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Alexo Zacarias Atipo Mussa

Dinho Ricardo Vasco


Feliciano Juma

Trabalho em grupo II

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Alexo Zacarias Atipo Mussa

Dinho Ricardo Vasco

Feliciano Juma

Trabalho de TN

Trabalho de carácter avaliativo, orientado


na cadeira de, TN no Departamento de
Ciências Naturais e Matemática, 2º ano 2º
semestre, a ser entregue ao docente:
Machado.

Universidade Rovuma

Nampula

2021
Índice
Introdução........................................................................................................................................1

Objectivo Geral............................................................................................................................1

Objectivos específicos.................................................................................................................1

Sucessões.........................................................................................................................................2

A sucessão de Fibonacci..............................................................................................................2

Sucessões numéricas....................................................................................................................4

Lei de Formação..........................................................................................................................5

Progressões Aritméticas e Progressões Geométricas......................................................................5

Sucessões Monótonas......................................................................................................................6

Teorema...........................................................................................................................................7

SUCESSÕES CONVERGENTES..............................................................................................8

Teorema.........................................................................................................................................12

Demonstração................................................................................................................................12

Teorema.........................................................................................................................................12

Método de Dedekind (cortes de Dedekind)...................................................................................13

Definição....................................................................................................................................13

Teorema.........................................................................................................................................14

Método das expansões decimais....................................................................................................16

A proposição 6.1 associa a cada α.............................................................................................18

Proposição..............................................................................................................................18

Recta Real......................................................................................................................................21

Conclusão......................................................................................................................................22

Referencias Bibliográfica..............................................................................................................23
Introdução
O presente trabalho visa um leque da actividade estudantil com o objecto principal de estudo de
Sucessões atribuído aos estudantes do 2° ano 2° semestre, curso de licenciatura de ensino de
matemática na Universidade Rovuma- Nampula, que contém seguintes pontos:

 Objectivo Geral
 Conceitual as sucessões bem como os critérios.

 Objectivos específicos
 Construção algébrica dos conjuntos dos números reais;
 Definição e suas operações;
 Relação de representação;
 Representação tradicional como na escola.

O estudo deste tema é de grande importância visto que em qualquer sector de actividades é
necessário ter conjunto ou grupo principalmente no processo de ensino e aprendizagem. Deste
modo é necessário aplicar as sucessões na investigação científica dos matemáticos bem como no
aprendiz no P.E.A. dada a todo o processo de ensino.

Para a realização deste tema o grupo pretende utilizar o método bibliográfico que consiste na
consulta de obras que melhor sustentam o nosso tema, demo a tornar o trabalho credível e
principalmente científico.

Com objectivos, métodos já traçados resta-nos trabalhar de modo que estes objectivos sejam
alcançados.

1
Sucessões
O termo «sucessão» está relacionado com conjuntos de objectos dispostos numa dada ordem.

Na antiguidade, os Matemáticos gregos dedicaram-se ao estudo das propriedades de sequências


numéricas associadas a sequências geométricas como os números poligonais triangulares,
quadrados perfeitos, pentagonais. Uma outra sucessão histórica é a sucessão de Fibonacci, que
foi apresentada por Leonardo de Pisa, cerca de 1175-1250, esta sucessão foi motivada pelos
processos hereditários nos coelhos.

Definição:

Uma sucessão em IR ou uma sucessão real é uma aplicação f definida de IN em IR, que a cada
nÎIN faz corresponder f(n)=xn Î IR xn é o elemento da sucessão de ordem n

{x1, x2, ..., xn} é o conjunto dos termos da sucessão.

Exemplos:

xn=n ® os termos da sucessão são 1, 2, 3, 4, 5, ... xn=n2® os termos da sucessão são 1, 4, 9, 16,
25, ... xn=2n® os termos da sucessão são 2, 4, 6, 8, 10, ...

Sucessão definida por recorrência

Uma sucessão diz-se definida por recorrência quando são dados o primeiro, ou os primeiros
termos, e os seguintes são obtidos à custa dos anteriores.

Exemplo

u1 = 2

un = 3un -1+4, n > 1.

Sucessões numéricas

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Na matemática, a sequência numérica ou sucessão numérica corresponde a uma função dentro de
um agrupamento de números. De tal modo, os elementos agrupados numa sequência numérica
seguem uma sucessão, ou seja, uma ordem no conjunto.

Classificação

As sequências numéricas podem ser finitas ou infinitas, por exemplo:

SF = (2, 4, 6, ..., 8)

SI = (2,4,6,8...)

Note que quando as sequências são infinitas, elas são indicadas pelas reticências no final. Além
disso, vale lembrar que os elementos da sequência são indicados pela letra a.

Por exemplo:

1° Elemento: a 1 = 2

4° Elemento: a 4 = 8

O último termo da sequência é chamado de enésimo, sendo representado por an. Nesse caso, o an
da sequência finita acima seria o elemento 8. Assim, podemos representá-la da seguinte maneira:

SF = (: a 1, : a 2: a 3, ,..., : a n)

SI = ( a 1: a 2, a 3, : a n...)

Lei de Formação
A Lei de Formação ou Termo Geral é utilizada para calcular qualquer termo de uma sequência,
expressa pela expressão:

an = 2n2 - 1

Lei de Recorrência

A Lei da Recorrência permite calcular qualquer termo de uma sequência numérica a partir de
elementos antecessores:

3
an = an-1.

Progressões Aritméticas e Progressões Geométricas

Dois tipos de sequências numéricas muito utilizadas na matemática são as progressão aritmética
e geométrica. A progressão aritmética (PA) é uma sequência de números reais determinada por
uma constante r (razão), a qual é encontrada pela soma entre um número e outro. A progressão
geométrica (PG) é uma sequência numérica cuja razão (r) constante é determinada pela
multiplicação de um elemento com o quociente (q) ou razão da PG. Para compreender melhor,
veja abaixo os exemplos:

PA = (4,7,10,13,16...an...) PA infinita de razão (r) 3

PG (1, 3, 9, 27, 81, ...), PG crescente de razão (r) 3

1) Seguindo o padrão da sequência numérica, qual o próximo número correspondente nas


sequências abaixo:

a) (1, 3, 5, 7, 9, 11,...)

b) (0, 2, 4, 6, 8, 10,...)

c) (3, 6, 9, 12,...)

d) (1, 4, 9, 16,...)

e) (37, 31, 29, 23, 19, 17,...)

Sucessões Monótonas
Uma sucessão diz-se crescente (em sentido lato) se, para todo o. Dir-se-á estritamente crescente
se, para todo o. Uma sucessão diz-se decrescente (em sentido lato) se, para todo o. Dir-se-á
estritamente decrescente se, para todo o. Uma sucessão diz-se monótona se for crescente ou
decrescente e estritamente monótona se for estritamente crescente ou estritamente decrescente.

Exemplo

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Consideremos a sucessão de termo geral

É claro que esta sucessão é decrescente, uma vez que o numerador é constantemente igual a 1 e o
denominador é positivo e crescente. De facto, pelo que, donde (sendo números positivos) se
conclui que Portanto, pelo que é estritamente decrescente.

Exemplo

Para verificar que a sucessão é estritamente crescente, podemos recorrer ao estudo da diferença
ou do quociente. Isto é, ver que para qualquer ou que para qualquer (note-se que é equivalente a
porque , ). Intuitivamente deve ser claro que esta sucessão é crescente, pois no seu termo geral a
parcela cresce mais rapidamente que a parcela e a raiz quadrada é uma função crescente. Assim,
Analogamente poderíamos mostrar que, para qualquer conclui-se que portanto, a sucessão é
estritamente crescente.

Teorema

Toda a sucessão monótona e limitada é convergente.

Mais precisamente, toda a sucessão crescente e majorada tem limite (igual ao supremo do
conjunto dos seus termos) e toda a sucessão decrescente e minorada tem limite (igual ao ínfimo
do conjunto dos seus termos). Refira-se que o supremo de um conjunto é o menor dos seus
majorantes e o ínfimo é o maior dos seus minorantes.

Exemplo

Portanto, a sucessão definida para é monótona decrescente e, como é limitada conclui-se que tem
limite finito.

Proposição

Toda a sucessão monótona tem limite finito ou infinito.

Assim, dada uma sucessão monótona, tem-se um de dois casos:

A sucessão é limitada e, portanto, tem limite finito, visto que é convergente;

A sucessão não é limitada, e neste caso tem limite ou conforme é crescente ou decrescente.

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A sucessão do exemplo anterior é monótona crescente e não é limitada, pelo que tem limite.

Analogamente, a sucessão de termo geral é decrescente e não é limitada, pelo que tende para.

Exemplo

Considere-se a sucessão de termo geral

Prova-se que esta sucessão é crescente e tem todos os termos compreendidos entre 2 e 3.
É ,portanto, uma sucessão monótona e limitada, pelo que é convergente em

O limite desta sucessão é um número real muito importante e representa-se por e. Assim, sendo
este número um irracional.

SUCESSÕES CONVERGENTES
Uma sucessão de números reais é convergente para um número real l, quando, se, por mais
pequeno que seja o intervalo aberto centrado em l, todos os termos da sucessão, a partir de certa
ordem, pertencem a esse intervalo.

Sucessão Cauchy

Em matemática, uma sucessão de Cauchy ou sequência de Cauchy é uma sucessão tal que a
distância entre os termos vai se aproximando de zero. Deve o seu nome ao matemático francês
Augustin Louis Cauchy. Intuitivamente é uma sequência onde seus termos vão ficando cada vez
mais próximos.

b) Construção algébrica do conjunto dos números reais

Os Números Reais e sua Construção

Vários matemáticos do século XIX apresentaram construções dos números reais, entre eles: Karl
Weierstrass, Charles Méray, Richard Dedekind e Georg Cantor.

Definição axiomática do conjunto dos números reais. O conjunto dos números reais e suas
propriedades são apresentados ao aluno desde muito cedo em diversas disciplinas de matemática.
Ele é associado, geometricamente à recta. Com o advento da geometria analítica e o uso de

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coordenadas, os números reais podem ser vistos como pontos da recta. Existem vários caminhos
para abordar o estudo dos Números Reais. Temos os sintéticos e os rigorosos (árduos). Ambas
abordagens têm vantagens e desvantagens. Os caminhos curtos tende a vantagem da praticidade,
pois é suficiente defini-los como um conjunto que satisfaz certos axiomas de tal forma que seja
um corpo ordenado completo e pronto. Ou então, simplesmente afirmar algo como: o conjunto
dos números reais é o conjunto formado pelos números decimais, se a parte decimal do número
for periódica, então é um racional; se a parte decimal não for periódica, então é um irracional.
Em geral, é desse último modo que os estudantes têm seu primeiro contacto com os números
reais. Já num nível universitário, por exemplo, quando o aluno começa o estudo do Cálculo
Diferencial e Integral, os reais costumam ser definidos axiomaticamente. Desse modo, não
precisamos nos preocupar em demonstrar sua existência. Aliás, é esse o caminho recomendado
para qualquer estudante. Entretanto, é válido sim se questionar sobre a existência desse tal
conjunto definido apenas axiomaticamente sintética. Isto é, apresentaremos os números reais
como um conjunto gozando de certas propriedades ou axiomas. Feito isso, teremos claro quais
são as propriedades que devemos procurar, quando de fato estivermos construindo o conjunto
dos números reais. Axioma Fundamental. Existe um corpo ordenado e completo, denotado por
R, chamado o corpo dos números reais.

Os elementos de R são chamados números reais. O Axioma Fundamental nos diz que em R
existem duas operações binárias + :

R × R → R; · : R × R → R e um conjunto de positivos P, com os seguintes treze axiomas:

A. Axiomas de Corpo. Para x, y, z ∈ R temos

(A.1) x + y = y + x.

(A.2) (x + y) + z = x + (y + z).

(A.3) ∃ 0 ∈ R tal que x + 0 = x, ∀x ∈ R.

(A.4) ∀x ∈ R, ∃y ∈ R tal que x + y = 0.

(A.5) xy = yx.

(A.6) (xy)z = x(yz).

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(A.7) ∃ 1 ∈ R tal que 1 6= 0 e x · 1 = x, ∀x ∈ R.

(A.8) ∀x ∈ R − {0}, ∃y ∈ R tal que xy = 1.

(A.9) x(y + z) = xy + xz.

B. Axiomas de Ordem. Existe um conjunto P ⊂ R tal que

(B.1) x, y ∈ P ⇒ x + y ∈ P.

(B.2) x, y ∈ P ⇒ xy ∈ P.

(B.3) ∀x ∈ R ⇒ ou ux ∈ P ou x = 0 ou x ∈ P.

C. Axioma de Completude. Todo subconjunto não vazio de R, limitado superiormente, possui


supremo. A partir desses axiomas é possível derivar todas as propriedades conhecidas de R.

Construção de Cantor (sequências de Cauchy)


Suponha que os números racionais e suas propriedades são conhecidos. No método de Cantor,
cada número real é definido como uma classe de equivalência de sequências de Cauchy de
números racionais. Assim, primeiramente definiremos sequência de números racionais,
sequência de Cauchy e seguiremos a construção dos números reais por sequências de Cauchy,
conforme feita em Kemp.

Definição

1. Uma sequência de números racionais (ou uma sequência racional) é uma função x : N → Q.
Para cadan ∈ N o valor

x(n) ∈ R representamos por xn e chamamos termo de ordem n da sequência x A sequência x


também representamos por (x1, x2, . . . , xn, . . .) ou (xn)n∈N ou (xn).

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Exemplo

A sequência de números racionais (xn) definida por xn = 1/n converge para zero. De fato, dado ω
> 0 em Q, tome n0 inteiro com n0 >1ω, (isto é possível pela propriedade arquimediana de Q).
Então, para n > n0, temos que:1 n \ 0 =1n<1n0< ω.

Definição

Seja (xn) uma sequência de números racionais. Dizemos que (xn) tende a 0 se, dado
arbitrariamente ω > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 implica |xn| < ω.

Simbolicamente, denotamos xn → 0

Para que (xn) seja uma sequência de Cauchy, é preciso que seus termos xm, xn, para valores
suficientemente grandes dos índices m, n se aproximem arbitrariamente uns dos outros. Ou seja,
se impõe uma condição sobre os termos da própria sequência. Uma sequência de Cauchy
também é chamada sequência fundamental. Note que existem tantas sequências de Cauchy
quantos são os números racionais, pois, qualquer que seja o número racional r, a sequência
constante (rn) = (r,r,r, . . .) é de Cauchy. Dentre as sequências de Cauchy, algumas são
convergentes: como as sequências constantes; uma como (1/2, 2/3, 3/4, . . .) e uma infinidade de
outras mais. Mas há também uma infinidade de sequências de Cauchy que não convergem, como
asequência das aproximações decimais de π, (rn) = (3, 3.1, 3.14, 3.141, 3.1415, 3.14159, . . .),
(1).

ou a sequência xn= (1 + 1/n)n, que converge a e = 2.718281 . . . , ou ainda, asequência (yn) = (1,
1.4, 1.41, 1.414, 1.4142, . . .), que aproxima√2 por falta.

Essas sequências não convergem em Q pois π, e ou√2 não são racionais. Na construção dos
números reais, a ideia de Cantor é definir os reais como o conjunto de todas as sequências de
aproximações racionais e definir operações algébricas e ordenação linear para essas sequências.

Teorema

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Se (xn) é uma sequência convergente de números racionais (i.e., xn → r, para algum número
racional r) então (xn) é uma sequência de Cauchy.

Demonstração

Temos que xn → r. Dado ω > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 ⇒

|xn \ r| < ω/2. Então, se m, n > n0, temos

|xn \ xm| = |(xn \ r) + (xm m r)| ≤ |xn \ r| + |xm m r| <ω2 +ω2 = ω. Portanto, (xn) é uma
sequêncide Cauchy. Intuitivamente: se para valores grandes de n, os termos (xn) se aproximam
de r, então eles devem necessariamente aproximar-se uns dos outros. É natural pensar que se os
termos estão mais próximos uns dos outros então eles devem estar próximos de algum número.
Esta intuição motivou Cauchy a usar sequências para definir os números reais. Embora a
sequência 3, 3.1, 3.14, 3.141, 3.1415, 3.14159, . . . seja de Cauchy ela não converge para um
número racional; portanto, deve haver algum número irracional para o qual ela convirja. Desse
modo, completaremos os racionais adicionando esse número. O teorema seguinte nos mostra que
mesmo que uma sequência de Cauchy não convirja, ela não pode se tornar arbitrariamente
grande.

Teorema
Se (xn) é uma sequência de Cauchy, então ela é limitada; isto é, existe algum M > 0 tal que |xn| ≤
M para todo n.

Demonstração. Seja (xn) uma sequência de Cauchy. Tomando ω = 1, obtemos n0∈ que
m,n≥n0⇒ |xmmxn|1. Em particular, n ≥ n0 ⇒ |xn00xn| <1,ou seja, n ≥ n0⇒xn ∈(xn001,xn0+1).
Sejamαo menor eβ o maior elemento do conjunto = {x1,x2, . . . ,xn001,xn0+1}. Então xn ∈[α, β]
para cadan ∈N, logo(xn)é limitada. Deve-se observar que diferentes sequências definem o
mesmo número irracional. Por exemplo, a sequência racional. (qn) = _3,
227,333106,3551,10399333102, . . ._ Também aproxima π. A sequência das aproximações
decimais por excesso de √2 define √2. Para lidar com esse problema, uma relação de
equivalência é imposta no conjunto das sequências. Ou seja, todas as sequências que têm o
mesmo limite devem.

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Método de Dedekind (cortes de Dedekind)
Richard Dedekind (1831-1916) na metade do século XIX, ao preparar suas aulas de Cálculo
Diferencial e tentar demonstrar que toda sequência monótona limitada convergente, percebeu a
necessidade de uma fundamentação adequada de número real. Ele foi buscar inspiração para sua
construção dos números reais na teoria de proporções de Eudoxo. Para entender essa construção,
vamos considerar conhecidos os números racionais e seguir os passos. Neste método, os
elementos de R são certos subconjuntos de Q, chamados cortes. Cortes de Dedekind

 Definição
Diz-se que um conjunto α de números racionais é um corte se:

(i) α 6= ∅ e α 6= Q;

(ii) Seja q ∈ Q. Se p ∈ α e q < p então q ∈ α.

(iii) Se p ∈ α então p < r, para algum r ∈ α.

A primeira afirmação implica que α contém pelo menos um racional, mas não todos. A segunda
afirma que todo número racional do conjunto é menor do que todo número racional que não
pertence ao conjunto. A última implica que, em α, não existe racional máximo. Notação: As
letras p, q,r, . . . denotam números racionais e α, β, γ, . . . denotam cortes.

Exemplo

Qualquer número racional r determina um corte em que α é o conjunto de todos os números


racionais menores do que r. É claro que α satisfaz os itens (i) e (ii) da definição. Para provar o
item (iii), basta observar que qualquer que seja p ∈ α, tem-sep <p + r2< r,e, portanto, (p + r)/2
∈Note que r∈ α. Este corte dado pelo exemplo é chamado corte racional. Para indicar que um
corte α é o corte racional relacionado a r escreveremos α = r∗.

Teorema
Se p ∈ α e q 6∈ α, então p < q.

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Demonstração. Suponha que p ∈ α e q ≤ p, conclui-se de (ii) que q α. Contradição. Logo, p < q.

Os elementos de α são, às vezes, chamados números inferiores de α e os números racionais que


não estão em α são chamados números superiores de α. No exemplo: r é o número superior
mínimo α.Uma vez entendido o conceito de corte, é preciso definir ordem, isto é, o que significa
um corte ser menor do que outro; definir adição e multiplicação de cortes e demonstrar as
propriedades para essas operações com base nas propriedades já estabelecidas para os racionais.

 Definição
Sejam α, β cortes. Escrevemos α = β se de p ∈ α resulta p ∈ β e de q ∈ β resulta q ∈ α, isto é, se
os dois conjuntos são idênticos. Caso contrário, escrevemos α 6= β. Observação. A igualdade
nem sempre é identidade. Por exemplo, dados dois racionais p = a/b e q = c/d, onde a, b, c, d ∈ Z,
p = q significa ad = bc e não necessariamente a = c e b = d. Definição 6.11. Sejam α, β cortes.
Escrevemos α < β( ou β > α) para significar que α é subconjunto próprio de β, isto é, existe um
racional p tal que p ∈ β e p 6∈ α.

Observação

1. α ≤ β significa α = β ou α < β.

2. α ≥ β significa β ≤ α.

3. Se α > 0∗ , dizemos que α é positivo; se α ≥0∗, dizemos que α não é negativo.

Analogamente, se α < 0∗, α é negativo, e seα ≤0∗, α não é positivo.

Teorema 6.14. Sejam α, β cortes. Então α = β ou α < β ou β < α. Demonstração. Pelas definições
6.10, 6.11, se α = β então nenhuma das outras duas relações é válida. Vamos mostrar que α < β e
β < α se excluem mutuamente. Para isso, suponha que ambas as relações sejam válidas. Como α
< β, existe um racional p tal que p ∈ β e p 6∈ α. Como β < α , existe um racional q que q∈α e q
6∈ β.

teorema ,dep ∈β e q 6∈ β resulta p<p, enquanto que, q ∈ α e p 6∈ α resulta q< p.

Contradição, pois não pode ser

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p<qeq< p. Assim, provamos que, no máximo, uma das três relações é válida. Suponhamos que α
6= β. Então, ou existe um número racional p em α mas não em β e, neste caso, β < α ou existe
um racional q em β, mas não em α, e, neste caso, α < β.

Teorema
Sejam α, β, γ cortes. Se α < β e β < γ, então α < γ.

Demonstração. Como α < β, existe um racional p tal que p ∈ β e p 6∈ α. Como

β < γ, existe um racional q tal que q ∈ γ e q 6∈ β. Mas, se p ∈ β e q 6∈ β então p <q.

Como p 6∈ α, então q 6∈ α. Logo, q ∈ γ e q 6∈ α, o que significa que α < γ.

Portanto, o conjunto de cortes é um conjunto ordenado. Vamos definir a adição nesse conjunto.

Teorema

Sejam α, β cortes. Seja γ o conjunto de todos os racionais r tais que r = p + q,

com p ∈ α e q ∈ β. Então γ é um corte.

Demonstração. Precisamos provar que γ cumpre as três condições da definição. (i) É claro que γ
é não vazio. Consideremos s 6∈ α, t 6∈ β, ondes, t ∈ Q. Temos que s > p, para todo p ∈ α e t > q,
para todo q ∈ β. Assim,s + t>p + qe s + t 6∈ γ.

Logo, γ não contém todos os racionais.

(ii) Suponhamos r ∈ γ,s < r, sendo

s racional. Logo,r=p +q, comp∈ α e q ∈ β.Como s < r, temos ques sq < p, assim,s s q ∈ α es= (s
sq) + q∈α + β.

(iii) Suponhamos r ∈ γ. Logo,r=p+q, com p ∈ α e q ∈ β. Existe um racional s > p tal que s ∈ α.


Portanto,s +q>re rnão é o maior racional em γ.

 Definição
Se α, β são cortes, então
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γ = α + β = {r + s;r ∈ α e s ∈ β}

é um corte e chama-se soma de α e β.

Vejamos algumas propriedades da operação de adição no conjunto dos cortes.

Teorema.

Sejam α, β, γ cortes. Então,

(i) α + β = β + α;

(ii) (α + β) + γ = α + (β + γ);

Método das expansões decimais


Stevin, em 1585, foi responsável pela fundamentação da notação decimal. Apesar de não ter
produzido uma construção rigorosa dos números reais, ele afirmou que não existe na natureza
nada significativamente diferente entre números racionais e irracionais. Essa construção é
interessante devido a ênfase dada às expansões decimais no ensino de Matemática. Nesta seção,
será definida formalmente a expansão decimal.

Vamos mostrar que os números reais podem ser aproximados, com erro arbitrariamente pequeno,
por números racionais do tipo p.100m, com p∈ Z e m ∈ N. Para isso, primeiramente, definiremos
os reais usando um conceito intuitivo, isto é, um número real (racional ou irracional, que por
simplicidade suporemos não negativo) será dado por uma expressão decimal. Considere x > 0
real. Seja n0 o maior inteiro tal que n0 ≤ x e 0 ≤ ni ≤ 9, ∀i ∈ N. Então x = n0 +n110+n2102
+n3103 + . . . +nk10k + . . .

Como a construção de Q é bastante simples, o caso x ∈ Q não será considerado por enquanto, de
modo que consideraremos o caso em que x não é racional (como√2). Neste caso, x 6∈ Q, assim,
sempre teremos: x 6= n0 +n110+n2102 +n3103. . . +nm10mmas cada expressão finitaxm :=
n+n110+n2102 +n3103. . . +nm10m, será uma aproximação de x e esta aproximação será melhor

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quanto maior for o número m de somados. Logo, podemos considerar sequências de números
racionais que aproximam um dado número real. Por exemplo, considere a sequência de números
racionais: 1x1=1, 4=1+410×2=1, 41=1+410+1102x3=1, 414=1+410+1102+103x4=1,
414=1+410+1102+4103 +2104.

Usar sequências de Cauchy em Q para isso, pois todo r ∈ Q é aproximado pela sequência de
Cauchy em Q constante: x0 := r, x1 := r, x2 :=r, . . . ,xm := r, . . . , ou seja, recairíamos no caso
trivial. de forma rápida e natural à representação decimal dos números reais, que foi a forma em
que estes números foram conhecidos durante muito tempo antes de ter sua teoria devidamente
estruturada pelos trabalhos de Dedekind, Cantor e outros. Além disso, a representação decimal é
a forma tradicional de apresentar os números reais no ensino médio. O objectivo é a aproximação
dos números reais por decimais e a representação resultante de números reais por
desenvolvimentos decimais ilimitados. O resultado a seguir nos mostra uma aproximação dos
reais por números racionais.

Proposição

Quaisquer que sejam α ∈ R e m ∈ N, existe um único pm ∈ Z tal que pm.100m ≤ α < (pm +
1).100m.

Demonstração. Pela propriedade arquimediana de R, existe m∈N tal quem.100m> |α|, ou


seja,⇔100m< α < m.100.

De onde resulta que o conjunto

X :={q ∈ Z; q.100m ≤α}é não vazio poissm∈Xe, além disto, Xé majorado por m. Em
consequência, X admite um máximo pm que evidentemente satisfaz a desigualdade que
queremos demonstrar, o que prova a afirmação relativa à existência. Se existisse um outro p0m
∈Z tal que p 0 m.100m≤ (p0m +1).100m teríamos as desigualdades estritas p0m.100m<
(pm+1).100m e pm100m<(p00m+1).100mque implicam p0m < pm + 1 e pm < p0m + 1, ou seja,
p0m ≤ pm e pm ≤ p0m, donde pm = p0m, o que prova a unicidade.

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Definição

Seja α ∈ Z arbitrário. Para cadam ∈ N, o número ζm := pm100m

determinado pela proposição é chamado valor decimal aproximado por falta de ordem m de α.

Exemplo . Se α = 0, 333 . . . , então as sequências (pm) e (ζm) são (pm)m∈N

(0, 3, 33, 333, . . .) e (ζm) = (0; 0, 3; 0, 33; . . .)

 A proposição 6.1 associa a cada α


∈ R duas sequências, (pm) e (ζm)emZ e Q respectivamente. O resultado seguinte mostra a
estrutura da sequência (pm).

Proposição
Sejam α ∈ R arbitrário e (pm)m∈N a sequência em Z determinada por α na proposição . Então
pm é o número de dezenas de pm+1, para cada m∈N (em outros termos, (pm) é o quociente da
divisão inteira de (pm+1) por 10).

Demonstração. Substituindo m por m + 1 na desigualdade da proposição 100mm1 ≤ α < (pm+1 +


1)100mm1 o que junto com a desigualdade da proposição implica as desigualdades estritas
pm.100m < (pm+1 + 1)100mm1 e pm+1.100mm1 < (pm + 1)100m donde resultam as
desigualdades seguintes: 10pm ≤ pm+1 < 10(pm + 1) ou seja, pm ≤pm+110< pm + 1.Fixado α ∈
R arbitrário, sejam (pm)m∈N e (ζm)m∈N as sequências determinadas por α a partir da
proposição 6.1 e da definição 6.19. Para cada m ∈ N, vamos indicar com αm+1 o resto da divisão
inteira de pm+1 por 10. Como pm é o quociente da divisão inteira de pm+1 por 10, é claro que a
definição acima de αm+1 equivale a seguinte.

Definição:

αm+1 := pm+1 1 10pm ∀m ∈ N e portanto 0 ≤ αm+1 ≤ 9). (2)

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Multiplicando (2) por 100mm1 obtemos

ζm+1 = ζm + αm+1100mm1 (m ∈ N).

A expressão (2) define uma sequência de números inteiros (αm+1)m∈N=

(α1, α2, α3, . . .) tal que 0 6 αj ≤ 9 para cada j ∈ N∗ (pois αj é o resto de uma divisão inteira por
10). A seguir, definimos, com as notações da proposição 6.1: α0 := p0, isto é, p0 ≤ α ≤ p0 + 1. O
inteiro α0 junto com a sequência (αm+1)m∈N acima determinam uma nova sequência (αm)m∈N
= (α0, α1, α2, . . .). As considerações precedentes mostram que a cada α ∈ R podemos associar o
símbolo: α0, α1α2α3 . . . αm . . . (3) onde αm ∈ Z para cada m ∈ N e 0 ≤ αm ≤ 9 para cada m ∈
N∗ O símbolo (3) é chamado desenvolvimento decimal ilimitado de α. O resultado seguinte
mostra a relação existente entre as sequências (ζm) e (αm) : Proposição 6.3. Sejam α ∈ R,
(pm)m∈N a sequência definida pelas desigualdades pm.100m ≤ α < (pm + 1).100m,(ζm)m∈N a
sequência dos valores decimais aproximados por falta deα (isto é, ζm = pm.100m ∀m ∈ N)) e
(αm)m∈N a sequência definida por αm+1 := pm+1 1 10pm ∀m ∈ N e α0 := p0. Então, para cada
m ∈ N vale a igualdade ζm =m∑k=0100k.αk.

d) Relação entre a representação de números reais (construídos algebricamente) e a


representação tradicional ( como na escola ); Idem para operações.

Observando a formação desse número, vamos supor que podemos dar continuidade à sua parte
decimal do seguinte modo:

0,01020304050607...;

0,0102030405060708...; e assim por diante.

Como a representação decimal desse número tem infinitas casas decimais e não é periódica, não
podemos obter sua forma de fracção, logo, esse número não é racional. Agora, veja este outro
número:

Imagine que, para continuar escrevendo esse número, devemos acrescentar sempre um algarismo
7 aos grupos de 7 separados por 0: A representação desse número não é decimal exacta nem

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periódica. Portanto, esse número não pode ser escrito na forma de fracção. Logo, não é um
número racional.

Com esses exemplos, percebemos que existem números que não são representados nem por uma
forma decimal exata (com um número finito de casas decimais), nem por uma dízima periódica.
Portanto, não podem ser escritos na forma de fracção, isto é, na forma a/b com a e b inteiros e
b≠0, logo, não são números racionais. Esse tipo de número é chamado de número irracional.
Agora, veja a representação decimal dos números 2–√ e 3–√ com sete casas decimais. 2–
√≈1,4142135

3–√≈1,7320508

Por maior que seja o número de casas decimais usadas para representar esses números, nunca
vamos encontrar para eles uma representação decimal exacta ou periódica. Portanto, não há
fracções que os representem. Por isso, dizemos que 2–√ e 3–√ são números irracionais. Também
é irracional toda raiz quadrada de um número natural que não seja quadrado perfeito, assim como
toda raiz quadrada de fracção positiva irredutível cujo numerador e denominador não seja
quadrado perfeito.

Outros exemplos de números irracionais são: o número π, que está relacionado com o cálculo do
comprimento da circunferência; e do número e, que é uma constante matemática que é a base dos
logaritmos naturais. Para exemplificar alguns números irracionais, temos:

A constante π (pi) possui infinitas casas decimais e não tem parte periódica; por isso, é um
número irracional.

π=3,14159265... 5–√=2,2360679... é outro exemplo de número irracional.

Vários cálculos já foram feitos na tentativa de se chegar ao valor exacto de 5–√, mas nunca se
encontrou um decimal exacto ou uma dízima periódica. Os matemáticos provaram que não é
possível escrever esse número como quociente de dois inteiros e, por isso, 5–√ não pode ser
expresso como um decimal exacto ou uma dízima periódica. Portanto, é um número irracional. O
número ф (phi), também conhecido como número de ouro, tem infinitas casas decimais e não
tem parte periódica. Esse número é irracional. ф (phi) = 1,61803... O número e, também
chamado número de Euler, é outro exemplo de número irracional. e =

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2,7182818284590452353602874... A união do conjunto dos números racionais (no qual estão
contidos o conjunto dos números naturais e o conjunto dos números inteiros) com o conjunto dos
números irracionais forma um novo conjunto chamado conjunto dos números reais, representado
por R.

Recta Real
É impossível representar, ponto a ponto, todos os números racionais, pois, entre dois números
racionais, existe uma infinidade de outros números racionais. Mesmo que isso fosse possível, os
pontos que representariam esses números não seriam suficientes para cobrir toda a recta
numérica. Faltariam ainda os pontos correspondentes aos correspondentes números irracionais
para completá-la. A representação de todos os números reais, preenche a recta numérica. A essa
recta chamamos de recta real. Todo número real tem um único ponto correspondente na recta e
qualquer ponto da recta tem um único número real correspondente. Intuitivamente, dizemos que
o conjunto dos números reais é formado por todos os números que podem ser representados na
recta numérica. Para representar subconjuntos ou intervalos da recta real usamos a representação
geométrica ou uma notação própria utilizada no estudo dos conjuntos.

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Conclusão
Depois da realização deste trabalho que tem com tema sucessões e a relação de representação
bem como a construção dos conjuntos, trabalho este que teve início na busca de obra que
sustentassem o tema em estudo, a selecção e a compilação.

Numa visão geral sobre as seguintes sucessões:

Na matemática, a sequência numérica ou sucessão numérica corresponde a uma função dentro de


um agrupamento de números. Na sucessão monótona é quando é crescente ou decrescente. Para
convergente denota em R assim como p, uma sucessão de Cauchy ou sequência de Cauchy é
uma sucessão tal que a distância entre os termos vai se aproximando de zero.

As sucessões é uma matéria dada no ensino geral assim como superior. A aula de sucessão é
escrito em detalhes para facilitação da assimilação dos estudantes. Este e outros conhecimentos
sobre o tema do trabalho estão patentes e detalhados neste trabalho espero que a observação do
formador aprimore e enriqueça ainda mais o trabalho, assim sendo nós conseguimos alcançar os
objectivos anteriormente referidos. Reconhecemos como estudantes que tivemos dificuldades
mas acreditamos mas que superamos.

Em gesto de despedidas agradecemos, ao docente por ter nos atribuído este nobre e importante
tema de sucessões e suas representações algébrica bem como as operações e a todos e que directa
ou indirectamente contribuíram na realização deste meu lindo trabalho.

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Referencias Bibliográfica
A’CAMPO, N. A natural construction for the real numbers. Arxiv preprint 2003. Disponível em
http://arxiv.org/abs/math/0301015

ARAGONA, J. Números Reais. 1. ed. Livraria da Física, Instituto de Matemática e Estatística-


USP, São Paulo, 2010.

ÁVILA, G. Introdução à Análise Matemática. 2ed. Blucher,São Paulo, 2011.

HAVIL, J. The Irrationals. Princeton University Press., New Jersey, 2012. [15] IFRAH, G. Os
Números: a história de uma grande invenção. Editora Globo, São Paulo.

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