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Mundo Oriental
Material Teórico
Persas, Hebreus e Fenícios
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Persas, Hebreus e Fenícios
• A Pérsia
• O Reino Medo
• O Reino Aquemênida
• Os Fenícios
• Os Hebreus
Nesta unidade, vamos tratar das civilizações persa, fenícia e, por fim, dos
hebreus. Várias das descobertas e realizações desses povos perduram até hoje
– como o alfabeto fonético.
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
Contextualização
brasilescola.com
aventura.com.br
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A Pérsia
O nome Pérsia foi dado pelos gregos aos territórios ocupados por diversos grupos que se
desenvolveram na região do atual Irã.
Zereshk/Wikimedia Commons
Vários sítios arqueológicos mostram que a ocupação da região
remete ao paleolítico e muitos artefatos de cerâmica foram
encontrados em locais como Tepe Sialk, Tepe Hissar e Tepe Giyan
Além desses grupos, ao sul, estavam os Elamitas, cuja principal
cidade era Susa, que ficava na região da Mesopotâmia.
Já ao norte, estavam os Kassitas, que também ocupavam partes
da Mesopotâmia.
Vaso Tepe Sialk - Museu Nacional
do Irã
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
O Reino Medo
O primeiro reino surgido na região, por volta de 700 a.C., foi a dos medos no Irã ocidental.
A ascensão dos medos foi contida pelo avanço de outros grupos, como os trácios. Contudo, por
volta de 625 a.C., uma nova tentativa de expansão aconteceu sob o comado do Rei Ciaxares,
que depois de derrotar os citas voltou sua atenção contra a Assíria. Uma aliança foi feita entre os
babilônios, os medos e os aliados invadiram e destruíram a capital da Assíria, Nínive, em 612 a.C.
Astyages sucedeu seu pai, Cyaxares e, comparativamente, pouco se sabe do seu reinado. De
fato, a dinastia dos medos foi suplantada pela ascensão de Ciro, o Grande, e pela fundação da
dinastia Aquemênida.
A principal cidade do reino medo era Ectabana1, que, segundo Heródoto, teria sido fundada
por Deioces, um rei lendário. Sob o domínio Aquemênida, a cidade se desenvolveu e tornou-se
a capital do Império Selêucida e Partia.
O Reino Aquemênida
Em seguida, Ciro voltou seus exércitos para a Babilônia, que ele ocupou no final do verão de
539 a.C. Pouco se sabe sobre o restante do reinado de Ciro, mas a rapidez com que seu filho
e sucessor, Cambises II, iniciou uma campanha contra o Egito sugere que os preparativos para
um ataque foram concebidos no reinado de Ciro; abonados, contudo, no final de seu reinado,
pois ele se viu obrigado a voltar a sua atenção aos ataques sofridos nas regiões de fronteira por
tribos que ameaçavam o controle dos persas na região do Irã. A dimensão das conquistas de
Ciro, o Grande, é incerta, mas sabemos que ele morreu em 529 a.C. lutando em algum lugar na
região dos rios Oxus e Jaxartes.
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Truth Seeker/Wikimedia Commons
Túmulo de Ciro, o Grande
Com a morte de Ciro, o Grande, o império passou para o seu filho, Cambises II (529-522 a.C.).
Cambises venceu os egípcios na Batalha de Pelusa e consolidou a posição dos persas na região.
Cambises foi descrito como um rei cruel, que profanou inúmeros templos egípcios, embora
haja poucas evidências para essas afirmações.
Seu sucessor foi Dario I, o Grande. Dario era um dos membros da casa real Aquemênida,
pois seu bisavô era Ariaramnes, filho de Teispes, irmão de Ciro I. Dario I levou mais de um ano
para acomodar as tensões locais e as discussões quanto à legitimidade de seu governo.
Ele procurou uma política de clemência contra os insurgentes apoiada pela rápida punição de
qualquer líder rebelde capturado. Além disso, Dario distribuiu as suas forças por todas as regiões,
garantindo paz e hegemonia política, voltando sua atenção para a organização e consolidação do
império – e foi para esse papel, o de legislador e organizador, que ele direcionou seus esforços.
Entretanto, essas atividades não impediram Dario de expandir as fronteiras do império, o que
provocou conflitos com as cidades gregas, que também estavam no mesmo processo.
Em 494 a.C., uma ofensiva organizada pelos persas foi bem sucedida. A frota grega foi
expulsa de Mileto e o exército conquistou novas áreas que estavam sob influência grega. O
passo seguinte dos persas foi organizar a invasão da Grécia, que levou à derrota de Dario na
batalha de Maratona no final do verão de 490 a.C.
Wikimedia Commons
Em 486 a.C., Dario morreu e foi sucedido por seu filho, Xerxes.
O Túmulo de Dario encontra-se na necrópole real Naqsh-
i-Rustam3, situada a noroeste de Persepolis, a grande capital
Aquemênida.
Os túmulos começaram a ser estudados em 1933 por Ernst
Herzfeld, professor de Arqueologia Oriental na Universidade
de Berlim, contudo, as análises mais detalhadas só começaram
em 1936, sob a orientação de Erich Schmidt, professor de
Arqueologia Oriental da Universidade de Chicago. Somente o
túmulo de Dario I foi identificado adequadamente, devido a
diversas inscrições no local. As outras três tumbas de Naqsh-
i-Rustam são atribuídas a seus sucessores imediatos: Xerxes,
Túmulo de Dario Artaxerxes I e Dario II.
3 Ver: The Persian Expedition. The Oriental Institute – University of Chicago. https://oi.uchicago.edu/research/projects/persian-expedition.
Acesso em 4 de outubro de 2014
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
Xerxes, sucessor de Dario, rompeu com a política de seus antecessores, que era a de governar
terras estrangeiras de forma tolerante e compatível com as tradições locais. Um exemplo desse
tipo de ação aconteceu no Egito, onde ele ignorou os costumes locais e impôs sua vontade
sobre a província rebelde em um “estilo completamente persa”. O mesmo aconteceu com a
grande revolta na Babilônia, cerca de 482 a.C., em que a população local foi obrigada a aceitar
a cultura e as formas de governo persas.
Xerxes, então, voltou sua atenção para a Grécia, mas seus esforços foram contidos pelas
ações de espartanos e atenienses em grandes batalhas, como a do Desfiladeiro das Termópilas.
A formação da Liga de Delos, a ascensão do imperialismo ateniense e problemas na costa oeste
da Ásia Menor contiveram as ambições militares dos persas no Mar Egeu.
Uma das grandes marcas do império Aquemênida foi o desenvolvimento de uma ampla
organização estatal que permitiu uma administração precisa e eficiente. No centro dessa organização
estava o rei, em torno de quem se organizava uma grande corte composta por: poderosos
proprietários de terras, os escalões superiores do exército, o harém, funcionários religiosos e a
burocracia administrativa. O rei vivia principalmente em Susa, mas nos meses quentes de verão
mudava-se para Ecbátana e, provavelmente, na primavera, mudava-se para Persepolis.
archaeology-knigi.com
O rei controlava diretamente as forças militares estacionadas nas províncias, mas, com o passar
do tempo e com o crescimento do império, os sátrapas passaram a assumir o controle militar,
além do civil. O rei manteve o controle nas províncias utilizando os serviços de funcionários do
governo central que viajaram por todo o império e que se reportavam diretamente a ele sobre
a situação local e as atividades dos sátrapas.
O número de satrapias e de fronteiras mudou muito durante o império, mas essa estrutura
trouxe estabilidade ao governo.
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O exército era um elemento particularmente
Wikimedia Commons
Os Fenícios
Wikimedia Commons
As cidades Fenícias
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
O comércio foi a principal marca da civilização fenícia, que dominou o Mediterrâneo entre
1550 a.C. e 300 a.C. Trata-se de uma cultura centrada nas cidades, como Tiro e Sidon. É incerto
até que ponto os fenícios viam a si mesmos como uma única etnia. Sua civilização era organizada
em cidades-estado independentes politicamente, que podiam entrar em conflito ou colaborar em
ligas ou alianças. Tiro e Sidon eram os mais poderosos dos estados fenícios no oriente.
Wikimedia Commons
Navio Fenício
O sucesso dos fenícios baseou-se na expansão marítima e, do século XII ao VII a.C., eles
desenvolveram as habilidades técnicas necessárias para a navegação e se aventuraram por todo
o Mediterrâneo, descobrindo e abrindo novas rotas marítimas. Dessa forma, eles foram capazes
de estabelecer centros comerciais e criar colônias. Entre essas colônias, pode-se mencionar:
Chipre, Rodes, Malta, Sicília, Marselha, Cadiz e, principalmente, Cartago.
Cartago foi fundada pelos comerciantes de Tiro e era a mais poderosa de todas as colônias
fenícias, sua expansão levou a uma grande guerra contra Roma pelo controle do Mediterrâneo.
Wikimedia Commons
Seus parceiros comerciais iniciais foram os gregos, com os quais eles negociavam madeira,
escravos, vidro e um corante roxo, que era extraído de um molusco. Esse corante era usado pela
elite grega para colorir roupas e outras peças de vestuário e não era encontrado em nenhum
outro lugar. Devido a esse contato, os gregos passaram a chamar o grupo de fenício, termo que
deriva do grego phoinikèia, que significa roxo.
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Os fenícios estabeleceram um sistema de comércio internacional, baseado incialmente
no escambo. Eles negociavam com: Egito, Babilônia, Assíria, Síria, Espanha, Sicília, Chipre,
Messina, Frígia, Grécia e África do Norte, entre outros lugares.
Além do corante púrpura citado, aperfeiçoaram a fabricação de artigos de luxo, como
perfumes, joias, objetos de vidro e móveis decorados com ouro e marfim. Vidro soprado foi
inventado em Sidon, e este processo se espalhou por várias partes do mundo.
Sidon é o nome que os gregos davam à cidade fenícia que ficava acerca de 25 milhas ao
sul de Beirute. Juntamente com a cidade de Tiro, Sidon era uma das mais poderosas cidades-
estado da Fenícia – e o local onde foi criado o tal corante roxo que fez Tiro famosa e poderosa.
Sidon4 foi conquistada por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. – como o resto da civilização fenícia
–, depois acabou sendo absorvida por Roma e, finalmente, tomada pelos árabes muçulmanos.
Outra cidade que merece destaque é Tiro5, cujo nome significa rocha. Sua época de ouro foi em
torno do século 10 a.C. Suas colônias, como Cartago, desfrutaram de grande riqueza e prosperidade.
UNESCO/Véronique Dauge
Cidade de Tiro
Outra cidade muito poderosa era Biblos6. Trata-se de uma cidade comercial que foi capaz de
acomodar dominações sucessivas – os assírios, os babilônicos, os persas e os gregos. Durante o
período romano, o seu papel comercial diminuiu, mas a cidade assumiu uma importante função
religiosa. Alfabeto Fenício:
moodle.ufba.br
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
Os Hebreus
Richardprins/Wikimedia Commons
foi organizada de acordo com as Doze Tribos8, sendo dez
ao norte e duas ao sul da região. De acordo com o Antigo
Testamento, não havia precedentes para a realeza entre os
hebreus, nem supremacia entre as tribos. Eles consideravam
a organização de um poder central como um recurso a ser
usado somente em caso de extrema necessidade.
A ameaça dos filisteus levou à unificação sob o comando
de Saul, contudo, sua liderança foi muito contestada, o que
abriu caminho para a chegada de David ao poder.
David derrotou os filisteus e conquistou toda a região
costeira de Gaza, dominando a Fenícia. Sua influência
estendeu-se do rio Eufrates, ao norte, até o Mar Vermelho, ao
sul. Seu reinado representou o apogeu do império israelita e é
considerado a Idade de Ouro dos Hebreus. David estabeleceu
sua capital na antiga cidadela Cananeia de Jerusalém.
Tribos de Israel
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Godot13/Wikimedia Commons
Vista área da cidade de Jerusalém – ao centro, a Cúpula da Rocha
A cidade de Jerusalém9 tem grande importância simbólica, por ser considerada sagrada para
três grandes tradições religiosas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Entre os
mais de 220 monumentos históricos que foram tombados pela UNESCO, podemos destacar
a Cúpula da Rocha, que foi construída no século VII e, segundo a tradição, está localizada no
lugar o qual Abraão teria escolhido para sacrificar Isaque. Além do Muro das Lamentações,
destaca-se a Igreja do Santo Sepulcro.
David foi sucedido por Salomão, que não foi tão ativo militarmente quanto ele. Salomão
ampliou as relações comercias e estabeleceu relações diplomáticas com os egípcios, os fenícios
e outros reinos africanos.
O caráter cosmopolita do governo de Salomão, caracterizado pela introdução de hábitos
e cultos religiosos vindos de outros grupos – como o culto a Baal –, causou polêmica entre os
israelitas. Depois da morte de Salomão, o Estado se desestruturou e o reino se dividiu.
O Reino de Israel, ao norte, com capital na Samaria, continua a ser o mais populoso, o mais
urbano dos dois reinos e era ligado às casas reinantes da Fenícia. Já o Reino de Judá, com
capital em Jerusalém, se manteve isolado e rural. Esta fragilidade política favoreceu à conquista
pela Assíria, pela Babilônia e, posteriormente, pelos persas.
Por fim, Israel acabou sendo conquistada por Pompeu, em 62 a.C. Depois disso, a população
da Palestina se rebelou contra a autoridade romana, o que levou o Imperador Tito a ordenar a
diáspora dos hebreus.
Os hebreus, diferente dos outros povos da região, adoravam a uma só divindade: Javé. Eles
não discutiam ou aceitavam os outros deuses e consideravam que seu deus era o salvador, que
os protegia contra todos os adversários, fossem eles humanos ou divinos.
Os hebreus foram capazes de sustentar e preservar essa tradição mesmo sofrendo influências
e conquistas de outros povos, o que os fez marcar sua presença entre as grandes tradições
religiosas da história humana.
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
Material Complementar
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História dos Fenícios (inglês). http://youtu.be/ojiOLBt7q_Y
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Referências
PINSKY, J. 100 Textos de História Antiga. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
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Unidade: Persas, Hebreus e Fenícios
Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
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São Paulo - SP - Brasil
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