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Maceió
2022
VALÉRIA DA SILVA LEITE CIRÍACO
Maceió
2022
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária: Taciana Sousa dos Santos – CRB-4 – 2062
Bibliografia: f. 165-177.
CDU: 711.13
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E
URBANISMO
BANCA EXAMINADORA
“Torça para entrar, mas reze para sair...” é a primeira frase que me recordo de escutar
no pátio da FAU, provavelmente no dia 6 de março de 2015, durante o trote que fechou
a semana de nivelamento do curso, momento em que percebi que estava começando
a realizar o meu maior sonho, meta desde os meus 13 anos de idade: cursar
Arquitetura e Urbanismo na UFAL. Naquele momento, a primeira parte da frase estava
concluída e hoje, quase 7 anos depois, posso reafirmar também a segunda parte. Não
foi fácil chegar até aqui. No entanto, no decorrer dessa longa caminhada, cheia de
momentos bons e ruins, sempre tive ao meu lado muito apoio, e cada uma dessas
pessoas contribuiu e faz parte da realização deste sonho.
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado coragem, serenidade e sabedoria
para trilhar todos os passos dessa graduação.
Aos meus pais, Valter e Luciene, que sempre lutaram e tanto sacrificaram para que
eu tivesse acesso a melhor educação possível, me compreendendo e apoiando em
todos os novos desafios que assumi. Obrigada por todo o amor, carinho, dedicação,
confiança e compreensão. Meus estresses, ausências e falhas foram sempre
recompensados com mais amor. Obrigada!
À família Silva, que é incentivo, as vezes cobrança, mas sempre, e principalmente,
exemplo de jornada e crescimento através da educação, meu orgulho e espelho de
mulheres fortes e guerreiras desde que me entendo por gente. Obrigada pela
companhia, conversas e por ser porto seguro neste período conturbado em que
estamos vivendo. À minha avó, Cida, que sempre fez questão de me ajudar como
pôde durante todo o curso, que sempre acreditou e rezou por mim e que foi a primeira
inspiração do tema deste estudo.
À família Ciríaco, que, perto ou longe, sempre foi incentivo, torcida, orações e
reconforto. À Vó Luíza, que junto com Tia Liu, Tio Alex e Lis, me acolheu na reta final
deste trabalho com mais amor do que eu acreditava ser possível receber, pelas
orações e pela sensibilidade. À Tia Beth, Igor e Gislene, que têm sido abrigo e
companhia nas horas de diversão, aflição e que também me acolheram e
acompanharam a conclusão dessa luta.
À educação pública, que tem me formado pessoalmente e academicamente com
ensino de qualidade há 10 anos. Ao curso de Edificações do Instituto Federal de
Alagoas campus Maceió, que reafirmou minha certeza profissional e me preparou com
a melhor base técnica, extremamente necessária durante toda a graduação, presente
em todos os meus passos profissionais.
À Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas, que
me proporcionou graduação de excelência, conhecimento e pensamento crítico, que
hoje me permitem elaborar estudos como este. À Débora Cavalcanti, a primeira a
incentivar e acreditar no tema do presente trabalho; à Didi Helene, que aceitou o
desafio de me orientar ‘à primeira vista’ e, desde então, tem me provocado a enxergar
além do óbvio, me complementado nesse estudo de forma brilhante; à Regina Coeli,
que tem sido oportunidade, sensibilidade e bom conselho nos momentos mais
necessários; à Lúcia Hidaka, presença desafiadora desde a minha primeira aula na
faculdade, e à Flavia Araújo, minha referência mais próxima de atenção à mobilidade
ativa e de amor à cidade, que aceitaram compor a banca deste trabalho e contribuíram
imensuravelmente para o seu desenvolvimento; à Caroline Gonçalves e à Ana Paula
Acioly, minhas professoras de urbanismo, que fizeram com que eu me apaixonasse
ainda mais pelo tema a cada encontro; à Manuella Andrade, Maria Angélica, Anna
Maria, Lucinha Oiticica e demais professoras e professores brilhantes da FAU, pela
honra de fazer parte de suas classes.
Ao PET Arquitetura, que transformou minha trajetória acadêmica a partir das
oportunidades, trocas e desafios, que me ensinaram e me fortaleceram, pessoalmente
e academicamente; à minha eterna tutora, Gianna Barbirato, Gigi, por todo o carinho,
cuidado e pela confiança depositada em mim e em meus esforços; à Sara e Dani, por
todas as manhãs de companhia, ensinamentos, puxões de orelha e amizade; à Maya
e Alvinho, meus padrinhos de graduação, que seguem me inspirando; à Ale, Malu e
Hedhy, por serem exemplos de responsabilidade e liderança; à May e Jéssica Ellen,
pelos conselhos, histórias e companhias nas noitadas; aos meus babies Euclides e
Rudá, a quem tanto admiro; ao Rodrigo, irmão que a FAU me presenteou; ao PET
UFAL, que foi e permanece sendo família; ao PAESPE, que me mostrou a importância
de compartilhar e universalizar o conhecimento; ao Programa de Educação Tutorial,
que me proporcionou oportunidades e experiências que tornaram a minha graduação
mais rica e diversa, complementando a estudante que sou hoje, e a todas as conexões
que fiz Brasil afora durante os diversos encontros. Vida longa ao PET!
Ao NuPPES, que se fez resgate, oportunidade e descoberta na fase mais complicada
desse caminho universitário; à minha orientadora Suzann Cordeiro, pela confiança,
pelas reuniões desnorteadoras e por ser exemplo de força e coragem; aos meus
colegas de grupo, Will, Hyderson, Marthina, Raiane, Giovanna, Arthur, Euclides e
Júlia, por todas as trocas dentro e fora da salinha.
À minha experiência de estágio na SEDET e à família CAPE, que compartilhou comigo
conhecimentos equivalentes a um segundo curso em Arquitetura e Urbanismo. À
Luciana Dorville, Gisela Barros, Ana Amélia, Paula Rangel, Rafaella Zeferino, Dani e
Davi Pradines, Lara Plech, Cristina Benamor, Marineide, Priscila, Flávia, Rosana e
Eva, pelos ensinamentos, torcida e companheirismo durante esses 2 anos. Aos meus
companheiros de estágio, que tanto contribuíram para o meu aprendizado: Fábio,
Raíssa, Viktor, Edvaldo, Hugo, Raffael e Milena. Obrigada!
À Agésila Melro, que me acolheu em seu escritório ao fim dessa graduação e a
enriqueceu ainda mais com seus ensinamentos arquitetônicos e brilhantismo
projetual.
Aos meus colegas de classe da Arq&Urb 2015.2, por todo o companheirismo, apoio,
trocas, sorrisos, lágrimas, desabafos, confras, cantorias e noites em claro ao longo
desses 5 anos. Ao João (e ao Jeff), que tem sido abrigo, conforto e família há bem
mais que 5 anos numa diversidade inenarrável de momentos; à Júlia, meu anjo da
guarda, companhia dentro e fora da universidade; à Camila, conterrânea de moradia
e área de estudo, pelas trocas, aventuras e boas histórias; ao Ed, pelas parcerias e
discussões sobre paisagismo e cavalos; à Gi, pelo carinho, companhia e acolhimentos
durante essa caminhada; ao Gustavo, pelas loucuras, devaneios e discussões; à
Ayllana, meu eterno braço direito; à Samila, por sua sensibilidade; à Ana Clara, pelas
boas energias de sempre; à Lay, pelas trocas nas orientações com a Didi; ao com
nó/sem nó, por toda a torcida e incentivos acadêmicos, além das companhias
gastronômicas; à Vanessão, Jander, Marcus, Igor e demais parcerias, bem ou mal
sucedidas e pelas boas risadas que elas renderam.
Aos amigos que os corredores da FAU me apresentaram, pelas trocas,
assessoramentos, fofocas e zuadas no pátio. Ao Ítalo Monteiro, meu eterno monitor,
que me aturou durante toda a graduação; ao Ítalo Ferreira, maior companhia,
presencial ou à distância, de todo o processo de TFG, com quem aprendi noções de
sinalização viária e a dividir o meu cotidiano; ao Alessandro, pelas raivas que me faz
e por sua companhia nesses anos; à minha afilhada Mathe, por seu abraço forte e
palavras de fé, força e incentivo; ao Luís, presente que o design me deu; à Adryelle,
amiga de longa data e conhecedora da área de estudo, pelo feedback e por sua
companhia sempre cheia de boas energias.
À Lidiane e Gabriel, meus amigos fiéis, para todos os momentos. Obrigada por toda
torcida, incentivos, chás, previsões astrológicas e discussões sociopolíticas. À
panelinha do basquete por serem companhia durante o isolamento social e pelas
rachas de basquete e volei, as melhores pausas que muito renovaram as minhas
energias para dar continuidade ao estudo.
Aos amigos do PETpsico e agregados, AKA Jogadores de Perfil, que se tornaram a
melhor rede de apoio e pertencimento que eu poderia ter. Obrigada pela torcida,
preocupação, companheirismo, jogatinas, karaokês, discussões sobre psicologia,
arquitetura, urbanismo e reality shows e por toparem gentilmente participar das
brincadeiras/dinâmicas fotográficas, que tanto agregaram a este trabalho, durante
nossas inúmeras e saudosas idas a Barra. Aos amigos da Edificações 214-A 2014,
que até hoje se unem em torcida e esforço sempre que qualquer um de nós precisa.
A todos, o meu agradecimento e um forte abraço à distância, na esperança de que
em breve possamos fazê-lo de forma presencial. Muito obrigada!
Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser
simples. Não é preciso muito para ser muito.
Lina Bo Bardi
RESUMO
This final graduation work aims to present an urban draft developed from strategies for
road readjustment of urban perimeters of highways, elaborated from the case study of
the stretch of the BR-104 located in Rio Largo city, proposing an urban configuration
that attends not only the needs of motorized transport users, but mainly those of active
transport users, mostly used by the residents of the region. After the 2010 flood, which
devastated the lower and central part of the municipality, about 7.273 families were
reestablished in new housing projects, in addition to approximately 30 residential
condominiums, located in the highest and flattest area of the municipality, away from
the river, on the sides of the highway. The occupation gradually increased the number
of traffic accidents such as being run overs and collisions, reaching the marks of 10
deaths and 62 injuries to health in 2013 in the study cutout, a stretch that has only 8,57
km, evidencing the need for readjustment of the highway after the inauguration of this
projects, looking to attend the needs of the population that would come to occupy these
locations. The methodological procedures used were the characterization of the area,
from the cartographic elaboration and crossing of socioeconomic, urban and traffic
data; study of theoretical references on cities for people, insurgent urbanism, feminist
urbanism and urban mobility; and analysis and manuals of traffic legislation. It was
concluded that the implementation of general strategies such as reducing the width of
the road lanes, reducing the maximum speed allowed, expanding public lighting,
maintaining vegetation, in addition to insurgent strategies such as prioritizing the
implementation of public sidewalks, bike paths, support for animal-drawn transport and
signposted pedestrian crossings can make urban space safer, more democratic and
healthier.
Gráfico 9 – Relação entre risco de morte do pedestre e velocidade de impacto ..... 119
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 – Mapa hipsométrico da Zona Urbana de Rio Largo .................................... 46
Mapa 2 – População absoluta por setor censitário: Zona urbana de Rio Largo (2010)
................................................................................................................................... 86
Mapa 3 – População absoluta em idade escolar por setor censitário: Zona urbana de
Rio Largo (2010) ........................................................................................................ 87
Mapa 4 – População idosa absoluta por setor censitário: Zona urbana de Rio Largo
(2010) ........................................................................................................................ 88
Mapa 5 – População feminina absoluta por setor censitário: Zona urbana de Rio Largo
(2010) ........................................................................................................................ 89
Mapa 6 – População masculina absoluta por setor censitário: Zona urbana de Rio
Largo (2010) .............................................................................................................. 90
Mapa 7 – Renda média domiciliar por setor censitário: Zona urbana de Rio Largo
(2010) ........................................................................................................................ 97
Mapa 8 – Total de domicílios com renda menor ou igual a 1 salário mínimo por setor
censitário: Zona Urbana de Rio Largo (2010) ............................................................ 98
Mapa 9 – Renda média domiciliar por setor censitário – entorno da Rodovia BR-104
(2010) ........................................................................................................................ 99
Mapa 10 – Domicílios com renda menor ou igual a 1 salário mínimo – entorno da
Rodovia BR-104 (2010) ............................................................................................. 99
Mapa 11 – Uso e ocupação do solo: Zona Urbana de Rio Largo (2019) ................. 102
Mapa 12 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2017) . 106
Mapa 13 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2018) . 107
Mapa 14 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2019) . 108
Mapa 15 – Síntese da localização dos sinistros trânsito por tipo na BR-104 em Rio
Largo (2017, 2018 e 2019) ...................................................................................... 109
Mapa 16 – Uso e ocupação do solo: Trecho 1 – Conjunto Residencial Lins de Souza
e entorno (2019) ...................................................................................................... 150
Mapa 17 – Uso e ocupação do solo: Trecho 2 – Panificação Continental e entorno
(2019) ...................................................................................................................... 153
Mapa 18 – Uso e ocupação do solo: Trecho 3 – Escola Estadual Santos Dumont e
entorno (2019) ......................................................................................................... 156
LISTA DE PRANCHAS
Trecho 1: Conjunto Residencial Antônio Lins de Souza e entorno
Prancha 1 – Imagens de localização, perfil de elevação do trecho, plantas elevações
e perspectivas ......................................................................................................... 151
1 Considerações iniciais
O presente trabalho final de graduação (TFG), intitulado “Mobilidade Urbana
Insurgente: Proposta de readequação viária para a BR-104 em Rio Largo – AL”, tem
como objetivo elaborar um anteprojeto urbano de readequação viária do perímetro
urbano da BR-104 pertencente ao município de Rio Largo, Alagoas, buscando propor
uma configuração urbana que englobe não só as necessidades dos usuários
transitórios1, mas principalmente as dos habitantes locais2, que utilizam o espaço com
mais frequência.
A ideia do tema surgiu a partir de um trabalho acadêmico desenvolvido para a
disciplina de Planejamento Regional e Urbano 1, do projeto pedagógico do curso de
Arquitetura e Urbanismo (UFAL, 2006), ministrada pela professora Débora Cavalcanti,
durante o semestre letivo de 2018.2. O trabalho consistia na produção de um artigo
que abordasse os problemas urbanos do município de Maceió e os relacionasse a
teóricos nacionais e internacionais estudados durante a disciplina. A proposta do
trabalho imediatamente me remeteu a um fenômeno que eu observava todos os dias,
não necessariamente em Maceió, mas em Rio Largo, região metropolitana, no meu
caminho Casa – Universidade e que também já havia experienciado em companhia
da minha avó: a presença de tantas pessoas caminhando às bordas da rodovia,
apesar do risco que essa atividade apresentava, ao meu ver. Inicialmente, surgiram
dois questionamentos: Por qual motivo as pessoas estavam se expondo a esse risco
e por que, mesmo com tanto espaço livre às margens da rodovia, não havia
infraestrutura que contemplasse esses usuários, obrigando-os a utilizar o
acostamento.
Durante a disciplina, foi desenvolvido um artigo intitulado “Caminhabilidade em
perímetros urbanos de rodovias: Estudo de caso do bairro Antônio Lins no município
de Rio Largo, Alagoas3”, que acabou me despertando o desejo pessoal de estudar o
município em que morava e o interesse por mobilidade urbana, até então não
descoberto. Desde então, a partir do contato com as demais disciplinas ligadas ao
1 O termo “usuário transitório” é utilizado no estudo para caracterizar usuários que acessam a área de
estudo da rodovia apenas como parte do trajeto, de passagem, normalmente em veículos motorizados,
com destino final além dela.
2 O termo “habitantes locais” é utilizado no estudo para caracterizar usuários que têm a área de estudo
como origem ou destino de seus trajetos e, por tanto, a utilizam com mais frequência e a partir de outras
formas de locomoção como a ativa e a de propulsão animal. Ex.: Moradores, comerciantes,
trabalhadores, etc.
3 CIRÍACO. Valéria da Silva Leite. Caminhabilidade em perímetros urbanos de rodovias: Estudo de
caso do bairro Antônio Lins no município de Rio Largo, Alagoas. Rio Largo, 2019. Não publicado.
24
Desta forma, o conceito inspira a finalidade do trabalho, que tem como ideal
promover um sistema de mobilidade urbana adequado às necessidades reconhecidas
na área de estudo, ao invés de complementar o existente, por meio da inclusão dos
usuários desfavorecidos. No entanto, visto que ainda vivemos em uma sociedade
regida pelo sistema capitalista, hegemônico e que prioriza formas de deslocamento
excludentes, seria necessária a total reformulação da realidade urbana atual para que
o conceito de mobilidade urbana insurgente acima apresentado fosse cumprido de
forma plena. Sendo assim, o presente anteprojeto urbano busca readequar o espaço
viário da área de estudo, propondo sugestões factíveis e com possibilidade real de
execução a curto/médio prazo, considerando o contexto urbano atual. Estas
sugestões buscam transformar as possibilidades de locomoção exercidas na área em
atividades mais democráticas, justas, saudáveis e seguras a todos os seus usuários -
sobretudo mulheres, pessoas racializadas, idosos/as, crianças, pessoas com
25
4 Além dos sinistros de trânsito, pessoas que possuem contato diário com um sistema viário ineficiente
podem sofrer com questões de saúde, tais como problemas auditivos, cardiorrespiratórios
(VASCONCELOS, 2018, p. 95-107) e psicológicos, causados pela poluição, alto fluxo de veículos e
trânsito, por exemplo.
26
Figura 1 – Mapa político do município de Rio Largo; em laranja, as áreas com ocupação urbana.
FLEIXEIRAS
MURICÍ
MESSIAS
ATALAIA
MACEIÓ
SATUBA
PILAR
BAHIA
SERGIPE
prevista e pela possibilidade de alteração brusca nos resultados dos dados coletados
a partir do início do isolamento.
Os procedimentos metodológicos do trabalho foram elencados buscando atender
os objetivos específicos citados anteriormente e podem ser sintetizados de acordo
com o quadro 2.
Gráfico 1 – Mobilidade dos habitantes por porte do município e modo principal em 2016 (Em
destaque, o dado no qual o município de Rio Largo se enquadra.
Total de viagens
Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Autoral, 2019.
Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Autoral, 2019. Fonte: Cleane Lacerda,
2019.
33
A qualquer período do dia, pode ser observado o uso das áreas livres residuais
e acostamentos para locomoção da população de todas as faixas etárias: a pé, em
bicicletas, com carrinhos de bebê e carros de mão, em carroças e cavalos. É possível
também perceber que há fluxo de pedestres e ciclistas em período noturno,
demonstrando que a utilização dos espaços da rodovia, que possui grandes trechos
com ausência de iluminação, é, de fato, uma necessidade. Além do uso para fins de
locomoção, é possível ver com frequência crianças e jovens utilizando os espaços à
lazer, com skates e patins; há também uma tradição local de caminhadas esportivas,
principalmente no horário entre o fim da tarde e o início da noite, quando a população
costuma se dirigir ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, equipamento que,
por possuir boa infraestrutura cicloviária, de passeios públicos e de interesse
paisagístico, serve a população como espaço público de lazer, dada a insuficiência de
parques e praças no bairro em que está situado (figuras 11 a 13).
5 Foram realizadas buscas nos meios eletrônicos do Município, nos quais estão disponíveis o Plano
Diretor Municipal, dentre outras legislações referentes a demais áreas da administração. Já o Código
de obras do Município foi localizado por meio de consulta do número da lei nos repositórios do estado
de Alagoas. Houve a tentativa de contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura por e-mail e
pelo site da Prefeitura Municipal de Rio Largo, ambos sem respostas. Por conta do período de
isolamento social no qual esta etapa da pesquisa foi realizada, não houve possibilidade de acesso
presencial a esta secretaria. Desta forma, são consideradas como legislações urbanas vigentes no
presente trabalho apenas o Plano Diretor Municipal (RIO LARGO, 2009), e o Código de Edificações
(RIO LARGO, 1997).
35
Figura 14 – Ocupação urbana de Rio Largo em junho de 2006. Figura 15 – Ocupação urbana de Rio Largo em fevereiro de 2020.
[...] Nos fins do século XIX, duas Companhias [figuras 17 e 18] (hoje fundidas
numa só – Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos) compraram Terras do
Engenho Rio Largo e do Engenho Cachoeira do Regente, limítrofe, e
montaram duas fábricas para industrialização de fibras têxteis. Aproveitaram-
se, para tanto, das facilidades de energia hidráulica oriunda das pequenas
cachoeiras formadas pelo rio Mundaú. A linha férrea, passando na localidade,
muito contribuiu para o desenvolvimento do centro industrial. (IBGE, 1959, p.
156).
39
O interesse pela indústria de tecelagem ocorreu no fim deste século, logo após
a Guerra de Secessão, ocorrida entre 1861 e 1865 nos Estados Unidos, que, até
então, dominava a indústria de tecelagem, abastecendo o mercado interno e
exportando, graças ao amplo acesso a matéria prima, produzida em latifúndios
algodoeiros no Sul do país, até então, escravagista, e a forte produção industrial de
transformação, no Norte (SILVA, s.d.). Na guerra, a União (Norte), que tinha ideais
abolicionistas e liberalistas, acaba por derrotar os Confederados (Sul), tendo como
consequências a abolição da escravatura, o declínio das culturas agrícolas no Sul e o
fim do domínio do mercado da tecelagem (SILVA, s.d.).
Figura 21 – Grupo Escolar Gustavo Paiva, antigo Figura 22 – Inauguração do Ginásio Municipal
Escolas Reunidas da CAFT, meados de 1950. Judith Paiva, em 1955.
Fonte: Rio Largo Antiga, 2020. Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.
De acordo com SIMÕES et al (2008, p. 25), Rio Largo passa a ser considerada
apenas como uma cidade-dormitório6 por sua proximidade e dependência econômica
da Capital, com produção centralizada em outra monocultura, a canavieira.
Com [...] a melhoria das estradas de Maceió para outros municípios, Rio
Largo foi perdendo importância econômica para se transformar numa cidade
de serviços, dependente cada vez mais da dinâmica da Capital.
Do mesmo modo, o Distrito Industrial de Rio Largo, localizado no Tabuleiro
do Pinto (parte alta do município, em direção a Capital), não conseguiu se
expandir e possui poucas indústrias expressivas[...]. (SIMÕES et al, 2008, p.
26).
No ano de 2010, a Cidade passou pelo evento mais catastrófico de sua história
até então. No dia 18 de junho, após 4 dias de chuvas fortes e ininterruptas que
atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas, os níveis dos rios Paraíba e Mundaú
se elevaram como nunca visto anteriormente, provocando rompimento de barragens
ao longo de seus cursos e ocasionando uma enchente que atingiu 26 municípios em
Alagoas, dos quais 15 decretaram estado de calamidade pública, sendo Rio Largo
(figuras 25 a 28) um dos mais devastados (MADEIRO, 2010).
Figura 25 – Violência das águas no rio Mundaú Figura 26 – Antiga vila operária da Fábrica
em frente à antiga fábrica de tecidos Progresso Cachoeira submersa, no bairro de Gustavo
Alagoano, 2010. Paiva, 2010.
Fonte: Rio Largo Antiga, 2020. Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.
6 Termo utilizado para descrever cidades em que as pessoas possuem residência, mas costumam se
deslocar para outras cidades para realizar atividades básicas como, por exemplo, trabalhar, estudar,
fazer compras ter acesso a serviços de saúde e/ou bancários. Desta forma, seus habitantes costumam
sair de casa no início do dia e só retornar ao fim dele, provocando o fenômeno conhecido como
“movimento pendular” que, por sua vez, refere-se ao deslocamento diário de pessoas de uma cidade
para outra para realizar essas atividades.
43
Fonte: Rio Largo Antiga, 2019. Fonte: Rio Largo Antiga, 2019, adaptada pela
autora.
Fonte: Rio Largo Antiga, 2019. Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.
Quadro 3 – Relação dos loteamentos residenciais construídos em Rio Largo na década de 2010.
Loteamento residencial Inauguração Unidades
habitacionais
Residencial Antônio Lins de Souza Jun/2018 1.040
Residencial Barnabé Oiticica I Jun/2015 736
Residencial Bosque dos Palmares Jun/2013 273
Residencial Demorisvaldo Targino Wanderley 2012 400
Residencial Edson Novaes * 1.800
Residencial Francisco Tavares Granja Dez/2011 500
Residencial Jarbas Oiticica Jan/2016 3.148
Residencial José Carlos Pierucetti Ago/2012 215
Residencial Teotônio Vilela Fev/2013 961
* - Até o momento da elaboração do presente trabalho, o Residencial Edson Novaes não foi entregue.
Considera-se assim a entrega de 7.273 das 9.073 unidades habitacionais.
Fonte: Autoral, 2021.
Figura 35 – Vista aérea do complexo fabril de Rio Largo em seu apogeu. Figura 36 – Vista aérea do antigo complexo fabril de Rio Largo atualmente.
Legenda:
01 – Estacionamento da Viação Veleiro Rio
Largo;
02 – Antigo edifício do setor administrativo
(ruína); 17 19
03 – Praça 15 de outubro;
04 – Antiga oficina – almoxarifado (ruína);
05 – Linha férrea;
06 – Antiga casa da Gerência (abandonada); 16
07 – Antigo departamento de saúde 13
(abandonado); 12
08 – Limite Rio Mundaú/Av. Getúlio Vargas 14
09 – Rio Mundaú; 10
10 – Residência Família Paiva; 09 11
11 – Antigo restaurante (ruína);
12 – Antigo grupo escolar Gustavo Paiva
(ruína);
13 – Ministério Apostólico Betel (antigo 18
Cinema); 15
14 – Antiga tipografia (demolida);
15 – Shopping Fábrica Progresso (antiga
fábrica); 07
16 – Feira de Rio Largo;
17 – Igreja Matriz de Rio Largo; 08
18 – Lojas comerciais (antigo Cassino);
19 – Estação Central de VLT;
06
20 – Casas remanescentes da antiga Vila
Operária de Rio Largo;
21 – Casas remanescentes da antiga Vila
Operária de Cachoeira.
20
05
02
01
21
03
04
Fonte: CASTRO, 2015. Fonte: Google LLC, 2021, adaptado pela autora.
51
Figura 37 – Pinturas feitas nas fachadas das Figura 38 – Casas, à esquerda, Estação de VLT,
ruínas de casas destruídas pela enchente de ao centro, e Igreja, à esquerda, que venceram a
2010, no bairro de Gustavo Paiva. enchente, no bairro Gustavo Paiva.
Figura 17 – Fábrica de Figura 18 – Praça 15 de Figura 24 – Ao centro, a Figura 23 – Figura 26 – Antiga vila Figura 29 – Pouco restou
Tecidos Progresso Outubro, ao centro, e Fábrica progresso em Desenvolvimento da vila operária da Fábrica do bairro de Gustavo
Alagoano, fundida Fábrica de Tecidos 1965 e a expansão operária, ao fundo, após a Cachoeira submersa, no Paiva. O antigo prédio da
posteriormente com a Cachoeira, ao redor. Ao urbana em seu entorno, construção da Fábrica bairro de Gustavo Paiva, fábrica transformou-se em
Fábrica Cachoeira. fundo, vila operária. ao fundo. Cachoeira, à direita. 2010. ruínas.
Fonte: História de Alagoas, Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.Fonte: Rio Largo Antiga, 2020.Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.Fonte: Rio Largo Antiga, 2019.
2015.
13 de julho de 1915: Início do século XX: Primeira metade do Década de 1960: 19 de junho de 2010: Década de 2010:
século XX:
- Após a construção da - O antigo engenho é - Fim do ciclo do - Enchente no Rio - Questionamento da
ferrovia estadual; posteriormente - Expansão da indústria algodão; Mundaú; viabilidade de
- A ferrovia facilita o adquirido pela CAFT; de tecelagem; - Sofre pela - Região central e reocupação ribeirinha;
escoamento do - Cidade passa a se - Cidade atinge o dependência da demais áreas - Histórico de enchentes;
engenho Rio Largo; destacar como núcleo apogeu; monocultura e indústria ribeirinhas; - Realocação de edifícios
- De vila, torna-se sede industrial do estado. - Destaque por sua pouco diversificada; - Cerca de 4.159 administrativos;
municipal. cultura e infraestrutura - Declínio e desabrigados e 4 - Implantação de
urbana. estagnação; mortos (MADEIRO, loteamentos
- Dependência 2010). habitacionais;
econômica da capital, - Ocupação às margens
passando a ser da BR-104.
considerada como
“Município dormitório”.
55
56
3 (In)volução modal
3.1 Histórico
A forma de locomoção primária da espécie humana é a pé.
Pedestres são pessoas que se deslocam a pé, incluindo crianças, adultos e
idosos, com diferentes capacidades de percepção e agilidade. Os pedestres
podem apresentar limitações físicas como deficiências motoras e de visão;
podem ainda ter limitações de locomoção permanentes ou temporárias, como
o transporte de carrinhos de bebês, carrinhos de compras, cadeira de rodas
e crianças de colo. (ITDP, 2019, 2010, p. 10).
Diz-se que, ainda no fim do século XIX, a prefeitura de Paris construiu caminhos
especiais nos parques para essas bicicletas, separando-as do trânsito de charretes e
carroças, com o objetivo de evitar acidentes. Assim surgiram as primeiras ciclovias
(BRASIL, 2015, p. 31). No Brasil, a bicicleta foi trazida neste mesmo período, por
imigrantes do Sul do país, sendo levada posteriormente a cidades como Rio de
Janeiro e São Paulo pela burguesia, após experiências com o ciclismo esportivo e de
lazer na Europa. Apesar de sua importação comercial ainda ao fim do século XIX,
houve uma demora no início de seu uso como meio de transporte individual e de
pequenas cargas no país (HARKOT, 2018, p. 67).
58
Fonte: Museum of Science and Industry, Chicago Fonte: Revista Vox. Maurice Branger/Roger
/ Getty Images, 2020. Viollet/GettyImages, 2020.
Desta forma, há pouco mais de cem anos, as vias urbanas ainda eram
majoritariamente compartilhadas, sem muitos problemas, por pedestres, bicicletas,
vendedores ambulantes, charretes, carrinhos de mão e pelos demais atores da cidade
à época (figura 46).
Só então na segunda metade do século XIX, quando os automóveis
começaram a ser fabricados em escala industrial, surgiu a necessidade de criação de
legislações de regulação de trânsito, controladas, convenientemente, por grupos da
indústria automobilística (ITDP, 2020a, p. 20).
Os automóveis invadiram a cidade no decorrer do século XX. [...]O influxo de
veículos levou a conflitos quanto ao uso do espaço público entre carros em
movimento ou estacionados, pedestres e ciclistas. A influência do
planejamento de tráfego nas cidades cresceu junto com a conquista dos
carros. Embora todas as cidades tivessem um departamento de trânsito, em
poucas ele dispunham de recursos para proteger as condições dos pedestres
e da vida na cidade. (GEHL; SVARRE, 2018, p. 43).
Nesta mesma década, destaca-se uma das pioneiras da crítica à soberania dos
transportes motorizados no planejamento, a urbanista americana Jane Jacobs, que
costumava observar as dinâmicas urbanas a partir da própria experiência, fazendo
com que as discussões urbanas de proposições de cidades utópicas, comuns aos
teóricos urbanos precedentes, dessem lugar a crítica ao espaço existente e
vivenciado.
Os automóveis costumam ser convenientemente rotulados de vilões e
responsabilizados pelos males das cidades e pelos insucessos e pela
inutilidade do planejamento urbano. Mas os efeitos nocivos dos automóveis
são menos a causa do que um sintoma da nossa incompetência no
desenvolvimento urbano[...]. As necessidades dos automóveis são mais
facilmente compreendidas e satisfeitas do que as complexas necessidades
61
A visão feminina da cidade de Jacobs, que teve três filhos e realizava tarefas
domésticas, à época, designadas socialmente as mulheres, causou grande incômodo
aos pensadores urbanos, que, até então eram, em maioria absoluta, homens. As
influências do planejamento urbano sistêmico – que enxergava a cidade como um
organismo, com órgãos interdependentes, mas com funções separadas, sempre
buscando a ordem e a racionalidade (SOUZA, 2016) – vigentes na época e
encontradas até hoje nas legislações municipais, como, por exemplo, nas leis de
zoneamento, produziram abismos sociais e divisões sexuais que, até então, no âmbito
do planejamento urbano, nunca haviam sido questionadas.
[...]Sua crítica ecoa com os debates feministas atuais em torno do
planejamento urbano, que afirmam que o zoneamento funcionalista
modernista separou e distanciou os locais de “trabalho” das zonas
residenciais, acentuando o espelhamento da divisão sexual do trabalho no
espaço urbano, isolando as mulheres nos espaços destinados à esfera
doméstica e afastando ainda mais os homens das tarefas cotidianas de
reprodução da vida. (HELENE, 2018).
O Plano Provo das Bicicletas nos libertará desse monstro. Provo lança a
bicicleta branca de propriedade comum. A primeira bicicleta será apresentada
ao público quarta-feira, 28 de julho, às três da tarde, no Lieverdje, o
monumento ao consumismo que nos torna escravos.
A bicicleta branca nunca terá cadeados. A bicicleta branca é o primeiro meio
de transporte coletivo gratuito. A bicicleta branca é uma provocação contra a
propriedade privada, porque a bicicleta branca é anarquista! A bicicleta
branca está à disposição de quem quer que dela necessite. Uma vez
utilizada, nós a deixamos para o usuário seguinte. As bicicletas brancas
aumentarão em número até que haja bicicletas para todos, e o transporte
branco fará desaparecer a ameaça automobilística. A bicicleta branca
simboliza a simplicidade e higiene diante da cafonice e da sujeira do
automóvel. Uma bicicleta é algo, mas quase nada!”. (MARQUEZ, 2016, p.
89).
Assim como Jacobs, Gehl faz duras críticas ao uso excessivo de veículos
motorizados, com ênfase aos de transporte individual, buscando sempre incentivar e
viabilizar a mobilidade não motorizada como premissa para o desenvolvimento de
cidades mais sustentáveis.
O tráfego de bicicletas e de pedestres não lota o espaço da cidade. Os
pedestres têm exigências muito modestas: duas calçadas de 3,5 metros, ou
uma rua de pedestres de 7 metros de largura podem acomodar 20.000
pessoas por hora. Duas ciclovias de 2 metros de largura são suficientes para
10.000 ciclistas por hora. Uma rua de duas mãos e duas faixas suporta entre
1.000 e 2.000 carros por hora (horário de pico). Uma ciclovia transporta,
portanto, cinco vezes mais pessoas do que uma faixa de automóveis. Em
termos de estacionamento, em apenas uma vaga de automóvel há espaço
para dez bicicletas. [...]. (GEHL, 2015, p. 105).
Além dos gastos com infraestrutura, energia e uso do solo, Gehl mostra o quão
prejudicial socialmente são as políticas públicas de priorização aos transportes
individuais motorizados, que acabam por beneficiar uma pequena parcela da
população que tem acesso a esses veículos e deixando esquecida, muitas vezes, a
população menos favorecida socioeconomicamente.
Sustentabilidade social é um conceito amplo e desafiador. Parte do seu foco
é dar aos vários grupos da sociedade oportunidades iguais de acesso ao
espaço público e também de se movimentar pela cidade. A igualdade é
incentivada quando as pessoas caminham e andam de bicicleta, em
combinação com o transporte público. Mesmo sem seus carros, as pessoas
devem ter acesso ao que a cidade oferece e à oportunidade para uma vida
cotidiana sem restrições impostas por opções ruins de transporte. A
sustentabilidade social também tem uma importante dimensão democrática
[...]. (GEHL, 2015, p. 109).
64
(ITDP, 2020b, p. 8). Quanto aos automóveis, as críticas tornaram-se cada vez mais
severas.
O que não está nada bem é a situação atual, em que o automóvel recebeu
carta branca para distorcermos as cidades e nossas vidas. [...]Agora, graças
à sua crescente demanda de espaço, velocidade e tempo, o carro reformulou
nossas paisagens e estilos de vida em torno de suas próprias necessidades.
É um instrumento de liberdade que nos escravizou. (SPECK, 2017, p. 79).
Em 2003 é criado no Brasil o Ministério das Cidades, com objetivos como unir
as atividades relativas ao desenvolvimento urbano e ampliar as discussões sobre a
qualidade do sistema de trânsito nacional.
A constituição de 1988 assegurou ao Governo Federal a competência para a
Política Nacional de Desenvolvimento Urbano – incluindo o transporte
urbano. Essa inclusão constituiu uma oportunidade de organizar o
desenvolvimento urbano no país em novos moldes. Como resultado, em
2003, foi criado o Ministério das Cidades, que passou a reunir todas as
atividades relativas ao transporte público, à habitação e ao desenvolvimento
urbano.
Na área específica de transporte urbano, destacam-se a criação da
Secretaria Nacional de Mobilidade e Transporte Urbano e a transferência do
Departamento Nacional da Justiça para o Ministério das Cidades.
(VASCONCELLOS, 2018, p. 125).
Speck (2017) traz em seu estudo um novo ponto de vista, levando em conta a
viabilidade da adesão dos meios de transporte não motorizados em cidades que –
ainda – não possuem infraestrutura para esses usos, realidade atual de muitas
cidades brasileiras, o que diverge, por exemplo, do discurso proposto pela Política
Nacional de Mobilidade Urbana, que tem como alguns de seus fundamentos a justa
distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e
serviços, e a equidade no uso do espaço público de circulação. É uma diretriz da
PNMU a “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados
e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado”
(BRASIL, 2008).
[...]Cidades que, recentemente, combinaram um reinvestimento em seus
centros com a criação de um sistema de trânsito transformador e
infraestrutura para bicicletas – como Portland e Denver –, são locais
preferenciais para novas mudanças, para aqueles que têm escolha. Para
aqueles que não têm, pode-se dizer que a cidade tem obrigação de libertar
seus residentes do peso da dependência do automóvel. Quando uma cidade
o faz, todos se beneficiam, inclusive a própria cidade[...]. (SPECK, 2017, p.
71).
desbloqueados por aplicativo (ITDP, 2020b, p. 13). No entanto, em cidades que não
contam com o compartilhamento, a insegurança quanto ao tráfego e quanto a
violência ainda retrai os usuários. Apesar do seu valor de venda, prejudicado pelos
altos impostos que incidem sobre a mercadoria, a bicicleta ainda é o meio de
transporte com o melhor custo benefício dentre os demais, tornando-se a melhor
opção à população de menor renda que precisa se deslocar a curtas e médias
distâncias. Enquanto a indústria automobilística estrangeira recebe diversos
incentivos fiscais, a Caloi, maior indústria de bicicletas do país terminou por falir,
deixando diversas dívidas (G1, 2020), ao tempo que a política nacional de transportes
e de investimentos em infraestrutura continua, explicitamente, favorecendo e
incentivando os modais individuais motorizados, tornando a utilização da bicicleta,
cada vez mais, um ato de resistência.
É também o caso das pessoas que se locomovem a pé. Apesar das calçadas
e passeios serem parte da composição das vias (BRASIL, 2008, p. 57), na maioria
dos municípios brasileiros a responsabilidade pela manutenção delas é do proprietário
do lote lindeiro, como é o caso de Maceió (MACEIÓ, 2007, p. 75), exemplificando a
diferença de importância dada entre o transporte motorizado e o pedonal.
A negligência em relação ao andar a pé atingiu um ponto tal que, para os
técnicos, a ideia de “rede viária” é restrita a infraestrutura necessária para
fazer os veículos circularem, revelando o princípio implícito de que apenas
aqueles que estão dentro dos veículos são “produtivos” para a sociedade.
(VASCONCELOS, 2018, p. 162).
O Plano possui apenas mais um artigo com relação ao tema, que prevê a
normatização do transporte e do trânsito no Município no prazo máximo de 1 ano após
a publicação da Lei (RIO LARGO, 2009, p. 24).
Apesar dos tópicos destacados relacionados à mobilidade urbana não
motorizada, componentes do parágrafo 1o referente às diretrizes para a mobilidade
urbana no Plano, a sua maioria refere-se à construção, restauração e manutenção de
infraestrutura de vias para veículos, além da normatização e fiscalização de
transportes motorizados. Quanto ao parágrafo 2 o, que prevê a normatização do
transporte e do trânsito do Município, aparentemente, não foi cumprida – após
pesquisas nos portais digitais da Prefeitura e tentativa de contatos com a
Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, não foram localizados
documentos legislativos referentes ao tema – mesmo 11 anos após a publicação.
O Plano cita também a preservação das rodovias estaduais presentes no
Município, no caso, a AL-210, dividindo as responsabilidades de manutenção e gestão
com os órgãos estaduais, diferentemente das rodovias federais, excluídas do texto.
Isto se dá pela natureza administrativa das rodovias federais, que cabe, a princípio,
exclusivamente ao DNIT.
No entanto, é possível citar casos em que o Município assume a
responsabilidade por trechos urbanizados de rodovias federais, como é o caso de
Maceió, que assumiu a responsabilidade por trechos das rodovias BR-316 – Av.
Menino Marcelo – e BR-104 – Av. Fernandes Lima, Av. Durval de Góis Monteiro e Av.
73
Lourival Melo Mota. A ação se deu por meio de convênio, no qual o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT – concede os trechos da rodovia
que se encontram dentro do perímetro urbano da Cidade à Prefeitura Municipal de
Maceió por 25 anos (BRASIL, 2016, p. 126). O contrato tem como principal
embasamento legal a Portaria MT no 41, de 16 de março de 2006 que “Disciplina
procedimentos para a delegação aos Municípios, Estados da Federação, Distrito
Federal ou a consórcio entre eles, [...], da administração de rodovias e a exploração
de trechos de rodovias, ou obras rodoviárias federais, e dá outras providências.”
(BRASIL, 2006, p. 82). Entre os artigos que a portaria estabelece, destacam-se:
Art. 1º A União, por intermédio do Ministério dos Transportes, poderá delegar
aos Municípios, aos Estados da Federação, ao Distrito Federal ou a consórcio
entre eles, pelo prazo de até vinte e cinco anos, prorrogáveis por igual
período, a administração de rodovias e a exploração de trechos de rodovias,
ou obras rodoviárias federais. [...]
Art. 2º Para a consecução da delegação de que trata esta Portaria, poderá a
Entidade pretendente administrar rodovias e explorar trechos de rodovias ou
obras rodoviárias federais, diretamente ou mediante concessão, nos termos
da legislação federal aplicável.
Art. 3º O Convênio de Delegação será firmado com a interveniência do
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT, o qual, em
apoio ao Ministério dos Transportes, exercerá o acompanhamento, quando
requerido, da execução dos serviços e obras programadas.
Art. 4º O processo de delegação terá início com a apresentação, pela
Entidade interessada, de estudos técnicos preliminares que demonstrem a
exeqüibilidade dos programas ou projetos que envolvam rodovias, trechos de
rodovias, ou obras rodoviárias federais[...].
Art. 8º As obras e serviços a serem realizados em decorrência do Convênio
de Delegação deverão obedecer às normas técnicas estabelecidas pelo
DNIT, admitida a adoção de inovações, desde que previamente aprovadas
pela Autarquia Federal. [...]. (BRASIL, 2006, p. 82-83).
Quanto aos ciclistas, o manual faz referência aos tipos de vias que podem ser
adotados e às condicionantes que devem ser observadas na adoção, dentre elas
redução de acidentes, acessibilidade, paradas, estacionamento de veículos
motorizados, entre outras (BRASIL, 2010a, p. 115-118). Assim como nas diretrizes
para pedestres, podem ser detectados subdimensionamentos das vias e alguns
equívocos, como, por exemplo, a proposição de ciclofaixas entre faixas de tráfego de
veículos motorizados e estacionamento destes (Figura 51), modelo que põe em risco
os ciclistas, pela travessia de veículos motorizados na ciclofaixa, devendo ser a
ciclofaixa invertida com o estacionamento, o transformando em uma barreira de
proteção para os ciclistas.
Figura 51 – Seção transversal típica de via com ciclofaixa sugerida pelo Manual de projetos
geométricos e travessias urbanas do DNIT.
antecipadamente por possíveis atitudes que podem ser evitadas com mudanças
simples no projeto urbano.
Quando as ciclovias com dois sentidos de tráfego são adjacentes à rodovia,
podem surgir alguns problemas operacionais, a saber:
• Um dos sentidos do tráfego de bicicletas será contrário ao do tráfego de
veículos adjacente, o que normalmente não é esperado;
• Quando termina a ciclovia, os ciclistas que estão no sentido contrário terão
que passar para o outro lado da rodovia, se não desejarem ficar na
contramão, o que não é aceitável. O tráfego no lado errado da rodovia é a
maior causa de acidentes, envolvendo carros e bicicletas, e deve ser
desencorajado em todas as oportunidades; [...] (BRASIL, 2010a, p. 125)
Para obtenção dos dados estatísticos foram consultadas fontes como o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (MIRANDA, 2005) e Polícia Rodoviária Federal (BRASIL, 2020b). Para
que houvesse uma otimização da análise dos dados obtidos em relação a área de
estudo, foi feita a espacialização dos dados em mapas temáticos considerando para
o estudo a área de ocupação urbana do município.
Buscando atender as necessidades do estudo, foram elaborados no total 15
mapas temáticos (quadro 4) com objetivo de realizar análise comparativa a partir do
cruzamento de dados hipsométricos, urbanísticos, sinistros de trânsito na rodovia
estudada e socioeconômicos, sendo estes mapeados de acordo com os setores
censitários (IBGE, 2010), para melhor distinção de dados nas diferentes localidades
estudadas.
81
Além dos 15 mapas da área total de estudo, que permitem a análise de toda
área urbana do município, foram elaboradas 3 sínteses enfocando o entorno da
rodovia BR-104, para facilitar a compreensão e cruzamento de dados do leitor, sendo
estas, uma imagem síntese dos mapas de caracterização populacional, 2 mapas
reduzidos relativos à caracterização socioeconômica, e uma síntese da localização
dos sinistros de trânsito por tipo nos três anos estudados.
Os mapas foram escolhidos baseando-se nas necessidades identificadas
durante o estudo e em análises feitas pelos autores estudados, destaque às de
Vasconcellos (2018).
Para chegar a um determinado lugar numa hora específica, as pessoas
precisam organizar os seus deslocamentos. Para isso, devem analisar
diversos fatores relacionados à mobilidade na sua cidade e decidir qual é a
melhor forma de transporte. Existem três tipos de fatores que interferem nas
decisões dos indivíduos: os fatores pessoais, como condições física e
financeira; familiares, como a cultura local e o ciclo de vida pessoal; e
externos, como a oferta de meios de transporte. (VASCONCELLOS, 2018, p.
49).
82
agropecuários, CANA-DE- Por conta da grande quantidade de terras voltadas a esta monocultura, optou-se por evidenciá-la no
independentemente AÇUCAR mapeamento.
de suas dimensões
VAZIOS URBANOS: LIVRES Lotes com vestígios de edificações inabitadas.
Áreas públicas ou
privadas, EDIFICADOS Lotes, com presença de vegetação ou não, inabitados.
delimitadas ou não,
edificadas ou ARRUAMENTO Gleba com demarcação de ruas e quadras, indicando ocupação futura próxima.
vazias, inutilizadas EXISTENTE
OUTROS USOS: CEMITÉRIO Apesar de constar apenas um exemplar em toda a área mapeada, este não deve ser confundido como
Distintos por sua ponto de interesse constante como os demais usos institucionais.
natureza e/ou AEROPORTO Toda a gleba pertencente ao Aeroporto.
extensão territorial VILA MILITAR Uso residencial, de grande extensão territorial, restrito aos servidores da Aeronáutica,.
Fonte: Autoral, 2020.
85
Vale ressaltar que este mapeamento foi realizado através do software Google
Earth Pro (GOOGLE LLC, 2020), estratégia utilizada por conta da ausência de uma
base cartográfica elaborada pelo Município. Desta forma, os lotes foram identificados
visualmente a partir da análise de imagens de satélite. Após a conclusão do
mapeamento, as camadas foram exportadas para o software QGIS 3.10.12 (QGIS
DEVELOPMENT TEAM, 2020), para tratamento final do arquivo. O mapeamento foi
feito considerando as áreas ocupadas com maior influência da rodovia objeto BR-104
nos limites do município.
Como complemento aos mapas elaborados, foram feitos também gráficos
apresentando dados numéricos obtidos a partir de planilhas fornecidas pelo IBGE
(1965/2019) e pela PRF (2020).
Gráfico 2 – População absoluta por ano no Estado de acordo com os registros censitários.
Imagem 52 – Síntese gráfica da caracterização populacional nos setores censitários no entorno da rodovia BR-104, em Rio Largo/AL, baseada nos mapas apresentados anteriormente.
População Absoluta População Idosa População de Crianças e Jovens População Feminina População Masculina
V
92
7
Localidade caracterizada por uma vila operária construída para os trabalhadores da Usina Santa Clotilde S/A,
que atua no município como indústria de transformação da cana-de-açúcar. Já o termo CIMAPRA refere-se a
Companhia Mercantil Agropecuária Pratagy, proprietária das terras de cultivo de cana-de-açúcar do entorno da
localidade. Dessa forma, CIMAPRA é um termo comumente utilizado pela população como referência à
localidade.
93
Analisando o mapa de renda domiciliar por setor censitário (mapa 7), pode-se
constatar que as rendas domiciliares mais baixas da cidade estão localizadas na
região central da Cidade. No entanto, às margens da BR-104, chama atenção a renda
registrada nos setores das proximidades do Posto Palmares e do bairro Mata do Rolo,
consideravelmente menor do que as dos setores do seu entorno. Desta forma, é
possível prever a forma de locomoção predominante aos habitantes locais, como
apresentado no gráfico 4.
Mapa 7 – Renda média domiciliar por setor censitário: Zona urbana de Rio Largo (2010). 97
11
Gráfico 4 – Viagens por modo de transporte de acordo com a renda familiar mensal.
apresentava alta de Sinistros até o ano de 2008, com 60 registros, com posterior
queda até 2010, ano em que ocorreu a enchente que afetou a região central da cidade,
no qual foram registradas 83 ocorrências no total. A partir disso, houve uma queda
nos registros até 2013, ano em que foram inaugurados os primeiros residenciais
próximos a rodovia, realocando as famílias vítimas da enchente, com um total de 91
ocorrências.
106
Mapa 12 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2017).
107
Mapa 13 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2018).
108
Mapa 14 – Localização das ocorrências por tipo na BR-104 em Rio Largo (2019).
109
Mapa 15 – Síntese da localização dos sinistros trânsito por tipo na BR-104 em Rio Largo (2017, 2018 e 2019).
Gráfico 6 – Sinistros de trânsito por causa principal na BR-104 em Rio Largo - AL, de acordo com o
relato do agente de trânsito (2019).
Gráfico 7 – Evolução anual do número de vítimas de ocorrências na BR-104 em Rio Largo - AL por
estado físico das vítimas (2007-2019).
a área 3, onde estão situadas duas das zonas com mais domicílios com renda familiar
inferior a 1 salário mínimo por mês.
114
115
Princípios Diretrizes
Adequar a locomoção a pé às necessidades de seus principais
usuários: mulheres, crianças, idosos, com enfoque nas questões
Justiça social e insurgentes e nos passageiros não-neutros (HARKOT, 2018).
acessibilidade Revisar a necessidade de implantação de travessias na escala e
universal com prioridade ao pedestre, iluminação e abrigos de ônibus
sempre que houver implantação de novos loteamentos lindeiros
e/ou próximos à rodovia;
Implantar infraestrutura cicloviária e de passeios públicos com
Prioridade do dimensões e nivelamento adequados
transporte não Viabilizar, por meio da implantação de infraestrutura adequada, a
motorizado sobre locomoção de transportes ativos de carga, como bicicletas de
o transporte carga, carros de mão, veículos por tração animal, entre outros
motorizado Promover travessias pedonais seguras, acessíveis e sinalizadas,
nas quais o pedestre tenha prioridade.
Prioridade do
transporte
motorizado
Promover estratégias que facilitem a locomoção de veículos de
coletivo e de carga
carga e de transporte público coletivo
sobre o transporte
motorizado
individual
Estímulo a Reduzir tarifas referentes ao transporte público coletivo;
utilização do Implantar abrigos de ônibus seguros, acessíveis e sinalizados
transporte coletivo Aumentar a oferta de abrangência, linhas e trechos
Estímulo à Promover a integração modal, em destaque a locomoção ativa ao
integração modal; transporte coletivo;
Implantar iluminação pública nas áreas urbanas, passeios,
ciclovias, travessias e abrigos de ônibus
Segurança viária Viabilizar a circulação segura de veículos movidos à tração animal
nos Promover estratégias que facilitem a locomoção de veículos de
deslocamentos carga
Reduzir velocidades de tráfego motorizado em áreas com maior
densidade de usos residenciais, comerciais e de serviços
Municipalizar o trecho urbano da BR-104 situado dentro dos limites
do município de Rio Largo
Promover a educação de trânsito acessível a todos os atores do
Gestão
espaço
democrática da
urbano
mobilidade urbana
Promover planejamento e gestão participativos, incluindo a
sociedade civil
nas decisões
Fonte: Autoral, 2021.
118
No decorrer do estudo, foi possível perceber que uma das principais causas
das ocorrências de trânsito diz respeito ao excesso de velocidade, tornando
necessária a adoção de medidas de moderação de tráfego.
Estudos recentes mostram que há relação direta entre a velocidade de impacto
de veículos motorizados e a mortalidade nas ocorrências de trânsito (gráfico 8). Em
alguns casos, pequenas reduções de velocidade podem reduzir consideravelmente a
gravidade e o risco de ocorrências (gráfico 9).
A velocidade é o fator mais importante para determinar a gravidade dos acidentes
e a probabilidade de suas ocorrências. Velocidades mais altas demandam tempos
de reação mais longos e distâncias de paradas mais extensas, estreitam o cone
de visão e oferecem menor tempo para que os demais usuários possam reagir. A
elevação da velocidade média em 1 km/h resulta em um risco 3% mais alto de
acidentes e no aumento de fatalidades entre 4% e 5%. (GLOBAL DESIGN CITIES
INICIATIVE, 2018, p. 178).
119
Fonte: Global Design Cities Iniciative, 2018, p. Fonte: Global Design Cities Iniciative, 2018, p.
10. 10.
8
A via de sentido crescente (sentido Rio Largo – Maceió), no trecho compreendido entre o Viaduto do Aeroporto
Zumbi dos Palmares e o Viaduto da antiga PRF, possui dois acostamentos por ter sido construída anteriormente
à duplicação da rodovia, funcionando originalmente como sentido duplo, onde existia apenas uma faixa de
rolamento e um acostamento para cada sentido da rodovia, sem separação física entre elas. Atualmente o
acostamento situado no lado esquerdo da via situado no município de Rio Largo é utilizado como faixa de retorno
e, informalmente, como faixa de locomoção de pedestres, ciclistas e carroças.
120
Figura 71 – Síntese esquemática (croqui) da seção padrão de vias sugerida para a área de estudo, com destaque para as travessias. 115
VIA PRINCIPAL
COM SENTIDO
DE CIRCULAÇÃO
OPOSTO AO DA
VIA SECUNDÁRIA
(VER FIGURA 71)
9 Medida baseada na metade da largura mínima de 9,00 para criação de vias de sentido duplo de
circulação em novos loteamentos exigida pelo Código de Urbanismo e Edificações do município de
Maceió (MACEIÓ, 2007, p. 44).
10 É comum que as superfícies dedicadas ao trânsito de cavalos possuam solos arenosos por estes
serem mais confortáveis e adequados para o pisoteio. Em alguns casos, vegetações de forração
também são utilizadas por sua menor absorção de calor. No entanto, os materiais foram considerados
inviáveis para aplicação em vias do presente anteprojeto.
11 O concreto permeável é um material utilizado com principal objetivo de reduzir a permeabilização de
áreas urbanas, que costumam sofrer com problemas como ilhas de calor e inundações. De acordo com
ROCHA (2018), esse material “é desenvolvido para permitir a passagem de água e ar por sua estrutura
através de um amplo sistema de poros interconectados. Os materiais que constituem os dois tipos de
concreto são basicamente os mesmos: cimento, água, brita e areia. A diferença está na quantidade de
areia, que em geral é bem reduzida ou até mesmo nula. No concreto permeável, busca-se utilizar
material granular quase todo do mesmo tamanho, de forma a criar vazios que não conseguem ser
preenchidos[...] Entretanto, por possuir mais vazios em sua estrutura, [...]apresenta resistência reduzida
quando comparado com concretos convencionais.”, o que torna o material indicado apenas para áreas
de baixo tráfego de veículos, por não possuir existência mecânica suficientemente elevada. Sendo
assim, o material não foi sugerido para os passeios públicos. Acredita-se que sua porosidade pode
criar, com o uso frequente, fissuras que podem causar acidentes com pedestres e prejudicar a
identificação da sinalização tátil aos portadores de deficiência visual.
123
Figura 73 – Exemplo de esquema de redução gradativa de velocidades na Avenida, aplicado à área do entorno da Escola Estadual Santos Dumont.
Sugere-se que essa segregação seja feita por canteiros, que devem ser
envoltos – no limite com o acostamento – por um meio fio elevado de 0,30m de altura,
buscando impedir o acesso de veículos a área, executado a partir de blocos pré-
fabricados, dotados de cortes para drenagem e pintura refletiva para sinalização
noturna. Além de promover segurança viária e segregação física para a ciclovia, os
canteiros têm como principal objetivo a contribuição para a drenagem da Avenida,
funcionando como um jardim de chuva (figuras 74 e 75), contribuindo com a drenagem
pluvial tanto da via para transportes motorizados quanto da ciclovia, que deve possuir
inclinação de 3% com queda para o jardim de chuva, evitando a criação de espelhos
d’água que costumam causar derrapagens e quedas de veículos. Dessa forma, o meio
fio elevado deve ser de modelo drenante, permitindo o escoamento da água da via
para o jardim, enquanto o lado voltado para a ciclovia deve ser aberto (ver figura 74).
Os jardins de chuva têm um tipo especial de solo filtrante que pode remover
poluentes trazidos pelo escoamento superficial da via[...] também são chamados
de sistemas de biorretenção, planos biofiltrantes, trincheiras de detenção ou
valetas permeáveis. Alguns são desenhados para permitir a infiltração no subsolo
enquanto outros são projetados para reter temporariamente e tratar as águas das
chuvas e conduzi-las para a jusante. (GLOBAL DESIGN CITIES INICIATIVE,
2018, p. 156).
126
Fonte: Global Design Cities Iniciative, 2018, p. Fonte: Portland Bureau of Enviroment Services,
158, adaptado pela autora. s.d.
12
Boa parte dos pedestres costuma se locomover na área livre residual existente após o acostamento da via
decrescente (sentido Rio Largo – Maceió). Esta área se mostra maior neste sentido da via por conta de sua
duplicação, que se utilizou dessas áreas anteriormente existentes do lado oposto. Em alguns trechos, a área livre
residual da via de sentido crescente é inexistente.
128
acompanhados por semáforos para pedestres com acionamento manual por botão e
sinais sonoros para travessia, devendo ser instalados em áreas de grande fluxo de
travessias em horários específicos como, por exemplo, áreas escolares e industriais,
onde este fluxo se concentra nos horários de início, troca e fim de expediente/turno.
Já os redutores eletrônicos de velocidade devem ser implantados em travessias
próximas a áreas residenciais, comerciais e pontos de ônibus, onde a frequência de
travessias é mais distribuída, ocorrendo durante todo o dia.
As medidas eletrônicas de cumprimento das velocidades máximas
estabelecidas têm como principal objetivo aumentar a segurança na travessia de
pedestres. Entendendo que os semáforos foram propostos em proximidades de
estabelecimentos que funcionam em horário comercial, bem como os redutores
eletrônicos que servem, além das atividades locais, ao fluxo proveniente do transporte
público, sugere-se que os radares tenham funcionamento limitado ao horário de
funcionamento do transporte coletivo. Com isso, é possível promover um horário
prioritário para livre circulação de veículos de carga, facilitando o escoamento da
produção e contribuindo com a fluidez diurna do trafego, com a possível redução
desses veículos no turno.
13 Ao todo, foram localizadas apenas sete praças regulares em toda a área de estudo, excetuando as
localizadas nos limites dos loteamentos recentes – uma no loteamento Antônio Lins e oito no
loteamento Jarbas Oiticica – e no Aeroporto internacional Zumbi dos Palmares. Os demais espaços de
lazer consistem em apropriações pela população de terrenos abandonados.
131
Figura 79 – Parque linear urbano em Itatuba – Figura 80 – Parque linear urbano em Palheiros –
PB. SP.
▪ Jogos de mesa
▪ Apoio à locomoção
14 As paradas de transporte público devem localizar-se sempre após as vias transversais, evitando o
conflito no acostamento no fluxo de entrada e a interrupção da visibilidade no fluxo de saída da via
transversal. Por sua vez, as travessias de pedestres devem ser feitas sempre por trás dos pontos de
parada do transporte público (à esquerda do abrigo), evitando atropelamentos e interrupções no fluxo
do transporte.
135
possuir área de apoio aos animais, com bebedouros e jardineiras para cultivo de capim
(figura x) e devem localizar-se em áreas estratégicas como, cooperativas e indústrias
de reciclagem, por exemplo, usos comuns ao longo da rodovia.
Figura 92 – Exemplo de estrutura de apoio à Figura 93 – Vista externa da estrutura de apoio à
locomoção por tração animal. locomoção por tração animal.
15 Em consulta ao Manual de Vegetação Rodoviária (BRASIL, 2009a, 2009b), não foram encontradas
sugestões diretas de espécies vegetais dos biomas para aplicação em projetos de rodovias. Desta
forma, foram consultados outros manuais aplicáveis, como o Guia de Arborização da Prefeitura de
Maceió (MACEIÓ, 2001).
16 Dimensão referente ao comprimento entre a base onde a árvore está inserida e sua copa. É
necessária a atenção a essa dimensão para que a espécie escolhida não prejudique a circulação de
pessoas e/ou veículos com sua locação. Apesar da dificuldade de acesso a informações referentes a
altura do fuste das espécies referidas no estudo, considerando a atenção à locomoção supracitada,
recomenda-se a utilização de árvores com altura de fuste superior a 2,00m em projetos rodoviários.
17 Por sua natureza, o projeto sugerido nesse estudo deve demandar baixa frequência de
manutenção. Dessa forma, árvore com folhas caducas (como a mangueira, por exemplo)
demandariam limpeza urbana frequente.
137
18Exceto espécies com estrutura semelhante ao porte arbóreo, como, por exemplo, a espécie
Caesalpinia pulcherrima.
138
F2 ¹Figura 97: ¹Tradescanti ¹Commelinacea ¹América 0,30 a - - ¹Equatorial, ¹Luz ¹Perene ¹Rósea
Lambari, a zebrina e do Norte, 0,40 Oceânico, Difusa,
Trapoeraba- México Subtropical, Meia
roxa. Tropical Sombra
B - ARBUSTIVAS
5Figura 5Caesalpinia 5Leguminosae- 5 5 63m 5
B1 107: Antilhas 3a4 - ¹Equatorial, ¹Meia ¹Perene Vermelha
Flamboian- pulcherrima caesalpinioideae Subtropical, Sombra, (todo o ano)
zinho Tropical Sol Pleno
¹(PATRO, 2021); ²(LORENZI, 1992); ³(LORENZI, 1998); 4(LORENZI, 2009); 5(LORENZI, 2003); 6(MACEIÓ, 2001). Células não preenchidas não se aplicam ou não tiveram
informação referente obtida.
Elaboração: Autoral, 2021.
140
parcialmente, as áreas de parque linear. Nas áreas de calçadas próximas aos lotes
lindeiros e ao longo das faixas de parque linear, a iluminação deve ser feita também
em LED, de preferência na cor amarela (L3).
As luminárias voltadas às ilhas, aos abrigos de transporte público e aos
passeios públicos deverão possuir altura de 4,50m, enquanto as voltadas à ao leito
carroçável da Avenida deverão possuir altura de 6,00m, altura utilizada atualmente na
iluminação do município, dotadas de braço auxiliar para iluminação direcionada às
ciclovias, com altura de 3,00m.
Figura 110 – Representação gráfica dos fachos de luz emitidos por luminárias de distribuição
totalmente limitada (a) e por luminárias de distribuição limitada (b).
Figura 114 – Localização das seções exemplares para propostas na rodovia BR-104.
143
b
c
Para representação gráfica das seções desses trechos, foi utilizada o software
online StreetMix (STREETMIX, 2021), que permite produzir croquis esquemáticos
simplificados a partir da inserção de dimensões de vias. A partir destes croquis
pretende-se demonstrar por meio de ilustrações a distribuição dos espaços em vista
sugerida para cada tipo de seção de via. Desta forma, devem ser desconsideradas,
nestes croquis, dimensões como alturas de postes, portes arbóreos e gabaritos de
edificações, representados de forma simbólica pelo software. Por conta da dificuldade
de legibilidade nos croquis das dimensões produzidas pelo software, as dimensões
referentes às especificidades da sessão estão descritas no texto, enquanto as
dimensões das sugestões seguem os esquemas apresentados nas ilustrações do
subcapítulo anterior
Canteiro central
Faixa de Faixa de 14,50m Faixa de Faixa de
Plantação agrícola (cana-de-açúcar) Recuo da via (sem pavimento) Acostamento Acostamento Recuo da via (sem pavimento) Edificações lindeiras à Rodovia
rolamento rolamento rolamento rolamento
5,50m 3,00m 3,00m 7,50m
3,50m 3,50m 3,50m 3,50m
Figura 117 – Seção proposta da Avenida Comendador Gustavo Paiva às proximidades da localidade CIMAPRA.
Canteiro central
Serv. Faixa de Faixa de 14,50m Faixa de Faixa de Área
Calçada Ciclovia Jard. chuva Acostamento Acostamento Jard. chuva Ciclovia Serv.
Calçada
Plantação agrícola (cana-de-açúcar) 0,60
2,00m 1,50m rolamento rolamento rolamento rolamento 0,60 multiuso Edificações lindeiras à Rodovia
2,40m m 2,70m 2,70m 1,50m 2,00m m 2,40m
3,30m 3,00m 3,00m 3,30m 2,00m
Recuo da via (sem Faixa de Faixa de Canal de drenagem / Faixa de Faixa de Acostament
Edificações lindeiras à Rodovia pavimento) Acostamento Recuo da via (sem pavimento)
rolamento rolamento Barreiras New Jersey rolamento rolamento o Edificações lindeiras à Rodovia
5,50m 3,00m 3,50m 14,20m
3,50m 3,50m 3,50m 3,50m 3,00m
Figura 120 – Seção proposta 1 da Avenida Comendador Gustavo Paiva às proximidades da Panificação Continental.
Figura 121 – Seção proposta 2 da Avenida Comendador Gustavo Paiva às proximidades da Panificação Continental.
Jard. Faixa de Faixa de Canal de drenagem / Faixa de Faixa de Acostamento Jard. Serv. Serv.
Calçada Serv.
Ciclovia Acostamento Barreiras New Jersey chuva
Ciclovia Calçada Parque Linear Via secundária Calçada
Edificações lindeiras à Rodovia 0,50 chuva rolamento rolamento rolamento rolamento 2,70m 2,00m
0,60 0,60
1,60m Edificações lindeiras à Rodovia
2,40m m 2,00m 2,70m 3,50m 1,50m m 2,40m 1,50m 4,50m m
1,50m 3,30m 3,00m 3,00m 3,30m
Figura 123 – Seção atual da Rodovia BR-104 às proximidades da Escola Estadual Santos Dumont.
Serv.
0,50
Recuo da via (sem pavimento) Acostamento Faixa de rolamento Faixa de rolamento Canteiro central Acostamento Faixa de rolamento Faixa de rolamento Acostamento Recuo da via (sem pavimento) m
Edificações lindeiras à Rodovia 17,00m 3,00m 3,00m 6,00m 3,00m 3,00m 3,00m 25,50m Edificações lindeiras à Rodovia
3,00m 3,00m
Figura 124 – Seção proposta 1 da Avenida Comendador Gustavo Paiva às proximidades da Escola Estadual Santos Dumont.
Calçada Praça Estaciona- Via se- Serv. Ciclo Jard. Faixa de Faixa de Canteiro central Área Faixa de Faixa de Acostamento Jard. Ciclo Serv. Calçad
Parque Linear Via secundária Serv.
Ponto de ônibus Acostamento Multiuso rolamento rolamento
Ponto de ônibus
chuva -via 0,60 a 0,50Calçada Edificações lindeiras à Rodovia
E. E. Santos Dumont 3,00m
mento cundária 0,60 -via chuva rolamento rolamento 6,00m 2,70m 2,70m 10,00m 4,50m m 1,80m
2,60m 2,10m 2,50m m 2,00 1,50m
2,70m 2,70m 3,30m 3,00m 3,00m 3,00m 3,30m 1,50m 2,00 m 2,40m
m m
Figura 125 – Seção proposta 2 da Avenida Comendador Gustavo Paiva às proximidades da Escola Estadual Santos Dumont.
Parque linear Serv. Ciclo Jard. Acostamento Faixa de Faixa de Canteiro central Área Faixa de Faixa de Acostamento Ponto de ônibus
Jard. Ciclo Serv. Calçad Parque Linear Via secundária Serv.
Edificações lindeiras à Rodovia Calçada 0,60 -via Ponto de ônibus
rolamento rolamento Multiuso rolamento rolamento chuva -via 0,60 a 0,50Calçada Edificações lindeiras à Rodovia
2,40m 7,60m m
chuva
2,70m 2,70m 6,00m 3,00m 3,00m 3,30m 2,70m 2,70m
1,50m 2,00 m 2,40m 10,00m 4,50m m 1,80m
2,00 1,50m 3,30m 3,00m
m m
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L2 L2 L3 L3 L3 L3 L3
A5 A5
A3
A7 A7 A5 A5 A7 A5 A5 A5
A8 A8 A8
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
L2 L2
B1 B1
B B'
L2
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
A1 A1
A8 B1 A5 A5
A4 A4 A4 A8 A4 A4 ,45
,30 ,30 ,30 ,30
,45 JK
ng
,15 ,15
go shoppi
,10 ,10 ,03 ,05 ,07 ,03 ,07 ,05 ,03 ,10 ,03 ,10 ,03
3,90 2,40 ,60 2,00 1,50 ,10 2,70 3,30 3,00 ,10 11,70 ,10 3,00 3,30 2,70 ,10 1,50 2,00 ,60 2,40 3,90 3,00 5,75 3,00
62,65
PARQUE LINEAR PASSEIO CICLOVIA JARDIM ACOSTAMENTO FAIXAS DE ROLAMENTO CANTEIRO CENTRAL FAIXAS DE ROLAMENTO ACOSTAMENTO JARDIM CICLOVIA PASSEIO PARQUE LINEAR
PÚBLICO DE DE PÚBLICO
CHUVA CHUVA
TRECHO 01 - SEÇÃO A-A'
07 ESCALA: 1/150
A1 A2 A2
A3 L1
A3 L1 A5 A3 A4
A6
A1
A1
A5 A5
A7 A7 A8 A4
A5 A8 A8 ,45 ,45
A5 A4 A4 ,15 ,10 ,03 ,15 ,07 ,15 ,07 ,15 ,03 ,10 ,15
A8 L2 L2
A4 A8 A4 L2 L2
L2 L2 L2
L2 L2 L2 PASSEIO PASSEIO
L2 L2 L2 L2 PÚBLICO ,72 2,16 ,70 2,09 ,10 3,09 3,00 ,10 3,86 ,10 3,00 3,09 ,10 2,09 ,61 2,00 ,60 PÚBLICO
L2 L2 L2
27,42
CICLOVIA JARDIM ESPERA FAIXAS DE ROLAMENTO ILHA DE REFÚGIO FAIXAS DE ROLAMENTO ESPERA JARDIM CICLOVIA
N
0 5 10 20m DE (TRAVESSIA) PARA PEDESTRES (TRAVESSIA) DE
CHUVA (CANTEIRO) CHUVA
TRECHO 01 - SEÇÃO B-B'
ESCALA GRÁFICA 08 ESCALA: 1/150
A'
L3 M13 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L2 L2 L3 L3 L3 L3 L3
,10
,10 M13 M14 M5
M9 M9 2,00 13,92 2,03 ,61 2,01 1,55 ,09 3,05 3,05 3,85 3,05 3,05 1,52 2,02 ,63 2,43
M9 M9 M4
M13
M3 M3 M3 M3 A5 ,10
A5
4,20
3,36
M8 M4
3,00
M8 M4 M7
M9 M5 M3 M9 M9
,30
M8 M8 M5
M14
M2 M14 M8
M1
A3
11,16
5,20
5,20
M5 M5 M5
5,78
A5 M7 A5 M6 A5 A8
A7 M1 A8 M2 A7 M1 M2 A8 M8 A5 A7 A5 M1 M14 M1
L3 L3 M6 L3 M6 L3 L3 L3
M6 L3 L3 L3 L3 L3 M6
,30
M6 M14 M8 L2 L2
M8 M9 M9 M5
M4 M9
M8
3,00
M3
3,00
M5
4,20
M14
M3 M3 M3 M3
B1 M14
B1
3,02
M7
3,91
3,75
3,00
M8
2,40
B B'
2,40
2,40
,60
M7 M7 M7 L2 M7 M7 M7
2,00
,60
,60
L2 L2 M13 L2 L2 L2 M13 L2 M18 L2 L2 L2 M13 L2 L2 L2 L2 M13 L2
2,00
2,00
2,70
B1
1,50
1,50
A4 A4 A4 M14 M13 A5 A4 A4 A5
A8 A1 A8 A1
,10
,10
,10
PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02
2,70
2,70
09 SEM ESCALA 10 SEM ESCALA
3,30
3,30
3,00
3,00
4,42 95,58 4,42
,10
,10
M10 M11 M10 M11
L1
10,02
L1 A3 A4
A3 A2 A2
12,49
A3 A5
A6 M10 M11 M10 M11
M11 M10
,10
3,00
,10
3,00
3,30
3,30
2,70
,10
A5 A5 A4 A1
1,50
2,70
A7 A8 A1
A4 A8 A4 A8 A7
2,00
,10
A5 A5 M7
1,50
A4 A8 M14 M7 L2 L2 M13 L2
A8 M7
,60
A4 M13
M18 M7 L2 L2 L2 M13 L2
2,00
L2 L2 M13
2,40
M7 L2 L2 M13 L2
M7 L2
,60
M7 L2 L2 L2
L2 M13
2,40
M4 M4
M16 M16 M14 M17
3,92
M5
3,91
M14 M3
M5
M4 M4
M5 M17 M4 M5 M4 M3 M3
M3 M3 M3 M3 M3 M3 M3
M3
A
TRECHO 01 - PLANTA BAIXA
05 ESCALA: 1/300
PERSPECTIVA 03 PERSPECTIVA 04
11 SEM ESCALA 12 SEM ESCALA
A'
P7 L3 P6 L3 P7 L3 L3 P6 P7 L3 L3 L2 L2 L3 L3 L3 P7 L3 L3 LEGENDA
P6 P6 P1 P7
F1 P - PAVIMENTOS
A5 A5 P1
PAVIMENTO EM ASFALTO.
P5
PAVIMENTO INTERTRAVADO NA COR CONCRETO.
F1 P6 P6
P5 P6 F1 F1 P2 PAVIMENTO EM CONCRETO VASSOURADO. PAVIMENTO INTERTRAVADO NA COR VERMELHA.
P6 F2 P6
P4 P2 P9 PAVIMENTO EM CONCRETO PERMEÁVEL.
F2 F2 F2 F2 F2 P2 F2 A3 F2 F2 P3
PAVIMENTO EM CONCRETO PERMEÁVEL PINTADO EM VERMELHO.
P7
PAVIMENTO EM AREIA MÉDIA.
P5 P5 P5 P5 P5 P1 P5 P5 P5 P5
A5 P5 A5 A5
A7 A8 A7 A8 A5 A7 A5 P2
A8 P4
PAVIMENTO EM CONCRETO VASSOURADO PINTADO EM VERDE.
P8
PAVIMENTO EM PARALELEPIPEDO.
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
L2 L2 M - MOBILIÁRIO
APOIO VERTICAL ALTO EM CONCRETO.
P6 P6 CARAMANCHÃO PLÁSTICO DECOR MARROM 3,00X2,10X2,50M INBRASIL.
(SIMBOLOGIA REDUZIDA) M10
B1 B1 M1
P6 P6 F1 CARAMANCHÃO COM COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA E TELHADO APOIO VERTICAL MÉDIO EM CONCRETO.
F3 P6 F3 F3 F3 F3 ACRÍLICO. M11
P6 P2 M2 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P2
P2 P2 P2 B B' BANCO EM CONCRETO COM ENCOSTO. BEBEDOURO EM CONCRETO COM TORNEIRA DE JARDIM.
P6 P2 P2 P2 P2 M3 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
M12
P6 P6 P6 L2 P6 P6 P6 P6 P6
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 F1 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 MESA CIRCULAR EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS LIXEIRA LIXO ORGÂNICO/LIXO RECICLÁVEL TELA MOEDA EM METAL.
MEIA LUA.
M4 M13
P2 F1 B1 F1 P2 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
F1 F1 F1 F1 F1
A4 A8 A4 A1 A4 A5 A8 A4 A1 A4 A5 MESA QUADRADA EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS PARACICLO EM METAL.
INDIVIDUAIS.
P2 P2 P2 P2 P2 M5 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P2 (SIMBOLOGIA REDUZIDA) M14
BANCO CIRCULAR CANTEIRO PARA ENTORNO DE ÁRVORES. BEBEDOURO PARA CAVALOS.
P1 P1 P1 P1 (SIMBOLOGIA REDUZIDA) M15
M6
BANCO EM CUBOS DE CONCRETO. BARRA FIXA PARA EXERCÍCIOS FÍSICOS EM AÇO.
M7 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P1 P1 P1 P1 M16
P1
APOIO PARA PÉS EM CUBO DE CONCRETO. PRANCHA FIXA PARA ABDOMINAIS EM CONCRETO E AÇO.
M8 M17 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
ELEMENTO VERTICAL VAZADO COM COBOGÓS. ABRIGO DE ÔNIBUS ECOLÓGICO EM MADEIRA PLÁSTICA.
M18 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P2 L1 F1 TRECHO 01 - VISTA SUPERIOR DA ÁREA E PERFIL DE ELEVAÇÃO M9
A3 F1 A4 02
A3
P4 L1 A5 A3 F1 A2 A2 F1
FONTE: GOOGLE INC, 2021.
VEGETAÇÃO
A6
F1 A1
A - ARBÓREAS (SEM ESCALA) ARAÇA. B - ARBUSTIVAS (SEM ESCALA)
CANAFÍSTULA. FLAMBOIANZINHO.
A1 A5 B1
P1
CRAIBEIRA.
IPÊ-ROXO. F - FORRAÇÕES
P1
F1 GRAMA-AMENDOIM.
P1 P1
P1 A2 A6
LAMBARI, TRAPOERABA-ROXA.
P1 P2 BRINCO-DE-VIÚVA, JAMELÃO.
IPÊ-ROXO.
P2 P2 F2
P2
P2 P2 F1 F1
P2 A5 A5 P2 A4 A1 A3 A7
F1
F1
A7 A8 A1 FLAMBOYANT. GRAMA-ESMERALDA.
F1
F1
A4 A8 A4 A8 A7 P6
IPÊ-AMARELO.
F1 A4 A8 A5 A5 P2 P6 L2
P6 L2 L2 F3
A4 A8 P6 L2
P6 L2 L2 L2
P2 P2
L2 L2 L2 P2 A4 A8
P6 P6 L2 L2 P2
P6 L2 L2 L2 P6 P2 P2 L - ILUMINAÇÃO
L2 L2 P2
P2 P2 P6 P2 P6 POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA POSTE COM BRAÇO DUPLO PARA POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA
P2 P6 ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR
N
1. CONJ. RES. ANTÔNIO LINS DE SOUZA E ENTORNO KM 89, BR-104, RIO LARGO-AL INDICADA
CONTEÚDO: PRANCHA:
L2
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 40
km/h
40
km/h
A1 A1 A1 A1 A1 A1
A5 A5 A5 A5
A8 A8 A8 B1 B1 ,15
,45
,10
,30
,05 ,07 ,07 ,05
,30
,10
,45
,15 ,10 ,15
,03
-,20
2,70 ,60 2,00 1,00 ,10 2,70 3,30 3,00 ,41 3,18 ,41 3,00 3,30 2,70 ,10 1,50 2,00 ,60 2,40 2,95 1,80
39,75
COMÉRCIO/SERVIÇOS CALÇADA CICLOVIA JARDIM ACOSTAMENTO FAIXAS DE ROLAMENTO CANAL DE FAIXAS DE ROLAMENTO ACOSTAMENTO JARDIM CICLOVIA PASSEIO PARQUE CALÇADA COMÉRCIO/SERVIÇOS
DE DRENAGEM DE PÚBLICO LINEAR
CHUVA CHUVA
TRECHO 02 - SEÇÃO A-A'
07 ESCALA: 1/150
L1 L1 L1
A1 A1
A5
B1 A8 B1 B1 A8 A8 A4 A8 A8
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
L2 L2
L2 40
km/h
40
km/h
A1
A1
A5 B1 B1 A5 A5 ,15 ,15 ,15
B1 A7 ,05 ,07 ,07 ,07 ,05
6,30 1,20 2,70 3,30 3,00 4,00 3,00 3,30 2,70 1,20 3,90 3,22 1,20 4,50 1,20 1,20
45,92
L3 L3 L3 L3
L3 COMÉRCIO/SERVIÇOS ROTA PEDONAL RAMPA ACOSTAMENTO FAIXAS DE ROLAMENTO ILHA DE REFÚGIO FAIXAS DE ROLAMENTO ACOSTAMENTO RAMPA ROTA PEDONAL PARQUE VIA SECUNDÁRIA COMPARTILHADA CALÇADA COMÉRCIO/SERVIÇOS
L3 (TRAVESSIA) PARA PEDESTRES (TRAVESSIA) LINEAR TRAVESSIA
L3 L3 L3
L3 L3 TRECHO 02 - SEÇÃO B-B'
L3 08 ESCALA: 1/150
N
0 5 10 20m
ESCALA GRÁFICA
A B
1,80
2,65
,60
M13 L2 M13
2,00
L2 M7 L2 L2 M7 L2 L2 L2 M7 M7 L2 L2 M13 L2 L2 M7 M7 L2 L2 L2 M7 L2 M7 L2 M7 L2
2,60
2,30
M14 M18
1,00
A5 A5 A5 A5
,10
,10
A1 A1 A8 A1 A1 A8 A1 A1 A8 A1 B1 B1 B1 B1
2,70
2,70
3,30
3,30
PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02
09 SEM ESCALA 10 SEM ESCALA
3,00
3,00
,40
L1 L1 L1
4,00
3,20
,40
3,00
3,00
3,30
3,30
,10 2,70
2,70
,10
,10
,10
M14
1,40
1,40
1,40
1,40
B1 A8 B1 B1 A1 A8 A5 M13 B1 A8 A4 A8 A1 A8
B1 M18
2,00
2,00
2,00
2,00
M13 M13
,60
,60
,60
,60
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
L2 L2
1,80
2,40
2,40
2,40
L2 M13
M13 M14 M13 M8M13 M8 M8 M13 M13 M12
M5 M17
M5 M5 M16 M16
2,64
A1 M3 M12 M3 M3 M14
M3 B1 M3 M5
B1
.\Modelo 3D\R_3
3D\R_2 - Foto.jpg .\Modelo 3D\R_4 - Foto.jpg
4,58
M8M7 A5 M1 M5 M5 A1
5,06
M5 M4
,10
B1 M14 M1 M4 A5 A5 M4
M14 M3 M1 A7
M5 M3 M4
,10
M3
4,51
,10
M3
4,50
4,50
,10
,50
L3 L3 L3
L3
1,80
L3
,10
,50
,10
L3 L3
,50
L3 L3
1,80
L3
1,80
L3
N
0 5 10 20m
ESCALA GRÁFICA
A' B'
PERSPECTIVA 03 PERSPECTIVA 04
TRECHO 02 - PLANTA BAIXA
EDIFICAÇÕES LINDEIRAS À RODOVIA
11 SEM ESCALA 12 SEM ESCALA
05 ESCALA: 1/300 DEMOLIÇÃO MÍNIMA PARA EXECUÇÃO DO
ANTEPROJETO PROPOSTO
A B
LEGENDA
P - PAVIMENTOS
P2 ,15
P3
PAVIMENTO EM CONCRETO PERMEÁVEL PINTADO EM VERMELHO.
P7
PAVIMENTO EM AREIA MÉDIA.
MESA CIRCULAR EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS LIXEIRA LIXO ORGÂNICO/LIXO RECICLÁVEL TELA MOEDA EM METAL.
P1 P1 P1 P1 M4
MEIA LUA.
M13
(SIMBOLOGIA REDUZIDA)
MESA QUADRADA EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS PARACICLO EM METAL.
M5 INDIVIDUAIS. (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
F1 ,03
P4 L1 ,03
F1 P4 L1 F1
,03
L1 P4 ,03
F1 (SIMBOLOGIA REDUZIDA) M14
BANCO CIRCULAR CANTEIRO PARA ENTORNO DE ÁRVORES. BEBEDOURO PARA CAVALOS.
P9 P9 P9 P9 ELEMENTO VERTICAL VAZADO COM COBOGÓS. ABRIGO DE ÔNIBUS ECOLÓGICO EM MADEIRA PLÁSTICA.
P3 ,10
P3
,10
P3 B1 ,10
P3 P3 ,10
P3 P3 P3
,10
VEGETAÇÃO
,10
P6 P6 P6 P6 P6 P6 P6 A - ARBÓREAS (SEM ESCALA) B - ARBUSTIVAS (SEM ESCALA)
,15
P2 L2 L2 L2
P2 L2 L2 L2
L2
L2
P6
L2 L2 L2 L2 L2
L2
L2 ,15
L2 ARAÇA.
,15 ,15
,15
L2
,15
,15
P2 P2 CANAFÍSTULA. FLAMBOIANZINHO.
P2 P2 P2
,10
A1 A5 B1
,03
F2 P6 F3 F3 F3 F2,03 CRAIBEIRA.
,03
A5 F2,03 B1 B1 ,10
P6 F2 ,03
,03 P6 ,10 A1 IPÊ-ROXO. F - FORRAÇÕES
B1 A5 A5
A1 A7 F1 GRAMA-AMENDOIM.
P8
,15
P8 A2 A6
P8 BRINCO-DE-VIÚVA, JAMELÃO.
IPÊ-ROXO.
LAMBARI, TRAPOERABA-ROXA.
L3 P4 P8
L3 P2 L3 ,15 L3
F2
L3 P4 ,15
L3 A3 A7
,15
L3 P4 L3 L3
P2 L3 ,15 L3
,15
P2 FLAMBOYANT. GRAMA-ESMERALDA.
IPÊ-AMARELO.
L3 F3
N
A4 A8
L - ILUMINAÇÃO
,15
POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA POSTE COM BRAÇO DUPLO PARA POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA
0 5 10 20m ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR
L1 BRANCA. L2 BRANCA. L3 AMARELA.
CONTEÚDO: PRANCHA:
A5
L2 L2 L2 L2 L2 A5 A5 A5
L2
A1 L2 L2
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
A1 A1 A1
A8 A7 A8 A7 A8 A7
,45 ,45
JK ,30 ,30 ,30 ,30
,15 ,15 ,15 ,15 ,15
go shopping
,10 ,05 ,03 ,05 ,07 ,03 ,05 ,07 ,05 ,03 ,10 ,10 ,05
E. E. SANTOS DUMONT CALÇADA CICLOVIA ÁREA DE VIA SECUNDÁRIA JARDIM ACOSTAMENTO FAIXAS DE ROLAMENTO CANTEIRO CENTRAL FAIXA FAIXAS DE ROLAMENTO ACOSTAMENTO JARDIM CICLOVIA PASSEIO PARQUE PASSEIO VIA SECUNDÁRIA CALÇADA COMÉRCIO/SERVIÇOS
ESPERA DE FLEXÍVEL DE PÚBLICO LINEAR PÚBLICO
A3 A2 A3 A3 A2 A2 A2 CHUVA CHUVA
L1
TRECHO 03 - SEÇÃO A-A'
07 ESCALA: 1/150
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
A4 A1 A4 A4 A4
A7 A8 A7 A8 A7 A8 A7 A8
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
L2
L2
,45 ,45
,30 ,30 ,30
,15 ,03 ,15 ,10 ,15 ,05 ,07 ,03 ,05 ,07 ,05 ,03 ,10 ,15 ,10 ,15 ,05 ,15
A5 A5 A8 A8 A5 A8 A5 A5 A8 A5 A5
1,80 5,40 2,40 ,60 2,00 2,30 2,70 6,30 ,10 7,45 ,10 3,00 3,00 3,30 2,70 ,10 1,50 2,00 ,60 2,40 4,00 1,80 4,50 2,40
62,45
PASSEIO PARQUE LINEAR PASSEIO CICLOVIA ABRIGO PARA ACOSTAMENTO FAIXAS DE ROLAMENTO CANTEIRO CENTRAL FAIXAS DE ROLAMENTO ACOSTAMENTO JARDIM CICLOVIA PASSEIO PARQUE PASSEIO VIA SECUNDÁRIA CALÇADA COMÉRCIO/SERVIÇOS
PÚBLICO PÚBLICO TRANSPORTE DE PÚBLICO LINEAR PÚBLICO
PÚBLICO CHUVA
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
N
04 0 5 10 20m
ESCALA: 1/300
ESCALA GRÁFICA
A B
M3 M3 M13 M13
M13 M7
M8 M8 M7
M14 M4 M14 M4 M17 M17 M17 M14
L2 L2 L2 L2 A5M8 M14 M14 M16 M16 M16 M16 M16 M16
L2 A5 A5 A5
L2 M4 M4 M7
M12 M7
M3
L2 L2
M13 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
A1
M14
A1 A8 A7 A1 A8 A7 A8 A7 A1
B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 M18
M11 M10
PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02
M11 M10 09 SEM ESCALA 10 SEM ESCALA
A3 A6 A2 L1 A3 A3 A2 A2 A2
M11 M10
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
M18
M14
A7 A8 A4 A1 A7 A8 A4 A7 A4 A8 A7 A4 A8
M13
L2 M7 L2 L2 M7 L2 L2 L2 L2 M7 L2 L2 M7 L2 L2 L2 M7 L2 L2 M7 L2
L2
M3 M3 M13 M13 M3 M3 M13 M3 M3 L2 M13
M3 M3 M13 M3 M3 M13 M3 M13 M3 M3 M3
M14 M14 M12 M14 M17 M14 M14
M15 M15 M8 M8 M5 M8 M8
M5 M5 M4 M5 M5 M16 M16 M14
A5 M4 M9 M9 M9 M5 M5 M14 A5 M4 M4 M4 A5 A5 M4 M4 A5 M8 A5
M1 A5 M1 A8 A8 M8 M8 A8 A8 M8
M1
M3 M3 M2 M2 M3 M3 M6 M6 M3 M3 M3 M3 M3 M6 M3 M3 M6 M3 M3 M3 M3
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3
A' B'
N
0 5 10 20m
TRECHO 03 - PLANTA BAIXA
05 ESCALA: 1/300
ESCALA GRÁFICA PERSPECTIVA 03 PERSPECTIVA 04
11 SEM ESCALA 12 SEM ESCALA
A B
P2 P2 LEGENDA
P5 P2
P2 P - PAVIMENTOS
F3 PAVIMENTO EM ASFALTO. PAVIMENTO INTERTRAVADO NA COR CONCRETO.
P1 P5
P6 F2 F2 F2
L2 L2 L2 L2 L2 A5 P6 P6 P2 PAVIMENTO EM CONCRETO VASSOURADO. PAVIMENTO INTERTRAVADO NA COR VERMELHA.
P3 A5 A5 A5 P6
L2 P9 PAVIMENTO EM CONCRETO PERMEÁVEL.
P2 P3
PAVIMENTO EM CONCRETO PERMEÁVEL PINTADO EM VERMELHO.
P7
PAVIMENTO EM AREIA MÉDIA.
P6
P6 P2 P2 P4
PAVIMENTO EM CONCRETO VASSOURADO PINTADO EM VERDE.
P8
PAVIMENTO EM PARALELEPIPEDO.
P3 L2 L2 P6 P6
A1 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 P3
P3 M - MOBILIÁRIO
F1
P4 F1 F1 F1 CARAMANCHÃO PLÁSTICO DECOR MARROM 3,00X2,10X2,50M INBRASIL. APOIO VERTICAL ALTO EM CONCRETO.
F1 A8 A8 A8 M10
A1 A7 A1 A7 A7 A1 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 M1
P9 P9 P9 CARAMANCHÃO COM COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA E TELHADO APOIO VERTICAL MÉDIO EM CONCRETO.
ACRÍLICO. M11
M2 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P1 P1 P1 BANCO EM CONCRETO COM ENCOSTO. BEBEDOURO EM CONCRETO COM TORNEIRA DE JARDIM.
M3 (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
M12
P1 P1 P1 MESA CIRCULAR EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS LIXEIRA LIXO ORGÂNICO/LIXO RECICLÁVEL TELA MOEDA EM METAL.
MEIA LUA.
M4 M13
(SIMBOLOGIA REDUZIDA)
MESA QUADRADA EM CONCRETO PARA JOGOS E REFEIÇÕES, COM BANCOS PARACICLO EM METAL.
M5 INDIVIDUAIS. (SIMBOLOGIA REDUZIDA)
F1 P4 L1 F1 F1 F1 (SIMBOLOGIA REDUZIDA) M14
A3 A6 A2 A3 A3 A2 A2 A2 BEBEDOURO PARA CAVALOS.
BANCO CIRCULAR CANTEIRO PARA ENTORNO DE ÁRVORES.
P2 (SIMBOLOGIA REDUZIDA) M15
M6
L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 L3 BANCO EM CUBOS DE CONCRETO. BARRA FIXA PARA EXERCÍCIOS FÍSICOS EM AÇO.
M7
P9 P9 P9 M16
(SIMBOLOGIA REDUZIDA)
APOIO PARA PÉS EM CUBO DE CONCRETO. PRANCHA FIXA PARA ABDOMINAIS EM CONCRETO E AÇO.
ELEMENTO VERTICAL VAZADO COM COBOGÓS. ABRIGO DE ÔNIBUS ECOLÓGICO EM MADEIRA PLÁSTICA.
M18
P1 P1 TRECHO 03 - VISTA SUPERIOR DA ÁREA E PERFIL DE ELEVAÇÃO
(SIMBOLOGIA REDUZIDA)
P1 02 FONTE: GOOGLE INC, 2021.
M9
VEGETAÇÃO
CANAFÍSTULA. FLAMBOIANZINHO.
F1 F1 F1 F1 F1
A7 A8 A4 A1 P8 P4 A7 A8 A4 A7 A4 A8 A7 A4 A8 A1 A5 B1
P3 P3 P3
CRAIBEIRA.
P6 P6 IPÊ-ROXO. F - FORRAÇÕES
L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2 L2
P2 L2 P2 P2
F1 GRAMA-AMENDOIM.
L2
A2 A6
LAMBARI, TRAPOERABA-ROXA.
F2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 F2 BRINCO-DE-VIÚVA, JAMELÃO.
IPÊ-ROXO.
P6 F3 P6 P7 P2 F3 P5 P6 P5
A5 A5 A8 A8 A5 A8 A5 A5 A8 A5 A5 F2
A3 A7
P2 P2 P2
FLAMBOYANT. GRAMA-ESMERALDA.
IPÊ-AMARELO.
F3
P8 P8 P8 P8 P8 P8 P8
A4 A8
L3 L3 L3 P6 L3 L3 L3 L3 L3 L3 P6 L3 L3 L3 P6 L3 L3 L3 L3 L3 P6 L - ILUMINAÇÃO
P2 P6
P6 P2 P2 POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA POSTE COM BRAÇO DUPLO PARA POSTE COM BRAÇO SIMPLES PARA
ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR ILUMINAÇÃO EM LED DE COR
L1 BRANCA. L2 BRANCA. L3 AMARELA.
CONTEÚDO: PRANCHA:
6 Considerações Finais
políticas públicas que incidem sobre ela, além das consequências que a
reocupação da cidade nas proximidades da Rodovia trouxe. Com o
mapeamento, foi possível analisar e identificar os maiores pontos de conflito na
Rodovia e entender suas prováveis causas a partir do cruzamento entre dados,
percepções pessoais, e referências estudadas. Foi possível identificar, dessa
forma, que tais formas de ocupação e uso do solo nas margens da Rodovia
implicam em uma necessária modificação em sua configuração inicial, sua
municipalização e uma série de adaptações urbanas para sua assimilação no
tecido urbano da cidade de forma segura, adequada e com qualidade para a vida
dos habitantes do entorno. Como produto dessa identificação, essa fase do
estudo produziu um direcionamento às áreas prioritárias para intervenções
futuras na Rodovia que poderiam minimizar esses conflitos e,
consequentemente, poupar vidas.
A partir dessas reflexões, foi possível elaborar um programa urbanístico,
com princípios e diretrizes que apresentam as recomendações gerais as quais o
estudo acabou apresentando, direcionando de forma preliminar a uma
atualização de redação do plano diretor do município e à elaboração do Plano
Municipal de Mobilidade Urbana que, até a finalização desse trabalho, não teve
seu processo de elaboração iniciado. Em seguida, são apresentadas estratégias
projetuais que visam, a partir do estudo da área, orientar futuras intervenções
urbanas, não somente no trecho da Rodovia estudada, mas em outras áreas que
possuam características urbanas semelhantes às do trecho estudado, tendo o
teor de uma cartilha de orientações para essas intervenções.
O produto final do trabalho apresenta a aplicação do estudo por meio de
anteprojeto urbano em 3 áreas distintas, aplicando as estratégias propostas no
estudo com as devidas considerações das especificidades de cada área,
demonstrando de forma especializada a aplicação e adaptação das estratégias
sugeridas em diferentes contextos.
De modo geral, o trabalho contribui com as discussões de mobilidade
urbana e abre as discussões sobre a atenção a readequação viária de rodovias,
em especial às que, assim como as de Rio Largo, receberam loteamentos
habitacionais após catástrofes naturais, como foi o caso da enchente do Rio
Mundaú em 2010, que atingiu não só Alagoas como também outros estados do
nordeste. Desastres naturais como esse são cada vez mais comuns no Brasil
161
20
É necessário ressaltar que o parque linear foi sugerido em áreas livres residuais da Rodovia que, por
sua natureza, podem ser usadas futuramente para ampliação do número de faixas de rolamento,
priorizando ainda mais os modais motorizados, suficientemente contemplados
163
Referências
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170
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