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ACADEMIA MILITAR “MARECHAL SAMORA MACHEL”

Direcção Pedagógica

Departamento de Ciências Militar de Exercito

Cadeira: Organização Militar 2024

Texto de Apoio

TEMA: ESTATUTO E REGULAMENTOS DAS FORÇAS ARMADAS DE DEFESA DE


MOÇAMBIQUE

Hierarquia, cargos, funções, efectivos e tempo de serviço

A hierarquia militar decorre da necessidade de, em todas as circunstâncias se estabelecer relações


de autoridade e subordinação entre militares. A hierarquia exprime-se pelos postos, também
designados por patentes, antiguidades e precedentes previstas na lei.

Os militares agrupam-se hierarquicamente, e por ordem decrescente, nas seguintes classes:

 Oficiais;
 Sargentos;
 Praças.

Os postos militares, por ordem decrescente, com indicação das suas denominações básicas e as
específicas da marinha e as categorias em que se agrupam, são as seguintes:

Oficiais Generais

 General de Exercito ou Almirante;

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 Tenente-General ou Vice-Almirante;
 Major General ou Contra Almirante;
 Brigadeiro ou Comodoro.

Oficiais Superiores

 Coronel ou Capitão-de-mar-e-guerra
 Tenente-Coronel ou Capitão-de-Fragata
 Major ou Capitão tenente

Oficiais subalternos

 Capitão ou Primeiro-tenente;
 Tenente ou segundo-tenente;
 Alferes ou Guarda-Marinha;
 Alferes Miliciano ou Guarda-marinha miliciano.

Sargentos

 Intendente;
 Subintendente;
 Primeiro-Sargento;
 Segundo-Sargento;
 Terceiro-Sargento
 Furriel ou Subsargento

Praças

 Primeiro-cabo ou Cabo;
 Segundo-cabo ou marinheiro;
 Soldado ou Grumete.

Cargos militares

Consideram-se cargos militares os lugares fixados na Estrutura orgânica das forcas armadas que
correspondem ao desempenho de funções organicamente definidas e cujo o preenchimento esta

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sujeito as condições atinentes ao posto e especialidade do militar, de acordo com os níveis de
responsabilidades e qualificações exigidas.

São ainda considerados cargos militares os lugares existentes em qualquer organismo do estado
ou em organismos internacionais a que correspondam funções de natureza militar.

Funções militares

Considera se desempenho de funções militares o exercício das competências legalmente


estabelecidas para os cargos correspondentes. As funções militares classificam se em:

 Comando, direcção ou chefia;


 Estado-maior;
 Execução.

Em relação aos cargos militares, o desempenho das funções inicia se com a posse do militar
nomeado, suspende se com o afastamento temporário do titular e cessa com a sua exoneração,
transferência ou eliminação dos quadros.

Efectivo e tempo de serviço

Designa se, por efectivo o numero de militares, nas diferentes formas de prestação de serviço
efectivo necessário ao funcionamento das Forças Armadas. O efectivo dos quadros permanentes,
na situação do activo, é fixado, para cada ramo, por diploma do Ministro que superintende a área
de Defesa Nacional, ouvido o Conselho de Defesa Nacional.

O efectivo dos Comandos, Unidades, estabelecimentos e órgãos militares, não integrados nos
ramos das Forças Armadas é fixado por diploma do Ministro que superintende a área de Defesa
Nacional, sob proposta do Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, ouvido o
conselho superior militar.

O efectivo em regime de voluntariado, é anualmente fixado, para cada ramo, por diploma do
Ministro que superintende a área de Defesa Nacional, sob proposta do chefe do Estado-maior
General das Forças Armadas, ouvido o Conselho Superior Militar.

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O efectivo dos cidadãos conscritos a incorporar anualmente nas Forças Armadas é fixado pelo
decreto do conselho de Ministros sob do ministro que superintende a área de defesa nacional.

O efectivo dos cidadãos convocados ou mobilizados é fixado de acordo com as disposições


previstas na lei do serviço militar e demais legislação aplicável.

Contagem de tempo de serviço

Conta-se como tempo de serviço no sentido do serviço prestado ao estado, o tempo de serviço
efectivo, acrescido do prestado no exercício de funções publicas. O tempo de serviço efectivo,
conta-se a partir da data de incorporação nas forcas armadas.

O tempo de serviço é contado para efeitos de cálculo da remuneração de reserva e da pensão de


reforma.

Disciplina militar

A disciplina militar consiste na rigorosa observância das leis e regulamentos militares, das
determinações que delas derivam, as directivas, ordens e instrumentos militares.

Condição militar

A condição militar estabelece o regime a que deve obedecer o exercício dos direitos e o
cumprimento dos deveres pelos militares dos quadros permanentes em qualquer situação e pelos
restantes militares enquanto na efectividade de serviço, assim como os princípios orientadores
das respectivas carreiras.

A condição militar caracteriza-se pela:

 Subordinação ao interesse nacional e ao poder político democraticamente instituído;


 Permanente disponibilidade para lutar em defesa da pátria, se necessário com o sacrifício
da própria vida;
 Sujeição aos riscos inerentes ao cumprimento das missões militares, bem como a
formação, instrução e treino que as mesmas exigem, quer em tempo de paz, quer em
tempo de guerra;

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 Subordinação a hierarquia militar nos termos da lei;
 Aplicação de um regime disciplinar próprio;
 Permanente disponibilidade para o serviço, ainda que com o sacrifício de interesse
pessoal;
 Restrição do exercício de alguns direitos e liberdades;
 Obrigação de adoptar, em todas as situações, uma conduta conforme com o código de
honra e a ética militar, de forma a contribuir para o prestígio e valorização moral das
Forcas Armadas;
 Atribuição de direitos, compensações e regalias, designadamente nos domínios da
segurança social, assistência, remuneração, carreiras e formação.

Juramento de Bandeira

Os militares assumem o compromisso público de respeitar a constituição e obrigam-se a cumprir


os regulamentos e as determinações a que devam respeito, nos termos da lei.

Disciplina

A subordinação à disciplina militar baseia-se no cumprimento das leis e regulamentos


respectivos e no dever de obediência aos escalões hierárquicos superiores, bem como no dever
do exercício responsável da autoridade.

O dever de obediência consiste em cumprir, completa e prontamente, as leis e regulamentos


militares e as determinações que de uma e de outras derivam, bem como as ordens e instruções
emanadas de superior hierárquico, em assuntos de serviço, desde que o seu cumprimento não
implique a pratica de crimes.

Os militares gozam de todos os direitos e liberdades reconhecidos aos demais cidadãos, estando
o exercício de alguns desses, sujeito a restrições em funções dos imperativos da Defesa Nacional,
e da Condição Militar.

O exercício dos direitos de expressão, reunião, manifestação, associação e petição colectiva e a


capacidade eleitoral passiva dos militares dos quadros permanentes e em serviço efectivo é
objecto das seguintes restrições:

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 Não podem fazer declarações públicas de carácter político ou quaisquer outras que
ponham em risco a coesão, a disciplina e o apartidarismo das Forcas Armadas ou
desrespeitem o dever de isenção política dos seus elementos;
 Não podem, sem autorização superior, fazer declarações publicas que abordem assuntos
respeitantes as Forcas Armadas, excepto se tratar de artigos de natureza exclusivamente
técnica inseridos em publicações editadas pelas Forcas Armadas e da autoria de militares
que desempenhem funções permanentes na respectiva direcção ou redacção;
 Não podem convocar qualquer reunião ou manifestação de carácter político, partidário
ou sindical;
 Não podem promover ou apresentar petições colectivas dirigidas aos órgãos de soberania
ou aos respectivos superiores hierárquicos sobre assuntos de carácter político ou
respeitantes às Forcas Armadas;
 São inelegíveis para a presidência da Republica, para as Assembleias e órgãos
municipais e de povoação;
 Os militares no activo não podem exercer actividade na função pública, excepto nos
casos previstos na lei.

Docente: Carlos Pareia

(Tenente)

Nampula

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