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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

ENCONTRO AO ACASO

Rosalind Noonan

JOGO DE SEDUÇÃO
(Miracle on Man street)
Cole Winston está profundamente atraído pela tímida Sophie. A atração é
recíproca, mas Sophie não acredita que Cole irá se interessar por ela. Então ela decide se
fazer passar por uma fictícia irmã gêmea de si mesma, com uma personalidade
totalmente oposta à sua. Mas Cole não tarda a descobrir a verdade, e Sophie não tarda a
descobrir que ele sabe...

Digitalização: Vicky
Revisão: Jaque

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Querida leitora.
Encontros ao Acaso é o título perfeito para este livro, com duas histórias de
amor super românticas! Em Um Romance Perfeito, Michelle passa por inúmeras
adversidades na vida, até encontrar um grande amor, e em Jogo de Sedução, a tímida
Sophie "inventa " uma irmã gêmea para conquistar o homem que ela ama. Romantismo,
sensualidade e paixão é o que não falta neste romance maravilhoso!
Leonice Pompônio Editora

Tradução Elizabeth Arantes Bueno


Copyright ©2009 by Janna McMahan — Decorations Copyright ©2009 by Rosalind
Noonan — Miracle on Main Street
Originalmente publicado em 2009 pela Kensington Publishing Corp.
PUBLICADO SOB ACORDO COM KENSINGTON PUBLISHING CORP. NY, NY -
USA Todos os direitos reservados.
Todos os personagens desta obra são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas
vivas ou mortas terá sido mera coincidência.
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permissão expressa da Editora. A reprodução das publicações sem a devida autorização da
Editora constitui crime de violação de direita autoral previsto no Código Penal brasileiro.
TÍTULO ORIGINAL: SNOW ANGELS
EDITORA Leonice Pomponio
ASSISTENTES EDITORIAIS Patrícia Chaves Silvia Moreira
EDIÇÃO/TEXTO Tradução: Elizabeth Arantes Bueno
ARTE Mônica Maldonado
MARKETING/COMERCIAL Andréa Riccelli
PRODUÇÃO GRÁFICA Sônia Sassi
PAGINAÇÃO Ana Beatriz Pádua
Copyright © 2010 Editora Nova Cultural Ltda. Rua Butantã, 500 — 10" andar — CEP
05424-000 — São Paulo - SP www.novacultural.com.br
Impressão e acabamento: RR DonneHey

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Capítulo I

Sophie Sheridan se recusava a passar seu vigésimo sexto Dia dos


Namorados virgem.
Apesar da rígida educação e das restrições bem-intencionadas da tia
solteirona que a criara, estava pronta para se tornar uma mulher, no sentido exato da
palavra. E Cole Winston, graças à sua energia sexy e deslumbrante, estava oferecendo
aquilo que ela precisava para concretizar seus planos.
Sophie tornou a olhar para o folheto de propaganda enquanto hesitava no
meio da entrada do bar de Cole, que anteriormente havia recebido o nome de O
Garanhão por algum ex-proprietário, mas que mudara simplesmente para Taverna
Winston, depois que Cole o comprara. A reputação do bar já era bem ruim sem um título
tão sugestivo, se bem que O Garanhão até que seria apropriado, devido à aparência dos
irmãos Winston, especialmente de Cole.
Todas as lojas vizinhas haviam recebido folhetos convidando as mulheres a
participar de um novo concurso por ocasião do Dia dos Namorados. Não que os Winston
precisassem de incentivo para atrair uma multidão feminina. As garotas adoravam ir até a
taverna para observar os quatro irmãos servindo, cuidando do bar ou apenas movendo-se
ou sorrindo. Eles eram incríveis, muito galanteadores, mas Sophie só tinha olhos para um
deles.
A porta se abriu atrás dela com a chegada de mais clientes, permitindo que
um vento gelado e uma rajada de flocos de neve a envolvessem. Por instantes, uma
risada intrusa abafou o som da música suave e o burburinho das conversas. Aturdida,
Sophie deu um passo em direção ao bar, procurando por seu lugar habitual na mesa do
canto de trás, distante da multidão. Desde que conhecera Cole, cerca de sete meses
após comprar sua butique, ele largava seus afazeres para atendê-la, certificando-se de
que seu lugar estivesse disponível nas visitas rotineiras de todas as noites. Ele fazia o
possível para atender a todas as preferências dos clientes, e isso, em parte, contribuía
para o incrível sucesso do bar. Cole conhecia todo mundo, conversava atenciosamente
com todos sobre suas famílias, seus problemas e suas vidas.
E era tão incrivelmente sexy! Sophie passava a maior parte do tempo
tentando esconder o quanto ele mexia com ela. Chegava a ser humilhante. Nunca se
sentira tão tímida antes; também, jamais havia recebido tanta atenção de um homem tão
maravilhoso. Cole a fazia pensar em coisas que nunca imaginara em toda a sua vida,
como o cheiro de suor de um homem, almiscarado, sexy e quente. E como seria sentir a
barba crescida nas regiões mais sensíveis de seu corpo...
Só de pensar, ela estremeceu e respirou fundo.
Enquanto Cole a achava tímida e reservada, e a tratava como tal, Sophie
tinha algumas fantasias quentes e indescritíveis em sua companhia. Agora, graças ao
concurso, ela teria a oportunidade de realizá-las.
O calor a invadia, afastando o prolongado frio do inverno, colorindo-lhe as
faces. Infelizmente, ele escolhera aquele momento para servir-lhe a xícara de chocolate
quente. Havia colocado cobertura extra de creme batido e o aroma era deliciosamente
pecaminoso. Quase tão atraente quanto o próprio Cole.
— Olá, Sophie.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Aquela voz suave penetrou sua alma, e ela levantou o olhar bem devagar.
Uísque quente descreveria a cor dos olhos de Cole, iluminados por finos reflexos pretos e
emoldurados por cílios escuros e espessos. Ela engoliu em seco.
— Olá.
Ele abriu um sorriso ao ver o folheto que ela apertava na mão.
— Bom.
Seu tom de voz demonstrava uma viril satisfação enquanto ele mantinha o
olhar fixo no dela, impedindo-a de desviar a atenção.
— Você vai participar? — ele quis saber.
Aquela era a parte complicada, porém o único modo para que ela atingisse o
seu objetivo. Um relacionamento entre eles dificilmente seria viável. Ela não podia
simplesmente deixar de ser uma pessoa reservada e passar a ser extrovertida sem
confundi-lo e se arriscar a passar vergonha.
Desde pequena, aprendera com sua tia Maude a importância de valores
como o amor-próprio e o respeito. Se mudasse e fosse mal sucedida, perderia também o
conforto de vir àquele bar todas as noites, além das pequenas e excitantes conversas e a
intensidade de suas fantasias. Se Cole a rejeitasse, não poderia simplesmente dar a volta
por cima e continuar como se nada tivesse acontecido. Algo muito precioso para ela, o
relacionamento deles, ficaria destruído antes mesmo de começar. Todos que ela amara,
com quem tivera intimidade, haviam ido embora. Não queria perder a amizade gostosa
que dividia com Cole na atmosfera do bar.
No entanto, Sophie acreditava que se ganhasse, se ele se interessasse por
ela, não duraria muito tempo. Cole tinha fama de ser um solteirão convicto, ou seja, não
se envolvia a fundo com ninguém. Aos trinta e seis anos, dedicava-se com afinco a ficar
sozinho. Era óbvio que gostava dessa vida e procurava permanecer assim.
Ao rejeitá-la, um abismo se abriria entre os dois, e ela não queria arriscar.
Então, precisava fingir.
— Não poderia — respondeu, colocando o folheto colorido ao lado.
Lambendo os lábios com nervosismo, brincou com a xícara de chocolate, certificando-se
de acertar o centro do guardanapo. — Eu me sentiria tola.
O sorriso de Cole era indulgente e ostensivamente sedutor. Ele puxou uma
cadeira da mesa ao lado e sentou-se em frente a ela, assumindo uma posição
confortável, mas não menos sexy, com as pernas relaxadas e os braços cruzados.
— Por quê? — Ele estava tão próximo que Sophie podia sentir o seu cheiro,
de pele máscula e colônia, uma combinação que ela até então não apreciava ou não
havia notado antes de conhecê-lo.
Respirou fundo e sentiu um frio no estômago, como se aquele aroma por si
só pudesse saciá-la. :
— Só precisa de uma foto para participar — sugeriu ele, inclinando a cabeça
de um jeito sedutor. — Posso tirá-la aqui mesmo, no bar. Haverá dúzias de fotos
espalhadas por aí. Cerca de vinte mulheres já se inscreveram. Vou pendurar todos os
retratos na sala de bilhar e, no Dia dos Namorados, votaremos no mais bonito.
— Isso não tem sentido — disse Sophie, sem querer. Ela tentava acabar a
frase quando percebeu o efeito em Cole, que emitiu um murmúrio de desaprovação.
Ele envolveu-lhe o queixo com as mãos, levantando seu rosto, o olhar tão
terno e caloroso que seu coração disparou, fazendo-a ofegar.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Você é muito bonita, Sophie!


Bom, era ele quem estava dizendo... Mas Cole costumava tratar a todos do
mesmo jeito familiar. Ele era popular, espontâneo, solícito e amigável. Provocava as
mulheres mais velhas, fazendo-as corar, deixava as mais novas agitadas, e os homens,
independentemente de serem executivos, trabalhadores ou aposentados, gostavam dele
e o respeitavam. Ficavam ao seu redor e prestavam atenção em cada palavra. Cole
gostava de todo mundo e fazia com que jovens e velhos, homens ou mulheres, se
sentissem especiais.
O calor de suas mãos, a aspereza de seu toque, era uma tentação que
incitava pensamentos pecaminosos. Imaginava como seria sentir aquelas mãos rudes
deslizando sobre outras partes de seu corpo, em lugares que ninguém havia visto, muito
menos tocado. Sentiu a respiração acelerar e agitou as mãos.
Tentando recuperar a razão, Sophie levantou o folheto e forçou um sorriso.
— Acho que isto seria mais apropriado para a minha irmã. Não sou
fotogênica, mas ela está na cidade e é capaz de gostar da idéia.
Cole parou por um instante. Em seguida, baixou a mão e fitou-a.
— Você tem uma irmã?
— Sim. Na verdade, uma irmã gêmea. — As palavras escorregaram por
entre seus lábios. — Mas nossa personalidade é muito diferente. Shelly é bem mais...
desinibida.
— Uma gêmea desinibida? — Ele ficou intrigado. — Fale mais sobre ela.
Sophie deu uma piscadela.
— Ah, o que eu posso dizer? Ela se parece comigo, mas não é tão...
Um pequeno sorriso voltou aos lábios de Cole.
— Travada? — ele completou a frase.
— Ah, sim, acho que sim! — Travada? O que ele queria dizer com isso? —
Shelly sempre foi a menina mais popular do colégio.
De repente, ele balançou a cabeça, e os cabelos escuros e sedosos caíram
sobre a testa. Sophie amava os fios tão lisos, ligeiramente grisalhos nas têmporas,
refletindo as luzes do bar. Queria desesperadamente arrumá-los, tocá-los para ver se
realmente eram tão sedosos como pareciam.
Apoiou as mãos com firmeza na mesa.
— Vocês duas poderiam participar. Talvez juntas. Os juízes vão adorar.
— Quem... — A voz de Sophie morreu em seus lábios quando Cole ficou em
pé. Sua estatura e força sempre lhe embaralhavam os pensamentos. Olhou na direção
dele, avaliando a diferença de altura entre ambos, imaginando como se encaixariam.
Havia tanto nele para apreciar, para tentá-la... — Quem são os juizes?
Como se fosse possível, o sorriso dele ficou ainda mais malicioso.
— Eu e meus irmãos. Acho que é justo pelo modo como a imprensa tem nos
insultado neste último ano. Você viu aquele último artigo? Meus irmãos ficaram loucos de
raiva.
Sophie também sorriu. Todos os irmãos Winston eram magníficos espécimes
masculinos. Cole era dono do bar mais simpático da vizinhança, e seus irmãos, Mack,
Zane e Chase, ajudavam a tocar o negócio. Mack era o mais novo, ainda estava na
faculdade, mas, aos vinte e um anos, tinha a maturidade de um homem bem mais velho.
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Zane, de vinte e quatro, era o mais briguento e dividia o dia de trabalho entre seu negócio
próprio de computadores, que ainda estava no início, e o salário certo vindo do bar. Aos
vinte e sete anos, Chase, apenas um ano mais velho que Sophie, dividia todas as
responsabilidades com Cole. Embora este fosse o dono do bar, sempre consultava o
irmão antes de tomar a maioria das decisões. Diferente de Cole, Chase era sossegado e,
na maioria das vezes, trabalhava atrás do balcão, preparando bebidas e escutando mais
do que falando.
Apesar do pouco tempo em que os conhecia, Sophie achava que os irmãos
se davam incrivelmente bem e, em conjunto, poderiam levar ao delírio a população
feminina de Thomasville, no Kentucky.
— Eles até sugeriram que fizéssemos topless — contou Cole.
Sophie cobriu a boca num esforço para conter uma risada. Os jornais da
cidade passavam boa parte do tempo zombando das qualidades dos irmãos Winston.
Implicavam com a bela aparência e com a impressionante clientela feminina, e insistiam
para publicar artigos sobre suas vidas particulares. Os irmãos sempre se recusavam a
qualquer exposição desse tipo.
Cole parecia decepcionado com a insinuação, mas Sophie achou que a idéia
não era tão ruim. Quem sabe a popularidade atual não dobrasse, com os irmãos
desfilando de peito nu? Era um pensamento tentador.
— Zane está ameaçando ficar sem camisa o dia inteiro. E as mulheres o
estão provocando. Conhecendo-o bem, acho que ele é capaz disso. Mas preciso tomar
cuidado para que não acabe fazendo um strip-tease e o bar seja fechado.
Dessa vez, não havia motivos para Sophie segurar o riso. Ela também
fotografaria Zane tirando a roupa! Ele era um tremendo paquerador e, como os irmãos,
tinha seu séquito de admiradoras.
— Você não ri muito.
Sophie mordiscou o lábio. O olhar de Cole era tão intenso e intimidador que
ela sentiu a as pernas formigar. Ele era capaz de causar uma sensação única e ela
amava aquilo! Nenhum outro homem jamais a ouvira com tanta atenção, mostrando tanto
interesse por seus pensamentos, idéias e sentimentos. Ele a fazia se sentir tão especial...
Ela não sabia o que dizer e, felizmente, não precisou porque a concentração de Cole foi
interrompida por Mack, que chegara a seu lado.
— Os rapazes da entrega estão aqui.
Olhando para Sophie, Cole apontou a direção com um gesto de cabeça.
— Tenho de ir lá. — Ele esperou até Mack sair e se inclinou, a mão apoiada
na cadeira atrás dela, a outra espalmada sobre a mesa. — Participe da competição,
Sophie.
Ela sentiu a respiração dele em seu rosto e, rapidamente, afastou-se.
Manteve os olhos fixos na mesa, e as mãos em qualquer lugar que evitasse o encontro
com aquele olhar devastador e tão íntimo.
— Minha irmã chegará esta noite. Ela vai participar.
Cole endireitou-se devagar e ela o ouviu suspirar.
— Tudo bem. Não que eu vá desistir de você, mas diga a ela para me
procurar quando chegar. Gostaria de conhecê-la.
Sophie observou-o indo embora, apreciando os movimentos de suas longas
pernas, o cabelo escuro caindo sobre o pescoço, a extensão das costas e os ombros
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

fortes. Enquanto ele passava por entre as mesas, as mulheres o observavam, lançando
olhares furtivos de admiração. Ele parava para conversar com quase todas, espalhando
risadas e sorrisos sonhadores por onde passava. Sophie percebeu que ele as estava
convencendo a participar do concurso. Aquele era o jeito dele, atencioso com todos,
sempre disponível para uma conversa.
Tudo bem, ele conheceria sua irmã. Aliás, ela mal podia esperar para que
isso acontecesse.
Cole ficou surpreso quando Chase empurrou para as suas mãos a lata
congelada de creme, desviando sua atenção de Sophie.
— O que foi?
— Você ficou salivando desde o momento em que ela ergueu a colher.
Sempre me perguntei por que você colocava tanto creme no chocolate dela. Agora eu sei.
Cole nem se preocupou em negar a acusação. Droga, ele estava sofrendo
desde que Sophie experimentara a primeira colher de creme. Aquela boca sexy, carnuda
e macia e... ele estava obcecado, maldição!
Lembrou-se da primeira vez em que se viram, quando ela acabara de
comprar a butique algumas lojas abaixo, do outro lado da rua. Sophie entrara no bar
depois do trabalho, elegante e muito atraente. Pedia sempre uma xícara de chocolate
quente, mesmo no clima abafado do verão. Encantado, ele servia uma dose extra de
cobertura de creme batido, e observava fascinado enquanto ela saboreava a bebida,
passando a ponta da língua sobre o lábio superior, fechando, os olhos a cada gole.
Sophie não percebia que ele a examinava, e fazia já sete meses que ele permitia que ela
o atormentasse todas as noites com o ritual.
— Assim que ela acabar, você sai correndo para colocar mais.
Cole balançou a cabeça, preferindo ignorar a provocação.
— Isso é óbvio. Se ela tivesse noção do quanto eu gosto de observá-la,
jamais pediria chocolate quente de novo.
— Ou talvez acabasse logo com o seu tormento e o levasse para casa.
Cole disparou um olhar para o irmão. Chase costumava ser calado, mas
estava irritante de tão palpiteiro naquela noite.
— Há alguma razão especial para você me provocar neste momento?
Chase deu um riso forçado.
— Além do fato de você ficar admirando a moça furtivamente, como um
garoto em uma loja de doces, cheio de vontade e sem dinheiro para comprar nada? Não!
Nenhum outro motivo!
— Ela não quer participar do concurso.
— Que pena... — Chase deu um passo para o lado, anotando um pedido,
antes de retornar para o lado do irmão. — Não conseguiu convencê-la?
Cole balançou a cabeça, distraído.
— Ela tem uma irmã gêmea.
— Ah, não, duas Sophies? Agora está ficando interessante! Elas são
idênticas?
Cole deu uma cotovelada no irmão.
— Sim. E tire isso da sua cabeça.
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— Não dá para competir com você. Está pensando nas duas?


— Mais ou menos. Ela disse que a irmã vai participar, mas ela não. — Cole
suspirou, desgostoso. — O que há em Sophie que me faz ter as fantasias mais
selvagens?
— Me diga você...
Cruzando os braços sobre o peito e recostando-se na parede ao lado do
freezer. Cole pensou sobre o assunto.
— Ela é tão fechada, tão serena... Nos últimos sete meses, veio aqui todas
as noites, o que significa que não deve ter namorado.
Olhou atentamente para os cabelos castanho-escuros de Sophie, repartidos
ao meio e caindo em cachos sobre os ombros. Pareciam incrivelmente macios. Ah, como
desejava enterrar o rosto em seu pescoço, sentir as madeixas sedosas em sua pele...
Queria ver aqueles cabelos espalhados sobre seus travesseiros enquanto cobriria o corpo
curvilíneo com o seu, ambos nus... Queria vê-los emaranhados e selvagens quando ele a
fizesse chegar ao êxtase.
Tremeu só de pensar.
— Maldição.
— Quer me contar o que estava pensando?
— Não.
Sophie tinha os ombros delicados, uma pele suave. Ele se perguntava se
todo o corpo dela seria assim macio, a cintura, os quadris, os seios, abaixo do ventre. Seu
perfume devia ser tão doce... Poderia apostar sua vida nisso! Doce, quente e sexy, como
o de uma verdadeira mulher.
— Talvez a irmã o ajude. Se forem iguais, você pode soltar a imaginação.
— Não quero a irmã. Quero Sophie.
Cole a observou levando a caneca de chocolate à boca, sem a camada de
creme. Após beber, ela limpou os lábios com o guardanapo.
— Não é apenas a aparência. É ela. Quando sorri, só consigo pensar em sua
pele quente, na respiração ofegante, em lençóis emaranhados...
— Ela fisgou você!
— Que droga, eu sei. Mas ela foge de mim toda vez que tento me aproximar.
Não parece interessada. — Ele se lembrou do modo como aqueles olhos azuis profundos
se desviavam, evitando os dele. E como ele amava o jeito como ela mordiscava o lábio!
— Pergunte a ela o motivo. Cole encarou o irmão.
— Ah, claro. Nem consegui convencê-la a entrar no maldito concurso. Como
vou fazê-la abrir o coração para mim?
— Ainda faltam alguns dias para a competição. Mas se ela não entrar, o que
vamos fazer?
Cole encolheu os ombros, aborrecido com a perspectiva.
— Escolheremos outra vencedora. A idéia do concurso é boa. Todos os
jornais locais anunciaram. Será uma boa promoção para o bar, mesmo sem precisarmos
de publicidade. E teremos de bancar bebidas grátis durante um mês.

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— Não se esqueça da noitada pela cidade, à escolha da vencedora. Nenhum


de nós três seria estúpido o suficiente para se meter nessa fria. Quem sabe você não
conquista uma companhia feminina permanente?
Na verdade. Cole não se importaria em ter uma companheira, desde que
fosse Sophie. Após a morte dos pais, passara boa parte da vida cuidando dos irmãos
mais novos. Não reclamava do tempo dedicado à família, muito pelo contrário. A união
deles era importante demais. Mas criar três garotos, sendo ele próprio um também, fora
um trabalho em período integral, sem nenhum espaço para outros relacionamentos.
Tivera de se contentar com encontros fugazes e noites ocasionais de paixão.
Agora que Mack estava no último ano da faculdade e todos os irmãos
estabelecidos e encaminhados, Cole finalmente estava livre para viver a própria vida. Ele
queria mais. Queria Sophie. Amaldiçoava-a por sua teimosia e por tentar empurrar a irmã
para cima dele.
Assim que Chase se distraiu com os clientes. Cole saiu. Tinha de cuidar de
alguns papéis e já deveria ter começado, mas, antes de entrar no corredor que levava ao
escritório, tornou a olhar para Sophie. Seu plano era tão simples! O Dia dos Namorados
era destinado aos casais apaixonados e, por isso, perfeito para uma competição que
juntasse os dois...
Ela era a grande favorita, pois os irmãos conheciam seus sentimentos,
embora eles se divertissem pensando se tratar de uma mera atração física. Mal sabiam
que ele gastava boa parte do dia esperando o momento em que ela fechava a loja e
passava uma hora tranqüila no bar, sentada em sua mesa favorita, conversando com ele
sobre tudo e sobre nada. Não imaginavam que ele estava obcecado por uma mulher pela
primeira vez na vida.
A vencedora do concurso ganharia bebidas gratuitas no bar durante um mês
e seria fotografada com todos os irmãos Winston. A foto ficaria exposta em uma parede e,
a cada ano, outra foto seria colocada ao lado, já que a disputa se tornaria um evento
anual.
Mas o melhor de tudo era que a vencedora passaria uma noite em uma
cidade à sua escolha. Cole imaginava Sophie selecionando um bom restaurante para o
jantar, onde teriam tempo suficiente para conversar sem a audiência da taverna. O jantar
seria seguido por uma dança lenta, durante a qual ele poderia segurá-la bem próximo de
seu corpo. Poderia sentir os quadris dela roçando nos seus, a cintura se movendo contra
sua virilha, os seios firmes e quentes contra seu peito. E, se tudo corresse como ele
esperava, poderiam terminar a noite na cama, entre os lençóis. O cenário já estava todo
definido em sua mente.
Não queria conhecer a irmã dela. Ao mesmo tempo, tinha extrema
curiosidade. Uma mulher igual a Sophie, mas não tão tímida quanto ela. Cole balançou a
cabeça enquanto se movimentava. Naquele momento, Sophie levantou o rosto e seus
olhares se encontraram. Mesmo com a distância que os separava, ele se sentia ligado a
ela, um contato que fazia seu coração disparar e golpeava seus músculos, um sentimento
que nunca experimentara por outra mulher.
Maldição, como a desejava!
Não desistiria. Mais cedo ou mais tarde, teria Sophie Sheridan exatamente
onde a queria e ela ficaria a seu lado por tempo indeterminado.
Mack deu um longo e baixo assobio, que pôde ser ouvido através da porta
fechada do escritório.
— Não quer dar uma olhada nisto?
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Cole desviou o olhar da escrivaninha e de sua papelada, imaginando o que


estaria atraindo a atenção do irmão. A noite fora longa e frustrante e ele sentia como se
houvesse areia em seus olhos, a cabeça pesada.
— Oba! Quem é ela? — perguntou Zane, juntando-se a Mack no corredor.
Cole franziu o cenho e olhou para a porta.
— Não se lembra? Vou lhe dar uma pista. Cole vai ficar de queixo caído.
— Não... — Zane fez uma pausa antes de prosseguir: — Bem, sim, acho que
poderia ser. Mas o que houve?
— E eu sei?
Cole pulou da cadeira, curioso demais para se controlar. Estava determinado
a ignorar a irmã de Sophie, se e quando ela aparecesse, e considerando que já passava
de meia-noite, achou que não precisava mais se preocupar com esse assunto.
Abriu a porta com um solavanco, e Zane, que estava apoiado nela, quase
caiu. Cole o segurou e acompanhou o olhar de Mack para o outro lado do salão. Sentiu
cada músculo do corpo enrijecer. Não podia se mover. Diabos, mal conseguia respirar!
Como um sonâmbulo, desviou-se de Zane e caminhou para o bar. Podia
ouvir os irmãos rindo atrás dele, mas ignorou-os. Seu coração batia tão forte que achou
que pudesse ter um ataque, mas não se importava.
Assim que Cole se aproximou, ela olhou para o alto e seus olhos azuis
encontram os dele.
— Sophie?
O riso melodioso provocou um arrepio na espinha de Cole.
— Não, não... Sou a irmã dela, Shelly. E você deve ser o encantador dono do
bar, de quem Sophie me falou tanto! — Com um olhar atrevido, ela examinou o corpo dele
de cima a baixo, revelando interesse. — Ora, ora. Preciso dizer que ela não exagerou
nem um pouquinho...
Cole ficou desconcertado. Ou melhor, interessado. Afinal de contas, não
estava morto e a mulher que se encontrava à sua frente, toda vestida de preto, era
deslumbrante. Mas não era Sophie.
Podia até ser, ele pensou, incapaz de evitar que seus olhos a vasculhassem
da cabeça aos pés. Mas as palavras que saíram daquela boca não eram coisas que
Sophie diria. Ela estendeu a pálida e delgada mão e Cole a apertou, consciente de que
seus três irmãos estavam bastante atentos.
— Cole Winston — apresentou-se, com a voz mais rouca que o normal.
Sentia-se excitado, o que tornava difícil manter uma conversa formal. — Sophie me disse
que você participaria de nosso concurso...
A mão pequena, quente e frágil de Shelly permanecia sobre a dele. Cole
sentia como se estivesse tocando Sophie, o mesmo fluxo de desejo o invadindo. Mas era
como se, de alguma maneira, a estivesse traindo. Ela era a única mulher cujo toque o
enlouquecia, e agora estava sentindo o mesmo pela irmã de sua amada.
— Sim.
Foi tudo o que ela disse, e Cole arregalou os olhos. Maravilhado, podia ver a
pulsação de Shelly no pescoço delicado, como se ela estivesse nervosa. Ou excitada!
Eles continuavam apertando as mãos. Cole engoliu em seco. Quando
começou a tirar a mão, ela o segurou, chegando mais perto. Trazia consigo o perfume do
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

ar fresco da noite, revigorante e frio como o inverno, misturado ao calor e ao aroma


feminino de sua pele, um cheiro que ele reconheceria de longe.
— Só soube hoje que Sophie tinha uma irmã.
Ela baixou o olhar e um sorriso sem-graça curvou-lhe os lábios, uma réplica
exata do de Sophie. Só aquilo já o deixou com os músculos contraídos.
— Minha irmã é um pouco tímida... — comentou ela, depois de um ligeiro
levantar de ombros.
A vontade de beijá-la o invadiu. Não sentia aquele instinto primitivo havia
muito tempo. Mesmo que ela não fosse Sophie, era igualzinha, só que mais ousada, mais
acessível. Sua mente masculina e maliciosa concluiu que ela devia ter o mesmo gosto da
irmã. Não conseguia deixar de imaginá-la a seu lado; queria senti-la próxima, ver como o
corpo dela se amoldava ao seu.
— Não quer conhecer o resto do bar?
— Eu adoraria — respondeu ela, baixando os cílios sensualmente.
O desejo por Sophie, por tanto tempo represado, fez seu sangue correr mais
rápido nas veias. Todas as fantasias que imaginara irromperam de uma vez. Olhos azuis
calmos, mamilos túrgidos de encontro à pele de seu tórax, seios fartos, quadris amplos e
nus...
Ele abafou um gemido profundo e colocou a mão sobre sua cintura fina, por
cima do casaco.
Quando ambos se viraram, os irmãos se espalharam de repente, trombando
uns com os outros, fingindo que estavam trabalhando. Cole podia sentir os olhares de
preocupação enquanto levava Shelly para a sala de trás, onde ficavam as mesas de
bilhar. Mas era uma consciência periférica; toda a sua atenção estava voltada para a
mulher ao seu lado, o som de sua respiração ansiosa invadindo-lhe os ouvidos,
sobrepondo-se ao ruído das conversas e da música. Já era tarde e restavam poucas
pessoas no bar, em uma noite tão fria e com neve. Os dois homens que jogavam bilhar
olharam para ele, sorriram maliciosos e guardaram os tacos. Deixaram a sala sem
reclamar.
— Posso tirar seu casaco?
Ela sorriu e deslizou o sobretudo até a altura dos ombros. Quando Cole se
aproximou, sentiu seu perfume inebriante. Ela tirou o casaco, jogou-o sobre a mesa de
bilhar e virou-se para ele devagar, convidativa. Seu suéter era preto, salientando a pele
clara e a riqueza dos cabelos castanhos que, presos no topo da cabeça por uma fivela
dourada, revelavam a nuca vulnerável. Cole queria pousar a boca neles e vê-la tremer
com a sensação.
Ele desceu o olhar para os seios atraentes e encantadores, os mamilos
insinuando-se contra o material flexível e felpudo do suéter. Não teve coragem de encará-
la, sabendo que poderia perder o pouco controle que ainda lhe restava.
Alguns cachos de cabelo haviam escapado da fivela e um deles pendia
convidativo sobre um seio, tentando-o, fazendo-o imaginá-la nua.
Sem poder se conter. Cole se aproximou. Sem o casaco, notou que ela
estava com uma calça jeans preta, agarrada nos quadris, revelando as pernas longas e
esbeltas. Sempre imaginara como seria o corpo de Sophie. Mas as roupas estavam
sempre ocultando suas formas. Sabia que ela era esguia, mas não podia detectar todas
as curvas e contornos de seu corpo.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

A roupa de Shelly deixava pouco espaço para a imaginação, e ele se


perguntava se Sophie seria igual, tão delicada e feminina. Suas mãos tremeram.
— Você joga bilhar?
Cole levou alguns segundos para processar a pergunta e, quando entendeu,
se excitou ainda mais. Era fácil imaginar-se jogando com ela, passando horas brincando
com seu corpo, descobrindo todos os seus pequenos segredos, cada ponto sensível...
Primeiro, ele a exploraria com as mãos; depois, com a boca... Olhou para
Shelly de um jeito tão provocante que ela abriu ainda mais os olhos. Estaria nervosa?
Provavelmente não, considerando a sua postura.
— Eu perguntei se você joga bilhar. Eu... eu nunca joguei, mas sempre tive
vontade... — balbuciou ela.
— Eu vou ensiná-la a jogar. — Cole achou que talvez pudesse se controlar,
mesmo estando tão excitado. Afinal, aquela mulher era igual a Sophie, mas não era
Sophie.
— Você é bom nisso?
Ele havia se virado para tirar o casaco dela da mesa e pegar as bolas de
bilhar, e gelou com a insinuação. Diabos, ele podia gracejar, transformar qualquer
conversa em um esporte sexual, sem se importar com o quanto mundano seria, mas não
queria isso com aquela mulher. Se quisesse manter esperança de ter algo com Sophie,
de sentir o corpo dela sob o seu, entregue, aceitando-o de todas as maneiras, tinha de
refrear seus instintos naquele momento.
Não era um adolescente inexperiente, incapaz de manter o controle. Era um
homem, e queria Sophie não apenas por uma noite, embora este fosse o seu desejo
atual. Ele a queria para a vida inteira! Queria dormir com ela todas as noites e acordar a
seu lado. Queria conhecer cada centímetro dela, cada recanto de seu coração e de sua
alma.
Mesmo sendo tentadora, Shelly não era Sophie. Ela tinha a mesma
aparência, como se fosse a imagem da irmã refletida num espelho, e isto aguçava sua
libido. Nada mais.
Buscou, então, uma calma que não sentia e voltou-se para ela. A
determinação quase o fez se contorcer de remorso porque, naquele momento, apesar de
tudo que havia dito para si mesmo, estava com uma ereção que exigia ser satisfeita, e
não iria embora assim tão rápido.
— Na verdade, estou um pouco enferrujado — confessou, mantendo o olhar
firme no rosto da garota.
Os olhos de Shelly adquiriram um tom azul-escuro e encontraram os dele.
— Então, talvez possamos praticar juntos.
Antes que ele pudesse encontrar uma resposta, ela escolheu um taco de
bilhar e se aproximou.
— Como eu seguro o taco?
Com o coração batendo forte, Cole se posicionou atrás dela e a guiou para
curvar-se levemente sobre a mesa, posicionando as mãos dela sobre o taco. Na primeira
jogada, ela mal acertou as bolas coloridas. Uma delas deslizou apenas alguns
centímetros.
— Desculpe. Acho que não bati com força suficiente... — comentou ela,
rindo.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Cole sentia como se estivesse morrendo aos poucos enquanto tomava a


enfileirar as bolas de bilhar.
— Tente de novo e, desta vez, faça a jogada completa.
— Ainda não aprendi a segurar o taco direito — ela murmurou.
Maldição! Se ele não estivesse tão empolgado, poderia ter dito "não". Mas,
por alguma razão, Shelly o atraía como nenhuma outra mulher, exceto Sophie. Não fazia
sentido. Após conhecer Sophie e perceber como seria perfeito ficarem juntos, ele nunca
mais havia cobiçado outra mulher.
Desta vez, quando se posicionou atrás dela, Shelly se curvou antes de
receber a instrução, pressionando os quadris contra ele, enquanto Cole apoiava o corpo
sobre o seu. Quando ela se balançou e gemeu, ele congelou. Mesmo sem permissão, as
mãos de Cole soltaram as mãos dela e desceram por seus braços e cotovelos,
escorregando em direção à cintura. Ela estava tão próxima e tão quente... Ele deslizou as
palmas pela suavidade do suéter felpudo, sentindo o volume ardente dos seios
pressionando o dorso de suas mãos.
Sentiu um nó no estômago, o peito apertado, e a ereção latejando. Tinha de
parar ou perderia totalmente o controle. Com um gemido sufocado, afastou-se dela.
Calmamente, Shelly pousou o taco de bilhar ao lado e virou-se para encará-lo.
Ela inclinou a cabeça com os olhos bem abertos, alguma coisa em seu olhar
denotava uma espécie de desespero. Ele a ignorou e procurou readquirir o equilíbrio.
— Talvez fosse melhor se um de meus irmãos a ensinasse. Sophie sentiu o
estômago embrulhar com as palavras dele.
Havia se transformado numa mulher mais atraente e estava se oferecendo,
mas Cole não a queria. Mordiscou o lábio para evitar que ele a visse vermelha de
humilhação. Suas bochechas sempre ficavam coradas. Enquanto as outras mulheres
adquiriam um leve rosado nas faces, Sophie podia sentir o calor pulsar sob a pele, do
peito até a, testa, deixando até seu nariz e orelhas vermelhos. Sua pele era tão branca
que ela se sentia horrível, e nada atraente.
Zane enfiou a cabeça no vão da porta e olhou para dentro da sala. Fitou a
garota, as sobrancelhas erguidas de curiosidade.
— Mack acabou de ir embora. O bar está quase vazio e Chase está pronto
para fechar. Vou para casa.
Shelly sentiu a presença de Cole atrás dela.
— Tudo bem. Dirija com cuidado. Ouvi dizer que as estradas estão cheias de
granizo e neve.
Pensando em sair dali correndo, Sophie virou-se para encarar Cole de novo,
com um sorriso firme no rosto, o rubor sob controle. Ele estava mais próximo do que
suspeitava e ela deu um passo apressado para trás.
— Oh, sinto muito. — Uma risada nervosa escapou de seus lábios. — Eu...
acho que a lição de bilhar terminou. É melhor deixar vocês fechar o bar e ir para casa.
Cole parecia um tanto indeciso. As boas maneiras venceram.
— Ainda temos uma meia hora. Tempo suficiente para que você entre no
concurso, se ainda estiver interessada.
Ele continuou a fitá-la, estudando-a com atenção. Sophie rezou para que ele
não desconfiasse de nada. Se descobrisse tudo agora, ela morreria de vergonha. Para

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

evitar isso, aproximou-se dele e começou a fazer coisas que sempre sonhara, mas nunca
tivera a ousadia de fazer em sua própria pele.
Espalmou uma das mãos sobre o peito dele e ficou impressionada com a
firmeza de seus músculos, com o calor que emanava em ondas. Nem precisou forçar a
voz para que saísse rouca, pois isto aconteceu naturalmente.
— Vou adorar — respondeu.
Com cuidado, ele soltou-lhe a mão.
— A câmera está no meu escritório. Espere aqui um momento.
— Preferia ir com você.
A auto preservação brigava com a curiosidade. Precisava ficar longe dele,
aceitar a dor da rejeição sozinha. Mas sempre quisera conhecer o escritório, que era uma
extensão do homem. Sabia que o lugar revelaria muito sobre o dono.
Sabia que lá havia um sofá grande e confortável. Por várias vezes, ouvira os
irmãos dele contando piadas sobre cochilos no sofá, especialmente referentes à Mack,
que precisava fazer os trabalhos da faculdade, mas insistia em contribuir com o serviço no
bar.
Muitas vezes, Sophie o imaginara no escritório, atrás da sólida porta de
madeira, dormindo no sofá ou sentado na escrivaninha, em meio aos seus papéis. Agora,
queria saber se a realidade era igual à fantasia.
Embora relutante, Cole concordou:
— Tudo bem. — Ele a conduziu com uma das mãos em suas costas. Aquele
toque leve e simples a fez pensar em outras coisas. A mão grande e forte envolveu-lhe a
cintura.
Ele era grande, suas mãos eram duas vezes maiores que as dela. Com um
pequeno tremor, Sophie imaginou aquele toque rude em seu corpo, em toda a sua pele.
Sentiu palpitações no peito e um vazio cortante espalhando-se em seu interior.
A luz estava apagada, e a escuridão aconchegante a envolveu quando
entraram no pequeno quarto. Não saberia explicar como fizera, mas virou-se assim que
Cole fechou a porta, e seus corpos colidiram. Sentia os pés colados ao chão.
— Shelly...
A voz dele era grave, parecia alterada. Ela nem precisou respirar fundo para
sentir aquele perfume masculino que a deixou ofegante, os pulmões expandindo,
estimulados pelo contato do tórax musculoso contra o seu corpo.
Sem conseguir resistir, ela ficou na ponta dos pés e roçou o nariz no pescoço
de Cole. A sensação era tão maravilhosa quanto ela imaginara, o cheiro refrescante e
provocante, a pele ardente ao contato!
Cole pousou as mãos nos ombros de Shelly, envolvendo-a com os dedos
quase por completo.
— O abajur fica na escrivaninha — ele murmurou, as palavras saindo com
dificuldade.
Ela tentou se afastar, certa de que não era aquilo o que Cole desejava,
brigando para aceitar sua frustração. Mas ele inclinou o rosto e tocou o queixo
suavemente em sua cabeça. Ela respirou fundo diante daquele carinho que havia
esperado por tanto tempo. O desejo sexual era novo para ela, nunca havia experimentado

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

aquela atração por alguém até conhecer Cole. Precisava saciar a vontade irresistível e
apagar a chama acesa dentro dela, que a estava deixando louca.
Moveu-se levemente. Sentiu o abdômen tocar a parte inferior do corpo de
Cole e levou um choque ante a extensa e rígida ereção. Ofegante, empurrou seu corpo
para mais perto dele, procurando intensificar o contato, encorajada pelas descobertas.
Cole tornou a praguejar. No minuto seguinte, levantou o rosto de Shelly com
uma das mãos e suspirou quando seus lábios cobriram os dela, devorando-a,
saboreando-a, mantendo-a paralisada para o próximo e frenético movimento de sua
língua.
Sophie havia fantasiado muitas vezes aquele momento, mas nunca
imaginara que um simples beijo pudesse suscitar tantos desejos desconhecidos. Sentiu o
coração bater em descompasso, o estômago contrair. Sem defesas, abriu os lábios e
aceitou-o, pressionando todo o seu corpo no dele, amando sentir o entusiasmo de Cole, o
membro rígido contra seu ventre.
Ele interrompeu o beijo, sem a intenção de encerrar os carinhos.
— Cole... — ela sussurrou, enquanto os lábios dele queimavam sobre seu
queixo, seu pescoço, mordendo, lambendo. Sentia as mãos dele deslizando em suas
costas, segurando-lhe os quadris, aproximando-se de sua pélvis, os dedos trilhando sua
pele enquanto ele a puxava para si.
Ela agarrou-lhe os ombros, atordoada com a crescente urgência e com a
doce revelação de que ele de fato a queria!
Gemeu quando ele ajustou a postura, pressionando-a para que as pernas
dela abrissem espaço para o seu quadril vigoroso, puxando-a para que ela subisse nele.
A timidez não iria atrapalhar, mesmo diante de tanta novidade e intimidade.
Estava com Cole, que era tudo o que ela desejara desde a noite em que se
conheceram. Segundo sua tia Maude, ele era exatamente o tipo de homem que ela
deveria evitar: um pacote de tentações envolvido em uma embalagem máscula e
sedutora. Mas também era o homem mais incrível, gentil, magnífico e cuidadoso que
conhecera. Forte em todos os sentidos. Queria que cada fantasia pecaminosa que
imaginara com ele se tornasse realidade...
Cole afastou com a boca a gola do suéter de Sophie, para pressionar a boca
em sua pele macia. Ela imaginou se ele a havia deixado marcada, e desejou que sim.
Inclinou a cabeça para facilitar a tarefa, sentindo os dedos dos pés se curvarem para
baixo dentro dos sapatos.
— Maldição... — ele sussurrou.
Cole parecia adivinhar o desejo de Sophie e, segurando-a firme com uma
das mãos em seus quadris, ergueu a outra mão para circundar-lhe os seios,
proporcionando-lhe uma excitação inexplicável. Ele roçou a palma deliberadamente sobre
um mamilo, e quando ela gemeu de prazer, passou a afagá-lo com suavidade. Suas
bocas se encontraram novamente e ela ficou sem ar quando ele beliscou seus mamilos,
puxando-os e envolvendo-os com os dedos. Cole passeou a língua quente e úmida pela
boca de Sophie, que a aceitou com avidez.
Estavam apoiados contra a porta, envoltos por um intenso calor, protegidos
pela escuridão, quando ouviram uma batida que os fez interromper o beijo.
— Já tranquei tudo e estou indo embora. Só queria avisar. — Após um riso
discreto, Chase prosseguiu: — Podem continuar.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

O peito de Cole movia-se como um fole. Ela continuava apoiada sobre as


coxas dele, os pés totalmente fora do chão, os braços em torno de seu pescoço. Ele
ainda a segurava com uma das mãos, enquanto parecia travar uma batalha interna.
Mesmo na escuridão, Sophie podia observar o brilho de seus olhos, sentir sua hesitação.
Não, não, ela implorou a si mesma, contendo as próprias palavras com
esforço. Mas ele a colocou em pé e ficou a uma boa distância.
Longe do calor daquele corpo vigoroso, Sophie sentiu frio e cruzou os braços
para se agasalhar. Enquanto arrumava os cabelos, ele a segurava com uma das mãos,
talvez tentando manter um espaço seguro entre eles. Quando a soltou, ela o ouviu bater
com a cabeça na porta mais de uma vez. A frustração dele era visível, deixando-a
embaraçada.
Abruptamente, ele se desvencilhou dela e abriu a porta. Saiu para o corredor
e Sophie ouviu o murmúrio de vozes enquanto ele falava com Chase.
— Está na hora de irmos embora. Vamos, vou acompanhá-la até o carro —
anunciou, resoluto, ao voltar.
Cole não a tocou novamente, deixando-a com o acre sabor da rejeição. No
entanto, Sophie se lembrou da intensidade do desejo que ele demonstrara. Ele a
desejava! Mas, por alguma razão, não queria admitir. Talvez, continuou imaginando,
tivesse receio de que ela quisesse um compromisso. Será que achava que, por ser "irmã
de Sophie", teria de assumir as conseqüências? Será que dormir com a irmã de uma
amiga implicaria em laços que não havia considerado? Sophie levava uma vida tão
solitária que não tinha a menor idéia dos códigos envolvidos nos relacionamentos entre
homem e mulher.
Cole devia estar com medo de cair em uma armadilha, só podia ser isso. Ela
tornou a se animar.
O silêncio era quase opressivo enquanto eles vestiam os casacos e Cole
executava as últimas tarefas. O bar estava escuro quando saíram, mas, do lado de fora, o
brilho claro da luz da rua iluminava toda a frente do estabelecimento. Ele passou várias
trancas na porta. Quando se voltou para ela, Sophie pôde admirar aquele magnífico corpo
e precisou lutar para manter-se calma.
Cole ainda estava excitado. Dava para perceber seus traços alterados, a cor
forte nas têmporas, o queixo cerrado, o calor que queimava em seus olhos. Desceu o
olhar até a borda do casaco e constatou sua ereção evidente, comprovando o quanto era
desejada. Tudo o que precisava fazer era tranquilizá-lo, mostrar que não haveria
cobranças se fizessem amor.
— Você está dirigindo o carro de Sophie! — observou ele, pronunciando-se
pela primeira vez desde que haviam deixado o bar.
Animada e com a confiança recuperada, ela sorriu.
— Minha irmã insistiu. Nossos horários são diferentes: ela é uma cotovia da
manhã, e eu uma coruja noturna. Então, não há problemas. E também... — acrescentou,
deliberadamente, esperando instigá-lo — ...não vou ficar muito tempo na cidade. Apenas
mais alguns dias.
Ele não mordera a isca.
— Entendo. Bem, boa noite. Foi... bom conhecer você.
Ela quase riu com o comentário tolo e a ironia de sua voz, mas o rosto de
Cole estava duro feito pedra, e não pretendia irritá-lo ainda mais.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Ah, nós nos veremos novamente. Você se esqueceu de tirar a minha foto.
Voltarei amanhã à noite, pode ser? — De brincadeira, tentando parecer arrojada e
garantir a credibilidade de sua estratégia, ela apanhou a luva de couro e afagou-lhe o
peito. — Talvez, então, possamos continuar de onde paramos...
Ele contraiu o maxilar e, quando saiu, Sophie o ouviu murmurar um
impropério.
Ela fechou a porta e ligou o carro. Seu coração ainda batia forte, o peito
formigava e tinha uma sensação estranha em seu íntimo, um vazio que precisava ser
preenchido. A noite havia sido deliciosa e ela queria mais.
Queria Cole Winston.

Capítulo II

A noite tinha sido terrível. Cole tomava café enquanto tentava ordenar os
pensamentos. Mas a falta de sono e a grande frustração sexual deixavam seu cérebro
lento, dificultando o raciocínio. Os acontecimentos no bar, a excessiva sensualidade e,
depois, a culpa galopante conspiravam contra ele, fazendo-o balançar com a vontade de
fazer amor com uma mulher que parecia, sentia e tinha o gosto de Sophie, mas reagia de
outra maneira. Todos esses elementos provocavam-lhe devaneios altamente eróticos e
ele acordara com um gemido preso na garganta, o corpo banhado em suor, todos os
músculos tensos.
Ainda podia sentir o sabor, o calor molhado dos lábios e da língua de Shelly,
a temperatura contagiante de seu corpo quando roçava no dele. Os seios dela tinham o
tamanho exato de suas mãos, os mamilos túrgidos, ávidos por sua boca. Queria tanto
sugá-los, afagá-los, até ela implorar por mais...
Engoliu em seco e fechou os olhos, sentindo o calor invadi-lo em ondas.
Suas mãos tremeram quando tateou procurando pela caneca de café. Tomou um gole
escaldante.
Precisava conversar com Sophie. Quando lhe dissesse o quanto estava
atraído por ela, como a queria, ela talvez reconsiderasse. Se não estivesse interessada
nele, poderiam deixar de ser amigos, embora essa não fosse exatamente a sua vontade.
Mas, pelo menos, sua confissão poderia afastar Shelly, acabando com a tentação. Não
agüentaria passar por aquilo de novo, arriscando-se a perder o controle. Droga, estivera a
ponto de deitá-la sobre a mesa, de deslizar as calças por suas longas pernas. Num
acesso de desejo, poderia ter feito amor com ela, e tinha a impressão de que teria sido
muito bom.
Mas não podia substituir uma mulher por outra, não seria justo com nenhuma
das duas. Na verdade, o desejo por Shelly era porque ela se parecia com Sophie. Mas as
duas não eram a mesma pessoa e Cole não podia confundi-las e perder a oportunidade
com Sophie.
Assim que terminou a terceira xícara de café extra forte, olhou para o relógio.
Por causa do trabalho noturno no bar, raramente se levantava tão cedo, mas naquela
noite fora impossível dormir. A cafeína ainda não fizera efeito, mas já eram quase nove e
meia e, até que chegasse à loja, Sophie já estaria lá. Shelly tinha razão: sua irmã era
como um pássaro matutino. Era melhor ele ir logo, antes que perdesse a coragem.
Aquele pensamento o fez rir, afinal, nenhuma mulher o deixara assim
nervoso desde os dezesseis anos. Mas também, nenhuma delas havia sido tão
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

importante quanto Sophie. Fazia sete meses que esperava por ela. Aquilo era ridículo.
Estava na hora de colocar um ponto-final.
Meia hora mais tarde. Cole abriu a porta entalhada de carvalho e vidro da
butique, ouvindo o tilintar dos sinos suspensos. Era um estabelecimento elegante e
pequeno, que exalava um aroma feminino e, naquela ocasião, estava decorado para o
Dia dos Namorados. No canto, uma mulher loira, de estatura baixa, preparava-se para
vestir um manequim nu com um elegante traje a rigor. Ela lançou-lhe um olhar por sobre a
borda dos óculos redondos.
— Já vou atendê-lo — disse, com a boca repleta de alfinetes, presos nos
dentes.
— Vim ver Sophie. Ela está?
A mulher se endireitou, mostrando interesse, e rapidamente dobrou a peça
de roupa em sua mão, colocando-a de lado, com os alfinetes por cima.
— Não, sinto muito. Ela vai chegar um pouco mais tarde hoje. Pediu-me que
abrisse a loja. Ela o estava esperando?
Cole negou com a cabeça. Não era do feitio de Sophie chegar tarde, e uma
ponta de preocupação lhe invadiu a mente.
— Ela está doente?
— Não, imagino que esteja apenas cansada. — A mulher sorriu e estendeu a
mão. — Sou a assistente dela, Allison. Muito prazer. Você não é o mais velho dos irmãos
Winston, donos da taverna? Vi sua foto há pouco tempo nos jornais.
Cole curvou os lábios em um sorriso maroto, tão bem utilizado para seduzir o
público feminino.
— Sou eu mesmo! Espero que tenha ignorado o artigo. Os jornais adoram
pegar a mim e aos meus irmãos desprevenidos.
O sorriso de Allison aflorou enquanto ela o brindava com um olhar
embaraçado e malicioso.
— Era uma bela foto. Eu guardei o artigo.
O flerte ostensivo não o incomodou; Cole sabia como se esquivar de
interesses femininos de modo gentil, sem jamais ferir os sentimentos de uma garota.
Infelizmente, não havia conseguido fugir de Shelly.
Abruptamente, mudou de assunto.
— Você sabe a que horas Sophie vai chegar?
— Desculpe, mas não sei. Ela apenas disse "mais tarde" em meio a um
grande bocejo. Acho que está um pouco zonza e precisando dormir um pouco mais esta
manhã.
— Ela provavelmente ficou até tarde com a irmã.
Cole franziu a testa com o pensamento. E se Shelly já tivesse relatado os
eventos da noite passada? Se tivesse contado como ele a havia beijado... Elas
provavelmente haviam ficado sentadas até tarde, falando mal dele e de sua maldita falta
de controle.
Droga, Shelly não deveria interferir no descanso da irmã. Cole sabia que
Sophie trabalhava muito e, se alguém tivesse de perturbar seu sono, seria ele!
Allison riu.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Não deve ter sido por isso, já que ela não tem irmã. Sophie é filha única.
Cole ficou surpreso por Allison não conhecer bem sua chefe, mas lembrou-se
do quanto Sophie era reservada, o quão pouco falava, e entendeu.
— Shelly é sua irmã gêmea. Ela está na cidade para uma rápida visita.
Allison balançou a cabeça e colocou as mãos sobre os quadris.
— Não sei quem andou mentindo, mas Sophie é totalmente sozinha. Ela
perdeu a família quando era criança. Sua tia a acolheu e a criou, mas ela morreu há um
ano.
O coração de Cole disparou, depois tornou a se estabilizar.
— Tem certeza disso? — ele quis saber, esforçando-se para controlar o
nervosismo.
— Absoluta. — Bombardeado por uma mistura de sentimentos, a maioria
deles confusos. Cole apoiou as mãos no balcão e inclinou a cabeça para a frente,
pensando profundamente. Não existe nenhuma irmã gêmea.
— Ei, está tudo bem?
Ele concordou com a cabeça e esboçou um sorriso casual, tentando parecer
normal, mas, na verdade, estava desnorteado. Reviu a cena da noite anterior e percebeu
que uma crescente ternura ameaçava dominá-lo. Sophie estava totalmente sozinha no
mundo, sem nenhum parente ao redor. Ele também havia perdido os pais, então, sabia
como isso era devastador. Mas sempre contou com os irmãos e eram mais próximos do
que muitas famílias completas. Queria proteger Sophie, confortá-la, dizer que ela nunca
mais ficaria só.
Em seguida, seus pensamentos se desviaram para o calor e a volúpia da
noite anterior. Um fluxo de lascívia incandescente forçou-o a agarrar com força o balcão.
Se Sophie não tinha uma irmã, então seu dia adquiria uma nova perspectiva. A ansiedade
comprimiu-lhe o peito.
— Você conhece bem Sophie? — Tomou cuidado para a pergunta parecer
despretensiosa, para não levantar suspeitas. Allison deu de ombros.
— Claro. Trabalho com ela desde que comprou o ponto, há cerca de sete
meses.
— Eu me lembro de quando a loja foi inaugurada.
Cole podia sentir o sangue ferver nas veias. Sentiu o corpo enrijecer,
pressionando o rústico zíper do jeans, mas ele não podia evitar. Moveu-se,
desconfortável, lembrando-se da noite anterior, de como havia tocado Sophie, beijado...
Sophie. Conhecia aqueles seios e o modo como se aninhavam perfeitamente na palma de
suas mãos. A textura de seus delicados quadris, o gosto de sua pele...
E sabia que Sophie Sheridan, atriz e impostora, o desejava o suficiente para
fingir ser outra pessoa.
Cole clareou a garganta duas vezes antes de voltar a falar.
— Sophie e eu nos conhecemos razoavelmente bem. Mas eu poderia jurar
que ela havia mencionado alguma coisa sobre uma irmã.
— Não. — Cheia de segredos, Allison sentou-se no banquinho da caixa
registradora e apoiou os cotovelos no balcão.
— A tia era sua única parente, e as duas eram muito ligadas. Sophie foi
morar com ela quando ela ficou doente. Mas a pobre senhora morreu no ano passado. Foi
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

um baque terrível para Sophie, que pegou a herança e se mudou para cá, para ficar longe
das lembranças. — Allison sacudiu a cabeça. — Está interessado nela?
Sim, ele estava interessado! Sabia que seus olhos brilhavam quando sorriu
para Allison, fazendo-a corar.
— Somos amigos, mas eu queria lhe fazer uma surpresa no Dia dos
Namorados, alguma coisa mais... pessoal. Poderia me fazer um grande favor e não
mencionar que estive aqui ou que perguntei por ela? Não quero estragar a surpresa.
Com os olhos muito abertos, Allison fez o sinal da cruz sobre o peito, com o
dedo indicador.
— Não direi uma palavra. Sophie merece um pouco de diversão.
Ah, ele com certeza lhe proporcionaria diversão! Cole saiu da loja, com
vontade de saltitar e esfregar as mãos de ansiedade. Sophie Sheridan estava prestes a
conseguir o que procurava. Mas não sua parte tímida, pensou, lembrando-se de como ela
se recusara a participar do concurso, de como se retraía quando ele a tocava. E, sim, a
sexy Shelly!
Cole sorriu, sem imaginar como agüentaria esperar o dia inteiro. Só de
pensar que a noite poderia pôr um fim em suas frustrações, traçava uma estratégia para
que nada saísse errado. Havia lidado com Shelly à noite, e agora Sophie lidaria com ele
de manhã.
Ele faria uma surpresa no Dia dos Namorados que ela não esqueceria
jamais!
Sophie estava se arrastando na hora em que saiu do trabalho. A combinação
da madrugada, do estresse da decepção e da ansiedade de começar tudo de novo
deixara sua cabeça e seu corpo esgotados. Tia Maude acreditava nas palavras de
Benjamin Franklin, aqueles que dormiam cedo e acordavam cedo se tornavam pessoas
mais saudáveis, prósperas e sábias.
Sempre aderira a essa filosofia, feliz em fazer o máximo para agradar à
pessoa que a havia criado e amado. Mas tinha se deitado quase às duas da manhã e não
conseguira pregar o olho, por causa de tanto desejo reprimido. Não estava acostumada
com aqueles fortes sentimentos que a mantiveram acordada. Em vez de se entregar ao
sono, ficara recordando a deliciosa sensação do corpo forte e quente de Cole pressionado
ao seu, as coxas musculosas entre as suas, as mãos grandes em seus seios. Havia
sentido um tremor diferente que perdurara toda a madrugada.
Allison fora prestativa, mas estivera muito alegre o dia inteiro, sorridente e
barulhenta, e Sophie ficara aliviada ao colocar a placa de "Fechado" na vitrine da frente
da loja.
Apesar do cansaço, estava ansiosa para encontrar Cole, agora que haviam
travado certo conhecimento mais pessoal. Conhecera o toque de seu corpo, a avidez com
que a beijara e seu sabor impetuoso.
Quando entrou no bar, tremendo por causa da noite gelada. Cole
imediatamente a fitou, atraindo-a com seu olhar flamejante. Ela teve a sensação de que
ele a estava procurando e sentiu o coração disparar. Seu sorriso estava diferente, mais
caloroso e íntimo. Imaginou se aquilo seria resultado do "efeito Shelly".
Por um instante, teve ciúmes de si mesma.
Quando Cole apanhou uma caneca para colocar o chocolate quente,
libertando-a de seu olhar, ela sentou-se à mesa de sempre. Sentia o ventre formigando e
o peito pesado enquanto aguardava que ele a servisse. Tinha de aparentar ser ela
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

mesma, pensou, restringindo a conversa, bebendo seu chocolate quente como se nada
tivesse acontecido.
Só que, desta vez, ele não lhe serviu a bebida e saiu depois de dizer
algumas palavras gentis. Ao contrário, colocou a xícara na frente dela e sentou-se à sua
frente, escorando o queixo no largo punho cerrado, sorrindo diretamente para dentro de
seus olhos atordoados. Cole a examinou até ela se contorcer, todos os sentimentos da
última noite penetrando seus músculos como uma brasa ardente. Ela sentiu a respiração
ficar rápida e curta, e os mamilos se retesar. Arqueou os ombros, esforçando-se para
esconder os seios.
Cole sorriu com malícia, a expressão sensual e intensa, observando-a como
se nunca a tivesse visto antes. Para quebrar a tensão, ela apontou com a cabeça para a
caneca fumegante.
— Obrigada. Passei o dia inteiro esperando por isto.
— Eu também...
Ela fez uma pausa antes de levar a colher cheia de creme à boca. Porém,
antes que conseguisse completar o movimento. Cole se debruçou sobre a mesa e, com a
mão larga, envolveu a dela e levou a colher até sua boca, o olhar fixo em seus lábios.
Como um zumbi, ela aceitou a oferta, obediente. Devagar, Cole retirou a
colher vazia por entre os lábios cerrados e a colocou no pires; seus olhos emanavam
tanto calor que ela se sentiu acarinhada por inteiro. Com o polegar, ele cuidadosamente
removeu um pouquinho do creme que havia ficado no canto de sua boca. O gesto foi tão
sexy que ela experimentou uma excitação extraordinária. Com o polegar, ele ociosamente
esfregou seu lábio inferior, e por alguns segundos Sophie sentiu a visão embaralhar e
teve que fechar os olhos para readquirir o equilíbrio. Se ele continuasse por mais um
segundo que fosse, acabaria por perder os sentidos aos pés dele.
— Você já namorou, Sophie? — ele quis saber, fazendo uso de uma voz
suave, quase um suspiro.
As mãos dele permaneciam abertas sobre a mesa e ela o observou
aproximando os longos dedos em direção aos seus. Manteve as mãos a salvo, pousando-
as no colo. Se ele a tocasse de novo, imploraria por mais, acabando com o disfarce.
— Por que a pergunta?
— Curiosidade. — O sorriso pernicioso de Cole era sexy demais para
aquelas palavras, mas também divertido. — O encontro com sua irmã na última noite me
fez imaginar por que vocês duas são tão... diferentes.
— Então você gostou de Shelly? — perguntou, já sabendo a resposta.
Se Chase não os tivesse interrompido, suspeitava que a intimidade entre os
dois teria sido total. O que haviam desfrutado tinha sido muito bom, mas também muito
frustrante. Os incríveis sentimentos que ele havia despertado estavam aumentando, e
Sophie queria saber o que aconteceria, a imensidão do que poderia se tomar. Desejava
sentir aquele corpo masculino nu, tracejar com a ponta dos dedos os músculos salientes,
pele na pele. Seu perfume era mais forte no pescoço e ela imaginou como seria em
outras partes do corpo, no tórax, no abdômen e onde aquela potente ereção a havia
pressionado.
Sophie quase ficou sem ar quando Cole se aproximou e tocou com os dedos
um cacho de cabelos que caía sobre seu ombro.
— É verdade, gostei de Shelly. Mas gosto de você também.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Ela só conseguiu emitir um gemido, diante de tantas lembranças nítidas e


com ele olhando-a daquele jeito. Cole passou os dedos no queixo dela, enquanto
continuava a brincar com o cacho.
— E então? Você já namorou?
— Não. Eu... — Ela forçou um leve sorriso, mas seu rosto permanecia tenso.
— Você sabe como é, o quanto o trabalho pode manter uma pessoa ocupada.
Ele concordou com um gesto de cabeça.
— Criei meus irmãos, sei o que é trabalho. Mantê-los longe de encrencas e
estudando na escola ocupava quase todo o meu tempo. Só agora vou poder partir para
um relacionamento sério.
Sophie queria sair correndo dali o mais rápido possível. Será que ele estava
insinuando que queria assumir o relacionamento com Shelly? De alguma maneira,
precisava dissuadi-lo da idéia.
Seu ciúme aumentou.
Cole esboçou um sorriso enquanto brincava com os cabelos dela.
— Por que você e sua irmã não tiram uma fotografia juntas? Não consigo
imaginar nada mais bonito.
— Juntas?
— Garanto que venceriam o concurso. E, já que você vem aqui todas as
noites, tomaria sua bebida por conta da casa.
Como Sophie não respondeu, ele tomou a resposta como negativa.
— Tudo bem. A decisão é sua. Mas pode me fazer um favor? Pergunte a
Shelly se ela pode aparecer um pouco mais tarde esta noite. Na hora em que o bar estiver
fechando. Tenho muitas coisas a fazer e, quando ela estiver aqui, não quero me
preocupar com o trabalho. Você faria isso por mim?
Sophie raciocinou rápido. Dessa forma, teria tempo de ir para casa e tirar um
cochilo. Estava exausta. E muito ansiosa para vê-lo de novo, beijá-lo e tocá-lo mais uma
vez, mas, naquele estado, mal conseguiria ficar com os olhos abertos. Um curto descanso
revigoraria as suas forças e aguçaria seu prejudicado juízo.
— Sim, eu falo com ela. Isso... isso não será problema, já que ela tem
bastante tempo livre neste momento.
— Bem, Sophie... — Cole sorriu com ironia, esperando que ela arqueasse a
sobrancelha pensativa. — Se mudar de idéia e decidir participar da competição, me avise.
Ela se sentiu corando de vergonha e mal conseguiu esboçar um sorriso.
Odiava quando seu rosto ficava vermelho.
— Sim, tudo bem. Obrigada.
Cole saiu, assobiando enquanto ela mantinha o olhar fixo no chocolate,
sentindo-se mal. A maior parte do creme havia se incorporado à bebida.
Droga. Tinha medo que seus planos fossem por água abaixo.
Ele havia insinuado ter ficado sozinho por necessidade, e não por vontade.
Dera a entender que gostaria de se envolver com uma mulher em um relacionamento
sério.
E ela, estupidamente, havia desistido dele em benefício de sua falsa irmã.
Sophie cobriu o rosto com as duas mãos. O plano perfeito, pensou.
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Terminou de tomar a bebida e, literalmente, saiu correndo.


— Você está sorrindo como um gato que acabou de encontrar um pedaço de
queijo.
— Sim.
Cole virou-se para Chase e riu ainda mais. Estivera feliz a noite inteira e com
razão. Sophie o desejava. Ficou repetindo aquilo para si mesmo e, a cada vez, seu corpo
inteiro vibrava. Mesmo que ainda não soubesse do artifício usado por Sophie, o rubor que
aparecera em seu rosto antes de fugir do bar a teria denunciado. Ninguém ficava corada
daquele jeito à toa. Dava para imaginar como seu corpo ficaria ruborizado também,
ardendo por ele e pelo prazer que ele proporcionaria. Estava fazendo planos, pensando
nisso havia horas, enquanto aguardava o retorno de Shelly.
— E ai, o que aconteceu? Você e a garota bonita finalmente se entenderam
ou está assim por causa do encontro com a irmã? Aquela mulher é capaz de deixar
qualquer homem feliz.
Embora tivessem nove anos de diferença, Cole e Chase, possivelmente por
serem os irmãos mais velhos, sempre haviam sido bons amigos. Conversavam sobre
tudo, mas, mesmo assim, se pudesse, Cole teria guardado para si o segredo de Sophie.
O problema era que o irmão sabia que ela supostamente tinha uma irmã gêmea, então,
merecia uma explicação. Ele suspirou.
— Não existe nenhuma irmã.
Chase parou de secar um copo na hora.
— Como assim?
Era terrível, mas ele não podia deixar de sorrir, mostrando uma ponta de
satisfação.
— Sophie não tem nenhuma irmã — ele repetiu, enfatizando as palavras. —
Ela é filha única!
Cole esperou até que Chase captasse a informação. Após mostrar espanto
em sua expressão, ele gargalhou.
— Bem, entendi. — Ele deu um cutucão no ombro de Cole. — E você é o
sortudo?
Aliviado ao perceber que Chase via a questão como ele, Cole concordou
com um gesto de cabeça.
— É isso aí. Mas não contei aos outros.
— Sem problemas. Ontem, Mack e Zane estavam tão ocupados disputando
para ver qual dos dois adivinhava o que estava acontecendo entre você e a moça que eu
os deixei liberar a imaginação. Não é sempre que eles o vêem tão interessado em uma
mulher.
Cole dirigiu ao irmão um olhar enviesado.
— Eu estava literalmente encantado por ela. Que droga, acho que a
Inquisição deve ter sido mais tranqüila do que a noite passada.
— Mas hoje será diferente?
— Ah, sim.
Naquela noite não precisaria recusar o convite de Shelly. A ternura o invadiu
novamente, abalando sua autoconfiança. Lembrou-se no que Sophie havia se metido, na
elaboração de seu plano, e queria acabar com isso e passar os dias mostrando-lhe que o
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artifício era desnecessário. Ele soube que ela era a mulher de sua vida desde que haviam
se conhecido. Tudo o que ela precisava fazer era sorrir ou pedir seu chocolate quente
para ele se sentir hipnotizado por seu encanto.
— Se eu não estiver errado, Sophie está tentando conseguir uma coisa sem
perder a outra.
— E você seria essas duas coisas? Ele assentiu com a cabeça.
— Ela foi superprotegida por uma tia idosa e não namorou muito. E não quer
se arriscar a perder o conforto das visitas ao bar todas as noites. Imagino que sua vida
social se limite a isso. Sophie deve imaginar que não poderá mais vir aqui se provocar
uma situação embaraçosa entre nós dois. Mas, se tivermos um caso, as coisas podem
mudar. Quando eu lhe explicar tudo, ela verá como está sendo tola.
— Vai confessar que sabe que ela é filha única?
— Por Deus, não! — Cole descartou a idéia. Em toda a sua inocência,
Sophie estava lhe oferecendo uma fantasia e ele não iria, de modo algum, atrapalhar a
pequena encenação. Além disso, queria ver até onde ela iria. — Pretendo mostrar que eu
a quero, não importa quem ela seja.
— Acho que você só está considerando o seu lado. Há uma grande
probabilidade de ferir os sentimentos da garota.
— E você tem muita experiência no assunto?
Os namoros de Chase eram mais restritos do que os de Cole. A morte dos
pais o abalara profundamente e, desde então, ele ficara quase recluso. Não que fosse um
monge; era, apenas, muito seletivo e bastante volúvel. Era difícil lembrar-se de uma
mulher com a qual Chase houvesse saído mais do que três vezes.
Chase balançou a cabeça.
— Não precisa ser um gênio para perceber que ela ficará constrangida. E as
mulheres têm um comportamento estranho em questões como essa. Ela pode perdoá-lo
por machucá-la sem querer com uma brincadeira estúpida. Mas experimente ferir seus
sentimentos e ela jamais esquecerá!
Como não era bem isso que Cole esperava ouvir, ignorou o aviso. Sophie
tinha dois lados e ele pretendia satisfazer a ambos.
Naquele instante, ela entrou no bar e, por incrível que parecesse, estava
mais bonita do que na noite anterior. Lógico que agora ele a estava observando de um
modo diferente. Aquela era a sua Sophie, tão tímida e doce, mesmo com um visual
incrivelmente sexy! Aquela combinação era a garantia de problemas.
Ela usava o mesmo casaco longo de couro, dessa vez sobre uma blusa
branca abotoada na frente, saia preta curta e sapatos pretos de plataforma. Estava
sensualmente feminina e apetitosa...
— Lá vêm Sophie e Shelly, então, é melhor controlar os olhares... e o resto.
Com as palavras de Chase, Cole desviou o olhar de Shelly Sophie e voltou-
se para os irmãos.
Mack foi o primeiro a falar, fascinado com a imagem daquela mulher
fantástica.
— O que aconteceu com ela? Está parecendo muito mais bonita!

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Vou contar — prontificou-se Zane. — Ela sempre foi atraente, mas parecia
não estar consciente disso. Ela sempre foi muito... contida. Agora, seu lado de mulher
fatal está aflorando.— Ele riu. — Eu gosto disso!
Cole não se preocupou em responder a cada irmão.
— Vou fotografá-la. Gostaria de ter privacidade enquanto estivermos no
escritório.
Mack sorriu com malícia, de orelha a orelha.
— Precisa de privacidade para tirar uma foto?
Zane deu um peteleco no irmão, que lhe lançou um olhar de desagrado e
devolveu o safanão.
— Não o provoque, Mack — disse Zane, roçando-lhe o ombro. — Droga, fico
contente em vê-lo finalmente liberando as amarras. — Virando-se para Cole, prosseguiu:
— Você parece mais um avô do que um irmão mais velho.
— Uau, obrigado! Mack riu novamente.
— Prometemos dar todo o espaço que precisar. Ainda bem que hoje é sexta-
feira. Posso fechar o bar junto com Chase, se você quiser.
— Boa idéia. Obrigado — Cole afastou-se dos irmãos para encontrar Sophie.
Alguém ligou a máquina de música tipo jukebox e Cole precisou gritar para
que ela o ouvisse.
— Vejo que recebeu meu recado!
Ela o encarou, devorando-o com o olhar, e ele já sabia como interpretar os
sinais.
— Sim. Ah... Sophie me pediu para vir um pouco mais tarde. A que horas
fecha o bar?
— Acho que em poucos minutos.
Um casal dançava arrastado perto deles, agarrados um ao outro, mal se
movendo enquanto fingiam interesse pela música. Cole sorriu, malicioso.
— Você dança?
Enquanto aguardava a resposta, pegou-a pelas mãos, trazendo-a para perto
dele. Ela empalideceu.
— Não, eu não... é que...
— Ninguém está prestando atenção — ele a persuadiu. Puxou-a para seus
braços ao mesmo tempo em que via, sobre os ombros dela, o olhar extasiado dos irmãos.
Aquilo também não importava. Franziu o cenho e balançou a cabeça para eles. Os três
retribuíram o gesto, expressando vários graus de humor e curiosidade.
Sophie aninhou a cabeça nos ombros dele.
— Não sei dançar muito bem.
— Está indo bem. — Ele pousou o rosto na têmpora dela, desfrutando aquele
calor, aspirando o doce e conhecido aroma. Ela despertava seus instintos primitivos, e ele
queria, de alguma forma, marcá-la como sendo sua. Apertou-a mais forte, os
pensamentos correndo soltos, cheios de planos para a noite. — Gosto de abraçar você.
Sentindo um leve arrepio, ela se inclinou para trás para poder observá-lo.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Gostei mais da experiência que tivemos ontem à noite. — Ela mordeu o


lábio, hesitante, antes de deixar escapar novas palavras. — Por que você parou?
Cole assustou-se com o ataque inesperado. Para disfarçar o próprio
constrangimento, levantou uma das mãos e acariciou-lhe o rosto.
— Precisava fechar o bar. Sophie balançou a cabeça.
— Não foi só isso. Você parecia zangado. — Apesar de sentir o rosto
ruborizando, ela manteve o olhar firme. — Quero que saiba, Cole, que o fato de ser... irmã
de Sophie não significa que esteja esperando mais do que você dá às outras mulheres.
— Ah? — Tolinha. Ela era tão doce e inocente... Queria pegá-la e carregá-la
para um lugar mais sossegado, onde pudesse passar a noite tranquilizando-a, fazendo
amor, mantendo-a junto a ele. Sabia que os irmãos estavam observando, então,
controlou-se. — O que as outras mulheres esperam de mim?
Ela engoliu em seco e demorou a responder. Cole imaginou que continuar
com os planos não devia estar sendo fácil para Sophie, o que, indiretamente, mostrava o
quanto ela estava a fim dele. Que Deus o ajudasse! Aquela seria uma madrugada e
tanto...
— Nada mais do que uma ou duas noites agradáveis juntos, suponho. Eu
não... não ficarei na cidade por muito tempo. Nos poucos dias em que estiver por aqui,
gostaria de ter a sua companhia. Mas não precisa manter um relacionamento comigo
depois disso. Tenho minha própria vida e não estou interessada nas complicações de um
namoro. Não tenha medo, não vou ficar pegando no seu pé.
O peito de Cole se apertou com uma estranha emoção que ele nunca havia
sentido. Pressionou o polegar no lábio inferior de Sophie e sussurrou:
— Vamos conversar no meu escritório. Vou pedir para Chase levar algo para
bebermos.
Ela ficou aliviada com a oferta e sorriu em agradecimento, antes de segurar a
mão que ele estendeu. Ainda estava com os dedos gelados por causa do mau tempo lá
fora e ele os pressionou gentilmente, transmitindo um pouco de seu calor.
Cole sentiu o corpo tremer de excitação. Virou-se para observar o movimento
do bar enquanto os irmãos fingiam procurar algo para fazer.
— Bebida para dois, Chase — pediu, quando passou pelo bar.
— Claro. — Havia tanta ironia no tom de voz do irmão que Cole sentiu-se
obrigado a acrescentar. — Refrigerantes, por favor.
Não queria oferecer chocolate para Sophie e acabar com a fantasia,
mostrando conhecer suas preferências. Além disso, não sabia se conseguiria se controlar
naquele momento. O modo como ela saboreava aquela bebida preferida era melhor do
que um afrodisíaco!
Por sorte, Sophie não percebeu a artimanha. Manteve o olhar em direção
aos pés quando entraram no escritório. Dessa vez. Cole deixou a luz acesa. Queria ver
cada pequena expressão que pudesse passar pelo rosto dela. Trancou a porta e sorriu. —
Venha cá.
Um tanto assustada, Sophie sentiu os olhos rodar e entreabriu os lábios um
pouco antes que ele a beijasse.
Cole ouviu Chase dar o último aviso de que o bar estava fechando e sentiu
os músculos se contraírem. Em breve, estariam sozinhos; ele a teria toda para si, com a
privacidade necessária para saciar todos os desejos dela.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Assim, abraçou-a com mais força, uma das mãos apoiando-lhe a nuca, os
dedos entrelaçados em seus cabelos sedosos; com a outra mão, pressionava-lhe a base
da coluna, impelindo o corpo dela a um contato mais íntimo com o seu.
E ela, prontamente, entregou-se. Não ofereceu nenhuma resistência. Ele
colocou a língua entre os lábios dela, lambendo-lhe a boca com movimentos profundos,
exploratórios e excitantes. Ela pôs as mãos em seu peito másculo, puxando o tecido da
camisa.
— Cole...
Uma batida na porta anunciou a chegada das bebidas. Ele vislumbrou o olhar
sonhador e as faces avermelhadas de Sophie e sorriu.
— Não saia daí.
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
Cole abriu a porta e apanhou a bandeja que Chase lhe entregava.
Sorriu outra vez ao voltar-se para ela e colocou a bandeja na escrivaninha.
Puxou-a para si de novo, tocando a pele suave do rosto e do queixo. O rosto dela era tão
precioso! Beijou-a novamente e empurrou-a com delicadeza em direção à escrivaninha.
Sophie se agarrou a ele e, quando ele a levantou para que ela sentasse na beira do
móvel, apenas suspirou.
— Fico feliz que esteja de saia, garota. — Ele trilhou um caminho de beijos
por sobre o queixo, descendo para o pescoço...
— Por quê? — ela quis saber, já quase sem fôlego.
Ele a fitou, divertido com sua inocência, encantado com seus olhos
semicerrados e a expressão confusa. Com vagar, escorregou uma das mãos pela lateral,
até os joelhos dela e, para baixo de sua saia.
— Ah!
Ele forçou o riso, mas aquilo fora difícil. Os quadris de Sophie eram quentes
e macios, e enquanto seus dedos os exploravam, ele percebeu que ela usava meias de
náilon. Ofegou baixinho e a beijou, arqueando-a sobre a escrivaninha, louco de desejo.
Com a saia levantada, era fácil abrir-lhe as pernas e encaixar os quadris. Fez uma pausa
na fantástica exploração daquelas pernas para tocar-lhe os pequenos e perfeitos seios.
— Posso sentir seu coração disparado — disse, próximo aos lábios dela.
Sophie pressionou o rosto contra o peito viril.
— Adoro sentir o seu toque.
— Então, vai gostar mais ainda disto. — Ele abriu um botão para libertá-la da
blusa de gola em "V".
Sophie segurou a respiração. O botão seguinte se abriu, mostrando a pele
suave e sedosa de seu colo, no vão entre os seios. Cole afundou os dedos e acariciou-a
por inteiro, aproximando-se o suficiente dos mamilos para fazê-la tremer de expectativa.
— Não há nada mais macio e doce na Terra do que os seios de uma
mulher... — ele contemplou, enquanto continuava com os carinhos, contornando e
envolvendo-os com a palma das mãos, maravilhado com a resistência daquela pele
macia.
Sophie soltou um discreto gemido, e Cole abriu outro botão. O sutiã era
branco e rendado, a lingerie mais sexy que ele já havia visto. Imaginou se combinava com
a liga e a calcinha.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Ele abriu os últimos botões da blusa, tirou-a e jogou-a longe, para então
cobrir-lhe os seios com as mãos.
— Tão bonita... — Suspirou, cheio de desejo.
Sophie sentiu o peito tremer pela respiração profunda. Cole roçou o fecho do
sutiã com a ponta dos dedos.
Quando a música no bar cessou, ela levantou a cabeça, assustada.
— Shhh, está tudo bem. Eles estão fechando. Está na hora de todo mundo ir
para casa.
Ela piscou seguidas vezes como se quisesse conciliar os pensamentos.
— Você também precisa ir?
— Não, se você não quiser... — Ele lhe deu um caloroso e leve beijo. — Mas
eu gostaria de levá-la para casa comigo, querida. Meu apartamento fica a apenas
algumas quadras daqui. O sofá do escritório é bom para um rápido cochilo, mas eu não
pretendo dormir e não quero que nada seja rápido esta noite. — Ele tocou-lhe o rosto, a
ponta dos dedos deslizando sobre a parte inferior do queixo. — Não quero apressá-la. Sei
que as coisas estão caminhando um pouco rápido demais. — Depois de um pequeno
sorriso, prosseguiu: — Afinal de contas, acabamos de nos conhecer. Mas eu quero você,
e você obviamente me quer também. Você iria para a minha casa? Passaria a noite
comigo?
Ela abriu bem os olhos, as sobrancelhas se arqueando. Cole podia ver a
pulsação forte em seu pescoço.
— Sim... — Ela engoliu em seco e sorriu. — Eu adoraria ir.
Cole sorriu, sarcástico, ante os modos refinados de Sophie, querendo caçoar
dela, mas se sentindo incapaz de fazer qualquer tipo de brincadeira.
Era perceptível o quanto ela estava sem jeito. Cole queria que ela
acreditasse nele, queria possuí-la de corpo e alma.
Ela permaneceu em silêncio enquanto ele estacionava e a conduzia ao
segundo andar do prédio. O silêncio não era tão desconfortável, mas misturava-se à
tensão e à excitação. Um instinto primitivo queria ser saciado ao ver Sophie em sua casa,
em seu território, em sua cama. Ele queria celebrar a posse e pretendia fazer tudo certo.
Nunca agira como um selvagem, mas, naquele momento, conseguia se visualizar uivando
e matando dragões para provar o seu amor.
Sophie olhava ao redor enquanto ele abria a porta e a convidava a entrar.
— Minha casa é bastante simples. Não sou muito ligado em decoração, e até
pouco tempo atrás, meus irmãos moravam comigo. Mack se mudou para o campus no
ano passado e foi o último a sair.
Cole observou enquanto ela conferia cada detalhe, a mobília de couro
escuro, as mesas de carvalho, os prêmios e troféus que os irmãos haviam conquistado
nos esportes e nos estudos.
A cozinha americana aparecia através de uma passagem em forma de arco.
Os quartos ficavam no fundo, após um pequeno corredor.
— É muito agradável.
Cole tirou a jaqueta e, em seguida, pegou o casaco dela, colocando-os sobre
o braço da cadeira.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Zane costuma zombar de mim dizendo que sou um dono de casa, mas eu
gosto de manter o ambiente em ordem e, na verdade, ele também é assim. Ensinar
aqueles três a lavar as roupas, limpar o chão e cozinhar foi uma tarefa e tanto, mas valeu
à pena.
Ele forçou um sorriso para deixá-la relaxada, fazê-la conhecê-lo melhor.
Estava contando coisas que nunca havia conversado com nenhuma outra mulher e,
verdade seja dita, ela parecia fascinada.
— Quantos anos você tinha quando seus pais morreram?
— Vinte e dois. Havia acabado de terminar a faculdade. Mack e Zane ainda
estavam no ensino fundamental, mas Chase estava no ensino médio.
— Deve ter sido muito difícil.
Ele concordou com um gesto de cabeça, sem querer reviver o passado e
todos os problemas que brotavam diariamente.
— Conseguimos passar por isso. Eles eram bons garotos, apenas um pouco
desorientados pelos acontecimentos. Levou um tempo até as coisas se acertarem, até
superarmos a perda.
Cole teve vontade de perguntar a ela sobre suas tristezas, mas como não
podia mostrar que conhecia a verdade, engoliu a frustração. Poderiam aproveitar a
oportunidade para construir uma intimidade e não para se esconderem atrás de segredos.
— Você está com fome? Ou gostaria de beber algo? — indagou, de repente.
Após alguns momentos de hesitação, aquele intrigante rubor deixou as faces
de Sophie rosadas. Subitamente, ela se lançou até ele. Seus braços envolveram firme o
pescoço de Cole, quase o sufocando.
— Tudo o que eu quero é terminar o que começamos no bar. — Ela o
assediou com frenéticos beijos no pescoço, nariz, orelhas, fazendo-o rir e, ao mesmo
tempo, suspirar com um incrível ímpeto de desejo. — Quero que você se deite comigo,
me toque e...
— Querida, pare antes que eu fique maluco.
Para garantir a cumplicidade, ele a beijou, segurando seu rosto e
pressionando a língua profundamente, sentindo o seu gosto, fazendo amor com os lábios.
As palavras de Sophie o haviam tocado, fazendo com que seu corpo ardesse de desejo.
Ele arrancou-lhe a blusa de dentro da saia e, com rapidez, abriu os botões,
retirando-a pelos ombros. Ela o ajudou, levantando os braços e tentando manter as bocas
unidas.
— Calma, querida. Temos a noite inteira. Não precisa ter pressa.
Ele a acalmou acariciando com as mãos suas costas nuas, distribuindo
beijos pequenos e úmidos sobre sua pele. Sophie o agarrou pelos quadris, obrigando-o a
se aproximar, fazendo-a sentir sua rígida ereção, aninhada em seu ventre macio.
Ela gemeu com excitação e deleite.
— Cole?
— Diga... — ele murmurou, entretido com o sabor, a textura e o aroma da
pele dela.
— Tire a sua camisa também...
Ele hesitou, com medo de perder o controle caso ela começasse a tocá-lo
demais. Mas os olhos dela, delicados e enormes, o fitavam, instigando, exigindo. Seria
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

uma luta titânica resistir. Com o coração batendo forte, desabotoou parte da camisa e a
tirou pelos ombros. Depois arrancou a camiseta pela cabeça, jogando as roupas ao chão.
Sophie o examinava intensamente e com intimidade.
— Pode me tocar, querida.
Como ela parecia tímida, ele segurou a mão delicada, beijou-lhe a palma e a
colocou estendida sobre seu peito. Sophie lambeu os lábios enquanto o acariciava.
— Você é tão rígido e quente...
Ele riu. "Ardente" seria uma definição melhor e não havia dúvida do quanto
estava "rígido". Sentia como se a calça jeans fosse estourar a qualquer minuto. Com
dificuldade, manteve o controle e levou as mãos aos botões laterais da saia dela.
— Cole... — Ela se retesou, a voz cheia de ansiedade.
— Quero vê-la nua só para mim — confidenciou ele. Cobriu-lhe o rosto com
as mãos e puxou-a para mais perto. — Você é muito linda. Poderia passar a vida inteira
olhando para você e não seria o suficiente.
— E nós, certamente, não temos todo esse tempo, não é mesmo? Eu... eu
vou partir em alguns dias.
Quando é que ela iria parar com aquela fantasia ridícula? Era muito difícil
não chamá-la pelo nome, não confessar o quanto se importava com ela. Mas aquela era a
fantasia dela. Cole procurou convencer-se, e estava determinado a continuar com a farsa,
ajudando-a a atingir seus objetivos, dando a ela tudo o que ela sempre quisera.
— Tem certeza de que não pode ficar mais tempo na cidade?
— Não — ela o interrompeu de imediato e com firmeza, colocando-se atrás
dele para abraçá-lo pela cintura. — Não, nós só temos esta noite, mas é tudo o que eu
preciso. Apenas uma noite. Uma experiência excitante para nós dois e nada mais.
Cole sentiu a autoconfiança diminuir. Será que não havia entendido direito?
Será que ela realmente só queria um caso breve?
As palavras "apenas uma noite" ecoavam em sua cabeça. Ao contrário
dele,talvez Sophie tivesse permanecido solteira por escolha própria. Deus era testemunha
de que ela poderia atrair todos os homens que quisesse. Se ele descobrira sua
sensualidade oculta sob a personalidade reservada, outros homens também já deviam tê-
la visto da mesma maneira.
A raiva o invadiu. O artifício dela não parecia mais tão inocente, e ele estava
ficando cada vez mais determinado a deixá-la totalmente satisfeita, tão saciada que não
seria capaz de negá-lo nunca mais. Daria o que ela queria e muito mais. Antes de a noite
terminar, ela estaria tão viciada quanto ele.
Uma única noite.
— Tire a saia, querida. Deixe-me tocá-la.
As palavras murmuradas soaram pesadas, até Sophie relaxar e ceder. Cole
deu um passo para trás para permitir que ela se movesse com liberdade. Os olhos dela
pareciam mais cinza do que azuis quando encontraram os dele, à procura de um
incentivo. Diante do sorriso de Cole, ela cuidadosamente liberou o botão do cós da saia e
abriu o zíper. A roupa escorregou por seus quadris, parando nos tornozelos. Cole a
apoiou pelas mãos para que ela tirasse os pés da saia, livrando-se também dos sapatos.
As meias escuras e sensuais cobrindo suas longas e esbeltas pernas, o
fizeram suspirar, mas foi a visão de sua cintura fina e do ventre liso que abalou seu
autocontrole. A calcinha era clara e o pequeno triângulo de penugem castanha era visível
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

através do tecido transparente, tentando-o, fazendo suas palmas queimar com a


necessidade de tocá-la.
— Você é linda!
Não percebera que Sophie estava segurando a respiração até que ela deu
um longo e trêmulo suspiro.
— Não sabia se você iria gostar...
— Tenho muita sorte — ele murmurou, com voz fraca. — Venha aqui,
querida.
Cole não queria parecer rude, assustá-la, mas achava que não se conteria
por muito tempo. Ansiava por aquele momento havia quase sete meses, e a realidade era
muito mais encantadora do que qualquer fantasia. Supôs que era porque estava
realmente apaixonado e a respeitava. Para ele, deitar-se com Sophie e fazer amor com
ela seria mais do que físico; seria emocional e espiritual, um elo não apenas entre seus
corpos.
A maciez da pele de Sophie o cativou e ele a tocou em todos os lugares,
deslizando as mãos sobre os ombros, a cintura, as coxas...
Tirou os lábios dos dela enquanto desviava as palmas para dentro de sua
calcinha, afagando suas nádegas. Sophie retesou o corpo e ele beijou sua orelha,
mordiscando o lóbulo. Ela respirou, ofegante, e apertou os dedos sobre os braços fortes.
Ambos estavam bem à vontade, aproveitando o silêncio da sala e
entregando-se de forma esfuziante. Mal se deram conta dos ponteiros do relógio,
mergulhados que estavam na delícia daquele encontro.
— Eu gosto disso — ela sussurrou.
Cole contornou os quadris daquele corpo perfeito, circundando-o, apenas
roçando as nádegas e a parte da frente. Ao mesmo tempo sugava-lhe o lóbulo da orelha,
passeando com a língua pela pele sensível.
— Ah...
Ela estava sem fôlego, o corpo todo tremendo.
Ainda ocupado em desenhar-lhe as curvas perfeitas, Cole seguiu beijando-a
até encontrar a boca e as mãos ao redor do sutiã. Sophie esboçou um murmúrio de
prazer feminino e estremeceu quando ele envolveu seu mamilo rijo com a ponta dos
dedos e girou. Em seguida, inclinou a cabeça e envolveu-lhe o bico do seio com os
dentes, sugando-o.
Sophie agarrou-o pela cabeça, enterrando os dedos em seus cabelos,
enquanto gemia. Ele abriu bem a boca e sugou-lhe o seio com força. Abraçando-a com
uma firmeza máscula, ele a dominou, encostando-a na parede mais próxima, e se
posicionou entre seus quadris, deliberadamente forçando-a a abrir as pernas.
As mãos de Cole passearam pela cintura de Sophie e, com as pontas dos
dedos, ele brincou com a borda de sua calcinha. Ela tremeu, deixando-o perceber que
estavam no mesmo grau de excitação. Aprofundando a exploração com os dedos, ele a
beijou novamente, abafando um gemido de satisfação.
Ela estava em brasa, tensa de antecipação, enquanto, com a língua afoita,
Cole ia se aproximando do centro do prazer feminino. Com cuidado, baixou a calcinha,
inebriado pelo perfume, até aproximar-se para saboreá-la em sua parte mais sensível.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Sophie se amoldou a ele e começou a mover os quadris, acompanhando o


ritmo que ele lhe propunha. Ela estava próxima do clímax, e Cole sabia. Mas ficou
surpreso com a forte e imediata reação dela.
Chegara à conclusão de que Sophie escondia em seu interior um desejo
intenso, embora represado. Uma vez que conseguisse romper as comportas, ela libertaria
seu lado selvagem. A perspectiva o entusiasmou ainda mais. Empenhado em levá-la ao
auge do prazer, intensificou os movimentos da língua até que ela gritou, permitindo que
ele provasse de seu delicioso néctar.
O sangue pulsava nas veias de Cole, parecendo rugir em seus ouvidos. Ele
pegou Sophie no colo e correu em direção ao quarto. Deitou-a na cama, colocando-a
sobre a colcha fria, cobrindo-a com o próprio corpo. Então, beijou-a longa e pro-
fundamente, acariciando-lhe os seios, os quadris, o abdômen. Inclinou-se para trás para
observá-la; removeu-lhe o sutiã aberto e livrou-a da calcinha, enroscada nas pernas. Ela
virou o rosto, respirando, ofegante.
— Você é perfeita, querida.
Que constatação! Cole jamais conhecera uma mulher que mexesse tanto
com ele. Beijou-lhe os seios, sugando e mordiscando-os, com os lábios gentis e a língua
selvagem. O corpo de Sophie parecia ter sido feito para as especificações sensuais que
Cole tinha em mente. Sentiu um arrebatamento de desejo. Mas, embaixo dele, Sophie
estava exausta e sem energia, passando uma das mãos em seus cabelos, acariciando-o
preguiçosamente.
Com um movimento fluido, ele se virou para o lado, tirou os sapatos e
levantou-se para que a calça escorregasse pelas pernas, voltando-se em seguida para
admirá-la. Reprimiu um sorriso ao ver a expressão de Sophie, um misto de curiosidade e
deslumbramento, que lhe coloria as faces. Ela ainda vestia as meias longas e a delicada
cinta-liga e estava tão incrivelmente sensual que ele quase perdeu o controle. Pressionou
novamente os dedos sobre sua feminilidade, mais suave após o recente clímax, sentindo-
a úmida e escorregadia. Ela já não estava mais tímida e permitia que ele a olhasse e
tocasse como lhe aprouvesse. A visão o ajudou a refrear a insustentável pressa. Poderia
ficar ali, olhando-a para sempre, e se sentindo muito bem.

Capitulo III

Mas ela não queria entregar-se para sempre. Maldito jogo!


Sophie se espreguiçou como uma gata, e prendendo as pernas dela na curva
de seu cotovelo. Cole se inclinou sobre ela, deixando-a totalmente exposta e vulnerável
para que a possuísse. Sophie agarrou-lhe os ombros e se segurou, os olhos grandes e
ensandecidos. Ele poderia ter sido mais cuidadoso, tratando-a de forma mais gentil, com
mais reservas. Em vez disso, devastou-a, enquanto ela se abria inteira em um irrecusável
convite. Ele sentiu uma suave resistência, logo superada pela ânsia de se tornarem uma
magnífica escultura humana. Ela disse o nome dele em um gemido baixo. Sentindo-se
desejado, Cole aumentou a pressão sobre ela, que finalmente o aceitou, apertando-o,
quente, úmida, voluptuosa.
Ele sabia que Sophie não tinha muita experiência, que era tímida e
introvertida na maior parte do tempo, e que por esta razão não tivera muitos
relacionamentos. Mas não esperava que fosse virgem. Pensar que era o primeiro, que ela
havia esperado vinte e seis anos por ele, tirou-o do controle, esmagando-o com uma onda
de sentimentos difíceis de nomear.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Aguardou algum tempo antes de reiniciar os movimentos dentro dela,


devagar no início e, depois, mais forte e rápido.
— Desculpe, mas não posso mais esperar — disse com a respiração
ofegante.
Sem protestar, Sophie o alcançou e puxou a boca dele para a sua, beijando-
o com um desejo semelhante ao dele.
Os pequenos músculos femininos o apertavam, oferecendo resistência a
cada vez que ele a pressionava, e prazerosamente cedendo ao serem invadidos. Quando
ela inclinou a cabeça para trás, gemendo com outro clímax imediato. Cole a seguiu com a
visão obscura, o corpo em brasa. Sentia-se como se fosse uma parte dela, o perfume em
sua cabeça, em seu coração. Permaneceu sobre o corpo delicado de Sophie até,
finalmente, preenchê-la com todo o seu êxtase. Ele permaneceu naquela posição por um
bom tempo para depois, com vagar, desmoronar sobre ela.
As batidas rápidas do coração de ambos começaram a se misturar, e Cole
pôde senti-la respirando em seu ouvido, suave, rápido.
Ele a amava!
O sentimento de posse o assustou; queria poder sussurrar o nome dela,
dizer como seria a vida deles dali para frente. Fazê-la admitir que também gostava dele.
Havia desistido de bom grado de sua vida pessoal para cuidar dos irmãos.
Naquele tempo, nenhuma mulher havia de fato conquistado seu coração, fazendo-o
querer largar suas obrigações. Mas agora estava livre e Sophie estava ali, como se
tivesse sido enviada pelo destino no momento em que estava pronto, precisando muito
dela. Cole a queria, agora e sempre. No entanto, segurou as palavras que revelavam
compromisso, sem saber como ela entenderia tal declaração, já que havia sido tão clara
quanto ao limite de tempo.
Devagar e com cuidado, ele desvencilhou os braços das pernas dela, que
deu um pequeno gemido. Ele havia sido rude, ávido para tê-la, mas ela não reclamara.
Cole beijou-lhe o pescoço numa tentativa de pedir desculpas, e seu
raciocínio estava lento, muito atordoado para fazer mais do que isso. Os dedos dela se
entranharam em seus cabelos molhados de suor.
— Nunca havia imaginado algo assim.
Como ela conseguia falar de forma coerente? Cole lutou para se apoiar nos
cotovelos. Olhou para baixo, na direção de Sophie, ainda respirando com dificuldade. Ela
parecia feliz e muito satisfeita.
— Então você acha que foi bom? — ele provocou.
— Incrível...
Ao ouvir aquelas palavras, ele se sentiu o próprio conquistador do mundo.
Correu a ponta dos dedos sobre os lábios inchados de Sophie.
— Estou feliz. Acho que você é muito especial, também. Sempre achei.
Ela se calou por um momento, o olhar desconfiado. Passou nervosamente a
língua sobre o lábio inferior e, sem querer, lambeu o dedo dele. Os dois tremeram com a
sensação.
— Nos conhecemos há poucos dias.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Ele ainda estava dentro de Sophie, os seios nus alisando os músculos de


seu peito, suas pulsações ainda aceleradas, e ela insistia naquele jogo ridículo. Por que
não contava a verdade naquele momento? Ele havia lhe dito como se sentia...
A não ser que Sophie, claro, não sentisse o mesmo. Se o que Allison dissera
fosse verdade, sua vida era tão calma, tão tranqüila, que ela poderia estar mesmo
querendo apenas uma aventura.
Será que só o queria por uma noite?
Cole presumira que ela havia tramado o plano absurdo porque estava
insegura sobre a relação entre eles. Mas podia ser o contrário, ela não queria se envolver
e, quanto menos, melhor. Sentiu uma dor no estômago com o pensamento.
— Cole?
— Eu estava só pensando. Parece que nos conhecemos há tanto tempo...
— Talvez seja porque conhece minha irmã. Mas não somos nem um pouco
parecidas.
Ele afastou os cabelos escuros do rosto dela, desejando que houvesse um
modo simples e mágico de compreendê-la. Não imaginava que a sua Sophie pudesse ser
tão contraditória e complexa.
— Não sei nada sobre isso — disse baixinho. — Sophie é...
Ela riu, interrompendo-o e rapidamente mudando de assunto antes que ele
pudesse dizer as palavras que queria desesperadamente dizer, palavras que ele
esperava que pudessem incentivá-la e provocar uma declaração recíproca.
— Não vai tirar a minha fotografia?
— Assim? — Ele a examinou devagar, os lindos cabelos revoltos, as pernas
entrelaçadas com as dele. Com uma das mãos, alisou-lhe os quadris. — Você, com
certeza, seria a vencedora.
Ela sorriu.
— Que tal apenas um close no rosto? — perguntou ela, sorrindo.
— Imagino que só poderei fazer isso. — Cole se afastou. — Não se mexa.
— Nem sei se conseguiria. — Sophie se virou na direção dele, apoiando-se
sobre o cotovelo. — Aonde você vai?
— Tenho uma câmera aqui.
Cole vestiu a calça jeans antes de revistar o armário atrás de uma máquina
fotográfica. Voltou-se para observar a pose de Sophie, os cabelos desalinhados, os
lençóis amarrotados embaixo dela, as pernas esguias dobradas, ainda com as meias e a
liga. Uma nova onda de calor o percorreu. Ela era sua. De uma forma ou de outra, ele a
faria admitir.
— Eu poderia ter ido mais devagar, ter brincado mais tempo — disse,
quando conseguiu se recuperar do deleite que ela lhe oferecia.
— Por que não fez isso?
Cole balançou a cabeça e sentou-se na beirada da cama.
— Porque você me deixou tão louco que mal conseguia pensar, muito menos
esperar. Queria tornar nossa primeira vez realmente especial.
Ela riu.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Você não me viu reclamar, não é mesmo?


Nunca imaginara Sophie com aquele sorriso malicioso. Ele a beijou, amando-
a mais a cada momento.
— Você ficou satisfeita?
Ela se espreguiçou novamente.
— Totalmente. Foi muito melhor do que eu imaginava. Pare de se preocupar.
— Está bem.
Era fácil convencê-lo, já que ele não queria perder um só segundo discutindo
o assunto. A noite estava apenas começando, e ele tinha tempo suficiente para provar
seu ponto de vista.
Cole posicionou a câmera, fazendo-a gritar, procurando pelos lençóis.
— Espere! Preciso pentear o cabelo. Estou acabada.
— Não, você está linda!
Ela cruzou os braços sobre o peito e riu para ele, e esta foi a imagem que ele
captou. Quando a foto deslizou pela câmera, Cole segurou o retrato para que ela não o
pegasse e o colocou sobre a cômoda.
— Não se atreva a pendurar essa foto em nenhum lugar!
— Vou guardá-la para mim.
Sophie tomou a relaxar e olhou para ele atenta, com a expressão suave e
curiosa.
— Por quê?
— Para que eu possa olhar para você quando eu quiser. — Aquilo era
verdade, embora não demonstrasse a intensidade de seus sentimentos por ela. — Agora,
se quiser vestir a blusa e pentear os cabelos antes de eu tirar a foto para o concurso, tudo
bem. Mas juro que você não precisa.
— Eu ia mesmo fazer isso.
Ele riu com a demonstração de vaidade feminina.
— Está certo. Vou pegar algo para bebermos. Você tem cerca de três
minutos.
Cole voltou dois minutos depois, e Sophie tinha acabado de começar a
desembaraçar os cabelos. Ainda se sentia lânguida e saciada. Só pensava em voltar para
a cama com Cole e recomeçar tudo outra vez. A cama tinha o cheiro dele e ela poderia
ficar aconchegada ali para sempre. Pensou na possibilidade de roubar um dos
travesseiros, mas sabia que seria descoberta. Deu uma olhada para o relógio e teve
vontade de gritar ao ver a quantidade de tempo que já tinham passado juntos.
Embora estivesse adorando a brincadeira entre eles e a conversa íntima,
algo que ela não esperava, mal tivera tempo de explorar o corpo másculo. Estava
fascinada com o conjunto perfeito de músculos fortes. A vontade de beijar cada
centímetro daquela pele bronzeada fez com que se arrepiasse.
— No que está pensando? Há um brilho intenso em seu olhar.
Surpresa, Sophie olhou para ele. Cole pusera uma bandeja com duas
canecas de chocolate quente e um pote de creme batido sobre a cômoda. Estava com o
peito nu e, quando se movia, seus músculos contraíam e distendiam. O jeans pendia

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

abaixo da cintura, já que ele não o havia abotoado e nem fechado o zíper. Seus pés
descalços eram grandes e afastados, o dorso salpicado com pelos negros.
Sophie queria gemer de prazer; queria dizer a ele para ficar ali parado,
deixando-a admirá-lo até não poder mais.
— Estava pensando no seu corpo e no quanto foi injusto não poder tê-lo
tocado mais.
Ele parou por um instante, depois estremeceu com a idéia. Seus olhos
fecharam e abriram, perigosamente brilhantes.
— Se quiser mesmo fazer isso, vai ter a sua oportunidade. — Ele espalhou
bastante creme sobre uma das canecas de chocolate, formando uma pequena montanha,
e a serviu com uma colher. Sophie sentou-se e encostou-se na cabeceira da cama,
equilibrando a xícara quente entre as mãos. Inclinando-se para frente, ela sorveu o
creme, consciente do olhar de Cole.
Ele tocou-lhe uma das faces com a mão, afastando o cabelo dela para trás
da orelha.
— Gostaria de fazer amor com você até de manhã, doçura, se estiver pronta
para isso.
Sophie detectou um brilho diferente nos olhos dele. Cole parecia muito
estimulado, e ela colocou a caneca na mesinha de cabeceira para lhe dedicar total
atenção.
— Eu também adoraria. Quero que esta noite seja o suficiente para
permanecer como tatuagem na minha lembrança.
— Você nunca esteve com outro homem, não é? — Cole sussurrou,
acariciando-lhe as coxas. — Não diga nada — pediu, colocando o dedo sobre os lábios
delicados quando ela tentou contestar. — Não estou julgando ou pedindo maiores
detalhes. Mas eu conheço o corpo das mulheres, querida. Ou você era virgem ou não tem
estado com um homem há muito tempo. Receio tê-la machucado.
Sophie sentiu a alma tocada. Ele era tão maravilhosamente atencioso, tão
decididamente másculo! Tinha um jeito protetor e viril e ela poderia viver feliz para sempre
ao lado dele. Cole já dera a entender que gostaria de continuar o relacionamento com
Shelly e ela estava muito tentada. Mas como conseguiria gerenciar a situação? Estava
exausta por ter de manter aquele jogo por alguns dias. Havia perdido mais horas de sono
do que nunca. A loja demandava sua atenção durante as manhãs e ela não podia
conciliar as noitadas com Cole e seu turno normal de serviço. E quanto mais tempo
passasse com ele, maior o risco de ser descoberta. O que ele pensaria se soubesse que
ela estava se passando por duas pessoas? Tremeu com a mera possibilidade.
— Quero tudo o que você puder me dar esta noite. Meu pequeno desconforto
não é nada em comparação ao que sinto fazendo amor com você! — suplicou ela com os
olhos marejados.
Os músculos dos ombros e do pescoço de Cole se contraíram ainda mais.
Abruptamente, ele se levantou e apanhou a câmera.
— Me dê um sorriso, querida.
Sophie sorriu, com certo esforço. A óbvia excitação sexual de Cole disparou
a dela. Depois de tirar a foto, ele olhou o resultado, meneando a cabeça com satisfação,
colocando a câmera Polaroid de lado.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Agora, vamos terminar nossas bebidas... depois que você se livrar dessa
camisa.
Mais uma vez, ele desabotoou-lhe a blusa, brincando com ela, beijando cada
parte de pele recém-descoberta,tentando-a. Sophie se deleitou com a atenção a cada
detalhe. Cole se ajoelhou em frente a ela para remover a cinta e as meias de seda.
— Dessa vez, eu a quero completamente nua...
Para sua surpresa, quando Cole acabou de despi-la, não tentou fazer amor
com ela de imediato; ao contrário, quis observá-la com a caneca de chocolate quente.
Sophie ria toda vez que ele levava uma colher cheia de creme à boca. Mas ele era
persistente, persuadindo-a, e antes que as bebidas acabassem, ela estava se deliciando
e provocando-o sem piedade, lambendo a colher e, às vezes, os dedos dele, fazendo-o
gemer em reação. Ela nunca havia namorado assim e gostava daquilo.
E a julgar pelo comportamento de Cole, ele também estava adorando.
Sophie se lembrou das noites que passara no bar, apreciando sua bebida, e
sabia que, a partir de agora, teria de abandonar seu programa preferido. A exemplo do
que a cafeína fazia com outras pessoas, o chocolate sempre lhe dava coragem para
enfrentar o resto da noite depois de um longo dia de trabalho. Mas agora, se Cole a
olhasse daquele jeito no bar, ela se lembraria de seu toque, de seu beijo. Embora aquilo
estivesse acontecendo com "Shelly", é claro que ela, Sophie, seria afetada. Infelizmente
teria de mudar sua rotina. Mas valeria a pena perder seu pequeno conforto pelo prazer
daquele momento.
— O modo como você faz isso deveria ser proibido pelo bem da
humanidade. — Ele sorriu. — Você é muito sensual.
— Eu? Você é o único que ainda está de roupa. Inclinando-se para frente,
ele a beijou, a língua deslizando em seus lábios e, depois, penetrando-lhe a boca
profundamente, antes de se afastar.
— Este é um problema muito fácil de resolver.
Cole se levantou e despiu as últimas peças de roupa. Sophie ficou sem ar ao
vê-lo. Ele já estava pronto, rígido, e o corpo dela reagiu, queimando em brasa.
— Agora vamos terminar o que eu comecei e não pude completar.
Ela não conseguia imaginar o que seria. Tudo parecia tão completo. Sophie
sentiu todas as terminações nervosas vibrar ao lembrar como ele a tocara e a beijara.
Seus olhos se arregalaram quando ele a envolveu, deitando-a rente na cama. Ele cruzou
uma das pernas dela sobre seu colo e manteve a outra atrás dele. Sem dizer uma
palavra, inclinou-se e, com gentileza, mordiscou-lhe a orelha, a língua explorando e
acariciando. Fechou uma das mãos sobre um seio, esfregando os dedos ao redor dos
mamilos, até vê-la se contorcer de prazer.
Sophie fechou os olhos, excitada pelo toque e por perceber a rapidez com
que ele a excitava. Nunca imaginara sentir aquilo em sua vida!
Cole passou a explorar outras partes de seu corpo, descendo para o
pescoço, os ombros, lugares que ela nem desconfiava serem tão sensíveis. E toda vez
que ele beijava sua pele, a cada mordiscar, ela sentia um fluxo de sensações
atravessando seu corpo, concentrando-se entre suas coxas.
— Há muitas coisas que eu queria fazer com você, amor.
— Sim...

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Amaria tudo o que ele quisesse fazer; Cole parecia saber coisas sobre seu
corpo que ela jamais imaginara.
— Seu gosto é muito doce — ele murmurou, alcançando-lhe os seios.
Ele tinha a respiração acelerada e a boca emanava calor quando cobriu o
mamilo. Sophie reagiu arqueando as costas e ele a tranqüilizou, sussurrando até que ela
relaxasse novamente, embora sentisse seus batimentos ainda galopantes.
— Fique tranqüila e me deixe fazer amor com você, garota. Tranqüila? Ela
sentia o corpo inteiro tenso e sensível. Então, ele aproximou os dentes afiados de seu
mamilo e foi o suficiente para alarmá-la. Com a sensação, ela gritou, mas ele continuou a
atormentá-la delicadamente. Ela tentou segurar-lhe a cabeça, mas Cole prendeu as mãos
de Sophie com um dos punhos e segurou-as embaixo do travesseiro. Depois, passeou a
língua ao redor de seus seios.
Ele não estava com pressa e ela não podia fazer nada além de aceitar
aquele particular tipo de tortura. Ela ainda tentou protestar quando ele deixou os seios
para beijar-lhe o ventre, mas não tinha como impedi-lo.
Sophie jogou seu corpo contra o dele, querendo que ele a penetrasse sem
demora. Sua vontade era maior agora que já sabia o que antecipar. Enrijeceu-se inteira
quando a boca dele chegou ao topo de sua coxa. Com um dos dedos, alcançou seu ponto
mais sensível e, com suavidade, roçou para a frente e para trás.
No instante seguinte, a boca de Cole tomou o lugar dos dedos, deslizando
por entre as pernas de Sophie. Foi então que ela perdeu o controle, sem conseguir conter
os gritos.
Após livrar as mãos, entrelaçou-as nos cabelos dele, como se quisesse reger
os movimentos. Ele aproveitou a curta distância para prová-la, saboreá-la, mordiscá-la.
Com doçura, ele a sugou enquanto introduzia um dedo dentro dela, depois outro.
Pressionou fundo, devagar, adicionando pressão e prazer.
As contrações vieram em ondas, e ela gritou a plenos pulmões quando
alcançou o clímax, vagamente consciente da expressão de satisfação dele, do modo
como ele pressionava o próprio corpo contra o colchão.
Sophie soltou os quadris e Cole a segurou com seus longos dedos,
mantendo-a próxima. O prazer parecia interminável e ele não pararia até que ela
golpeasse seus ombros, estremecesse e implorasse.
Alguns segundos depois, ele a cobriu com seu corpo e envolveu-lhe a face
com as mãos.
— Olhe para mim, Sophie.
Ela deu um jeito de abrir os olhos, embora isso tivesse lhe custado muito
esforço. As palavras dele soaram confusas em seu cérebro desnorteado, mas percebeu
que ele queria a sua atenção. Cole parecia selvagem, o rosto ruborizado num tom
vermelho escuro, as narinas dilatadas como se lutasse para respirar. Ele a penetrou e,
mais uma vez, ela sentiu seu corpo reagir, os pés batendo no colchão enquanto se
esforçava para ficar grudada nele. O clímax que havia acabado de experimentar tão
fatigante, voltou em um lampejo de calor e uma sensação indescritível. Ela se agarrava a
Cole enquanto ele aprofundava os movimentos, fitando-se com olhares cúmplices. Era
uma conexão que ia além do físico, que unia tanto seus corações como seus corpos.
Ele gemeu e repetiu o nome dela várias vezes, como se não pudesse evitar.
— Sophie, Sophie...

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Quando Cole desmoronou, tomou o cuidado de ir para o lado, poupando-a de


seu peso, deixando que apenas uma de suas coxas pendesse sobre ela. O corpo estava
molhado de suor e irradiando calor. Por longos minutos, nenhum dos dois disse nada.
Esperaram que os batimentos de seus corações diminuíssem e os corpos se
acalmassem.
Um vago desconforto assombrava a mente de Sophie, mas ela estava muito
cansada para identificar o motivo. Tentou ignorar, mas o incômodo persistia,
atormentando-a, cutucando o mais recôndito de seus pensamentos.
Cole manteve-a presa em seus braços.
— Durma — ele murmurou, tocando-a no nariz e nas faces com a ponta dos
dedos. — Você parece esgotada, querida. Relaxe. Acordo você na hora de ir embora.
Sophie suspirou, envolvida pelo perfume e pelo modo calmo como ele a
acariciava. Sentia-se segura, protegida. Ele arrumou os lençóis e a cobriu, envolvendo-a.
Rapidamente, ela pareceu sentir o peso das duas últimas longas e insones noites.
A mão de Cole envolvia-lhe a nuca, os dedos massageando seu couro
cabeludo, e aquilo era tudo o que precisava. Sentiu um último beijo prolongado em sua
testa e, por fim, adormeceu.
No começo, Sophie sentiu apenas o calor, o conforto e um aconchego sem
igual. Jamais acordara em uma cama estranha e estava momentaneamente desorientada.
Suspirou, forçando-se a despertar do sono profundo que havia desfrutado. O perfume de
Cole a envolveu como uma névoa, aguçando seus sentidos. Mesmo sem estar totalmente
consciente, as coisas pareciam quase perfeitas, exceto por um pequeno problema. Ela
franziu o cenho e lutou para acordar.
Mas no segundo em que abriu os olhos, percebeu o que estava errado.
Ele a havia chamado por seu nome!
Sophie estava com medo de se mexer, quase com receio de respirar. Cole
estava deitado de lado, a parte direita do peito encostada a sua têmpora, envolvendo-lhe
as mechas finas de cabelo. Uma coxa musculosa pendia sobre suas pernas, um braço
descansava em sua cintura, o outro escorava sua cabeça. Estavam praticamente colados
pelo calor de seus corpos e ela sabia que, caso se movesse, ele acordaria.
E as perguntas começariam.
Fechou os olhos quando o medo a invadiu.
Ele sabia!
Na última vez que fizeram amor, ele a havia chamado de Sophie, não apenas
uma vez, mas várias vezes. Cole sabia que ela não era Shelly, mas fizera amor com ela
mesmo assim. Não se sentia capaz de compreender as implicações daquilo agora. Estava
nua, na cama com o homem de seus sonhos, por quem havia se apaixonado nos últimos
sete meses. Com cuidado, virou o rosto para admirá-lo.
Os cílios negros lançavam uma sombra longa em suas faces e a sombra da
barba cobria o maxilar bem-definido, o queixo e o lábio superior. Por quanto tempo
haviam dormido? Os cabelos negros e sedosos dele caíam sobre a testa e Sophie ficou
perplexa ao perceber como aquela visão a afetava.
Ela o amava!
Fechou os olhos quando a dor a invadiu. Cole sabia quem ela era e ela teria
de lidar com isso. Mas precisava de tempo. Não podia ordenar os pensamentos com ele
tão próximo, o corpo nu aquecendo o seu.
39
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Quando ele bocejou e se espreguiçou, Sophie gelou, rezando para que ele
não acordasse. Ele colocou um dos braços em cima da cabeça e virou de costas.
Sophie respirou aliviada, embora um pouco zonza. Esperou alguns minutos
sem se mover, mas ele continuou a dormir.
Cole também estava exausto. E costumava dormir até mais tarde, já que o
bar o mantinha acordado durante a noite. Devagar, segurando a respiração, ela
escorregou uma das pernas para a beira da cama.
Quando ele parou de se mexer, ela moveu a outra perna. Por sorte, a cama
era firme e não arqueou nem balançou com seus movimentos. Após longos minutos, ela
conseguiu se levantar. Ficou em pé e olhou para ele. Cole murmurou algo, esfregou o
peito nu e respirou pesado.
O que ela havia feito?!
Fugir era o único pensamento claro que passava por sua mente. Precisava
de tempo, ficar longe dele, de seu magnetismo. Precisava pensar. Na ponta dos pés,
apanhou as roupas e escapou pelo corredor. Lá, vestiu-se apressada e apanhou o
casaco. Nem se preocupou em olhar para o espelho. Como não podia fazer nada a esse
respeito, não iria se preocupar.
Quando abriu a porta da frente, a fechadura fez um discreto clique e seu
coração quase pulou do peito. Mas não percebeu nenhuma reação em resposta e
presumiu que Cole continuava dormindo.
Correu uns poucos quarteirões para pegar o carro, ainda estacionado no bar,
o frio penetrando-a, lágrimas quase imperceptíveis escorrendo pelo rosto. Para sua
tranqüilidade, as ruas estavam praticamente desertas. Não havia ninguém para
testemunhar sua humilhação quando chegou ao carro e derrubou as chaves duas vezes
até conseguir abri-lo.
Dirigiu feito uma louca, ansiosa para chegar em casa, ao refúgio de seu
quarto, onde poderia ordenar os pensamentos com privacidade. Quando por fim chegou
ao estacionamento, o carro ainda estava gelado e ela tremia de frio. Ainda eram seis e
meia da manhã.
Não conseguia suportar a idéia de TR
abalhar, sem saber se Cole se sentiria obrigado a procurá-la depois do jeito
como fugira. Ou se ele não se importaria com aquilo. Ligou para Allison e pediu que a
assistente a substituísse o dia inteiro. Teria de pagar horas extras, mas esse era o menor
de seus problemas.
Depois tirou as roupas e tomou um banho quente, que não serviu para livrá-
la do terrível frio em seu íntimo. Arrastou-se até a cama. Tinha de decidir o que fazer,
como explicar, que desculpa dar para um truque tão covarde.
Mas antes, ela chorou.
— O que há de errado com você? Está com cara de poucos amigos. Os
clientes o estão evitando.
Sem responder. Cole afastou-se do irmão. Estava tão magoado e tão vazio
que não sabia como lidar com aquilo.
Chase, é claro, não desistiria tão facilmente. Seguiu o irmão até o escritório,
abriu a porta e entrou, sem entender as óbvias indiretas. Puxou uma cadeira e se sentou.
— Desista, Cole, e me conte qual é o problema.

40
Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Quer saber os malditos detalhes? Está bem. Ela foi embora de repente —
rugiu ele com os olhos falseando de ódio.
— Sophie? — Cole ergueu as mãos.
— Não, a primeira-dama. É claro que eu estou falando de Sophie.
— E você foi atrás dela e disse como se sente, certo?
— Eu estava dormindo. Ela fugiu de mim — respondeu, enviando ao irmão
um olhar de intensa contrariedade.
— Entendi.
— Quando acordei pela manhã, fui até a butique e a assistente disse que
Sophie estava doente. Não tenho o telefone dela e nem sei onde ela mora. — Ele riu sem
humor. — Depois de sete meses, e depois da noite passada, eu não tenho o maldito
endereço dela!
— Pergunte para a assistente.
— "É contra a nossa política interna dar informações pessoais, mas prometo
que direi a ela que esteve aqui." — Cole imitou a voz de Allison.
Chase franziu a testa.
— Ela se recusou a dar o número de Sophie?
— Sim. E não importava o que eu alegasse, não teve jeito.
— Então é assim? Droga, eu também poderia enganar você. Não pode
desistir agora.
— Não é nada disso, mas não sei o que fazer neste exato momento. Não
acho bom esperar. Não tenho idéia do que ela pode estar pensando.
— Tudo bem. Eu cuido disso. — Ao ver o olhar incrédulo do irmão, Chase
acrescentou: — Irei até lá e conversarei com a assistente. Vou pegar o número de Sophie
para você.
— E como exatamente pretende fazer isso?
— Não se preocupe. Apenas imagine o que quer dizer a ela quando
telefonar. Se desperdiçar a oportunidade, vou ficar realmente desapontado com você.
Mack e Zane chegaram ao escritório bem na hora de ouvir o comentário.
— Desapontado com o quê?
Chase deixou o escritório para pegar o casaco e fazer o prometido. Os três
irmãos o seguiram como se ele fosse o flautista de Hamelin.
— O que está havendo entre vocês dois? Para onde Chase está indo?
Quando chegaram atrás do balcão. Cole se voltou para Mack.
— Para uma missão impossível, embora ele não acredite. Mas mudará de
idéia depois que conhecer Allison.
Zane interferiu, com um semblante confuso.
— Quem é Allison?
— A assistente de Sophie.
Mack riu com sarcasmo, enquanto Chase apanhava o casaco e as luvas.
— Você e Sophie tiveram uma briga ou algo parecido?
— Não é da sua conta, Zane. Ele deu de ombros.
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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Está bem. Só pensei se haveria alguma razão para que você evitasse
servi-la. Se preferir, levarei a bebida para ela. É só me avisar. Mas não gosto de ignorar
uma mulher bonita.
Cole olhou para cima e procurou pelo lugar preferido de Sophie. Ela estava
lá, sentada, as mãos entrelaçadas sobre a mesa, a expressão serena, embora seu rosto
estivesse pálido e os olhos vermelhos. Cole sentiu um nó na garganta.
— Há quanto tempo ela está ali? — Chase quis saber.
— Há cerca de dez minutos. Geralmente, Cole a serve de imediato, então, eu
não sabia...
As palavras desapareceram no instante em que Cole pulou sobre o balcão,
em vez de dar a volta, fazendo com que vários clientes saíssem do caminho e tentassem
segurar suas bebidas, para que não derramassem. Seus passos eram largos e enérgicos,
seu olhar focava o caminho até a mesa de Sophie. A cada passo, sentia a pulsação
quase ensurdecedora em seus ouvidos. Quando a alcançou, ela o encarou e Cole viu que
seus olhos estavam inchados.
Ela havia chorado... As palavras, as explicações, tudo estava desordenado
em sua mente e ele não conseguia ter um único pensamento coerente. Por fim, apenas
se curvou e a beijou. Firme. Possessivo. Manteve uma das mãos na mesa em frente a
ela, a outra nas costas da cadeira, prendendo-a, evitando que escapasse.
Mas dessa vez ela não tentou fugir. Suas pequenas mãos avançaram e
agarraram-lhe a camisa, puxando-o para mais perto.
Cole ouviu um burburinho de vozes e percebeu que vinha do bar.
Interrompeu o beijo para olhar ao redor e viu uma grande quantidade de pessoas, a
maioria homens, liderados por seus terríveis e mal-intencionados irmãos, é claro, sorrindo
com satisfação.
Ele riu malicioso e virou-se para Sophie. Ela tentou falar, mas ele cobriu-lhe a
boca com um dos dedos.
— Eu te amo, Sophie. — Os olhos dela se dilataram, mas ele não a deixou
falar antes de terminar: — Esperei sete meses para passar a noite com você e valeu a
pena. Mas ficarei louco se tiver que esperar mais. Eu te amo e te quero. Agora e para
sempre, independentemente do nome que você use, do modo como se vista. Você é
minha e eu sou seu. Acostume-se a isso.
Cole aguardou, mas os olhos grandes de Sophie não evitaram os seus.
Sophie estava completamente tranqüila, exceto pela pulsação visível em seu pescoço.
Com cuidado, ele levantou o dedo.
— Tudo bem?
Ela engoliu em seco.
— Tudo bem.
Devagar, a expressão dele suavizou e os lábios esboçaram um pequeno
sorriso. Ela havia dito "sim".
— Você também me quer?
— Desde sempre... Ele a beijou novamente, afastando-se em seguida.
— Por que você fugiu de mim? Quase enlouqueci quando acordei e vi que
tinha ido embora.
— Sinto muito. Eu me senti estúpida...

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

— Mas...
Dessa vez foi ela quem o silenciou, usando a mão inteira. A platéia riu.
Ninguém no bar podia escutar a conversa, mas as ações de Sophie eram claras o
suficiente. Cole sorriu atrás da palma da mão dela.
— Eu me senti estúpida por fingir ser outra pessoa em vez de ser corajosa o
suficiente para contar a você como eu me sentia. Então, decidi parar de ser covarde.
Minha tia Maude dizia que os adultos devem se responsabilizar por suas ações e aceitar
as conseqüências. Ela também dizia que eu nunca deveria ter medo de perseguir meus
sonhos.
— Você me quer de verdade? — perguntou Cole, a voz abafada pela mão
dela.
Sophie fez que sim com um gesto de cabeça e lágrimas novamente nos
olhos.
— Eu te amo.
Com seus longos dedos, ele a segurou pelo pulso, removendo as mãos dela
de seus lábios.
— Gostaria de ter conhecido sua tia Maude. Acho que teríamos sido bons
amigos.
Sophie concordou com a cabeça e prosseguiu:
— Percebi que você também deve gostar de mim, porque ficou dando
indiretas de que queria ter um relacionamento. No começo, achei que você gostava da
Shelly. Morri de ciúmes.
O olhar dele era afetuoso, cheio de amor.
— Tolinha.
— Mas, então, desconfiei que você soubesse que éramos a mesma pessoa.
— Quase não acreditei quando Allison, sem querer, me contou que você não
tinha irmã alguma. Na primeira noite em que a vi como Shelly, eu a desejei, mas apenas
porque ela se parecia com você, me fazia sentir bem como quando estava com você. —
Ele a puxou da cadeira e a rodopiou, sob os aplausos e gritos de aprovação dos
presentes. — Quer casar comigo, Sophie?
— Estava esperando que você pedisse.
Naquele momento, Chase colocou duas canecas de chocolate quente na
mesa e piscou para o irmão.
O concurso terminou sem problemas. Sophie foi escolhida por unanimidade
pelos três irmãos de Cole. O jornal local justificou a decisão explicando que Sophie e Cole
se apaixonaram durante o certame. Isso conferiu ao evento a perfeita atmosfera do Dia
dos Namorados, garantindo à taverna uma excelente publicidade, incluindo a cobertura de
uma emissora de tevê local. Como vencedora, Sophie também conseguiu uma
inacreditável propaganda para a sua loja. Allison passava o tempo todo se livrando de
repórteres que atrapalhavam o crescente fluxo de novos clientes.
Cole anunciou aos repórteres que, como logo se casaria, um de seus irmãos
seria o acompanhante da vencedora no concurso do ano seguinte. Isso provocou alguns
comentários maliciosos das clientes e suspiros vigorosos de seus irmãos, que fingiram
estar apavorados com a perspectiva, mas, na verdade, estavam envaidecidos com tanta
atenção feminina.

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Sabrina 1629 - Jogo da sedução - Rosalind Noonan

Sophie estava ao lado de Cole, elegante, serena e linda. Ele se sentia o


homem mais sortudo do mundo. O concurso havia sido perfeito para os dois, mesmo que
eles tivessem sido favorecidos por motivos anteriores.
Ele olhou para cima e admirou a foto vencedora na parede. Conforme as
regras, Sophie havia posado ao lado de todos os irmãos Winston. Seus corpos fortes ao
redor dela diminuíam ainda mais sua pequena estrutura.
Na gaveta do criado-mudo de Cole, em sua casa, havia uma foto diferente,
que ele havia tirado dela com os cabelos emaranhados e as faces ruborizadas após terem
feito amor. Mas aquela era particular, somente para os olhos dele. Para sempre.
No ano seguinte, ele pensou, sorrindo amplamente enquanto via os irmãos
dando uma entrevista após a outra, a competição poderia dar certo para outro Winston.
Imaginou qual deles seria o felizardo. Nesse momento, Sophie o cutucou com o cotovelo
e ele se esqueceu de tudo que não fosse ela. Cole a levou até o escritório onde a
tranqüilidade os aguardava, junto com uma garrafa de chocolate quente e um pote de
creme batido.

SOBRE A AUTORA
Rosalin Noonan diz que é graças a uma sensibilidade aguçada e a um forte senso de
intuição, aliados ao conhecimento da natureza humana adquirido ao longo de sua experiência de
vida, que ela tem inspiração para criar personagens cativantes e tocantes histórias de amor.

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