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Professor - Língua Portuguesa
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NV-024MR-23-SEED-PR-PROFESSOR-PORTUG
Cód.:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para José Antônio Rêgo de Oliveira Júnior - 044.616.027-02, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Monalisa Costa e Nelson Sartori
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ISBN: 978-65-5451-104-9
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Edição: Março/2023
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protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
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ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
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escrito da Nova Concursos.
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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica
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– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
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nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-
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ritados da banca IBFC, organizadora do certame.
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A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência
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ra é com você!
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à Tópicos Relevantes e Atuais de Diversas Áreas - 2022
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SUMÁRIO
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COM O PEDAGOGO ...........................................................................................................................................13
7-
02
A IMPORTÂNCIA DAS METODOLOGIAS ATIVAS ...........................................................................................14
1 6.
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PLATAFORMAS EDUCACIONAIS COMO MEIO PARA DESENVOLVER HABILIDADES .................................15
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A GESTÃO DE SALA DE AULA ........................................................................................................... 15
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A IMPORTÂNCIA DO TRIPÉ..............................................................................................................................15
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LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................27
LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL .......................................................................................... 27
ANÁLISE DISCURSIVA....................................................................................................................... 29
TIPOLOGIA DISCURSIVA..................................................................................................................................29
FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................ 35
02
REFERENCIAL, CONATIVA, FÁTICA, POÉTICA, METALINGUÍSTICA)............................................................35
7-
02
Análise e Comparação das Funções das Diferentes Linguagens ................................................................ 35
1 6.
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SIGNIFICADOS E SIMBOLOGIA NOS TEXTOS ...............................................................................................35
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LINGUÍSTICA TEXTUAL..................................................................................................................... 37
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COESÃO E COERÊNCIA ....................................................................................................................................37
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REGÊNCIA VERBAL...........................................................................................................................................46
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NARRATOLOGIA ...............................................................................................................................................48
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ESTILÍSTICA......................................................................................................................................................51
ESTÉTICA ..........................................................................................................................................................51
POÉTICA.............................................................................................................................................. 51
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PROCESSOS DE FORMULAÇÃO POÉTICA: VERSIFICAÇÃO, ESTROFAÇÃO,
RITMO RÍTMICO, MÉTRICA..............................................................................................................................51
GÊNEROS TEXTUAIS.......................................................................................................................... 54
DIALOGISMO ...................................................................................................................................... 58
TONICIDADE......................................................................................................................................................59
ACENTUAÇÃO...................................................................................................................................................60
02
Regras de Acentuação..................................................................................................................................... 60
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ORTOGRAFIA OFICIAL....................................................................................................................... 61
1 6.
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EFEITOS DE SENTIDO PRODUZIDOS PELA EQUIVOCIDADE ORTOGRÁFICA...............................................61
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Uso das Linguagens de Acordo com suas Condições de Produção e Recepção Social, de Modo a
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Discutir Finalidade, Função, Funcionamento e Apropriação da Norma Ortográfica ................................... 62
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MORFOSSINTAXE .............................................................................................................................. 63
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SEMÂNTICA ......................................................................................................................................................76
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PLANO DE AULA, RELAÇÃO ENTRE O
PLANEJAMENTO DA AULA E O ATENDIMENTO
DOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGENS, AS
ESTRATÉGIAS/METODOLOGIAS UTILIZADAS PELO
PROFESSOR E A AVALIAÇÃO
CONHECIMENTOS Um Plano de Aula bem estruturado é fundamental
DIDÁTICOS para que se atinja com êxito as proposições para os pro-
cessos de ensino–aprendizagem com nossos discentes.
Quando a estrutura não é montada corretamente,
ou pior, quando é inexistente, perdemos de vista nos-
so alvo maior e trabalhamos só na prática do impro-
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO viso, o que gera lições monótonas e desorganizadas, o
que desencadeia o desinteresse dos estudantes.
ESCOLAR Sabemos que o dia a dia em sala de aula está
recheado de imprevistos. Imprevisibilidade é, prova-
DOCUMENTOS CURRICULARES DO PARANÁ E O velmente, uma das maiores marcas da rotina docente,
SEU QUADRO ORGANIZADOR e por isso, defendemos sempre que todas as esferas do
planejamento da ação educativa devem ser flexíveis.
Os documentos curriculares do Paraná são uma Porém, ser flexível é bem diferente de usar do impro-
série de documentos que orientam a prática pedagógi- viso. Não se pode esquecer dos objetivos que estão por
ca nas escolas paranaenses. Esses documentos foram trás das ações, o que se deseja alcançar no final do traba-
lho e, mesmo que ajustes e mudanças sejam necessários
elaborados pela Secretaria de Estado da Educação do
no caminho, o propósito final deve continuar o mesmo:
Paraná e têm como objetivo promover uma educação garantir a aquisição de conhecimento dos alunos.
de qualidade, que atenda às necessidades dos estu- Libâneo, em sua obra “Didática”, informa que a
dantes e da sociedade em geral. aula é a principal forma de organização do processo
O quadro organizador dos documentos curricu- de ensino e aprendizagem e que é nesse momento
lares do Paraná é composto por três documentos que organizamos e criamos nossas práticas enquan-
02
principais: to docentes; ou seja, é quando criamos as condições
7-
favoráveis para o aprendizado.
02
Referencial Curricular do Paraná O Plano de Aula é um detalhamento minucioso do
6.
Plano de Ensino, no qual cada tópico de conteúdos que
1
escolhemos será transformado em uma situação real,
.6
Esse documento é o núcleo básico dos documentos através da transposição didática, para ser trabalhado.
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04
curriculares do Paraná. Ele estabelece as competên- Libâneo também defende que, durante a construção
cias e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos
r-
do Plano de Aula, devemos considerar alguns critérios
estudantes em cada nível de ensino, além de orientar importantes. O primeiro deles é o tempo variável que
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a elaboração dos currículos das escolas. precisamos para trabalhar determinado tema. Dificil-
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mações sobre os conteúdos que devem ser trabalha- e os conteúdos, depois desenvolvemos a matéria, con-
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dos em cada disciplina e as estratégias pedagógicas solidamos através de exercícios ou outras aplicações
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que podem ser utilizadas para desenvolver as compe- e, por fim, avaliamos os resultados alcançados.
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As Matrizes Curriculares são documentos que podemos nos esquecer que esse planejamento deve
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ser desenvolvidas em cada disciplina, em cada ano Em primeiro lugar, é essencial que o educador tenha
escolar. Elas servem como um guia para os professo- clareza do intuito daquela aula e para com os estudantes
res na elaboração do plano de ensino e das atividades na proposição exercícios elencados no Plano. É neces-
pedagógicas. sário, também, articular teoria e prática, utilizar meto-
Além desses três documentos principais, o quadro dologias diversificadas e avaliar se as atividades estão
organizador dos documentos curriculares do Paraná considerando a realidade sociocultural dos alunos.
também inclui outros documentos complementares, Por fim, como em outras esferas, a esquematiza-
como as orientações pedagógicas para a educação ção de aula, para ser efetiva, deve ter caráter reflexi-
vo e flexível, permitindo adequações, atualizações e
inclusiva e a educação em tempo integral.
mudanças sempre que preciso.
É importante destacar que esses documentos não Ao olharmos para o esquema de aula, é fácil com-
são prescritivos e não devem ser seguidos de forma preender que as escolhas metodológicas realizadas
rígida e inflexível. Eles servem como um guia para pelo professor serão essenciais nesse processo de
orientar a prática pedagógica, mas cada escola e cada ensino e aprendizagem. Libâneo aponta algumas
professor têm a liberdade de adaptá-los às necessida- metodologias que podem e devem estar presentes na
des e características específicas dos seus estudantes. nossa prática rotineira: 9
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Aula Expositiva Aulas de Recapitulação
A aula expositiva é a mais antiga e tradicional forma São aqueles momentos em que, ao observar a
de se organizar o trabalho docente. Nesse modelo, o pro- necessidade, o professor retoma a explicação de
fessor está no centro do processo e irá expor (daí a ori- algum assunto, conceito ou tema. Pode ser no formato
gem do nome) os conteúdos a serem trabalhados. Essa de aula expositiva ou, por exemplo, através de ativida-
des dirigidas em grupos.
exposição poderá ser feita por meio da fala, de ilustra-
ções, exemplificações e, até mesmo, de demonstrações.
Atividades de Avaliação
Mesmo sendo um método tradicional e que colo-
ca o professor no centro, não deve ser menosprezado Devem ser previstos momentos para realização de
ou desconsiderado. Se bem aplicado, tem um grande atividades avaliativas em três pontos: no começo do
valor nos processos de ensino e aprendizagem. trabalho, com a finalidade de avaliar os conhecimentos
prévios dos estudantes; no meio, para o professor veri-
Trabalho Independente ficar se está no caminho correto ou se serão necessários
ajustes no seu planejamento; e no final, para avaliar se
São os momentos em que o professor delega aos as metas de aprendizagem foram alcançadas.
alunos determinadas tarefas para realizarem sozi- Finalizando este bloco, vamos relembrar alguns
nhos, sem a orientação direta do docente, como por aspectos importantes sobre planificação do docente:
Em todas as suas esferas, o plano deve ser flexível,
exemplo: momentos de leitura silenciosa, estudo
adequado à realidade da escola e em consonância com
dirigido sobre um tema, estudo com gráficos, entre nosso ideal de educação e de formação de pessoas.
outros. O ponto forte dessa atividade é o favorecimen-
to da autonomia dos discentes. RELAÇÃO ENTRE O DESENVOLVIMENTO DAS
COMPETÊNCIAS GERAIS E ESPECÍFICAS
Método de Elaboração Conjunta
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
Momentos em que os alunos estudam sobre um documento que
02
tópico e fazem perguntas, discutem e respondem per-
7-
guntas em conjunto. Esse modelo de atividade privi- [...] normatiza e define um conjunto de competên-
02
legia o desenvolvimento do pensamento crítico e o cias, habilidades e aprendizagens essenciais que os
6.
educandos devem desenvolver durante cada etapa
1
diálogo entre os estudantes.
da Educação Básica. (CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
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04
Método do Trabalho em Grupo Assim sendo, a implementação da BNCC nas esco-
r-
las figura uma política educacional que interfere na
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Após distribuir questões de estudo para grupos construção do currículo escolar. Isso porque o currí-
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escolhidos, preferencialmente, pelo professor, os alu- culo precisa estar articulado ao desenvolvimento das
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nos deverão desenvolver atividades específicas. São competências gerais e específicas que serão trabalha-
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tações, as escritas coletivas e os momentos de avaliação Esta política educacional compreende cinco áreas
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em grupo. Trabalhar dentro desse modelo privilegia a do conhecimento: linguagens, matemática, ciências
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Atividades Especiais
do conhecimento.
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São aquelas que englobam estudos do meio (visita em “um conjunto de competências e habilidades que
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a museus, indústrias, estações de tratamento do lixo e é considerado necessário para todos os educandos do
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da água etc.), a elaboração de eventos como feira de país” (BRASIL, 2017 apud CONCEIÇÃO et al., 2022,
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ciências, a criação do jornal escolar, os momentos de n.p.). Para tanto, considera-se que:
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que possibilitem aos estudantes construírem conhe- possibilidades, modificar ideias, construir o senso
7-
cimentos que os auxiliem na resolução de situações crítico de modo a atingir os objetivos pré-definidos.
02
reais do cotidiano social. Logo, os problemas da vida (CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
6.
cotidiana são considerados nos currículos norteados
1
z Repertório cultural: afirma-se que se deve “valorizar
.6
por essa perspectiva.
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Nessa perspectiva de currículo, o conhecimento é e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
04
construído de modo a considerar sua utilidade prática das locais às mundiais, e também participar de práticas
r-
na contemporaneidade. Desse modo, nota-se que: diversificadas da produção artístico-cultural” (BRASIL,
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2017, p. 9 apud CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.);
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A concepção do processo de ensino e aprendizagem
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derados úteis para a contemporaneidade. Isto é, Espera-se, a partir da primeira tônica desta com-
liv
que “[...] levem ao desenvolvimento das capacida- petência, que o educando tenha a capacidade de
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des humanas voltadas para o exercício profissio- praticar o diálogo – expressando em diferentes lin-
de
nal correspondentes aos atuais desafios colocados guagens suas ideias, opiniões, emoções e sentimen-
pelas relações entre capital e trabalho, própria da tos – com o outro, respeitando-o ora nas opiniões
o
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sociedade contemporânea.” (MASCARELLO, 2019, convergentes, ora nas opiniões divergentes. (CON-
p. 68 apud CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
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Isso significa que o currículo é pensado de modo a z Cultura digital: a respeito desta competência,
direcionar a construção de conhecimentos que sejam
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CONHECIMENTOS DIDÁTICOS
Nessa direção, é importante salientar que a cons- Essa inserção da tecnologia digital na sociedade, por
trução do currículo escolar nessa perspectiva requer consequência, promove “[...] uma relação de inter-
o seguinte: dependência entre a tecnologia e desenvolvimento
econômico, cuja finalidade é a manutenção das ati-
Compreende-se que o modelo educacional funda- vidades de mercado” (GONÇALVES; DEITOS, 2020b,
mentado nas competências exige do professor uma p. 426). Logo, possuir habilidades sobre o mundo
transposição conceitual das metodologias de ensino. tecnológico se tornam, também, necessárias para o
Passando de detentor do saber para mediador entre sujeito contemporâneo que está imerso na lógica de
o saber e o educando. (CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.) mercado. (CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
Posto isso, compreende-se que um currículo pau- z Trabalho e projeto de vida (autogestão): nesta
tado nas competências gerais e específicas requer que competência, indica-se:
o docente seja o mediador entre o educando que os
diferentes saberes. Assim, as metodologias de ensino Valorizar a diversidade de saberes e vivências
precisam ser pensadas de modo que se torne possível culturais e apropriar-se de conhecimentos e expe-
a construção conceitual por parte dos estudantes. riências que lhe possibilitem entender as relações 11
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próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu pro- A METODOLOGIA VIABILIZANDO A
jeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade. (BRASIL, 2017, p. 9 apud
APRENDIZAGEM
CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO, SUA CORRELAÇÃO
z Argumentação: COM OS RECURSOS DIDÁTICOS
[...] espera-se por meio desta competência, que A didática é um ramo da pedagogia que pode ser
o educando tenha capacidade de elaborar argu- compreendido como as técnicas e formas de ensinar
mentos em defesa daquilo que acredita e possa se destinadas a colocar em prática as diretrizes pedagó-
posicionar - baseado em fatos - sobre questões espe- gicas. O termo didática vem do grego technédidaktiké
cíficas que englobam o direito humano e a consciên- e significa “a arte de ensinar”.
cia socioambiental. (CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.) A obra “Didática” (2013), do professor José Carlos
Libâneo, é um livro fundamental na formação e no
z Autoconhecimento e autocuidado: aperfeiçoamento de professores de todos os níveis,
além de uma principal referência para quem pre-
[...] o educando deverá “Conhecer-se, apreciar-se e tende gabaritar a temática. Pontuamos os principais
cuidar de sua saúde física e emocional, compreen- tópicos que representam muito bem a didática na
dendo-se na diversidade humana e reconhecendo formação do professor na perspectiva do autor. Para
suas emoções e as dos outros, com autocrítica e compreender o assunto, é importante entender a dife-
capacidade para lidar com elas”. (BRASIL, 2017, p. rença entre os conceitos de pedagogia e didática:
10 apud CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
PEDAGOGIA DIDÁTICA
z Empatia e cooperação: esta competência trata de:
02
por objeto de estudo o
com acolhimento e valorização da diversidade de vínculos com a prática
processo de ensino
7-
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identi- social global
02
dades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
6.
de qualquer natureza. (BRASIL, 2017, p. 10 apud
Fonte: Libâneo (2013, p. 13). Adaptado.
1
CONCEIÇÃO et al., 2022, n.p.)
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z Responsabilidade e cidadania:
Importante!
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io
[...] requer do educando “agir pessoal e coletiva- É bastante comum, no espaço concreto das rela-
n
mente com autonomia, responsabilidade, flexibili- ções escolares, uma certa confusão epistemoló-
Jú
dade, resiliência e determinação, tomando decisões gica sobre o entendimento e as diferenças entre
ra
CERICATO, L. A formação de professores e as novas Para Libâneo (2013), a didática é o principal ramo
competências gerais propostas pela BNCC. Revis-
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dezembro, 2018. Disponível em: http://www.lauri- e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopo-
cericato.com.br/wp-content/uploads/2019/02/Lau-
nt
CONCEIÇÃO, J. L. M. da; EÇA, J. L. M. de; PEDRO, J. Vejamos a diferença entre os dois termos grifados:
B. de S. Base Nacional Comum Curricular - BNCC:
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uma análise das competências gerais. Revista z Instrução: refere-se ao processo e ao resultado da
Cocar, v. 16, n. 34/2022 p. 1-21. Disponível em: assimilação sólida de conhecimentos sistematizados
https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/ e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas. O
view/5056. Acesso em: 21 dez. 2022. núcleo da instrução são os conteúdos das matérias1;
z Ensino: consiste no planejamento, na organização,
direção e avaliação da atividade didática, concre-
tizando as tarefas da instrução. O ensino inclui
tanto o trabalho do professor como a direção da
atividade de estudos do aluno.2
02
z criar as condições e os meios para que os alunos são em cima do docente, uma vez que tal pode ser
7-
desenvolvam capacidades e habilidades intelec- encarada como uma avaliação da ação do professor.
02
tuais de modo que dominem métodos de estudo e Assim, faz-se necessário que o docente e o peda-
6.
de trabalho intelectual, visando à sua autonomia gogo tenham uma relação de parceria para entender
1
que o pedagogo não está ali para qualificar e quantifi-
.6
no processo de ensino e aprendizagem e indepen-
4
dência de pensamento; car o trabalho do docente, mas sim para auxiliar para
04
z orientar as tarefas de ensino para os objetivos que o processo de ensino-aprendizagem se torne cada
r-
educativos de formação da personalidade, isto é, vez mais efetivo e eficaz. Entende-se também que o
io
ajudar os alunos a escolher um caminho na vida, a pedagogo deve entrar em sala de aula para observar
n
ter atitudes e convicções que norteiem suas opções pensando primeiramente no processo de ensino-
Jú
diante dos problemas e das situações da vida real. -aprendizagem dos alunos, mas também em acompa-
ra
Os itens elencados integram-se entre si, pois a não em julgar as suas ações.
liv
aprendizagem é um processo. Em seguida, Libâneo Para que essa observação seja bem-sucedida,
O
define que o ensino e a aprendizagem requerem os entende-se que há três etapas fundamentais que
de
z habilidade de expressar ideias com clareza; Neste ponto inicial, o pedagogo precisa enten-
A
z saber formular perguntas e problemas; estudantes, então deverá perceber pontos a serem
Jo
z conhecimento das habilidades reais dos alunos; mudados a fim de que o estudante tenha um melhor
CONHECIMENTOS DIDÁTICOS
z oferecer métodos que valorizem o trabalho inte- aprendizado. É necessário ainda que o pedagogo ali-
lectual independente; nhe datas com o professor e explique os motivos da
z ter uma linha de conduta de relacionamento com observação da aula, evitando um clima de desconforto.
os alunos;
z estimular o interesse pelo estudo. Observação
Esses são alguns requisitos que definem que o Durante a observação, o pedagogo deve ser discre-
ensino e a aprendizagem requerem procedimentos to, buscando não interferir na aula e na dinâmica já
do professor. Por isso, a didática oferece contribuição existente em sala de aula. Caso haja observações em
indispensável à formação dos professores, sintetizan- relação à aula, é preciso que elas sejam feitas após a
do no seu conteúdo a contribuição de conhecimento observação e não durante a aula.
3 LIBÂNEO, 2013, p. 27.
4 LIBÂNEO, 2013, p. 27.
5 LIBÂNEO, 2013, p. 71.
6 LIBÂNEO, 2013, p. 74.
7 Dica retirada da questão CESPE/SEDF/2017. 13
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pós-Observação Para trabalhar com a gamificação é recomendado
que o professor:
Após observar a aula, o pedagogo deve dar um fee-
dback para o professor, sempre com caráter constru- z defina o objetivo da aula, o que ele pretende alcan-
tivo, esclarecendo os tópicos que foram pontuados e çar com aquela atividade;
refletindo a prática juntamente com o professor, mas z valorize a interdisciplinaridade e a possibilidade
também dando autonomia por meio de perguntas de os estudantes trabalharem em grupos;
reflexivas sobre a prática observada. z crie personagens ou avatares com os estudantes;
z estabeleça um roteiro a ser cumprido e missões a
A IMPORTÂNCIA DAS METODOLOGIAS ATIVAS serem desvendadas pelos estudantes.
Vivemos em um mundo tecnológico. Os estudantes Convém lembrar que atividades como essa promo-
que atendemos hoje em sala de aula são nativos digitais vem maior participação dos estudantes, valorizando a
e apresentam uma grande facilidade no trabalho com autonomia e o protagonismo dos nossos alunos.
tecnologias de aprendizagem. O mundo mudou e, con-
siderando esses aspectos inegáveis, precisamos conside- Design Thinking
rar que a metodologia e os recursos utilizados na escola
precisam também ser atualizados e modernizados. O design thinking tem como foco as pessoas e o
As tecnologias de informação e comunicação grande objetivo é inovar para criar uma solução efi-
mudaram a forma como nos relacionamos com o ciente e criativa para resolução de um problema com-
mundo, como trabalhamos e como estudamos. O uso plexo. Apesar de habitualmente estar ligado à criação
de metodologias ativas de aprendizagem pode ser de um produto tangível, é possível trabalhar essa
uma forma interessante de tornar as aulas mais atra- metodologia sem essa criação concreta.
tivas e de favorecer um maior engajamento, desenvol- O trabalho com essa metodologia não conta como
vimento e aprendizagem dos nossos estudantes. um modelo preestabelecido de atividades, mas procu-
As metodologias ativas de aprendizagem são algu-
ra passar por etapas que são necessárias para a reso-
mas técnicas pedagógicas que se baseiam em ativida-
lução de um problema.
des instrucionais, que têm como principal objetivo
engajar os estudantes nas tarefas propostas em sala O design thinking possui 5 etapas:
02
de aula, garantindo que eles se tornem protagonistas
7-
de seu próprio desenvolvimento. z descoberta;
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No trabalho com as metodologias ativas, o profes- z interpretação;
6.
sor assume o papel de mediador e orientador, auxi- z ideação;
1
liando os estudantes a resolver problemas e construir z experimentação;
.6
evolução.
4
suas aprendizagens. z
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Veremos, a seguir, algumas das possíveis aborda-
gens com metodologias ativas.
r-
As etapas da descoberta e da interpretação são
io
compostas por desafios a serem enfrentados pelos
n
Gamificação estudantes. O principal objetivo, ao propor tais desa-
Jú
É um dos principais métodos usados hoje e, de for- Na fase de criação, o professor deve abrir espaço
ei
ma resumida, consiste em trazer elementos que são para uma “chuva de ideias” (brainstorm), em que os
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comuns nos videogames (os desafios, as regras e nar- estudantes fiquem completamente livres para criar
O
rativas presentes nesses jogos, por exemplo) para a conjecturas ou hipóteses para a resolução dos desafios
de
nos problemas baseados em diferentes situações, dis- em que essas ideias serão testadas e os estudantes pode-
R
ponibilizando recursos diferenciados para que eles rão verificar se suas hipóteses estavam ou não corretas.
o
sejam capazes de colocar em prática suas competên- Por fim, temos a etapa da evolução, que é o desen-
i
ôn
cias e habilidades para resolver os problemas de for- volvimento do trabalho em si. Essa fase exige o plane-
nt
ma criativa, seja de forma individual, em duplas ou jamento dos próximos passos e o compartilhamento
A
02
uma instituição.
que pode ser, por exemplo, um objeto concreto ou
7-
um portfólio, um vídeo, um podcast etc.
02
Plataformas para IES
16.
z Sala de Aula Invertida Há algumas plataformas no mercado específicas
4 .6
para as Instituições de Ensino Superior (IES), uma vez
04
A sala de aula invertida é tratada com uma ante- que as necessidades das IES são muito similares.
cipação do conteúdo, que pode acontecer através do
r-
Há uma infinidade de plataformas digitais educa-
apoio da tecnologia. A ideia é que, antes de começar a
io
cionais que podem ser utilizadas no cotidiano escolar,
n
tratar um tema em sala de aula, os estudantes tenham
Jú
tempo pode ser direcionado para debates e discussões des dos alunos, sejam essas relacionadas ao currículo
O
sobre o tema, ao invés de ser ocupado pela aula expo- escolar ou não.
de
lhar o sistema solar com seus estudantes. Ele pode, como A GESTÃO DE SALA DE AULA
o
públicas começaram a utilizar o Google Classroom). Entende-se que há um tripé de suma importância
sé
Depois, na próxima aula, assumindo que todos no que tange ao processo de ensino aprendizagem.
Jo
O professor divide a sala em “estações” de traba- A sala de aula é um espaço social e, por isso, é
lho, cada uma correspondendo a uma etapa específica de suma importância que a coletividade esteja devi-
de um projeto a ser desenvolvido pela turma. Dentro damente organizada para que o ambiente se torne
dessa proposta, parte da turma realiza atividades propício para que ocorra o processo de ensino apren-
mediadas pelo professor na sala de aula, enquanto dizagem, ou seja, é necessário que o ambiente seja
uma outra parte da turma está realizando atividades colaborativo, interativo e participativo, mas sempre
mais autônomas, em especial através do uso de recur- com respeito ao próximo e mantendo os limites entre
sos digitais disponíveis na escola. liberdade e disciplina. 15
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cuidado com as Relações Interpessoais Espaço Escolar
Como dito no tópico anterior, a sala de aula é um Assim como o tempo, o espaço jamais é neutro e
espaço social, então é comum que haja conflitos por também se apresenta como ambiente de disputa, já
abrigar pessoas extremamente diferentes ou extrema- que leva em sua composição signos, símbolos e ves-
mente parecidas. Contudo, mesmo que haja o conflito, tígios da condição e das relações entre aqueles que
é necessário que as relações sejam de muito respeito, o frequentam. Destacamos que “o espaço comunica;
seja entre alunos ou nas relações entre alunos e pro- mostra, a quem sabe ler, o emprego que o ser humano
fessor. É com esse cuidado nas relações interpessoais faz dele mesmo” (FRAGO; ESCOLANO, 1998, p. 64).
que a organização da coletividade vai se efetivar. O espaço que socializa, educa, situa e ordena com
finalidades definidas, influencia diretamente nas estru-
Mediação do Conhecimento turas mentais das crianças, adolescentes e jovens de
presença frequente nesse ambiente. Frago e Escolano
O educador é responsável por fazer a mediação (1998) compreendem espaço escolar como instituição
entre conhecimento e aluno, ou seja, o aluno é res- escolar e ensino como elementos construídos, plane-
ponsável por apreender-se do conteúdo, enquanto o jados, localizados e realizados em lugares e períodos
professor o auxilia nesse processo. Para auxiliar na específicos direcionados exclusivamente para um fim.
mediação, o professor deve estar atento às demandas A organização do espaço e sua configuração como
dos alunos e a sua prática docente, sempre planejando lugar incidem em um aspecto significativo do currí-
e replanejando suas metodologias. culo, seja isso consciente ou não para quem o ocupa.
Isso porque tal organização, intencionalmente ou não,
ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DO TEMPO E DA sugere certa estruturação e delegação, entre várias
APRENDIZAGEM perspectivas, de atribuições e usos de alguns espaços
também determinados.
Tempo Escolar
REFERÊNCIAS
O modelo organizativo da instituição escolar, de
repartição e de distribuição dos tempos e dos espaços, CACCIA, M. F., SUE, R. Autres temps, autre éco-
02
converte-se na representação dos modos de estrutura- le: impacts et enjeux des rythmes scolaires. Paris:
7-
ção do ensino aprendizagem e da mediação dos saberes.
02
Retz, 2005.
A relação entre idade, domínios de determinados ESCOLANO, A.; FRAGO, A. V. Currículo, Espaço e
6.
conhecimentos e o período em anos a serem percor-
1
Subjetividade - a arquitetura como programa. Trad:
.6
ridos define aspectos temporais do social, atuan- Alfredo Veiga Neto. Rio de Janeiro: DP S.A, 1998.
4
do na configuração dos tempos individuais. Sendo
04
FRAGO, A. V. Historia de la educación e historia
assim, o tempo e o espaço, ou os modos pelos quais cultural. Revista Brasileira de Educação. ANPED,
r-
estão organizados, influenciam a atitude mental e o
n. 0, p. 63-82, Set-Dez/1995.
io
modo de vida das pessoas.
n
Jú
oficiais de ensino); tempo para recreação; tempo de de cada componente da comunidade escolar acerca
o
duração do curso/série; tempo de transcurso de uma dos acontecimentos cotidianos que ocorrem na insti-
êg
aula e de sua preparação. tuição, ou seja, clima escolar é como a escola é enxer-
R
De acordo com Caccia e Sue (2005), tempo escolar gada pelos alunos, professores, funcionários e pela
o
as preferências e prioridades, de projetar uma nova ou negativa. Cada pessoa que faz parte da comunida-
nt
organização escolar e de definir escolhas políticas. Essa de escolar tem seu próprio clima escolar baseado nas
A
concepção de tempo escolar indica o fato de a esco- suas vivências coletivas e individuais dentro daquela
sé
sociais os quais nem sempre têm os mesmos interesses, Desta maneira, entende-se que o clima escolar é
como políticos, administradores, supervisores, gesto- de grande importância para que a instituição escolar
res, professores, pais e alunos. Avaliar o tempo escolar se torne um ambiente acolhedor e consequentemente
é considerar outros aspectos que também estruturam o um ambiente propício para uma formação integral e
trabalho pedagógico, como as compreensões de méto- efetiva de cada um de seus estudantes.
dos de ensino e do próprio currículo escolar, embora Tratando especificamente de como o clima esco-
desperte inúmeras possibilidades analíticas. lar afeta os estudantes, é notório que ele está dire-
Não é exagero apontar que o tempo escolar, tamente atrelado com a socialização dos estudantes
enquanto tempo social, não é natural dos sujeitos e com seus pares, então caso o clima escolar não seja
das organizações sociais. Frago (1995) entende-o como favorável, pode haver um déficit no desenvolvimento
múltiplo, pessoal e institucional, individual e coletivo, social e emocional dos alunos. De mesmo modo, o cli-
pela coexistência de tempos que o envolve: os alunos, ma influencia o professo de aprendizagem dos alunos,
os professores, a gestão e a lei. O autor afirma que foi uma vez que pode-se inferir que, quanto mais posi-
um longo processo até a efetivação do tempo em qua- tivo o clima escolar, os alunos estarão mais motiva-
dros de anos ou séries e horários. Para Frago, o tempo e dos a aprender e consequentemente terão uma maior
16 o espaço organizam e definem a cultura escolar. autoestima intelectual.
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vale ressaltar que, para melhorar o clima escolar, A avaliação, apesar de trazer importantes dados
é necessário que o corpo gestor tome atitudes para sobre o rendimento dos estudantes, fornece pistas
tal, como exemplo implementar códigos de conduta aos professores sobre como seu trabalho tem sido
para os professores saberem lidar com determinadas desenvolvido. O resultado das avaliações diz mui-
situações, como exemplo o bullying e outras violên- to sobre o trabalho do professor: provavelmente, as
cias escolares. fragilidades da turma demonstram as fragilidades do
Isso posto, pode-se concluir que um clima escolar trabalho docente e, dessa forma, auxiliam o professor
positivo é de suma importância para a construção a ir além, redimensionando seu planejamento e suas
de um ambiente acolhedor e respeitoso com seus ações, resultando na aprendizagem de todos.
estudantes, favorecendo o desenvolvimento integral Alguns exemplos de avaliações formativas que
deles, isto é, desde o desenvolvimento acadêmico, até podemos encontrar no cotidiano escolar são: traba-
o desenvolvimento social. lhos para casa, autoavaliação, simulados, trabalhos
em grupo etc.
Avaliação Somativa
A AVALIAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA
Esse tipo de avaliação visa observar se os objetivos
APRENDIZAGEM do planejamento, feitos no início do ciclo de ensino-
-aprendizagem, foram alcançados, sendo assim feita
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, AVALIAÇÃO
ao final de cada ciclo. Enquanto a avaliação formativa
FORMATIVA E AVALIAÇÃO SOMATIVA
e a diagnóstica possuem um foco qualitativo, a avalia-
ção somativa tem um foco quantitativo, isto é, a nota
Avaliação Diagnóstica
que o aluno, e a turma como um todo, atinge nessa
avaliação é mais importante do que o trabalho que foi
Deve ser realizada antes de começar o estudo de
desenvolvido durante o processo.
um novo objeto do conhecimento. Ela tem como prin-
Assim, entende que a avaliação somativa tem um
cipal função levantar os conhecimentos prévios dos
caráter classificatório e comparativo, já que a nota
estudantes, ou seja, mostrar aquilo que os alunos já
obtida em tal avaliação é comumente utilizada para
02
sabem sobre um determinado tema ou conteúdo.
reprovar ou aprovar o aluno. Podemos considerar
7-
Convém lembrar que, quando falamos em avalia-
02
ela como um diagnóstico final do aluno nesse ciclo de
ção diagnóstica não estamos falando, necessariamen-
aprendizagem. Alguns exemplos de avaliações soma-
6.
te, de uma prova. Um estudo dirigido, uma questão
1
tivas são: testes, estudos dirigidos, provas finais e tra-
.6
desafio, debates ou mesmo uma roda de conversa
balhos finais.
4
antes do início do estudo podem ser eficientes for-
04
mas de avaliação diagnóstica. Em leitura e escrita e Pensando na Educação Infantil e nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, a avaliação somativa tende
r-
em matemática, as atividades de sondagem também
a não ser feita com base em notas, mas sim em con-
io
são consideradas formas de avaliação diagnóstica a
n
serem realizadas nos anos iniciais. ceitos, já que essa etapa da educação básica se propõe
Jú
O professor deve utilizar as informações colhidas a não classificar as crianças, então ela serviria como
ra
nessa avaliação para compreender qual seu ponto de uma descrição geral do desenvolvimento.
ei
avaliação processual é aquela que acontece no aprendizagens. Assim, é importante que a escola pre-
nt
decorrer do estudo de um determinado objeto do veja situações de recuperação. Em geral, existem duas
A
Esse tipo de avaliação serve como um feedback, um dentro da sala de aula, durante o horário normal de
CONHECIMENTOS DIDÁTICOS
retorno, em relação ao aprendizado do aluno e, também, aulas, sendo oferecida pelo próprio professor da tur-
em relação ao trabalho do professor, uma vez que se ma. Ou seja, quando falamos em recuperação contí-
entende que se não há aprendizado, não houve ensino. nua, estamos englobando as atividades adaptadas que
Uma das principais funções desse modelo avaliati- o professor trabalha com determinado aluno ou com
vo é oferecer aos professores dados essenciais para que determinado grupo de alunos, que têm como objeti-
ele possa adequar e redimensionar o seu planejamen- vo desenvolver algum aspecto específico do conteúdo
to, verificando se suas estratégias e metodologias estão que o restante da turma já se apropriou. A recupera-
conseguindo fazer com que os estudantes avancem. ção contínua é permanente, deve fazer parte do traba-
Se, por exemplo, o professor perceber que a maior lho do professor na sala regular.
parte da turma não tem avançado na aprendizagem Já a recuperação paralela é aquela que acontece
de um determinado tema, o professor pode perceber fora do horário regular de aula, em espaço específico
que deve readequar suas estratégias para o ensino para trabalhar com conteúdos que o estudante preci-
daquele ponto, talvez revendo os recursos ou a meto- sa recuperar. Em regra, ela é ofertada quando apenas
dologia quem tem buscado utilizar. Dessa forma, o a recuperação contínua não tem sido suficiente para
aprendizado dos estudantes consegue avançar. a apropriação do conhecimento por parte do aluno. 17
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O ideal é que aconteça no contraturno, imediata-
mente antes ou imediatamente após o horário regular HORA DE PRATICAR!
de aula, em grupos reduzidos e que possam ser agru-
pados considerando as mais diversas características. 1. (IBFC — 2017) A dificuldade de aprendizagem não se
Hoje, compreendemos que aquele modelo de recu- refere a uma única causa, mas a uma ampla gama de
peração que acontece só por uma semana, ao final do problemas que podem afetar qualquer área do desem-
semestre ou ao final do ano, não é efetivo e em quase penho da criança. Sobre esse contexto, assinale a
nada auxilia os avanços de aprendizagem dos estudan- alternativa correta a seguir:
tes. Portanto, compreendemos que esse modelo de recu-
peração de aprendizagem contínua e paralela é o ideal a a) A dificuldade de aprendizagem é uma expressão que
ser trabalhado pelas escolas e pelos sistemas de ensino. se refere aos distúrbios da escrita e do raciocínio
Por fim, discutiremos um pouco mais sobre como b) A rotina escolar é um catalizador de dificuldades
fazer, na prática, essa rotina de estudos e de recupera- e problemas que a criança passa na aquisição da
ção de aprendizagens. aprendizagem
Precisamos ter em mente que o planejamento do c) A criança necessita de um amadurecimento intelec-
professor é um processo constante, está sempre sendo tual e emocional no desenvolvimento de estruturas
revisitado e reconstruído, de acordo com os resulta- diversas no contexto educacional
dos em cada uma das avaliações que vão sendo reali- d) Os problemas intercorrentes que fazem parte do
zadas. Assim, o processo de avaliação é um ciclo, sem universo infantil apresentam processos acerca da
começo, meio e fim, mas sim um processo contínuo. aprendizagem
O ideal, sempre antes de começar a trabalhar com e) É importante que a criança seja acompanhada por
um novo conteúdo, é a realização de uma avaliação um profissional adequado para que ela possa superar
diagnóstica, para que possamos identificar o que os as dificuldades da criança nas diferentes etapas de
estudantes já conhecem sobre um determinado tema. evolução
A partir disso, o professor inicia seu planejamento.
No decorrer do trabalho dentro daquela temáti- 2. (IBFC — 2017) Os instrumentos no processo de avalia-
ca, novos momentos voltados para a avaliação vão ção auxiliam o professor acerca da aprendizagem das
acontecendo e seus resultados fornecem dados para crianças. Ao elaborar um instrumento de avaliação é
02
que o professor revisite seu planejamento, fazendo as importante considerar:
7-
adequações necessárias para avançar no processo de
02
ensino e aprendizagem com seus estudantes. a) Indicadores numéricos para verificar a aprendizagem
6.
Ao final do trabalho, também precisamos pre- b) A linguagem subjetiva bem como o raciocínio
1
ver novos momentos de avaliação, para verificar se c) A responsabilidade particular na dinâmica escolar
.6
é necessário readequar o planejamento e retomar a
4
d) O contexto daquilo que se investiga
04
temática ou se podemos avançar, caminhando para e) A homogeneidade do currículo
r-
um novo trabalho. io
3. (IBFC — 2017) Analise as afirmativas abaixo e assi-
n
Avaliação Diagnóstica nale a alternativa correta. As figuras de promoção e
Jú
prévios)
a verificação do rendimento escolar observará alguns
ei
Avaliação
Inicial
estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos
o
Ação Ação
ôn
I. A educação escolar é cheia de intenções, visa a A respeito dos princípios que a iniciativa pública deve-
atingir determinados objetivos educacionais, sejam rá valorizar reconhecendo seus funcionários e tê-los
estes relativos a valores, atitudes ou aos conteúdos como colaboradores na produção e oferta de seus ser-
escolares. viços aos usuários-clientes, considere as proposições
II. A avaliação é uma das atividades que ocorre dentro de a seguir:
um processo pedagógico. Este processo inclui outras
ações que implicam na própria formulação dos obje- I. Competência, conhecimento, habilidades, atenção na
tivos da ação educativa, na definição de seus conteú- seleção, contratação e treinamento.
dos e métodos, entre outros. II. Capacitação, cooperação, motivação, definição de
III. A avaliação, portanto, sendo parte de um processo uma política de cargos e salários.
maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompa- III. Distribuição funcional bem organizada, uma liderança
nhamento do desenvolvimento do estudante, como no participativa e flexível por meio de uma administração
sentido de uma apreciação final sobre o que este estu- conjunta e eficaz.
dante pôde obter em um determinado período, sempre
com vistas a planejar ações educativas futuras. Estão corretas as proposições:
IV. A avaliação que ocorre ao longo do processo sob o
objetivo de reorientá-lo, recebe o nome de avaliação a) I, II e III
de acompanhamento. b) II apenas
V. A avaliação que acontece ao final do processo, com c) III apenas
a finalidade de apreciar o resultado deste, recebe o d) I e III apenas
nome de avaliação formativa. e) I apenas
02
Estão corretas as afirmativas: 7. (IBFC — 2018) “A gestão democrática da educação
7-
é, ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade,
02
a) I, III, IV apenas autonomia e participação, liderança e trabalho coleti-
6.
b) II, IV, V apenas vo, representatividade e competência”. (CURY, 2002, p.
1
c) I, II, III apenas 173). Trata-se de um modo de administrar a realida-
4 .6
d) III, IV, V apenas de, uma vez que tem como pressuposto o diálogo, a
04
participação coletiva e a comunicação entre as pes-
r-
5. (IBFC — 2017) O Sistema de Avaliação da Educação soas. Diante dessa perspectiva, assinale a alternativa
io
Básica de Pernambuco (SAEPE) foi realizado pela pri- correta.
n
meira vez em 2000, repetido no ano de 2005 adotando
Jú
a partir desse mesmo ano, o método de “resposta ao a) Na medida em que as práticas administrativas tradi-
ra
item” e a escala do Sistema de Avaliação da Educação cionais procuram adotar o gerenciamento capitalista
ei
Básica (SAEB – Inep/MEC) que permitiu que as notas nas escolas e privilegiar interesses particulares em
liv
de desempenho das escolas e Gerências Regionais de detrimento dos anseios coletivos têm maiores possi-
O
longo do tempo. No ano de 2008 o SAEPE passou a b) A gestão democrática da educação está relacionada
o
Quanto aos objetivos do SAEPE, assinale a alternativa c) A execução participativa das atividades educacionais
o
a) Produzir informações sobre o grau de domínio dos d) A gestão democrática é uma maneira de gerir instân-
A
estudantes nas habilidades e competências conside- cias de base do Estado (escolas, hospitais, prefeituras,
sé
radas essenciais em cada período de escolaridade etc.) em que a participação popular é um elemento
Jo
02
da Orientação Educacional nas escolas.
7-
a) F, F, V, V, F III. O Parecer CNE/CP nº 3 de 2005 instituiu diretrizes cur-
02
b) V, F, V, V, V riculares nacionais para o curso de Pedagogia e estas
6.
c) V, V, F, F, F geraram dúvidas entre os profissionais da área quanto
1
d) F, V, F, F, V à habilitação para a Orientação Educacional.
4.6
IV. A compreensão que se tem das novas diretrizes cur-
04
9. (IBFC — 2018) Assinale a alternativa incorreta. Dentro riculares publicadas pela LDBEN é de que a formação
r-
de um contexto democrático, a atuação profissional dos supervisores e orientadores educacionais não é
io
será claramente percebida por determinados aspec- mais realizada de um modo geral na graduação, e sim
n
tos, como: em nível de pós-graduação.
Jú
a) A ênfase na dimensão político-pedagógica, pois não dos à Educação Infantil e às séries iniciais, bem como
ei
serão dissociados os meios/finalidades, pressupondo às áreas de atuação contempladas nas grades curri-
liv
político-pedagógicas
de
formas de organização
A
d) O compartilhamento de informações acerca das 12. (IBFC — 2018) Sobre as ações de planejamento no
sé
tomada de decisão
a) Ao realizar seu planejamento, a escola define qual o
10. (IBFC — 2018)Libâneo (2007) chama a organização tipo de formação vai oferecer e organiza as etapas
escolar de “unidade social”. Para este autor, a escola do trabalho a ser realizado, o que servirá de eixo con-
é o local onde se tem uma reunião de pessoas com dutor aos professores de diferentes componentes
interações mútuas, simultaneamente, exprimem inten- curriculares
ções e se organizam para obtenção de objetivos edu- b) O planejamento também é um momento de reflexão
cacionais. A esse respeito, analise as proposições a sobre a ação pedagógica e de tomada de decisões
seguir: sobre as estratégias que serão utilizadas e quais for-
mas de avaliação serão aplicadas no decorrer do pro-
I. É justamente no processo interativo que escola e cesso de ensino
empresas seguem a lógica de mercado. c) O planejamento escolar deve ser estruturado e articu-
II. A escola, enquanto uma comunidade democrática de lado através de três níveis: o planejamento da escola,
aprendizagem é um lugar de compartilhamento de o plano de ensino ou plano curricular e o plano de aula
valores e de práticas. d) O planejamento é caracteristicamente identificado
20 pelo viés reflexivo acerca das ações realizadas pela
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gestão da escola que repercutem sobre a ação peda- 16. (IBFC — 2017) Segundo Raymond Firth, “organização
gógica, visto que ao pensar e tomar decisões, nem social”:
sempre a equipe gestora tem a percepção das neces-
sidades dentro do processo de ensino e aprendizagem I. Refere-se à ordenação sistemática de relações sociais
pelos atos da escolha e da decisão.
13. (IBFC — 2018) Analise as afirmativas abaixo e assina- II. Está ligada ao processo social.
le a alternativa correta. O planejamento pode se con- III. Está atrelada à ideia de mudança.
cretizar por meio de diferentes dimensões, entretanto, IV. Está intrinsecamente atrelada à ideia de arranjo do
todas elas estarão de algum modo, integradas. Nesse comportamento dos indivíduos na construção da vida
sentido, quando se pensa no planejamento escolar, social.
logo se associa às ideias:
Estão corretas as afirmativas:
I. De um plano integral da instituição composto pelos
referenciais que dizem respeito aos objetivos e metas a) I e III apenas
estabelecidas para cada uma das dimensões de ges- b) I, II, III e IV
tão da escola. c) III, apenas
II. Das vertentes pedagógica, administrativa, recur- d) IV, apenas
sos humanos, recursos financeiros e resultados e) I, III e IV apenas
educacionais.
III. Dos fundamentos de cada disciplina, as expectativas 17. (IBFC — 2017) As características da organização
de aprendizagem, os conteúdos previstos e as propos- social podem incluir qualidades como:
tas de avaliação para cada ano/série.
IV. Da organização didática do processo de ensino desti- I. Tamanho, composição de gênero.
nado a cada turma, levando em consideração tanto as II. A coesão espaço-temporal.
defasagens como os conhecimentos prévios dos alu- III. Liderança, estrutura.
nos de modo a garantir que todos os alunos alcancem IV. Divisão do trabalho.
os objetivos de aprendizagem. V. Sistemas de comunicação.
V. De um instrumento personalizado de trabalho que
02
deve ser desenvolvido para atingir os objetivos de Estão corretas as afirmativas:
7-
cada turma em separado.
02
a) II, IV e V apenas
6.
Estão corretas as afirmativas: b) I e V apenas
1
.6
c) I, II, III, IV e V
4
a) I, III, IV, V apenas d) III, IV e V apenas
04
b) I, III, IV apenas e) II e IV apenas
r-
c) I, II, III, IV, V io
d) II, III, IV apenas 18. (IBFC — 2017) Tratar com distinção as pessoas é o
n
que se espera de um servidor público […] (SALES Jr./
Jú
volvidas pelos diferentes professores, sendo base de Sobre o Networking (palavra em inglês que indica a
liv
diálogo e reflexão para toda equipe escolar. Dessa for- capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou
O
ma, é correto afirmar que: uma conexão com algo ou com alguém), assinale a
de
alternativa
o
d) O projeto educativo deve ser aprovado por instâncias b) Prestar auxílio fortalecendo laços de confiança,
A
e) O projeto educativo deve seguir a base comum do ato de conhecimentos e sugestões, simultaneamente,
Jo
02
lho não terá tanta qualidade como quando é realizado 15 B
7-
com calma.
02
16 B
6.
Estão corretas as afirmativas: 17 C
1
4 .6
a) II, III e IV apenas 18 E
04
b) I, III e IV apenas
19 B
r-
c) I, II e III apenas io
d) II e III apenas 20 C
n
Jú
correta:
êg
R
02
pleno de nossas crianças e adolescentes. midade física e psíquica da criança e do adolescente,
7-
É através do acesso à educação e à cultura que for-
02
os quais devem ser tratados com respeito e dignidade.
maremos adultos mais qualificados para o trabalho Sujeito ativo é tanto o funcionário público quanto
6.
e mais conscientes de seus deveres cívicos. De igual
1
o particular incumbido da autoridade, guarda ou vigi-
.6
modo, o acesso ao esporte e ao lazer afasta o adoles-
lância do menor. Sujeito passivo é a criança – até 12
4
cente das drogas e da marginalidade, ensinando-os a
04
anos de idade incompletos – e o adolescente – pessoa
respeitar o adversário e perseverar em seus objetivos1.
entre 12 e 18 anos – além da Administração Pública,
r-
io
quando o crime for praticado pelo seu funcionário. A
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
n
Lazer conduta incriminada pelo tipo em exame é a sujeição
Jú
estabelecimentos de ensino fundamental comunica- Este artigo descreve um crime comissivo. Crime
liv
Art. 56 Os dirigentes de estabelecimentos de ensino autor do tipo em exame, no momento da prática deste,
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os
o
I - de maus-tratos envolvendo seus alunos; Dessa forma, consuma-se o delito com a prática do
R
Uma vez comunicado, o Conselho Tutelar pode- Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
rá tomar as providências elencadas no inciso III, por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
art. 136, do ECA. Importante destacar que a fal- fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar
ta da comunicação pode importar na prática de à autoridade competente os casos de que tenha
infração administrativa prevista no art. 245, do conhecimento, envolvendo suspeita ou confirma-
ECA. ção de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Em que pese a alusão ao Conselho Tutelar, é mais aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
adequado que os casos de suspeita ou confirmação
de maus-tratos sejam comunicados diretamente ao Não se trata de crime, mas, sim, de infração administra-
Ministério Público, ao qual incumbe, em última análi- tiva aplicada pela Vara da Infância e da Juventude. Consis-
se, propor ação penal contra os autores dos maus-tra- te na conduta omissiva do agente de deixar de comunicar
tos, bem como: maus-tratos verificados em criança ou adolescente.
1 FRANCESCO, W. Artigo 56 do ECA. O que é melhor: comunicar maus-tratos ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público? Disponível em:
https://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/342956013/artigo-56-do-eca-o-que-e-melhor-comunicar-maus-tratos-ao-conselho-tutelar-ou-
ao-ministerio-publico. Acesso em: 03 abr. 2023. 23
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Há também no caso dessa infração administrativa II. O acesso à escola pública e gratuita próximo a sua
intensa reprovação moral, pois é de conhecimento residência, desde que não residam em zona rural.
geral que crianças e adolescentes enquadram-se na III. Ser respeitado por seus educadores.
categoria de grupo social vulnerável que merece pro-
teção especial do Estado e da sociedade. A condição Assinale a alternativa correta.
da criança e do adolescente como pessoa humana em
fase de desenvolvimento retira-lhes naturalmente – a) Apenas a afirmativa I está correta
ou neutraliza – a capacidade de resistência contra atos b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
atentatórios à sua dignidade e bem-estar. c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
Para o ECA, o médico, o professor e o responsável d) Apenas a afirmativa III está correta
pelo estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola e creche assumem a posição 3. (IBFC — 2020) O Capítulo IV do Estatuto da Criança e
de sentinela, devendo comunicar inclusive a suspeita do Adolescente dispõe sobre o Direito à Educação, à
da prática de maus-tratos. Cultura, ao Esporte e ao Lazer. Sobre este tema, leia as
A norma não exige desses profissionais que insta- afirmativas abaixo e assinale a incorreta.
lem uma sindicância ou uma investigação minuciosa
a respeito da possível prática de maus-tratos. Bas- a) É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescen-
ta a comunicação. É a “autoridade competente” que te o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclu-
será comunicada, ou a partir dela, que se deflagrará sive para aqueles que não tiveram acesso na idade
o rito procedimental de processamento, apuração própria
e julgamento do fato praticado contra a criança ou b) No processo educacional respeitar-se-ão os valores
adolescente2. culturais, artísticos e históricos próprios do contexto
social da criança e do adolescente, garantindo-se a
estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
cultura
HORA DE PRATICAR! c) É dever do Estado assegurar o atendimento em cre-
ches e pré-escolas às crianças de zero a sete anos de
1. (IBFC — 2021) Acerca do direito à educação, à cultura, idade
02
ao esporte e ao lazer, previsto na Lei n° 8.069/1990, d) É dever do Estado assegurar atendimento especializa-
7-
denominada Estatuto da Criança e do Adolescente, do às crianças e adolescentes com deficiência, prefe-
02
analise as afirmativas abaixo: rencialmente na rede regular de ensino
6.
e) Compete ao poder público recensear os educandos no
1
I. O poder público estimulará pesquisas, experiências e ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, jun-
4 .6
novas propostas relativas a calendário, seriação, cur- to aos pais ou responsável, pela frequência à escola
04
rículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas
r-
à inserção de crianças e adolescentes excluídos do 4. (IBFC — 2019) De acordo com o Estatuto da Criança e
io
ensino fundamental obrigatório. do Adolescente (ECA), assinale a alternativa correta.
n
II. Caso haja elevados níveis de repetência, os dirigentes
Jú
de estabelecimentos deverão comunicar apenas os a) O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
ra
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto b) Os pais ou responsáveis têm obrigação de matricular
O
social da criança e do adolescente, garantindo-se a seus filhos ou pupilos nas redes particulares
de
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 5. (IBFC — 2019) A Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990,
sé
d) Apenas as afirmativas I e III estão corretas dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
Jo
2 Rios do Amaral, Carlos Eduardo. Da comunicação obrigatória de maus-tratos contra a criança. Da comunicação obrigatória de maus-tratos con-
24 tra a criançaDisponíivel em: https://jus.com.br/artigos/67158/da-comunicacao-obrigatoria-de-maus-tratos-contra-a-crianca
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d) Atendimento ao ensino fundamental, por meio de pro- I. Oferecer atendimento educacional especializado as
gramas suplementares para que haja material didá- pessoas com deficiência, preferencialmente na rede
tico-escolar, transporte, alimentação e assistência à de ensino regular.
saúde II. Oferecer o acesso aos níveis mais elevados do ensino,
da pesquisa e da criação artística, respeitando a capa-
6. (IBFC — 2019) A Lei n° 8.069/1990, estabelece o cidade de cada um.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre III. Garantir a oferta gratuita do ensino regular apenas nos
outras disposições, traz os direitos sociais e a prote- horários matutino e vespertino.
ção integral desse público. No que se refere ao que o
documento estabelece sobre o direito à educação de Assinale a alternativa correta.
alunos e alunas com deficiência, assinale a alternativa
correta: a) Apenas a afirmativa II está correta
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
a) Segundo o documento, crianças e adolescentes abri- c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
gadas devem ter garantida a escola no abrigo onde d) Apenas a afirmativa I está correta
moram, não sendo obrigatória a frequência na escola
regular 9. (IBFC — 2018) Toda criança e adolescente têm direito
b) A Lei nº 8.069 não estabelece diretrizes referentes à à educação com igualdade de condições para o aces-
educação de alunos e alunas com deficiência, o docu- so e permanência na escola e conforme a legislação,
mento apenas dispõe as ações do Conselho Tutelar, é também assegurado o direito de outras questões,
em caso de maus tratos portanto:
c) O ECA defende que as crianças com deficiência devem
estar matriculadas em escolas especiais, espaços que Assinale a alternativa incorreta.
garantem a aprendizagem desse público-alvo
d) O ECA estabelece que o Estado deve assegurar atendi- a) Preparar o processo pedagógico no exercício da cida-
mento educacional especializado aos alunos e alunas dania e qualificação para o trabalho
com deficiência, preferencialmente na rede regular de b) Organizar e participar das entidades estudantis
ensino c) Acessar à escola pública e gratuita próxima a sua
02
residência
7-
d) Contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às
02
instâncias escolares superiores
7. (IBFC — 2019) Lúcia é uma mãe muito dedicada e pre-
6.
1
fere ensinar sua filha Júlia de 7 (sete) anos em casa.
.6
10. (IBFC — 2022) Constitui crime previsto na Lei nº
Lúcia alega que sua filha não aprende na escola. Nes-
4
8.069/1990, identificado como sendo o “Estatuto da
04
te ano Júlia não está matriculadaem nenhuma insti-
Criança e do Adolescente”, a conduta de:
tuição e está com aquisições de aprendizagem que já
ultrapassam a fase que vivenciaria em uma instituição
r-
io
a) exibir, total ou parcialmente, fotografia de criança ou
n
formal. Sobre este contexto, analise as afirmativas
adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer
Jú
munição ou explosivo
e) hospedar adolescente desacompanhado dos pais ou
Assinale a alternativa que apresente a sequência cor-
responsável, ou sem autorização escrita desses ou
reta de cima para baixo.
da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere
a) V, V, F
b) F, V, V
c) V, F, F 9 GABARITO
d) F, F, V
1 D
8. (IBFC — 2019) O Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), em seus artigos 53 e 54, estabelecem o direito 2 C
ao acesso à educação e as responsabilidades do Esta-
do sobre esse direito. Em relação ao dever do Estado, 3 C
analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa 4 A
correta.
25
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5 A
6 D
7 A
8 C
9 A
10 D
ANOTAÇÕES
02
7-
02
16.
4 .6
04
r-
n io
Jú
ra
ei
liv
O
de
o
êg
R
io
ôn
nt
A
sé
Jo
26
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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.
02
proximidade com um assunto pouco explorado pelos Observe que é possível inferir várias informa-
7-
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
02
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma enunciador é casada (informação comprovada pela
6.
linguística pode assumir. expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
1
.6
Portanto, neste material você encontrará recursos dor está trabalhando (informação comprovada pela
4
para solidificar seus conhecimentos em interpretação expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
04
e compreensão textual, associando a essas temáticas da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
r-
as relações semânticas que permeiam o sentido de pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
io
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
n
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada interpretar essas informações.
Jú
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa Tratando-se de interpretação textual, os processos
ra
ser reconhecido por quem o lê. de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
ei
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
liv
breve diferença entre os termos compreensão e interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
O
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo das pelo leitor do texto.
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste
o
material, ainda que existam relações de sinonímia senta como ocorre a relação desses processos:
R
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
interpretação realiza ligações com o texto a partir
nt
INFERÊNCIA
A
02
O trecho em destaque na citação do escritor Lima nhecimento das regras de uma língua.
7-
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías É importante salientar que as regras de reconhe-
02
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento cimento sobre o funcionamento da língua não são,
6.
indutivo compõe a interpretação e decodificação de necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
1
.6
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
4
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
04
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
r-
ção cronológica de um texto. bo-objeto (SVO) etc. io
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
n
Jú
a aproximar as palavras que têm maior mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
SINÔNIMOS
ei
associação com o tema do texto conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
liv
ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
de
localizadores textuais
êg
R
A DEDUÇÃO
io
ôn
02
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes instrucional e argumentativo).
7-
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
02
tar seu conhecimento de mundo.
GÊNERO TEXTUAL
6.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
1
.6
conhecimento de mundo que é relevante para a com-
4
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
04
cérebro associar informações, a fim de compreender FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
r-
o novo texto que está em processo de interpretação. io
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
n
cício para atestarmos a importância da ativação do
Jú
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no
texto. Também é chamado de sequência textual
R
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente
vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)
nt
A
Agora tente responder as seguintes perguntas textuais que devemos considerar é que nenhum texto é
sobre o texto:
Jo
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac-
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- terísticas e marcas linguísticas.
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
responder às questões; certamente você não terá mais
as mesmas dificuldades. Narrativo
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do
Os textos compostos predominantemente por
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré-
sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
vio que é essencial para a interpretação de questões.
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam manter
1 Bronckart, 1999 apud Cavalcante, 2013. 29
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a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão de Importante!
algumas estratégias, como a organização dos fatos a
partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão Os gêneros textuais que são predominantemen-
de um momento de tensão (chamado de clímax) e um te narrativos apresentam outras tipologias tex-
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. tuais em sua composição, tendo em vista que
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- nenhum texto é composto exclusivamente por
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilí- dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
brio, o que demanda uma situação conflituosa;
z Complicação: desenvolvimento da tensão apre-
sentada inicialmente; Para sua compreensão, também é necessário saber
z Ações (para o clímax): acontecimentos que am- o que são marcadores temporais e espaciais. São
pliam a tensão; formas linguísticas como advérbios, pronomes, locu-
z Resolução: momento de solução da tensão; ções etc. utilizadas para demarcar um espaço físico
z Situação final: retorno da situação equilibrada; ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos,
z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre esses elementos são essenciais para marcar o equi-
a resolução; líbrio e a tensão da história, além de garantirem a
z Moral: apresentação de valores morais que a his- coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais
tória possa ter apresentado. e espaciais: atualmente, naquele dia, nesse momento,
aqui, ali, então...
Esses sete passos podem ser encontrados no Outro indicador do texto narrativo é a presença do
seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como narrador da história. Por isso, é importante apren-
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, dermos a identificar os principais tipos de narrador
bem como aprender a identificar outros pontos do de um texto:
tipo textual narrativo.
Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o
Era um garoto que como eu Amava os responsável por contar os fatos que compõem o texto
02
Beatles e os Rolling Stones Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes-
7-
Girava o mundo sempre a cantar
02
soa. O narrador participa dos fatos
As coisas lindas da América Situação inicial:
6.
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa.
1
Havia mil garotas a fim equilíbrio O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém,
.6
Cantava Help and Ticket to Ride
4
não participa das ações
04
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na
r-
3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
io
Mas uma carta sem esperar
não participa das ações, porém, o fluxo de consciência
n
Da sua guitarra, o separou
Jú
Mandado foi ao Vietnã Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
Clímax
O
Era um garoto que como eu fábula, entre outros. É importante reafirmar que o
Amava os Beatles e os Rolling Stones fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
o
Resolução
êg
Girava o mundo, mas acabou vos não significa que não possam apresentar outras
Fazendo a guerra no Vietnã
R
Cabelos longos não usa mais Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
i
ôn
Não toca a sua guitarra e sim classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
Um instrumento que sempre dá
nt
Só gente morta caindo ao chão cas mais importantes da sequência textual classifica-
Ao seu país não voltará da como descritiva.
Pois está morto no Vietnã [...]
No peito, um coração não há Descritivo
Moral
Mas duas medalhas sim
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas
Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do- nominais que dominam o texto. Os gêneros que uti-
hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021. lizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequên-
cia descritiva como suporte para um propósito maior.
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar- São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
ção linguística que são caracterizadas por: classificados, lista de compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha,
z presença de marcadores temporais e espaciais; que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito
z verbos, predominantemente, utilizados no passado; de alguns aspectos do território que viria a ser chama-
30 z presença de narrador e personagens. do de Brasil.
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Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele
que, certo, assim pareciam bem. Também andavam está organizado de forma esquematizada em seções
entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que
assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a
uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente.
nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo
o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os Expositivo
joelhos com as curvas assim tintas, e também os
colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a
tanta inocência assim descobertas, que não havia
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo
nisso desvergonha nenhuma.
textual, é muito comum a presença de dados, informa-
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem
de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus-
Note que apesar da presença pontual da sequência trar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
narrativa, há predominância da descrição do cenário
e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros,
como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio a seguir:
02
7-
02
1 6.
4 .6
04
r-
n io
Jú
ra
ei
liv
O
de
o
êg
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-
R
mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua
i o
ôn
02
É importante lembrar que a principal marca
7-
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” linguística dessa tipologia é a presença de verbos
02
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy conjugados no modo imperativo e em sua forma infi-
6.
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
1
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
.6
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
4
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- nadas pelo gênero.
04
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
r-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, Argumentativo io
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
n
Wi-Fi e o Bluetooth.
Jú
horóscopos e também nos manuais de instrução. Outro aspecto importante dos textos argumentati-
i o
A principal marca linguística dessa tipologia é a vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
ôn
presença de verbos conjugados no modo imperati- ticas conhecidas como operadores argumentativos,
nt
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve que organizam as orações subordinadas, estruturas
A
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e mais comuns nesse tipo textual.
sé
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. A seguir, apresentamos um quadro sintético com
Jo
Para que possamos identificar corretamente essa algumas estruturas linguísticas que funcionam como
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o a leitura de textos argumentativos:
exemplo a seguir:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...
02
da estrutura da obra. É importante considerar as condi-
7-
ções de produção ao analisar e interpretar um texto, já
02
que elas podem revelar informações importantes sobre
6.
as intenções e ideias do autor.
1
.6
Exemplo: um discurso político produzido duran-
4
te uma campanha eleitoral pode ser influenciado pela
04
necessidade de conquistar votos, além de poder apresen-
r-
tar argumentos e linguagem que visam agradar o públi- io
co-alvo e convencê-lo a votar no candidato em questão.
n
A ideologia refere-se às crenças, valores e visões de
Jú
ideologia ao analisar um texto, já que ela pode influenciar Compreendida a ideia de intertextualidade e apre-
sentada sua importância para a análise textual em
o
Exemplo: um texto que defende a liberdade de provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer
R
expressão pode apresentar argumentos baseados na algumas das principais formas de realização da inter-
o
ideia de que a liberdade individual é um valor fundamen- textualidade em textos e em gêneros utilizados por
i
ôn
de de expressão são ameaças à democracia e aos direitos Antes, porém, é necessário apontar que, confor-
A
A memória discursiva, por fim, refere-se às repre- ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor
Jo
sentações simbólicas que são transmitidas e manti- acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade,
das ao longo do tempo através da linguagem. Essas estamos diante de um processo de intertextualidade
representações podem incluir ideias, valores, crenças, stricto sensu. Quando não é possível acessar esse teor
tradições e histórias compartilhadas por uma comu- intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato
LÍNGUA PORTUGUESA
nidade. A memória discursiva pode afetar a forma sensu. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar
como as pessoas se comunicam e interpretam o mun- essa divisão mais didática:
do e influenciar a produção e a recepção de textos em
diferentes contextos históricos e culturais.
Exemplo: a memória discursiva de um país pode
incluir narrativas sobre a sua história, heróis nacionais,
símbolos e tradições culturais. Essas narrativas podem
influenciar a forma como os indivíduos se identificam
com o país e interpretam seu papel na sociedade.
33
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para José Antônio Rêgo de Oliveira Júnior - 044.616.027-02, vedada, por quaisquer meios e a
qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 Soneto – Luis Vaz de Camões
INTERTEXTUALIDADE
02
obras citadas neste material:
7-
02
Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acesso em: 12 out. 2020.
6.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os
1
Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
4 .6
humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
04
lidade textual. As referências também são muito comuns em textos
jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e demais
r-
documentos que sirvam de embasamento teórico.
io
Paráfrase
n
Jú
qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada A citação também é um tipo de intertextualidade
liv
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
de
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que do utilizamos as palavras de outros autores, devemos
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição
o
êg
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada
de Luís Vaz de Camões.
R
A citação indireta é um tipo de paráfrase. Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o pró-
prio assunto, o que faz dela uma função predominan-
Alusão te nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos
livros instrucionais, contratos etc. A linguagem, nes-
A alusão é um intertexto que faz referência a uma se caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí- sentindo específico.
cita ou implícita.
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver- z Função Fática
dadeiro presente de grego.
A expressão “presente de grego” faz alusão aos Essa função serve para estabelecer ou interromper a
fatos da Guerra de Troia, em que os gregos fingiram comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em
presentear os troianos com um cavalo de madeira expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.
que fazia parte da estratégia grega para conseguirem
invadir a cidade de Troia e destruí-la por dentro. z Função Metalinguística ou Metalinguagem
02
(trecho da música Quase sem querer da banda Legião será transmitida. Essa função, embora seja comum
7-
Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextua- em poesias, também pode ser encontrada em slogans
02
lidade e as possibilidades de escrevermos algo com- publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
6.
etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
1
pletamente inédito em nosso contexto atual.
.6
ritmo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o
4
sentido da mensagem que se quer passar ao receptor,
04
que a interpreta de maneira subjetiva.
r-
io
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
n
Jú
Importante!
CATEGORIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS
ra
DIFERENTES FUNÇÕES DA LINGUAGEM (EMOTIVA, Observe que, quando se trata de identificar uma
ei
METALINGUÍSTICA)
dele). Isso porque dificilmente uma função ocorre
de
Análise e Comparação das Funções das Diferentes isoladamente: o mais comum é que em um texto
o
êg
Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo- Linguagem Verbal e Não Verbal
A
primeira pessoa do singular evidencia seu mundo Quando falamos em linguagem, já aprendemos
Jo
interior; também é comum o uso de interjeições, reti- que ela abrange não só a língua, mas também cores,
cências, ponto de exclamação e interrogação para gestos e entonação. Ao tratar de texto escrito, pode-
reforçar a expressividade do emissor. Essa função é mos falar em linguagem verbal e não verbal.
comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
LÍNGUA PORTUGUESA
02
palavras ou expressões que significam a mes-
7-
z Figuras semânticas ma coisa. Para a gramática normativa, o pleo-
02
nasmo é um vício de linguagem, porque torna a
6.
Metáfora: figura de linguagem mais utilizada
1
frase/oração redundante; no entanto, em algu-
.6
no nosso cotidiano. Resumidamente, podemos mas situações, o pleonasmo é usado intencio-
4
dizer que a metáfora é uma comparação implí-
04
nalmente, de forma irônica ou para dar ênfase
cita, porque não há a presença de um elemen- à determinada expressão. Exemplo: “Sorriu
r-
to comparativo (“como”, “assim como”, “bem io
um sorriso de alívio”;
como”), mas, sim, faz-se uma afirmação compa-
n
Anáfora: repetir uma determinada palavra
Jú
autor. Exemplos: Ele ficou uma fera. / Luciana intenção de enfatizar ou destacar aquela pala-
ei
é uma flor; vra. Exemplo: “Era uma estrela tão alta! / Era
liv
Símile ou Comparação: comparação explícita uma estrela tão fria! / Era uma estrela sozinha /
O
entre dois elementos, por meio de elementos ou Luzindo no fim do dia.” (Manuel Bandeira);
de
“bem como”, “igual a”). Enquanto a metáfora é também não é positiva do ponto de vista da gra-
êg
mais subjetiva e deixa implícita essa compara- mática e deve ser evitada, pois torna o enun-
R
ção, a símile claramente demonstra isso. Exem- ciado confuso e de difícil compreensão. Porém,
io
plo: A vida vem em ondas como o mar; dentro do contexto da literatura, a ambiguida-
ôn
Analogia: tipo de comparação, porém feita de é usada intencionalmente para causar essa
nt
entre elementos distintos. Ou seja, usa-se uma “confusão” na leitura. Exemplo: A mãe levou
A
coisa para explicar outra, por meio de uma a filha para o seu quarto. (Não está claro se o
sé
02
“e”) são excluídas da frase para trazer uma série dade, a depender da situação. Pode ser usada
7-
de informações. Normalmente, usa-se vírgula. É para dar ritmo a um trecho ou com outros fins.
02
o oposto do que acontece com vários sintetiza- Exemplo: “Quem com ferro fere, com ferro será
6.
dores. Exemplo: “Vim, vi, venci.” (Júlio César); ferido”;
1
.6
Anacoluto: mudança na estrutura da frase, Assonância: começa com o mesmo princípio
4
interrompida por alguns elementos inseridos de aliteração, mas, neste caso, as vogais tônicas
04
de forma “solta”. Alguns estudiosos acreditam ou sílabas com as mesmas consoantes e vogais
r-
que o anacoluto é um erro gramatical. Exem- diferentes são repetidas. Exemplo: “Meu amor
io
plo: “Eu, porque sou mole, você fica abusando.” / O que você faria / Se só te restasse esse dia?
n
Jú
Antítese: uso de palavras com significados opos- uso das mesmas palavras ou vocábulos com
O
que dói e não se sente.” (Camões); ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
Gradação ou Clímax: mudança gradual que a é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
organização das palavras sugere com base no e por que buscar esse padrão é importante.
progresso ascendente ou descendente do con- Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
ceito. Exemplo: “Mais dez, mais cem, mais mil e
das e organizadas harmoniosamente de maneira que
mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensan-
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
guentados.” (Ocidentais, Machado de Assis); ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se
Personificação ou Prosopopeia: o autor atri- chama de coesão textual. Os articuladores responsá-
bui características e ações humanas a animais veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto
ou objetos inanimados. Pode ocorrer através de são conhecidos como recursos coesivos que devem
sentimentos, ações, gestos etc. Exemplo: “Meu ser articulados de forma que garanta uma relação
pente perguntou do seu cabelo”; lógica entre as ideias, fazendo com que o texto seja 37
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
inteligível e faça sentido em determinado contexto. Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
A respeito disso, temos a coerência textual, que está sos referenciais que envolvem o uso de expressões
ligada diretamente à significação do texto, aos senti- anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
dos que ele produz para o leitor. “as expressões que retomam referentes já apresentados
no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
COESÃO COERÊNCIA ras”. Vejamos o exemplo a seguir:
02
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas
características da coerência em um texto e como esse são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
7-
02
processo liga-se não apenas às formas gramaticais,
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em Dica
1 6.
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido,
.6
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e Em provas de concursos e seleções, ainda se
4
encontra a terminologia “expressões referenciais
04
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
r-
que se encontra mais na mente que no texto”. material. No entanto, é importante salientar que,
io
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para linguistas e estudiosos, as anáforas são os
n
processos referenciais que recuperam e/ou apon-
Jú
tá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...] Utilizar pronomes para manter a coesão de um
de
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e
o
textual. É importante destacar que esses processos ricos que recuperam porções textuais ou ainda um
A
de coesão não podem ser dissociados da construção nome específico a que o autor faz referência no texto.
sé
COESÃO REFERENCIAL
02
o leitor a construir seu posicionamento. É importante sentados no texto, mediante outras formas de expressão,
7-
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- podem ser analisadas como processos nominalizado-
02
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes
6.
destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, nominais.
1
Essas expressões recuperam informações median-
.6
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que
4
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
04
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
r-
Vejamos um exemplo:
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- io
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual
n
Jú
maior, fazendo referência ao momento de pandemia Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
pelo qual o mundo passa. foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
ra
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- Todas as marcações em negrito fazem referência ao
nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
nt
A elipse é uma forma de omissão de uma informa- Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
linguagem de uma gramática. Neste material, iremos orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
nos deter a maiores aspectos da elipse também nes- rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
02
pósito de manter a coesão textual.
7-
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como Conjunções Subordinativas
02
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir
6.
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
1
.6
maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
4
anteriormente em outro segmento do texto, mas recu-
04
apresentadas num texto, porém, diferentemente
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja- daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
r-
mos como ocorre, a partir do segmento abaixo:
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
n io
para terem o sentido apreendido.
Jú
na coesão:
a inclusão social de muitas pessoas. A
ei
Sem Elipse
liv
COESÃO SEQUENCIAL
CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão
sé
acabar
Jo
As conjunções integrantes fazem parte das orações Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
subordinadas, na realidade, elas apenas integram, Castelão. Ceará no Castelão.
ligam uma oração principal a outra, subordinada.
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais
da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são
ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois
posições diferentes, cumpre um papel importante na
tipos de conjunções integrantes: que e se.
progressão temática do texto.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo
Quando é possível substituir uso de expressões textuais bem características, como: em
Quero que a prova esteja outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
o que pelo pronome isso, es-
fácil. resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi-
tamos diante de uma conjun-
Quero. O quê? Isso cam que algo foi dito e passará a ser ressignificado, garan-
ção integrante
tindo a informatividade do texto.
Sempre haverá conjunção
Perguntei se ele estava
integrante em orações subs- Uso de Paralelismo
em casa.
tantivas e, consequentemen-
Perguntei. O quê? Isso
te, em períodos compostos As ideias similares devem fazer a correspondência
02
entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o
7-
COESÃO RECORRENCIAL nome de paralelismo. Quando as construções de frases
02
e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
16.
Uso de Repetições tático. Quando há sequência de expressões simétricas
.6
no plano das ideias e coerência entre as informações,
4
04
As recorrências de repetições em textos são comu- ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de
sentido.
r-
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. io
Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
n
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala- ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
Jú
essencial para manter a progressão temática do texto, tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
liv
dido, levando o escritor a fugir da temática. Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
de
Embora também não recomendemos as repetições ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
o
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- em que houve quebra de paralelismo:
êg
quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
R
— Correto.
nt
O candidato foi encontra- não podemos coordenar orações reduzidas com ora-
sé
02
z Desenvolvimento: utilizando-se de quantos pará-
7-
grafos achar necessário, é o momento de argumen- Exemplo: João comprou um livro e leu o livro no
02
tar e defender um ponto de vista. Essa precisa ser mesmo dia. (Repetitivo)
6.
a parte mais longa do texto porque é nela que as João comprou um livro e o leu no mesmo dia.
1
justificativas e a tese serão desenvolvidas; (Melhorado com pronominalização)
4 .6
z Conclusão: neste momento, o autor retoma suas
04
principais ideias e conclui seu raciocínio. Em O artigo acompanha o substantivo e tem como
r-
alguns casos, pode-se propor uma solução para um função indicar: io
problema apresentado.
n
z Gênero: masculino ou feminino;
Jú
peitar sua estrutura, como uma ordem lógica. A pro- Existem dois tipos de artigos:
liv
das ideias para se chegar a algum lugar. Caso a ordem z Definido: o, a, os, as;
de
fosse invertida, não seria o mesmo gênero textual, z Indefinido: um, uma, uns, umas.
pois ele só existe nos moldes preestabelecidos.
o
êg
Agora, em se tratando da coesão, como dito ante- A escolha de um artigo adequado é importante
R
riormente, a progressão textual dá-se no uso dos conec- para a compreensão do texto, já que este pode alterar
o
necessário que o autor tenha um conhecimento satisfa- Exemplo: Ele comprou a casa. (Específica)
nt
02
de ‘brasis’ – digamos assim –, ganha disparando dos Mais de um aluno compareceu à aula.
7-
outros, pois houve influências de todos os povos aqui: Mais de cinco alunos compareceram à aula.
02
europeus, asiáticos e africanos.
6.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de A expressão mais de um tem particularidades:
1
.6
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
4
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
04
singular. a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
r-
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um irmão se abraçaram.
io
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
n
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
Jú
sujeito.
nt
02
z Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- Concordância do Infinitivo
7-
mitivo (nada, tudo, ninguém)
02
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu; z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
6.
z Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
1
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
.6
nem um nem outro to esclarecido)
4
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui;
04
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
z Núcleos do sujeito ligados por nem... nem implícito “nós”)
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
r-
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
io
foco nos estudos;
n
(dois pronomes implícitos: eu, nós)
Jú
z Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras Até me encontrarem, vocês terão de procurar
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
ra
como; não só... mas também etc.) ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
R
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
nt
com o núcleo único. Mas, se houver determinante z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
sé
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
Jo
Veja agora uma lista com os casos mais abordados Define-se como a adaptação em gênero e número
02
em concursos: que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
7-
02
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
z Sujeito posposto distanciado adjetivos, numerais).
6.
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-
1
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
.6
cal brasileira seres estranhos; gênero e número com o nome a que se referem.
4
04
z Verbos impessoais (haver e fazer) Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Muro alto. / Muros altos.
Havia problemas no setor.
r-
io
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
n
Casos com Adjetivos
Jú
z Verbo concordando com o antecedente correto ver após os substantivos, poderá concordar com
O
do pronome relativo ao qual se liga as somas desses ou com o elemento mais próximo.
de
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
tinham experiência;
o
z Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
sé
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
atrito. (verbo no singular). cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Existem complicadas regras e conceitos.
Casos Facultativos Quando houver apenas um substantivo qualifica-
LÍNGUA PORTUGUESA
02
z Obrigado / próprio / mesmo com o substantivo posterior.
7-
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
02
A própria enfermeira virá para o debate. pais.
6.
Elas mesmas conversaram conosco. Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
1
quais os pais.
.6
z Silepse (também chamada concordância figurada)
4
Dica
04
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
r-
O termo mesmo no sentido de “realmente” será que está subentendido. io
invariável. Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
n
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. linda!)
Jú
apenas queriam ficar sozinhas.) Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
R
REGÊNCIA VERBAL
ficar a sós;
nt
Concordam com os elementos a que se referem. Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
sé
Ex.: Estamos quites com o banco. relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
Jo
46
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Regência Verbal z Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
Relação de dependência entre um verbo e seu “prestar assistência”
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia os acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. O médico assistia aos acidentados.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
que o sentido seja alterado. Não assisti ao final da série;
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
Objeto direto: os favores recebidos. É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos. res de pessoas.”
V. T. I.: se esquecia
Objeto indireto: dos favores recebidos. z Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que, direto e indireto
mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
seu significado. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. vo indireto)
(aspiramos = sorvemos) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. D.: aspiramos to e indireto);
Objeto direto: ar poluídos. z Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
Os funcionários aspiram a um mês de férias. predicativo do objeto
(aspiram = almejam) Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to com sentido de “convocar”);
Objeto indireto: a um mês de férias Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
A seguir, uma lista dos principais verbos que dicativo do objeto com sentido de “denominar,
geram dúvidas quanto à regência: qualificar”);
z Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
z Abraçar: transitivo direto reto; intransitivo
02
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
7-
indireto com sentido de “ser difícil”)
02
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço;
z Agradar: transitivo direto; transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
6.
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
1
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
.6
to com sentido de “acariciar”) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
4
04
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto z Esquecer: admite três possibilidades
no sentido de “ser agradável a”); Ex.: Esqueci os acontecimentos.
z Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; r-
Esqueci-me dos acontecimentos.
io
Esqueceram-me os acontecimentos;
n
transitivo direto e indireto
Jú
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não z Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
transitivo direto e indireto
ra
personificado)
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
ei
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
de
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
direto e indireto com sentido de envolver-se”);
R
e objeto indireto.
i
ôn
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
nt
indireto) sobre
sé
02
Advérbios Terminados em “Mente” A argumentação científica busca entender o mun-
7-
do através de uma abordagem sistemática e empírica.
02
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a A ciência pode contribuir para a análise do texto lite-
6.
regência dos adjetivos: rário, buscando compreender como ele é construído
1
análoga / analogicamente a e como é recebido pelo leitor, a partir de uma análise
4 .6
contrária / contrariamente a linguística e sociológica. Ela pode ser aplicada na aná-
04
compatível / compativelmente com lise de um texto, considerando a escolha de palavras,
r-
diferente / diferentemente de a estrutura e a reação dos leitores, a partir de estudos
empíricos sobre a linguagem e a cultura.
io
favorável / favoravelmente a
n
paralela / paralelamente a Assim, a teoria literária, a argumentação filosófi-
Jú
Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos tivas argumentativas, todas podem contribuir para a
O
inclusão, inserção em
i
Características e Funções
ôn
inerente em/a
nt
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Enredo Mas, como dito, há também enredos que não são
lineares. Veremos um exemplo não linear a seguir:
O primeiro elemento a ser analisado é o enredo.
Tal elemento é, basicamente, o planejamento do tex- Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias
to narrativo a ser escrito, é por meio dele que a trama pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em pri-
será organizada. Quando pensamos em uma contação meiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.
de história, é natural esperarmos que o enredo seja Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento,
construído de uma maneira linear, afinal, compreen- duas considerações me levaram a adotar diferente
der e construir uma história é muito mais fluido desta método: a primeira é que eu não sou propriamen-
maneira. Porém, nem sempre o enredo cumpre essa te um autor defunto, mas um defunto autor, para
expectativa. Na verdade, há muitos autores que optam quem a campa foi outro berço; a segunda é que o
pela narrativa não linear, desafiando o leitor a estabe- escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moi-
lecer parâmetros diferenciados na construção de sua sés, que também contou a sua morte, não a pôs no
introito, mas no cabo; diferença radical entre este
interpretação dos fatos. É comum que nos textos nar-
livro e o Pentateuco.
rativos haja, no enredo, um problema central que gere
conflito entre as personagens principais e que esse con-
flito seja um mote para o desenrolar da narrativa até O trecho acima é um clássico exemplo de narrati-
seu desfecho. Vale lembrar que as telenovelas se apro- va não linear. No livro “Memórias Póstumas de Brás
veitam muito disto para fisgar os espectadores que se Cubas”, Machado de Assis constrói sua personagem
dedicarão durante meses torcendo por um desenlace protagonista, Brás Cubas, que escolhe narrar sua vida
que favoreça os mocinhos da narrativa. a partir de seu fim, ou seja, de sua morte.
A respeito dos tipos de narrativa no enredo, vere-
O Tempo
mos agora um exemplo de narrativa linear. Lembre-se
que essa narrativa obedece a uma ordem cronológica
Na narrativa, o tempo pode ser definido de for-
dos fatos, seguindo basicamente 4 passos:
ma cronológica ou psicológica. O tempo cronológico
z a apresentação das personagens, do espaço, do define-se pela ordem dos acontecimentos e pela cro-
tempo; nologia, é o tempo real. Nele, temos a noção de que a
02
z o conflito entre as personagens principais que será história se passa em anos, horas, dias ou até mesmo,
como é o caso das fábulas, em um tempo indefinido,
7-
o responsável pelo desenrolar da história;
02
z o clímax, momento no qual o principal conflito é apenas sabemos que se trata do passado. O tempo cro-
6.
solucionado; nológico pode ser marcado também por advérbios ou
1
z por último, o desfecho, quando todos os conflitos locuções adverbiais de tempo que não denotam datas
.6
são solucionados. específicas, mas momentos do dia (dia, tarde, noite
4
04
etc.). Ademais, a escolha desse tipo de tempo exige
r-
Tais elementos podem ser percebidos na lenda da do escritor adequação da linguagem à época escolhi-
io
“Vitória Régia” reproduzida abaixo: da, não por acaso o tempo cronológico também pode
n
ser chamado de tempo histórico. Veja como o escritor
Jú
Diz a lenda que a Lua era um deus que namorava as Aluísio de Azevedo constrói o tempo cronológico no
mais lindas jovens índias e sempre que se escondia,
ra
aldeia indígena, havia uma linda jovem, a guerreira Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
Naiá, que sonhava com a Lua e mal podia esperar o
O
do que quando a Lua levava uma moça, essa jovem bo. Como que se sentiam ainda na indolência de
êg
deixava a forma humana e virava uma estrela no neblina as derradeiras notas da última guitarra da
R
céu. No entanto, a jovem não se importava, já que noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra
o
são no momento em que Naiá não queria mais em terra alheia. A roupa lavada, que ficara de vés-
nt
comer nem beber nada, só admirar a Lua. pera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um
A
Numa noite em que o luar estava muito bonito, a farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão,
sé
moça chegou à beira de um lago, viu a lua refletida esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns
Jo
no meio das águas e acreditou que o deus havia des- pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez
cido do céu para se banhar ali. Assim, a moça se ati- grisalha e triste, feita de acumulações de espumas
rou no lago em direção à imagem da Lua. Quando secas. Entretanto, das portas surgiam cabeças con-
percebeu que aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, gestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos,
LÍNGUA PORTUGUESA
porém não conseguiu e morreu afogada. fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se
Comovido pela situação, o deus Lua resolveu trans- grosso por toda a parte; começavam as xícaras a
formar a jovem em uma estrela diferente de todas tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantan-
as outras: uma estrela das águas – Vitória-régia. do todos os outros; trocavam-se de janela para jane-
Por esse motivo, as flores perfumadas e brancas la as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se
dessa planta só abrem no período da noite.” conversas interrompidas à noite; a pequenada cá
fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham
Na lenda da “Vitória Régia”, a construção lógica e choros abafados de crianças que ainda não andam.
linear é bastante perceptível, visto que os 4 elementos
do enredo são desenvolvidos. Além disso, o enredo é Pode-se perceber que o autor narra a manhã
construído em parágrafos que também são divididos daquele local específico, e em um recorte histórico
de forma estratégica, a fim de organizar as informa- específico, de maneira linear e cronológica. Fica mui-
ções e auxiliar a compreensão do leitor. to claro para o leitor o tempo em que tudo acontece. 49
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Já no tempo psicológico, a compreensão é mais No exemplo acima temos a exatidão do espaço em
complexa, pois a contagem do tempo é vista sob o ponto que se passa a narrativa e como ele é. O leitor con-
de vista da personagem e não obedece a acontecimen- segue visualizar esse local mentalmente apenas pela
tos lineares e cronológicos, sendo mais intimista e par- descrição feita.
ticular. Ele é chamado por alguns críticos de fluxo de Já o espaço social é o local coletivo em que as per-
consciência, já que podemos viajar junto com a perso- sonagens circulam. Ele possui uma significação no
nagem em seu pensamento, sentimento etc. O recurso recorte regional onde está. Um bom exemplo para isso
do flashback também é bastante utilizado nesse tempo, é o espaço já citado no trecho do livro “O Cortiço”. Este
já que permite voltar ao passado e trazer elementos sig- livro possui uma ambientalização bastante específica
nificativos para desenvolver a narrativa. Uma escritora e é necessário que haja conhecimentos prévios para
brasileira muito conhecida por escrever em tempo psi- se entender bem do que se trata, neste caso, os corti-
cológico é Clarice Lispector. A autora possui diversos ços (habitações improvisadas e pouco salubres) do Rio
contos nos quais o fluxo de consciência está presente. de Janeiro no século XIX. Este é o espaço social no qual
Assim acontece no conto “Miopia Progressiva”: as personagens estão inseridas.
Por fim, o espaço psicológico é aquele onde os
Se era inteligente, não sabia. Ser ou não inteligen-
acontecimentos estão nos pensamentos das persona-
te dependia da instabilidade dos outros. Às vezes o
gens, não há um lugar físico. Clarice Lispector, mais
que ele dizia despertava de repente nos adultos um
olhar satisfeito e astuto. Satisfeito, por guardarem
uma vez utilizada aqui como exemplo, desenvolveu
em segredo o fato de acharem-no inteligente e não o o espaço psicológico em seu famoso romance “A Hora
mimarem; astuto, por participarem mais do que ele da Estrela”, veja:
próprio daquilo que ele dissera. Assim, pois, quando
Não, menti, agora vi tudo: ele não era inocente
era considerado inteligente, tinha ao mesmo tempo a
coisa alguma, apesar de ser uma vítima geral do
inquieta sensação de inconsciência: alguma coisa lhe
mundo. Tinha, descobri agora, dentro de si a dura
havia escapado. A chave de sua inteligência também
semente do mal, gostava de se vingar, este era o seu
lhe escapava. Pois às vezes, procurando imitar a si
grande prazer e o que lhe dava força de vida. Mais
mesmo, dizia coisas que iriam certamente provocar
de novo o rápido movimento no tabuleiro de damas, do que ela que não tinha anjo da guarda.
pois era esta a impressão de mecanismo automá-
Neste caso, somos levados pelo fluxo de consciên-
02
tico que ele tinha dos membros de sua família: ao
dizer alguma coisa inteligente, cada adulto olharia cia de quem narra e adentramos a um espaço que não
7-
existe de maneira concreta, pois trata-se das ideias da
02
rapidamente o outro, com um sorriso claramente
suprimido dos lábios, um sorriso apenas indicado personagem que ocorrem sem seu pensamento.
16.
com os olhos, “como nós sorriríamos agora, se não
.6
fôssemos bons educadores” - e, como numa quadri- Diferenciação entre Conflito Gerador da Narrativa,
4
lha de dança de filme de faroeste, cada um teria de Clímax do Enredo e Conflito do Personagem
04
algum modo trocado de par e lugar. Em suma, eles se
r-
entendiam, os membros de sua família; e entendiam- O conflito gerador da narrativa, o clímax do enredo
io
-se à sua custa. Fora de se entenderem à sua custa, e o conflito do personagem são elementos fundamen-
n
desentendiam-se permanentemente, mas como nova
Jú
desentendiam, sentia que eles estavam submissos às fundas das histórias que lemos. Diante disto, vale dizer
ei
se desentenderem.
origem à história, aquele que cria o problema central
O
O Espaço
nista enfrenta o conflito central. É o momento em que
Jo
02
mam as tendências artísticas do momento e do local. preservar a história e a cultura de um povo, tendo em
7-
Alguns exemplos de estilos de época incluem: vista que, através de obras literárias, podemos apren-
02
der sobre as tradições, valores e experiências de um
6.
z Romantismo: caracterizado por uma valorização determinado grupo cultural ou época.
1
.6
dos sentimentos, da natureza e da imaginação. Outra função social importante da literatura é a
4
Alguns escritores românticos incluem Gonçalves de fornecer conhecimento e sabedoria. Através de
04
Dias e José de Alencar; obras literárias, podemos aprender sobre a natureza
r-
z Realismo: caracterizado pela representação da humana, a experiência humana e as complexidades
io
realidade de forma objetiva e fiel, com uma ênfase do mundo que nos rodeia.
n
Jú
MÉTRICA
Clarice Lispector.
R
o
tivas que diferenciam a obra de um autor das obras de referentes ao estudo de poemas, buscando facilitar a
nt
na descrição detalhada e sensorial. Exemplos de buscando criar um efeito de sentido conhecido como
escritores com um estilo descritivo incluem Eucli- rima.
des da Cunha e Graciliano Ramos;
z Estilo irônico: caracterizado por um tom de humor e Versificação
sarcasmo. Alguns exemplos de escritores com um esti-
lo irônico incluem Lima Barreto e Nelson Rodrigues; Não cobre amor,
z Estilo experimental: caracterizado por uma que amor não é cobre. VERSO
busca por novas formas de expressão artística, É ouro.
incluindo o uso de técnicas como o fluxo de cons-
Não peça amor,
ciência e a montagem. Exemplos de escritores com
que amor não é peça. ESTROFE
um estilo experimental incluem Clarice Lispector
É todo.
e Guimarães Rosa. 51
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Mas chama, chama amor, As rimas podem ser:
que amor é chama.
É fogo! z Rima pobre: entre palavras da mesma classe gra-
matical. Exemplo: “Já vi sua fotografia, tenho sau-
(C. Lemos) dade noite e dia”;
z Rima rica: entre palavras de classes gramaticais
Estrutura Estrófica diferentes. Exemplo: “Onde estiver, vai me ouvir
dizer: não vivo sem você”.
CLASSIFICAÇÃO DAS
NÚMERO DE VERSOS Tipos de Rimas
ESTROFES
9 Nona
z Rimas Emparelhadas: rimas que ocorrem em encon-
10 Décima tros, sucedendo uma à outra. Sua estrutura é AABB;
z Rimas Alternadas: rimas cujo efeito sonoro
Irregular — Não há
02
Mais de 10 encontra sonoridade com os versos ímpares, como,
classificação
7-
por exemplo, quando o primeiro verso rima com o
02
terceiro. Sua estrutura é ABAB.
Dica
16.
.6
Como contar as sílabas?
4
Conta-se até a última sílaba tônica da última
04
Saudade! Olhar de minha mãe rezando (A)
palavra do verso. E o pranto lento deslizando em fio... (B)
r-
OPOSTAS
Exemplo: pa la vras não e ram di tas. Saudade! Amor dminha terra... O rio (B)
io
Cantigas de águas claras soluçando. (A) ABBA
Última sílaba tônica (para a rima).
n
Jú
por vogal.
liv
z Elisão: junção da vogal final de uma palavra Ouve ó Glaura, o som da lira
com a vogal inicial da palavra seguinte. Que suspira lagrimosa.
o
êg
(Silva Alvarenga)
i
ôn
52
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z Soneto: composto por 14 versos, sendo duas estro- Além desses, são poemas de formas fixas o Rondó
fes quartetos, ou conjuntos de quatro versos e outras e a Sextilhas.
duas, tercetos, ou seja, conjuntos de três versos: O Rondó se refere a um poema de forma fixa,
composto em versos de oito ou dez sílabas, em duas
Soneto da Separação rimas, com a seguinte estrutura: uma quintilha (rimas
(Vinícius de Moraes) AABBA); um terceto (rimas AAB), ao qual se ajusta a
guisa de refrão, a primeira ou primeiras palavras da
De repente do riso fez-se o pranto
peça; uma segunda quintilha (rimas AABBA), também
Silencioso e branco como bruma
seguida do mesmo refrão.
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. Já as Sextilhas correspondem às estrofes de seis
versos.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama Ritmo Rítmico, Métrica
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama. Ritmo, no poema, é a alteração entre sílabas tôni-
cas e sílabas fracas durante o verso de um poema de
De repente, não mais que de repente forma uniforme.
Fez-se de triste o que se fez amante Métrica, por sua vez, como seu próprio nome nos
E de sozinho o que se fez contente.
leva a inferir, diz respeito a medida de um verso de
acordo com o número de sílabas poéticas, isto é, síla-
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante bas separadas em detrimento da intensidade com que
De repente, não mais que de repente. são pronunciadas. A contagem das sílabas poéticas,
para encontrar a métrica, se encerra na última síla-
z Trova: também chamadas de quadrinhas, as tro- ba tônica do verso. Esse contar de sílabas poéticas é
vas são pequenos poemas de apenas uma estrofe: chamado de escansão. Vejamos um exemplo de métri-
ca da primeira estrofe do poema Canção do Exílio de
O amor que a teu lado levas Gonçalvez Dias:
02
a que lugar te conduz, Mi/nha/ te/rra /tem/ pal/mei/ras
7-
que entras coberto de trevas On/de/ can/ta o /sa/bi/á,
02
e sais coberto de luz? As/ a/ves/, que a/qui/ gor/jei/am,
6.
(Olavo Bilac) Não/ gor/jei/am/ co/mo/ lá.
1
.6
Perceba que não separamos dígrafos como rr e ss,
4
z Balada: formada por três oitavas e uma quadra, geral- em cada um dos versos, temos uma métrica de 7 síla-
04
mente, de versos octossílabos. Era uma forma de poesia bas poéticas.
r-
cultuada pelos franceses no século XVIII, e, no Brasil, os Há ainda uma classificação dos versos, quando
io
Parnasianos reviveram esse modelo de poesia. Exemplo: esses uniformes, conforme sua rima:
n
Jú
z
Tão branca e moça! o olhar tão brando!
o
maior);
i
Rosas na mão, brancas... E, quando Quando os versos não possuem uma única métrica
LÍNGUA PORTUGUESA
GÊNEROS TEXTUAIS
IDENTIFICAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS
CONDICIONAIS AOS TEXTOS DE DIFERENTES
GÊNEROS
Quando pensamos em uma definição para gêne- PROPAGANDAS e os contos de fadas – parte 3. Encantamentos
ros textuais, somos levados a inúmeros autores que Literários, 2009. Disponível em: http://encantamentosdaliteratura.
blogspot.com/2010/08/propagandas-e-os-contos-de-fadas-
buscaram definir e classificar esses elementos, e, ini- parte_16.html. Acesso em: 10 fev. 2023.
cialmente, é interessante nos lembrarmos dos gêne-
ros literários que estudamos na escola. Podemos nos O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
remeter aos conceitos de Tragédia e Comédia, refe- cia ao gênero contos de fada, porém, a estrutura des-
rentes aos clássicos da literatura grega. Afinal, quem se gênero que é, predominantemente, narrativo foi
nunca ouviu falar das histórias de Ilíada ou A Odis- modificada para que o propósito do anúncio fosse
seia, ambas de Homero? Mas o que esses textos têm alcançado, ou seja, persuadir o leitor e levá-lo a adqui-
em comum? Inicialmente, você pode ser levado a pen- rir os produtos da marca. No caso do gênero anún-
sar que nada, além do fato de terem sido escritos pelo cio publicitário, usar outros gêneros e modificar sua
mesmo autor; porém, a estrutura dessas histórias res- estrutura básica é uma estratégia que é estabelecida a
02
peita um padrão textual estabelecido e reconhecido fim de que a principal função do anúncio se cumpra,
7-
na época em que foram escritas. qual seja: vender um produto.
02
De maneira análoga, quando pensamos em gêne- A partir desses exemplos, já podemos enumerar
6.
ros textuais, devemos identificar os elementos que mais algumas características comuns a todos os tipos
1
.6
caracterizam textos, aparentemente, tão diferentes. de gêneros textuais: presença de aspectos sociais e o
4
Logo, da mesma forma que comparamos as estruturas propósito de um gênero, para alguns autores, como
04
de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
r-
entre uma notícia e um artigo de opinião, por exem- Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea-
io
plo, e também é fundamental identificar as razões que lizar um objetivo ou objetivos; então, ele sustenta a
n
Jú
nos levam a classificar cada um desses gêneros com posição de que o propósito comunicativo é o critério
termos diferentes. de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
ra
Esse ponto de interseção é o que podemos esta- tipo textual, que resguarda características básicas
o
belecer como os principais aspectos de classifi- do gênero. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio
êg
71), o ponto de interseção que estabelece sobre qual Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os
A
gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e
sé
comportamentos estereotipados e anônimos que se também a escrever esse gênero quando necessitam.
Jo
estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam sujei- Isso é o que torna a característica da prototipicidade
tos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro ele- tão importante no reconhecimento e na classificação
mento que precisamos identificar para classificar um de um gênero. Ademais, os traços estereotipados de
gênero é o papel social, marcado pelos comportamen- um gênero devem ser reconhecidos por uma comu-
tos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem vive em nidade, reafirmando o teor social desses elementos e
sociedade e, portanto, precisa se fazer compreender estabelecendo a importância de um indivíduo adqui-
tão bem quanto ser compreendido. rir o hábito da leitura, pois quanto mais se lê, a mais
Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife- gêneros se é exposto.
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos Portanto, a partir de todas essas informações sobre
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O resumida, os gêneros textuais são ações linguísti-
fator social dos gêneros textuais também irá direcio- cas situadas socialmente que servem a propósitos
nar outros aspectos importantes na classificação des- específicos e são reconhecidos pelos seus traços
ses elementos, justamente devido à dinâmica social em comum. A seguir, demonstramos uma tabela com
em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de as características básicas para a correta identificação
54 alterações em sua estrutura. dos gêneros textuais:
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Essa configuração própria da notícia é reconheci-
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia.
z Ações sociais Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
z Ações com configuração prototípica totípico desse gênero:
z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
z O propósito de uma ação social
z Divididos em classes Casal suspeito de assaltos é preso após
colidir carro na contramão enquanto fugia Manchete
Outra importante característica que devemos refor- da polícia, em Fortaleza
çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis, Foram apreendidos três aparelhos celu-
existem inúmeros. Justamente pelo fato de os gêneros lares roubados e uma arma de fogo com Lead
sofrerem com as relações sociais, que são instáveis, não seis munições.
há um número exato de gêneros textuais que possamos Um casal suspeito de realizar assaltos foi
estudar, diferentemente dos tipos textuais. preso após capotar um carro ao dirigir na
contramão enquanto fugia da polícia na
GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS tarde deste domingo (13), no Bairro Henri-
que Jorge, em Fortaleza.
Relação com aspectos Associação a aspectos Uma das vítimas, que preferiu não se iden- Corpo
sociais linguísticos tificar, disse que os assaltantes dirigiam da notícia
Não podem sofrer altera- em alta velocidade pelas ruas após abor-
Podem ser alterados ção, sob pena de serem dar de forma fria os pertences. “A mulher
reclassificados estava conduzindo o carro e o comparsa
dela abordava as pessoas colocando a
Estabelecem uma função Organizam os gêneros arma na cabeça”, afirmou.
social textuais
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 14 set. 2020.
Apesar de não existir um número quantificável Na formulação de uma notícia, para que ela atinja
02
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos seu propósito de informar, é fundamental que o autor
7-
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o do texto seja guiado por essas perguntas a fim de tor-
02
fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo nar seu texto imparcial e objetivo:
6.
na resolução de questões que envolvam esse assun-
1
.6
to. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais O quê?
4
gêneros textuais abordados em importantes bancas
04
Onde? MANCHETE
de concursos no país. Posteriormente, trazemos ques-
r-
tões de provas de concursos anteriores que irão nos io
auxiliar a praticar esse conteúdo. Quando?
n
Jú
NOTÍCIA
DIFERENTES CONTEXTOS
ei
Por quê?
liv
O
Notícia
de
tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de É importante ressaltar que, com o advento das
R
maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresen- redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o
o
tar sequências textuais narrativas e descritivas na sua gênero notícia seja divulgado por meio de plataformas
i
ôn
composição linguística, por isso, é fundamental sem- diferentes, como as redes sociais. Isso democratiza a
nt
pre termos em mente as características basilares de informação, porém também abre margem para a cria-
A
todos os principais tipos textuais, os quais tratamos ção de notícias falsas que se baseiam nesse esquema
sé
Como aprendemos no início deste capítulo, os credibilidade ao público. Então, atualmente, podemos
gêneros textuais possuem características que os dis- afirmar que a fonte de publicação é tão importante
tinguem dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter para o reconhecimento de uma notícia quanto a estru-
um apelo a questões sociais, um propósito comunica- tura padrão do gênero da qual tratamos acima.
LÍNGUA PORTUGUESA
tivo e apresentar uma configuração mais ou menos O próximo gênero que trataremos é a reportagem
padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto que guarda sutis diferenças em comparação com a notí-
entre os gêneros. cia e também é muito abordada em provas de concursos.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta
essas características. Seu propósito comunicativo é Reportagem
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada A reportagem é um gênero textual que, diferen-
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a temente da notícia, além de oferecer informações
transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra acerca de um assunto, também apresenta os pontos
importante característica da notícia é a sua configura- de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
ção prototípica, seu padrão textual reconhecido por argumentativo; essa é a principal diferença entre os
leitores de uma comunidade. gêneros notícia e reportagem. 55
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Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou A seguir, daremos continuidade aos nossos estu-
buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar dos sobre os principais gêneros textuais objeto de pro-
nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em
isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon- provas de seleções: o artigo de opinião.
tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
a finalidade de se evitar apresentar um ponto de vista. Artigo de Opinião
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre O artigo de opinião faz parte da ordem de textos
um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingre- que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumen-
diente” dos textos desse gênero que são representados, tação para analisar, avaliar e responder a uma ques-
predominantemente, pela sequência argumentativa. tão controversa. Esse instrumento textual situa-se no
É importante relembrarmos que o tipo textual âmbito do discurso jornalístico, pois é um gênero que
argumentativo é organizado em três macro partes: circula, principalmente, em jornais e revistas impres-
tese, desenvolvimento e conclusão. Por manter esse sos ou virtuais. Com o artigo de opinião, temos a dis-
padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais cussão de um problema de âmbito social. E, por meio
de ampla repercussão e interesse do público, algo que dessa discussão, podemos defender nossa opinião,
não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia como também refutar opiniões contrárias às nossas,
busca apenas a divulgação da informação. ou ainda, propor soluções para a questão controversa.
Diante disso, o suporte de veiculação das repor- A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi-
tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, nião é a de convencer seu interlocutor; para isso, ele terá
como a televisão, o computador, o tablet, o celular. que usar de informações, fatos, opiniões que serão seus
As reportagens têm um caráter de “matérias espe- argumentos. Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta:
ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
podem ser veiculadas em suportes escritos, como O artigo de opinião é um gênero de discurso em que
se busca convencer o outro de uma determinada
revistas e jornais, apesar de, com o avanço do uso das
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por
redes sociais, estas são os principais meios de divulga-
meio de um processo de argumentação a favor de
ção desse gênero atualmente. uma determinada posição assumida pelo produtor
Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor- e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É
02
tagem apresenta informações mais detalhadas sobre um processo que prevê uma operação constante de
7-
um fato e/ou fenômeno de grande relevância social. sustentação das afirmações realizadas, por meio
02
Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados da apresentação de dados consistentes que possam
6.
que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons- convencer o interlocutor (2011, p. 305).
1
trua sua própria opinião sobre o tema.
.6
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero,
4
A despeito dessas diferenças na construção dos
04
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar- o escritor deverá usar diversos conhecimentos, como:
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
r-
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às
É por meio da escolha de determinados recursos lin-
io
perguntas O quê? Como? Por quê? Onde? Quando?
guísticos que percebemos que nada é por acaso, pois,
n
Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto da
Jú
Apresenta argumentos
Objetivo é informar considerar as diversas “vozes” já existentes sobre
o
Apuração extensa
objetiva Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de
A
No processo de escrita de qualquer texto, é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos, porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
processo; por isso, muito cuidado com a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim de mantermos a linha de pensamento nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem
apresentando outro gênero sempre presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
Editorial
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos argumentativos de uma forma geral, iremos nos aten-
tar aqui para as principais características do gênero editorial e no que ele se diferencia do artigo de opinião, por
exemplo.
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
z Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual
z O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante
z Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de uma causa de interesse coletivo
z Sua estrutura também é baseada em: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão
02
7-
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou proble-
02
ma social a ser debatido no texto, posteriormente segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e conclui-
6.
-se com a retomada da opinião apresentada inicialmente. A principal diferença entre editorial e artigo de opinião
1
é que aquele representa a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
4 .6
04
EDITORIAL – MARCAS LINGUÍSTICAS
r-
z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural
n io
z Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante
Jú
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
liv
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
O
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, especialmente em certames que cobrem redação.
de
o
Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento definido. Ser didático ao apresen-
Parágrafo 1
o
Análise e as possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista da
sé
Parágrafo 3
área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação
Jo
Parágrafo 4 Conclusivo, com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir
A seguir, apresentamos nosso último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de
LÍNGUA PORTUGUESA
gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros;
apesar disso, trazemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse
critério, o próximo gênero estudado é a crônica.
Crônica
O gênero crônica é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se tornaram
famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser um gênero curto
de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de concurso para ilustrar questões de inter-
pretação textual e também para contextualizar questões que avaliam a competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas. 57
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CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
z Defesa de um ponto de vista, relacionado ao assunto em
z Limita-se a contar fatos do cotidiano debate
z Pode apresentar um tom humorístico z Uso de argumentos e fatos
z Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa z Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa
z Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo
Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmen-
te, podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como vídeo, muito divulgados nas redes sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos; apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos
sociais mais atuais. Outra característica presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a
metáfora, que auxiliam na presença do tom sarcástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?” da escritora Marina Colasanti em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro da
cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de quem
tanto precisa dela.
Um livro é:
– A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um
escritor é cuidar dessa casa, varrê-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
– A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que
foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com
02
todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
7-
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
02
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
6.
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir a
1
.6
sua.
4
– A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam
04
suas múltiplas cabeças.
r-
– Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
io
conservadas.
n
Jú
Como podemos notar, a crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre
ei
liv
o preço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na socie-
O
dade com um ponto de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
de
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante deixarmos uma informação relevante sobre
esse assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas
o
êg
pelo discurso; por isso, em algumas metodologias (e também em alguns editais de concurso), os gêneros serão tra-
tados como do discurso.
R
io
ôn
Dica
nt
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal; como todo discurso materializa-se por meio
A
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Pode-
sé
mos distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos
Jo
gêneros.
DIALOGISMO
AS CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM
58
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na concepção referente às leis da psicologia interagimos com nossos múltiplos outros, evocados
individual, o emissor expressa o que possui em sua em nossa linguagem, em nosso pensamento e em
mente, sua individualidade, mas não alcança o outro. nossos comportamentos, ações e práticas.
A forma com que ele se comunica opera como mera
Assim sendo, a linguagem dialógica fundamenta-se
tradução do pensamento, ou seja, a comunicação não
no desenvolvimento dos sujeitos como um continuum,
é interativa. Nessa concepção, o texto constitui-se
de acordo com as interações que são possibilitadas nas
como uma construção interior, de maneira que não
relações entre os diferentes sujeitos. A linguagem, então,
há espaço para a interlocução, o leitor é percebido
como um sujeito passivo das mensagens. Portanto, o na perspectiva dialógica, oportuniza interações que dire-
emissor constrói as mensagens de maneira objetiva e cionam o pensamento, ações e práticas dos sujeitos.
individual, um tipo de comunicação em que cabe ao Nessa direção, Scorsolini-Comin e Santos (2010, p. 751)
leitor perceber essa construção de maneira passiva, ainda pontuam que “as palavras refletem e refratam, não de
não havendo, então, abertura para interação. modo mecânico, os conflitos, e apontam as marcas ideológicas
No que se trata da concepção de signos linguísti- distintas de cada sujeito em interação”. Portanto, a concepção
cos no interior de um sistema fechado, de acordo dialógica da linguagem retrata um jogo de palavras em que
com Marques e Sampaio (2012, p. 84), entende-se que o discurso é construído na interação com o outro, não se tra-
tando de um processo mecânico, mas, sim, interativo e ativo.
[...] a língua é compreendida como um sistema está-
tico, cabendo ao emissor o mero acesso as regras REFERÊNCIAS
que constituem a lógica da linguagem e por meio MARQUES, G. M. B.; SAMPAIO, M. L. P. Concep-
delas expressar individualmente o seu pensamento.
ções de linguagem e práxis docente: articulações
necessárias. Intersecções. ed. 8, ano 5, n. 2,
Aqui o foco está na linguagem como apreensão novembro/2012. Disponível em: https://revistas.
das normas, bem como na combinação de signos e
anchieta.br/index.php/RevistaInterseccoes/article/
códigos. Há um caráter objetivo na compreensão da
linguagem, que consiste num processo de codificar view/1110/993. Acesso em: 21 fev. 2023.
e decodificar os signos. O texto, nessa concepção, é SCORSOLINI-COMIN, F.; SANTOS, M. A. dos.
entendido como um veículo para a comunicação. Bakhtin e os processos de desenvolvimento
Já na terceira concepção, a de interação verbal social humano. Rev. Bras Crescimento Desenvolvi-
02
dos locutores, constrói-se uma reflexão da língua consi- mento Hum. 2010; 20(3) 745-756. Disponível
7-
derando-se os aspectos históricos e sociais. Nesse sentido, em: https://www.revistas.usp.br/jhgd/article/
02
“o sujeito da comunicação se constitui na sua vinculação view/19982/22068. Acesso em: 21 fev. 2023.
6.
dinâmica de alteridade. Em sua relação com o ‘outro’, ele
1
.6
se exterioriza e age sobre o seu interlocutor” (MARQUES;
4
SAMPAIO, 2012, p. 84). Isso significa que a linguagem é
04
compreendida numa perspectiva dialógica, de maneira
FONÉTICA E FONOLOGIA
r-
que os sujeitos são participantes ativos nos processos e io
interlocução. Com isso, o texto, na linguagem dialógica,
n
constrói-se por meio do diálogo e criação de sentido. TONICIDADE
Jú
A concepção dialógica de linguagem, na perspec- notar qual sílaba é pronunciada com mais força.
R
Na concepção dialógica da linguagem, a constru- Ex.: Essa chance nos foi dada.
ção de conhecimento do sujeito dialógico se dá na
relação com o outro, de maneira que um novo conhe- Monossílabas Tônicas
cimento é construído a partir da interação entre dife-
LÍNGUA PORTUGUESA
O que as pessoas são ou o que virão a ser não depen- São chamadas assim as palavras que apresentam
de de uma sucessão de desenvolvimentos, mas um tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a
continuum de rupturas, apropriações e transforma- sílaba mais forte.
ções que se dão à medida que nos desenvolvemos e Ex.: mo-co-tó; pa-ra-béns; vo-cê. 59
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Paroxítonas
São chamadas assim as palavras que apresentam a sílaba tônica na penúltima sílaba.
Ex.: a-çú-car.
Proparoxítonas
São chamadas assim as palavras que apresentam a sílaba tônica na antepenúltima sílaba.
Ex.: rá-pi-do.
Notações Léxicas
São notações léxicas todos os sinais e símbolos acessórios que servem para auxiliar a pronúncia das palavras.
Vejamos alguns exemplos:
z Acento agudo (´): sinal com um traço oblíquo para direita que indica sílaba tônica em palavras que precisam
ser sinalizadas;
z Acento circunflexo (^): sinal que indica vogal tônica e fechada em palavras que precisam ser sinalizadas;
z Acento grave (`): sinal com traço oblíquo para esquerda que representa a junção de duas vogais A em funções
sintáticas diferentes, fenômeno chamado de crase;
z Diacrítico til (~): indica nasalização em som vocálico. Não é considerado um sinal.
ACENTUAÇÃO
Relações Entre Tonicidade e Acentuação e Classificação das Palavras Conforme as Regras de Acentuação
Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender essas regras, faz-se
necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a sua divisão.
02
7-
z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, chá; pé, fé,
02
mês; nó, pó, só;
6.
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, guaraná; Pelé,
1
.6
você; cipó, mocotó; também, parabéns;
4
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: bíceps, fór-
04
ceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen.
r-
io
n
Importante!
Jú
ra
z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e fácil de lembrar — todas as proparoxítonas devem ser
acentuadas!
o
êg
R
Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns vocábulos,
o
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo crescente no final de suas
nt
sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as palavras:
A
sé
z his-tó-ria/ his-tó-ri-a;
Jo
z vá-cuo/ vá-cu-o;
z pá-tio/ pá-ti-o.
Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais ter e vir:
Perceba que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordância ver-
bal quando usar esses verbos.
60
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ORTOGRAFIA OFICIAL
EFEITOS DE SENTIDO PRODUZIDOS PELA EQUIVOCIDADE ORTOGRÁFICA
A equivocidade ortográfica ocorre quando uma palavra é escrita de forma semelhante ou igual a outra, apre-
sentando, no entanto, um significado diferente. Esse fator pode ser usado de forma consciente para criar efeitos
de sentido interessantes na escrita.
Duplo Sentido
A equivocidade ortográfica pode criar um duplo sentido na escrita. Isso ocorre quando uma palavra pode ser
interpretada de duas maneiras diferentes, dependendo do contexto em que é usada. Este recurso pode ser usado
conscientemente a fim de atribuir determinado efeito de sentido em um texto. Observe a tirinha2 do personagem
Armandinho, criado por Alexandre Beck:
02
7-
O duplo sentido na tirinha surge diante da palavra “vendo”, que pode ser uma forma conjugada de dois ver-
02
bos diferentes: “vender” e “ver”. Como o sentido não é explicitado, o efeito de humor gerado pelo duplo sentido
6.
é produzido.
1
4.6
Trocadilhos
04
r-
A criação de trocadilhos também pode fazer uso da equivocidade ortográfica. Os trocadilhos são jogos de pala-
io
vras, nos quais aposta-se, principalmente, no significado ambíguo dos vocábulos, ou seja, em seu duplo sentido, o
n
que pode gerar efeitos de comicidade. Observe, por exemplo, o poema de Thomaz Sachetto: “Ela sabia que o amor/
Jú
não era uma doença,/mas sabia que, por/amar, precisaria/ser paciente3.” A palavra “paciente”, aqui, gera um
ra
efeito de humor e permite que o poeta relacione conceitos diversos, como doença e paciência, já que o vocábulo
ei
em destaque pode ser classificado tanto como adjetivo quanto como substantivo.
liv
Também é possível criar trocadilhos por meio de palavras com grafia igual, mas com sons e significados dife-
O
rentes. Veja o poema de Carol Burgo: “Quero um/Amor que some./Não um amor/Que some4.” Note a grafia da
de
palavra “some”, em destaque: em sua primeira aparição, o vocábulo refere-se ao verbo “somar” conjugado na 3ª
o
pessoa do singular do presente do subjuntivo; já na segunda vez em que surge, a palavra tange ao verbo “sumir”
êg
conjugado na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. Em resumo: embora a grafia do termo seja a mes-
R
Ironia
nt
A
A equivocidade ortográfica também pode ser usada para criar um efeito irônico. A ironia é uma figura de
sé
linguagem que atribui às palavras sentidos opostos, sugerindo o contrário do que é afirmado. Observe a seguinte
Jo
frase: “Ela correu tão rápido quanto uma tartaruga.” Aqui, a palavra “rápido” não adjetiva alguém cujo desem-
penho foi veloz, mas o contrário, uma vez que é relacionada a “tartaruga”, animal conhecido por sua lentidão.
Ambiguidade
LÍNGUA PORTUGUESA
Outro fruto da equivocidade ortográfica é a ambiguidade na escrita, que difere do duplo sentido por ser, geral-
mente, não intencional. Observe a tirinha5 do cartunista WillTirando:
Importante!
É importante lembrar que o uso dos recursos apresentados, criados pela equivocidade ortográfica, deve ser
feito de forma consciente e cuidadosa, para que não haja confusão ou falta de clareza na comunicação do
texto.
Uso das Linguagens de Acordo com suas Condições de Produção e Recepção Social, de Modo a Discutir Finalidade,
Função, Funcionamento e Apropriação da Norma Ortográfica
02
7-
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém já disse
02
que em país algum se fala uma língua só, há várias línguas dentro da língua oficial. E no Brasil não é diferente: pode-
6.
-se até afirmar que cada cidadão tem a sua. A essa característica da língua damos o nome de variação linguística.
1
De forma sintética, podemos dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão formal e padrão informal; cada um
.6
desses tipos apresenta suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
4
04
z Padrão Formal
r-
n io
Norma Culta
Jú
ra
A norma culta da língua portuguesa é estabelecida pelos padrões definidos conforme a classe social mais
ei
abastada, detentora de poder político e cultural. As pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de privilégios
liv
na sociedade têm o poder de ditar, inclusive, as regras da língua, direcionando o que é considerado permitido e
O
Norma Padrão
o
êg
R
A norma padrão diz respeito às regras organizadas nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras e
o
preceitos que devem ser respeitados na utilização da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abstrato,
i
ôn
tendo em vista que também considera fatores sociais, como a norma culta.
nt
A
Língua Formal
sé
Jo
A língua formal não está, diretamente, associada a padrões sociais; embora saibamos que a influência social exerce
grande poder na língua, a língua formal busca formalizar em regras e padrões as suas normas a fim de estabelecer um
preceito mais concreto sobre a linguagem.
z Padrão Informal
Coloquialismo
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (fonético, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que apre-
senta formas informais no falar e/ou escrever.
Oralidade
A oralidade marca as maneiras informais de se comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela norma
formal, e, por isso, são chamadas de registros orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam realizados apenas
pela linguagem oral.
62
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Linguagem Coloquial
MORFOSSINTAXE
A linguagem coloquial marca formas fora do
padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos, SINTAXE DE ACORDO COM A NORMA PADRÃO
existem alguns tipos de variação linguística; dentre
elas, as mais comuns em provas de concurso são: Efeitos de Sentido Produzidos pela Morfossintaxe
Variação diatópica ou geográfica Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre
os grandes grupos de palavras existentes na língua,
A variação diatópica pode ocorrer com sons dife-
rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru-
uma variação diatópica fonética, já que fonética sig- pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases,
nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos nós construímos um painel morfológico.
também o exemplo das variações que ocorrem em As palavras normalmente recebem uma dupla clas-
diversas partes do país. Em Curitiba, PR, os jovens cha- sificação: a morfológica, que está relacionada à classe
mam de penal o estojo escolar para guardar canetas e gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à
lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro função específica que assumem em determinada frase.
para representar um carinho feito em alguém. O que
em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, Frase
no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa
variação denominamos diatópica lexical, já que lexi- Frase é todo enunciado com sentido completo.
cal significa algo relativo ao vocabulário. Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
conjunto de palavras.
Variação diastrática ou sociocultural Ex.: Fogo!
Silêncio!
A variação diastrática, como também ocorre com a
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, depen-
Ramos).
dendo do que seja modificado pelo falar do indivíduo:
falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de variação
Oração
02
diastrática fonética. Usar “presunto” no lugar de corpo
7-
de pessoa assassinada é variação diastrática lexical. Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
02
E falar “Houveram menas percas” no lugar de “Houve (explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
6.
menos perdas” é variação diastrática sintática.
1
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
.6
tá-lo completo ou incompleto.
4
Variação diafásica ou estilística
04
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
A variação diafásica, como ocorreu com a diatópica poluição.
e com a diastrática, pode ser também fonética, lexical r-
io
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque).
n
e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não por morar
Jú
se a pronúncia de i)
Jo
Diafásica Ocorre com a alteração dos elemen- grantes (complemento verbal, complemento nominal
sintática tos sintáticos, ocasionando erros e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
adjunto adverbial e aposto).
Variação diacrônica
Termos Essenciais da Oração
Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido
estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos. São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
Podemos citar alguns exemplos comuns, como as da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você. ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
Além dessas, a variação diacrônica também marca a leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
presença de gírias comuns em determinadas épocas, exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a
como broto, chocante, carango etc. seguir cada um deles. 63
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Sujeito Tipos de Sujeito
É o elemento que faz ou sofre a ação determinada Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
pelo verbo.
O sujeito pode ser: Simples
DETERMINADO Composto
z o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
z o elemento que pratica ou recebe a ação expressa Elíptico
pelo verbo; Com verbos flexionados na 3ª
z o termo que pode ser substituído por um pronome pessoa do plural
do caso reto; INDETERMINADO
Com verbos acompanhados do se
z o termo com o qual o verbo concorda.
(índice de indeterminação do sujeito)
Ex.: A população implorou pela compra da vacina
da COVID-19. Usado para fenômenos da
INEXISTENTE natureza ou com verbos
No exemplo anterior a população é: impessoais
z o elemento sobre o qual se declarou algo (implo- z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
rou pela compra da vacina); lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:
z o elemento que pratica a ação de implorar;
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo Simples: quando há apenas um núcleo.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
z o termo que pode ser substituído por um pronome Núcleo: aluguel
do caso reto. Sujeito simples: O aluguel da casa;
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.) Composto: quando há dois núcleos ou mais.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
Núcleo do Sujeito Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores;
02
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
7-
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
02
núcleo indica a palavra que realmente está exercen- cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
6.
do determinada função sintática, que atua ou sofre a Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)
1
.6
ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
4
ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome. z Indeterminado: quando não é possível identificar
04
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
r-
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
io
Ex.: O povo pediu providências ao governador. do por um índice de indeterminação do sujeito, a
n
Sujeito: O povo
Jú
partícula “se”.
Núcleo do sujeito: povo
ra
Ex.: A população pediu uma providência ao Entende-se que ninguém consegue ver nessa
sé
governador. condição.
Jo
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Classificação do Sujeito Quanto à Voz Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Mendes)
z Voz ativa (sujeito agente) Predicado: são mais bonitas.
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- Bilac)
ce a ação na frase; Predicado: estão cheias de calafrios.
z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Ex.: Corta-se cabelo. É importante não confundir:
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação,
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da mas um estado momentâneo ou permanente que
oração. relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é
o predicativo do sujeito;
Importante notar que não há preposição entre z Predicativo do sujeito: função exercida por subs-
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri-
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais buem uma condição ou qualidade ao sujeito.
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal. Ex.: O garoto está bastante feliz.
Precisa-se de cabelo. Verbo de ligação: está.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, Predicativo do sujeito: bastante feliz.
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é Ex.: Seu batom é muito forte.
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina- Verbo de ligação: é.
ção “-se”. Predicativo do sujeito: muito forte.
02
Predicado objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
7-
demais termos do predicado.
02
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre O verbo do predicado pode ser classificado em
6.
o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
1
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-
.6
mos essenciais na oração, há casos em que a oração tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
4
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
04
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi-
r-
impossível existir uma oração sem sujeito.
ge um complemento não preposicionado, o objeto
io
O predicado pode ser:
n
direto.
Jú
Noel Rosa
Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
ei
Ex.: Chove pouco nesta época do ano; vo indireto tem como necessidade o complemen-
êg
Predicado: Chove pouco nesta época do ano. to acompanhado de uma preposição para fazer
R
sentido.
o
sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica- Verbo transitivo indireto: acreditamos
nt
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita: Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
sé
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Verbo transitivo indireto: obedeceu
Jo
Ocorre quando há dois núcleos significativos: Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo exercem função de objeto direto, os pronomes oblí-
transitivo, predicativo do objeto). quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Verbo intransitivo: parou
quem? A minha pessoa”)
Predicativo do sujeito: atento
Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
(= “Nunca tomeis quem? Vós”)
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
considerado predicativo do sujeito.
“Convidaram quem? Ela”)
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac) Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
Verbo intransitivo: marchou “Receberam quem? Nós”)
Predicativo do sujeito: desorientado Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- pronome relativo que.
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- esse algo é o objeto direto)
do de Assis) Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
02
Verbo transitivo direto: achou feminino definido)
7-
Objeto direto: o raciocínio
02
Predicativo do objeto: exato z Objeto direto preposicionado
6.
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
1
.6
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
4
que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos preposição no seu complemento, algumas palavras
04
concluir que temos um caso de predicativo do obje- requerem o uso da preposição para não perder o sen-
r-
to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é tido de “alvo” do sujeito.io
o sujeito. Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
n
facultativos.
Jú
preposição:
liv
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. Não entendo nem a ele nem a ti.
de
z Objeto indireto: é complemento verbal regido de São termos que acompanham o substantivo,
preposição obrigatória, que se liga diretamente a núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
especificar o elemento representado pelo substantivo.
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
Categorias morfológicas que podem funcionar
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação. como adjunto adnominal:
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
casa 260. z artigos;
Gosto de ti, meu nobre. z adjetivos;
Não troque o certo pelo duvidoso. z numerais;
Vamos insistir em promover o novo romance de z pronomes;
ficção. z locuções adjetivas.
02
z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais: ficaram esquecidos no quarto.
7-
pode ser representado pelos seguintes pronomes Iam cheios de si.
02
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os Estava conquistando o respeito dos seus.
16.
pronomes o, a, os, as não exercerão essa função. O novo regulamento originou a revolta dos
.6
funcionários.
4
04
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor. O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
r-
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
io
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
n
indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Jú
z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).
liv
plemento nominal?
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
o
êg
Estou longe de casa e tão perto do paraíso. daquilo que expressa o substantivo.
Para melhor identificar um complemento nomi- Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
nal, siga a instrução: foi respeitada.
Nome + preposição + quem ou quê Notava-se o amor pelo seu trabalho.
Como diferenciar complemento nominal de com- Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
plemento verbal? Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
Adjunto Adverbial
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
diretamente ao verbo “obedecia”) Termo representado por advérbios, locuções
Naquela época, a obediência ao meu coração pre- adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio-
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora- na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas
ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”). circunstâncias. 67
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z Tempo: Quero que ele venha logo; z Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
z Modo: O dia começou alegremente; especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
z Intensidade: Almoçou pouco; substantivos próprios.
z Causa: Ela tremia de frio; Exs.: O mês de abril.
z Companhia: Venha jantar comigo; O rio Amazonas.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as Meu primo José;
roupas; z Aposto da oração: é um comentário sobre o
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Finalidade: Vivia para o trabalho; condensa.
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; preocupação.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui; O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; ideia que não me agrada;
z Origem: Descendia de nobres. z Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
Não confunda! para as perguntas.
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que Dica
o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui z O aposto pode aparecer antes do termo a que
é um adjunto adnominal) se refere, normalmente antes do sujeito.
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
adjunto adverbial) na marcou uma geração.
z Segundo o gramático Cegalla, quando o apos-
Aposto to se refere a um termo preposicionado, pode ele
vir igualmente preposicionado.
02
Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de
7-
ou orações. O aposto tem como propósito explicar, tudo ele tinha medo.
02
identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon- z O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
6.
tar algo, alguém ou um fato.
1
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
.6
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
4
bicicleta.
04
Aposto: filha de D. Raimunda
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-
r-
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran- mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial
io
des obras. de modo).
n
Jú
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. preposição que precede o aposto. Caso seja um
liv
Separa-se do substantivo a que se refere por uma adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
O
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
êg
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos; (adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);
o
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante- aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
nt
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
sé
02
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
7-
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.
02
Para não esquecer:
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
6.
Período simples é aquele formado por uma só
1
oração. “A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
.6
Período composto é aquele formado por duas ou morte.” (Laurindo Rabelo);
4
04
mais orações. z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou
se excluem.
r-
Classifica-se nas seguintes categorias:
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
n io
z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas; ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
Jú
... talvez).
ra
Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver- Ex.: Ora responde, ora fica calado.
ei
pletivas nominais, predicativas, apositivas; Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima
o
As orações são sintaticamente independentes. Isso Formado por orações sintaticamente dependentes,
significa que uma não possui relação sintática com considerando a função sintática em relação a um ver-
verbos, nomes ou pronomes das demais orações no bo, nome ou pronome de outra oração.
período. Tipos de orações subordinadas:
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
(Fernando Pessoa) z substantivas;
Oração coordenada 1: Deus quer z adjetivas;
Oração coordenada 2: o homem sonha z adverbiais. 69
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Orações Subordinadas Substantivas z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
São classificadas nas seguintes categorias: tam uma explicação sobre o termo antecedente.
São consideradas termo acessório no período,
z Orações subordinadas substantivas conectivas: podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
são introduzidas pelas conjunções subordinativas das por vírgulas.
integrantes que e se. Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de cria trinta gatos;
impostos. z Orações subordinadas adjetivas restritivas:
Não sei se poderei sair hoje à noite; especificam ou limitam a significação do termo
z Orações subordinadas substantivas justapos- antecedente, acrescentando-lhe um elemento
tas: introduzidas por advérbios ou pronomes indispensável ao sentido. Não são isoladas por
interrogativos (onde, como, quando, quanto, vírgulas.
quem etc.); Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias incurável;
roubadas.
Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
Dica
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica Como diferenciar as orações subordinadas adje-
no infinitivo. tivas restritivas das orações subordinadas adjeti-
Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras; vas explicativas?
z Orações subordinadas substantivas subjetivas: Ele visitará o irmão que mora em Recife.
exercem a função de sujeito. O verbo da oração
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
visitar apenas o que mora em Recife)
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
rir a nenhum termo na oração. Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito) (explicativa, pois ele tem apenas um irmão que
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora- mora em Recife)
02
cional) (or. sub. subst. subje.);
Orações Subordinadas Adverbiais
7-
z Orações subordinadas substantivas objetivas
02
diretas: exercem a função de objeto direto de um
6.
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi- Exprimem uma circunstância relativa a um fato
1
reto da oração principal. expresso em outra oração. Têm função de adjunto
.6
adverbial. São introduzidas por conjunções subor-
4
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
04
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos
r-
subst. obj. dir.); seguintes grupos: io
z Orações subordinadas substantivas completi-
n
vas nominais: exercem a função de complemento z Orações subordinadas adverbiais causais: são
Jú
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
ra
Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
liv
Tenho necessidade de que você me apoie. (com- z Orações subordinadas adverbiais comparati-
de
plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com- vas: são introduzidas por: como, assim como, tal
o
z Orações subordinadas substantivas predicati- Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
R
oração principal. Sempre figuram após o verbo de z Orações subordinadas adverbiais concessivas:
i
ôn
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
A
Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do por mais que, se bem que etc.
Jo
sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.); Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
z Orações subordinadas substantivas apositivas: z Orações subordinadas adverbiais condicionais:
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
de dois-pontos ou entre vírgulas. contanto que, a menos que etc.
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto) Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
Só quero uma coisa: que você volte imediata- tal;
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.); z Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
Orações Subordinadas Adjetivas do, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
Desempenham função de adjetivo (adjunto adno- z Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São são introduzidas por: que (precedido na oração
introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a anterior de termos intensivos como tão, tanto,
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: que, sem que.
70 explicativas e restritivas. Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
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“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles); substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
z Orações subordinadas adverbiais finais: indi- z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas pelas mãos.
por: para que, a fim de que, porque e que (= para O meu manual para fazer bolos certamente vai
que) agradar a todos;
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
tivessem bom estudo; continua jogando bola.
z Orações subordinadas adverbiais proporcio- Sem estudar, não passarão.
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- Ele passou mal, de tanto comer doces.
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a Orações Reduzidas de Gerúndio
aprecio;
z Orações subordinadas adverbiais temporais:
Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
sitivas, adjetivas, adverbiais.
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando
livre dos juros;
Para separar as orações de um período composto, é z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo
necessário atentar-se para dois elementos fundamen- ajudando um ao outro. (subjetiva)
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos z Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar (objetiva direta);
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu- coração;
ções verbais. Exs.: z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração contou a verdade.
[para fixar outros] – 2ª oração
02
[que os rodeiam] – 3ª oração Orações Reduzidas de Particípio
7-
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
02
ção (M. de Assis) Podem ser adjetivas ou adverbiais.
6.
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
1
.6
basta, pertencente à 1ª (oração principal). z Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
4
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém Nosso planeta, ameaçado constantemente por
04
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração. nós mesmos, ainda resiste;
r-
z Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-
io
Orações Reduzidas ria problemas. (condicional)
n
Jú
(temporal).
iniciadas por conjunções;
O
prepositiva.
i
ôn
Períodos Mistos
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
nt
z Orações subordinadas adjetivas coordenadas Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
entre si
Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é z Entre o sujeito e o verbo:
cautelosa, não faz tudo sozinha. Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva ram a explicação. (errado)
Oração subordinada adjetiva 2: mas que é Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
cautelosa;
02
sertaram minha visão. (errado);
7-
z Orações subordinadas adverbiais coordenadas z Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
02
entre si dicativo do sujeito:
6.
Ex.: Não só quando estou presente, mas também Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
1
ção. (errado)
.6
quando não estou, sou discriminado.
4
Oração subordinada adverbial 1: quando estou Os alunos precisam de, que os professores os aju-
04
presente dem. (errado)
r-
Oração subordinada adverbial 2: quando não Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
io
estou; (errado);
n
z Orações coordenadas ou subordinadas no mes- z Entre um substantivo e seu complemento nominal
Jú
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
ei
penitenciárias cumpram seu papel Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
o
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
Jo
02
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com que não jogaremos comida fora à toa”).
7-
cautela;
02
z Marcar invocação em correspondências: Ponto de Exclamação
6.
Ex.: Prezados senhores:
1
.6
Comunico, por meio deste, que...
z É empregado para marcar o fim de uma frase com
4
04
entonação exclamativa:
Travessão
Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!; r-
io
z Usado em discursos diretos, indica a mudança de
n
discurso de interlocutor: Ex.: z Aparece após uma interjeição:
Jú
z Serve também para colocar em relevo certas Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”;
liv
expressões, orações ou termos. Pode ser substituído z É repetido duas ou mais vezes quando se quer
O
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
o
02
Representam uma variante dos parênteses, porém barras para indicar a separação das estrofes:
7-
têm uso mais restrito. Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
02
Usam-se nos seguintes casos: passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
6.
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
1
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
.6
z Para incluir num texto uma observação de nature-
4
za elucidativa: z Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
04
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de não foi escrita na sua totalidade:
r-
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; Ex.: a/c = aos cuidados de;
io
z Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), s/ = sem;
n
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado z Para separar o numerador do denominador nos
Jú
que pareça, o texto original é assim mesmo: números fracionários, substituindo a barra da
ra
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;
o
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des- z Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
A
Como é possível notar, os dois processos de forma- Na derivação parassintética, um acréscimo simul-
ção de palavras são a derivação e a composição. As tâneo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma
palavras formadas por processos derivativos apresen- estrutura primitiva. É importante não confundir, con-
tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las tudo, com o processo de derivação por sufixação e
agora! prefixação. Veja:
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o senti-
do, como em “emagrecer” (sem um dos afixos: “ema-
Processos de Derivação
gro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para
estabelecer por qual processo a palavra foi formada:
As palavras formadas por processos de derivação
retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira
são classificadas a partir de seis categorias: dúvida. Caso a palavra que restou exista, estaremos
diante de um processo por derivação sufixal e prefi-
z prefixal ou prefixação; xal; caso contrário, a palavra terá sido formada por
z sufixal ou sufixação; derivação parassintética.
z prefixal e sufixal; Ex.: entristecer, desalmado, espairecer, desgelar,
z parassintética ou parassíntese; entediar etc.
z regressiva;
02
z imprópria ou conversão. Derivação Regressiva
7-
Já na derivação regressiva, a nova palavra será
02
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada formada pela subtração de um elemento da estrutura
6.
uma dessas classes e identificar as peculiaridades de
1
primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
.6
cada uma. Almoço (almoçar);
4
04
Ataque (atacar);
Derivação Prefixal Amasso (amassar).
r-
A derivação regressiva, geralmente, forma subs-
n io
Como o próprio nome indica, as palavras forma- tantivos abstratos derivados de verbos. É possível
Jú
das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci- que alguns autores reconheçam esse processo como
ra
Derivação Imprópria
mem; infeliz; refazer.
O
Deslealdade: prefixo des-; classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
êg
Derivação Sufixal
— o passado;
sé
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lis- Agora que já conhecemos os processos de forma-
ta a seguir que podem auxiliar na compreensão do ção de palavras, precisamos identificar as palavras
processo de formação de palavras. Novamente, aler- que são compostas e as palavras que são derivadas.
tamos que essa lista não deve ser encarada como
uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente etc.;
para apreender o sentido de alguns desses radicais e z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.
prefixos.
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir
RADICAIS E PREFIXOS GREGOS de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras
que detêm a raiz com sentido lexical independente.
RADICAL/ São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc.
SENTIDO EXEMPLO
PREFIXO A partir das palavras primitivas, o falante pode
Acro Alto Acrofobia/acrobata anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala-
vras derivadas, assim chamadas pois derivam de um
Agro Campo Agropecuária
dos seis processos derivacionais.
Algia Dor Nevralgia Já as palavras compostas guardam a independên-
Bio Vida Biologia cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala-
vras para a formação de um novo sentido.
Biblio Livro Biblioteca
Crono Tempo Cronologia SEMÂNTICA
Caco Mau cacofonia
Efeitos de Sentido de Acordo com Relações
Cali Belo Caligrafia
Semânticas das Palavras
Dromo Local Autódromo
Quando escolhemos determinadas palavras ou
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da expressões dentro de um conjunto de possibilidades
02
língua portuguesa também se aglutinam a radicais e de uso, estamos levando em conta o contexto que
7-
prefixos latinos. influencia e permite o estabelecimento de diferentes
02
relações de sentido. Essas relações podem se dar por
6.
meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
1
RADICAIS E PREFIXO LATINOS
.6
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
4
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
04
Arbori Árvore Arborizar
Importante!
r-
Beli Guerra Belicoso
n io
Cida Que mata Homicida Léxico: conjunto de todas as palavras e expres-
Jú
sões de um idioma.
Des- dis Separação Discordar
ra
Fide Fé Fidelidade
o
As palavras formadas por processos de composi- lhantes. É importante entender que a identidade dos
nt
ção podem ser classificadas em duas categorias: justa- sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
A
As palavras formadas por qualquer um desses pro- o que pode não acontecer em outras situações. O
Jo
cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
vez que nesse processo há a junção de duas palavras exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
que já existem para a formação de um novo termo, lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
com um novo sentido. de suas significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
z Composição por justaposição: nesse processo, so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
as palavras envolvidas conservam sua autonomia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
morfológica, permanecendo a tonicidade original capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura
de conta, navio-escola, malmequer; do texto.
z Composição por aglutinação: na formação de
palavras por aglutinação, há mudanças na toni- Antonímia
cidade dos termos envolvidos, que passam a ser
subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró- São palavras ou expressões que, empregadas em
leo (petra + óleo); aguardente (água + ardente); um determinado contexto, têm significados opostos.
76 vinagre (vinho + agre); você (vossa + mercê). As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- estático (imóvel) extático (admirado)
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é esterno (osso do peito) externo (exterior)
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
extrato (o que se extrai de
estrato (camada)
algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
Acesso em: 17 out. 2020.
Parônimos
02
7-
Homônimos são palavras que têm a mesma pro- z Aferir/auferir
02
núncia ou grafia, porém apresentam significados dife-
6.
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a Realizaremos uma prova para aferir seus
1
.6
seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô- conhecimentos (avaliar, cotejar).
4
nimos importantes: O empresário consegue sempre auferir lucros
04
em seus investimentos (obter).
r-
acender (colocar fogo) ascender (subir) io
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) z Cavaleiro/cavalheiro
n
Jú
céptico (descrente) séptico (que causa infecção) O comprimento do tecido que eu comprei é de
ôn
02
Hipônimo e Hiperônimo
que introduzem, desenvolvem e concluem um texto dis-
7-
sertativo. E só depois de exercitar esses primeiros pro-
02
Relação estabelecida entre termos que guardam
cedimentos é que se passa à produção de um trabalho
6.
relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
completo, buscando a eficiência do todo por intermédio
1
dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos –
.6
do agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
4
formação de um bloco contínuo e completo.
04
O truncamento desse trabalho ocorrerá certamen-
r-
te se o aprendiz não se dispuser a praticar esses con-
io
ceitos. É aí que começa a frustração dos potenciais
n
REDAÇÃO DISCURSIVA autores, pois muitas vezes só vão tentar praticar a
Jú
Neste material, vamos trabalhar a redação discur- do do livro didático e sentem muita dificuldade no
ei
siva. Você estudará algumas características inovado- momento do agrupamento, isto é, de fazer virar o todo
liv
ras no conceito de produção de textos para quem quer aquilo que aprendeu a fazer por partes. Se o resultado
O
atingir um melhor resultado em provas que exijam do não for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
de
Aqui, serão apresentados os aspectos gerais da reda- Como proposta de solução para essa dificulda-
êg
ção discursiva em sua estrutura textual, bem como todos de, vamos partir de um princípio inverso em que se
R
os passos para a sua produção com eficiência. Porém, começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
o
que geralmente são apresentadas pelos alunos para que todo para depois estudarmos as partes.
nt
se possa dar solução aos principais problemas que eles Esse trabalho consiste na elaboração de máscaras
A
02
vocabulares alheios à sintaxe. Veja um exemplo de texto
7-
z Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem cará- em verso:
02
ter geral e abrangente e propõe questões que devem
6.
ser abordadas obrigatoriamente com objetividade pelo A rosa de Hiroxima
1
.6
candidato. Essa objetividade é um fator determinante
4
para que sua composição fique delimitada àquilo que é Pensem nas crianças
04
possível desenvolver em sua redação. Mudas telepáticas
r-
Pensem nas meninas
io
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a Cegas inexatas
n
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi- Pensem nas mulheres
Jú
por isso, é preciso ser claro e direto no desenvolvi- Mas oh não se esqueçam
O
Da rosa de Hiroxima
z Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem A rosa hereditária
o
êg
A anti-rosa atômica
ôn
02
Se, na leitura, predomina o desenvolvimento de uma de menor importância que ele.
7-
ideia, principalmente se autor quiser convencer-nos Na narração, as informações importantes, portan-
02
de algo, como uma propaganda, o texto é dissertativo. to, estão associadas aos verbos, sempre submissos a
6.
Para simplificar palavras substantivas.
1
.6
É bom lembrar ainda que a narração apresenta
4
Descrição imagem também elementos que a diferenciam dos demais
04
Narração fato tipos de texto. Esses elementos são:
r-
Dissertação ideia io
Vamos aprofundar o reconhecimento de cada tipo. z Personagem ou personagens: com quem acontece
n
Jú
o fato;
ei
Descrição
liv
Dessa forma, não ocorre na representação do Ex.: Um jovem leiteiro foi confundido com um
nt
cenário (ou objeto) progressão temporal (sucessão de assaltante e morto nesta madrugada com um tiro no
A
fatos), portanto, não há passagem do tempo. coração. Um morador de nossa cidade, assustado com
sé
Na descrição, as principais informações são pas- o barulho feito pelo trabalhador da madrugada, eli-
Jo
sadas por intermédio de palavras adjetivas, sempre minou o suposto marginal em nome da segurança dos
submissas a palavras substantivas. que dormiam inocentes.
Ex.: Na mistura do sangue com o leite das garra- Vejamos como fica nosso esquema narrativo:
fas quebradas, viam-se os fios castanhos do cabelo do
jovem embebidos naquele grosso líquido. Não devia z Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante;
ter mais de 20 anos, mas mostrava nas mãos calos que z Um jovem leiteiro foi morto com um tiro no
foram cultivados parece que há muito mais tempo. coração;
O que vemos nesse texto? Observe: z Um morador eliminou o suposto marginal;
z Sangue e leite estão misturados; z Os inocentes dormiam.
z As garrafas estão quebradas;
z Os cabelos são castanhos; Os verbos garantem o dinamismo do texto, registran-
z O jovem tem aproximadamente 20 anos; do o agente da ocorrência. Assim, entendemos bem a
z Os cabelos estão embebidos; diferença entre a descrição, que não apresenta movimen-
z O líquido é grosso; to, pois nela não há sucessão de fatos, e, por isso, o tempo
z As mãos eram calejadas; não passa: sem progressão temporal; e a narração, que
80 z Os calos foram cultivados. apresenta sucessão de fatos: com progressão temporal.
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Importante é perceber que o traço de diferença O substantivo vida representa a palavra-chave
marcante entre os dois tipos de texto é a progressão do quanto à verdade defendida na tese do autor de que
tempo. Para confirmar a progressão nesse texto, basta “Não se pode mais tratar a vida humana como um sim-
percebermos a mudança apresentada no contexto: o ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é
leiteiro estava vivo, trabalhando, e agora está morto. sustentada por dois argumentos positivos na defesa
Para completar a análise desse texto, a partir do dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência
levantamento das características da narração, vamos de nossa natureza.
reconhecer seus elementos: Observe que, nesse texto, não há progressão tempo-
ral, pois não há mudança alguma, já que não existe uma
z Personagens: o leiteiro e o morador da cidade; sequência de fatos; não há também a criação de uma
z Narrador: aquele que nos conta o fato; imagem de alguém ou de algo; mas há uma evolução, um
z Tempo: nesta madrugada; desenvolvimento da ideia apresentada no início do texto
z Lugar: nossa cidade; em relação à vida humana, ao que chamamos de progres-
z Ação: assassinato. são dissertativa, afinal, a ideia “progrediu”, a ideia inicial
foi ficando sólida à medida que o texto se desenrolou.
Atenção: O que realmente diferencia a narração O que caracteriza definitivamente o texto disserta-
dos outros tipos de texto é a progressão temporal. tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen-
tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando
Dissertação em seu fortalecimento por meio dos argumentos.
Esse fortalecimento chama-se fundamentação.
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser
No texto bem elaborado, a tese é tida como verda-
cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta-
de pela fundamentação, portanto, podemos reconhe-
ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição de
cer nele a progressão discursiva.
seus conhecimentos em questões discursivas.
Por ora, vamos retomar o esquema anterior e
Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma
aprofundá-lo para que não se esqueça de como dife-
suposta verdade. Tal verdade deve ter existência
renciar os três tipos de texto:
substancial, por isso, é representada por uma pala-
vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua
descrição imagem — não há progressão temporal
vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti-
narração fato — há progressão temporal
02
vas. Veja o texto a seguir:
dissertação ideia — progressão discursiva
7-
02
Dissertação é um trabalho baseado em estudo teó-
ESTRUTURA DISSERTATIVA E PROGRESSÃO
6.
rico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação
1
de ideias sobre um determinado tema. A característi- DISCURSIVA
.6
ca básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico.
4
04
Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar Neste assunto, trabalharemos alguns elementos
ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um
r-
importantes para iniciarmos nossa produção de textos.
raciocínio, desenvolver argumentos que fundamen-
io
A dissertação é um tipo de texto que se caracteriza
n
tem posições. É polemizar, inclusive, com opiniões e pela exposição e defesa de uma ideia que será anali-
Jú
com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer sada e discutida a partir de um ponto de vista. Para
relações de causa e consequência, é dar exemplos, é
ra
Assim, podemos entender a dissertação, diferen- apresentar uma organização estrutural que conduza
o
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto
êg
apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um ao reconhecimento da verdade proposta como tese.
R
entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou. Compreende-se como estrutura básica de uma disser-
o
Por isso, dissemos inicialmente que é um texto que tação a divisão da exposição da argumentação em três
i
ôn
apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é, partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a con-
nt
esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol- clusão. Acompanhe cada uma dessas partes a seguir.
A
02
expor os elementos que vão fundamentar sua tese, Tendo em vista os aspectos observados sobre esse
7-
que pode vir especificada por intermédio de argu- admirável mundo de facilidades técnicas, só nos res-
02
mentos, pormenores, exemplos, citações, dados esta- ta comentar que não foi só o computador que tor-
6.
tísticos, explicações, definições, confrontos de ideias e nou a vida do cidadão mais simples e confortável,
1
.6
contra-argumentações. mas outros campos da tecnologia também contri-
4
Você poderá usar tantos parágrafos quanto achar buíram para isso. Os aparelhos de GPS, que nos
04
necessário para desenvolver suas teorias; porém, em orientam a qualquer direção, ou ainda diversos
r-
redações de curta extensão, o ideal é que cada pará- dispositivos médicos portáteis, garantem a melho-
io
grafo apresente objetivamente apenas um dos argu- ra da qualidade de vida de todos os homens do nos-
n
mentos a serem desenvolvidos ou, ainda, que esses
Jú
so tempo.
argumentos sejam agrupados caso vários deles devam
ra
Coesão
da educação”:
de
alcançados por qualquer pessoa que os deseje. Basta A seguir, em negrito, há exemplos de períodos que
A
z Coerência Sintática
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o Refere-se aos meios sintáticos que o autor utiliza
xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender! para expressar a coerência semântica:
“A felicidade, para cuja obtenção não existem
O pronome demonstrativo este apresenta um ele- técnicas científicas, faz-se de pequenos fragmentos...”
mento do qual ainda não se falou = o xampu. Como leitor do texto, você deve entender que o
pronome cuja foi empregado para estabelecer posse
entre obtenção e felicidade.
z Coesão Lexical
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
emprego dos conectivos.
São palavras ou expressões equivalentes. A repe-
tição de palavras compromete a qualidade do texto,
z Coerência Estilística
mostrando falta de vocabulário do redator. Assim, é
aconselhável a utilização de sinônimos:
Refere-se ao estilo do autor, à linguagem que ele
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase —
emprega para redigir. O leitor atento a isso consegue
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha
facilmente entender a estrutura do texto e relacionar
vida por umas poucas horas dessa alegria.
bem as informações textuais.
Nesse caso, a palavra alegria aparece como sinôni-
Além disso, percebendo se a linguagem do texto é
mo semântico da palavra amor, representando-a.
figurada ou não, seu raciocínio interpretativo deverá
funcionar de uma determinada maneira, como pode-
z Coesão por Elipse ou Zeugma (Omissão)
mos ver neste texto de Ricardo Reis, heterônimo de Fer-
02
nando Pessoa:
É a omissão de um termo facilmente identificável.
7-
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor pro-
02
Já sobre a fronte vã se me acinzenta
curar no contexto quem é o agente, fazendo correla-
6.
O cabelo do jovem que perdi.
ções entre as partes.
1
Meus olhos brilham menos.
.6
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não Já não tem jus a beijos minha boca.
4
04
tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também Se me ainda amas por amor, não ames:
galopava. Traíras-me comigo.
A interrogação representa a omissão do sujeito
r-
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)
io
marechal que fica subentendido na oração.
n
Jú
Preposições e suas locuções: em, para, de, cia, devemos relembrar alguns elementos gramaticais
por, sem, com...
O
cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da to (função anafórica ou catafórica). São eles:
sé
do homem à Lua, quando os EUA conseguiram, com ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome
sua propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, AQUELE (A/S) adjetivo
a simpatia de grande parte da população do planeta.
ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome
LÍNGUA PORTUGUESA
(A/S) substantivo
Coerência
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons-
Coerência textual é uma relação harmônica que se SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes
estabelece entre as partes de um texto, em um contex- FLEXÕES) adjetivos
to específico, e que é responsável pela percepção de
uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais Empregos do pronome demonstrativo:
aspectos envolvidos nessa questão são:
Indicando localização no espaço:
z Coerência Semântica
Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o empre-
Refere-se à relação entre significados dos elementos da ga para referir-se ao ser que está junto dele. Ex.: Este é
frase (local) ou entre os elementos do texto como um todo: meu casaco! — a moça avisou, enquanto o segurava. 83
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Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. Ex.:
Passe-me essa jarra de suco, por favor. — pediu ela ao rapaz que sentara à sua frente.
Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência será ao ser que está distante do falante e do ouvinte. Ex.: As
duas no portão não aguentavam de curiosidade, quem seria aquele moço na esquina?
Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este é o proble-
ma: estou dura. Pode também fazer uma referência de especificação a um elemento já expresso (referência anafórica).
Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina. Esse
remédio é ótimo.
Este: refere-se à última informação antecedente a ele no texto;
Aquele: refere-se à informação mais distante dele no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quieta, esse
fala pouco e aquela fala muito.
z Período Composto
Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo;
Quem: refere-se à pessoa, sempre preposicionado. Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
02
Cujo (parecido com o possessivo): estabelece posse. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo;
7-
Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde (em que) moro é movimentada.
02
6.
Atenção!
1
4 .6
Observar a palavra a que se refere o pronome relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.: Lemos
04
os livros que foram indicados pelo professor (que = os quais → livros);
r-
Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o
io
livro a que me refiro.
n
Jú
O verbo “referir-se” pede a preposição “a”; por isso, ela aparece antes do “que”. Ex.: Esta é a obra por que
ra
As orações adjetivas podem ser explicativas (cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma informação a
o
As orações adjetivas são iniciadas sempre por pronomes relativos e podem ser de dois tipos:
nt
A
Explicativa: O homem, que é racional, mata. A oração adjetiva deste caso não tem sentido restritivo,
sé
estritiva: O homem que fuma morre mais cedo. A oração adjetiva deste caso reporta-se apenas ao
homem fumante.
Esta é a jovem de
CUJO cujo pai eu lhe falei.
Concorda com o substantivo posterior e indica
SUBS . CUJO SUBS. que esse substantivo pertence a outro termo
substantivo anterior ao cujo. Este é o pai de cuja
POSSE jovem eu lhe falei.
84
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Conjunções Coordenativas, Locuções Conjuntivas, Veja, como exemplo, o que diz o professor Othon
Preposições e Locuções Prepositivas Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
Moderna:
Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas
ainda, tampouco, (não só...) como também. Ex.:
Se coordenação é, como vimos, um processo de
A água cristalina brota da terra e busca seu
encadeamento de valores sintáticos idênticos, é
caminho por entre as pedras; justo presumir que quaisquer elementos da frase —
Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, sejam orações, sejam termos dela —, coordenados
todavia, entretanto, no entanto, não obstante. entre si, devam — em princípio, pelo menos — apre-
Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi sentar estrutura gramatical idêntica, pois — como,
aprovado; aliás, ensina a gramática de Chomsky — não se
Alternância: ou... ou, ora... ora, quer... quer, podem coordenar frases que não comportem cons-
seja... seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova; tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
Conclusão: logo, portanto, pois (depois de ver- ideias similares devem corresponder forma verbal
bo), por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
causar vício, portanto sua venda deve ser con- mo ou simetria de construção8A
siderada ilícita;
Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), Vejamos agora alguns exemplos de construções
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arru- que apresentam erros de paralelismo:
marei toda esta bagunça.
Paralelismo semântico: Em sua última via-
z Conjunções Subordinativas Adverbiais gem pela América Latina como representan-
te do governo brasileiro, o presidente visitou
Causa: porque, como (somente no início do
período), que, já que, visto que, por (+ infinitivo), Havana, a República Dominicana, Washington
graças a, na medida em que, em virtude de (+ infi- e o Presidente Barack Obama.
nitivo), em face de, desde que, uma vez que. Ex.:
Como estava muito doente, foi ao médico; Observe que nesse caso o verbo “visitou” está sen-
Comparação: mais... que, menos... que, tão/ do empregado de maneira a sugerir que se pode visitar
tanto... como, assim como, como. Ex.: Ele sem- uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa,
02
pre se posicionou como um líder; ou seja, está empregado de forma errada, já que ocorre
7-
Concessão: embora, conquanto, ainda que, um duplo sentido a esse verbo com essa construção.
02
mesmo que, se bem que, apesar de (+ infini- Uma forma correta de representar a ideia pretendida
6.
tivo), em que pese a (+ infinitivo), posto que, pelo texto é: Em sua última viagem pela América Latina
1
malgrado. Ex.: Embora não esteja me sentindo como representante do governo brasileiro, o presidente
.6
bem, assistirei à aula até o final;
4
visitou Havana, a República Dominicana, Washington e
04
Condição: se (às vezes prevalece a ideia de cau- nesta última cidade foi ver o Presidente Barack Obama.
sa, outras vezes, de tempo, ou, ainda, de oposi-
ção), caso, desde que, a não ser que, a menos r-
io
Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou
que (a ideia pode ser desdobrada em de conces-
n
bastante em todos os jogos, mas conseguiram
Jú
são), contanto que, uma vez que. Ex.: Eles não se tornar os campeões este ano.
conseguirão vaga para este ano letivo, a menos
ra
consoante. Ex.: Tudo aconteceu como eles vidamente empregada, dando uma ideia de que ser
O
Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, O correto nesse caso seria empregar uma conjunção
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia
o
que progrediu muito na vida; da vitória apresentada na segunda oração, como em:
R
Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo), Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por
o
que, porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.: isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse-
i
ôn
Faça bem a sua parte do projeto para que não guiu se tornar o campeão este ano.
nt
haja reclamações;
A
assim que, sempre que, desde que, conforme. Deve haver a continuidade e a evolução dos concei-
Ex.: Mal ele chegou, todas o rodearam. tos já apresentados que podem ser conquistadas por
Paralelismo intermédio dos elementos de coesão.
Veja uma simulação do projeto de máscaras de
Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio redação e observe na prática como a progressão tex-
da organização textual, promovendo no texto coe- tual ocorre:
rência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá,
Esse mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos blá, blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que
períodos, pois sua redação também deve apresentar alguns fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e
uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla- (blá, blá, blá) são a base do desenvolvimento desse
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu problema. As consequências imediatas de (blá, blá,
autor. blá) só poderão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
8 GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010, p. 52-53. 85
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O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá). as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
Além de (blá, blá, blá), também se pode especular reabastece nosso cérebro de energia desviada para
que (blá, blá, blá). os órgãos processadores da digestão no momento em
Ainda convém chamar a atenção para mais um que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolên-
ponto determinante sobre (blá, blá, blá), que é (blá, cia típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.
blá, blá).
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e 5° Parágrafo
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá).
Sendo assim, (blá, blá, blá). Levando-se em consideração esses aspectos prá-
Você pode perceber que, mesmo não abordando ticos do prato do brasileiro, somos levados a acreditar
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru- que não é apenas por prazer que somos seduzidos
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela
tativa que admite a idealização de uma vasta margem nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo
de desenvolvimentos sobre variados temas. assim, a falta de qualquer um desses ingredientes nos
causará debilidade, além de insatisfação.
TEORIA DAS MÁSCARAS Observe o texto apresentado e sua estrutura.
Imaginemos que o tema proposto a nós fosse “A ali-
Depois de observar as dificuldades que as pessoas mentação do brasileiro” e que, a partir desse tema,
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos tivéssemos que produzir uma dissertação sobre ele.
aqui soluções definitivas para esses problemas, sem a A primeira coisa a fazer seria a delimitação do
pretensão de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar tema, ou seja, deveríamos buscar com objetividade
um referencial mais concreto e imediato. uma tese, dentro desse tema, sobre a qual fôssemos
Leia inicialmente o texto piloto de nosso projeto: capazes de argumentar, como esta:
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem tudo
z Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão; de que ele necessita para seu longo dia de trabalho”.
z Tema: A alimentação do brasileiro; O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
z Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável e mentos que sustentassem a tese proposta com valor
tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de verdade. Veja como fizemos:
de trabalho;
02
Já que estávamos falando da alimentação dos
z Argumentos: carboidratos no arroz com feijão;
7-
brasileiros, nada melhor do que falarmos sobre seus
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do
02
pontos positivos, pontos estes reconhecidos até por
cafezinho preto com açúcar.
6.
especialistas em alimentação mundial: o valor nutri-
1
cional que compõe o nosso prato mais popular — isso
.6
1° Parágrafo
4
mesmo, o “PF”, “prato feito”, que encontramos em
04
bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida
r-
maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com fei-
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- io
jão, bife e salada, finalizado com um cafezinho preto.
tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
n
Decompomos esse prato e identificamos seus prin-
Jú
da energia própria consumida durante o dia. para dar credibilidade a nossa tese.
sé
3° Parágrafo
Todos sabem o quanto, em nosso país, _____
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- ____________________________________. Verifica-se que
mos servem para repor a massa muscular perdida ________________________, __________________________,
durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras além de ______________________, fornecem (ou: resul-
das verduras e folhas, que ajudam no processamento dos tam, culminam, têm como consequência...) ________.
alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os Compare agora com o parágrafo preenchido com
hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária. a tese e com os argumentos e veja a amarração que
conseguimos:
4° Parágrafo Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi-
Ainda convém lembrarmos outro hábito que tam para o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
86 cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após bife com salada, além da glicose no cafezinho preto
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com açúcar, fornecem um completo abastecimento Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
de energia somada ao prazer. mos servem para repor a massa muscular perdida
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras
seguintes, impondo a eles estruturas programadas das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce- alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
berá que a continuidade e a progressão textual foram reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
texto e aos argumentos. hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase
de apresentação que valoriza o primeiro argumento, 4º Parágrafo
depois fomos completando os espaços em branco que
ligavam os argumentos entre si com relações preesta-
Ainda convém lembrarmos ____________
belecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―;
___________________, (que é): _______________.
explicação ― com o “que” ― causa ― com a locução
Esse ____________________________________ para
“por causa de”.
____________________________. Essa(s) _______________
Veja que, para manter a continuidade textual
recuperando sempre a ideia central do parágrafo, ___________________________.
preocupamo-nos em acrescentar o pronome demons-
trativo “Esse”, fechando com uma conclusão sobre
Ainda convém lembrarmos outro hábito que
esse argumento.
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
cardápio, que é o de tomarmos um cafezinho após
É de fundamental importância o _________________ as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
________________ para _______________. Podemos men- reabastece nosso cérebro de energia desviada para
cionar, por exemplo, ___________ que _______________, os órgãos processadores da digestão no momento em
por causa de ____________. Esse _____________________ que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolên-
____________________________________. cia típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
02
podemos relacionar frases que você poderá escolher
Observe como ficou a sequência completa do para dar originalidade ao seu texto:
7-
segundo parágrafo:
02
É de fundamental importância o consumo de
6.
z Ao se examinarem alguns..., verifica-se que...
alimentos ricos no fornecimento de energia para a
1
z Pode-se mencionar, por exemplo, ...
.6
movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
z Em consequência disso, vê-se, a todo instante, ...
4
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
04
z Alguns argumentam que...
abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
Além disso...
r-
z
carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
Outro fator existente...
z
io
da energia própria consumida durante o dia.
n
z Outra preocupação constante...
Jú
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto Levando-se em consideração esses aspectos
Jo
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- _________________, somos levados a acreditar que
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de _________________, mas também _____________________.
argumentação. Sendo assim, _________________________________.
LÍNGUA PORTUGUESA
87
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os aspectos conclusivos presentes nesse último
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che- MÁSCARA 1
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial.
As frases em destaque dão força conclusiva ao pará- 1º Parágrafo
grafo, conduzindo a sequência textual a uma possível
Todos sabem o quanto, em nosso país,
solução para os problemas propostos, ou, ainda, podem
_____________________________. Verifica-se que
gerar simples constatações das verdades idealizadas.
_____________________, _____________________________
Você também pode contar com uma pequena lista
além de ______________________________ fornecem
de frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa:
(ou: resultam, culminam, têm como consequência...)
_______________________.
z Em virtude dos fatos mencionados...
z Por isso tudo...
2º Parágrafo
z Levando-se em consideração esses aspectos...
z Dessa forma... É de fundamental importância o _____________
z Em vista dos argumentos apresentados... _______________________ para ____________________.
z Dado o exposto... Podemos mencionar, por exemplo, ________________
z Por todos esses aspectos... que ___________________, por causa de ___________.
z Pela observação dos aspectos analisados... Esse ____________________.
z Portanto... / logo... / então...
3º Parágrafo
Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão
com as seguintes frases: Além disso, _________________________________
________. E, somando-se a isso, __________________
z ...somos levados a acreditar que... que ________________________________________. Daí
z ...é-se levado a acreditar que... ________________________ e de ______________________.
z ...entendemos que...
z ...entende-se que...
4º Parágrafo
z ...concluímos que...
02
z ...conclui-se que... Ainda convém lembrarmos ____________
...é necessário que...
7-
z
(que é): _______________. Esse ________________ para
02
z ...faz-se necessário que...
__________________. Essa(s) __________________________.
16.
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
.6
5o Parágrafo
como se deu a criação da primeira máscara:
4
04
Levando-se em consideração esses aspec-
r-
tos ________________, somos levados a acreditar que
io
_____________, mas também _______________. Sendo as-
n
Jú
sim, ___________________.
ra
88
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MÁSCARA 2 Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágrafos
para os argumentos “b” e “c”
1º Parágrafo
____________________________________________________
Entre os aspectos referentes a _________________, ____________________________________________________
três pontos merecem destaque especial. O primeiro ___________________________________________________
é _____________________; o segundo ________________ e, ____________________________________________________
por fim, ______________. ___________________________________________________.
2º Parágrafo ____________________________________________________
____________________________________________________
Alguns argumentam que ______________ para ___________________________________________________
_________________. Isso porque _____________________. ____________________________________________________
Dessa forma, _______________. ___________________________________________________.
3º Parágrafo Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dizen-
do que, se algum dos argumentos não for conside-
Outra preocupação constante é _______________,
rado, a ideia inicial não poderá ser sustentada, ou
pois _______________. Como se isso não bastasse,
que os resultados propostos não serão atingidos)
____________ que ________________. Daí ______________
que _____________ e que ________________________. ____________________________________________________
____________________________________________________
4º Parágrafo ____________________________________________________
____________________________________________________
Também merece destaque __________ o (a) qual
_______________________________________________.
_____________________. Diante disso, ________________
para que __________________________.
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO
5º Parágrafo PARÁGRAFO DISSERTATIVO
02
7-
Tendo em vista os aspectos observados _________, Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a estru-
02
só nos resta esperar que __________________, ou tura dos textos dissertativos. Para isso, trabalharemos as
6.
quem saiba _________________. Consequentemente, várias modalidades de parágrafos que podem ser utiliza-
1
_____________.
.6
dos para a elaboração de uma boa dissertação. Mostrare-
4
mos aqui a continuidade de nosso projeto de máscaras e
04
Sugerimos a você que faça suas primeiras reda- os vários arranjos que são possíveis ao construí-las.
r-
ções com base em uma das máscaras prontas. Confor- io
me for avançando nos estudos, você poderá construir Parágrafo de Introdução
n
suas próprias máscaras personalizadas.
Jú
Por fim, preparamos uma máscara de organização O parágrafo de introdução tem como uma de suas
ra
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se funções mais importantes a de apresentar a tese que
ei
PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação) sustentação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orien-
tado, logo de saída, a acompanhar o ritmo do seu pensa-
o
1º TEMA: ________________________________________________.
êg
2º TESE: _________________________________________________.
o
3º ARGUMENTOS a) ______________________________.
nt
89
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Preenchendo o modelo, teremos: Usamos aqui como representação desse modelo o
conceito de silogismo. Silogismo é um termo filosófi-
É fato notório que a alimentação do brasileiro é co com o qual Aristóteles designou a argumentação
boa e tem tudo de que necessitamos para suprir os lógica perfeita, constituída de três proposições decla-
desgastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os car- rativas que se conectam de tal modo que, a partir das
boidratos do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da primeiras duas, chamadas premissas, é possível dedu-
salada, além da glicose do cafezinho preto com açú- zir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta
car fornecem um completo abastecimento de energia por Aristóteles em sua obra Analíticos anteriores.
somada ao prazer.
Modelo nº 3:
Definição
_________ pode ser representado de duas maneiras
O parágrafo por definição é entendido como um diferentes: ________, que é ___________, e _____________,
método preferencialmente didático, pois busca, por inter- que é _______________. Enquanto a primeira ______
médio de uma explicação clara e breve, a exposição do se apresenta ____________________, esta, por sua vez,
significado de uma ideia, palavra ou de uma expressão. realiza-se por intermédio de _____________________.
É a forma de exposição dos diversos lados pelos
quais se pode encarar um assunto. Pode apresentar
tanto o significado que o termo carrega no uso geral Preenchendo o modelo, teremos:
quanto aquele que o falante pretende determinar
para o propósito do seu discurso. O silogismo pode ser representado de duas manei-
Uma definição é um enunciado que descreve um ras diferentes: silogismo simples, que é formado por
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos um único núcleo argumentativo, e silogismo composto,
associados. que é formado por diversos núcleos argumentativos de
Veja como, em nosso parágrafo de exemplo, explo- elaboração complexa. Enquanto a primeira teoria se
ramos o conceito global e generalizado sobre o assun- apresenta pela estrutura filosófica básica consagrada
to. Você perceberá como o modelo vazio traz a indução pela antiguidade, esta, por sua vez, realiza-se por inter-
do assunto a ser definido. médio de vários silogismos desenvolvidos para atender
02
Vale lembrar que, como se trata de uma definição, às novas perspectivas de sedução e convencimento.
7-
a base dessa informação deve sustentar-se em uma
02
verdade consagrada, diferentemente do que vimos Alusão Histórica
6.
no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
1
basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
.6
A elaboração de um parágrafo por alusão histórica é
4
um recurso que desperta sempre a curiosidade do leitor
04
Modelo nº 2: por meio de fatos históricos, lendas, tradições, crendices,
r-
anedotas ou acontecimentos de que o autor tenha sido
io
___________ é a denominação dada a _____________. participante ou testemunha (desenvolve-se geralmente
n
por meio da comparação com o presente ou retorno a ele).
Jú
afirma que esse ___________________, que tem origem trar o desenvolvimento cronológico de um assunto,
ei
Arroz com feijão é a denominação dada a um pra- no passado, e, como ela é uma ciência, tem, por conse-
R
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma guinte, um grande valor argumentativo.
o
origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que Observe como é simples:
i
ôn
arroz com a feijoada, que tem origem africana ou Desde a época da _______, sabe-se que ____________
portuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos sécu- para _______________. Principalmente hoje em dia,
los, esse prato foi se popularizando por todo o país, reconhece-se que ___________________________.
passando a ser uma parte quase que indispensável da
refeição dos brasileiros. Preenchendo o modelo, temos:
Divisão Desde a época da escravidão no Brasil, sabia-se
que a alimentação dada a esses novos brasileiros era
O parágrafo de divisão, processo também qua- boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir
se que exclusivamente didático, por causa das suas os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia,
características de objetividade e clareza, consiste em principalmente, já se reconhece que os carboidratos
apresentar o tópico frasal (frase que introduz o pará- do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras
grafo) sob a forma de divisão ou discriminação das fornecem um completo abastecimento de energia soma-
ideias a serem desenvolvidas (normalmente, a divisão da ao prazer, justificando os hábitos do passado como
vem precedida por uma definição, ambas no mesmo responsáveis pela tradição alimentar que preservamos.
90 parágrafo ou em parágrafos distintos).
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Interrogação região por preservar até hoje um dos mais tradicionais
rituais de nossa história: a sagração da taioba-plus, enti-
A ideia núcleo do parágrafo por interrogação é dade sagrada e reverenciada pelos devotos naobilicos.
colocada por intermédio de uma pergunta a qual ser-
ve mais como recurso retórico, uma vez que a questão Desenvolvimento por Exploração Temporal
levantada deve ser respondida pelo próprio autor.
Seu desenvolvimento é feito por intermédio da Nesse modelo, o leitor é informado do momento
confecção de uma resposta à pergunta. em que os fatos ocorreram com a indicação de datas
e outros aspectos temporais. Pode-se recorrer nesse
Modelo nº 5: momento aos artifícios empregados no próprio pará-
grafo de alusão histórica, já que este também se serve
Será possível determinar qual é _________________ de referências cronológicas.
para ___________________? (Resposta) _______________
____________________________________________________ Modelo nº 2:
______________.
No passado, quando pensávamos em __________,
Preenchendo o modelo, teremos: notávamos que ______________ era ______________
comparada à que vemos recentemente. Hoje, por
Será possível determinar qual é a melhor com- outro lado, _____________________________ tornaram-se
binação de alimentos para atender às necessidades _______________. O resultado disso é que _____________,
diárias de nossa população? Qualquer nutricionista na atualidade, tornou-se _______________.
dirá que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e
proteínas devem compor essa alimentação e não há
quase nada mais apropriado do que nosso tradicional Preenchendo o modelo, teremos:
prato de todos os dias. O arroz com feijão tem as pro-
porções perfeitas para satisfazer essa necessidade que No passado, quando pensávamos em alimentação,
todos têm de recomposição de força e de energia. notávamos que sua relação com a sobrevivência era mui-
to maior comparada à que vemos nos nossos atuais.
Parágrafos de Desenvolvimento
02
Hoje, por outro lado, a qualidade desses alimentos e a
7-
qualidade da saúde que eles proporcionam tornaram-se
Após o primeiro parágrafo, que, como já vimos,
02
o foco desse pensamento. O resultado disso é que comer,
pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
6.
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- na atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.
1
.6
dar os elementos que sustentarão essas afirmações
4
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os Desenvolvimento por Exploração de Porme-
04
recursos argumentativos que articularão o convenci- nores ou de Enumerações
r-
mento do leitor quanto à tese apresentada. io
Nesse modelo de parágrafo, tem-se por objetivo enu-
n
z Tipos Diferentes de Parágrafos de Desenvolvimento
Jú
As possibilidades de ordenação do parágrafo são ou não ordenada segundo uma ordem de importância.
ei
Ao argumentar, você pode se servir da exposição de três pontos merecem destaque especial. O primeiro
o
informações relativas ao lugar em que os fatos ocorreram. é _______________________________; o segundo diz res-
i
ôn
Modelo nº 1: _______________.
A
sé
Modelo nº 4:
É de fundamental importância o __________________
para ___________________. Podemos mencionar, por
Muitos acreditam que _________________________, por exemplo, ________________ que ________________, por
causa da _____________________. Por outro lado, sabe-se causa _____________.
também que ______________________________________, quan-
do muitas vezes _________________________________.
Ao preenchermos o modelo, teremos:
Ao preenchermos o modelo, teremos:
É de fundamental importância o consumo de
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar alimentos ricos no fornecimento de energia para a
pode causar excitação e ansiedade quando consumido em movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
Por outro lado, sabe-se também que essas substâncias abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
fornecem uma carga suplementar de energia nos deixan- carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
do despertos logo após o almoço, quando muitas vezes da energia própria consumida durante o dia.
somos acometidos por uma sonolência indesejada.
Parágrafo de Conclusão
Desenvolvimento por Exploração de Ideias
Analógicas e Comparação A conclusão de uma dissertação é o momento de
se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
Para organização das ideias, nossos redatores utilizam atingido. É de fundamental importância que não ocor-
expressões que indicam confronto, valendo-se do artifí- ra contradição com a tese proposta no início de sua
cio de contrapor ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. redação, o que descaracterizaria toda a argumentação.
Tal confronto tanto pode ser tanto de contrastes Nesse momento, deve-se fazer uma síntese geral ou
como de semelhanças. Analogia e comparação são retomar a ideia inicial, reforçando os pontos de par-
02
também espécies de confronto: tida do raciocínio. Pode-se também demonstrar que
7-
uma solução a um problema foi encontrada ou que
02
A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma proposta de solução pode ser alcançada, ou, ain-
6.
uma semelhança oculta, mais completa. Na com- da, que uma resposta a uma pergunta foi encontrada.
1
Esse momento pode também gerar um questio-
.6
paração, as semelhanças são reais, sensíveis numa
4
forma verbal própria, em que entram normalmente namento final, desde que não concorra com suas
04
os chamados conectivos de comparação (quanto, exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
r-
como, do que, tal qual) [...]9. contemplada na conclusão para que ele não se sinta
io
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
n
Por exemplo: A volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
Jú
e continuidade textual.
liv
tos dissertativos.
o
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada O primeiro recurso com que trabalharemos será
sé
qual tem seus próprios valores para a alimentação. o do resumo ou da síntese geral. Nesse caso, retoma-
Jo
Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem -se, resumidamente, aquilo que se explorou durante
as perdas musculares pelo desgaste do dia a dia, as o texto:
verduras, por sua vez, oferecem as fibras que nos
auxiliam no processamento dos alimentos pelo nosso Modelo nº 1:
organismo ajudando na absorção dos nutrientes.
Levando-se em consideração esses aspectos
Desenvolvimento por Exploração de Causa e
__________ somos levados a acreditar que não é apenas
Consequência
por _______________, mas também ________________.
Sendo assim, ______________.
Dentro de uma perspectiva lógica e simples, deve-
mos compreender causa como um fator gerador de
problemas e consequência como os problemas gera-
dos pela causa. Trabalhar com causas e consequências
é apresentar os aspectos que levaram ao problema
discutido e às suas decorrências.
92 9 Ibidem, p. 232.
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Ao preenchermos o modelo, teremos: CONSTRUINDO AS MÁSCARAS DE REDAÇÃO
Levando-se em consideração esses aspectos prá- Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja
ticos do prato do brasileiro, somos levados a acredi- como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.
tar que não é apenas por prazer que somos seduzidos
pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela Modelo nº 1 — Introdução (Declaração Inicial)
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sen-
do assim, a falta de qualquer um desses ingredientes
É fato notório que __________________________.
nos causará debilidade, além de insatisfação.
Sabe-se que ______________________, além da _________
_____________________________.
Conclusão por Questionamento
02
tico no prato dos brasileiros? O que sabemos nos leva a -se ____________. O resultado disso é que __________,
7-
acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzi- na atualidade, tornou-se _____________________.
02
dos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela
6.
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. E a falta Modelo nº 4 — Desenvolvimento (Contraste de
1
.6
desses ingredientes mudará a saúde de nossa população? Ideias)
4
Certamente que sim, pois a carência de tais ingredientes
04
nos causará debilidade, além de insatisfação.
r-
Muitos acreditam que _____________________, por
io
causa da _________________. Por outro lado, sabe-se
Conclusão por Resposta, Solução ou Proposta
n
também que ________________, quando muitas vezes
Jú
_______________.
Levanta-se uma (ou mais) hipóteses ou sugestões
ra
Modelo nº 3:
de
Tendo em vista os aspectos observados sobre é apenas por _____________________, mas também
R
______________, só nos resta esperar que ___________. __________. Sendo assim, _________________.
o
___________________________.
A
sé
93
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Nova máscara É fato notório que a comida dos brasileiros é
muito boa e tem tudo de que eles necessitam para o
É fato notório que ______________________________. seu longo dia de trabalho. Sabe-se que o arroz com
Sabe-se que ____________________________, além da feijão nos fornece um completo abastecimento de
__________________. energia somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a Entre os aspectos referentes a esse par con-
_____________________________, três pontos merecem siderado completo que é o arroz com feijão, três
destaque especial. O primeiro é ___________________ pontos merecem destaque especial. O primeiro
____________; o segundo __________________________ e, está na riqueza de carboidratos presentes nele e que
por fim, _____________________________________. nos reabastece repondo a energia consumida duran-
No passado, quando pensávamos em te o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e
_____________, notávamos que ___________________ marcante que o alimento oferece, tornando-o sempre
era ________________ comparada à que uma escolha positiva quanto ao prazer e, por fim,
vemos recentemente. Hoje, por outro lado, deve-se levar em conta a vantagem do baixo custo
__________________________ tornaram-se dessa combinação se comparado a outros alimen-
_________________. O resultado disso é que _________, tos também computados como importantes para a
na atualidade, tornou-se _________________. composição de uma alimentação rica.
Muitos acreditam que __________________________, No passado, quando pensávamos em alimen-
por causa da ______________________. Por outro lado, tação, notávamos que sua relação com sobrevi-
sabe-se também que ___________________, quando vência era muito maior comparada à que vemos
muitas vezes ______________. recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade
Levando-se em consideração esses aspectos desses alimentos e a qualidade da saúde que eles pro-
_____________________, somos levados a acreditar porcionam tornaram-se o foco desse pensamento.
que não é apenas por ________________________, O resultado disso é que comer, na atualidade,
mas também ______________________. Sendo assim, tornou-se um ritual de bem viver.
________________________. Muitos acreditam que a comida presente em
nossas mesas é uma das mais saudáveis do mundo,
02
por causa da sua variedade e equilíbrio. Por outro
Observe que fizemos a opção por abrir nossa reda-
7-
lado, sabe-se também que poderá engordar, quan-
ção com uma declaração inicial. Como abordamos um
02
do muitas vezes for consumida sem medida, com
tema geral, sem uma relevância científica notória e
6.
inspiração apenas no sabor e no prazer que oferece.
que representa na verdade um conhecimento cultural
1
Levando-se em consideração esses aspectos
.6
somado às observações de médicos e nutricionistas, práticos do prato do brasileiro, somos levados a
4
a declaração foi a melhor alternativa, já que não se
04
acreditar que não é apenas por prazer que somos
compromete com a obrigatoriedade de recorrência a seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo
uma fonte de conhecimento referencial.
r-
o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saú-
io
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
n
de. Sendo assim, concluímos que a falta desse ingre-
Jú
volvimento mesclando os vários modelos apresenta- diente em nossa mesa nos causará debilidade, além de
dos anteriormente.
ra
insatisfação.
Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diver-
ei
um quebra-cabeça.
o
94
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com esses modelos apresentados, desejamos mos- Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade
trar como é possível programar e treinar nossos tra- de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas-
balhos de redação se exercitarmos essas habilidades. sificados como se não houvessem feito sua redação.
Porém, é de fundamental importância que você busque Como falam sobre um lugar apropriado para a
ou crie um modelo de máscara com o qual você mais se transcrição do texto e declaram que não considera-
identifique. Isso para que, no momento de produção de rão fragmentos de textos escritos em lugar indevido,
sua redação, principalmente se ocorrer durante uma os candidatos deverão ficar atentos às margens e ao
prova de concurso, você já esteja organizado. número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapas-
Com isso, espera-se que você tenha a vantagem de sadas as trinta linhas da folha, certamente a conclusão
partir direto para a elaboração de seu texto sem ter ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada,
de ficar parado buscando inspiração em um momento aquela parte da palavra não será lida. O resultado des-
em que todo segundo é importante. sas desatenções prejudicará toda a coerência do texto,
além de comprometer a estrutura dissertativa.
PROJETO DE TEXTO — ANÁLISE DE PROPOSTAS E Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra-
RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS fia, que nem sempre aparecem nesse quadro inicial,
mas que sempre servem como referência para todas
Neste tópico, trabalharemos com a análise de uma as provas. Lembre-se sempre de que o corretor não
proposta de redação para observar como vêm sendo é um perito do serviço de inteligência nacional, que
apresentados os temas e como agir diante das diferentes busca meios científicos e investigativos para decodifi-
exigências feitas em provas de concursos. car informações relevantes de uma mensagem secre-
Depois passaremos ao trabalho de orientação de ta. Por isso, se seu texto tiver problemas quanto à
como evitar erros comuns e como buscar soluções para legibilidade, mais pontos serão perdidos, ou pior, será
alguns problemas que venhamos a enfrentar quando desclassificado caso não se possa ler o que foi escrito.
estivermos escrevendo a nossa redação durante a prova. Veja como as bancas costumam trabalhar com
Veja a proposta a seguir: o possível erro na transcrição de uma palavra. Você
deve apenas passar um traço sobre a palavra, a frase,
o trecho ou o sinal gráfico e escrever em seguida o res-
PROVA DISCURSIVA pectivo substituto.
Exemplo:
z Nesta folha, faça o que se pede, usando, caso dese-
02
je, o espaço para rascunho indicado no presente ca-
7-
Errou?
derno. Em seguida, transcreva o texto para a folha de
02
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito
texto definitivo da prova discursiva, no local apropria-
6.
felizes.
do, pois não será avaliado fragmento de texto escrito
1
.6
em local indevido Corrigiu!
4
04
z Qualquer fragmento de texto além da extensão má-
xima de linhas disponibilizadas será desconsiderado Como informação extra, eles alertam para que não
z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer
r-
se usem parênteses com essa finalidade. Os parênte-
io
marca identificadora no espaço destinado à transição ses são elementos gramaticais de pontuação e, como
n
Jú
do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova tais, devem ser usados em sua indicação correta, iso-
discursiva lando termos pertinentes ao texto, e é dessa forma
ra
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuído ao que- Observe agora os seguintes textos motivadores e o
sito apresentação (legibilidade, respeito às margens e
O
Inicialmente, o candidato é orientado a usar a o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil, esse
o
folha de rascunho e depois transcrevê-la para a folha direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso, o Esta-
i
ôn
definitiva. Por quê? Porque muitos candidatos deixam do apenas oferecia atendimento à saúde para trabalha-
para fazer suas redações ao término da prova objeti-
nt
va, quando a prova discursiva ocorre concomitante- pessoas tinham acesso a esses serviços como um favor
sé
mente a esta, e acabam administrando mal o tempo. e não como um direito. Na Constituinte de 1988, as res-
Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações ponsabilidades do Estado foram repensadas, e promo-
Jo
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os ver a saúde de todos passou a ser seu dever: “A saúde é
riscos de cometer erros que não podem ser revertidos. direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
Ou, ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e políticas sociais e econômicas que visem à redução do
LÍNGUA PORTUGUESA
esperam que seja corrigido assim mesmo. risco de doença e de outros agravos e ao acesso univer-
sal e igualitário às ações e serviços para a promoção,
proteção e recuperação” (CF, art. 196).
A saúde é um direito de todos porque sem ela não há
Importante! condições de uma vida digna, e é um dever do Estado
Por determinação apresentada geralmente nos porque é financiada pelos impostos que são pagos pela
população. Dessa forma, para que o direito à saúde seja
editais, os rascunhos não serão lidos. uma realidade, é preciso que o Estado crie condições
de atendimento em postos de saúde, hospitais, progra-
mas de prevenção, medicamentos etc., e, além disso, é
preciso que esse atendimento seja universal (atingindo
a todos os que precisam) e integral (garantindo tudo de
que a pessoa precise).
95
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A criação do SUS está diretamente relacionada à z Por que é Necessário Humanizar os Serviços
tomada de responsabilidade por parte do Esta- Públicos?
do. Organizado com o objetivo de proteger, o SUS
deve promover e recuperar a saúde de todos os Para garantir a todos o direito à saúde, já que se
brasileiros, independentemente de onde morem, trata de uma determinação de nossa Constituição,
de trabalharem ou não e de quais sintomas apre- prestando serviços de atendimento ao público;
sentem. Infelizmente, esse sistema ainda não está Para destacar que a humanização dos serviços
completamente organizado e ainda existem muitas públicos não é apenas uma aspiração de perfeição
moral, mas, antes de tudo, um programa de melho-
falhas, no entanto seus direitos estão garantidos
ria nas relações de convívio com os agentes de
e devem ser cobrados para que sejam cumpridos.
saúde, promovendo o desenvolvimento de novos
procedimentos de atendimento aos pacientes;
Internet: nev.incubadora.fapesp.br (com adaptações).
Para poder denunciar as especulações e a mer-
cantilização dos serviços médicos e criticar a
A humanização é um movimento com crescente e instituição em sua totalidade e rejeitar proposi-
disseminada presença, assumindo diferentes sentidos ções que não atendam às aspirações populares.
segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
primeira vista, como a busca de um ideal, pois, surgin- Agora, vamos criar uma tese que se encaixe com
do em distintas frentes de atividades e com significados essas respostas, como, por exemplo:
variados, segundo os seus proponentes, tem represen- Já passou da hora de reconhecer no povo brasilei-
tado uma síntese de aspirações genéricas por uma ro o valor de homem vivente e não apenas de ver esse
perfeição moral das ações e relações entre os sujeitos povo como se fosse um coletivo impessoal; como se
humanos envolvidos. Cada uma dessas frentes arrola não respirassem, nem pensassem; como se fossem um
e classifica um conjunto de questões práticas, teóricas, número em um gráfico de estatística e não existissem.
comportamentais e afetivas que teriam uma resultante Em seguida, vamos buscar, nas respostas que
humanizadora. elaboramos, ações que promovam essa proposta de
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizadora se humanização, como, por exemplo:
traduz em diferentes proposições: melhorar a relação
médico-paciente; organizar atividades de convívio, Treinar os profissionais de saúde para que
02
amenizadas e lúdicas, como as brinquedotecas e outras recepcionem os pacientes com um atendimen-
ligadas às artes plásticas, à música e ao teatro; garantir
7-
to mais atencioso nesse momento de carência;
02
acompanhante na internação da criança; implementar Unificar as informações sobre o oferecimen-
novos procedimentos na atenção psiquiátrica, na rea-
6.
to de serviços apropriados aos pacientes, bem
1
lização do parto — parto humanizado — e na atenção como oferecer meios de locomoção contínua
.6
ao recém-nascido de baixo peso — programa da mãe- aos que necessitam buscar outras unidades que
4
04
-canguru —; amenizar as condições do atendimento possam atendê-los;
aos pacientes em regime de terapia intensiva; denun- Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
ciar a “mercantilização” da medicina; criticar a “insti-
r-
lidade dos serviços oferecidos, expondo
io
tuição total” e tantas outras proposições. os resultados à população, além de apresen-
n
Jú
Públicos de Saúde
vras-chave e organizar nosso projeto de texto. Observe:
de
eles abordados. Destacamos as palavras-chave de cada sem. Para que o homem prevaleça com sua dignidade,
nt
parágrafo para construir uma síntese sobre as princi- deve-se procurar treinar melhor os profissionais
A
pais ideias. Essa é uma atitude que também pode ser de saúde, unificar as informações sobre o ofereci-
sé
tomada durante a análise das propostas, pois é assim mento de serviços, além de fiscalizar e avaliar con-
Jo
que poderá se construir a tese em sintonia com o tema. tinuamente a qualidade dos serviços oferecidos.
O próximo passo é organizar essas informações, rela- Daqui para frente, você já sabe: é o arroz com fei-
cionando-as ao tema, como se elas pudessem responder a jão, ou seja, os modelos que apresentamos extensa-
uma pergunta feita a partir dele. Veja uma possibilidade: mente ao longo do material.
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
z Como Humanizar os Serviços Públicos de Saúde? análise de propostas, mas que compreendem pratica-
mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
rentes instituições e diferentes propostas, assim como
Vamos agora produzir algumas possíveis respostas
dissemos que faríamos.
com as palavras que destacamos no texto:
TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO
Cobrar dos governantes condições dignas de
atendimento por se tratar de um dever do Esta- Tema 1: PRF (CEBRASPE-CESPE — 2019)
do reverter em benefícios à população os valo-
res arrecadados em impostos; A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por
Responsabilizar o governo pela proteção e reduzir a tolerância com motoristas que dirigem
96 recuperação da saúde de todos. embriagados, colocou o Brasil entre os países com
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
legislação mais severa sobre o tema. No entanto, Com a ruptura do antigo sistema ditatorial, o Esta-
a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez do tinha a necessidade de resgatar a importância dos
anos. Um levantamento, por meio da Lei de Aces- direitos humanos, negligenciados até então, porquan-
so à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de to, desde 1948, havia-se erigido a Declaração Interna-
autuações, com crescimento contínuo desde 2008. cional dos Direitos Humanos no mundo.
O avanço das infrações nos últimos cinco anos Já no art. 1.º da CF, afirma-se a condição de Estado
ficou acima do aumento da frota de veículos e de democrático de direito fundamentado em cidada-
pessoas habilitadas: o número de motoristas fla- nia e dignidade da pessoa humana. O Brasil, por
grados bêbados continua crescendo, em vez de ser signatário de tratados internacionais de direi-
diminuir com o endurecimento das punições ao tos humanos, tem como princípio, em suas relações
longo desses anos.
internacionais, a prevalência dos direitos humanos.
Internet: g1.globo.com (com adaptações).
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial e os direitos
humanos. Internet: www.ambitojuridico.com.br (com adaptações).
Nas estradas federais que cortam o estado de
Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a A partir das ideias dos textos precedentes, que têm
PRF registrou cento e três acidentes de trânsito, caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
com cinquenta e dois feridos e sete mortos. Segun- sertativo acerca do seguinte tema:
do a corporação, seis motoristas foram presos por O papel da Polícia Federal no aprimoramento
dirigir bêbados e houve oitenta e sete autuações da democracia brasileira
pela Lei Seca. Os números são parte da Operação
Em seu texto:
Integrada Rodovia, deflagrada pela PRF. Em 2017,
foram registrados noventa acidentes. No ano pas-
z Discorra sobre o papel constitucional e social da
sado, a ação da polícia teve um dia a menos.
Polícia Federal e sua relação com os direitos huma-
nos; [valor: 4,00 pontos]
Internet: g1.globo.com (com adaptações).
z Cite contribuições da Polícia Federal relevantes
para a manutenção do Estado democrático de
Considerando que os fragmentos de texto acima direito, especialmente relacionadas aos direitos
têm caráter unicamente motivador, redija um texto humanos; [valor: 4,00 pontos]
dissertativo acerca do seguinte tema:
02
z Apresente sugestões de implantação de ações e(ou)
O combate às infrações de trânsito nas rodovias
7-
projetos que possam contribuir futuramente para
federais brasileiras
02
o aprimoramento da democracia brasileira. [valor:
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 4,40 pontos]
16.
.6
z Medidas adotadas pela PRF no combate às infra- Tema 3: PF — Papiloscopista (CEBRASPE-CESPE
4
04
ções; [valor: 7,00 pontos] — 2018)
z Ações da sociedade que auxiliem no combate às
infrações; [valor: 6,00 pontos]
r-
Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuela-
io
nos voltaram a acampar na rodoviária e a ficar
n
z Atitudes individuais para a diminuição das infrações.
Jú
O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) da etnia Warao começaram a migrar para Manaus
de
dispõe que o Estado democrático se destina a asse- desde o início de 2017. Adultos, idosos e crianças se
gurar o exercício dos direitos sociais e individuais, abrigaram na rodoviária de Manaus e debaixo de
o
êg
mos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem venezuelanos não indígenas só aumentou.
i o
preconceitos, fundada na harmonia social e com- As condições precárias de vida em solo brasileiro
ôn
prometida, na ordem interna e internacional, com podem favorecer a ocorrência de situações degra-
nt
a solução pacífica das controvérsias. dantes. Órgãos federais e entidades religiosas anun-
A
A missão das forças policiais é garantir ao cidadão ciaram medidas para cobrar ações concretas da
sé
o exercício dos direitos e das garantias fundamen- prefeitura da cidade e dos governos federal e estadual.
Jo
perseguir incansavelmente a verdade dos fatos sem Art. 3º A política migratória brasileira rege-se
pelos seguintes princípios e diretrizes:
se afastar da estrita observância ao ordenamento
I - universalidade, indivisibilidade e interdependên-
jurídico vigente, que deve ser observado por todos,
cia dos direitos humanos;
em respeito ao Estado democrático de direito.
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a
quaisquer formas de discriminação;
Wlamir Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado III - não criminalização da migração; […]
democrático. Internet: www.direitonet.com.br (com adaptações).
VI - acolhida humanitária; […]
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao
O Brasil se efetivou como um país democrático de migrante e a seus familiares;
direito após a promulgação da CF — também chama- X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante
da de Constituição Cidadã, por contar com garantias por meio de políticas públicas;
e direitos fundamentais que reforçam a ideia de um XI - acesso igualitário e livre do migrante a servi-
país livre e pautado na valorização do ser humano. ços, programas e benefícios sociais, bens públicos, 97
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
educação, assistência jurídica integral pública, Considerando que o fragmento de texto acima tem
trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
social; sertativo acerca do seguinte tema:
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, Preservação do ecossistema: responsabilidade
garantias e obrigações do migrante;
XVII - proteção integral e atenção ao superior inte-
do estado, da sociedade e de cada cidadão
resse da criança e do adolescente migrante; Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
Tema 4: ABIN — Agente de Inteligência (CEBRASPE- Tema 6: Polícia Civil do Maranhão — Escrivão
CESPE — 2018) (CEBRASPE-CESPE — 2018)
02
(…)
7-
Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e Art. 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de
02
desafios à integração sul-americana. In: Revista Brasileira de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade
6.
Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com adaptações). de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
1
receber e transmitir informações e ideias por quais-
.6
Tendo o fragmento de texto apresentado como quer meios e independentemente de fronteiras.
4
04
referência inicial, redija um texto dissertativo a res-
Internet: www.unicef.org
r-
peito do papel dos governos municipal, estadual e io
federal nas relações políticas e sociais nas áreas de
n
fronteira do Brasil. Código Civil
Jú
z Papel da área de inteligência na análise das ques- nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o
R
tões relacionadas às fronteiras. [valor: 10,00 pontos] exercício dessa liberdade torna-se abuso de direi-
o
Tema 5: ANVISA — Técnico Administrativo cialista em direito digital. “O que mais prejudica
nt
Historicamente, instruir os que não sabem, alimentar Os chamados crimes contra a honra na Internet —
Jo
os famintos e cuidar dos doentes têm sido algumas que envolvem ameaça, calúnia, difamação, injúria
das missões diárias indicadas aos devotos de dife- e falsa identidade — têm gerado cada vez mais pro-
rentes religiões. Em tempos modernos, a essas mis- cessos judiciais. Um levantamento divulgado pelo
sões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio Superior Tribunal de Justiça lista sessenta e cinco
ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem julgamentos recentes que resultaram em pagamen-
escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades, to de indenizações, retirada de páginas do ar, res-
independentemente de suas crenças, a tomar medidas ponsabilização de agressores e outras condenações
urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o em favor das vítimas.
representante máximo do catolicismo, “o cuidado da Na opinião de Patrícia Peck, a falta de educação e a
casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos impunidade contribuem para os excessos na Inter-
quais quebramos a lógica da violência, da explora- net. Segundo ela, “Sem educação em ética e leis,
ção, do egoísmo, e manifestamos o amor em todas as corremos o risco de a liberdade de expressão e o
ações que procuram construir um mundo melhor”. anonimato digital se converterem em verdadeiros
entraves à evolução da sociedade digital, pois tor-
O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações). narão o ambiente da Internet selvagem e inseguro”.
Texto 1
02
Tema 9: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Quem viaja para os Estados Unidos ou Europa e
7-
dos Territórios (TJDF) — Analista Judiciário — Área aluga um carro geralmente não sabe muito o que
02
Judiciária (CEBRASPE-CESPE — 2015) fazer ao parar para reabastecer pela primeira vez.
6.
Sem a figura dos frentistas, o próprio motoris-
1
.6
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma ta manuseia a bomba e realiza o pagamento pelo
4
finalidade. A diferença entre elas reside no fato cartão, diferentemente do que ocorre no Brasil,
04
de que, em se tratando de conduta dolosa, como onde a profissão de frentista é protegida pela Lei
r-
regra, existe uma finalidade ilícita, ao passo que, nº 9.956/00, que proíbe o funcionamento de bombas
io
tratando-se de conduta culposa, a finalidade é qua- de autosserviço em todo território nacional e aplica
n
se sempre lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e multas caso seja descumprida.
Jú
empregados pelo agente para atingir a finalidade “Pensando só em números, o preço do combustível
ra
lícita é que são inadequados ou mal utilizados. poderia baixar com a automação, mas não é pos-
ei
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com Muntada, que afirma que a mão de obra e os encar-
O
14.09.2018. Adaptado)
z Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
nt
z Os conceitos de culpa inconsciente, culpa cons- O Projeto de Lei nº 2.302/19 permite o funciona-
sé
ciente e dolo eventual e suas diferenças; [valor: mento de bombas de autosserviço – operadas pelo
Jo
02
atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos.
Tema 13: PM-SP — Soldado PM de 2ª Classe Um levantamento, por meio da Lei de Acesso à Infor-
7-
(VUNESP — 2019) mação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
02
crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infra-
6.
ções nos últimos cinco anos ficou acima do aumento
1
Texto 01
.6
Pela primeira vez, a população deve consumir mais da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o núme-
4
ro de motoristas flagrados bêbados continua cres-
04
conteúdo midiático na internet do que pela TV, de
acordo com relatório da agência de mídia Zenith. cendo, em vez de diminuir com o endurecimento das
r-
Conforme a previsão, já em 2019 as pessoas devem punições ao longo desses anos.
io
passar mais horas navegando pela internet, fazen-
n
Internet: (com adaptações).
Jú
(“Internet irá ultrapassar TV já em 2019, indica relatório”, 18.06.2018. registrou cento e três acidentes de trânsito, com
O
De acordo com estudo divulgado pela empresa pela Lei Seca. Os números são parte da Operação
Integrada Rodovia, deflagrada pela PRF. Em 2017,
R
para seus seguidores a todo tempo. Segundo uma Internet: (com adaptações).
A
dos consumidores guiam suas decisões de compra Considerando que os fragmentos de texto acima
Jo
com base nas redes sociais. Ou seja, o público está têm caráter unicamente motivador, redija um texto
atento às opiniões da internet e, principalmente, aos dissertativo acerca do seguinte tema:
depoimentos de canais influentes e de credibilidade. O combate às infrações de trânsito nas rodovias
federais brasileiras.
(“A contribuição dos influenciadores digitais para a decisão de Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
compra”. 02.02.2018. https://franpress.com.br. Adaptado)
100
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Tema 15: DETRAN/SP — Agente Estadual de Trânsito A realização individual fomentaria maior igual-
(FCC — 2019) dade social?
02
Em visita aos Estados Unidos, em 1970, Margaret
Foi recentemente publicado no American Journal of Pre-
7-
Thatcher fez o seguinte pronunciamento:
ventive Medicine um estudo com adultos jovens, de 19 a
02
“Uma das razões por que valorizamos indivíduos não é 32 anos de idade, apontando que quanto maior o tempo
6.
porque sejam todos iguais, mas porque são todos dife- dispendido em mídias sociais de relacionamento, maior
1
rentes. Permitamos que nossos filhos cresçam, alguns
.6
a sensação de solidão das pessoas. Além disso, esse estu-
4
mais altos que outros, se tiverem neles a capacidade do demonstrou também que quanto maior a frequência
04
de fazê-lo. Pois devemos construir uma sociedade na de uso, maior a sensação de isolamento social.
qual cada cidadão possa desenvolver plenamente seu
potencial, tanto para seu próprio benefício quanto
r-
(Adaptado de: ESCOBAR, Ana. Disponível em: http://g1.globo.com)
n io
para o da comunidade como um todo.”
Jú
A premissa crucial que leva a afirmação de Thatcher Com base nas ideias do texto acima, redija uma
a parecer quase evidente em si mesma — a suposição dissertação de caráter argumentativo sobre o tema:
ra
de que a “comunidade como um todo” seria adequa- Isolamento social na era da comunicação virtual.
ei
liv
nou-se aceita a noção de que, ao agir egoisticamente, Utilize o texto a seguir apenas como motivador
o
de algum modo as pessoas beneficiariam as outras. para a produção de sua redação. Nenhum texto des-
êg
todos nós? Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 30) O grave efeito colateral da Covid na educação
i
ôn
nt
Segundo a ortodoxia econômica, uma boa dose de vírus deixa seu rastro na vida de todos nós. Tam-
bém nos rouba o futuro, ao empurrar milhões de
sé
mais altos e impostos menores no topo da escala — espera. Esse é o efeito mais perverso de longo prazo
segundo afirmam — fomentariam o empreendedo- da Covid-19, que ceifa o direito ao desenvolvimento
rismo e engendrariam um bolo econômico maior. pleno e à educação de uma geração inteira.
O retorno das atividades presenciais tem se dado de
LÍNGUA PORTUGUESA
02
tro. E ninguém pode ser obrigado a produzir prova
7-
contra si mesmo. O que é compreensível em muitos 1º Estética: Grafia / Alinhamento / Paragrafação /
02
outros casos, mas complica um bocado a eficácia da
Respeito às Margens
6.
legislação que visa a impedir acidentes nas estradas.
1
O problema é sério, como mostram os números sobre
.6
a situação nas estradas do Estado do Rio. Nos últimos Essa serve para qualquer prova de concurso. A
4
04
três anos, mais de 600 mil motoristas foram aborda- maioria das bancas exige que os candidatos apresen-
dos em blitzes da polícia e 47 mil deles se recusaram tem uma escrita que permita a leitura clara do texto
a passar pelo bafômetro – e não há punição para isso.
r-
sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
io
A situação pode melhorar com um projeto que está apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
n
Jú
sendo discutido pelo governo e o Congresso. A ideia do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
é não limitar a prova do pileque ao teste do bafôme- (letra pequena compondo o restante da palavra).
ra
demais: é o que acontece com muitos outros crimes. margens. É de fundamental importância a disposição
O
E o castigo será consideravelmente mais pesado, do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
de
com multa maior, mais tempo com a carteira sus- os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
pensa e até três anos de cadeia. Em suma, é uma lei nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
o
êg
margens
ôn
Texto II
nt
para cancelar o contrato com a operadora de tele- Na margem esquerda da folha definitiva de reda-
sé
fone. Não ter que ligar para reclamar daquele segu- ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
Jo
ro de perda e roubo do cartão de crédito que você da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira
nunca pediu e completar 65 anos com a tranquili- letra e a demarcação da margem.
dade de ser atendido preferencialmente no caixa do
supermercado. O cenário parece impossível, mas
cada uma das situações acima é amparada por margens
uma lei específica no país. O que não acontece por
aqui é o cumprimento da legislação. Vezes porque
não há fiscalização e outras por desconhecimento Na margem direita, a preocupação do candidato
do brasileiro, que sem saber dos seus direitos, não
aumenta, pois além de se preocupar com as questões
exerce a devida cobrança e, quando lesado, não
sabe a quem recorrer.
de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
essa função, ele também deverá se preocupar em não
O Estado de Minas, 20/01/2015. ultrapassar a linha demarcatória da margem.
Dica
Para marcar o recuo de parágrafo, recorra à velha dica da escola e deixe o espaço de dois dedos antes de
começar a escrever.
2º O Erro
Insira apenas uma linha sobre as palavras erradas. Você deve apenas passar um traço sobre a palavra, a frase,
o trecho ou o sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo: Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito felizes.
02
7-
02
4º A Ordem Direta Facilita na Correta Pontuação
16.
.6
Uma das importantes regras de pontuação que determina o correto emprego da vírgula orienta que, se a ora-
4
ção estiver em ordem direta (sujeito + verbo + complementos), não se deve usar vírgula para separar termos que
04
se complementam sintaticamente.
r-
Ou seja, se estiver com alguma dúvida quanto ao uso de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais fácil
io
a compreensão da estrutura. Exemplo:
n
Jú
Termo
liv
deslocado
O
(Complemento
de
adverbial)
Sujeito Complemento verbal
o
êg
Verbo
i
ôn
nt
z Ordem direta:
A
sé
5º Colocação Pronominal
Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ocupar três posições distintas na oração: anteposto ao verbo (prócli-
se), posposto ao verbo (ênclise) e entremeio ao verbo (mesóclise). Em regra, a posição que esses pronomes vão ocupar
LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbios, conjunções subordinativas, termos que exprimem sentido negativo, pronomes relativos, indefini-
dos e demonstrativos são exemplos de palavras capazes de atrair o pronome pessoal oblíquo átono para antes do
verbo. Assim, não havendo nenhuma palavra atrativa antes do verbo da oração, subentende-se que a colocação
pronominal dar-se-á pela ênclise ou mesóclise, a depender da construção sintática.
103
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qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6º Impessoalidade 15º Evite Expressões Vagas
As verdades gerais sempre têm maior valor. As opi- Atente-se para as expressões vagas ou de signifi-
cado amplo e sua adequada contextualização. Exem-
niões pessoais pouco contribuem para a sustentação de
plos: conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”,
uma ideia. Por isso, as afirmações apresentadas terão
“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc.
melhor aceitação se trouxerem representações gerais de
valor coletivo: 16º Atenção aos Adjetivos
Acredita-se em vez de Acredito
Sabe-se em vez de Sei Evite expressões como “belo”, “bom”, “mau”, “incrí-
vel”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc., pois são juízos
E outras expressões generalizantes como:
de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.
É de conhecimento geral... / Muitos entendem
que... / Muito se tem discutido sobre... 17º Evite o Senso Comum
02
reza, construções sem nexo (conjunções mal-empre-
7-
Não se põe título nas redações para concursos, a gadas), falta de concatenação (coesão) de ideias nas
02
menos que isso seja uma exigência do edital. frases e nos parágrafos entre si, divagação ou fuga ao
6.
tema proposto.
1
.6
10º Evite a repetição das palavras
4
20º Cumpra o Proposto no Texto
04
Use sinônimos e outros termos de recuperação. Caso você tenha feito uma pergunta na tese ou no
r-
corpo do texto, verifique se a argumentação responde à
n io
z que = o qual / a qual; pergunta. Se você eventualmente encerrar o texto com
Jú
z onde= em que, no qual / na qual. uma interrogação, esta pode estar corretamente empre-
ra
a uma criança de 10 anos. Não use erudições do tipo quanto à sua tipologia:
( 1 ) Descrição ( 2 ) Narração ( 3 ) Dissertação.
R
aos problemas levantados na redação. Não fique ape- b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher
Jo
nas fazendo constatações óbvias. que emerge da ruptura de sua antiga identidade, as
mulheres se veem obrigadas a compatibilizar dois
13º Não Faça Críticas ao Governo estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos,
dois modelos de conduta cotidiana. ( )
Essa postura é pobre e pouco criativa — é o que c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se
se chama de lugar comum. É como pedir emprego em para a Esplanada dos Ministérios. No percurso, parou
uma empresa e criticar o patrão durante a entrevista. para cumprimentar algumas pessoas que lhe acena-
vam. Neste momento, escorregou e foi auxiliado por
Isso é ser muito ingênuo.
alguns seguranças da comitiva.” ( )
d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele
14º O Rascunho é Importante
chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de
brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos
É a sua garantia de poder fazer uma revisão elimi- punhos de camisas já sem cor tudo combina admira-
nando erros. Vale sempre a pena caprichar. Lembre-se velmente com a enorme jaqueira do quintal, com a
de que é função de quem escreve seduzir o leitor e o estí- generosa figueira da praça, com as teias do campaná-
104 mulo visual contribui para que haja uma boa impressão. rio da igreja. ( )
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e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua a) mas, mais, mais.
México. Já distraído de seus passados tropeços, mas, b) mais, mas, mas.
tropeçando obstinadamente no inglês com que se c) mas, mais, mas.
entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto d) mais, mais, mas.
agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( )
f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não Leia o texto a seguir para responder às questões 3 a 5.
se pode admitir a existência de uma Associação Brasi-
leira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo Depois de caminhar por alguns metros, Edgar Wilson
capítulo da Constituição Brasileira proíbe essas ativi- percebe ao longe a carcaça de um animal. Segue pela
dades”. ( ) estrada de terra batida, que fica deserta a maior par-
te do tempo e é usada como atalho pelos motoristas
a) 1 — Descrição. Nesse fragmento, não há progres- que conhecem bem as imediações. Edgard fora atraí-
são temporal; note que, ao final da leitura do texto, do para esse trecho por causa de uma revoada de
temos a formação da imagem da paisagem. abutres. Assim como a podridão os atrai, os que se
b) 3 — Dissertação. Nesse fragmento, não há pro- alimentam dela atraem Edgard. Tanto as aves carni-
gressão temporal, tanto que não há fatos que se ceiras quanto ele se valem dos próprios sentidos para
sucedem, tampouco a elaboração de uma imagem. encontrar os mortos, e ambas as espécies sobrevivem
O que percebemos pela leitura é a análise do com- desses restos não reclamados.
portamento da mulher diante de um novo perfil seu Todo nascimento é também um pouco de morte. Edgar
“que emerge da ruptura de sua antiga identidade”. já viu algumas criaturas nascerem mortas, outras,
c) 2 — Narração. A leitura desse trecho revela uma morrerem horas depois. Sua consciência sobre o fim
sucessão de fatos do Presidente da República. Esse de todas as coisas tornou-se aguçada desde que aba-
fragmento mostra bem o que se diz sobre a narra- tia o gado e principalmente agora, ao recolher todas as
ção ser uma “fofoca”. espécies em qualquer parte. Assim como não teme o
d) 1 — Descrição. Sem progressão discursiva ou pôr do sol, Edgar Wilson entende que não deve temer
temporal, o trecho revela a criação da imagem das a morte. Ambos ocorrem involuntariamente num fluxo
roupas dos velhinhos interioranos; note como os contínuo. De certa forma, o inevitável lhe agrada. Sen-
adjetivos se destacam. tir-se passível de morrer fortalece suas decisões. Não
02
e) 2 — Narração. Novamente, temos um trecho que importa o que faça, seja o bem, seja o mal, ele deixará
7-
mostra uma sucessão de fatos que nada mais são do de existir.
02
que as ações de um homem que caminha pela rua Distrai-se dos voos dos abutres e caminha mais alguns
6.
com seu chefe e vê um amigo seu do outro lado da metros em outra direção, para a caveira de uma vaca
1
.6
rua, “uma fofoca”. atirada no meio da estrada. Nota que não foi atropela-
4
da. Os ossos estão intactos, nenhum sinal de fratura.
04
f) 3 — Dissertação. Encontramos outra vez um
exemplo de fragmento dissertativo, pois apresenta O couro foi levemente oxidado, consumido pela expo-
r-
progressão discursiva em relação à proibição da sição climática. Não há sinal de vermes necrófagos
io
caça no Brasil. Note que o argumento que se desta- ou pequenos insetos a devorá-la. Edgar Wilson inclina
n
Jú
ca nessa passagem para o fortalecimento da ideia ainda mais o corpo ao perceber uma colmeia presa às
é a citação da Constituição Brasileira. Resposta: costelas da vaca. Apanha um galho de árvore caído no
ra
1-3-2-1-2-3.
goso. Nada acontece. Cutuca-a com mais força e a
liv
1. (IBFC—2019) Observe: imergir, compreender, adqui- rompendo em sua boca, algumas lascas muito finas
o
são derivados destes verbos. Nesse sentido, assinale o excesso de mel nos dedos e os limpa no macacão.
nt
termos. (MAIA, Ana Paula. Enterre seus mortos. São Paulo: Companhia das
sé
c) imerção, compreensão, aquisição, pretensão, conces- ção. Dentre as palavras abaixo, assinale a alternativa
são, abstenssão. que apresenta a única que ainda deve receber acento
d) imerção, compreenção, aquisissão, pretenção, conce- gráfico.
ção, abstensão.
a) leem.
2. (IBFC—2021) Assinale a alternativa correta, em que B) jiboia.
“mas” e “mais” são corretamente empregadas, nas c) feiura.
lacunas respectivamente: d) herói.
I. Ela chegou, não veio sozinha
II. Que bom, você trouxe pessoas para a festa! 4. (IBFC—2022) Em “Sua consciência sobre o fim de
III. Eles estavam com fome, naquele horário já não todas as coisas tornou-se aguçada desde que abatia
havia o que comer. o gado”(2º§), o conectivo destacado possui um valor 105
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semântico. Assinale a alternativa em que foi emprega- Traço então a nossa roda gira-gira
do com sentido diferente desse identificado no trecho. em que os de ontem, os de hoje,
e os de amanhã se reconhecem
a) O evento ocorrerá desde que todos ajudem. nos pedaços uns dos outros.
b) Desde que você saiu, comecei a estudar. Inteiros.
c) Moro na mesma casa desde que nasci.
d) Desde que acordei, não levantei da cama. (EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros
movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)
5. (IBFC—2022) Em “Nota que não foi atropelada. Os
ossos estão intactos, nenhum sinal de fratura.”(3º§), No primeiro verso, os vocábulos “nada” e “não” apre-
há dois períodos que se relacionam, semanticamente, sentam a ideia de negação. Considerando-se o contex-
uma vez que o segundo expressa, em relação ao pri- to, morfologicamente, devem ser classificados como:
meiro, um sentido de:
a) substantivos.
a) finalidade. b) advérbios.
b) causa. c) adjetivos.
c) consequência. d) pronomes.
d) alternância. e) preposição.
6. (IBFC—2022) Assinale a única alternativa em que todas 9. (IBFC—2019) Leia o texto a seguir e responda a
as palavras estão acentuadas devido a sua classifica- questão.
ção como proparoxítonas. Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada
que aquela moça que está doente naquela casa cin-
a) Amém; também; armazém. zenta quando lesse minha história no jornal risse, ris-
b) Bônus; ônus; lápis. se tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu
c) álbum; médium; álbuns. Deus, que história mais engraçada!” E então a contas-
d) Mágico; lágrima; príncipe. se para a cozinheira e telefonasse para duas ou três
amigas para contar a história; e todos a quem ela con-
02
7. (IBFC—2021) tasse rissem muito e ficassem alegremente espanta-
7-
Texto II dos de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse
02
Um asno, vítima da fome e da sede, depois de lon- como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente,
6.
ga caminhada, encontrou um campo de viçoso feno vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente.
1
.6
ao lado do qual corria um regato de límpidas águas. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio
4
Consumido pela fome e pela sede, começou a hesitar, riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa
04
não sabendo se antes comia o feno e depois bebia da história é mesmo muito engraçada!’[...] -
r-
água ou se antes saciava a sede e depois aplacava a io
fome. Assim, perdido na indecisão, morreu de fome e (BRAGA, Rubem).
n
Jú
de sede.
Adjetivo é a palavra que expressa uma característica
ra
(Fábula de Buridan, filósofo da Idade Média) do substantivo. O Texto de Rubem Braga destaca a
ei
No início do texto II, o personagem “asno” é introdu- pessoas sentiriam ao ler a crônica. Marque a sequên-
O
zido ao leitor por meio do “um”, artigo que cumpre o cia em que só apareçam adjetivos.
de
seguinte papel:
o
8. (IBFC—2021) questão.
sé
Jo
http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios-
As locuções adverbiais cumprem papel acessório no para-empresas-e-trabalhadores/ acesso em 14/11/2019 (adaptado)
texto modificando, geralmente, um verbo. Assinale a
opção cujo termo destacado é um exemplo desse Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada
tipo de expressão.
para a colocação pronominal destacada no enunciado
02
a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, trei-
7-
a) “varria as pessoas todas com vassouras”.
ná-los e orientá-los”.
02
b) “passava pano molhado para refrescar”.
6.
c) “ver água minando clarinha de novo”.
1
a) Ênclise - uso do pronome oblíquo após o verbo.
.6
d) “Gosto da cesta sobre a mesa com mamões e
b) Mesóclise - uso do pronome oblíquo após o verbo.
4
bananas”.
04
c) Próclise - uso do pronome oblíquo após o verbo em
e) “mas exaspero-me esquecida dos dons”.
frases afirmativas.
r-
d) Próclise - uso do pronome oblíquo após o verbo em
io
12. (IBFC—2020)
n
frases no futuro do presente.
Jú
tônica.
ei
13. (IBFC—2018)
empresas e trabalhadores
O
Texto
de
peções de segurança. Estas podem ser específicas, Me lembro com clareza de todas as minhas professo-
i
ôn
como por exemplo, em equipamentos de combate a ras, mas me lembro de uma em particular. Ela se cha-
nt
incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpe- mava Dona Ilka. Curioso: por que escrevi “Dona Ilka”
A
za. Normalmente, alguns de seus objetivos são: reco- e não Ilka? Talvez por medo de que ela se materiali-
sé
nhecer e antecipar as condições ou procedimentos zasse aqui ao meu lado e exigisse o “Dona”, onde se
Jo
que se encontram abaixo dos padrões de segurança viu tratar professora pelo primeiro nome, menino? No
estabelecidos, ou ainda detectar situações perigosas meu tempo ainda não se usava o “tia”. Elas podiam
que possam acarretar perdas materiais ou pessoais ser boas e até maternais, mas decididamente não
eram nossas tias. A Dona Ilka não era maternal. Era
LÍNGUA PORTUGUESA
no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de roti- uma mulher pequena com um perfil de passarinho.
na ou periódica, é de extrema relevância que o próprio Um pequeno passarinho loiro. E uma fera.
trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, partici- Eu era aluno “bem-comportado”. Era um vagabundo,
pe dessas atividades e que sua opinião seja considera- não aprendia nada, vivia distraído. Mas comporta-
da e avaliada no momento da conclusão. Desta forma, mento, 10. Por isto até hoje faço verdadeiras faxinas
espera-se aumentar o interesse e motivação dos tra- na memória, procurando embaixo de tudo e em todos
balhadores com as questões de saúde e segurança os nichos a razão de ter sido, um dia, castigado pela
no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver Dona Ilka. Alguma eu devo ter feito, mas não consigo
uma cultura que promova a ideia de que a prevenção lembrar o quê. O fato é que fui posto de castigo. Que
de perdas seja de interesse de todos e não apenas consistia em ficar de pé num canto da sala de aula,
uma responsabilidade do Departamento de Seguran- com a cara virada para a parede. (Isto tudo, já dá pra
ça, como é comum em diversas organizações. [...] ver, foi mais ou menos lá pela Idade Média.) Mas o que 107
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eu nunca esqueci foi a Dona Ilka ter me chamado de Sem piscar, um troca a mocinha pelo cavalo do outro.
“santinho do pau oco”. Os punhos nus eram a arma do galã. Hoje briga sujo.
Ser bem-comportado em aula não era uma decisão Inimigo vencido, a cara no pó? Chuta de letra o nariz
minha nem era nada de que me orgulhasse. Era só o até esguichar sangue.
meu temperamento. Mas a frase terrível da Dona Ilka Costeleta e bigodinho ele também. Sem modos, entra
sugeria que a minha boa conduta era uma simulação. de chapelão na casa do juiz. Corteja a heroína, já viu,
Eu era um falso. Um santo falsificado! Depois disso, aparando as unhas? Pífio jogador de pôquer, o toque
pelo resto da vida, não foram poucas as vezes em que na orelha esquerda significa trinca de sete.
um passarinho imaginário com perfil de professora A cada estalido na sombra já tem o dedo no gatilho –
pousou no meu ombro e me chamou de fingido. Os seu lema é atire primeiro e pergunte depois. Você por
santinhos do pau oco passam a vida se questionando. acaso fecha o olho do bandido que matou? Nem ele.
Já outra professora quase destruiu para sempre qual-
E a mocinha, de cachinho loiro e tudo, que vergonha!
quer pretensão minha à originalidade literária. Era
Começa que moça direita nunca foi. Cantora fuleira de
para fazer uma redação em aula sobre a ociosidade,
cabaré, gira a valsa do amor nos braços de um e de
e eu não tinha a menor ideia do que era ociosidade. Se
outro.
a palavra fora mencionada em aula tinha certamente
sido num dos meus períodos de devaneio, em que o Por interesse, casa com o chefão do bando. Casa com
corpo ficava ali, mas a mente ia passear. E então, me o pai do mocinho. Até com o mocinho ela casa.
achando formidável, fiz uma redação inteira sobre um Deixa estar, guri não é trouxa. Torce pelo bandido.
aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosi-
(TREVISAN, Dalton. O beijo na nuca. Rio de Janeiro: Record, 2014.
dade sem saber o que é isso, sua agonia e finalmente
P.66-67)
sua decisão de fazer uma redação sobre um aluno
que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade,
Considerando a estrutura sintática da oração “Com os
etc. a professora chamou a atenção de toda a classe
para a minha redação. Eu era um exemplo de quem brutos, implacável porém justo”, é correto afirmar que
acha que com esperteza pode-se deixar de estudar e o vocábulo em destaque:
por isto estava ganhando um zero exemplar. Só faltou
me chamar de original do pau oco. a) indica o modo como a ação era desenvolvida.
02
Enfim, sobrevivi. No ginásio, todos os professores b) aponta uma característica atribuída ao agente da
7-
eram homens, mas não me lembro de nenhuma marca ação.
02
que algum deles tenha deixado. As relações com as c) mostra um traço específico atribuído aos “brutos”.
6.
nossas pseudomães, no primário, eram mais profun- d) nomeia o interlocutor da ação descrita.
1
.6
das. As duas histórias que eu contei não têm nenhuma
4
importância. Mas olha as cicatrizes. 15. (IBFC—2019) Leia o texto abaixo para responder a
04
questão.
r-
Considerando o sentido da palavra “ociosidade”, que “Dá pra viver io
foi tema da redação descrita no texto, pode-se enten- Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
n
der como antônimo desse vocábulo:
Jú
b) desocupação.
liv
Na felicidade real
c) animação. E entender que ela mora no caminho
O
14. (IBFC—2022)
êg
(Kell Smith)
Texto
R
adversativa.
Nunca despenteia o cabelo nas brigas. Defende órfão
b) No enunciado, há a presença de oração subordinada
e viúva. Com os brutos, implacável porém justo.
substantiva objetiva direta.
Frequenta o boteco pra chatear os bandidos.
c) No enunciado, há a presença de oração coordenada
Bebe um trago e disfarça a careta. Atira só em legítima
completiva nominal.
defesa. O mocinho é sempre mocinho, nunca brinca
de bandido. d) No enunciado, há a presença de oração coordenada
Ah, o vilão todo de preto, duas pistolas no cinto pra- adverbial causal.
teado e um punhal (escondido) na bota – o segundo
mais rápido do oeste. Bigodinho fino, risadinha cínica. Leia o texto a seguir para responder às questões 16 e 17.
Bebe, trapaceia no jogo. Cospe no chão. Mata pelas
costas. Muitos anos depois da publicação de Quarto de des-
Covarde, patético, chora na cadeia. E morre, bem fei- pejo, diário de uma favelada, novas escritoras negras
to!, na forca. brasileiras, inspiradas na obra de Carolina Maria de
Qual dos dois é o vilão hoje? Jesus, formam o livro Carolinas: a nova geração de
Se um quer roubar o ouro da mina do pai da mocinha, escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do
108 o outro também. qual se extrai o texto abaixo.
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Entre a rua, este quarto e o ser Se ela fosse uma coitadinha, taí, você podia ajudar!
Explorada pelo dono do circo, fraquinha, com tuber-
(Camila de Oliveira Silva) culose. Obrigada a ficar dando volta e mais volta no
picadeiro.
Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone O dono do circo sendo um monstro, não deixa ela
madrugada, eu estou à beira das 6h. Pressinto o dia parar. Coitada da mocinha, quase morre de exaustão.
longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esti- Se fosse assim, você poderia...
cou. Pronto o café, pronta uma manhã e nem importa Sim, você correria pela arquibancada berrando:
que eu não esteja preparada para absolutamente nada “Pare!”
hoje. Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Orquestra é uma coisa muito obediente.
Não sei seguir por essa hora em chamas, nesse ama- Só gritar “Pare!” que ela para.
relo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, E aí, mesmo sendo só um visitante, você salvaria a
antes de ir à rua, me pego querendo ir direto para a mocinha. Mas a situação real não te ajuda.
noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a Atrás das cortinas, o dono do circo ajeita a mocinha no
saudade que ontem, sem razão, me consumia de vida cavalo. Ele adora ela.
e morte. É a netinha que ele nunca teve.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e E ela vai, toda lindinha, dar o salto mortal. Todo mundo
esfregando meus olhos secos. Esforçando em segu- bate palma.
rar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar Ela está muito feliz.
meu olhar sobre o mundo: o mais seco que eu quiser. O dono do circo está muito feliz.
Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo Você fica sem nada para fazer, está tudo tão bem.
mundo. Ando, e sinto que os passos só escorrem para Maior frustração, você até chora um pouquinho. Você
alcançar sentido. Quando estou aqui, parece que a rua é completamente inútil.
é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...] Visitante de deuses, aliás, é título que merece ser
atualizado.
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras Super-herói.
negras brasileiras. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo: Flup, 2021)
Um cara sem tantos poderes, mas com alguns.
E aí fica esse incômodo:
02
16. (IBFC—2021) Na oração “Algo me vem em cheio nes- Super-herói tem aquela vontade doida de salvar o
7-
sas horas”, ao observar as relações sintáticas estabe- universo.
02
lecidas entre os termos que a constituem, é possível A civilização ocidental ou pelo menos a mocinha.
6.
afirmar que seu sujeito classifica-se como: (Os três são meio que sinônimos.)
1
.6
Então, para um super-herói existir, precisa haver algo
4
a) desinencial. ruim.
04
b) indeterminado. Alguém completamente não-gostável por exemplo.
r-
c) simples. O super-herói tem de criar um vilão para se justificar.
io
d) inexistente. É uma tristeza quando tudo está bem.
n
Jú
revelam ao leitor traços do estado de ânimo da enun- (VIGNA, Elvira. Kafkianas. São Paulo: Todavia, 2018, p.22-23)
ei
é correto afirmar que se destaca, na narradora, uma Em “Os caras são deuses, você não”, o vocábulo des-
O
c) objeto direto.
ôn
d) complemento nominal.
nt
brasileira Elvira Vigna, com base na obra “Auf der Gale- 19. (IBFC—2019)
sé
Analise os versos a seguir: “Pra mostrar pra você/ “Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a
Que eu não esqueço mais essa lição”. Quanto à clas- realização de exercícios regulares com mulheres com
sificação sintática da oração em destaque, assinale a câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamen-
alternativa correta. tal”. Quanto à classificação sintática da expressão em
destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Coordenada Completiva Explicativa.
b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta. a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
c) Oração Coordenada Assindética Explicativa. b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
d) Oração Coordenada Sindética Aditiva. c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
20. (IBFC—2019) Leia o texto abaixo para responder a
questão. 21. (IBFC—2021) Para responder a questão a seguir, leia o
fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfo-
Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e se, de Franz Kafka.
alimentação
Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Aqueles foram bons tempos, mas que não se repe-
Ciências da Saúde na Amazônia Ocidental, da Ufac, tiram – ao menos, não com a mesma intensidade –,
pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutri- embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente
ção e aparecimento de câncer de mama em mulheres para arcar sozinho com as necessidades domésticas.
com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a
conduzido pelas mestrandas Carina Hechenberger e
02
surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gre-
Ramyla Brilhante, com orientação do professor Miguel
7-
gor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a
Junior Sordi Bortolini.
02
família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã perma-
O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Ativida-
6.
necia mais próxima e afetuosa e, como ela, ao con-
1
de Física, Estado Nutricional e Qualidade de Vida de trário de Gregor, era amante da música e sabia tocar
.6
Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncolo-
4
violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la
04
gia do Acre (Cecon)” foi apresentado ao programa em para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-
2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de
r-
-se com os gastos extras que isso acarretaria. Em con-
dados, através da aplicação de questionários a usuá- io
versas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava
rias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de
n
sem viajar, sempre mencionava o projeto (que ela
Jú
câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; considerava lindo, mas impossível de se concretizar),
destes, o que sofre maior impacto é o de mama”, des-
ra
probabilidade de desenvolver câncer de mama reduz seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente
O
02
d) em / às / ao. Escondeu o corpo e eu perguntei se morava ali.
7-
02
23. (IBFC—2022) Observe: “Aquela TV não é à cores”, (HATOUM, Milton. Órfãos do Eldorado. São Paulo: Companhia das
6.
a crase foi empregada incorretamente, pois, essa Letras, 2008, p.101-102)1 divisória, tapume
1
expressão não condiz com as regras de uso da cra-
.6
se. Assinale a alternativa em que a crase também não A voz ativa dos verbos caracteriza boa parte do texto,
4
04
pode ser empregada. como na oração “Escondeu o corpo”.
Caso essa oração fosse transcrita para a voz passiva
r-
sintética, teríamos mudança:
a) Preposição “A” + artigos femininos.
n io
b) Preposição “A” + aquela(s), aquele(s), aquilo.
Jú
c) no tipo de ação.
liv
A perfeição (adaptado)
R
b) São 8 horas de caminhada até a escola. O susto de reencontrar alguém que não vemos há anos
i
ôn
c) Faz cinco anos que eu estudo nesta escola. é o impacto do tempo. O desmanche alheio incomo-
nt
d) Neste espaço é proibida a entrada de pessoas não da? Claro que não, apenas o nosso refletido na hipóte-
A
Saímos de Manaus numa lancha pequena, e no meio que a solução de um casamento feliz está em imitar
da manhã navegamos no coração do arquipélago das o segundo casamento da autora: contrair núpcias com
Anavilhanas. A ânsia de encontrar Dinaura me deixou um arqueólogo (no caso, Max Mallowan), pois, quanto
desnorteado. A ânsia e as lembranças da Boa Vida. A mais velha ela ficava, mais o marido se apaixonava.
visão do rio Negro derrotou meu desejo de esquecer o Talvez o mesmo indicativo para homens e mulheres
Uaicurapá. E a paisagem da infância reacendeu minha estivesse na busca de geriatras, restauradores, histo-
memória, tanto tempo depois. riadores, egiptólogos ou, no limite, tanatologistas.
Costelas de areia branca e estriões de praia em con- Envelhecer é complexo, a opção é mais desafiadora.
traste com a água escura; lagos cercados por uma O célebre historiador israelense Yuval Harari prevê
vegetação densa; poças enormes, formadas pela que a geração alpha (nascidos no século em curso)
vazante, e ilhas que pareciam continente. Seria pos- chegará, no mínimo, a 120 anos se obtiver cuidados
sível encontrar uma mulher naquela natureza tão básicos. O Brasil envelhece demograficamente e nós
111
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poderíamos ser chamados de vanguarda do novo dançam e comemoram por muitas horas. A noiva joga seu
processo. Dizem que Nelson Rodrigues aconselhava buquê às mulheres solteiras antes que ela e seu marido
aos jovens que envelhecessem, como o melhor indica- saiam da recepção. Segundo a tradição, a convidada que
dor do caminho a seguir. Não precisamos do conselho apanhar as flores será a próxima a se casar.
pois o tempo é ceifador inevitável(A). (...) Infelizmente nem todos nos Estados Unidos têm um
Como em toda peça teatral, o descer das cortinas casamento desse porte, pois, é muito caro e nem
pode ser a deixa para um aplauso caloroso(B) ou um todos podem arcar com os custos.
silêncio constrangedor, quando não vaia estrondosa.
É sabedoria que o tempo ensina(C), ao retirar nossa A pergunta refere-se a interpretação do texto.
certeza com o processo de aprendizado. Hoje começa
mais um dia e mais uma etapa possível. Hoje é um Retorne ao texto, ainda tendo como foco à compreen-
dia diferente de todos. Você, tendo 16 ou 76, será são e à interpretação, identifique a alternativa incorre-
mais velho amanhã(D) e terá um dia a menos de vida. ta segundo as informações apresentadas.
Hoje é o dia. Jovens, velhos e adjacentes: é preciso ter
esperança. a) O narrador expõe que o último grande evento é a
Leia os trechos retirados do texto e assinale a alterna- recepção de casamento.
tiva que não possui uma figura de linguagem em sua b) A recepção de casamento é uma grande festa após a
construção. cerimônia.
c) O narrador afirma que todos trazem ou enviam presen-
a) “pois o tempo é ceifador inevitável.” tes, portanto, muitos casais saem com a casa pratica-
b) “deixa para um aplauso caloroso.” mente montada.
c) “É sabedoria que o tempo ensina.” d) O narrador afirma que existe um consenso sobre a
d) “Você, tendo 16 ou 76, será mais velho amanhã.” recepção do casamento, ela deve ser um jantar à noi-
te, ou apenas coquetéis não alcóolicos à tarde.
27. (IBFC—2023) e) Segundo o narrador, geralmente, é servido champanhe.
02
rível”, criada pelo cartunista Dik Browne, para respon-
7-
Uma das experiências mais marcantes da minha vida der à questão.
02
foi assistir a um típico casamento (I) (norte ame-
6.
ricano / norte-americano). (II) (A – Há) algum tem-
1
po, fui convidado para a cerimônia de casamento de
4 .6
um casal de amigos. A noiva era Phoebe e o noivo era
04
Cole. Eles ficaram noivos por vários anos, pois espe-
r-
raram até que ambos estivessem bem empregados io
antes de se casarem. De qualquer forma, acho inte-
n
ressante descrever o que acontece em um casamento
Jú
“Inicialmente chegam os convidados, assim que da Língua Portuguesa, assinale a alternativa incorreta.
ei
ta vai (IV) (ao encontro do / de encontro ao) con- a) A ameaça feita no primeiro quadrinho é estruturada
O
vidado e o conduz para seu lugar. Amigos e familiares linguisticamente com a utilização de uma Oração
de
da noiva sempre se sentam do lado esquerdo da igre- Coordenada Alternativa, assim como a resposta dada
o
pais do casal sempre se sentam na frente. Em segui- b) É possível deduzir o gênero da personagem que enun-
R
da, o noivo e o seu padrinho entram e se posicionam cia a fala no segundo quadrinho, principalmente, pela
o
na parte da frente na igreja. Logo, um músico começa Oração Subordinada Adverbial Temporal utilizada por
i
ôn
çam a marchar lentamente pelo corredor dos fundos c) O humor da tira é construído por meio do equívoco
A
para a frente da igreja. Finalmente, a noiva aparece e de Hagar que diz “homem da casa”, ao invés de dizer
sé
caminha pelo corredor ao lado de seu pai. A noiva cos- “homem do castelo”.
Jo
tuma usar vestido branco, véu e sempre carrega um d) A tira não compactua com a visão patriarcal de que as
buquê de flores nas mãos. mulheres não podem se impor socialmente.
uando todos estão na frente da igreja, a cerimônia tem
início. O noivo sempre dá à noiva um anel de casa- 29. (IBFC—2022)
mento e a noiva, às vezes, também dá um ao noivo.
Por fim, o oficial religioso diz: “Eu os declaro marido e Texto I
mulher” e o casal agora está casado. Os noivos se bei-
jam e depois saem da igreja de braços dados. Os con- A Mulher do Vizinho
vidados jogam arroz sobre o casal ao saírem da igreja.
O último grande evento é a recepção de casamen- Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um
to. Esta é uma grande festa após a cerimônia. Todo conhecido e antipático general de nosso Exército mora-
mundo traz ou envia um presente, assim sendo, mui- va (ou mora), também um sueco cujos filhos passavam
tos casais saem com a casa praticamente montada. o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes
A recepção do casamento pode ser um jantar ou uma acontecia cair a bola no carro do general e um dia o
festa à tarde com apenas lanches e coquetéis. Geral- general acabou perdendo a paciência, pediu ao delega-
mente é servido champanhe e todos comem, bebem, do do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
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O delegado resolveu passar uma chamada no homem, Texto I
e intimou-o a comparecer à delegacia.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessi-
aspecto não parecia ser um importante industrial, vamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto
dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas.
que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, Como senão bastasse enchia os dois bolsos da blusa,
compareceu em companhia da mulher à delegacia e por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qual-
ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O quer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
um pai dono de livraria.
delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para ani-
- O senhor pensa que só porque o deixaram morar nes- versário, em vez de pelo menos um livrinho barato,
te país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu ela nos entregava em mãos um cartão-postal da
falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍ- loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Reci-
DAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? fe mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais
Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima
BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negó- palavras como “data natalícia” e “saudade”.
cio é este?Então é ir chegando assim sem mais nem Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era
menos e fazendo o que bem entende, como se isso pura vingança, chupando balas com barulho. Como
aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cum- essa menina devia nos odiar, nós que éramos imper-
prir a lei, ali no duro: doavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos
dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu
sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as
eu souber que andaram incomodando o general, vai
humilhações a que ela me submetia: continuava a
tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito
implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
o senhor. Até que veio para ela o magno dia de começar a exer-
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob cer sobre mim uma tortura chinesa. Como casual-
o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sue- mente, informou-me que possuía “As reinações de
co pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi Narizinho’’, de Monteiro Lobato.
então que a mulher do sueco interveio: Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para
- Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido? se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E
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O delegado apenas olhou-a espantado com o completamente acima de minhas posses. Disse-me
que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que
7-
atrevimento.
02
- Pois então fique sabendo que eu também sei tratar ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria espe-
6.
tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem
rança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num
1
meus filhos são moleques. Se por acaso incomo-
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mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
daram o general ele que viesse falar comigo, pois
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No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo.
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o senhor também está nos incomodando. E fique Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa
r-
sabendo que sou brasileira, sou prima de um major casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus
io
do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra
n
GENERAL! Morou? menina, e que eu voltasse no dia seguinte para bus-
Jú
Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em cá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a espe-
ra
- Da ativa, minha senhora? rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de
liv
E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-
O
erguendo os braços desalentado: -me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias
de
- Da ativa, Motinha! Sai dessa… seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas
o
Fernando Sabino
as não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da
R
Utilize o texto acima para responder a questão dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com
i
ôn
Retorne ao texto “A Mulher do Vizinho” e observe calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu
A
que ele apresenta uma estrutura fixa e objetivos bem voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tar-
sé
definidos. A partir dessa afirmativa, identifique as de, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com
Jo
tipologias textuais, considerando que se trata do texto ela ia se repetir com meu coração batendo.
em gênero crônica. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia
que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorres-
I. Tipologia textual injuntiva. se todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivi-
LÍNGUA PORTUGUESA
II. Tipologia textual narrativa. nhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes
adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito:
III. Tipologia textual dissertativa.
como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando
IV. Tipologia textual descritiva.
danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem
a) As tipologias II e IV estão corretas. faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro
b) As tipologias I e II estão corretas. esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de
c) As tipologias II e III estão corretas. manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E
d) As tipologias I e III estão corretas. eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se
e) As tipologias III e IV estão corretas. cavando sob os meus olhos espantados. [...]
30. (IBFC—2022) Leia o fragmento abaixo do conto “Felici- (LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1987)
dade Clandestina”, de Clarice Lispector.
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Considere a passagem “E eu, que não era dada a
olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus
ANOTAÇÕES
olhos espantados.” (10º§) para responder à questão
a seguir.
Ocorreria acento grave em “dada a”, caso o substanti-
vo “olheiras” fosse substituído por:
a) fazer compras.
b) verdade absoluta.
c) silêncio imposto.
d) oportunidades generosas.
1 B
2 C
3 D
4 A
5 B
6 D
7 D
8 A
9 A
10 A
02
7-
11 A
02
6.
12 A
1
.6
13 A
4
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14 B
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15 B
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16 C
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17 A
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18 A
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19 B
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22 D
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23 C
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27 D
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