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Trabalho de Matemática I

Discentes:

Ana Rita Conceição Melanda, nº 2020134375

Ana Tiago Lopes Laborim, nº 2019140383

Beatriz Dionísio Silva, nº 2020144838

Docente: Catarina Maria Neto da Cruz

Unidade Curricular: Matemática I

Curso: Educação Básica 1ºano, turma 1 grupo A

2020/2021
Introdução:

O presente trabalho de grupo surge no âmbito da unidade curricular de Matemática I,


lecionada pela docente Catarina Cruz, no curso de Educação Básica. Esse trabalho incide no
raciocínio matemático, mais concretamente, na prova matemática, baseando-se nos
apontamentos teóricos cedidos pela docente, “Raciocínio Matemático” e “Relações e funções”.
O principal objetivo deste trabalho consiste na consciencialização dos diferentes tipos de
raciocínio matemático, tal como, o desenvolvimento de provas matemáticas.

Este trabalho encontra-se dividido em cinco partes principais, iniciando-se com uma
breve introdução, seguida da síntese dos textos, a apresentação de resultados e respetivas provas
matemáticas, uma reflexão das aprendizagens do grupo e, por fim, as referências bibliográficas.
A apresentação dos resultados e respetivas provas matemáticas encontra-se subdividida em
quatro segmentos, os primeiros são a resolução de três resultados da ficha prática 5, em segundo
dois resultados que não constam na ficha prática 5, em terceiro a apresentação de dois exemplos
de progressões aritméticas e geométricas e, por fim, a proposta de resolução de uma sucessão
presente no documento “Relações e Funções”.
Síntese dos textos

“Raciocínio Matemático”

O raciocínio matemático consiste na aquisição de novas proposições a partir de


proposições já conhecidas, estando esta, disponível num processo justificado e fundamentado.
Já a argumentação representa a nossa capacidade de defender/justificar um ponto de vista, ou
seja, são todos os argumentos que utilizamos para, tanto nos convencer a nós próprios, como
para convencer os outros, da veracidade das nossas suposições e do raciocínio que utilizámos.
Quanto à dimensão da prova, esta abrange a nossa capacidade de reconhecimento e de utilização
tanto de métodos indutivos como de dedutivos com o objetivo de, no final, possamos concluir
sobre as hipóteses que formulámos com a análise de alguns objetos ou relações matemáticas
que nos foram apresentadas.

Os termos como a generalização, caso particular e contraexemplo, devem ser tidos em


conta no raciocínio matemático, devido ao seu papel essencial na compreensão da matemática.

• Generalização: ato de aplicar um conceito a um conjunto alargado de caso.


• Casos Particulares: aplicação de um conceito que só é possível ser utilizado em
casos específicos.
• Contraexemplo: utilização de um argumento contrário e contestante ao que foi
apresentado inicialmente.

Existem, segundo Oliveira, quatro tipos de raciocínio: o indutivo, o dedutivo, o abdutivo


e o transformativo.

O raciocínio indutivo parte da observação e identificação de relações entre casos


específicos, desenvolvendo-se, assim, conjeturas que mais tarde serão testadas, para comprovar
a sua generalização. Este tipo de raciocínio faz com que os alunos tentem descobrir a solução
por si mesmos, o que os leva a assimilar melhor as aprendizagens transmitidas.

Quanto ao raciocínio dedutivo, um raciocínio lógico e formal, este tem como ponto de
partida o conhecimento que o indivíduo já adquiriu. Através do uso da lógica, podemos concluir
a veracidade das ilações, desde que, as deduções estejam isentas de erros. Este raciocínio é
caracterizado por “se... então...”.
No caso do raciocínio abdutivo, este parte de experiências feitas inicialmente, dando-
nos acesso a um conjunto de dados que, posteriormente, serão organizados e elaboradas
hipóteses explicativas do fenómeno observado no começo.

Por último, o raciocínio transformativo consiste na observação das transformações


ocorridas em objetos, imagens e esquemas mentais.

Prova Matemática:

A prova matemática consiste numa dedução lógica que, para ser provado o resultado
com base numa variável, leva a que se tenha em consideração todos os valores possíveis dessa
mesma variável. A prova matemática baseia-se em métodos tais como:

• Dedução direta: implicações onde, primeiramente, consideramos uma hipótese


como verdadeira e, de seguida, tentamos encontrar uma proposição resultante
desta, igualmente verdadeira.
• Contrapositivo: partindo de proposições logicamente equivalentes e de modo a
provar a validade de uma proposição, utilizamos a sua negação.
• Redução ao absurdo: demonstração da veracidade de uma proposição,
mostrando que a falsidade da mesma é impossível.
• Indução matemática: tem como objetivo mostrar a veracidade para qualquer
número de n pertencente a um número natural (considerando 𝑝(𝑛) a
proposição), partindo do pressuposto que 𝑝(1) é uma afirmação verdadeira
sempre que 𝑝(𝑛 + 1) for também verdadeira.
“Relações e Funções”

Relações:

Ocorrem geralmente entre objetos ou números de dois conjuntos, de modo a relacioná-


los e, assim, analisá-los com base na Teoria dos Conjuntos. Estas relações podem ser
representadas, por exemplo, através de um diagrama de setas.

Dois conjuntos (𝐴 𝑒 𝐵) são possíveis de se relacionar através do produto cartesiano


(𝐴 × 𝐵), que consiste no conjunto de todos pares ordenados existentes (𝑎, 𝑏).

𝐴 × 𝐵 = {(𝑎, 𝑏)| 𝑎 ∈ 𝐴 ∧ 𝑏 ∈ 𝐵}

Funções:

Uma função, pertencente às relações, consiste num conjunto formado por pares
ordenados, onde os elementos de um primeiro conjunto se relacionam com os elementos de um
segundo conjunto, de modo a que cada elemento se relaciona apenas com um e um só elemento
do outro conjunto. Esta relação pode representar-se:

𝑓∶𝐴→𝐵

𝑎 ↦ 𝑏

Assim, o conjunto 𝐴 representa um domínio de uma função ou um conjunto de partida,


enquanto que o conjunto 𝐵 consiste num conjunto de chegada, já os elementos do conjunto 𝐴
representados, por exemplo por 𝑎, são a variável independente e os elementos do conjunto 𝐵,
como o 𝑏, são a variável dependente.

Sequências e Sucessões:

Na Matemática, o termo “sequência” é, normalmente, utilizado para demonstrar uma


sucessão de números através de uma ordem determinada por uma lei de formação. “Termo” é
a expressão que define cada número pertencente a uma sucessão numérica do conjunto de
chegada, isto é, cada sucessão de números, apresenta um padrão já definido, o que descomplica
a criação de novos termos, caso estes mantenham o mesmo padrão que os anteriores. Quanto
aos elementos do domínio, estes designam-se por ordens e relacionam-se com os termos.

Uma sucessão real consiste numa função cujo domínio é o conjunto de números
naturais, assim, uma sequência apresenta um número finito de termos e uma sucessão uma
infinidade.

Progressões:

São sucessões classificadas através da sua forma diferenciada, onde os seus termos se
encontram seguindo uma determinada norma, estas podem ser aritméticas ou geométricas. A
progressão aritmética consiste numa sucessão de termos em que estes diferem sempre pelo
mesmo número, representando a sucessão definida por recorrência: 𝑢2 = 𝑢1 + 𝑟. Considerando
o 𝑢1 = 𝑎 (sendo a o primeiro termo e 𝑟 a razão da progressão). De modo geral, a progressão
aritmética, apresenta como termo geral:

𝑎 + (𝑛 − 1) × 𝑟

A progressão geométrica consiste pode representar-se através de uma sucessão definida


por recorrência: 𝑢2 = 𝑢1 × 𝑟. Considerando 𝑢1 = 𝑎 (sendo a o primeiro termo e 𝑟 a razão da
progressão). De modo geral, a progressão aritmética, apresenta como termo geral:

𝑎 × 𝑟 (𝑛−1)

Para além destas, existem ainda sucessões que não são, nem aritméticas nem
geométricas:

A (𝑡𝑛 ) cujos primeiros sete termos são: 1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, …

A (𝑞𝑛 ) cujos primeiros sete termos são: 1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, …

A (𝑝𝑛 ) cujos primeiros sete termos são: 1, 2, 5, 7, 12, 15, 22, …

A (ℎ𝑛 ) cujos primeiros sete termos são: 1, 6, 15, 28, 45, 66, 91, …
Apresentação de resultados e respetivas provas matemáticas

Resultados da ficha prática 5

1. Prove que para todos os conjuntos 𝐴, 𝐵 e 𝐶, subconjuntos de um universo 𝑈, se verifica:

(iv) Se 𝐴 ⊆ 𝐵 então 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝐴

U Se o conjunto 𝐴 está contido no conjunto 𝐵, então


a sua interseção será o conjunto 𝐴.

A
B

2. Prove que:

(vi) Se 𝑚 e 𝑛 são números inteiros para os quais 𝑚 + 𝑛 é par, então 𝑚 e 𝑛 têm a mesma
paridade.

𝑚 e 𝑛 par: 𝑚 e 𝑛 ímpar:

𝑚 = 2𝑘 𝑛 = 2𝑘′ 𝑚 = 2𝑘 + 1

𝑚 + 𝑛 = (2𝑘) + (2𝑘 ′ ) = 2(𝑘 + 𝑘 ′ ) = 2𝑘′′ 𝑛 = 2𝑘 ′ + 1

número par 𝑚 + 𝑛 = (2𝑘 + 1) + (2𝑘 ′ + 1) = 2𝑘 ′′ + 2

número par

Prova

Suponhamos que 𝑚 e 𝑛 são pares, Suponhamos que 𝑚 e 𝑛 são


então 𝑚 = 2𝑘 e 𝑛 = 2𝑘′ para qualquer ímpares, então 𝑚 = 2𝑘 + 1 e 𝑛 = 2𝑘 ′ + 1,
número inteiro 𝑘 . Portanto, 𝑚 + 𝑛 = para qualquer número inteiro 𝑘 . Portanto
(2𝑘) + (2𝑘 ′ ) = 2(𝑘 + 𝑘 ′ ) = 2𝑘′′ , que é 𝑚 + 𝑛 = (2𝑘 + 1) + (2𝑘 ′ + 1) = 2𝑘 ′′ +
um número inteiro par, pois 𝑘′′ é um 2, que é um número inteiro par, pois 𝑘′′ é
número inteiro. um número inteiro.
5. Prove que para todo o número natural 𝑛 se verifica:

(ii) 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) = 2𝑛2

Se 𝑛 ∈ ℕ, então 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) = 2𝑛2

Prova:

(1) 𝑝(1) é verdadeiro, pois (4 × 1 − 2) = 2 × 12

4𝑛 − 2 = 4 × 1 − 2 = 2

2𝑛2 = 2 × 12 = 2

(2) Se, para 𝑛 ∈ ℕ, então2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) = 2𝑛2 , então vejamos o que se pode
afirmar para 𝑛 + 1. Temos:

2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) + (4𝑛 + 2) = 2(𝑛 + 1)2 ⇔

⇔ 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) + (4𝑛 + 2) = 2𝑛2 + (4𝑛 + 2) ⇔

⇔ 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) + (4𝑛 + 2) = 2𝑛2 + 4𝑛 + 2 ⇔

⇔ 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) + (4𝑛 + 2) = 2(𝑛2 + 𝑛 + 1) ⇔

⇔ 2 + 6 + 10 + ⋯ + (4𝑛 − 2) + (4𝑛 + 2) = 2(𝑛 + 1)2

Isto é, a afirmação também é válida para 𝑛 + 1. Fica assim provada a validade da afirmação.

Exemplos de progressões geométricas e aritméticas

1. Na sequência (2, 6, 18, 54, 162, … ) , cada termo, após o primeiro pode ser encontrado
multiplicando o anterior por 3. Esta sequência é um exemplo de uma progressão geométrica.
Deste modo, 𝑢1 = 2, 𝑢2 = 6, 𝑢3 = 18 , 𝑢4 = 54, 𝑢5 = 162 , considerando que 𝑢1 = 𝑎 é o
primeiro termo, esta progressão apresenta uma razão de 𝑟 = 3 e um termo geral de 𝑢𝑛 =
𝑎 × 3𝑛−1.
2. Na sequência (1, 3, 5, 7, 9, …), cada termo, após o primeiro pode ser encontrado somando o
anterior por 2. Esta sequência é um exemplo de uma progressão aritmética. Deste modo, 𝑢1 =
1 , 𝑢2 = 3 , 𝑢3 = 5 , 𝑢4 = 7 , 𝑢5 = 9 , considerando que 𝑢1 = 𝑎 é o primeiro termo, esta
progressão apresenta uma razão de 𝑟 = 2 e um termo geral de 𝑢𝑛 = 𝑎 + (𝑛 − 1) × 2.

Exercícios que não constam na ficha 5

1. Prova, pelo princípio de indução matemática, que:

1 1 1 1 𝑛
𝑃(𝑛): + + + ⋯+ = ,∀ 𝑛 ∈ ℕ
1×2 2×3 3×4 𝑛 × (𝑛 + 1) 𝑛 + 1

i. 𝑃(1) é verdadeira

1 1 1 1
= ⇔ =
1×2 1+1 2 2

ii. ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1) é verdadeira

1 1 1 1 𝑛
𝑃(𝑛): + 2×3 + 3×4 + ⋯ + 𝑛×(𝑛+1) = 𝑛+1 (hipótese de indução)
1×2

1 1 1 1 1 𝑛+1
𝑃(𝑛 + 1): + 2×3 + 3×4 + ⋯ + 𝑛(𝑛+1) + (𝑛+1)(𝑛+2) = 𝑛+2 (tese)
1×2

1 1 1 1 1 𝑛+1
+ + + ⋯+ + = ⇔
1×2 2×3 3×4 𝑛(𝑛 + 1) (𝑛 + 1)(𝑛 + 2) 𝑛 + 2

𝑛 1 𝑛+1
⇔ + = ⇔
𝑛 + 1 (𝑛 + 1)(𝑛 + 2) 𝑛 + 2

𝑛(𝑛 + 2) + 1 𝑛+1
⇔ = ⇔
(𝑛 + 1)(𝑛 + 2) 𝑛 + 2

𝑛2 + 2𝑛 + 1 𝑛+1
⇔ = ⇔
(𝑛 + 1)(𝑛 + 2) 𝑛 + 2
(𝑛 + 1)2 𝑛+1
⇔ = ⇔
(𝑛 + 1)(𝑛 + 2) 𝑛 + 2

𝑛+1 𝑛+1
⇔ =
𝑛+2 𝑛+2

Por i. e ii., pelo princípio de indução matemática, provámos que ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑃(𝑛) é verdadeira.

2. Prove por indução matemática que

1 + 3 + 5 + ⋯ + (2𝑘 − 1) = 𝑘 2 , 𝑘 ≥ 1

Prova

(a) Passo base: Para 𝑛 = 1, 1 = 12 . O passo base é verdadeiro.

(b) Passo indutivo: se a fórmula é verdadeira para 𝑛 = 𝑘, 𝑘 ≥ 1 então deve ser verdadeira para
𝑛 = 𝑘 + 1.

- Hipótese indutiva:

1 + 3 + 5 + ⋯ + (2𝑘 − 1) = 𝑘 2 , 𝑘 ≥ 1

- Deve-se mostrar que:

1 + 3 + 5 + ⋯ + (2𝑘 − 1) + (2𝑘 + 1) = 𝑘 2 , 𝑘 ≥ 1

Sabe-se que:

1 + 3 + 5 + ⋯ + (2𝑘 − 1) + (2𝑘 + 1) = 𝑘 2 + (2𝑘 + 1) = (𝑘 + 1)2

Proposta de resolução de uma sucessão apresentada na página 8, no documento “Relações e


funções”

Considere a sucessão 𝑡(𝑛) cujos primeiros sete termos são 1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, …

𝑛 1 2 3 4 5 6 7 …
𝑢𝑛 1 3 6 10 15 21 28 …

+2 +3 +4 +5 +6 +7
É possível ver, através da tabela feita anteriormente, que o 𝑢𝑛 é sempre resultado da soma de
𝑢𝑛−1 (𝑢𝑛 anterior) e o 𝑛. Ou seja, esta sucessão é caracterizada por:

𝑢𝑛 = 𝑢𝑛−1 + 𝑛

Como é possível ver a seguir:

𝑢3 = 𝑢2 + 3⇔ 𝑢6 = 𝑢5 + 6 ⇔

⇔ 6 = 3 + 3⇔ ⇔ 21 = 15 + 6 ⇔

⇔6=6 ⇔ 21 = 21
Reflexão

A partir da execução deste trabalho, este contribuiu bastante para a nossa formação
pessoal e académica, dando-nos bases e conceitos que nos eram desconhecidos, permitindo-nos
aprofundar os nossos conhecimentos sobre a matemática, tal como, também nos permitiu
melhorar as nossas capacidades de pensamento crítico e de trabalho em grupo. Para além disto,
foi possível, através dos conhecimentos adquiridos, coloca-los em prática com a realização de
exercícios.

Através do guião fornecido pela professora foi-nos mais fácil estruturar e organizar
ideias sobre o trabalho. Assim, a disponibilidade da docente para nos esclarecer qualquer dúvida
acerca deste trabalho também foi um ponto positivo a ter em conta.
Referências Bibliográficas

Raposo, D., Gomes, L. (2018). Tema 5 – Sucessões. In D. Raposo & L. Gomes, Exame de
Matemática A – 12º ano (124, 144-150). Lisboa: LeYa, SA.

Palhares, P. (2004). Elementos de Matemática para professores do Ensino Básico. Lisboa:


Lidel.

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