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DE REFERÊNCIA
PARA ELETROMOBILIDADE NAS
CIDADES BRASILEIRAS
VOLUME II
VOLUME II
VOLUME II
PARTE A
GUIA PARA A ESTRUTURAÇÃO INICIAL DE PROJETOS
DE ELETROMOBILIDADE
1. INTRODUÇÃO 24
2. ETAPA 1: PLANEJAMENTO INICIAL 33
3. ETAPA 2: DIAGNÓSTICO 47
4. ETAPA 3: FORMULAÇÃO DOS PARÂMETROS DO PROJETO 64
5. ETAPA 4: AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DO FINANCIAMENTO 97
PARTE B
GUIA PARA FINANCIAMENTO NA FASE DE OPERAÇÃO DA
FROTA ELÉTRICA
6. ETAPA 5: IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO 118
7. REFERÊNCIAS 148
DEFINIÇÃO DE
TERMOS-CHAVE
Capacidade de um projeto de ter condições apropriadas de
BANCABILIDADE investimento e liquidez para os pagamentos de capital e dí-
vida necessários.
7
Custo dos recursos utilizados pela empresa para operar. É uma
CUSTO MÉDIO
medida financeira que tem o objetivo de abranger em um único
PONDERADO DE
número, expresso em termos percentuais, o custo das diferentes
CAPITAL (CMPC)
fontes de financiamento que um projeto utilizará.
INDICADORES-CHAVE
Métricas de gestão para medir o desempenho da operação.
DE DESEMPENHO (ICD)
9
É a modalidade na qual o arrendatário tem a intenção de
LEASING FINANCEIRO manter o bem no final do contrato, exercendo a opção de
compra pelo valor previsto no contrato.
PROGRAMA DE
CONTROLE DA
POLUIÇÃO DO AR Órgão responsável pela emissão de regulamentos sobre
POR VEÍCULOS emissões de veículos automotores.
AUTOMOTORES
(PROCONVE)
RAZÃO DE COBERTURA
Indica a disponibilidade de caixa para pagar uma dívida
DO SERVIÇO DA DÍVIDA
adquirida.
(RCSD)
11
Corresponde à razão na qual o indicador RCSD não for atin-
RAZÃO gido (definida pela instituição financeira). Nesse caso o paga-
DISTRIBUIÇÃO-STOP mento aos investidores é interrompido e o dinheiro é usado
para o pagamento da dívida.
RAZÃO DE COBERTURA
Número de vezes que os fluxos de caixa do projeto ao longo
DA VIDA DA DÍVIDA
da vida da dívida são capazes de pagar o saldo.
(RCVD)
RAZÃO DE COBERTURA
Capacidade de pagar a dívida após seu vencimento original,
DA VIDA DO PROJETO
se ela não pôde ser paga a tempo.
(RCVP)
RETORNO DO
Período de retorno do investimento.
INVESTIMENTO
RISCO DE NÃO
Risco de inadimplência na implementação do projeto.
CONCLUSÃO
SERVIÇO DA DÍVIDA Soma dos pagamentos da dívida e dos juros pagos sobre a dívida.
SOCIEDADE DE
Empresa criada exclusivamente para desenvolver um projeto
PROPÓSITO
específico ou cumprir um objetivo específico.
ESPECÍFICO (SPE)
TIR DO ACIONISTA
Soma da TIR via equity e via dívida subordinada.
TOTAL
13
SIGLAS E
ABREVIATURAS
A/C Ar-condicionado
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANTP Associação Nacional de Transporte Coletivo
BA Bahia
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BM Banco Mundial
Ministério Alemão para Cooperação e
BMZ
Desenvolvimento Econômico
Banco Nacional de Desenvolvimento
BNDES
Econômico e Social
CO Monóxido de carbono
CO2 Dióxido de carbono
Contribuição para Financiamento da
COFINS
Seguridade Social
15
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PEE Preço da Energia Elétrica (R$/kWh)
PIS Programa de Integração Social
PJ Pessoa jurídica
PLC Preço do litro de óleo diesel (R$/litro)
Política Nacional sobre
PNMC
Mudança do Clima
Plataforma Nacional
PNME
de Mobilidade Elétrica
17
Desde que a energia utilizada para os componentes dos veí-
culos elétricos (especialmente a bateria) e para recarga da
operação seja proveniente de fontes renováveis, os sistemas
sejam sustentáveis de forma financeira e operacional, entre
outros aspectos, a transição para a eletromobilidade é uma
opção para o desenvolvimento urbano sustentável que está
de acordo com os objetivos e diretrizes da Política Nacional
de Mobilidade Urbana (PNMU - Lei nº 12.587/2012) no Brasil.
FINALIDADE DO CADERNO
O CTR Volume II visa orientar municípios, instituições fede-
rais e autoridades de transporte sobre as melhores práti-
cas de financiamento e modelos de negócios para facilitar a
adoção de frotas elétricas por meio de diretrizes que bus-
cam aprimorar o conhecimento sobre processos de aquisi-
ção de frotas e de operação do ponto de vista de conces-
sões e parâmetros de financiamento.
PÚBLICO-ALVO
O Caderno Técnico de Referência para a Eletromobilidade
nas Cidades Brasileiras – Volume II é dirigido a todos os ór-
gãos públicos de todas as esferas, técnicos das instituições
públicas, fabricantes, empresas de energia, operadores de
transporte público, instituições financeiras nacionais e inter-
nacionais, associações que promovem veículos elétricos e
todos aqueles interessados na mobilidade sustentável. No
âmbito dos órgãos públicos, o CTR Volume II é especialmen-
te voltado para prefeituras e autoridades do setor de trans-
porte de municípios de pequeno, médio e grande porte.
ESTRUTURA DO CADERNO
O Caderno Técnico de Referência para a Eletromobilidade nas
Cidades Brasileiras – Volume II está dividido em duas partes:
PARTE A - GUIA PARA A ESTRUTURAÇÃO INICIAL DE PRO-
JETOS DE ELETROMOBILIDADE e PARTE B - GUIA PARA
FINANCIAMENTO NA FASE DE OPERAÇÃO DA FROTA
ELÉTRICA.
19
no contexto nacional, além de abordar aspectos relativos à
capacidade fiscal e financeira pública dos municípios bra-
sileiros. A seguir, são apresentadas alternativas e estratégias
viáveis para o financiamento de ônibus elétricos dentro do
contexto evidenciado.
21
Tabela 1 – Estrutura do Caderno de Eletromobilidade nas
Cidades Brasileiras – Volume II
Apresentação
Finalidade do Estrutura do
Público-Alvo
Caderno Caderno
Introdução
Vantagens e barreiras
para a transição
Etapa 1: Planejamento
inicial
Etapa 2: Diagnóstico
Capacidade de
Concessão de Objetivos e metas das
mobilização de Partes interessadas
transporte público partes interessadas
investimentos
Etapa 3: Formulação
dos parâmetros do
projeto
Parâmetros
Parâmetros Parâmetros
Parâmetros financeiros socioambientais e de
operacionais regulatórios
governança
Etapa 4: Avaliação
e seleção do
financiamento
Seleção da
Fontes de
melhor opção de
financiamento
financiamento
Etapa 5:
Implementação e
monitoramento
GUIA PARA A
ESTRUTURAÇÃO
INICIAL DE
PROJETOS DE
ELETROMOBILIDADE
23
1.
INTRODUÇÃO
24
As cidades brasileiras estão cada vez mais apontando a uma
transição para uma mobilidade de baixo carbono, alocando
porções maiores dos orçamentos a projetos de mobilidade
urbana sustentável [1]. Resolver o problema das emissões do
setor de transportes requer uma visão holística que priori-
ze os benefícios sociais e ambientais para a sociedade, bem
como a sustentabilidade financeira em longo prazo.
25
A eletromobilidade é uma oportunidade de contribuir para
a melhoria da satisfação dos passageiros em um momento
em que o sistema de transporte público por ônibus enfrenta
uma queda na demanda, que nas últimas décadas se acen-
tuou com a pandemia da Covid-19. Assim, é importante que
a transição para a eletromobilidade seja incorporada a uma
estratégia mais ampla de melhoria da mobilidade urbana.
Elementos-chave
Tamanho da
frota adquirida que impactam o
Capex
Tecnologia
dos ônibus
Impostos
definidos por
Parcerias e cada jurisdição
acordos que Produção ou
podem ser compra de
obtidos com componentes no
fabricantes mercado interno
para reduzir os
custos de
Necessidade de obras importação e
civis para instalação de Distribuição dos agilizar as questões
infraestrutura de custos de importação, de manutençâo
recarga nas garagens adaptação e startups
27
De acordo com estudos do ICCT & C40 [8]1 e da Plataforma
Nacional de Mobilidade Elétrica – PNME [9]2, foram identifi-
cadas as barreiras mostradas na Figura 12, que são específi-
cas para o financiamento desse tipo de frota:
Regulação
29
Fundos para o pagamento durante operação
Articulação de atores
Fonte: Elaboração própria com base em ICCT & C40 [8]3 e da Pla-
taforma Nacional de Mobilidade Elétrica – PNME [9]4.
31
para alcançar sinergias, economia de escala e realocação
de riscos entre os potenciais atores do sistema. Dessa forma,
é importante buscar mecanismos de financiamento inovado-
res e coordenados entre instituições nacionais de desenvolvi-
mento e instituições de financiamento multilaterais e inter-
nacionais. Esse trabalho articulado facilita uma distribuição
favorável dos riscos e amplia o acesso a fundos com melhores
condições de taxas, prazos, períodos de carência, entre outros.
• Governo federal
• Ministérios
Setor Público • Governo estadual
• Governo municipal
• Bancos governamentais
• Órgãos de controle
Pesquisa e
Desenvolvimento • Academia
(P&D) • Instituições e centros de pesquisa
Fonte: Elaboração própria com base em WRI BRASIL [10] e em ICCT [11].
E1 Planejamento inicial
Avaliação
E2 Diagnóstico
Parte A
E3 Formulação de parâmetros
Avaliação
E4 Seleção do financiamento
Parte B
E5 Implementação e monitoramento
em operação
33
2.
ETAPA 1:
PLANEJAMENTO
INICIAL
34
Como toda tecnologia nova em implantação, o conhecimen-
to prévio sobre veículos elétricos nas cidades brasileiras pre-
cisa ser desenvolvido. Os municípios, operadores e empresas
de eletricidade são os primeiros a se envolver no processo de
planejamento e de implementação.
35
Figura 2-1 – Documentos a revisar para a estruturação
financeira do projeto de eletromobilidade
Documentos
a revisar no Leis e decretos municipais
planejamento
inicial Remuneração
Contrato de concessão
Prazo
de transporte público
Fonte de receita
Estudos de benefícios
socioambientais
37
Além disso, deve-se levar em consideração a relevância de
fatores externos à esfera técnica do projeto, tais como o
papel das autoridades locais e de que forma o projeto pode
ser afetado por suas ações, bem como a dimensão ou es-
trutura organizacional dos serviços relacionados ao projeto e
até mesmo o ritmo de progressão de implementação previs-
to para alinhamento com os operadores, e assim por diante.
39
2.2.1 Concepção e diagnóstico
Concepção e Diagnóstico
Projeto
-Piloto
41
2.2.2 Implementação preliminar
Operadores de transporte
Disponibilizar suas instalações e rotas para avaliar o desempenho e a produtividade dos ônibus em condições
reais de operação. Isso também envolveria o treinamento de motoristas e provavelmente do pessoal de
manutenção para realizar tarefas específicas durante o período do teste-piloto.
Fornecedores de ônibus
Concessão de licenças excepcionais e temporárias para a operação de ônibus que podem não atender aos
requisitos atuais para operação regular (em termos de pesos de operação, por exemplo). Essas franquias
também podem ser requeridas caso seja necessária a importação de veículos estrangeiros.
43
de implantação progressiva, modelo no qual as unidades
ou rotas são renovadas de forma bastante gradual. Assim,
projetos implementados nesse formato não constituem tes-
tes-piloto, podendo ser considerados como parte efetiva dos
processos de implantação principal.
Desempenho operacional
• Identificação da
Horários de partida e chegada tecnologia
• Rotas priorizadas
Estado de carga
• Custo de provisão inicial
Redesenho da
infraestrutura de apoio
45
dependendo da disponibilidade de recursos técnicos para
analisar os resultados.
47
Figura 2-7 – Passos iniciais da estruturação, resumo da
Etapa 1
Ao finalizar a Etapa 1,
as seguintes atividades
devem estar completadas
Identificação do alinhamento ou
desalinhamento das visões da
prefeitura, autoridade de transporte
e operadores.
Etapa 1
Planejamento inicial
Definição em nível estratégico do
escopo do projeto a ser
implementado, alinhado com os
anseios coletivos.
Identificação do faseamento do
projeto e definição da viabilidade
do teste-piloto para a estruturação
financeira preliminar.
49
A Etapa 2 do processo busca identificar e sistematizar as
características das concessões de transporte público, bem
como a capacidade de mobilizar investimentos dentro do
município. Uma vez alcançada essa identificação, são defi-
nidos os atores que serão os responsáveis pelas mudanças
necessárias descritas nas etapas seguintes.
51
Figura 3-1 – Características das concessões tradicionais e
das novas concessões para a eletromobilidade
Concessões
Concessões ideais para
tradicionais a mobilidade
elétrica
53
combinados com financiamento de instituições de fomento e
convênios com outros níveis de governo. Para tanto, poderão
ser observados os limites legais de endividamento, a capaci-
dade de pagamento e as condições de garantia. Quanto aos
riscos dos operadores na manutenção do sistema, associados
à combinação entre a demanda atendida e os valores das ta-
rifas, pode haver a necessidade de compartilhamento de tais
riscos com o poder concedente, por meio da complementa-
ção dos valores das tarifas com subsídios, o que dependerá
igualmente das condições orçamentárias e financeiras em
curto, médio e longo prazo.
Responsável Responsabilidades
55
Tabela 3 – Contrato de Concessão com renovação da
frota pelo concessionário
Responsável Responsabilidades
57
3.3.2 Municípios
3.3.4 Fabricantes
59
derivadas do setor elétrico em favor dos veículos elétricos no
Brasil, promovendo uma maior reflexão sobre o assunto. En-
tretanto, as empresas de distribuição ainda não estão aptas a
investir em ativos de transporte para apoiar a implementação
de ônibus elétricos (infraestrutura de recarga).
61
• Modernizar o modelo comercial e operacional pode fa-
vorecer modelos de adoção de sistemas elétricos.
63
A Figura 3-4 faz um resumo das atividades mais importantes
da Etapa 2.
Ao finalizar a Etapa 2,
as seguintes atividades
devem estar completadas
Identificação do alinhamento ou
desalinhamento das visões da
prefeitura, autoridade de transporte
e operadores.
Etapa 2
Diagnóstico
Definição em nível estratégico do
escopo do projeto a ser
implementado, alinhado com os
anseios coletivos.
Identificação do faseamento do
projeto e definição da viabilidade
do teste-piloto para a estruturação
financeira preliminar.
65
De modo a atingir os objetivos e metas das partes interes-
sadas identificadas na Etapa 2 do diagnóstico, parâmetros
operacionais, financeiros e regulatórios devem ser identifi-
cados para a avaliação da viabilidade do projeto.
Operacionais Socioambientais e de
Financeiros Regulatórios
governança
Partes interessadas
Tipos de parâmetros Componentes
envolvidas
Concessões atuais
Governo federal
Governo estadual
Regulatórios Licitações e contratos
Prefeitura
Seguradoras
Tributação
Sociedade civil
Redução de emissões Governo federal
Socioambientais e Governo estadual
Inclusão social Prefeitura
de governança Operadores
Institucionalidade Companhias de energia
elétrica
67
Este capítulo apresenta os parâmetros a serem definidos
para que as cidades possam avançar de forma mais rápida
nos projetos de eletromobilidade no transporte público. São
apresentados critérios operacionais, financeiros, regulató-
rios, socioambientais e de governança, além das mudanças
e adequações que os municípios poderiam realizar para fi-
nanciar e implementar seus projetos.
Ativos do projeto
Parâmetros
Infraestrutura de recarga
operacionais
Modelo operacional
69
planejamento da operação de ônibus elétricos com recarga
noturna. Dependendo das necessidades da operação (i.e.,
quilômetros percorridos, uso de Ar-Condicionado (A/C))
e da capacidade da bateria dos ônibus, a operação terá cus-
tos financeiros diferentes no longo prazo relacionados à
substituição dos ativos.
Padron Articulado
4,4 3,9
Tempo para recarga completa (h)
(carregador 80 kW) (carregador 150 kW)
Estado de carga mínimo da bateria por
10% 10%
segurança State of Charge - SOC (%)
71
Para um correto gerenciamento da bateria, é essencial que
a equipe de técnicos encarregados pelo controle da bateria
tenha sido treinada e que haja um processo de monitora-
mento por parte do fabricante. Além disso, é recomendado
realizar testes de desempenho padronizados em determi-
nados pontos da vida útil da bateria, medidos em ciclos de
descarga, a fim de monitorar seu desempenho6.
6 As normas técnicas IEC 62660 [IEC, 2018] e ISO 12.405 [ISO, 2018]
definem os padrões para fazer testes de performance e de con-
fiabilidade para baterias de lítio de veículos de propulsão elétrica,
assim como requisitos de segurança.
73
Figura 4-6 – Gerenciamento dos ativos no final
da vida útil
• Recarga de oportunidade:
75
4.1.2.1 Responsabilidade pela infraestrutura de recarga
77
4.1.3 Modelo operacional
79
4.1.3.2 Incorporação de novos atores
Aspectos a serem
Medidas de formação
considerados
• Planos de treinamento e de rotatividade de
equipe.
Diminuição dos postos de
• Formação para a mudança nos processos
trabalho existentes devido à
e/ou novas funções geradas.
mudança de modelo de
• Trabalhar em conjunto com os sindicatos em
negócio.
medidas de mitigação para a mudança de
atividades.
81
Figura 4-10 – Garagem adequada com infraestrutura de
recarga em Bogotá
1. Análise de custos
3. Mobilização de recursos
83
A ferramenta Financial Hub foi projetada para auxiliar na toma-
da de decisões relativas à estruturação financeira do projeto.
Com essa ferramenta, as entidades de transporte e as cida-
des podem ter uma visão geral de como os aspectos discuti-
dos neste capítulo se relacionam e afetam uns aos outros. Esses
parâmetros estão definidos na plataforma para as cidades e
para instituições financeiras.
85
Figura 4-12 – Modelos operacionais
Verticalmente Responsabilidade
Tradicional Operação pública
integrado compartilhada
87
Figura 4-13 – Fontes de recursos para projetos de eletro-
mobilidade em transporte público
Receitas de tarifas
Independentes do
Fontes de receita modelo de negócio
Receitas de publicidade
tradicionais
*Avaliação, mas sem efeito
Venda de ativos considerável sobre
a viabilidade financeira
Indispensáveis para
a viabilidade financeira
Produtos do projeto Instrumentos de captação *Discutidos em detalhes
de recursos para projetos na seção de seleção
financeiros de eletromobilidade do financiamento
89
4.2.4 Indicadores financeiros e de rentabilidade
Taxa de financiamento
Esse valor serve como uma referência para a prefeitura ou outro garantidor do projeto
ao obter financiamento de subsídios de atores, como o governo federal ou agências
multilaterais, cuja agenda priorize esse tipo de projeto.
TIR do projeto
Indica a relação entre o investimento realizado e o fluxo de caixa livre do projeto. Esse
valor é útil para analisar o retorno potencial do investimento e, geralmente, é desejável
que seja superior ao custo de capital da empresa ou entidade que está avaliando o
projeto para decidir realizá-lo.
Índice de cobertura
da dívida
91
Figura 4-15 – Incentivos do arcabouço regulatório
04 Redução do
Redução temporária das tarifas de importação para
custo de ônibus novos, não utilizados, movidos exclusivamente
importação por um motor elétrico a bateria (e seus
complementos), com o objetivo de favorecer a
produção local dessas tecnologias
4.3.2 Tributação
93
Figura 4-16 – Impostos no Brasil em projetos de
eletromobilidade
Imposto de
Programa de Circulação de
Integração Social Mercadorias e
(PIS) e Contribuição Prestação de
para Financiamento Serviços (ICMS),
da Seguridade Social único imposto estadual
da lista, gerado quando
(Cofins), que somados uma mercadoria ou
podem chegar a valores serviço circula dentro do
superiores a 15%. estado ou para fora dele,
com alíquota de até 20%.
4.4 PARÂMETROS
SOCIOAMBIENTAIS E DE
GOVERNANÇA
Os benefícios sociais e ambientais aderidos à transição para
a eletromobilidade podem desencadear em médio e longo
prazo impactos positivos na economia e no cumprimento de
metas de redução de emissões de GEE e de poluentes locais.
A renovação das frotas melhora a qualidade do ar e a saúde
pública nas cidades. Além disso, países da América Latina que
têm avançado em projetos de eletromobilidade enxergam
o mercado crescente para tecnologias de acionamento
elétrico como forma de criar empregos por meio de novas
oportunidades na fabricação, infraestrutura e serviços [28].
95
inferior representa uma diminuição de concentração dos
óxidos de nitrogênio e material particulado no ar da cidade.
Para atingir de forma mais rápida esses objetivos ambientais
e de saúde, os países proíbem, faseadamente, a aquisição
de novos ônibus e veículos de carga que não cumprirem
com um mínimo de tecnologia de emissão do motor [3].
Brasil
Argentina
Canadá E uro I
E uro I I (P -4 )
China E uro I I I (P -5 )
E uro I V (P -6 )
União E uro V (P -7 )
Europeia E uro V I (P -8 )
Japão
México
Estados
Unidos
4.4.3 Governança
97
termos de tempo ou propósito, significa que o setor finan-
ceiro pode concentrar esforços em certos lugares ou em
certos projetos, deixando de lado outros com igual impac-
to, mas menos “atraentes”. A fim de articular esforços e de
visibilizar os benefícios sociais e ambientais para atrair
financiadores para os projetos de eletromobilidade, o im-
plementador pode procurar a coordenação dos atores que
se articulam e conduzem as iniciativas dos projetos de veícu-
los elétricos. Essa identificação dos atores que “governam” a
transição é detalhada na Figura 4-18.
Identificar e caracterizar os
Definir, identificar e classificar os
instrumentos criados para desenvolver
atores que se articulam dentro do
o projeto e outras ações de
projeto no contexto local
eletromobilidade
Ao finalizar a Etapa 3, as
seguintes atividades devem
estar completadas
99
5.
ETAPA 4:
AVALIAÇÃO E
SELEÇÃO DO
FINANCIAMENTO
100
A Etapa 4 para a implantação da eletromobilidade nos sis-
temas de transporte público consiste na busca de fontes de
financiamento, sua avaliação e seleção. Há uma crescente
lista de fontes de financiamento no Brasil as quais as cida-
des e todos aqueles interessados podem acessar.
Debêntures Verdes
BNDES
automático
Crédito Direto ao
Consumidor Pessoa
Finem Jurídica
Veículos Mobilidade
Urbana
Banco Mundial, BID,
IFC Loans e BID
Finame Invest
Baixo
Carbono
Implantação da Refrota
Eletromobilidade
Crédito Direto ao
BNDES Consumidor Pessoa
automático Jurídica
Infraestrutura
(recarga, Finem
manutenção e Mobilidade Banco Mundial, BID,
estacionamento) Urbana IFC Loans e BID
Invest
Finame
Baixo
Carbono Debêntures Verdes
101
Os recursos das diferentes linhas existentes podem ser com-
binados para um melhor compromisso de retorno de risco
e respectiva viabilidade econômico-financeira (ver detalha-
mento na Tabela 5). Entretanto, qualquer que seja a combi-
nação, o risco de não conformidade do operador precisa
ser minimizado ou mitigado. Este, em especial, é um ponto
de atenção. A limitação para acessar as linhas de crédito ou
financiamento é dada pelas condições de sustentabilidade
financeira dos operadores e, portanto, pela capacidade de
endividamento e de geração de caixa (que, em última ins-
tância, relaciona-se com a política tarifária da concessão do
transporte público).
Fontes de Condições
Objetos de Contrapartidas e Valores
financia- de financia- Taxas de Juros Prazos Carência
financiamento requisitos financiados
mento mento
BNDES Aquisição de veículos Até 100% do Livre negociação entre a Até R$ 150 0,95% ao ano + Taxa Até 20 Até 3
Automático ou implementação valor instituição financeira cre- milhões para Selic ou TLP ou TLB anos anos
de infraestrutura (re- denciada e o beneficiário projetos de + taxa do agente
quer a classificação do financiamento. investimento financeiro
de atividade Cnae) empresarial
Possibilidade de utilizar
o BNDES FGI (Fundo Ga-
rantidor do Investimento)
para complementar as
garantias oferecidas pela
empresa.
103
104
Fontes de Condições
Objetos de Contrapartidas e Valores
financia- de financia- Taxas de Juros Prazos Carência
financiamento requisitos financiados
mento mento
Mobilidade Estudos e projetos; Para micros, Para apoio direto: garan- Mínimo Apoio direto (TLP + Até 34 Até 6
Urbana pequenas tias reais (tais como hipo- de R$ 40 1,3% ao ano + Taxa de anos meses
obras civis;
e médias teca, penhor, propriedade milhões risco de crédito va- após a
montagens e empresas fiduciária, recebíveis, etc.) riável conforme risco entrada
instalações; (MPMEs), e/ou pessoais (tais como do cliente e prazos do em ope-
até 100% fiança ou aval), definidas financiamento) ração do
veículos e utensílios; dos itens na análise da operação. projeto
Apoio indireto (TLP +
treinamento; financeiros.
Para apoio indireto: nego- 1,45% ao ano + Taxa
despesas Para estados ciado entre a instituição do agente financeiro
pré-operacionais; e municípios, financeira credenciada e negociada entre a ins-
até 90% do o cliente. tituição e o cliente)
novas máquinas e valor total do
equipamentos na- O BNDES pode subscre-
projeto, limi-
cionais creditados ao ver até 50% do valor das
tado a 100%
BNDES; e debêntures emitidas pelo
dos itens
beneficiário para a execu-
financiáveis.
máquinas e equipa- ção do projeto.
mentos importados Para outros
Nesse caso, a soma do
Baixo Financiamento Até 100% do Livre negociação entre a Não TFB, TLP ou Selic + Até 10 Até 2
Carbono para a aquisição e valor instituição financeira cre- informado 0,95% ao ano + Taxa anos anos. No
comercialização de denciada e o beneficiário do agente financeiro financia-
sistemas de geração do financiamento. (até 3,5% a.a.) mento
de energia solar e da Taxa
Possibilidade de utilizar
eólica, aquecedores Fixa do
o BNDES FGI (Fundo Ga-
solares de água, BNDES
rantidor do Investimento)
ônibus e caminhões (TFB), o
para complementar as
elétricos, híbridos perío-
garantias oferecidas pela
e aqueles movidos do de
empresa.
exclusivamente por carência
biocombustíveis e é de até 1
outras máquinas e ano.
equipamentos com
índices de eficiência
energética mais ele-
vados ou que contri-
buam para a redução
das emissões de
gases de efeito estu-
fa. Todos os produtos
devem ser novos, de
fabricação nacional e
credenciados no Cre-
denciamento Finame
(CFI) do Sistema
BNDES.
105
Fontes de Condições
106
Objetos de Contrapartidas e Valores
financia- de financia- Taxas de Juros Prazos Carência
financiamento requisitos financiados
mento mento
Refrota Financiamento do Até 95% do Contrapartida míni- Não 6% ao ano + Taxa Até 20 Até 48
setor público e priva- valor do ma de 5% do valor do informado diferencial de juros anos meses
do para a implanta- investimento investimento de até 2% + Taxa de
ção e requalificação risco de crédito de até
de sistemas e melho- 1% + Taxa de risco de
rias na mobilidade crédito de até 1%.
urbana das pessoas
- veículos do sistema
de transporte por
ônibus dos tipos:
1: Microônibus, Mi-
niônibus, Mídi-bus e
ônibus básicos;
2: Ônibus Padron,
Ônibus Articulado e
Ônibus Biarticulado.
Debêntu- Projetos que Variáveis Lastro nos recebíveis, mas A depender Dependência do mer- Depen- Depen-
res verdes proporcionam com atenuação do risco das garantias cado (Para 2022, entre de do de do
Bancos Destinado à aquisi- A depender Garantias reais e garan- A depender Dependência do mer- Depen- Depen-
Comerciais ção de bens duráveis do perfil de tias com endosso de das garantias cado (Para 2022, igual de do de do
e serviços ou mesmo risco do to- terceiros oferecidas ou acima de 9,8% ao mercado mercado
CDC-PJ sem propósito mador e das ano)
(Crédito específico. característi-
Direto ao cas especí-
Consumi- ficas dos
dor Pessoa projetos
Jurídica)
IFC Loans Empréstimos para o A depender Garantias reais e garan- A depender Dependência do Depen- Depen-
setor privado desti- do perfil de tias com endosso de das garantias mercado (Para 2022, de do de do
nados à aquisição de risco do to- terceiros oferecidas entre 8,5% e 9,8% ao mercado mercado
bens duráveis, como mador e das ano)
veículos, máquinas, característi-
equipamentos, além cas especí-
de obras civis asso- ficas dos
ciadas aos projetos projetos
Banco Empréstimos para o A depender Garantias soberanas A depender Dependência do Depen- Depen-
Mundial setor público desti- do perfil de das garantias mercado (Para 2022, de do de do
nados à aquisição de risco da mu- oferecidas entre 8,5% e 9,8% ao mercado mercado
bens duráveis, como nicipalidade, ano)
veículos, máquinas, do grau de
equipamentos, além risco do país
de obras civis asso- e das carac-
ciadas aos projetos terísticas
específicas
dos projetos
107
108
Fontes de Condições
Objetos de Contrapartidas e Valores
financia- de financia- Taxas de Juros Prazos Carência
financiamento requisitos financiados
mento mento
BID Invest Empréstimos para o A depender Garantias reais e garan- A depender Dependência do Depen- Depen-
setor privado desti- do perfil de tias com endosso de das garantias mercado (Para 2022, de do de do
nados à aquisição de risco do to- terceiros oferecidas entre 8,5% e 9,8% ao mercado mercado
bens duráveis, como mador e das ano)
veículos, máquinas, característi-
equipamentos, além cas especí-
de obras civis asso- ficas dos
ciadas aos projetos projetos
de energia limpa
BID Empréstimos para o A depender Garantias soberanas A depender Dependência do Depen- Depen-
setor público desti- do perfil de das garantias mercado (Para 2022, de do de do
nados à aquisição de risco da mu- oferecidas entre 8,5% e 9,8% ao mercado mercado
bens duráveis, como nicipalidade, ano)
veículos, máquinas, do grau de
equipamentos, além risco do país
de obras civis asso- e das carac-
ciadas aos projetos terísticas
109
Essa iniciativa é complementada por outra já em curso
no Brasil. O Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) es-
colheu cinco cidades brasileiras para financiar projetos de
mobilidade urbana sustentáveis (Curitiba, Fortaleza, Recife,
Salvador e Guarulhos). A iniciativa faz parte de um acordo
de cooperação entre a instituição europeia, o BNDES e o
Ministério do Desenvolvimento Regional. O aporte será de
€ 450 mil, contabilizando os cinco projetos. Os recursos
para os estudos de pré-viabilidade desses projetos são do
governo alemão (Ministério de Cooperação Econômica e
Desenvolvimento – BMZ) e as contratações serão realizadas
diretamente pelo KfW.
Fiança
Fidejussórias Aval
Caução fidejussória
Propriedade Fiduciária
Garantias
Hipoteca
Penhor
Reais
Recebíveis (no caso da
eletromobilidade é
a receita tarifária)
Reserva de Meios de
Pagamento Fiscais ou
Tributários
111
público, de forma a assegurar condições de amortização
por parte das concessionárias, e as condições operacionais
do sistema também podem apresentar complicações, pois
dependem das condições fiscais das prefeituras e dos res-
pectivos ordenamentos jurídicos, bem como de provisões
orçamentárias (como a existência de fundos ou recursos
previamente alocados para essa finalidade).
Ambiente
Financiamento da
regulatório da
mobilidade operação da
urbana e para mobilidade urbana
Modelos de negócios (tarifas, subsídios,
(verticalmente mudanças
climáticas fundos locais, etc.)
integrado - concessão e geração de caixa
tradicional - ou Condições
por parte dos financeiras e de
operação pública ou operadores
responsabilidade endividamento
compartilhada) do(s) operador(es)
Oferta de garantias
Melhor opção
Escala de Operação para investimento
de no projeto de
(tamanho da frota)
financiamento eletromobilidade
113
Figura 5-4 – Alternativas de captação de recursos
Captação de
recursos para
aquisição de ativos
Instituições
Debêntures
Nacionais de
Tradicionais
Fomento
Instituições Debêntures
Internacionais de Verdes (com
Fomento incentivos fiscais)
Bancos
Comerciais
Aquisição
Contratação de Financiamento
privada dos Empréstimos concessional
ativos
Leasing
Tradicional
Aluguel ao concessionário
Aquisição
Contratação de
Captação de estatal dos Empréstimos
Recursos para ativos
Contrapartida em PPP
Aquisição de
Ativos
Investment Trust, SPE,
ou outro tipo de
financiamento
Aquisição Emissão de de crowd-funding
Sofisticada privada dos Debêntures
ativos Verdes
Modelo de Participação
Subsidiária de
Distribuição de Energia
115
• Garantir que a SPE construa e opere o projeto de ele-
tromobilidade conforme premissas técnicas e econô-
micas previstas.
Aquisição
dos
Compra com capital
veículos
próprio
Compra por
empréstimo
117
responsabilidade o pagamento de aluguel e manutenção.
Assim, pode ter variações do locatário, que é comumente a
prefeitura ou o operador de transporte.
Nacionais
Bancos ou agências de
fomento
Empréstimo Internacionais
para aquisição
Bancos comerciais
Busca e identificação de
fontes de financiamento
119
PARTE B
GUIA PARA
FINANCIAMENTO
NA FASE DE
OPERAÇÃO DA
FROTA ELÉTRICA
120
6.
ETAPA 5:
IMPLEMENTAÇÃO E
MONITORAMENTO
121
Este capítulo fornece uma descrição de como avaliar e mo-
nitorar os diferentes indicadores financeiros durante a vida
do projeto que garantam o pagamento e disponibilidade da
frota. São apresentadas as melhores práticas para acompa-
nhar operadores, fabricantes e empresas investidoras em
projetos de eletromobilidade no transporte público em rela-
ção aos mecanismos de concessão de subsídio e à remune-
ração esperada pela prestação do serviço.
123
6.1.1.2 Custos fixos e variáveis
Quanto aos custos fixos, estes não têm relação direta com a
quilometragem realizada. Tais custos se classificam em De-
preciação (Veículos, Garagens e Equipamentos); Despesas
125
de Pessoal (Operação, Manutenção e Fiscalização); Despe-
sas administrativas; Despesas de comercialização; Re-
muneração do capital; e Locação de Garagens, Veículos e
equipamentos. Assim como para os custos variáveis, o mé-
todo da ANTP detalha as formas de cálculo para esses ele-
mentos do custo fixo.
127
6.1.3 Política tarifária e subsídio
R$ R$ por R$
%
DISCRIMINAÇÃO milhões/ passageiro milhões/
relativo
mês equivalente ano
129
R$ R$ por R$
%
DISCRIMINAÇÃO milhões/ passageiro milhões/
relativo
mês equivalente ano
131
Figura 6-1 – Complexidade dos sistemas de transporte no
contexto atual.
Como garantir
qualidade, com
remuneração
adequada aos
operadores?
6.3 MONITORAMENTO DE
INDICADORES FINANCEIROS E
AVALIAÇÃO DO PROJETO
Esta seção descreve indicadores de rentabilidade que ana-
lisam a capacidade do projeto de eletromobilidade para
converter receitas em lucros; índices que são essenciais para
que o banco determine se o fluxo de caixa gerado é suficien-
te para pagar a dívida; e o perfil da dívida, que explica os ele-
mentos que a compõem, tais como o prazo, a vida média e o
cronograma de amortizações que são críticos para os proje-
tos de ônibus elétricos.
133
A Figura 6-2 mostra os indicadores financeiros sugeridos na
Etapa 5 de implementação e monitoramento do projeto de
ônibus elétricos. Cada um dos indicadores é explicado de
forma geral, bem como seu impacto no projeto e as dife-
renças em relação à operação a diesel. No nível estratégico
deste CTR, o comportamento e os valores esperados de cada
um desses indicadores financeiros são definidos pela insti-
tuição financeira e as condições próprias do financiamento
e dependendo do beneficiário, que pode ser a prefeitura, um
ente privado ou uma empresa por meio de licitação.
• Competitividade de mercado;
• Viabilidade do projeto.
135
Intervalo de uma TIR de projeto
No Brasil, o caso de São Paulo tem uma TIR do projeto para os pro-
jetos de energia renovável dentro de um intervalo de 9% e 14% a.a.
Fluxos de caixa
Mostra se o lucro
VPL= ∑C /(1+r)
1
t
futuros desconta-
líquido do projeto C1=Caixa no período i
Valor Presente Líqui- dos do projeto (a
será positivo ou r = taxa de desconto do
do (VPL) taxa de desconto
negativo, avaliado período i
pode ser a taxa de
no valor atual. t = número de períodos
obstáculo). total
Tempo previsto
para que o projeto
recupere o investi-
mento. Para proje- Indica o tempo
tos de eletromobi- necessário para
lidade, os períodos que o projeto gere
Período de retorno Payback=número
de retorno variam uma margem po-
(payback) de anos
de 10 anos a 15 sitiva em relação
anos dependendo ao investimento
da taxa de retorno, inicial.
Capex total, entre
outras variáveis
[36].
Mostra o tempo
necessário para
Período de retorno,
que o projeto recu- Payback descon-
Período de reembol- avaliando os fluxos
pere o investimen- tado=número de
so com desconto de caixa no valor
to, considerando o anos
atual.
valor do dinheiro
no tempo.
Ela permite
Margem de lucro
determinar a Margem ope-
nas atividades co-
rentabilidade do racional=lucro
Margem operacional merciais normais
projeto decorrente operacional/
da empresa do
de suas principais receitas
projeto
atividades.
TIR calculada a
partir dos fluxos Ela permite avaliar
de caixa do projeto a taxa de retorno TIR=r tal que
TIR do Projeto
antes do serviço dos fluxos de caixa VPL=0
da dívida e das do projeto.
contribuições.
137
6.3.2 Indicadores financeiros
139
banco, dependendo do risco do projeto. O tipo de financia-
mento que assegura com maior probabilidade o cumpri-
mento do RCSD é o de financiamento estruturado, que é a
modalidade de financiamento na qual os fluxos de caixa
do projeto são a única fonte de pagamento da dívida. A
modalidade do financiamento estruturado ou “project fi-
nancing” é comumente feito pelo privado com uma partici-
pação ativa do operador para fazer seguimento dos cumpri-
mentos dos indicadores.
141
Figura 6-3 – Perfil do serviço da dívida: prazo da dívida
Serviço
Mais curto Maiores Menores rácios
Cronograma de da o prazo pagamentos de cobertura
amortização dívida
Ignorando o período de
No Project Finance, pagamento Os métodos
o cálculo da vida ponderados levam em
média é mais conta o cronograma
complexo, pois os Acrescentando o período de de amortização para o
desembolsos são pagamento na íntegra cálculo da vida média.
feitos somente
durante a fase de
construção. Isso Empregando o método de
pode ser realizado ponderação 2 e utilizando o
de três (3) formas: balanço máximo como
denominador
Prazo da
dívida
Duas estruturas de reembolso devem
ser projetadas:
Aumenta os
DE ANUIDADES pagamentos do IRREGULAR
Flexibilidade serviço da dívida.
Principais Reduz o RCSD nos Dependendo dos
pagamentos últimos anos do rácios de
divididos em projeto. cobertura
Cronograma de anos Aumenta a vida
média da dívida.
amortização
Se o projeto é financiado por meio de títulos, estes geralmente
são reembolsados de forma semelhante aos empréstimos.
Às vezes, pode ser criado um fundo de amortização para
reembolsar o valor total da obrigação.
A estrutura de pagamento dependerá dos
fluxos de caixa projetados.
143
6.4 IMPLEMENTAÇÃO DE
POLÍTICA DE SUBSÍDIOS NO
ORÇAMENTO MUNICIPAL
Sinteticamente, os recursos voltados aos investimentos
(Despesas de Capital) podem vir de receitas de capital – ope-
rações de crédito e transferências de capital, e na maioria
das vezes são complementados por receitas correntes –,
Receitas Tributárias e Transferências Correntes. Os recursos
destinados aos subsídios, por outro lado, vêm das receitas
correntes, necessariamente, tendo como fontes em alguns
casos Fundos Municipais, combinados com recursos do Te-
souro Municipal. Por exemplo, as despesas com subsídio
podem ser classificadas nos orçamentos municipais com as
seguintes rubricas.
• Orçamento municipal
• Auxílio, subvenções, financiamentos
Governo
ou contribuições
• Emolumentos, taxas e receitas
• Sistema de estacionamento
regulamentado pago
• Concessão para operação do
Repasse serviço de transporte coletivo
urbano e outros serviços
relacionados
Outras fontes
145
• Engenharia de tráfego;
Shenzhen, China
O processo de eletrificação da frota de ônibus em
Shenzhen (China) durou oito anos, desde 2009,
quando o governo local elaborou um plano para
renovar a frota com veículos mais limpos, até
2017, quando 100% da frota foi eletrificada. Os
testes-piloto começaram em 2011, com uma
incorporação gradual a cada ano, até ultrapassar
16.000 ônibus elétricos em 2017. É importante
destacar que, para alcançar esse objetivo, foram
necessários subsídios significativos do governo federal
e local da China, que até 2016 cobriram mais da metade do
custo inicial para a incorporação dos veículos elétricos.
Paris
Em Paris (França), a implantação de ônibus
elétricos ainda está em andamento. O objetivo
das autoridades e da empresa pública
fornecedora do serviço de transporte Regie
Autonome des Transports Parisiens (RATP) é
renovar todos os quase 5.000 veículos até 2025,
dos quais pelo menos 3.000 sejam elétricos.
O primeiro marco no âmbito desse plano foi o
lançamento de uma licitação pública em 2018,
que visava a aquisição de 800 ônibus elétricos. O
processo envolve o incentivo ao desenvolvimento de
fornecedores locais e a criação de uma parceria entre a
RATP e empresa local de energia elétrica para avaliar a viabilidade
do projeto.
147
Santiago
O processo de incorporação gradual de frotas
elétricas no sistema de transporte metropolitano
em Santiago (Chile) teve início em 2016,
quando foi formado um consórcio entre o
operador MetBus e a ENEL X. Isso levou ao
desenvolvimento de estudos de viabilidade
e aos primeiros testes-piloto para verificar a
adequação dessa tecnologia às rotas
em operação.
149
Figura 6-9 – Passos para a implementação e monitora-
mento do projeto, resumo das atividades da Etapa 5
Implementação de política de
subsídios caso exista um fundo
destiado para esse fim
151
[1] ZEBRA. Investing in electric bus deployment in
Latin America, 2020.
153
[21] ALBUQUERQUE, C. et al. Eletromobilidade no
transporte coletivo: o caso da cidade de São Paulo.
PROMOB-e, 2019.
155
[39] WRI BRASIL. Ônibus elétricos valem a pena? Nova
ferramenta ajuda cidades a entender custos e be-
nefícios, 17-09-2019. [Online]. Disponível em: https://
wribrasil.org.br/pt/blog/2019/09/onibus-elet-ricos-va-
lem-pena-nova-ferramenta-ajuda-ci-dades-enten-
der-os-custos-e-beneficios. Acesso em: 24 abr. 2022.