Brasil Seikyo - Edição 1500 - 20/03/1999 - pág.
A5 - Experiência Comportamento
Brasil Seikyo - Experiência Comportamento
Despertando a força interior e a missão por
meio da prática da fé
Cláudio Barreiros Júnior, Vice-Responsável pela
DR de Regional atua na Região Estadual
Amazonas, da Coordenadoria das Regiões
Estaduais
Em 1987, mudei-me para Manaus,
transferido pela empresa em que
trabalhava. Era a minha primeira
experiência longe de minha família.
Talvez o fato que mais tenho pesado para
que eu aceitasse esse desafio não tenha
sido o salário ou o espírito de aventura
numa nova cidade, e sim a vontade de
fugir de uma situação insuportável de
desarmonia dentro de casa.
Esses conflitos culminaram com
separação de meus pais.
Nessa época procuramos e praticamos
diversas religiões em busca de soluções
para os nossos problemas mas nenhuma
nos trouxe uma melhora, nem espiritual e
nem material. Havia parado de estudar no
1o ano do 2o grau, e era com a bebida que
tentava fugir da realidade. Eu passava por
grandes conflitos interiormente.
Acreditava que mudando de cidade e de
vida, tudo mudaria para melhor. Não
demorou muito para descobrir que eu
estava enganado.
A empresa alugou um apartamento para
mim e um amigo e comecei a minha nova
vida em Manaus.
Em pouco tempo, já sentia os problemas
de relacionamento dentro da empresa,
que eram constantes e crescentes. Estava
profundamente insatisfeito com tudo.
Ingressei em um partido político com o
ideal de resolver, a curto prazo, os
problemas da sociedade. Saía pichando os
muros pela madrugada, fazia campanha
para candidatos do partido e discutia
seriamente sobre política na empresa.
Acabei me transformando em um criador
de confusões e desarmonia no local do
trabalho e fui demitido. Fiquei sem
emprego e sem moradia.
Foi nesse período também que conheci a
a minha atual esposa e uma outra pessoa
que me apresentaria o Budismo de Nitiren
Daishonin. Essa pessoa benevolentemente
cedeu-me um quarto em seu apartamento
para morar e pude iniciar uma grande
amizade.
A bebida ainda era minha companheira e
me fazia esquecer dos problemas e
também da minha família.
Casei-me em 1989. Já estava empregado e
tinha um bom salário. Aluguei uma casa e
comecei, mais uma vez, uma nova vida.
Quando pensei que tudo corria bem,
surgiram novamente os problemas de
relacionamento. Comecei a não parar em
casa e, às vezes, passava os fins de
semana fora. Minha vida começou a sair
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dos eixos novamente. Tivemos de entregar
a casa e fiquei desempregado. Fomos
morar com os pais de minha esposa.
Também havia me afastado daquele gentil
amigo que tinha me acolhido em seu
apartamento.
Apesar da situação, ou talvez pela
situação, continuei irresponsável, tanto
com minha esposa quanto com minha
família. Estava desorientado. Tentei as
drogas. Por sorte não me tornei um viciado.
Literalmente estava vivendo uma vida de
intenso inferno.
Após três meses da mudança, meu sogro
conseguiu um emprego para mim. Decidi
que eu tinha de mudar. Comecei a
freqüentar o espiritismo e empenhei-me
nos estudos dessa doutrina. Alcancei um
bom nível de conhecimento, mas mesmo
assim, não conseguia mudar a minha
situação.
Passados quatro anos desde então, numa
manhã de outubro, reencontrei aquele
amigo. Ele havia se convertido ao budismo.
Ao relatar-lhe sobre minha vida, ele
convidou-me para participar de algumas
reuniões. No início não demonstrei
interesse, mas ele pacientemente vinha
visitar-me e tentava me mostrar o caminho
correto da vida. Diante de sua sinceridade
e da clareza com que me expunha sua
convicção, comecei a recitar o fazer um curso de inglês.
Nam-myoho-rengue-kyo. Era justamente o
momento mais crítico da minha vida: era
pai de uma criança de um ano e meio e
mal podia lhe custear o alimento, pois mais
uma vez estava desempregado.
Diariamente, recitava uma hora de
Daimoku sentado no corredor do quartinho
que morava.
As transformações começaram a aparecer.
Logo comecei a participar das reuniões de
palestra. Passei a compreender cada vez
mais que eu também, apesar de todo o
caminho trilhado, era possuidor de uma
grande missão.
Uma das datas inesquecíveis e mais
emocionantes de minha vida é o dia 7 de
maio. Foi nesse dia, em 1994, que recebi o
meu Gohonzon.
Pouco tempo depois, consegui um bom
emprego. O surpreendente foi que a
pessoa que me indicou essa empresa foi
uma das minhas maiores inimigas
profissionais. O meu salário era quatro
vezes maior que o anterior.
Na organização, participo ativamente de
todas as atividades, e fui a São Paulo em
duas ocasiões para cursos de
aprimoramento, onde aprendi muito.
Atualmente esforço-me para
desempenhar minhas responsabilidades
como vice-responsável de regional. Nesse
meio já pude concretizar três chakubuku e
buinzoka.
Com muito sacrifício, concluí o 2o grau e
agora estou me preparando para o
vestibular de Ciên-cias Contábeis, além de
Este ano completo cinco anos de prática e
estou muito feliz. Minha esposa e sempre
companheira está no segundo mês de
gravidez e desfruta de uma excelente
saúde.
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Sinto uma profunda gratidão por todos os

companheiros, amigos e ao presidente
Ikeda por poder praticar este maravilhoso
budismo.

Estou decidido a jamais abandonar este

caminho tendo como base a frase do
Gosho que diz: “Eu e meus discípulos,
mesmo que ocorram vários obstáculos e
maldades, desde que não se crie a dúvida
no coração, atingiremos naturalmente o
estado de Buda.” (END, vol. II, pág. 171.)

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