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DE SUCESSO
7 ETAPAS PARA INDENIZAÇÃO
EM LINHAS DE TRANSMISSÃO
Juliano de Avila
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
PDF, 2400Kb
ISBN 978-65-00-89386-1
CDD 340
Negociação de Sucesso - 7 ETAPAS PARA INDENIZAÇÃO EM LINHAS DE TRANSMISSÃO
Edição I
Volume I
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SUMÁRIO
PREFÁCIO 05
INTRODUÇÃO 06
OS PRINCIPAIS FUNDAMENTOS 08
CADASTRO E GEOESPACIALIZAÇÃO 11
RISCOS 14
INCÔMODOS 15
DANOS 15
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 19
NEGOCIAÇÃO NA PRÁTICA 24
A CONSTRUÇÃO 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29
Negociação de Sucesso - 7 ETAPAS PARA INDENIZAÇÃO EM LINHAS DE TRANSMISSÃO
PREFÁCIO
Este e-book representa o fruto de duas décadas dedicado ao tema fundiário, com
foco especial em projetos de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Du-
rante esta jornada, me deparei com uma série de desafios éticos e morais, ao interagir
tanto com empresas em busca de eficiência quanto com proprietários de terras em-
penhados em defender os interesses de suas famílias e proteger suas propriedades.
Juliano de Avila
Juliano de Avila
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Negociação de Sucesso - 7 ETAPAS PARA INDENIZAÇÃO EM LINHAS DE TRANSMISSÃO
INTRODUÇÃO
Este e-book tem como foco descrever os passos essenciais para você fazer uma exce-
lente negociação no processo de indenização para passagem de linhas de transmis-
são de energia elétrica em imóveis rurais. Ele convida à reflexão, baseada na experi-
ência do autor e nas melhores práticas de mercado, para fornecer uma compreensão
aprofundada do tema fundiário no procedimento de avaliação dos impactos gerados
em imóveis rurais pela construção de linhas de transmissão por meio dos princípios
fundamentais para uma negociação bem-sucedida.
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Nesse contexto, o presente livro foi cuidadosamente estruturado em três partes fun-
damentais, proporcionando uma compreensão aprofundada do tema em questão. A
primeira seção dedica-se aos fundamentos que devem ser cuidadosamente conside-
rados para a celebração de um acordo indenizatório vantajoso. A segunda parte abor-
da os elementos essenciais na análise da avaliação necessária para a implementação
da linha de transmissão. Por fim, são apresentados os dois métodos de avaliação con-
siderados mais apropriados, os quais representam de forma precisa os reais prejuízos
ocasionados pela instalação das linhas de transmissão.
A figura 1 exibe uma torre estaiada situada em área de cultivo, enquanto ao fundo destaca-se algu-
mas torres autoportantes, integradas à exuberante vegetação da Mata Atlântica no Estado do Paraná.
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CAPÍTULO 1:
OS PRINCIPAIS FUNDAMENTOS
I. A ABNT, sigla para Associação Brasileira de Normas Técnicas, é uma entida-
de privada sem fins lucrativos que atua no desenvolvimento e elaboração
de normas técnicas no Brasil. Essas normas são documentos que estabe-
lecem critérios e diretrizes para a produção de bens e serviços, evoluindo
para padronização e qualidade em diversos setores da indústria, comércio
e serviços. A NBR 14.653 é uma “família” de normas que estabelece os pro-
cedimentos e critérios para avaliação de bens. A ABNT NBR 14.653 - Ava-
liação de bens faz parte de uma série de normas que abordam diferentes
aspectos relacionados à avaliação de bens e é dividida em sete partes: Parte
1: Procedimentos gerais; Parte 2: Imóveis urbanos; Parte 3: Imóveis rurais;
Parte 4: Empreendimentos; Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações
e bens industriais em geral; Parte 6: Recursos naturais e ambientais; Parte
7: Patrimônios históricos. Essa norma fornece diretrizes sobre como realizar
avaliações de diversos tipos de bens, como terrenos, edificações, máquinas,
equipamentos, entre outros. Ela estabelece os procedimentos gerais que de-
vem ser seguidos para garantir a consistência e a qualidade do processo de
avaliação.
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III. A faixa de servidão é uma área de terreno necessária para garantir a segu-
rança e operação de linhas de transmissão, com largura variável. A titulari-
dade/propriedade da faixa permanece com o proprietário do imóvel, mas o
uso é compartilhado sob regras de usabilidade que podem afetar a receita
do proprietário. A largura da faixa é determinada pelo projeto de engenharia.
O respeito às normas e a mensuração da perda de receita são fundamentais.
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VIII. A antecipação de uma indenização justa tem como objetivo restaurar inte-
gralmente o patrimônio, correspondendo precisamente aos prejuízos so-
fridos. Os recursos devem ser direcionados para uma atividade econômica
substituta ou investimentos que complementem a receita anual da proprie-
dade. A alocação deverá ser realizada com prudência, alinhada ao propósito
original da indenização.
IX. Os acessos para construção deverão ser realizados dentro da faixa de ser-
vidão. Se não for viável, a indenização deverá ser calculada, considerando
danos ao solo e culturas de valor comercial no novo local de acesso. Se optar
por manter o acesso perpétuo, calcule o valor justo correspondente a 99% do
valor da terra nua e adote um instrumento protetor dos interesses de ambas
as partes.
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CAPÍTULO 2:
CADASTRO E GEOESPACIALIZAÇÃO
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A figura 2 ilustra uma esfera de sinalização. O principal propósito das esferas de sinalização é me-
lhorar a detecção e a consciência dos pilotos de aeronaves em relação às estruturas das linhas de
transmissão, ajudando a evitar colisões acidentais.
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CAPÍTULO 3:
O QUE DEVE SER INDENIZADO
Este capítulo é crucial, pois apresenta uma análise detalhada dos elementos que de-
vem ser objeto de estudo e análise no contexto da avaliação para passagem da li-
nha de transmissão. Em outras palavras, são esses elementos que irão determinar a
quantia a ser paga ao proprietário.
RESTRIÇÕES ÀS ATIVIDADES
ECONÔMICAS
A restrição às atividades econômicas implica na perda de liberdade do proprietário para
gerar receitas a partir do seu imóvel, resultando na diminuição do seu poder de controle
sobre as atividades realizadas, especialmente na faixa de servidão. Em termos simples,
essa restrição limita o uso do imóvel, acarretando uma redução direta na receita do
proprietário.
Essa restrição é imposta devido à proibição de atividades que podem comprometer
a estabilidade das estruturas e cabos, colocando em risco o funcionamento da rede
e, principalmente, a segurança das pessoas. Por exemplo, é expressamente vedada
a construção de edificações, queimadas, irrigação por aspersão tipo pivô central, ex-
ploração de jazidas, cultivo de culturas de médio e grande porte, bem como a prática
de silvicultura (reflorestamento). Em resumo, atividades ou culturas especialmente na
fase adulta, que interfiram nos cabos, são impedidas.
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A restrição, ao significar uma redução de receita para o proprietário, deverá ser devida-
mente indenizada na proporção adequada.
RISCOS
O risco associado à queda de torres, rompimento de cabos e choque elétrico em linhas
de transmissão é uma questão crítica na gestão da segurança dessas infraestruturas.
A possibilidade de eventos como a queda de torres não apenas ameaça à integridade
estrutural, mas também coloca em risco a operação eficiente do sistema elétrico, o que
pode resultar em interrupções no fornecimento de energia e, sobretudo, representar
ameaças à saúde das pessoas. O rompimento de cabos acrescenta uma camada adi-
cional de perigo, com implicações sérias para a segurança das pessoas. O choque elé-
trico, por sua vez, é uma preocupação significativa, com riscos iminentes para o gado,
trabalhadores, comunidade local e a família do proprietário. Devido a esses perigos po-
tenciais, são implementadas medidas rigorosas de manutenção, inspeção e segurança
para mitigar tais riscos e garantir a operação segura e confiável das linhas de transmis-
são. Em qualquer caso, é imperativo que esses riscos sejam considerados no cálculo da
indenização.
Além desses riscos tangíveis, surge uma controvérsia em relação às possíveis conse-
quências à saúde das pessoas resultantes da exposição prolongada a campos eletro-
magnéticos gerados por linhas de transmissão de alta tensão. No contexto brasileiro, a
NBR 5.422 de 1985 – que está passando por um processo de atualização – estabelece
diretrizes para o projeto da largura da faixa de servidão de uma linha de transmissão,
considerando diversos fatores, entre eles, o nível de tensão da linha. Essa abordagem
busca mitigar os impactos e desconfortos decorrentes da presença dessas estruturas,
destacando a importância de regulamentações que equilibrem o desenvolvimento da
infraestrutura elétrica com a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida das
comunidades afetadas.
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INCÔMODOS
As inconveniências relacionadas às linhas de transmissão compreendem uma varie-
dade de elementos, que abarcam desde a interferência em dispositivos eletrônicos,
a desestabilização de drones usados na agricultura, a redução da beleza estética da
paisagem e a presença de pessoas e veículos na região afetada. Em todos os casos, é
fundamental que esses inconvenientes sejam devidamente contemplados no processo
de cálculo da indenização.
DANOS
O termo “dano” é empregado com o propósito de denotar prejuízos, lesões ou perdas
infligidas a algo ou alguém, especialmente em contextos como as linhas de transmis-
são, onde se refere especificamente a danos materiais. Essas ocorrências englobam a
destruição, a remoção total ou parcial de benfeitorias, avarias em cercas, esmagamen-
to de culturas e pastagens, compactação do solo de cultivo, dentre outros. A avaliação
dos danos deve ser realizada de maneira individualizada, considerando os valores de
mercado na localidade e o contexto econômico mais recente disponível (contempora-
neidade). Para determinar o montante indenizatório, torna-se essencial a avaliação das
benfeitorias, tanto reprodutivas quanto não reprodutivas, afetadas pela presença da
linha de transmissão.
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A figura 4 retrata uma benfeitoria não reprodutiva, exemplificada por um galpão, situada em área de
cultivo ocupada por uma benfeitoria reprodutiva, especificamente uma cultura de trigo, no Paraná.
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CAPÍTULO 4:
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
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AVALIAÇÃO BASEADA NO
MÉTODO DE RENDA
O método de cálculo da indenização para a servidão de passagem, com base na abor-
dagem de renda, parte da valorização da receita gerada pelo imóvel afetado. Esta ava-
liação requer uma estimativa do valor da renda que será perdida devido à instituição
da servidão de passagem, bem como a determinação da taxa de capitalização relativa
para aferir o valor presente dessa renda perdida. É importante identificar a rentabilida-
de por hectare da área afetada.
A análise baseada nesse método leva em consideração o fluxo de caixa antes e depois
da imposição da construção da linha de transmissão. Portanto, é necessário calcular o
valor líquido da perda de renda, seguindo a abordagem: Em um cenário hipotético, con-
siderando uma perda anual de renda equivalente a R$ 1.000,00, a aplicação do valor de
R$ 16.215,00 em um regime de capitalização composta a uma taxa de juros de 12% ao
ano, durante 12 meses, resultará em um valor final de R$17.215,11.
Em outras palavras, o proprietário do imóvel deverá receber uma receita anual adicional
de aproximadamente R$ 1.000,11 para compensar a perda decorrente da servidão, que
é o resultado dos juros apresentados em um ano. A partir dessa pretensão, o valor justo
da indenização a ser concedido para compensar o prejuízo causado ao proprietário do
imóvel é estimado em cerca de R$16.215,00.
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A figura 5 apresenta uma torre autoportante em processo de construção situada na região da Caatin-
ga, na Bahia, com destaque para a infraestrutura de acesso de serviço associada.
IS = (CS x VTN)
IS= Indenização
CS = Coeficiente de servidão
VTN = Valor da terra nua impactada
Exemplo:
IS =?
CS = 30%
VTN = R$30.000,00
IS= (0,3 x 30.000,00)
IS = R$9.000,00
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CAPÍTULO 5:
NEGOCIAÇÃO NA PRÁTICA
A negociação é um processo no qual o proprietário e a empresa se envolvem na busca
por um acordo ou resolução para a passagem da linha de transmissão, frequente-
mente caracterizada por interesses conflitantes ou divergentes.
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CAPÍTULO 6:
O QUE FAZER QUANDO NÃO HAJA
ACORDO DO VALOR INDENIZATÓRIO
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CAPÍTULO 7:
A CONSTRUÇÃO
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REFERÊNCIAS
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