizou e os lábios esboçaram um pequeno
sorriso. Ela havia dito "sim".
— Você também me quer?
— Desde sempre... Ele a beijou novamente, afastando-se em seguida.
— Por que você fugiu de mim? Quase enlouqueci quando acordei e vi que
tinha ido embora.
— Sinto muito. Eu me senti estúpida...
42
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
— Mas...
Dessa vez foi ela quem o silenciou, usando a mão inteira. A platéia riu.
Ninguém no bar podia escutar a conversa, mas as ações de Sophie eram claras o
suficiente. Cole sorriu atrás da palma da mão dela.
— Eu me senti estúpida por fingir ser outra pessoa em vez de ser corajosa o
suficiente para contar a você como eu me sentia. Então, decidi parar de ser covarde.
Minha tia Maude dizia que os adultos devem se responsabilizar por suas ações e aceitar
as conseqüências. Ela também dizia que eu nunca deveria ter medo de perseguir meus
sonhos.
— Você me quer de verdade? — perguntou Cole, a voz abafada pela mão
dela.
Sophie fez que sim com um gesto de cabeça e lágrimas novamente nos
olhos.
— Eu te amo.
Com seus longos dedos, ele a segurou pelo pulso, removendo as mãos dela
de seus lábios.
— Gostaria de ter conhecido sua tia Maude. Acho que teríamos sido bons
amigos.
Sophie concordou com a cabeça e prosseguiu:
— Percebi que você também deve gostar de mim, porque ficou dando
indiretas de que queria ter um relacionamento. No começo, achei que você gostava da
Shelly. Morri de ciúmes.
O olhar dele era afetuoso, cheio de amor.
— Tolinha.
— Mas, então, desconfiei que você soubesse que éramos a mesma pessoa.
— Quase não acreditei quando Allison, sem querer, me contou que você não
tinha irmã alguma. Na primeira noite em que a vi como Shelly, eu a desejei, mas apenas
porque ela se parecia com você, me fazia sentir bem como quando estava com você. —
Ele a puxou da cadeira e a rodopiou, sob os aplausos e gritos de aprovação dos
presentes. — Quer casar comigo, Sophie?
— Estava esperando que você pedisse.
Naquele momento, Chase colocou duas canecas de chocolate quente na
mesa e piscou para o irmão.
O concurso terminou sem problemas. Sophie foi escolhida por unanimidade
pelos três irmãos de Cole. O jornal local justificou a decisão explicando que Sophie e Cole
se apaixonaram durante o certame. Isso conferiu ao evento a perfeita atmosfera do Dia
dos Namorados, garantindo à taverna uma excelente publicidade, incluindo a cobertura de
uma emissora de tevê local. Como vencedora, Sophie também conseguiu uma
inacreditável propaganda para a sua loja. Allison passava o tempo todo se livrando de
repórteres que atrapalhavam o crescente fluxo de novos clientes.
Cole anunciou aos repórteres que, como logo se casaria, um de seus irmãos
seria o acompanhante da vencedora no concurso do ano seguinte. Isso provocou alguns
comentários maliciosos das clientes e suspiros vigorosos de seus irmãos, que fingiram
estar apavorados com a perspectiva, mas, na verdade, estavam envaidecidos com tanta
atenção feminina.
43
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan
SOBRE A AUTORA
Rosalin Noonan diz que é graças a uma sensibilidade aguçada e a um forte senso de
intuição, aliados ao conhecimento da natureza humana adquirido ao longo de sua experiência de
vida, que ela tem inspiração para criar personagens cativantes e tocantes histórias de amor.
44