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fundamentos da
matemática
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-79250-8
I. Título.
23-170462 CDD-510
Índices para catálogo sistemático:
1. Matemática 510
Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253
Sumário
Prefácio i
1 Lógica e conjuntos 1
1.1 Proposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Conectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Tabelas verdade para conectivos compostos . . . 10
1.4 Tautologias, contradições e contingências . . . . . 13
1.5 Equivalência e implicação lógicas . . . . . . . . . 15
1.6 Regras de inferência e axiomas lógicos . . . . . . 21
1.7 Quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.8 Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.9 Axiomas da teoria de conjuntos . . . . . . . . . . 36
1.10 Conjunto vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.11 Operações entre conjuntos . . . . . . . . . . . . . 44
2 Relações e funções 50
2.1 Relações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3
SUMÁRIO 4
3 Cardinalidade 76
3.1 Números cardinais . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.2 Operações com cardinais . . . . . . . . . . . . . . 88
3.3 Axiomas de Peano . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Como diz o título, este livro pretende ser uma introdução aos
fundamentos da matemática. Damos em detalhe a matéria de ló-
gica e teoria de conjuntos sem adotarmos uma teoria axiomática
particular, fazemos tudo na teoria “ingênua” que acreditamos ser
mais fácil de ser entendida (entretanto no apêndice mostramos
a axiomática ZFC). Depois disso temos a construção dos núme-
ros inteiros, racionais, reais e complexos (admitindo que o leitor
já conhece esses números da escola e já sabe fazer cálculos com
eles), uma introdução aos números ordinais e por último uma in-
trodução aos números surreais, que são construídos usando uma
generalização dos cortes de Dedekind e incluem de uma vez só
todos os números anteriormente estudados.
i
Capítulo 1
Lógica e conjuntos
1.1 Proposições
As entidades elementares da lógica são as proposições . Uma
proposição é uma sentença para a qual tenha sentido dizer se
1
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 2
1.2 Conectivos
Um conectivo é uma maneira de gerar proposições a partir de
proposições que já existem. Dependendo de quantas proposi-
ções o conectivo usa ele recebe um nome:
p ∼p
V F
F V
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 5
p: 2 + 2 = 5
q: Camões escreveu Os lusíadas
r: A grama é vermelha
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 6
q: 2 é um número primo
r: A grama é rosa
Temos que p ∧ q é V, p ∧ r é F, q ∧ r é F.
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
p: A grama é verde
q: 9 é número primo
r: 1 > 5
Esse “algo a mais” serve para a filosofia mas não para a ló-
gica. Na lógica tradicional só consideramos conectivos extensi-
onais, assim criamos o conectivo binário de implicação. Ele
toma as proposições p e q e leva na proposição p → q (leia “se
p então q”), que chamamos de condicional de p e q. Como que-
remos que o conectivo seja extensional temos a seguinte tabela
verdade.
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
p q p⊻q
V V F
V F V
F V V
F F F
p q r (∼ (p ∧ q) → (∼ r))
V V V V
V V F F
V F V F
V F F F
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F
Exercícios
1. Diga se as proposições abaixo são verdadeiras ou falsas.
(p ∨ q) ∨ (∼ q) p → (∼ q)
(p ∧ q) → p (∼ p) ⊻ q
p (p ∧ (∼ p))
V F
F F
p q r (∼ (p ∧ q) → (∼ r))
V V V V
V V F F
V F V F
V F F F
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F
p q (p → q) ((∼ p) ∨ q)
V V V V
V F F F
F V V V
F F V V
Identidade P ⇔ (P ∧ P )
P ⇔ (P ∨ P )
Comutatividade (P ∧ Q) ⇔ (Q ∧ P )
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 17
(P ∨ Q) ⇔ (Q ∨ P )
Associatividade ((P ∧ Q) ∧ R) ⇔ (P ∧ (Q ∧ R))
((P ∨ Q) ∨ R) ⇔ (P ∨ (Q ∨ R))
Condicional (P → Q) ⇔ ((∼ P ) ∨ Q)
Contra-positiva (P → Q) ⇔ ((∼ Q) → (∼ P ))
Bicondicional (P ↔ Q) ⇔ ((P → Q) ∧ (Q → P ))
Dupla negação P ⇔ (∼ (∼ P ))
Adição P ⇒ (P ∨ Q)
Q ⇒ (P ∨ Q)
Simplificação (P ∧ Q) ⇒ P
(P ∧ Q) ⇒ Q
Implicação (P ↔ Q) ⇒ (P → Q)
(P ↔ Q) ⇒ (Q → P )
Exercícios
1. Prove cada uma das equivalências da lista de equivalên-
cias importantes mostrando por uma tabela verdade que
a bicondicional é tautológica.
2. Mostre que a implicação de adição P ⇒ (P ∨ Q) NÃO é
uma equivalência, ou seja dê exemplos de proposições p
e q em que vale p → (p ∨ q) mas não vale a implicação
(p ∨ q) → p.
3. Prove que as proposições compostas abaixo são todas tau-
tologias, sendo p, q e r proposições quaisquer, montando
as tabelas-verdade.
p → (q → p)
(p → (q → r)) → ((p → q) → (p → r))
(∼ p → ∼ q) → (q → p)
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 21
Modus Ponens
P →Q
P
Q
Modus Tollens
P →Q
∼Q
∼P
Silogismo disjuntivo
P ∨Q
∼P
Q
Silogismo hipotético
P →Q
Q→R
P →R
Essa também é uma das regras de inferência mais importan-
tes. Ela afirma o fato de que a implicação é transitiva. Para
ilustrá-la observe o exemplo.
Adição conjuntiva
P
Q
P ∧Q
Juninho é flamenguista
7 é um número primo
Juninho é flamenguista e 7 é um número primo
Simplificação conjuntiva
P ∧Q
P
Adição disjuntiva
P
P ∨Q
Juninho é flamenguista
Juninho é flamenguista ou raiz de 2 é racional
Simplificação disjuntiva
P ∨Q
P∨ ∼ Q
P
(1) P → (Q → P )
(2) (P → (Q → R)) → ((P → Q) → (P → R))
(3) (∼ P → ∼ Q) → (Q → P )
Exercícios
1. Suponha que uma contradição é considerada verdadeira,
mostre que isso faz com que qualquer proposição possa ser
deduzida verdadeira (use a regra de modus ponens colo-
cando a contradição no lugar de P e a proposição qualquer
no lugar de Q, observe que as duas premissas da regra de
modus ponens serão verdadeiras, daí poderemos obter sua
conclusão que é Q).
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 28
1.7 Quantificadores
Um predicado ou uma sentença aberta é uma frase que de-
pende de uma ou mais variáveis, estas são símbolos que não se
referem a um objeto específico, mas sim a um objeto genérico
e não determinado. Por exemplo “x é verde’, “y + z = 5”, ou
“Fulano escreveu Os Lusíadas” são sentenças abertas, a variável
da primeira é x, as da segunda são y e z e da terceira fulano.
Assim por exemplo uma frase como ∃x, Q(x, y) não é uma
proposição, mas ∃y, ∃x, Q(x, y) e ∀y, ∃x, Q(x, y) são proposições,
perceba que mesmo que os quantificadores sejam os mesmos o
quantificador de cada variável é escrito em separado.
Exercícios
1. Decida se as proposições abaixo envolvendo quantificado-
res são verdadeiras ou falsas.
1.8 Conjuntos
Iremos agora começar a fundamentar a matemática. Para isso
vamos usar o que já sabemos sobre lógica e formar proposições,
entretanto essas proposições vão envolver o conceito intuitivo de
conjunto, é um conceito primitivo, o que significa que por mais
que possamos exemplificar o que um conjunto é não podemos
definir ele formalmente (existe a possibilidade de definir a no-
ção de conjunto a partir de alguma outra ideia, mas nesse caso
apenas trocamos o conceito primitivo por outro, escolhemos os
conjuntos como primitivos pela sua simplicidade e por razões
culturais e históricas). A partir disso definimos conceitos não
primitivos, que nada mais são do que abreviação de situações
específicas que se repetem nas proposições matemáticas e não
conceitos novos ou originais.
Exercícios
1. Verdadeiro ou falso?
Observe que dado o conjunto A ele tem pelo menos dois sub-
conjuntos, o vazio, pois ∅ está contido em qualquer conjunto, e o
próprio A pois A ⊂ A. No caso dele ser vazio os dois coincidem,
assim ele só terá um subconjunto.
Exemplo. Seja A = {1, 2}, temos que P(A) = {∅, {1}, {2}, A}.
Exercícios
1. Dê exemplo de conjuntos A,B e C tais que: A e B são dis-
juntos, B e C são disjuntos, mas A e C não são disjuntos,
provando assim que “ser disjunto” não é uma propriedade
transitiva.
CAPÍTULO 1. LÓGICA E CONJUNTOS 49
Relações e funções
2.1 Relações
Intuitivamente as coisas do universo podem ter “propriedades”
ou “relações”. Uma propriedade é uma coisa que um indivíduo
50
CAPÍTULO 2. RELAÇÕES E FUNÇÕES 51
Exercícios
1. Sejam A = {a, b, c, d} e B = {1, 2, 3}. Dê um exemplo
de uma relação de A em B de cada um dos quatro tipos
(represente por um desenho).
CAPÍTULO 2. RELAÇÕES E FUNÇÕES 59
tem a mesma altura que outra e essa tem a mesma altura que
outra então primeira tem mesma altura que a terceira, então
ter a mesma altura é uma relação transitiva, a relação de não
ter a mesma altura é um exemplo de relação que não é transitiva.
Exercícios
1. Seja C o conjunto de todos os carros, mostre que a relação
‘x tem a mesma cor que y’ nesse conjunto é uma relação
de equivalência. O que seria a classe de equivalência de
um carro?
CAPÍTULO 2. RELAÇÕES E FUNÇÕES 64
2.3 Funções
Vejamos agora o tipo de relação mais importante para a mate-
mática.
Definição 3. Uma função de A em B é uma relação de muitos-
para-um com domínio A e imagem contida em B.
Exemplo: A relação entre os produtos de um supermercado
e seu preço. Esta é uma relação de muitos-para-um (nenhum
produto tem dois preços), e seu domínio é o conjunto de todos
os produtos (não se pode ter produtos sem preço).
Podemos ter funções que não são nem sobrejetoras nem inje-
toras, nesse caso elas não recebem nenhum nome especial. Inte-
ressantes porém são as funções que são injetoras e sobrejetoras
ao mesmo tempo. Essas funções são chamadas de funções bi-
jetoras. Uma função bijetora é uma relação de um-para-um
que “alcança” todos os elementos do seu contradomínio. Uma
função bijetora com domínio no conjunto A e contradomínio no
conjunto B é chamada também uma bijeção entre esses dois
conjuntos.
Exercícios
1. Seja A o conjunto dos habitantes da sua casa e F o con-
junto das letras do alfabeto.
- Determine a função f : A → F que leva cada pessoa na
primeira letra do seu nome.
- Determine o conjunto imagem de f , Im(f ).
- Determine se f é uma função sobrejetora, injetora, bije-
tora ou nenhuma dessas coisas.
- Determine se a imagem inversa do subconjunto {a, b, c}
de F é vazio ou não.
2. Seja P o conjunto de todas as pessoas e seja H o conjunto
de todos os homens. Por que a relação que leva uma pessoa
nos seus avôs não é uma função?
3. Seja B o conjunto de todos os brasileiros e T o conjunto
dos times brasileiros de futebol e relacionemos cada pessoa
com o time que ela torce. Essa relação é uma função?
CAPÍTULO 2. RELAÇÕES E FUNÇÕES 71
Exercícios
1. Verdadeiro ou falso?
- A composta de duas funções constantes é uma função
constante.
- Existe uma função constante bijetora.
- A função impossível é sempre injetora.
- A função impossível é sempre sobrejetora.
- A composta de duas funções injetoras é sempre sobreje-
tora.
2. Dê exemplos de três funções sobrejetoras diferentes de A =
{1, 2, 3} em B = {3, ♡}.
3. Dê exemplos de três funções injetoras diferentes de A =
{a, b} em B = {dó, ré, mi}.
4. Dê exemplos de três bijeções diferentes de A = {a, b, c} e
B = {1, 2, 3}.
5. Determine todas as bijeções diferentes de A = {1, 2} e
B = {a, b} (Dica: São apenas duas).
6. Determine todas as bijeções diferentes de {1, 2, 3} em si
mesmo (Dica: São 6).
7. O que acontece quando se faz a composta de uma função
bijetora por sua inversa? Faça alguns exemplos e veja o
que você descobre.
Capítulo 3
Cardinalidade
76
CAPÍTULO 3. CARDINALIDADE 77
Isso faz com que tenhamos que definir o que seja exatamente
um número cardinal, e a melhor resposta é dizer que o número
cardinal de um conjunto é o conjunto de todos os conjuntos que
são equivalentes em quantidade a ele, assim o número 3 seria o
conjuntos de todos os “trios”, enquanto o 2 seria o de todos os
“ ‘pares”, o 1 é o conjunto do todos os conjuntos unitários e 0 é
especial, pois só o vazio tem 0 elementos, assim 0 é o conjunto
que contém o vazio {∅}. Usamos aqui a definição por abstra-
ção, conforme ilustramos na definição de vetor livre. Dado um
conjunto A representamos seu cardinal como |A|.
função injetora entre eles. Como isso não depende dos repre-
sentantes escolhidos trata-se de uma relação entre os números
cardinais e não entre os conjuntos. Dizemos também por de-
finição que o cardinal de A é maior ou igual que o cardinal
de B quando o cardinal de B é menor ou igual ao cardinal de
A. Isso é simplesmente o contrário de ser menor ou igual, assim
essa relação também não muda se mudarmos o representante
particular escolhido. Quando o número cardinal X é menor ou
igual ao número cardinal Y escrevemos em símbolos X ≤ Y .
Quando X é maior ou igual a Y escrevemos em símbolos X ≥ Y
. Vejamos agora algumas propriedades de ≤ (que também va-
lem para ≥).
(3) Tricotomia.
(*) A ̸= ∅
0 → (8, 7, 6, 4, 5, 8, 9, 7, 6, . . .)
1 → (0, 1, 2, 8, 5, 8, 1, 0, 1, . . .)
2 → (1, 0, 1, 0, 1, 0, 1, 0, 1, . . .)
3 → (3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 7, 2, . . .)
...
Exercícios
1. O objetivo desse exercício é mostrar que o cardinal de 2X é
igual ao cardinal de P(X). Para isso mostre que para cada
subconjunto de A de X fica associada uma única função
X → {0, 1} onde f (x) = 0 se x ∈/ A e f (x) = 1 se x ∈ A.
2. Prove a distributividade da multiplicação cardinal em re-
lação à adição. Ou seja prove que A·(B +C) = A·B +A·C
para todos os cardinais A, B e C.
CAPÍTULO 3. CARDINALIDADE 99
Exercícios
1. Prove usando o método da indução que a soma dos núme-
ros de 1 a n, 1 + 2 + 3 + . . . + n é igual a n·(n+1)
2 . (Dica:
faça o caso base. Depois suponha que a propriedade vale
para n, some n + 1 = s(n) a ambos os lados da igual-
dade. Aqui estamos admitindo que o leitor sabe trabalhar
expressões numéricas com frações, o que será o tema do
próximo capítulo).
Capítulo 4
Outras espécies de
número
103
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 104
Definição 12. Dado dois inteiros [(a, b)] e [(c, d)] definimos a
soma [(a, b)] + [(c, d)] como [(a + c, b + d)].
Para que essa definição seja uma operação entre números in-
teiros temos de mostrar que ela não depende dos representantes
escolhidos. Suponha então que [(a, b)] = [(x, y)] e que [(c, d)] =
[(z, w)] devemos mostrar que [(a+c, b+d)] = [(x+z, y+w)], para
que isso aconteça devemos ter (a+c)+(y +w) = (b+d)+(x+z)
mas temos que como [(a, b)] = [(x, y)] então a + y = b + x, do
mesmo modo como [(c, d)] = [(z, w)] temos c + w = d + z,
somamos então essas igualdades membro a membro obtemos
(a + y) + (c + w) = (b + x) + (d + z), pela associatividade e co-
mutatividade da adição de naturais essa igualdade é justamente
(a + c) + (y + w) = (b + d) + (x + z), onde queríamos chegar.
Assim temos uma operação de soma bem definida entre os nú-
meros inteiros que não depende dos representantes particulares
escolhidos.
Exercícios
1. Lembrando da escola primária sabemos que a multiplica-
ção e a divisão têm prioridade sobre a adição e a subtração
numa “expressão numérica”, resolva as expressões abaixo
efetuando todas as contas e reduzindo-as a um único nú-
mero (aqui estamos usando a notação de parênteses col-
chetes e chaves).
27 : 3 − 8 : (2 + 2) 26 : 13 − (5 + 3)
128 : 4 · 5 + 12 16 : 4 − 25 : 5
48 + (2 · 15) : 3 (1 + 3 · 3) : 5 + 1
(20 + 7) : 9 − 4 · 2 10 + (4 − 1) − 9
5−5·1+3 2·2·2+2
(−40) · 2 + 7 · 3 (4 · 4 + 4) : 4
4−4:4+7 7 · (14 + 5) + 3
3 · {5 · [8 + (10 − 6 : 3)] − 20} 5 + [8 + (7 − 3 · 2)]
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 110
2 | 20 3 | −7 5|2 10 | 34
9 | 19 −4 | 20 8 | 70 3 | 10
−6 | 12 3 | 23 5 | −25 10 | −30
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 111
tal par não pode ser 0, pois não existe fração com denominador
0). Note que duas frações ab e dc representam o mesmo número
fracionário quando a · d = b · c como números inteiros, sendo
b ̸= 0 e d ̸= 0. Escrevemos nesse caso ab = dc .
Perceba que agora nos racionais cada número não nulo pos-
sui um inverso multiplicativo, ou seja um número que multipli-
cado por ele resulta no neutro da multiplicação que é 1. Para
isso basta multiplicar uma fração pela sua fração inversa ou
recíproca. Isso não acontece nos inteiros onde apenas 1 e −1
possuem inverso multiplicativo.
Exercícios
1. Mostre que a “equação do primeiro grau” a · x + b = 0 na
incógnita x possui uma única solução racional dada por
a .
x = −b
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 116
1 1 1
2 + 3 · 5
( 52 − 13 ) · 1
2 + 7
7
1 5 3
4 · 2 : 4
[ 25 · ( 21 − 34 )] : ( 12 · 12 )
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 117
Por último temos que verificar que X não tem elemento má-
ximo, mas nem A nem C tem elementos máximos, assim dado
a + c em X sabemos que a ∈ A e c ∈ C, pegando um elemento
de A maior que a, digamos a′ , a′ + c é maior que a + c, logo X
não pode ter elemento máximo.
n n−1 n −2 2 n n
(y + h)n = y n + y h+ y h + ... + h
1 2 n
n n−1 n −2 n
≤ y n + h[ y + y + ... + ]=
1 2 n
n n n n−1
n n n−2 2
t ≥ (y − k) = y − y k+ y k =
1 2
n n−1 n n−2 n n−1
y n − k[ y − y k + . . . − (−1)n k ]≥
1 2 n
n n n−1 n −2 n
y − k[ y + y + ... + ]=
1 2 n
Exercícios
1. Prove que de fato a adição de cortes que definimos é co-
mutativa e associativa.
2. Use a propriedade distributiva da multiplicação em relação
à adição e subtração para determinar os seguintes “produ-
tos notáveis”:
(a + b)2
(a − b)2
(a + b) · (a − b)
1 2 2 1 7 2
2 + 3 3 − 2 5 · 3
1 2 2 1 7 2
2 : 3 3 · 2 5 − 3
CAPÍTULO 4. OUTRAS ESPÉCIES DE NÚMERO 130
Exercícios
1. Mostre que os números complexos podem ser representa-
dos em vez de por uma reta numérica mas sim a um plano
da geometria analítica em que dado a + bi ele é levado no
ponto do plano de coordenadas (a, b).
2. Ponha os números complexos abaixo na forma a + bi.
1−i
(1 + i)2 1+i
(2 + 3i) · (2 − 2i) (−i)3
Capítulo 5
Números ordinais
134
CAPÍTULO 5. NÚMEROS ORDINAIS 135
Definição 34. Uma relação de ordem parcial se diz uma boa or-
dem quando para todo subconjunto não vazio do domínio possui
elemento mínimo.
Prove como exercício que toda boa ordem é automaticamente
total.
ordinais da sequência αn .
ω ...
Podemos prosseguir ainda mais e obter ω ω , ou seja, infi-
nito elevado a infinito infinitas vezes, esse ordinal é chamado de
ϵ0 e possui a propriedade de que ϵ0 = ω ϵ0 .
Exercícios
1. Mostre que (ω + 1) · 2 ̸= ω · 2 + 1 · 2.
2. Mostre que (ω · 2)2 ̸= ω 2 · 22 .
Capítulo 6
Números surreais
149
CAPÍTULO 6. NÚMEROS SURREAIS 150
{}, {−1}, {0}, {1}, {−1, 0}, {−1, 1}, {0, 1}, {−1, 0, 1}
− 12 = {−1 | 0} = {−1 | 0, 1}
0 = {|} = {−1 |} = {| 1} = {−1 | 1}
1
2 = {0 | 1} = {−1, 0 | 1}
1 = {0 |} = {−1, 0 |}
2 = {1 |} = {0, 1 |} = {−1, 1 |} = {−1, 0, 1 |}
CAPÍTULO 6. NÚMEROS SURREAIS 154
0 < {0 | 12 } < 1
2 < { 12 | 1} < 1 < {1 | 2} < 2 < {2 |}
Note que 1 + 1 + 1 = {0 + 1 + 1, 1 + 0 + 1, 1 + 1 + 0 |} = {2 |}
justificando o nome desse número como 3. Deixamos para o
leitor a tarefa de mostrar que {0 | 21 } = 41 , { 12 | 1} = 34 ,
{1 | 2} = 32 = 1 12 .
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
4 < 4 + 16 < 4 + 16 + 64 < ... < 3 < 2 − 8 < 2
ω − 2 = {0, 1, 2, . . . | ω − 1}
ω − n = {0, 1, 2, . . . | ω − 1, ω − 2, . . . , ω − (n − 1)}
2ω , ω, ω2 .
1 1
{0 | ω} = { ω1 | 1, 12 , 14 , . . .} = 2
{0 | 1 1 1
ω , 2ω , 4ω } = 1
(2) −(−x) = x
(3) x + (−x) = 0
Demonstração. Diretamente da definição.
A axiomática ZFC
162
APÊNDICE A. A AXIOMÁTICA ZFC 163
0=∅
1 = {∅} = {0}
Vamos então tentar definir (x, y) como {x, {y}}. Parece que
agora levamos em conta a ordem, pois a segunda coordenada
está distinguida. Porém essa definição também falha, pois se
(x, y) = {x, {y}} então os pares ({∅}, {∅}) e ({{∅}}, ∅) serão
iguais mesmo suas coordenadas sendo diferentes, pois teremos
que ({∅}, {∅}) = {{∅}, {{∅}}} e ({{∅}}, ∅) = {{{∅}}, {∅}},
que são iguais como conjuntos, pois num conjunto a ordem dos
elementos não interessa.
APÊNDICE A. A AXIOMÁTICA ZFC 172
ω · 2 + 1 = ω + ω + 1 = {0, 1, 2, . . . , ω, ω + 1, ω + 2, . . . , ω + ω}
APÊNDICE A. A AXIOMÁTICA ZFC 174
ω·3=ω+ω+ω =
= {0, 1, 2, . . . , ω, ω + 1, ω + 2, . . . , ω · 2, ω · 2 + 1, . . .}
183
Índice Remissivo
184
ÍNDICE REMISSIVO 185
tabela verdade, 4
tautologia, 13
teorema de Cantor-Schröeder-
Bernstein, 81
teoremas de incompletude, 40
teoria dos tipos, 39
teoria dos tipos de homotopia,
182
um, 85
um-para-muitos, 55
um-para-um, 56
universo de discurso, 29
união, 44
urelementos, 164
valor verdade, 2
variáveis, 28, 162
variável ligada, 29
variável livre, 29
vetor, 63
Von Neumann Bernays Gödel,
181
Zermelo Fraenkel, 39
Zermelo Fraenkel Choice, 39,
163
zero, 83
álefe zero, 87