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Aspectos Gerais da Cultura Iraniana

Maria Clara Boaroto Fernandes

Ana Beatriz Jordão

Maria Eduarda Ferreira

Luiz Henrique Mesquita Tavares


Introdução

O Irã é um país localizado na Ásia. Historicamente, o Irã passou por uma


mudança radical de governo, por meio da ascensão de um regime fortemente
baseado na interpretação radical de preceitos islâmicos.

A geografia do Irã é marcada pelo clima semiárido e pelo relevo montanhoso.


O país possui grandes reservas de petróleo e gás natural. Economicamente, tem
como pontos fortes a exploração de bens primários e o parque industrial
diversificado.

O Irã é uma república islâmica unitária presidencial. Em termos culturais, o


país detém grandes objetos históricos de origem persa, além de importantes centros
de tradição islâmica. No Irã, o uso de véu pelas mulheres é obrigatório e há
proibição do consumo de bebidas alcoólicas.

História

O Irã, país que se localiza no Planalto Iraniano (Oriente Médio), era chamado de
Pérsia do século 6 a.C. até 1935, apesar de o nome Irã já ser utilizado pelos persas
desde o século 7. Durante a Antiguidade, a Pérsia foi um grande império, que
englobava desde a atual Turquia até o Punjab, incluindo o Egito (África).
Depois de muitos séculos sob domínio de outros povos ou em guerra para conquistar
seu antigo império, a Pérsia foi anexada pelo Império Árabe (século 7 até 11). A partir
de então, o islamismo se tornou a religião local, mas os iranianos adotaram a versão
xiita como forma de reação nacionalista, já que o Império Árabe era sunita. Da
mesma forma, a língua persa foi mantida.

Nos séculos 18 e 19 os iranianos tiveram que enfrentar duas novas potências


imperialistas: a Rússia, que queria ampliar seus domínios sobre a Ásia Central, e o
Império Britânico, que desejava o controle sobre a exploração do petróleo asiático.
Em 1907, Inglaterra e Rússia firmaram um acordo que, sem consultar o xá (monarca)
da Pérsia, dividiu o território em zonas de influência: norte sob controle russo e sul
sob controle britânico.
foto 1: Soldados iranianos durante a guerra Irã-Iraque

Ao final da Primeira Guerra Mundial a situação se agravou para os persas: ao norte,


os russos estavam em processo revolucionário (Revolução Russa) e os britânicos,
para impedir o avanço dos ideais bolcheviques através Ásia, enviaram tropas para o
norte da Pérsia. Terminada a Grande Guerra, o Império Britânico tinha total controle
sobre os iranianos e, principalmente, sobre seus poços de petróleo.

Entre o final de 1978 e início de 1979, manifestações contra Reza Pahlevi tomaram
várias cidades do Irã. A população aclamava o clérigo xiita Ruhollah Khomeini com
um imã, quer dizer, como o líder político e religioso dos iranianos.
As manifestações populares cresciam vertiginosamente. Como o exército e a Savak
não conseguiam conter a população, em 16 de janeiro de 1979 Reza Pahlevi deixou
o país. Os Estados Unidos ainda tentaram manter o 1º Ministro Shapour Bakhtiar.
Mas em 1º de fevereiro de 1979, o aiatolá Khomeini retornou ao Irã, assumindo a
liderança da revolução. Entre 10 e 12 de fevereiro uma insurreição popular armada
tomou conta das principais cidades do Irã. Quando o exército iraniano passou a
defender a revolução, Bakhtiar também teve que deixar o país.
Foto 2: Cidadãos iranianos queimando uma bandeira dos EUA.

O novo governo rompeu relações diplomáticas e comerciais com vários países,


acusados de explorar a economia iraniana. Em novembro de 1979, a embaixada
norte-americana de Teerã (capital do Irã) foi invadida, como represália pelo fato de os
Estados Unidos terem acolhido Reza Pahlevi. As relações entre o Irã e os Estados
Unidos se tornaram mais difíceis quando esses últimos apoiaram a invasão do Irã
pelo Iraque (setembro de 1980). A Guerra Irã-Iraque durou 8 anos, sem que nenhum
dos lados tenha vencido efetivamente, e serviu, mais do que qualquer outra coisa,
para unir os iranianos em apoio a Khomeini, fortalecendo ainda mais o poder
teocrático dentro do Irã.

O novo governo rompeu relações diplomáticas e comerciais com vários países,


acusados de explorar a economia iraniana. Em novembro de 1979, a embaixada
norte-americana de Teerã (capital do Irã) foi invadida, como represália pelo fato de os
Estados Unidos terem acolhido Reza Pahlevi. As relações entre o Irã e os Estados
Unidos se tornaram mais difíceis quando esses últimos apoiaram a invasão do Irã
pelo Iraque (setembro de 1980). A Guerra Irã-Iraque durou 8 anos, sem que nenhum
dos lados tenha vencido efetivamente, e serviu, mais do que qualquer outra coisa,
para unir os iranianos em apoio a Khomeine, fortalecendo ainda mais o poder
teocrático dentro do Irã.
Patrimônios

O Irã é um dos países do Médio Oriente com maior número de locais classificados
como Património Mundial pela UNESCO. Das incontornáveis ruínas de Persépolis à
praça Nasq-e Jahan, em Esfahan, passando pela cidadela de Bam (maior construção
de adobe do planeta) ou o histórico bazar de Tabriz, não faltam locais de enorme
relevo histórico em território iraniano. Isto para não falar nas representações do
paraíso nos Jardins Persas e nos extraordinários qanats, verdadeiras pérolas de um
Irão mais antigo e tradicional.

Os cincos principais são:


Tchogha Zanbil (1979)

1. Persépolis (1979)
2. Meidan Emam, Esfahan (1979)
3. Florestas Hircanianas (sítio transfronteiriço com o Azerbaijão (1990,
2023)
4. Takht-e Sulaiman (2003)

Foto 3: Foto de cima do Zigurate Tchogha Zanbil


Persépolis (1979)

Foto 4: Foto das ruínas de Persépolis, antiga capital do império Persa

Meidan Emam, Esfahan (1979)

Foto 5: Paisagem de Meidan Emam


Takht-e Sulaiman (2003)

Foto 6: Takht-e Sulaiman, uma relíquia arqueológica

Etnias

A população do Irã é composta por diversas etnias que se miscigenaram durante


séculos de migrações. Os persas ou Parsi representam mais de 51% da população
e são descendentes dos Elamitas e Arianos, primeiros grupos a habitarem a região
e que deram à região o nome de Pérsia. A maioria vive na capital Teerã. Os Azeri
são o segundo maior grupo (cerca de 24% da população) e vivem principalmente
nos vilarejos na província do Azerbaijão.

Outros grupos que se destacam são: Gilakis e Mazandaranis (8%), Curdos (7%),
Baluchis, Loris (25%), Bakhtiaris, Ghashghais, Árabes (3%), Armênios e judeus.
Foto 7: Mapa das religiões e etnias do Irã

Habitações

A arquitetura islâmica é conhecida por demandar habilidade, pela atenção aos


detalhes, e pelo simbolismo espiritual. Além disso, como a cor desempenha um papel
essencial na arquitetura, influenciando a experiência emocional do espaço, diferentes
cores têm sido utilizadas ao longo dos anos na arquitetura islâmica para evocar
certos significados. Na arquitetura islâmica, as cores têm um significado espiritual
significativo, refletindo os valores e crenças da fé islâmica. Quatro cores principais,
verde, azul, dourado e branco, são usadas para transmitir vários significados
culturais, religiosos e simbólicos.

Verde: Considerada uma cor sagrada no Islã, associada a "khidr" ou paisagens


verdes, a cor é indicativa dos céus. Na verdade, a fé muçulmana acredita que as
pessoas no paraíso estão vestidas de verde. É a cor mais comum usada em
mesquitas, criando uma sensação de conexão com a natureza circundante.
Foto 8: Demonstração da cor verde em um monumento funerário

Azul: Um símbolo de espiritualidade e dos céus, o azul geralmente é associado à


contemplação e reflexão. É frequentemente usado em azulejos, cúpulas e no teto. O
azul significa as profundezas impenetráveis do universo. Acredita-se que alguns tons
específicos possuem qualidades místicas. No seu cerne, o azul representa um
lembrete dos céus e das distâncias sedutoras do conhecimento superior.
Dourado: Essa cor está associada à perfeição divina e à nobreza.
Culturalmente, também é a cor que simboliza a realeza, representando status e
riqueza. A cor dourada na arquitetura islâmica revela o orgulho e a importância dados
à fé e à sua construção. Quando usada em ornamentos, tem o objetivo de
proporcionar grandiosidade. A natureza simbólica do dourado também está
associada a um valor eterno.

Branco: Como em quase todas as religiões, a cor branca simboliza pureza e limpeza
no Islã. Está associada à sacralidade, simplicidade e humildade. A cor representa a
modéstia e delicadeza no coração exigida durante atos sagrados de adoração. Além
disso, o branco representa a paz eterna que a religião prega, enfatizando ainda mais
a convivência harmoniosa. Nas construções, proporciona um clima de devoção e
tranquilidade para os fiéis.
Foto 9: Mesquita em Imã Khomeini

Música

A música iraniana ou persa tem uma longa história que remonta às antigas
civilizações como o império Elamita (2700-539 a.C.) com base nas evidências
arqueológicas sobre os instrumentos musicais. Porém a música clássica do Irã tem
raízes no Império Sassânida (224-651). Essa música se chama sonnati (tradicional)
ou asil (original) em persa, e é celebrada e apreciada em todas as regiões do centro
e Oeste da Ásia onde se pode sentir a influência da cultura iraniana e onde
anteriormente se situava o Grande Irã. Muitos músicos como Bārbod (Pahlbod),
Nagisā (Nakisā), Bāmshād e Rāmtin, para citar alguns nomes importantes, tocavam
nas cortes Sassânidas. Eles utilizavam os instrumentos como tchang (harpa), alaúde,
e ney (flauta). As dicas da música modal e a origem da música sonnati, foi
desenvolvida nesse período especialmente por Bārbod; em sete modos se chama
dastgāh, em 30 modos derivados se chama lahn e em 360 melodias se chama
dastān. respectivamente de acordo com os números de dias da semana, mês e ano.
Foto 10: Radif Della iraniana

A música é importante em todos os aspectos da cultura iraniana, nas felicidades ou


lamentações, na vida diária ou nos eventos. A música é a parte indispensável dos
poemas folclóricos como matals e poemas para crianças como canções de ninar, das
performances teatrais como teatros de fantoches e Shāhnāmekhāni, das
lamentações pessoais ou as elegias religiosos como nohekhāni ou performances
elegias de shabihkhāni ou tanzie e dos esportes como koshti-e-pahlavāni ou
varzesh-e-zurkhānei ou kushti-e-bāstāni, uma antiga arte marcial iraniana.

Instrumentos tradicionais:

Cordas: tchang (harpa), tār, dotār, setār, qānun, tanbur, robāb, mehri, shushak,
serud, danbare, shahrud, barbat ou rud ou ud (alaúde), santur, kamāntche e que
tchak

Sopro: ney, ney labak ou ney-e-hatband sornā, karnā, shāx, arkanun, shāvqar,
shahnāy, arabāne, musiqār, molu, nāymoshk ou neyan bun, bishe e tutak.

Percussão: tombak, daf, dāyere, dohol, senj, jalājal, tchaqāne e zagalo.


Foto 11: Grupo musical iraniano

Dança

Entre as danças populares urbanas podemos citar o Baba Karam, uma dança
tipicamente masculina, que hoje é também executada por mulheres, que dançam
com chapéus pretos e echarpes. Este estilo de dança também é referido como Jaheli,
ou seja, um personagem iraniano que é o típico “valentão do bairro” que vai a casa
de chá para se encontrar com seus amigos também Jahelis.

As danças do Cáucaso são caracterizadas por belos movimentos de mãos e braços


e muitas vezes por pequenos passos deslizantes. As dançarinas usam saia longas,
que evocam a ilusão de que estão flutuando sobre o chão. As danças “às vezes
melancólicas, às vezes animadas” são sempre líricas e expressam o orgulho natural
das mulheres caucasianas. Antigamente, as mulheres dançavam apenas em
casamentos e outras festividades.
Foto 12: Dança Caucaso

Dança Qajar: Estas danças pertencem a um gênero urbano chamado Kereshme ou


Naz que significa “flertar” e é talvez a característica mais importante das danças
sociais urbanas do Irã. Expressões faciais, mímica, movimentos de mão requintados
e movimentos fluidos dos quadris, ombros e braços também desempenham um papel
central. Essa dança evoca a atmosfera dos entretenimentos da corte durante o
período da dinastia Qajar (1796-1925).

Foto 13: Mulheres em uma apresentação da dança Qajar


Vestimentas

O uso do véu islâmico é obrigatório para mulheres no Irã, desde 1983. A


medida foi imposta depois da revolução no país, em 1979, que derrubou um sistema
de monarquia e tornou a religião como um dos pilares fundamentais do governo. O
novo projeto de lei torna mais rígidas as penalidades já previstas na constituição.

O parlamento do Irã aprovou um polêmico projeto de lei sobre o uso do hijab,


o véu islâmico, que prevê penas de até 10 anos de prisão (2023). Na prática, as
mulheres que não usarem adequadamente o véu em público e os homens que
usarem roupas que não cubram o corpo abaixo do pescoço e acima do tornozelo
serão penalizados.

O texto diz que: “qualquer pessoa que apareça nua ou seminua em público,
em locais públicos ou nas estradas será imediatamente presa”.

Foto 14: Trio de mulheres usando Hijab


Provavelmente um dos maiores choques culturais, especialmente para
mulheres. Faça chuva ou faça sol, o uso do véu cobrindo a cabeça é obrigatório,
mesmo para estrangeiras. Nem pense em sair sem ele, ou você poderá enfrentar
sérios problemas com a Polícia Religiosa, criada especialmente para fiscalizar
situações do tipo. Felizmente não é necessário cobrir tudo como uma touca; é
perfeitamente aceitável deixar alguns centímetros do cabelo para fora. Além do
véu, é exigido que mulheres cubram os braços e pernas, evitando roupas muito
justas que revelem as curvas do corpo.

Homens também precisam se adequar ao dress code iraniano: o uso de


shorts e bermudas não é aconselhável e atrairá atenção indesejada. Camisas
regatas estão fora de cogitação, apesar de o uso de camisetas com os antebraços à
mostra ser aceitável. Mostrar os pés é ok, sandálias e chinelos são bem-vindos.

Foto 15: Grupo de homens iranianos


Festivais

Nowruz (em português: ‘Novo Dia’, ou seja, novo ano), simboliza a nova vida,
um novo começo. Trata-se de uma das celebrações mais antigas da antiga Pérsia,
que coincide com o equinócio primaveril, o primeiro dia da Primavera, marcando o
início do calendário iraniano (21 de Março). As festividades de Nowruz celebram o
início do renascimento da natureza e duram 13 dias consecutivos.

Nowruz é celebrado praticando certos rituais tais como a limpeza de


primavera, a germinação de trigo ou de feijão mungo, a compra de roupa nova, a
confecção de alimentos locais e a confecção de doces. É costume as famílias
reunirem-se à volta da mesa do Haft-Sîn (ou sete sîn). A mesa tradicional do
Haft-Sîn contém sete itens comestíveis cujos nomes começam com uma letra no
alfabeto persa que é equivalente a “S”.

Ainda poderá ver um livro sagrado, espelho (sinal de sinceridade),


peixe-dourado (sinal de subsistência), velas (sinal de luz e brilho), ovos decorados
(sinal de renascimento), e Divan-e-Hafez na mesa. Sabzi Polo com peixe frito é
servido como prato principal da maioria das famílias iranianas na refeição que
precede o Nowruz.

Foto 16: O Ano Novo iraniano


O 13º dia de Farvardin (1 de Abril) foi nomeado como Sizdah-Bedar ou Dia da
Natureza na cultura iraniana que é um ritual antigo. Os iranianos celebram este dia
anualmente, chegando o ano novo e a Primavera; passando 12 dias de férias
Nowruz com piqueniques ao ar livre na natureza; a cerimónia Sizdah-Bedar é
realizada com vários métodos e costumes em diferentes regiões do país. Os 13 dias
de feriados de Nowruz culminam neste dia e tudo voltará à forma de rotina.

A outra parte dos rituais observados no dia Sizdah-Bedar têm origem em


algumas crenças e culturas mitológicas como “escutar as conversas”, predição do
futuro, o costume humorístico da “mentira de Sizdah-Bedar” ou atar o Sabze e deitar
numa massa de água corrente, são vários costumes comuns entre os iranianos
contemporâneos.

Foto 17: Piqueniques acontecendo no Sizdah-Bedar


Gastronomia Iraniana

A cozinha iraniana é muito diversificada e a sua diversidade reflete a diversidade


das pessoas que habitam o país. O Irão está habitado por uma grande variedade de
grupos étnicos: Os persas, os azeris, os curdos, os lurs, os turcomanos, os árabes,
os balochi, os arménios, os georgianos, os circassianos e os assírios. Esta
diversidade de grupos étnicos e a influência doutras culturas vizinhas dá à cozinha
iraniana um aspecto muito interessante durante uma viagem pelo Irão.

Entre os principais pratos persos os mais populares são aqueles formados a


partir de combinações de arroz com carne “gusht” como cordeiro e frango ou peixe,
com legumes como cebola, além da adição de vários tipos de ervas (Entre as mais
comuns são utilizadas cebolinhas, hortelãs, salsas, estragão e coentro.) e nozes.

Foto 18: Um prato de Chelo gusht

Ocasiões especiais para a gastronomia:

Como na maior parte das culturas, os zoroastrianos têm os seus festivais,


onde se servem comidas especiais. Na Índia, estes festivais têm os nomes
“Gahambar” ou “Ghambar” e no Irão, “Gahanbar” or “Gaahanbaar”. Uma
característica destas festas é a preparação e consumo comunal de comidas
específicas, como é o caso do kuku e o ash; para além das comidas cozinhadas, as
“comidas secas” incluindo frutas e nozes, são também comuns e muitas vezes
preparadas especialmente para distribuir por pessoas pobres.
Foto 19: Mesa de uma data festiva

Usos e costumes

Os hobbies mais comuns entre os persas, ou iranianos, incluem, poesia, caligrafia,


música e artes tradicionais persas, como pintura em miniatura e tecelagem de
tapetes. Esportes como futebol e luta livre também são populares, e atividades ao ar
livre, como caminhadas e piqueniques, são apreciadas por muitos. Além disso,
hobbies modernos como assistir filmes, jogar videogame e socializar com amigos
também são comuns entre os iranianos.

Diferenças no tratamento de homens e mulheres:

Lá é bem comum os homens cumprimentarem estrangeiros e convidados


com dois, três ou até quatro beijinhos no rosto (para eles quanto mais beijos, mais
bem-vindo você é!)

Por outro lado, mulheres não devem ser tocadas por homens que não sejam
o marido ou parentes. Resumindo: não encoste em alguém do sexo oposto. Apesar
de a regra não ser tão respeitada entre jovens e pessoas menos conservadoras,
evite constrangimentos.

A regra de ouro para homens é: se a mulher não der a mão primeiro, não
ofereça a sua. E vale destacar, demonstrações públicas de afeto não são
toleráveis, mesmo entre casais. Nas grandes cidades, entretanto, é relativamente
comum ver jovens andando de mãos dadas, sem chamar tanto a atenção.

Foto 20: Homem e mulher iranianos na rua

Álcool e Vida Noturna:

Bebidas alcoólicas são banidas no Irã. Cervejas são facilmente encontradas em


mercados e restaurantes, mas todas possuem 0,0% de teor alcoólico. Algumas
minorias étnicas produzem suas próprias bebidas em casa, especialmente vinho,
mas não possuem autorização para comercializá-las.

Seria exagero dizer que é impossível encontrar álcool no país. Assim como tudo no
Irã, da TV a cabo à internet, há uma verdadeira "vida dupla" entre alguns cidadãos
que permite o acesso quase irrestrito a tudo que é proibido. No entanto, como
estrangeiro, é prudente evitar essas situações.

Foto 21: Policial fiscalizando garrafas de bebidas

Língua

Persa também conhecido como parse, fársi ou pársi, é uma língua iraniana
pertencente ao ramo indo-iraniano das línguas indo-europeias. É amplamente falado
no Irã (e na diáspora iraniana), no Afeganistão, Tajiquistão, Paquistão, Uzbequistão
e, em menor escala, na Armênia, Turcomenistão, Azerbaijão e no Barein.

Depois de muitos séculos sob domínio de outros povos ou em guerra para


conquistar seu antigo império, a Pérsia foi anexada pelo Império Arabe (século 7 até
11). A partir de então, o islamismo se tornou a religião local, mas os iranianos
adotaram a versão xiita como forma de reação nacionalista, já que o Império Árabe
era sunita. Da mesma forma, a língua persa foi mantida em oposição à língua árabe,
dos dominadores. Até hoje a língua persa e o xiismo são defendidos pelos iranianos
como sua forma de resistência diante dos séculos em que foram subjugados
Foto 22: Bandeira do Irã com um balão de fala com um mundo desenhado

O persa moderno apareceu no século XIX e sua grafia é a árabe-persa (uma


variante da É a mais significativa do ramo iraniano, subfamília das línguas
indo-iranianas, que pertencem ao conjunto indo-europeu. É o idioma do Irã (antes
Pérsia), também falado no Afeganistão e, em sua forma arcaica, no Tajiquistão e na
região de Pamir. O persa (ou iraniano) moderno emprega o alfabeto árabe e tem
uma literatura rica e extensa.

O iraniano antigo está representado pelo avéstico e o persa antigo. O


primeiro foi a língua empregada para redigir o livro sagrado dos zoroastristas, o
Avessa. Arqueólogos encontraram inscrições, no sudoeste do Irã, escritas em
caracteres cuneiformes (escrita árabe). Foi sempre a língua oficial e cultural da
Pérsia.
Exemplos de frases:

Bom dia - ‫صبح بخیر‬

Qual o seu nome ? - ‫اسم شما چیست‬

Meu nome é - ‫اسم من هست‬

Religião

Sunitas e Xiitas são os dois maiores ramos do Islã, a maioria dos iranianos
praticam o Islã Xiita. Cerca de 90 por cento dos iranianos praticam o xiismo, a
religião oficial do Irã .Em contraste, a maioria dos estados árabes no Oriente Médio
são predominantemente sunitas. A divisão entre xiitas e sunitas ocorreu no início da
história islâmica, quando a comunidade muçulmana se dividiu sobre quem deveria
suceder ao profeta Maomé como califa, ou "líder da comunidade". Os xiitas,
seguidores do genro de Maomé, Ali, acreditam que apenas os descendentes do
profeta deveriam ser líderes da sociedade. Os sunitas acreditam que os membros
da comunidade, ou shura, deveriam consultar e decidir quem deveria ser o califa. O
desacordo resultou historicamente em cisma e guerra civil.Embora as tensões
religiosas entre o Irã xiita e os seus vizinhos árabes sunitas não tenham diminuído
totalmente, as relações regionais do Irão melhoraram ao longo da última década,
particularmente com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

O censo iraniano afirma que 99,4% da população são muçulmanos, dos


quais 90-95% são xiitas. No entanto, este número oficial não é representativo da
filiação religiosa real e obscurece a hostilidade ativa do Estado em relação à
irreligiosidade, à conversão e a práticas religiosas não reconhecidas. minorias. O
governo considera que todos os povos iranianos (excluindo as minorias étnicas) são
muçulmanos xiitas, independentemente da auto-identificação, e a lei proíbe os
cidadãos muçulmanos de mudarem ou renunciarem às suas crenças religiosas. No
entanto, vários inquéritos e estudos populacionais ao longo do século XXI
encontraram mais secularização e diversidade de religiões e crenças do que os
números oficiais sugerem.
Foto 23: Templo no Irã

Islã no Irã

O Irã tem um histórico de prática de uma forma bastante moderna de Islã.


Antes do estabelecimento da República Islâmica, os iranianos podiam escolher se
eram religiosos ou não. Embora a grande maioria tivesse uma fé profunda, não era
essencial exibir publicamente a piedade, e as pessoas não eram necessariamente
julgadas pelos seus comportamentos liberais. Por exemplo, as mulheres não
podiam usar o hijab se quisessem e algumas pessoas optaram por não rezar.

A natureza secular da sociedade praticamente desapareceu desde o


estabelecimento da República Islâmica. A religião tem sido altamente politizada à
medida que o governo procura garantir que os aspectos privados, públicos, jurídicos
e económicos da vida dos iranianos funcionam de acordo com os princípios
islâmicos. Muitas regras restringem o comportamento dos cidadãos, exigindo-lhes
que cumpram interpretações conservadoras do Alcorão.
Existem também leis e decisões judiciais que punem as pessoas por fazerem
algo que possa ser interpretado como anti-islâmico ou em conflito com os princípios
islâmicos – independentemente de serem eles próprios muçulmanos ou não. Um
conselho de líderes religiosos tem a palavra final sobre o sistema governamental
democraticamente eleito e todos os membros do poder judicial devem ser
muçulmanos xiitas.

Em resumo, a maioria dos iranianos acredita em Alá (Deus) e nos princípios


do Islã. No entanto, a politização do Islão criou uma reação contra a religião, em
particular por parte dos cidadãos iranianos mais jovens. Alguns membros da nova
geração estão seguindo escolas filosóficas de pensamento e/ou ateísmo mais
ocidentais; no entanto, eles raramente tornam isso de conhecimento público.
Entretanto, os iranianos que mantêm fortes crenças religiosas tendem a restringir a
sua observância às suas casas, a fim de manter a sua fé como uma questão
pessoal e sagrada.

Foto 24: Mulheres islâmicas rezando


Um iraniano que se dedica ao papel dominante do Islão na política e na
sociedade pode deixar crescer a barba bastante para indicar a sua associação
religiosa ou ter um envolvimento público voluntário com as mesquitas. As pessoas
também podem prosseguir uma educação em teologia islâmica e lei sagrada para
se tornarem ‘mullah’ (clérigo). Presume-se muitas vezes que os teólogos islâmicos
têm uma posição moral elevada e experiência na tomada de decisões. No atual
sistema de governação, a filiação religiosa também está correlacionada com o poder
político.

Resumo sobre o que é o Islamismo:

O islamismo é uma das principais religiões do mundo, sendo muito popular


na África, Ásia e está em franco crescimento na América do Norte e na Europa. É
atualmente a segunda maior religião do planeta, com quase dois bilhões de fiéis
espalhados nos cinco continentes. Seu surgimento remonta ao século VII por meio
da ação do profeta Muhammad.

Trata-se de uma religião monoteísta, portanto, os fiéis dessa religião


acreditam na existência de apenas um deus, chamado por eles de Allah. A palavra
“islã” vem do termo árabe islam, que significa submissão, e esse termo deriva de
“salam”, que significa paz, conceito que no árabe denota uma condição de espírito.

O adepto do islamismo é conhecido como muçulmano ou muçulmana, termo


que vem de “muslim”, palavra árabe que significa submisso. Sendo assim, na lógica
da fé islâmica, o muçulmano é aquele que é submisso a Allah. Os muçulmanos
professam em sua religião cinco pilares básicos.
Foto 25: Símbolo do islamismo

Política

A política no Irã é dividida

Líder supremo

O papel que o líder supremo possui no Irã se baseia nas ideias do aiatolá Ruhollah
Khomeini, primeiro a assumir esse cargo e figura central na revolução.
O líder supremo ocupa o teto da estrutura de poder político do Irã. Até agora,
apenas duas pessoas ocuparam este posto: Khomeini e o aiatolá Ali Khamenei, que
ocupa essa posição desde 1989. O líder supremo é o chefe de Estado e a máxima
autoridade política e religiosa do país. E o cargo é vitalício.

Entre as atribuições, estão nomear pessoas para postos importantes como o chefe
do Poder Judiciário, imãs (autoridades religiosas) e até os diretores da rádio e da TV
estatais.

Estão nas mãos do líder supremo assuntos relacionados a segurança, defesa e


política externa. Por isso, Khamenei é responsável também por designar os
comandantes das Forças Armadas, como Soleimani, além de confirmar a eleição do
presidente da República.

Uma de suas responsabilidades de maior peso é eleger diretamente seis membros


do poderoso Conselho de Guardiões.

Foto 26: Ali Khamenei lidera multidão em homenagem a general.


Mas quem nomeia o líder supremo?

Essa tarefa recai sobre a Assembleia de Especialistas, colegiado composto


por 88 clérigos especialistas na lei islâmica, que devem, em teoria, supervisionar o
aiatolá e que têm a competência de destituí-lo. No entanto, a Assembleia de
Especialistas nunca tornou público qualquer informe sobre o desempenho do
aiatolá.

Além disso, os membros dessa instituição são eleitos a cada oito anos por
meio de sufrágio universal, mas a lista de candidatos deve ser previamente
aprovada pelo Conselho de Guardiões que, como dito antes, tem seis de seus 12
seus membros nomeados pelo aiatolá.

Foto 27: Presidente atual do Irã, Ebrahim Raisi.

Conselho de Guardiões

Essa é a organização mais influente do Irã. É composta por 12 pessoas: seis


clérigos especialistas em jurisprudência islâmica e seis juristas. O Conselho de
Guardiões também pode vetar candidatos nas eleições para o Parlamento, a
Presidência e a Assembleia de Especialistas.
O presidente

A Constituição descreve o presidente como a segunda maior autoridade do


país. O mandato dele dura quatro anos e só pode ser renovado consecutivamente
uma vez. Ou seja, só é permitida uma reeleição.

O presidente é o chefe do Poder Executivo. Na prática, porém, seus poderes


são limitados pelos clérigos e conservadores na estrutura de poder do Irã e pela
autoridade do líder supremo. Isso começa até mesmo antes da eleição: todos os
candidatos à Presidência são investigados pelo Conselho de Guardiões, que ao
longo dos anos vetou centenas de aspirantes ao posto.

A Guarda Revolucionária

As Forças Armadas iranianas se dividem em duas: as regulares e a Guarda


Revolucionária. Essa segunda nasceu pouco depois da revolução de 1979 para
defender o sistema de governo islâmico que o país acabara de adotar. O seu papel,
conforme a Constituição, é de defesa das fronteiras e manutenção da ordem interna
para os outros militares. A Guarda Revolucionária tem suas próprias divisões de
atuação no mar, na terra e no ar, além de supervisionar o uso de armas
estratégicas, como mísseis balísticos.

Foto 28: Guarda Revolucionária do Irã


Conclusão

O Irã é uma república islâmica baseada na constituição de 1979. O regime do


Irã é antidemocrático e tem um histórico de direitos humanos excepcionalmente
ruim. O Irã é um dos membros fundadores da Opep e tem uma das maiores
economias do Oriente Médio. O Irã é uma potência regional e tem uma posição
importante na segurança energética internacional e da economia mundial. O Irã tem
a segunda maior reserva comprovada de gás natural do mundo e a quarta maior
reserva de petróleo.

O Irã é conhecido pela qualidade dos seus tapetes e do caviar. A moeda


iraniana é o rial iraniano. A expectativa de vida média é de 69,5 anos. A mortalidade
infantil é de 28 por mil nascidos vivos. Os analfabetos chegam a 17,7% da
população. A renda per capita é de US$ 3.540. O IDH do Irã é de 0,702.

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Imagens

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Foto 19 https://www.amigodorei.com.br/sobreculinariapersa.html

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