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Índice

1. Introdução............................................................................................................................2
1.1. Contextualização..........................................................................................................2
1.2. Justificativa..................................................................................................................2
1.3. Problematização...........................................................................................................3
1.4. Hipotese........................................................................................................................3
1.5. Objectivos........................................................................................................................4
1.5.1. Objectivos Gerais.....................................................................................................4
1.5.2. Objectivos Especificos.........................................................................................4
2. Lógica da primeira ordem....................................................................................................5
2.1. Sintaxe..........................................................................................................................5
2.2. Semântica.....................................................................................................................9
2.2.1. Fragmento proposicional........................................................................................10
2.3. Proposição..................................................................................................................12
3. Modelos de Herbrand.....................................................................................................13
3.1. Definição....................................................................................................................13
3.1.1. Teorema..................................................................................................................13
3.1.2. Demonstração.........................................................................................................13
4. Sistemas dedutivos.........................................................................................................14
4.1. Dedução natural..........................................................................................................14
5. Quantificador Existencial...............................................................................................15
6. Resolução de primeira ordem.........................................................................................15
7. Inferência em teoria de horn...........................................................................................17
8. Conclusão...........................................................................................................................20
9. Referências Bibliográficas..................................................................................................21

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1. Introdução
1.1. Contextualização
Lógica da primeira ordem é uma forma de lógica que estuda inferências que podem ser
formadas a partir de preposições primitivas, também chamadas de preposições primárias
ou indutivas. Essas preposições podem ser confirmadas ou refutadas através de
observações.

Ela também pode ser descrita como a análise das proposiçes indutivas usando os
principios lõgicos da negação, da conjução, da disjunção e da implicação. A lógica da
primeira ordem baseia-se na lógica classica, que é composta por quatro regras de
inferência ou de dudução, que são a modus ponens, modus tollens, a conclusão simples
e a conclusão dupla.

As regras de inferências são utilizadas para estabelecer a relação entre duas preposições:
uma chamada antecedente e a outra chamada conclusão. A lógica da primeira ordem
também dá suporte a lógica proposicional, que usa proposições primitivas e lógica
simples para deduzir.

Em termos mais simples, pode pensar na lógica da primeira ordem como a lógica que
permite verificar de duas preposicoes são validas ou não. Um enunciado é valido se ele
é sempre verdadeiro, se não for veradeiro, entao ele é falso.

1.2. Justificativa
A busca por argumentos valido e consistentes, os pressupostos da lõgica da primeira
ordem, como a consiciência, a verdade e a não contraditorio, são fundamentais para essa
busca.

Estes pressupostos fornecem ma base para que as preposições possam ser validadas , de
forma que a conclusão possa ser considerada verdadeira.

A consistência é fundamental para garantir que a conclusão não seja contraditoria, ou


seja, não possa ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Esses pressupostos são testados
por lógicos e filosofos com argumentos e contra-argumentos.

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1.3. Problematização
As premissas que as diferentes escolas de pensamento, como a logica informal, tem
acerca do conceito de prova e de valido, e como essas premissas podem influenciar as
conclusões da logica da primeira ordem.

A problematização também pode ser feita em relação aos vários conceitos de logica da
primeira ordem, como a verdade, inconsistencia, paradoxo, prova, hipotese, entre
outros. Além disso a problematização pode ser feita através da comparação da logica da
primeira ordem com outras ramificações de logica, como logica indutiva, a logica de
Bayes, a logica modal.

1.4. Hipotese
Uma hipotese é o conjunto de pressupostos, que servem como base para uma teoria ou
conjunto de conclusões. Nessa teoria, a hipotese deve ser testada para verificar se é
verdadeira ou falsa. A hipotese pode ser refutada se houver contraditorio ou
inconsistência.

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1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivos Gerais


 Desenvolver o raciocinio critico e habilidades argumentativas, ao mesmo tempo
em que promove a evolução do pensamento lógico.

1.5.2. Objectivos Especificos


 Aborbar sobre sintaxe e semantica
 Analisar o sistena dedutivo
 Abordas sobre os modelos de Herbrand
 Explorar novas abordagens sobre conhecimento

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2. Lógica da primeira ordem
2.1. Sintaxe
A lógica de primeira ordem, conhecida tambem como calculo de predicado de
primeira ordem, é um sistema lógico que estende a lógica proporcional e que é
estendida pela logica de segunda ordem. As sentencas atomicas da logica de
primeira ordem têm o formato P ao invés de serem simbolos sentenciais sem
estruturas.

Para definir uma linguagem de primeira ordem é necessario dispor de um alfabeto.


Este alfabeto introduz os simbolos à custa dos quais são cconstruidos os termos e as
formulas dessa linguagem.

Definiçao 1: Alfabeto de primeira ordem

Um alfabeto de primeira ordem é composto de:

 Um conjunto SF de simbolos de função e um conjunto SP de simbolos de


predicado, disjuntos, juntamente com as respectivas aridades, uma função τ :
SF ∪ SP → IN0
 Um conjunto numerável X de variáveis
 Os conectivos ¬ (negação), ∧ (conjunção), ∨ (disjunção) e → (implicação)
 O quantificador universal ∀ e o quantificador existencial ∃
 Os símbolos de pontuação ( e ) (parêntese esquerdo e parêntese direito) e ,
(vírgula).

O valor que a função τ atribui a cada símbolo de função ou de predicado designa-se


aridade do símbolo. Os símbolos de função de aridade 0 são designados símbolos de
constante. Os símbolos de predicado de aridade 0 são designados símbolos
proposicionais.

É possível considerar fragmento em que ¬ e → são os únicos conectivos e ∀ o único


quantificador. Um outro exemplo, designado fragmento proposicional, é constituído
apenas por conectivos, símbolos de predicado de aridade 0 (símbolos proposicionais) e
parênteses.

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Exemplo 1: Considerem-se os conjuntos

 SF = {s, q}
 SP = {S, T, Q,M}
 X = {x1,x2,x3….}

E a função τ: SF ∪ SP →IN0 com

 τ = τ(S) = τ(T) = 0
 τ(s) = τ(q) = τ(Q) = 1
 τ(M) = 2.

Os conjuntos ST, SP e X, juntamente com os conectivos, quantificadores e símbolos de


pontuação referidos na Definição, constituem um alfabeto de primeira ordem.

O fragmento proporcional deste alfabeto é constituído pelos símbolos S e T, pelos


conectivos e pelos parênteses.

Definição 2: Termos

Termos são variáveis, constantes e símbolos de função aplicados a outros termos. Os


termos representam as entidades cujas propriedades podem ser descritas ou
especificadas através das formulas.

A linguagem dos termos, ou conjunto dos termos, sobre o alfabeto Alf designa-se Term
e é o conjunto de sequencias geradas pela gramática com produções:

termo → var | sf0 | sf1 (termo ) | sf2 (termo ,termo ) | . . .

var → x1 | x2 | x3 | . . . (cada uma das variáveis)

sf0 → f 0 1 | f 0 2 | f 0 3 | . . . (cada um dos símbolos de função com aridade 0)

sf1 → f 1 1 | f 1 2 | f 1 3 | . . . (cada um dos símbolos de função com aridade 1)

sf2 → f 2 1 | f 2 2 | f 2 3 | . . . (cada um dos símbolos de função com aridade 2)


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E em que termo, var, sf0,sf1,sf2,…são os símbolos não terminais, X ∪ SF ∪ { , , ( , )
são os símbolos terminais e termo é o símbolo inicial.

Um termo diz-se fechado se nele não ocorrem variáveis.

Exemplo 2: Considerando o alfabeto do Exemplo 1, tem-se que , x1, s(), q(x2),


s(q(x3)) são exemplos de elementos de Term, sendo e s() termos fechados. Os outros
termos não são fechados.

As fórmulas são também sequências de símbolos do alfabeto, construídas segundo


regras apropriadas. As fórmulas representam asserções acerca das en.

Definição 3: Formulas

A linguagem das fórmulas de primeira ordem, ou conjunto das fórmulas de primeira


ordem, sobre o alfabeto Alf designa-se Form e é o conjunto de sequências geradas pela
gramática que inclui todas as produções da gramática que gera a linguagem dos termos
e também:

form → formatomica | (¬form ) | (form ∧ form ) | (form ∨ form ) |

(form → form) | (quant var form)

formatomica → sp0 | sp1 (termo ) | sp2 (termo ,termo ) | . . .

quant → ∀ | ∃ var → x1 | x2 | x3 | . . . (cada uma das variáveis)

sp0 → P 0 1 | P 0 2 | P 0 3 | . . . (cada um dos símbolos de predicado com aridade 0)

sp1 → P 1 1 | P 1 2 | P 1 3 | . . . (cada um dos símbolos de predicado com aridade 1)

sp2 → P 2 1 | P 2 2 | P 2 3 | . . . (cada um dos símbolos de predicado com aridade 2)

… e em que form , formatomica , quant,termo , var,sf0 ,sf1 , . . ., spf0 ,sp1 , . . ., São os


símbolos não terminais, os símbolos terminais são todos os símbolos de Alf e form é o
símbolo inicial.

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É usual omitirem-se os parênteses mais exteriores das fórmulas. Às fórmulas nas quais
apenas ocorrem termos e símbolos de predicado são designadas fórmulas atómicas. As
fórmulas nas quais ocorrem apenas símbolos de predicado de aridade 0 (símbolos
proposicionais) e conectivos são fórmulas proposicionais. Para construir estas fórmulas
são apenas necessários símbolos do fragmento proposicional do alfabeto de primeira
ordem. Cada subsequência de ϕ que seja ela própria uma fórmula em Form diz-se
subformula de ϕ.

Exemplo 3: Considerando o alfabeto do Exemplo 1 tem-se que:

 S
 Q ()
 M (x1, x2)
 S→T
 Q (s (x1)) ∧ M (q (s (x2)), s (x1))
 ∀x1 Q(x1)
 ∃x3 (M(x3, ) ∧ Q(x3))

São exemplos de fórmulas em Form. As três primeiras são fórmulas atómicas. A


primeira e a terceira são fórmulas proposicionais.

A fórmula ∃x3 (M (x3,) ∧ Q (x3)) tem quatro subformulas: M (x3,) ∧ Q (x3), M


(x3,), Q (x3) e ∃x3 (M (x3,) ∧ Q (x3)). M (x1, x2) é a única subformula de M (x1,
x2).

O conectivo ↔ é definido como abreviatura:

ϕ ↔ ϕ’ =abv (ϕ → ϕ ‘) ∧ (ϕ ‘ → ϕ) Uma dada variável pode ocorrer várias vezes


numa fórmula. Na fórmula ∃x3 (M (x3,) ∧ Q (x3)), por exemplo, existem três
ocorrências da variável x3.

Diz-se que uma ocorrência da variável x ∈ X numa fórmula ϕ ∈ Form está no


alcance de uma quantificação ∀y se essa ocorrência está numa subformula de ϕ do
tipo ∀y ψ . Mutatis mutandis para o caso da quantificação ∃y.

Diz-se que uma ocorrência da variável x ∈ X numa fórmula ϕ ∈ Form é uma


ocorrência muda se está no alcance de uma quantificação ∀x ou de uma

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quantificação ∃x. Se uma ocorrência da variável x ∈ X numa fórmula ϕ ∈ Form não
é muda, diz-se que é ocorrência livre. A fórmula ϕ ∈ Form diz-se fechada se
nenhuma variável tem ocorrências livres em ϕ. Caso contrário diz-se fórmula
aberta.

A fórmula ϕ ∈ Form diz-se fechada se nenhuma variável tem ocorrências livres em


ϕ. Caso contrário diz-se fórmula aberta.

Exemplo 4:

• Na fórmula ∃x3 (M (x3,) ∧ Q (x3)) existem três ocorrências da variável x3.


Todas essas ocorrências estão no alcance de uma quantificação ∃x3. Todas
as ocorrências são mudas. Esta fórmula é fechada.
• A segunda ocorrência de x1 e a terceira ocorrência de x1 na fórmula M (q (s
(x2)), s (x1)) ∧ (∀x1 Q (x1)) estão no alcance de uma quantificação ∀x1.
Estas ocorrências são mudas. A primeira ocorrência de x1 ´e livre e a
ocorrência de x2 é também livre. Esta fórmula ´e aberta.
• As ocorrências das variáveis x1 e x2 na fórmula Q (s (x1))∧M (q (s (x2)), s
(x1)) são livres. Esta fórmula é aberta.
• As duas ocorrências da variável x1 na fórmula ∀x1 (M (q (s (x2)), s (x1)))
estão no alcance de uma quantificação ∀x1. São assim ocorrências mudas. A
ocorrência da variável x2 está também no alcance de uma quantificação ∀x1
e ´e uma ocorrência livre (dado que não está no alcance de uma
quantificação ∀x2 ou ∃x2). Esta fórmula é aberta.

2.2. Semântica
Um alfabeto de primeira ordem introduz símbolos de função e de predicado, isto é,
nomes de funções e de predicados.

Esses símbolos ou nomes podem vir a ser interpretados de muitas formas diferentes, no
sentido em que a cada um desses nomes se pode fazer corresponder uma certa função
(total) ou predicado. Quando se faz corresponder a cada símbolo de função uma certa
função e a cada símbolo de predicado um certo predicado (propriedade) está a definir-se
uma estrutura de interpretação. As funções e predicados são definidos á custa de
conjuntos, pelo que as estruturas de interpretação incluem também conjuntos. Na lógica

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de primeira ordem que ´e objecto de estudo neste texto, os símbolos de função e de
predicado são interpretados como funções e predicados envolvendo apenas um
conjunto. Assim, cada estrutura de interpretação inclui apenas um conjunto, designado
domínio ou universo de interpretação. A interpretação de um termo numa estrutura de
interpretação é um elemento desse domínio e a interpretação duma fórmula é uma
afirmação sobre elementos desse domínio.

No entanto, se se considerar apenas o fragmento proposicional do alfabeto, não existem


termos e só se podem construir fórmulas proposicionais. Havendo só fórmulas
proposicionais não é necessário considerar um domínio, basta atribuir a cada símbolo
proposicional um valor booleano. Assim, a semântica do fragmento proposicional é
mais simples que no caso geral, razão pela qual é apresentada em primeiro lugar, na
secção 1.2.1.

2.2.1. Fragmento proposicional


Apresentam-se nesta secção os detalhes da semântica do fragmento proposicional.
Neste caso não se consideram símbolos de função, símbolos de predicado de aridade
positiva e quantificadores.

Designa-se Prop o conjunto de símbolos proposicionais do alfabeto Alf (símbolos de


predicado de aridade 0) e Formp o conjunto das fórmulas proposicionais.

Definição 4: Estrutura de interpretação sobre Prop

Uma valoração, ou estrutura de interpretação, sobre Prop é uma função total

V: Prop → {0, 1}.

Dada uma valoração V, designa-se por VF a sua extensão a Formp definida


indutivamente da seguinte forma:

VF: Formp → {0, 1}

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tal que

 VF (P) = V (P) para cada P ∈ Prop


 VF (ϕ ∧ ϕ ‘) = 1 se VF (ϕ) = 1 e VF (ϕ ‘) = 1 0 caso contrário
 VF (ϕ ∨ ϕ ‘) = 1 se VF (ϕ) = 1 ou VF (ϕ’ ) = 1 0 caso contrário
 VF (ϕ → ϕ ‘ ) = 1 se VF (ϕ) = 0 ou VF (ϕ ‘) = 1 0 caso contrário
 VF (¬ϕ) = 1 se VF (ϕ) = 0 0 caso contrário

Note-se que no caso da implicação tem-se que VF (ϕ → ϕ ‘) = 0 apenas se

VF (ϕ) = 1 e VF (ϕ ‘ ) = 0. Uma outra forma de definir VF (ϕ → ϕ 0) é a seguinte:

VF (ϕ → ϕ ‘ ) = 1 se e só se sempre que VF (ϕ) = 1 então VF (ϕ ‘) = 0.

Para simplificar a notação é usual escrever apenas V (ϕ) em vez de VF (ϕ).

Definição 5: Satisfação

Dada uma valoração V sobre Prop e uma fórmula ϕ ∈ Formp, diz-se que V satisfaz ϕ, o
que se denota

V |= ϕ

se V (ϕ) = 1. Usa-se V 6|= ϕ como abreviatura de “V não satisfaz ϕ”, isto ´e, quando V
(ϕ) = 0. Dado Φ ⊆ Formp, diz-se que V satisfaz Φ, o que se denota

V |= Φ

se V |= ϕ para toda a fórmula ϕ ∈ Φ.

Exemplo 6: Sejam {P, Q, R, S} ⊆ Prop e V uma valoração sobre Prop tal que V (P) =
1, V (Q) = 0, V (R) = 0 e V (S) = 1. Tem-se que:

• Como V (P) = 1 então V |= P

• Como V (Q) = 0 então V 6|= Q

• Como V (Q) = 0 então V (P ∧ Q) = 0 e portanto V 6|= P ∧ Q

• Como V (S) = 1 então V (P → S) = 1 e portanto V |= P → S

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• Como V (R) = 0 então V (R → Q) = 1 e portanto V |= R → Q

• Como V (R) = 0 e V (P ∧ Q) = 0 então V (R ∨ (P ∧ Q)) = 0 e portanto V 6|= R ∨ (P ∧


Q).

Definição 6: Consequência Semântica

Sendo Φ ⊆ Formp, a fórmula ϕ ∈ Formp diz-se consequência semântica de Φ, o que se


denota

Φ |= ϕ

se para cada valoração V sobre Prop , se V |= Φ então V |= ϕ.

Exemplo 6: Seja {P, Q, R, S} ⊆ Prop.

Tem-se que:

• São fórmulas possíveis – P – P ∧ Q – R ∨ (P ∧ Q)


 São fórmulas contraditórias – P ∧ (¬P) – (R → S) ∧ (R ∧ (¬S))
 São fórmulas válidas, ou tautologias – P ∨ (¬P) – (P ∧ Q) → Q
• {P → Q, Q → R} |= P → R ou seja, P → R é consequência semântica de
{P → Q, Q →R}.

2.3. Proposição
Sejam V e V’ duas valorações sobre Prop. Para cada ϕ ∈ Formp, se para cada
símbolo proposicional P que ocorre em ϕ se tem que V (P) = V 0 (P) então V |= ϕ se
e só se V 0 |= ϕ

Uma consequência deste resultado é que, para determinar se uma fórmula é ou não
válida, basta considerar um número finito de valorações. Mais precisamente, basta
considerar 2n valorações, onde n á o número de símbolos proposicionais distintos
que ocorrem na fórmula. Idênticas observações se podem fazer quando se considera
o caso da consequência semântica.

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3. Modelos de Herbrand
Para aferir a validade (ou contradição) de uma fórmula, podemos nos restringir a uma
classe de modelos canónicos. Esses modelos são definidos a partir da sintaxe da
linguagem, e designam-se genericamente por Modelos de Herbrand.

3.1. Definição
Uma interpretação de Herbrand H é um conjunto de átomos fechados H (i.e. predicados
atómicos aplicados a termos base). A estrutura de interpretação é definida da seguinte
forma: O domínio de interpretação é constituído pelo conjunto de termos base TB;

A interpretação da função H(f) (com aridade n) consiste na função que, dados os termos
base (t1, . . . , tn) retorna o termo base f(t1, . . . , tn).

A interpretação dos predicados H (P) (com aridade n) consiste na relação { (t1, . . . , tn)|
P(t1, . . . , tn) ∈ H}.

Intuitivamente, uma interpretação de Herbrand é constituída por todos os átomos


verdadeiros. Dado que só estão envolvidos termos base (sem variáveis), os modelos de
Herbrand acabam por se aproximar dos modelos proposicionais.

3.1.1. Teorema
Uma fórmula existencial ϕ é válida se e só se qualquer interpretação de Herbrand
validar ϕ.

3.1.2. Demonstração
Note que a fórmula existencial pode ser obtida por Herbranização de uma qualquer
fórmula. Dada a definição de validade de fórmulas existenciais, devem existir no
modelo de Herbrand “instâncias base” que testemunhem a existência das variáveis
envolvidas.

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4. Sistemas dedutivos
Assim como para a lógica proposicional, existem sistemas dedutivos correctos e
completos para a lógica de predicados. Tais sistemas, basicamente, acrescentam
axiomas e/ou regras de inferência para lidar com os quantificadores universal e
existencial.

4.1. Dedução natural


Assim como a lógica proposicional, na lógica de predicados podemos usar dedução
natural, acrescentando regras para lidar com quantificadores.

4.2. Regras para os Quantificadores


4.2.1. Quantificador Universal
4.2.2. Introdução

F ( x ) x arbitrário
(∀ I )
∀ x⋅ F(x)

Pela regra (∀I), podemos concluir ∀ x ⋅ F ( x ) , se conseguirmos provar F ( x ),


considerando que x seja um valor arbitrário pertencente ao universo de discurso.

Com valor arbitrário considera-se um valor para o qual não fazemos nenhuma
suposição. Se provar-se que alguma propriedade é verdadeira para algum valor
arbitrário de um universo de discurso qualquer, temos que esta propriedade é verdadeira
para todo elemento deste universo.

4.3. Eliminação

∀ x ⋅ F(x)
( ∀ E)
F ( p)

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Esta regra nos diz que se ∀ x ⋅ F ( x ) é verdade, então F ( p ) também o é, onde p é um
elemento qualquer pertencente ao universo de discurso.

5. Quantificador Existencial
5.1. Introdução
F ( p)
(∃ I )
∃ x ⋅ F ( x)

Esta regra diz que se sabe que F ( p ) é verdadeiro para algum elemento p do
universo de discurso, então pode-se concluir que ∃ x ⋅ F ( x ).

5.2. Eliminação
∃ x ⋅ F ( x ) F ( x ) ⊢C { p arbitrario }
(∃ E )
C

Esta regra diz que se sabe que ∃ x . F (x ) e consegue-se provar C usando, como
suposição F ( p ) , com p arbitrário, então pode-se aplicar( ∃ E ) e concluir C.

6. Resolução de primeira ordem


A técnica de resolução na lógica de primeira ordem simplifica os silogismos clássicos
da inferência lógica em uma regra unificada. Para compreender o funcionamento da
resolução, pense no seguinte exemplo de silogismo na lógica aristotélica:

Todos os gregos são europeus.

Homero é grego.

Então, Homero é europeu.

Ou de maneira mais geral:

∀ X. (P (X) implica Q (X)).

P(a).

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Então, Q(a)

Para entender a lógica por trás da técnica de resolução, é necessário inicialmente


transformar as cláusulas para a forma normal conjuntiva. Nessa configuração, todas as
quantificações tornam-se implícitas: os quantificadores universais em variáveis como
(x, y.…) são simplesmente omitidos quando subentendidos, ao passo que as variáveis
nos quantificadores existenciais são substituídas por funções de Skolem.

¬ P (X) ∨ Q (X)

P(a)

Então, Q(a)

A técnica de resolução deriva a última cláusula a partir das duas primeiras seguindo as
seguindo as seguintes regras:

• Identifique duas cláusulas que possuam o mesmo predicado, sendo que uma é
afirmativa e a outra negativa.
 Realize a unificação nos predicados de ambas as cláusulas. No caso de a
unificação falhar, significa que a escolha de predicados foi inadequada; retorne
ao passo anterior e refaça a tentativa.
• Se, após a unificação, houver alguma variável não vinculada que foi vinculada
nos predicados unificados e essa variável também aparecer em outros predicados
nas duas cláusulas, substitua-a pelos termos vinculados correspondentes.
 Descarte os predicados unificados e una o restante das duas cláusulas para
formar uma nova cláusula.

Para aplicar essa regra no exemplo acima, nós encontramos o predicado ‘P’ na forma
negada na primeira cláusula:

¬ P(X)

E em forma não negada na segunda cláusula:

P(a)

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X é uma variável livre, enquanto a é um átomo. Unificando os dois obtemos a
substituição:

σ =¿ [ (a, X)]

Descartando os predicados unificados, e aplicando a substituição dos predicados


restantes (apenas Q (X), nesse caso), obtemos a conclusão:

Q(a)

7. Inferência em teoria de horn


A inferência em teoria de Horn refere-se à aplicação de regras de inferência em lógica
de Horn. Em lógica de Horn, as fórmulas são representadas na forma normal de Horn,
onde cada cláusula tem no máximo um literal positivo (um átomo positivo). As
inferências em teoria de Horn geralmente envolvem deduzir conclusões partir de
premissas usando regras específicas, como a resolução de Horn. Essas técnicas são
comummente usada sem programação lógica e raciocínio automatizado,

Um exemplo clássico de lógica de Horn é o modus ponens, uma regra de inferência


simples. Suponha que temos as seguintes cláusulas de Horn:

1. Se chove, então a grama fica molhada.


2. Está chovendo.

Agora, podemos usar o modus ponens para inferir uma conclusão:

Conclusão: a grama está molhada.

Essa inferência é feita combinando a regra1 (se chove, então a grama fica molhada) com
a premissa 2 (está chovendo) para deduzir a conclusão de que a grama está molhada.
Este é um exemplo simples, mas a lógica de Horn pode ser usada em situações mais
complexas e em programação lógica, como em prolog, para representar conhecimento e
realizar inferências.

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Quais são as fórmulas usadas na teoria de Horn?

Vamos representar as cláusulas de Horn como fórmulas:

1. Se chove, então a grama fica molhada.


 ¬ Chove ∨ grama molhada.
2. Está chovendo.
 Chove.

Essas fórmulas estão na forma normal de Horn, onde cada cláusula tem no máximo um
literal positivo. O uso do modus ponens nessas fórmulas permitiu a inferência de que a
grama está molhada, com base na premissa de que está chovendo e na regra que
relaciona chuva com a grama molhada.

Qual é a vantagem no uso dessa teoria?

Algumas vantagens incluem:

 Eficiência computacional: as cláusulas de Horn são bem estruturadas e


favorecem a eficiência computacional. A forma normal de Horn simplifica o
processo de inferência, facilitando a implementação eficiente de mecanismos de
raciocínio automatizado.
 Decidibilidade: em lógica de Horn, a satisfatibilidade (determinar se existe uma
interpretação que satisfaça uma fórmula) é decidível. Isso significa que é
possível desenvolver algoritmos que garantam uma resposta em tempo finito,
contribuindo para a robustez, a solidez de sistemas lógicos.
 Programação lógica: a teoria de Horn é fundamental na programação lógica,
especialmente em linguagens como prolog. A estrutura das cláusulas de Horn
permite representar conhecimento de maneira declarativa e realizar inferências
de forma eficiente.
 Expressividade controlada: a forma normal de Horn impõe restrições à
estruturadas cláusulas, oque, por vezes, pode parecer limitante. No entanto, essa
limitação contribui par a uma expressividade controlada, tornando o raciocínio
mais gerenciava e compreensível.

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Qual é a desvantagem no uso dessa teoria?

 Expressividade limitada: a forma normal de Horn restringe a estrutura das


cláusulas, permitindo apenas um literal positivo por cláusula. Isso pode limitar a
expressividade em certos contextos, onde representações mais complexas são
necessárias.
 Representação de certas relações: algumas relações complexas podem ser
desafiadoras de representar de forma eficiente usando apenas a forma normal de
Horn. Em certos casos, outras formas lógicas podem ser mais adequadas para
modelar relações intricadas.
 Dificuldade em lidar com negativos: a teoria de Horn é mais eficiente para
lidar com afirmações positivas. Representar negações pode exigir técnicas
adicionais, como a introdução de literais negativos, o que pode complicar a
lógica.
 Complexidade de algumas inferências: embora a teoria de Horn seja eficiente
para muitos tipos de inferências, algumas inferências mais complexas podem
exigir um número considerável de regras ou cláusulas, potencialmente levando a
representações extensas.

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8. Conclusão
Contudo, conclui-se que o estudo da lógica da primeira ordem permite compreender a
relação entre lógica e filosofia, ciência e matemática. O estudo da lógica da primeira
ordem é importante pois permite verificar a validade de argumentos e a confiabilidade
de teorias. Ao analisar e criticar argumentos e teorias, é possível verificar a consistência
e coesão de cada um deles e detectar falhas de raciocínio.

Esta habilidade também é útil para questionar as nossas próprias convicções, perceber
situações em que as nossas crenças podem estar equivocadas ou ilógicas e abrir nossa
mente para novos conceitos e novas formas de pensar.

Além disso a lógica de primeira ordem permite desenvolver habilidades de analise,


síntese, organização e comunicação. Isso é importante pois permite melhorar nossas
capacidades de pensamento critico e estruturar e comunicar ideias com clareza e
coerência. É possível enxergar essas habilidades como ferramentas básicas que podem
ser aplicadas em muitas situações da vida.

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9. Referências Bibliográficas

Lógica de primeira ordem: https://www.math.tecnico.ulisboa.pt/

Dedução_natural:https://piazza.com/class_profile/get_resource/h9vrn1qe5ig6i/
hatf79i2f9f1wx

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